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O calendário divino

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Evento é vento!

Evento é vento!

Pr. Julio Oliveira Sanches

Considerando o que Moisés escreveu em Deuteronômio 29.29, não nos cabe especular sobre o tempo da segunda vinda de Cristo. Mas, quando ocorre um transtorno na Natureza, a mente humana tenta especular sobre os desígnios de Deus. Um terremoto na Turquia e na Síria serve como sinal, para alguns, como aviso de que Jesus está voltando. Surgem profecias tentando estabelecer uma data específica para o retorno do Senhor.

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Após a ressurreição, Jesus foi questionado pelos discípulos sobre o tempo da restauração de Israel (Atos 1.6-7). Jesus diz-lhes que o Pai tem um calendário pré-estabelecido para todos os acontecimentos do Universo criado. Aos discípulos, naquele momento, não interessava saber quando o Pai havia de cumprir o que havia estabelecido pelo Seu próprio poder. Aos discípulos cabia a obrigação de continuar a obra iniciada pelo Mestre. Receberiam o poder do Espírito Santo e, assim capacitados, levariam as boas novas a todo o mundo (Atos 1.8).

Deus não tem pressa em agir. Poderia ter criado o Universo num átimo de tempo, mas, preferiu trabalhar seis dias. Poderia ter enviado Jesus como Salvador do homem pecador, logo após o pecado cometido pelo primeiro casal. Mas, preferiu esperar a plenitude dos tempos, para fazê-lo (Gálatas 4.4-5). Essa plenitude dos tempos é um desafio para a mente humana. Um olhar nas ações divinas, registradas na Bíblia, comprovam o agir silencioso e preciso do Senhor. O salmo 90.4-6 registra com precisão esta verdade divina “Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou. Como a vigília da noite, tu os levas como correntes de águas; são como um sono, são como a erva que cresce de madrugada, de madrugada cresce e floresce; à tarde corta-se e seca.”

Abraão entrou em Canaã 645 antes do Êxodo. Desde a criação até o diluvio temos 1656 anos. O povo que desceu ao Egito sob o comando de Jacó era 70 almas. Passou no Egito 430 anos para formar um povo (Atos 7.6). Foram mais de 400 anos para fazer de 70 almas um povo numeroso, que atravessou o Mar Vermelho em seco. Logo após atravessar o Mar, os israelitas foram atacados pelos amalequitas. Deus jurou a Moisés que os amalequitas seriam exterminados. No reinado de Saul, centenas de anos depois, Deus diz a Samuel que havia se lembrado do que Amaleque fizera ao Seu povo. Samuel incumbe Saul de se vingar e destruir os amalequitas. Saul cumpre parte da ordem recebida. Preserva as melhores presas, prende Agague e volta feliz a Samuel dizendo que havia cumprido a ordem. Ao ouvir o balido das ovelhas, Samuel diz a Saul que o obedecer era melhor do que sacrifícios. Mata Agague, lembrando-lhe o que os seus antepassados fizeram com o povo escolhido. Deus não se esquece e sua vingança é terrível.

Deus usou 40 anos no deserto para fazer do povo uma nação com leis e estatutos perfeitos. Moisés diz ao povo que Israel era um povo especial. A começar por ter Deus como Senhor. Suas Leis e estatutos são especiais. É o único povo que possuía Leis e estatutos claros, cujo cumprimento era possível, porque as orientações divinas sempre foram claras e objetivas.

Aos escrever Deuteronômio 4.6-9, o grande líder recomenda que tais verdades sejam passadas aos filhos. Israel esqueceu dessas verdades simples e pagou alto preço pela desobediência.

Hoje, ante um pequeno terremoto, pessoas que não atentam para toda a mensagem bíblica “profetizam” o fim dos tempos. Incorrem no pecado de não atentar aos avisos de Jesus. “Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane. Porque muitos virão em meu nome, dizendo: eu sou o Cristo, e enganarão a muitos…” (Mt 24.5). Estamos vivendo a época em que aventureiros dizem: “eu sonhei, tive uma visão, Deus me falou; é o fim dos tempos.” Para aqueles que sucumbiram nos escombros dos terremotos ou nos deslizamentos das encostas dos morros, por negligência de governos ladrões e corruptos, que consomem o erário em benesses milionárias, esquecidos dos miseráveis que não tem outra alternativa a não ser construir em locais previamente condenados, o fim já chegou há muito tempo. É difícil imaginar como será o julgamento divino sobre tais governos corruptos e os que o apoiam, no dia do juízo final. Deus, que não esqueceu as injustiças dos amalequitas, após centenas de anos, jamais esquecerá o que ocorre hoje.

A volta de Cristo ainda está longe. Resta a recomendação de Hebreus 4.7. Hoje é o dia de voltar-se para Cristo. n

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