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artefato Ano 16 - n°2 Jornal-laboratório do curso de Comunicação Social da Universidade Católica de Brasília Distribuição Gratuita - Abril de 2015

Basta de violência contra a mulher: lei pune agressores com mais rigor Págs. 14 e 15 Xadrez para deficientes visuais estimula raciocínio e concentração Págs. 22 e 23

Tabu: mercado de trabalho discrimina pela aparência física? Págs. 18 e 19

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Após uma primeira edição bem recebida, concluímos a nossa segunda com a mesma vontade de superar as expectativas. É entrevista aqui, reunião de pauta ali, fechamento acolá. E é assim mesmo que se constrói um jornal. É uma construção intensa e que tem muita grandeza – embora seja um jornal-laboratório, um projeto que tem como princípio crescer a cada dia. Continuamos unidos, trabalhando com sinergia, aprendendo que não é fácil trabalhar em equipe, mas que é necessário e isso reitera a necessidade de superarmos as dificuldades pessoais. Com o respiro entre uma edição e outra, pudemos avaliar nosso jornal de forma mais profunda e sermos avaliados. Cometemos erros de diagramação, de construção e estamos aprendendo. Tentando superar a cada dia as dificuldades e construindo uma segunda edição melhor que a primeira. Em nossa primeira edição nas páginas 10 e 11, na matéria “Beco da Cultura valoriza espaços ociosos”, escrita pela repórter Wanúbia Lima, erramos ao dar o crédito de uma das fotografias para a Lorena Lima. Também erramos ao escrever o nome da outra fotógrafa com duas letras “N”. Na verdade, as fotos da página foram feitas pela Lorena Braga e Maiana Souza. Pedimos desculpas e seguimos firmes para fazer de nossos erros, acertos futuros em nossa profissão. Nossa intenção é refletir sempre sobre o nosso modo de fazer e mostrar para o leitor que há transparência no trabalho que fazemos. Uma ótima leitura! Aline Tavares, Jaqueline Chaves e Mariana Nunes

Com a primeira edição de 2015 mais uma vez nasce o Artefato. Renasce com força e originalidade, se distanciando de qualquer referência negativa ou críticas feitas às edições que lhe antecederam. Formulado com pautas atuais, que passeiam entre a conversa que está na boca do povo, abraça o Entorno, sem esquecer o plano principal desta cidade: o Plano Piloto. Uma diagramação sutil, que dá leveza ao peso do conteúdo e agrada aos mais diversos olhares. E se o momento político grita, o tema da sexualidade emerge. Se a Esplanada dos Ministérios proporciona belas fotos, te levo no Beco de Taguatinga e mostro a arte nas paredes como manifestação de cultura. Além disso, por que não falar de religião? Uma viagem, maternidade... ah, que bela capa! A beleza de passar por um lugar com paixão e olhá-lo, após a saída, percebendo que outros estão ali com a mesma paixão, é certeira a saudade. Ainda que algumas páginas merecessem ilustrações mais fortes, uma arte mais evidente, sigo no clichê de que menos é mais. Além disso, essa foi apenas a primeira edição. Não seria justo acertar em tudo logo no início, não é mesmo?

Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da Universidade Católica de Brasília Ano 16, nº 2, abril de 2015 Reitor: Prof. Dr. Gilberto Gonçalves Garcia Pró-Reitor Acadêmico: Dr. Daniel Rey de Carvalho Pró-Reitor de Administração: Prof. Fernando de Oliveira Sousa Diretor da Escola de Negócios: Prof. Dr. Alexandre Kieling Coordenador do Curso de Comunicação Social: Prof. Dr. Joadir Foresti Professora responsável: Me. Fernanda Vasques Ferreira Revisão Final: Me. Roberta Teles Orientação de fotografia: Me. Rose May

Equipe de apoio: Me. Angélica Córdova, Me. Fernando Esteban e Dra. Rafiza Varão

Apoio técnico: Samuel Paz Monitores: Amanda Costa e Daniel Mangueira

Editora-chefe: Aline Tavares Editoras de texto: Jaqueline Chaves e Mariana Nunes Editor de arte: Leonardo Resende Diagramadores: Bárbara Cabral, Kamila Braga e Sued Vieira Editora de fotografia: Isabella Coelho Subeditores de fotografia: Larissa Nogueira e Webert da Cruz Editora web: Eduarda Szochalewicz Repórteres: Aline Tavares, Bárbara Bernardes, Filipe Cardoso, Igor Barros, Isabella Coelho, Isabela Vargas, Jaqueline Chaves, Jéssica Paulino, Kamila Braga, Leonardo Resende, Mariana Nunes, Nayara de Andrade, Paula Carvalho, Raíssa Miah, Sued Vieira e Wanúbia Lima. Checadores: Bárbara Bernardes, Igor Barros e Nayara de Andrade Fotógrafos: Andressa Guimarães, Catarina Barroso, Eliezer Lacerda, Guilherme Pereira, Junio Koithi, Larissa Nogueira, Lorena Braga, Lorena Lima, Marcelo Araújo, Paulo Martins, Suellaine Santos e Webert Cruz Tiragem: 2 mil exemplares Impressão: Gráfica Athalaia Universidade Católica de Brasília EPCT QS 7 Lote 1, Bloco K, Sala 212 Laboratório Digital Águas Claras, DF Telefone: 3356-9098/9237 Todas as matérias têm ampliação de conteúdo na web. Acesse nossas redes sociais e site. E-mail: artefato@ucb.br Site: pulsatil.com.br issuu.com/jornalartefato

Joyce Oliveira @jornalartefato Artefato 2.2015.indd 2

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Foto: Kamila Braga

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Na capital do Brasil, apresentações ao ar livre levam entretenimento e diversão para todas as idades Kamila Braga O carioca e artista de rua Miguel Estil Noronha, 28 anos, conheceu em São Paulo uma apresentação artística pública chamada Palco Aberto. Por gostar do que viu, ele resolveu trazer a ideia para um grupo de artistas de rua de Brasília. O espetáculo acontece como em um teatro, mas ao ar livre, levando arte, música e malabarismo a pessoas de todas as idades. A proposta do Palco Aberto é fazer com que as pessoas conheçam, se acostumem e valorizem a arte de rua. “É fomentar esta arte, que é mais livre. As pessoas podem chegar e ir embora quando quiserem, e ninguém é obrigado a ficar ou a pagar”, explica um dos artistas do Palco Aberto, Leonardo Leal, 31 anos. O músico do grupo, Luis Felipe Grangeiro, 28 anos, diz que se encantou com o Palco Aberto desde a primeira vez em que foi assistir em outro estado: “Eu fui contagiado. Achei incrível aqueles amigos podendo se apresentar de forma tão livre, espontânea, sem regras, sem scripts e com o julgamento do público”. Como gratificação pelas apresentações, os artistas passam um chapéu e esperam

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a colaboração dos espectadores mas, segundo eles, o valor arrecadado é pouco. Os artistas do Palco Aberto também participam de outros eventos em cidades do Centro-Oeste, como por exemplo, o Festival Internacional de Malabares e Circo de Goiás, que reúne talentos de diversos lugares do mundo em Goiânia. Circo Inventado Além das apresentações do Palco Aberto, os artistas de Brasília criaram em julho de 2009, o Circo Inventado – grupo de circo independente que não conta com a ajuda do governo. O nome surgiu da brincadeira de inventar um circo, com a vontade de fazer algo que fosse diferente e novo. A ideia surgiu com Leonardo Leal, que aproveitou o quintal da própria casa para construir o circo. Ele contou com a ajuda de outros artistas para construir a estrutura que eles têm hoje. Leonardo destaca que o Circo Inventado é um coletivo que atua em diversos segmentos da sociedade, sempre

pensando na sustentabilidade financeira. No mesmo local os artistas promovem oficinas, rodas de capoeira, fazem debates e outras atividades que envolvem arte e preservação do meio ambiente. “Adorei a ideia do Circo e do Palco, porque trazem bem a essência do artista, de ter a força de vontade de chegar e fazer”, avalia a publicitária Ana Caroline Pereira, 20 anos. Confira de perto O espaço de apresentação do Circo Inventado é aberto para artistas de todos os países, e fica localizado na Vila Cultural – onde o grupo mora – na 813 Sul, ao lado da Embaixada do Iraque. Os eventos são divulgados pelas redes sociais ou pelo boca a boca. Já os interessados em conferir as apresentações do Palco Aberto, versão Brasília, podem comparecer à Torre de TV, ao lado da praça de alimentação, sempre no primeiro domingo de cada mês, das 17h às 19h. O horário de término varia de acordo com o clima e o público.

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Cultura Culinária

Nas comemorações do dia 19 de abril, o Artefato resgata as origens da tapioca, que tem conquistado o paladar dos brasilienses Jéssica Paulino

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Cada vez mais presente na alimentação dos brasilienses, a tapioca ou beiju como é mais conhecida é a mistura de polvilho com água e sal que, quando aquecida em frigideira ou chapa se torna uma espécie de massa. O alimento tem feito a cabeça, ou melhor, o paladar dos brasilienses. Simples ou requintada. Vendida em restaurantes ou quiosques, pode ser saboreada sozinha ou acompanhada de outros ingredientes. Doce ou salgada, e por que não as duas coisas juntas? O primeiro registro feito sobre essa alimentação vem dos índios, há 515 anos, na carta do escrivão Pero Vaz de Caminha: “Deram-lhes ali de comer: pão e peixe cozido, mel e fogos passados. Não quiseram comer quase nada daquilo; se alguma coisa provaram, logo lançavam fora”. Os indígenas prezavam por uma alimentação econômica e produzida

por eles mesmos, como as plantações de mandioca e milho, o cultivo de frutas, além das caças e pescas. Em Brasília, a Organização não Governamental (ONG) Atini visa preservar a alimentação, o artesanato e a língua dos povos indígenas. A entidade existe há oito anos e está localizada em uma chácara na área rural do Gama. O fisioterapeuta e coordenador da ONG, Vagner Amauri Silva de Carvalho, 32 anos, explica que a forma que encontraram de mostrar os costumes desses povos foi “propor a cada quinze dias, um almoço aos sábados, em que eles fazem a comida para as visitas”. Nesse almoço são servidos uma tapioca grande – que na língua kamayurá (falada pela etnia xingu) é chamada de menhu – e o peixe assado servido em folha de bananeira. A proposta, além da interação, é divulgar

o trabalho da ONG e o artesanato feito pelos índios. Os almoços têm um custo simbólico de R$ 15, e o valor arrecadado é usado para manter a compra dos alimentos, produtos de limpeza e custos com água e luz da entidade. Kamiru Kamayurá, 45 anos, é da etnia xinguana. Índia responsável pelo preparo do menhu, tem dificuldade em falar português, mas quando indagada se gosta de preparar o alimento para as visitas responde com clareza: “É bom, eu gosto. Acho legal, só é ruim porque só eu que faço toda vez”, e ressalta “mas tem que comer com peixe, senão não fica bom”. Na capital Nos setores bancários do Plano Piloto, é possível encontrar várias tapiocarias. O aposentado Antônio da

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Foto: Marcelo Araujo

Preparados antes dos peixes serem assados, os menhus são colocados em uma mesa onde todas as visitas se servem à vontade

Silva Alves, 54 anos, decidiu montar sua barraquinha para aumentar a renda. Antônio conta com a ajuda da neta Maria Júlia, 16 anos, e da mulher Maria Aparecida, 50 anos. Maria Aparecida diz que a tapioca sempre esteve presente no cardápio da família. “É que viemos do Nordeste e lá isso é muito comum, então

pensamos em trabalhar com algo que nos desse prazer e lucro,” afirma. Já o estudante Márcio Gonçalves, 29 anos, usa seu próprio carro para vender as tapiocas em frente à estação do metrô da quadra 114 Sul. “As pessoas procuram coisas mais simples pela manhã, que é o horário que mais vendo. Não dá para comer salgado no

café da manhã todos os dias”, pondera. Comemoração O Memorial dos Povos Indígenas, localizado no Eixo Monumental, promove eventos com a participação de representantes indígenas de todos os estados. Foto: Marcelo Araujo

Kamiru Kamayurá é a índia que prepara o menhu em todos os almoços. Para ela é uma boa experiência

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Cultura Cinema

Filmes de terror atraem espectadores à procura de adrenalina. Quando consumido, o gênero libera sentimentos reprimidos pela sociedade Paula Carvalho Eben Olesson estava escondido na neve. Sabia que não sobreviveria muito mais tempo, mas precisava resistir ao menos até que o perigo diminuísse. Um batalhão de chupadores de sangue de olhos negros patrulhava as ruas em busca dos sobreviventes. Somente com o raiar do sol eles iriam embora. Essa é uma cena do filme 30 Dias de Noite, lançado em 2007, em que vampiros atacam uma cidade no Alasca, próxima do Polo Norte, onde por um período de um mês o sol não nascera. Essas criaturas, bem como zumbis, poltergeists – espíritos que perseguem e atormentam suas vítimas – e outros, estão cada vez mais vivas nas telas do cinema, na literatura e nas ruas, em

passeatas e encontros geeks – gíria muito usada para caracterizar pessoas que exercem diversas atividades intelectuais e têm muita afinidade com tecnologia, jogos eletrônicos ou de tabuleiro. Essa presença massiva atrai os mais variados adeptos à cultura do terror. A temática se fundamenta basicamente no medo e na curiosidade pelo desconhecido, e mexe com emoções e sensações assustadoras provocadas pelo próprio espectador. Mas por que as pessoas procuram tanto essa sensação? Estudiosos afirmam que a atração se origina em fatores psicológicos e biológicos. As sensações e sentimentos reprimidos pela sociedade são

liberados em cenas sangrentas de uma película de suspense. Muito antes de filmarem o Drácula de Bram Stoker, mitos e lendas davam origem às histórias assustadoras. O escritor Luiz Fettermann, que lançará no Distrito Federal o livro Contos do Fim do Mundo, sobre apocalipse zumbi, conta que sempre foi atraído por histórias aterrorizantes. Ele escreve sobre um mundo em que os últimos humanos lutam contra o pior da própria natureza. “Quando criança, tinha curiosidade pelo sobrenatural, achava fantástica a ideia da existência de algo que não conseguia explicar”, afirma. Para Fettermann, a temática mais

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Na ciência Os pesquisadores Joel Cohen e Eduardo Andrade, em seu trabalho The Consumption of Negative Feelings – O consumo de sentimentos negativos em tradução livre –, levantaram que os adoradores de filme de terror são mais sensíveis ao neurotransmissor dopamina, responsável pelo prazer, e também menos sensíveis à serotonina, que contribui para a sensação de bem-estar. O psicólogo Rafael Gabriel de Assis vai além ao falar das emoções humanas proibidas. “O espectador libera sentimentos que normalmente são reprimidos pela sociedade quando consome o gênero. E é daí que vem a sensação de prazer”, complementa. Ódio, destrutividade e agressividade são características intrínsecas de todo ser humano, segundo Sigmund Freud, pai da psicanálise.

Foto: Suellaine Santos

interessante é a dos mortos-vivos. “Acho que as narrativas de zumbis melhor se relacionam com a sociedade em que vivemos. Ficam claras as semelhanças deles com os fanáticos ou com a sociedade de consumo, por exemplo”, pondera. Já o advogado Marcos Lameira compara o ato de assistir a um filme de terror com a prática de esportes radicais. Para ele, o suspense dá uma sensação indescritível de prazer. “Gosto do acúmulo e alívio de tensão”, confessa. Dentro do gênero, Marcos diz preferir filmes que mexem com o imaginário e não “revelam o monstro”.

Medo: as reações física s causadas pelo espa nto podem estar ligad as a questões hormon ais

História O gênero “hor ror” surg iu na sonoros, produzidos Europa na segund em 1931. a met ade do José Mojic a Mar in sé cu lo XVIII com s – o Zé do o objetivo de C aixão – é o mais re ad aptar o pens am fa m os o cine asta ento mág ico e brasileiro a se de di as imagens medie car ao gênero. vais, busc ando A produç ão de film desp er tar sent imen es de horror no tos de pavor, Brasil chega perto de aversão e perplexi 150 títulos. dade di ante de O fi lm e O Jo ve fenômenos inexplic m Ta ta ra vô , áveis. re al iz ad o po r Lu D rácula e Franke iz de Ba rr os , nstein foram em 19 36 fo i o os dois pr imeiros fil pr im ei ro fi lm e mes de terror br as ile ir o do gê ne ro .

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Cultura Consumo

Segundo pesquisa, moradores do DF não têm costume de frequentar cinemas, teatros e museus. Iniciativas podem contornar indicadores negativos Raissa Miah

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Há 55 anos Brasília é um lugar de muita mistura, uma colcha de retalhos brasileira. Mas aconteceu algo que tirou do brasiliense o gosto pelo consumo de cultura. A Pesquisa Distrital por Amostra em Domicílios (PDAD) de 2013 mostra a dimensão da falta de interesse da população por cultura – 92,57% não vão a museus, mais da metade não têm o costume de ir ao cinema e 86,74 % não possuem o hábito de ir a teatros. A falta de consumo de cultura não se limita às classes menos favorecidas economicamente. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a capital federal é campeã quando se trata de potencial de compra. A renda média é quase o dobro da média nacional chegando a R$ 2.055 por pessoa. A funcionária pública Aline Albernaz, 34 anos, é apreciadora fiel de cinema. Ela teve uma experiência com estudantes que foram ver a

sétima arte pela primeira vez e conta que essa pode ser uma oportunidade de mudar esses indicadores: “Era um primeiro olhar, pensei que haveria uma ampliação dos horizontes deles. Um despertar para seus próprios talentos. Pra mim, o ponto forte da arte é transformar mentalidades”. O Imaginário Cultural é uma proposta que oferece arte e cultura aos moradores de Samambaia. O grupo de teatro Roupa de Ensaio realiza espetáculos, apresentações musicais e oficinas. Os organizadores ainda enfrentam dificuldades em relação à adesão dos moradores mesmo sendo perto de suas residências. Marília de Abreu, uma das idealizadoras do projeto, conta quais são os principais desafios. “Vejo que temos o desafio de educação mesmo, temos que formar uma plateia. Não foi ensinado para as pessoas que elas devem consumir cultura”, explica.

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Saúde Natural

Dietas à base de alimentos funcionais garantem bem-estar. Eles fornecem mais nutrientes ao organismo e otimizam resultados de atividade física Leonardo Resende Metabolismo preguiçoso. Sono excessivo. Aumento de peso. Esses são os sintomas de quem, cedo ou tarde, precisa recorrer a alimentos funcionais. Além das funções nutricionais básicas, eles ajudam na produção metabólica e fisiológica do organismo. Cereais integrais, soja, sementes – chia, gergelim e linhaça – e derivados são considerados funcionais porque ajudam na melhor absorção de nutrientes pelo organismo e aceleram as funções metabólicas. Por isso, essa alimentação está entre as prediletas de atletas assíduos e pessoas que praticam com alguma regularidade exercícios físicos. De acordo com a endocrinologista Gabriela Souza esses alimentos promotores devem ser consumidos com cautela. “O mais importante é ter uma dieta balanceada e equilibrada globalmente. Não adianta consumir algo que previne o colesterol e, por outro lado, fazer uso de

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alimentos industrializados”, declara. Segundo uma pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o consumo de alimentos funcionais cresceu bastante se comparado com 2010. De acordo com as estatísticas, a categoria de alimentos ganhou destaque de 22,4% na mesa dos brasileiros. O Whey Protein – suplemento que tem como base a proteína do soro do leite, extraída durante o processo de transformação do leite em queijo também teve seu uso ampliado. Em pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri), o número de lojas que comercializam a proteína cresceu 60% entre 2012 e 2014. “A única restrição ao uso desse tipo de proteína é a dose. Grandes quantidades podem prejudicar o funcionamento do rim”, alerta o nutricionista Danilo Menezes.

Dieta esportiva Alimentos como batata doce e mandioca são os favoritos dos “marombas” – pessoas que pegam pesado na musculação – por serem naturais e não necessitarem de industrialização. A batata doce é mais usada pelos praticantes de musculação, porque é rica em cálcio e fibras, e possibilita melhor funcionamento do intestino, contribuindo para a absorção da gordura ingerida pelo corpo. Alimentos como a tapioca, ovo, cuscuz e frango são consumidos com frequência por quem alia a saúde corporal com a musculação. Para Pedro Vieira, 32 anos, personal trainer, um plano nutricional é sempre mais indicado: “Eu indico nutricionista esportivo a todos os alunos. Com certeza o alimento vai ajudar na hora do treino, mas o que realmente faz a diferença o planejamento”.

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Política Balanço

Desafio do novo governo está em reestabelecer serviços de saúde: números em janeiro apontavam a falta de 300 tipos de medicamentos no estoque Sued Vieira

A saúde está doente. Esse foi o diagnóstico do relatório concluído em novembro de 2014 pelo Tribunal de Contas da União (TCU) entregue ao governador Rodrigo Rollemberg, apontando que a saúde era um dos pontos mais preocupantes do Distrito Federal, herança deixada pelo ex-governador Agnelo Queiroz. O documento elaborado de quatro em quatro anos apontava que em 2010, 53,5% dos pacientes voltavam para casa sem atendimento nos hospitais. O tempo de espera em 81% das especialidades ultrapassava três meses e em 33% do casos a jornada durava mais de um ano. Joaquina Costa*, usuária dos serviços públicos de saúde, diz: “Se em 2010 os números eram tão

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alarmantes, os números agora devem estar bem maiores”. A crise na saúde pública brasiliense estava anunciada desde a aprovação do orçamento da Lei Orgânica do DF, no ano de 2014, que previu um corte de R$ 720 milhões para a saúde em relação ao orçamento aprovado em 2013. No final de 2014, os servidores da Secretaria de Saúde (SES) começaram uma série de greves por falta de pagamento e houve interrupções no fornecimento de comida para funcionários e pacientes. A empresa Sanoli, que distribui e prepara os alimentos para grande parte dos hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), divulgou em nota que os atrasos nos repasses

começaram em outubro. Joana Nóbrega*, funcionária da SES, conta que “faltavam vários remédios de primeira necessidade como antibióticos e antitérmicos, além de materiais para cirurgias como gazes, compressas, agulhas e linhas. São tão necessários que os médicos faziam vaquinha para comprar esses produtos”. A última greve dos médicos teve fim no dia 20 de janeiro, após decisão judicial que definia multa de R$80 mil por dia para a categoria, caso os profissionais continuassem em paralisação. Para contornar a crise, o Governo do Distrito Federal pagaria os benefícios e os salários de forma parcelada, mas a categoria não concordou. Os servidores lutavam para

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que os benefícios atrasados fossem pagos em uma única parcela. No dia 19 de janeiro de 2015, o governador decretou estado de emergência na saúde pública do DF, com a duração de 180 dias. Ficou estabelecido que a Secretaria de Saúde poderia adquirir remédios sem a necessidade de licitação, o que aceleraria o processo de compra e poderia requisitar profissionais da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros para prestar atendimento nos hospitais e postos de saúde. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde, os repasses referentes a 2015 para a empresa Sanoli estão em dia e não houve interrupções

no fornecimento de alimentos. Em janeiro de 2015, a quantidade de remédios que estavam em falta chegou a 300, já no final de março esse número caiu para 74 e há a perspectiva de que no próximo mês a quantidade de medicamentos em falta diminua mais. Com a situação de emergência, a SES regularizou os contratos de manutenção predial que estavam parados desde meados de 2014 por falta de pagamento e negociou contratos de fornecedores e prestadores de serviço. Foram reabertos 13 leitos de UTI no hospital de Santa Maria e até o final do mês de março estão programados a abertura de 20 leitos de UTI no Hospital Regional do Gama.

Maria Cunha*, também funcionária da SES, explica que no final do mês de março os documentos e fichas foram feitos à mão, o que diminui mais ainda a velocidade dos atendimentos. Ela complementa: “A situação da saúde em Brasília ainda não mudou, tem uma grande carência de profissionais. E nem todos os remédios tiveram os estoques reabastecidos. Estão tendo esforços para contornar o atual estado, mas não têm dinheiro suficiente para bancar tudo que precisa ser feito”.

* Nomes fictícios

Foto: Junio Koithi

Os médicos trabalham no limite: sem infraestrutura necessária. Eles tiram dinheiro do próprio bolso para sanar necessidades imediatas

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Política Transparência

Propostas para moralizar o processo eleitoral ainda engatinham no Legislativo. Há 20 anos o assunto é alvo de debate Jaqueline Chaves e Mariana Nunes como principais contribuintes de campanhas políticas. Só que essas empresas cobram os financiamentos com juros e correção e quem fica com o prejuízo é o Estado e o cidadão. Essa prática, até então permitida por lei – que cria um círculo vicioso e corrompe a política –, pode ser extinta a partir do conjunto de propostas que pretendem reorganizar e regularizar o sistema político brasileiro: a reforma política.

Foto: Eliezer Lacerda

Campanha com a participação de artistas, intelectuais, celebridades. Quase um show exibido no horário eleitoral gratuito na televisão. Bandeiras nas ruas, cabos eleitorais, adesivos, faixas, cavaletes. O custo disso tudo não é barato. E quem paga a conta são potências empresariais. Nomes como Grupo JBS, Construtora OAS, Grupo Bradesco e Ambev foram citados nas prestações de conta divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

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O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, anunciou que a reforma será votada até o fim de maio

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As eleições proporcionais em dois turnos; a mesma representatividade de gêneros nas candidaturas e a participação da sociedade em decisões nacionais importantes são alguns dos pontos discutidos. O desejo de mudança não levanta bandeira de partido. O assunto foi retomado quando o relator da Comissão Especial da Reforma Política, Marcelo Castro (PMDB-PI), propôs que todas as mudanças devem estar em uma só Proposta de Emenda à Constituição (PEC), sugerindo evitar proposições fragmentadas e reunir todas as medidas em um único texto. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) anunciou que a reforma política deverá ser votada pelo Plenário da Câmara até o fim de maio: “Vamos abrir os debates, fazer ampla discussão com a sociedade e permitir a participação de todos. Mas se a comissão especial não conseguir

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finalizar um texto no prazo regimental, eu vou trazer o assunto diretamente para o Plenário”. Durante reunião da comissão realizada no início de abril o presidente nacional da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, declarou que “a reforma política não é do governo nem da oposição: ela é da sociedade. Todos os candidatos à presidência da República prometeram, durante a campanha eleitoral, realizar uma reforma política. Agora, o povo aguarda e exige o cumprimento desta promessa”. Histórico Em fevereiro de 2011 foi instalada a Comissão Especial da Reforma Política,

composta por 40 membros titulares e já realizou mais de 50 comissões e audiências públicas. Mas a reforma política está em discussão no Senado Federal há mais de 20 anos. Em 1993 houve a primeira reunião relacionada ao tema. No auge dos protestos nas

“A reforma

política não é do governo nem da oposição: ela é da sociedade.” ruas em junho de 2013, Dilma sugeriu convocar um plebiscito para a reforma política, com cinco temas para consulta pública – financiamento de

campanhas, sistema eleitoral, suplência de senadores, coligações partidárias e voto secreto. O projeto foi enviado ao Congresso Nacional em julho de 2013. A proposta foi engavetada e congressistas, inclusive da base aliada, rejeitaram. Em 25 de março a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei n° 13.107/15, que permite a fusão de partidos somente entre legendas, em que é apurado o número de candidatos que cada partido elege, com cinco anos ou mais de registro definitivo no TSE. A ideia é limitar a criação de partidos, preservando o mecanismo de fidelidade partidária e reduzindo o número de coligações.

Foto: Paulo Martins

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Sociedade Brasil

Lei do Feminicídio pluraliza o debate e coloca a violência de gênero como problema de saúde e segurança pública Wanúbia Lima

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Maridos, companheiros, namorados ou quaisquer outros sujeitos que assassinarem mulheres, motivados por ódio, discriminação ou sentimento de perda do controle sobre elas, serão punidos com mais rigor. A Lei do Feminicídio (n°13.104/2015), sancionada em março, torna o homicídio feminino um crime hediondo, cuja pena varia de 12 a 30 anos de prisão. A lei, que altera o artigo 121 do Código Penal Brasileiro, tipifica o feminicídio como homicídio qualificado, com o aumento de pena, nos casos em que a vítima se tratar de gestante, for menor de 14 anos, maior de 60 ou deficiente. A punição também poderá ser agravada se o crime tiver ocorrido na presença dos pais ou filhos da mulher, ou se a vítima estiver no período pós-parto. A advogada Caroline Sena, membro

da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil – Distrito Federal (CDH-OAB/DF), destaca que as políticas públicas em defesa da mulher em situação de violência estão progredindo e que a lei que institui o tipo penal do feminicídio é um avanço na legislação de proteção dos direitos das mulheres. “Não é um instrumento concreto para evitar o resultado morte, mas a punição severa deverá servir como inibidor de novos assassinatos e reincidências”, enfatiza. A CDH-OAB/DF possui um projeto chamado OAB vai à escola, em que os membros da comissão debatem com os estudantes temas ligados aos direitos humanos. O programa já abordou a Lei Maria da Penha e agora discute o feminicídio, adequando-o para as faixas etárias. “É preciso pluralizar o debate desde muito cedo, pois a violência

contra as mulheres é um problema de saúde pública, de segurança pública, mas, sobretudo, um problema político-cultural”, argumenta Caroline. Para a advogada, não restam dúvidas de que a violência de gênero envolve um padrão social que difere os papéis, com peso e importância menor para as mulheres. “Ao se romper com o ciclo de hierarquia e supervalorização do papel masculino, cria-se no agressor o sentimento de que o uso da violência, além de legitimado é necessário para que a mulher compreenda que a relação de poder entre ambos é desigual”, explica. Estado de alerta Estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que o Brasil registrou, entre 2009 e 2011, 16,9 mil feminicídios

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cometidos por companheiros ou excompanheiros das vítimas. O número indica uma taxa de 5,82 casos para cada 100 mil mulheres. Os dados são alarmantes: segundo o Ipea, mais de 15 mulheres foram mortas por dia. O estudo também mostrou que as vítimas eram jovens, entre 20 e 29 anos, pobres e em sua maioria negras (61%). Esse dado sugere que, além da violência de gênero, há também a racial e de classe social. A pesquisa Violência contra a mulher: feminicídios no Brasil revela ainda que o estado com o maior número de feminicídios naquele período foi o Espírito Santo, onde o índice é de 11,24 mulheres a cada 100 mil, seguido por Bahia e Alagoas. A região com as maiores taxas foi o Nordeste. De acordo com a Organização

Mundial de Saúde (OMS), entre 2006 e 2010, o Brasil ocupou a sétima posição entre os dez países com o maior número de homicídios femininos. Na frente do Brasil ficaram El Salvador, Trinidad y Tobago, Guatemala, Rússia, Colômbia e Belize. Raça e gênero Para a estudiosa de gênero e raça Isabel Clavelin, o crescente número de assassinatos de mulheres no Brasil denota que o racismo e o sexismo reforçam as desigualdades e vulnerabilizam as vítimas. “Temos índices alarmantes. Por ano, são 50 mil mulheres estupradas, 40 mil hospitalizadas e cinco mil mortas, sendo a maioria delas negras”, relata.

Isabel vê na lei o compromisso legal do país de superar as desigualdades de gênero e raça. “A lei atende todas as mulheres por representar a ampliação de ações que contribuem para o enfrentamento da violência por meio do combate à impunidade”, explica. A pesquisadora ressalta que nenhuma lei, por si só, será efetiva se não vier acompanhada de políticas públicas de conscientização e mudança cultural. “A elaboração de ações de combate à violência devem buscar a igualdade de gênero, desenvolver as potencialidades das mulheres, sua participação política, econômica e social e considerar a subjetividade feminina”, conclui. Fotos: Larissa Nogueira Fotos: Lorena Braga

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Sociedade Tecnologia

Projeto originado em aplicativo de smartphone já ajudou 200 famílias com ações sociais e pretende expandir ações. O objetivo é transformar realidades Bárbara Bernardes

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Tecnologia e voluntariado. Esses foram os ingredientes utilizados pela estudante de direito Mariana Lobo, 20 anos, que já fazia ações sociais com amigos da empresa e da igreja, quando teve a ideia de criar um grupo no aplicativo WhatsApp para estender o trabalho a mais pessoas. Atendendo cerca de 300 crianças por ação, o projeto Change Generation – Geração de Mudanças, em tradução livre – tem superado suas expectativas a cada iniciativa social. As visitas dos voluntários e a entrega de doações acontecem mensalmente e os lugares são escolhidos por grau de necessidade. O trabalho social busca ajudar pessoas por todo o país e já chegou a São Paulo e Formosa-GO. No Distrito Federal, o projeto conta com um grupo de 50 pessoas por ação e os voluntários escolhem frentes para participar.

“Sei que os maiores beneficiados com as ações são os voluntários, e essa opinião é unânime. Vejo todo mundo com sentimento de dever cumprido, e cada vez mais motivado a ajudar”, explica Mariana, fundadora do projeto. Para que ocorram doações, são feitas campanhas na internet e os voluntários se dispõem à buscá-las. Em todas as ações são oferecidos alimentos, brinquedos, roupas e produtos de limpeza. No Dia das Crianças, além das necessidades básicas, brinquedos integram as doações. No início do ano, a preferência é por materiais escolares. “Fazer ação social e comunitária não demanda tempo livre, ser forte emocionalmente ou precisar de mais alguém. O Change Generation começou com pessoas que só tinham um objetivo: fazer a mudança na vida do próximo”, conta Tayná Lemes, organizadora do projeto.

Lixão Desde dezembro passado, as ações estão acontecendo na comunidade que vive no lixão da Estrutural. Em 2015, aconteceram três ações, sendo duas de Volta às aulas e uma de Páscoa. “A primeira vez que eles vieram, eu estava sem nada. Me ajudaram muito”, conta a beneficiária Marcia Pinheiro, 26 anos, mãe de quatro filhos. Ana Flávia Rosa, considerada líder comunitária pela população da Estrutural, conta: “Costumo dizer para as pessoas que não sou líder, sou apenas os olhos das necessidades deles. Resolvi morar aqui e colocar projetos sociais em prática porque cresci vendo meu pai fazer. Em dezembro conheci o Change e de lá pra cá eles têm sido grandes parceiros”.

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Comportamento Informação

Uso abusivo da internet e de aplicativos como o WhatsApp podem causar dependência. Bom senso é recomendado por especialistas Nayara de Andrade

Popularmente conhecido como “zapzap” ou “whats”, o aplicativo faz a cabeça de todas as gerações. O WhatsApp é a plataforma de troca de mensagens instantâneas para smathphones mais usados no mundo. No Facebook, o criador e presidente da empresa, Jan Koum, afirmou que o aplicativo é utilizado por mais de 700 milhões de pessoas por mês. Para a psicóloga e especialista em psicologia social Ana Magnólia Mendes, o vício se caracteriza pela dependência. “O objeto se torna indispensável, sua ausência é motivo de angústia e paralisação do sujeito, podendo causar vários transtornos psíquicos e sociais. A internet pode ser um vício, como qualquer aplicativo”, conta. É o que ocorre com a estudante de história Daniela Lima: “Antes eu usava muito o SMS. O “whats” é mais moderno e ágil, eu demorei para ter, mas hoje não me imagino sem”. Diversos aplicativos surgem como

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alternativa de comunicação imediata, atrás de eficácia e rapidez. O WhatsApp é um desses. Permite que o usuário troque mensagens, faça ligações diretamente com amigos e crie grupos fechados pelo celular. Basta ter acesso à uma rede wi-Fi, 3G ou 4G e as mensagens multimídias podem ser compartilhadas somente com o custo da internet. Hiperconexão Mas em meio a essa era de excessos de informação, será que as pessoas sabem fazer um uso saudável das novas tecnologias? Com o surgimento das redes sociais e a rapidez ao emitir e receber dados, a necessidade de estar conectado também cresce. Especialistas alertam que o uso excessivo das tecnologias de comunicação contemporâneas pode afetar negativamente outras atividades do indivíduo, como o trabalho

e a vida social. Algumas pessoas podem apresentar sintomas físicos de dependência como insônia quando ficam muito tempo sem acesso à internet. Autor do livro A sociedade excitada: filosofia da sensação, Christoph Turcke define que a sociedade do espetáculo dos anos 60 é agora excitada pela mídia e internet. Para ele, o indivíduo vive em um excitamento contínuo, parecido com o efeito de drogas. Isso é reiterado pelo professor da UnB e pós-doutor pela Universidade Livre de Berlim, Lúcio Teles, especialista também em vício em internet: “Quando o indivíduo se deixa levar pela atração do uso contínuo da internet, ele passa a uma situação de dependência”. “É importante ter bom senso. Uma dica para o uso do aplicativo é evitar o marketing de interrupção, ou seja, sair adicionando pessoas em grupos sem que peçam por isso. As pessoas precisam estar realmente interessadas no seu conteúdo”, aconselha o especialista e consultor em marketing digital, Anderson Alves.

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Comportamento No espelho

Aparência física está entre os fatores que são levados em conta em processos seletivos para a escolha de um novo profissional Isabela Vargas

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nem mesmo ver meu currículo", lamenta. A advogada esclarece que apesar das inúmeras discriminações, isso pode ser compensado com a postura profissional. “Eu sempre mantenho postura e vestimenta conforme a profissão que eu escolhi. Ninguém vai ter liberdade de falar da minha aparência uma vez que meu trabalho é impecável”, contesta. Já a funcionária da Chilli Beans –

empresa especializada na venda de óculos e relógios – Yara de Abreu, 24 anos, conseguiu aliar sua necessidade com a da empresa. A jovem de rastafári possui três tatuagens, três piercings e um par de alargadores. Yara dá uma dica para os candidatos, que assim como ela, fogem dos padrões do mercado: “Sua aparência é seu cartão de visitas, a questão é saber procurar, saber quais as necessidades do Foto: Lorena Lima

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Tatuagens, piercings, cabelos exóticos ou até mesmo alguns quilos a mais podem pesar quando o assunto é mercado de trabalho. Anualmente a Catho Online – empresa que funciona como um classificado online de empregos – realiza a Pesquisa dos Profissionais Brasileiros, trazendo um panorama sobre o mercado de trabalho, contratação, demissão e carreira. No ano passado, 26.459 pessoas em todo o Brasil responderam ao questionário, que mostrou que a aparência física conta sim como um dos fatores de impacto na hora de contratar um novo profissional. A advogada Wanda Silva, 30 anos, rompe com os padrões socialmente aceitos de sua profissão. Com o cabelo verde azulado, sete piercings e duas tatuagens, ela conta que em muitas situações sua aparência se sobrepôs ao seu currículo e experiência. “Se a primeira fase para conseguir um emprego for a entrevista, com certeza eu vou ter algum empecilho, porque as pessoas não têm interesse de ouvir o que eu tenho a dizer e

Wanda Silva e seu marido, o pedagogo Luis Fernando, acreditam que o diferencial é o profissionalismo

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Foto: Catarina Barroso

Gustavo Leão e Yara de Abreu: relação pautada pelo respeito. É preciso convergir as necessidades da empresa e o que os candidatos têm para oferecer

candidato e da empresa”, pontua. O subgerente de um dos pontos de venda da Chilli Beans Gustavo Leão, 23 anos, explica que critérios como responsabilidade, disponibilidade de horário, segurança e confiança são pontos muito mais importantes que a aparência. “A gente contrata se for obeso, magro, tatuado ou não, nós respeitamos a personalidade da pessoa”, destaca. Segundo o advogado especialista em direito trabalhista Diogo Reis, cada empresa possui um padrão para composição de seu quadro de funcionários. “De acordo com o exercício da função o empregador vai poder dispensar essa pessoa, não por um motivo discriminatório, mas simplesmente porque ela não se adequa às condições de trabalho da empresa”, explica. Equilíbrio “Quando o empregador vai realizar uma contratação de qualquer empregado ele não pode fazer uma eliminação

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por um caráter escancaradamente discriminatório. Ele não pode deixar de contratar alguém simplesmente por possuir uma tatuagem. É necessário buscar um equilíbrio”, conta o advogado Diogo Reis. A psicóloga Maria Zuleide Silva, que atua na área de recrutamento e seleção da Universidade Católica de Brasília, acredita que a vida profissional exige desprendimento, dedicação e bom senso. “O próprio recrutador precisa tomar cuidado para não cair no grande erro de contratar alguém que acha parecido consigo mesmo. É preciso perceber perfis diferentes para que a equipe se complete", alerta. Pela lei Dentre os princípios fundamentais elencados na Constituição está a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,

sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, conforme disposto no artigo 3º. Todavia, não há previsão legal específica acerca da discriminação relacionada à aparência física. Segundo o advogado Diogo Reis, é possível se fazer uma interpretação análoga tanto do artigo 5° da Constituição Federal – que traz os direitos e deveres individuais e coletivos – como das leis trabalhistas. “O empregador tem que dar tratamento isonômico a todos os candidatos que se sujeitam a uma vaga de emprego em qualquer empresa”, adverte. “A legislação ainda é muito pobre com relação ao preconceito nas relações de trabalho, embora a constituição proteja, ainda é muito fraca a questão probatória”, conclui a advogada.

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Esportes Decadência

Há anos em crise, times do DF não se destacam no Campeonato Brasileiro. Entre as dificuldades estão a falta de apoio da federação e do público Aline Tavares

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Capital do país, do rock, do serviço público, dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Brasília só não é a capital do futebol. Apesar de nunca ter sido um expoente no cenário brasileiro, alguns times do Distrito Federal já disputaram campeonatos importantes, como os da Série B. O DF atualmente tem 66 clubes, e apenas cinco se destacam no cenário regional: Brasiliense, Brasília, Ceilândia, Cruzeiro e Gama. Há anos em crise, o futebol brasiliense não sai das séries C ou D, que são compostas por 35 e 40 equipes, respectivamente. Os problemas vão da falta de estrutura à ausência de público. A crise é mais facilmente percebida quando o atual campeão do Campeonato Brasiliense é o Luziânia, time do Entorno. Pesquisa feita pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) em dezembro de 2013, mostrou que menos de 6% dos brasilienses torcem por clubes do DF e cerca de 60% preferem

algum dos 30 principais clubes do país. Dentre esses, nada menos que 97,7% dos torcedores manifestaram preferência por algum dos 12 grandes clubes nacionais. A torcida do Flamengo é a maior no Distrito Federal, com mais de 800 mil torcedores, o que corresponde a 47,9% do total, seguida da torcida do Vasco com 203,4 mil torcedores, cerca de 12,2%.

“A federação

não ajuda em nada e a mídia não dá destaque para os times”

Na sequência aparecem as torcidas do Corinthians, São Paulo, Botafogo, Fluminense e Palmeiras. A razão pode estar na história da capital do país. Quem veio trabalhar na construção de Brasília

acabou permanecendo na cidade após a conclusão das obras. Esses trabalhadores vieram de todas as partes do Brasil e, talvez, isso explique a preferência dos torcedores de Brasília por times de outros estados. Para o torcedor do Gama, Felipe Malcher, 22 anos, existem fatores importantes no afastamento do público. “Como os times estão fora das principais séries do futebol nacional, não jogam durante o ano inteiro. Os estádios estão caindo aos pedaços e até as torcidas organizadas afastam os torcedores de bem”, explica. Para o ex-jogador do Ceilândia, Julio César Rodrigues, 23 anos, a falta de oportunidades e investimento também se faz presente na carreira do atleta. “Muitas vezes os jogadores se acomodam com o clube e os baixos salários recebidos, já que, em alguns casos, os clubes exigem multas de valores elevados pela rescisão do contrato”, conta.

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Foto: Guilherme Pereira

Falta de estrutura, baixos salários, ausência de público e brigas ofuscam o espetáculo do futebol brasiliense

Queda livre O Brasiliense, conhecido como Jacaré, foi criado em 2000 e abocanhou proezas e recordes no Distrito Federal e no Brasil. Dois anos após a sua formação, o time foi vice-campeão da Copa do Brasil. No cenário local, o clube de Taguatinga é o terceiro com mais taças no DF, atrás somente dos veteranos Gama e Brasília. Já o Gama, fundado por um grupo de desportistas que costumava passar o tempo discutindo futebol no Boteco do Zé, no Setor Central da cidade, ganhou seu primeiro título brasiliense em 1979. Teve uma passagem de quatro anos pela Série A – de 1999 a 2002. Em 2004, foi vice-campeão da Série C. De 2005 a 2010 o time oscilou entre as séries B e C. Desde então o time amarga a posição na Série D. Por outro lado, o Brasília,

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fundado em 1975, é o clube de futebol profissional mais antigo em atividade no Distrito Federal, e que mais vezes disputou a Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro, com sete participações. Seus principais títulos são uma vitória na Copa Verde em 2014 – que dará acesso à disputa da Copa Sul-Americana em 2015 –, e oito Campeonatos Brasilienses. Invisíveis Por serem as receitas da TV – quando uma emissora compra os direitos de transmissão dos campeonatos e repassa a verba para os times – a principal renda de parte dos clubes brasileiros, Brasiliense e Gama, por exemplo, acabam ficando em situações financeiras muito delicadas. Esses clubes, por não disputarem divisões profissionais dos campeonatos mais

importantes, ficam praticamente fora do cenário esportivo brasileiro. Acabam esquecidos, não apenas nas transmissões de jogos, mas também nos programas esportivos. A opinião do torcedor do Brasiliense Maycon Santos, 21 anos, reflete a relação do futebol com os meios de comunicação no DF. “Infelizmente a mídia não faz questão de mostrar jogos locais, só divulga quando há um clássico. O resto das notícias são dos times de São Paulo e Rio de Janeiro”, reclama. Segundo Paulo Henrique Lorenzo, diretor de futebol do Brasiliense, é necessário o apoio da Federação Brasiliense de Futebol e da mídia local. “A federação não ajuda em nada e a mídia não dá destaque para os times. A Rede Globo compra o Campeonato Brasiliense e fala dele em pouco mais de um minuto, num programa de 20 minutos”, sentencia.

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Esportes Inclusão

Cegos superam limites com iniciativa social. Sentidos aguçados e peças adaptadas contribuem para desenvolver raciocínio Igor Barros Rei, rainha, bispos, cavalos, torres e peões. Não se sabe ao certo onde e nem como surgiu o xadrez, já que existem várias fábulas, mitos e lendas sobre a criação do jogo – a mais aceita é a de que foi criado por volta do século V, na Índia. O esporte que utiliza a mente e mescla estratégia, inteligência e habilidade é jogado com tabuleiro, peças e regras adaptadas, para atender às necessidades de cegos e deficientes visuais. Em Brasília, a modalidade é oferecida por meio de um projeto social no Centro de Ensino Especial para Deficientes Visuais (CEEDV), que fica na 612 Sul. Criada no ano de 2007 pelo coronel da Aeronáutica Marcelino Brandão, a iniciativa do xadrez para cegos surgiu paralelamente a uma de ciclismo, e tinha no seu auge cerca de 30 alunos. Hoje, a parte de xadrez é gerida pelo professor Davi da Silva, 41 anos. Já o ciclismo ficou sob a responsabilidade da ONG Rodas da Paz. Após a morte

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do coronel, em 2013, o projeto perdeu força e atualmente atende apenas cinco alunos regulares. Para Davi, a maior vantagem de aprender xadrez é que o jogo é bastante democrático. “Não é preciso ter uma característica específica para a prática desse esporte, qualquer pessoa sendo cega, deficiente visual ou não, pode jogar xadrez, só é preciso ter vontade e dedicação para aprender e sempre se aprimorar”, afirma. Pelo toque O xadrez para deficientes visuais conta com regras e peças adaptadas. O tabuleiro possui as casas pretas mais altas do que as brancas e as peças pretas possuem um pino no topo para diferenciação. No modo tradicional, o jogador não pode mudar a jogada depois de tocar na peça, já no xadrez para cegos a “visão” dos jogadores está nas mãos. Para facilitar

o re con he ci mento, cada jogador possui seu tabuleiro. Para concluir uma jogada é preciso descrevêla em voz alta, por isso quase todas as partidas são gravadas e podem ser consultadas em caso de dúvidas. Participante da iniciativa, o estudante Gabriel Soares, 20 anos, aprendeu a jogar com os colegas na época do ensino fundamental e desde 2009 vem se aperfeiçoando com a ajuda do projeto. “Meus amigos sempre falavam muito bem do xadrez e isso me incentivou a procurar e a estudar o esporte.”

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Atualmente ele recebe uma bolsa atleta de R$ 400 pela Universidade de Brasília. Para lamentar Portador de uma doença que causa a degeneração da retina, o atual bicampeão brasiliense de xadrez para deficientes visuais, professor de matemática aposentado Leonardo Junqueira, 48 anos, morador de Valparaíso de Goiás (GO), perdeu completamente a visão em 2007. Ele participava da iniciativa no CEEDV, mas devido à distância e à dificuldade de locomoção abandonou o projeto. Leonardo conta como o jogo de tabuleiro o ajudou a superar e aceitar as dificuldades impostas pela

sua doença. “No xadrez, a gente é estimulado a sempre prever os lances dos adversários, então como minha doença é degenerativa e eu sabia que em algum momento da vida perderia completamente a visão, o jogo me ajudou a sempre estar um passo à frente”, conta. Em 1999, quando era professor, Leonardo criou um projeto chamado Xadrez na escola no Centro de Ensino Médio 404, em Santa Maria. A unidade não tinha recursos para comprar as peças. Com criatividade, Leonardo, em parceria com alunos, decidiu fabricar os jogos com material reciclável. O projeto deu tão certo que acabou conquistando, em 2001, o Prêmio Grupo Ciência na categoria nacional.

Leonardo conta com orgulho e saudosismo sobre seu antigo projeto. Para ele, as aulas de xadrez eram um importante instrumento pedagógico no desenvolvimento do processo de ensino e de aprendizagem. “Os alunos desenvolviam o raciocínio lógico e aumentavam o poder de concentração, o que refletia sempre em boas notas”, lembra. Infelizmente o projeto não existe mais. Segundo a direção da escola, após a aposentadoria de Leonardo, os professores substitutos não tinham a mesma dedicação no ensino do xadrez, o que acabou ocasionando a falta de interesse dos alunos. Foto: Andressa Guimarães

Relevo em tabuleiro e extensão em peças pretas é o grande segredo do xadrez para pessoas com cegueira total ou parcial

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Guia Viagem

Viajar de ônibus, dormir em albergues, pedir carona. Há várias maneiras de aproveitar sem gastar um tostão Filipe Cardoso e Isabella Coelho Graças à internet, ao senso de coletividade e colaboração das pessoas, fazer uma viagem – até mesmo para outros continentes – deixou de ser luxo. Com disposição e coragem, as formas de viajar e não gastar nenhum tostão são muitas. Confira algumas abaixo:

Por Água

Por Ar

Por Terra

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Que tal ser pago para viajar? Para aqueles que falam inglês, empresas

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A Força Aérea Brasileira (FAB) faz constantemente vôos em missões

para transportar oficiais, cargas e equipamentos entre vários estados do país, e quando a capacidade das aeronaves não é completamente preenchida a FAB cede vagas para qualquer cidadão brasileiro. Basta colocar o nome na lista de espera disponível no 6º Comando Aéreo Regional (Comar), que fica no Guará. Para quem quer uma viagem tranquila, com menos trabalho, e para destinos comuns, algumas opções são: House Sitting: O viajante cuida da residência de outra pessoa enquanto ela está fora. As atividades incluem tarefas simples como alimentar bichos de estimação e regar plantas. Couch Surfing: Essa prática implica em se hospedar na casa de moradores em determinados locais. É possível requisitar ou oferecer quartos ou sofás. Esses exemplos servem como inspiração. Se você quer viajar sem gastar dinheiro ou desembolsando muito pouco, basta ter a mente aberta e vontade de explorar o mundo.

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Foto de fundo: Webert Cruz

A velha prática de esticar o polegar na estrada e pedir carona ganhou uma versão digital. O grupo “Conexão Chapada-BSB” no Facebook tem quase 23 mil membros e se destina somente a isso: conseguir ou oferecer caronas para as comunidades da região da Chapada dos Veadeiros. Existem muitos grupos do tipo em redes sociais, onde dá para conseguir boas caronas de uma forma mais segura.

como a Carreira a bordo e a Work at Sea recrutam pessoas dispostas a trabalhar em cruzeiros em várias áreas, de fotógrafos a garçons. As vagas sempre têm como benefícios quartos nos navios, alimentação e o salário gira em torno de R$3.200 a R$5.720, além de gorjetas. O canadense Justin Louis viveu essa experiência. Ele trabalhou em um cruzeiro e conta que o periodo foi incrível. “Saindo da Flórida, pude conhecer a costa oeste dos Estados Unidos, vários países europeus na costa do Mediterrâneo e a Austrália”, descreve. Antes de embarcar, Justin precisou fazer um curso obrigatório para tripulantes, que incluía sobrevivência no mar. “Esse foi meu único gasto, que logo paguei com meus salários e gorjetas como fotógrafo”, pontua.


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