PALAVRA DO PRESIDENTE
Ano de grandes desafios e oportunidades para o mercado de reposição A realidade e as perspectivas da reposição independente. A matéria de capa da primeira edição do ano da Revista Asdap não poderia ser outra. Afinal, é a partir deste ano que, com a diminuição da venda de carros novos, vivenciaremos mais intensamente o crescimento da reparação. Atualmente, o Brasil é um dos países em que menos se gasta com manutenção, o que deve mudar gradualmente nos próximos anos, quando a frota circulante de hoje estará em plena necessidade de manutenção. É fundamental estarmos atentos aos movimentos e tendências do mercado e buscarmos alternativas de atualização e conhecimento para mantermos nossas equipes de trabalho motivadas e qualificadas frente aos desafios de 2016. Aliás, este é um dos enfoques trazidos por esta edição para quem quer obter melhor desempenho nos negócios e nas organizações. Por isso, a Asdap orgulha-se de estar sempre investindo em oportunidades de capacitação e treinamentos para os seus associados. Cabe destacar ainda a última matéria da série sobre comércio eletrônico, que fala sobre a importância de contar com uma equipe de apoio para implantar uma nova operação de e-commerce, e as expectativas para a 38ª temporada da maior categoria do automobilismo brasileiro, a Stock Car. Em Retrovisor, o robusto e luxuoso Ford Galaxie, um ícone dos grandes automóveis que marcaram época no mercado brasileiro.
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Vale conferir também as novidades do setor automobilístico trazidas pelo jornalista Cezar Bresolin, ficar atento às mudanças previstas pela contadora Daisy Machado para ocorrer ao longo de 2016 e as notas de mercado. Henrique Steffen Presidente
Diretoria Executiva Henrique Steffen Presidente (presidencia@asdap.org) Rogério Mendes Colla Vice-Presidente (vicepresidencia@asdap.org) Flávio Telmo Diretor Administrativo (administrativo@asdap.org) Ricardo Krolikowski Diretor Financeiro (financeiro@asdap.org) Conselheiros Celso Zimmermann, e Fernando Bohrer Suplentes Marcelo Zambonin e Silvio Cohn Assessor de Imprensa Cristina Rispoli d’Azevedo, R & A Comunicação Associação Sul-brasileira dos Distribuidores de Autopeças (ASDAP) Rua Domingos Martins nº 360, sala 403, Centro - Canoas/RS Site: www.asdap.org E-mails: revista@asdap.org Telefone: (51) 3059-8034 Conselho Editorial Celso Zimmermann, Henrique Steffen, José Alquati, Silvio Cohn e Thiago Alves
A Revista ASDAP é editada pela empresa Esporte Motor. Editor: Claudio Fontoura Editor Reportagem: Rosangela Groff Diagramação: Carlos Rema Revisão: Daniele Alves Inácio Ilustração de Capa: Freepik.com Impressão: Gráfica e Editora Palotti Circulação e Distribuição: Gratuita e circula nos Estados de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. As matérias assinadas da edição são de inteira responsabilidade de seus autores. Proibida a reprodução total ou parcial dos textos sem autorização do veículo ou autor. O conteúdo dos anúncios é de inteira responsabilidade das empresas ou criadores que os publicam.
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Sucesso da empresa depende de comprometimento do capital humano
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Divulgação
FORMAÇÃO
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o realizar uma análise crítica sobre o ano de 2015 constata-se que ele foi conduzido com altas taxas de juros, inflação elevada, dólar batendo recordes que há muitos anos não alcançava, desencadeando insegurança para as tomadas de decisão. Ficou claro que é uma bola de neve, e que alguns setores sentiram mais que os outros, mas a maioria de alguma forma foi afetada. Hoje, empresários do segmento de distribuição e varejo de autopeças, assim como o setor de reparação, consideram necessário encontrar alternativas para enfrentar o cenário econômico e buscam iniciativas que tragam bons resultados aos negócios, como a capacitação de seus profissionais. Segundo a administradora de empresas, Viviane Kelly dos Santos, com MBA em Gestão Estratégica de Negócios, durante o ano de 2015, o setor de autopeças iniciou com perspectivas nada favoráveis, em que o panorama teve uma queda em torno de 15% nas vendas entre janeiro e novembro e os investimentos tiveram os menores números dos últimos cinco anos. “Já para o setor específico de varejo de autopeças a retração deu início em 2014, mas mesmo com poucas expectativas de mudança se ouviu muito falar que no ano de 2015, o setor se reinventou. No setor de distribuição, o ano passado foi desafiador, quando o mercado exigiu um novo modelo de distribuição”, analisa. “Mas em se tratando de mudanças, como reagem os gestores desses setores? Se a tomada de decisão estratégica não tem sido fácil, como ainda pensar no capital humano e continuar mantendo equipes qualificadas e motivadas para o ano de 2016? Quando falamos
Para Viviane, é preciso estar claro o papel de cada indivíduo
de equipes qualificadas e motivadas, se torna cada vez mais importante entender e saber influenciar no desempenho da equipe, pois é evidente que o sucesso de qualquer empresa ou setor depende do comprometimento e envolvimento do capital humano”, especifica. De acordo com a especialista, é uma simples conta matemática. “Conhecer muito bem a equipe, entendendo as limitações de cada um para poder extrair o que de melhor cada um tem, somado ao conhecimento que se pode oferecer. E antes de qualquer coisa, precisa estar claro o papel e a responsabilidade de cada indivíduo dentro da equipe”, ressalta. Para Viviane, a qualificação muitas vezes é vista como um custo adicional, mas os resultados comprovam que na verdade é um excelente investimento. Ela cita Villela Matta, presidente da Sociedade Brasileira de Coaching, que indica que as pesquisas mostram que as organizações que investem na formação dos colaboradores alcançam maior produtividade, eficiência e lucratividade.
A administradora de empresas salienta que a capacitação de uma equipe está alinhada à motivação pessoal, pois uma qualificação gera incentivo na equipe, aperfeiçoando as competências e ampliando os conhecimentos para um excelente desempenho. “Sendo assim, o ano de 2016 está apresentando cenários incertos, mas trará um ano de oportunidades, no qual os gestores dos setores de distribuição e varejo de autopeças terão para passarem uma visão clara do que será possível para este ano a cada um de sua equipe. Oportunidade também de entender a capacidade de cada indivíduo e utilizar essa capacidade a favor de sua empresa, traçando metas específicas e que não sobrecarreguem ninguém. Oportunidade de qualificar e investir na equipe motivando a todos a alcançar resultados maiores, pois qualificação e motivação se concentram na interação entre a organização e os potenciais. O mais difícil não é ter uma equipe qualificada ou motivada, mas sim mantêla”, reforça.
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Dudu Leal
FORMAÇÃO
Qualificação é fundamental para enfrentar as exigências do mercado Conforme o diretor regional do SenaiRS, Carlos Trein, a qualificação do profissional é fundamental para o enfrentamento das exigências do mercado automotivo. Segundo ele, em 2015 houve uma retração de 26% no licenciamento de veículos comparado ao mesmo período de 2014. Considerando os dados da Anfavea, o setor automotivo fechou o ano de 2015 com 2,5 milhões de veículos licenciados e em 2014 fechou com 3,5 milhões. Trein salienta que uma das alternativas encontradas pelas montadoras para minimizar os efeitos da retração é antecipar os lançamentos, cuja alternativa contribui com o desenvolvimento de novas tecnologias tornando seu produto mais atrativo para o mercado e por consequência aumentando a demanda por qualificação profissional. Outro aspecto em relação à retração de mercado para a compra de veículos novos é a crescente demanda para a manutenção veicular que, consequentemente, resulta na constante busca da capacitação e atualização do profissional da área. “O mercado se modifica de forma muito dinâmica. A indústria automobilística possui grande importância na economia mundial e tem buscado constantemente o desenvolvimento de tecnologias visando aumentar a segurança veicular, redução dos índices de emissão de gases nocivos ao meio ambiente e diminuição do consumo de petróleo. Para que aconteça o desenvolvimento tecnológico é fundamental que ocorra o aprimoramento profis-
Trein: “Aprimoramento é necessário ao desenvolvimento tecnológico”
sional. No segmento de distribuição e varejo de autopeças, bem como o setor de reparação não é diferente, pois acompanham o desenvolvimento tecnológico e são responsáveis por manter a frota em circulação, que hoje representa mais de 41 milhões de unidades entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus”, observa. Para Trein, a capacitação é também um argumento de competitividade. “O desenvolvimento tecnológico demanda uma constante atualização. O tempo médio de reparação de um automóvel em 1970 era de aproximadamente 11 horas por carro, e estima-se que para 2020 será de 1 hora e meia. A necessidade do setor de pós-vendas é acompanhar a evolução tecnológica, mantendo-se competitivo e sustentável. Através dos cursos, como o do Senai-RS, tornase possível a atualização do profissional da área automotiva para que se mantenha no mercado de trabalho competitivo”, reitera. “É através da capacitação profissional que é possível executar as atividades
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previstas pelos fabricantes, seguindo normas e procedimentos técnicos, de qualidade, de produtividade, de preservação ambiental, de saúde e segurança no trabalho. Para tanto, o Senai-RS mantém parceria com as principais montadoras nacionais, que disponibilizam seus automóveis, ferramentas e equipamentos de ponta, os quais garantem a qualidade dos cursos ofertados pela organização”, afirma. Cursos e público O Senai Automotivo disponibiliza uma programação de cursos nas áreas de mecânica de veículos leves e pesados, mecânica de motocicletas, eletricidade de veículos leves e pesados, sistema de conforto e conveniência, funilaria, repintura automotiva e segurança do trabalho. “Destacamos o curso Técnico em Manutenção Automotiva com duração de aproximadamente dois anos. Este curso habilita ao profissional com as competências para coordenar processos de manu-
FORMAÇÃO
tenção e manter sistemas automotivos, planejando seu trabalho, seguindo normas e procedimentos técnicos, de qualidade, de produtividade, de preservação ambiental, de saúde e segurança no trabalho”, explica o diretor regional do Senai-RS. O técnico formado por esse curso tem condições de realizar a manutenção dos sistemas de suspensão, de direção e freios, de partida, carga e recarga, de conforto, conveniência e entretenimento, de sinalização e iluminação e dos sistemas de segurança; manter sistemas automotivos mecânicos e eletrônicos, realizando a manutenção dos sistemas de motores, transmissão e de gerenciamento eletrônico; coordenar a manutenção do sistema estrutural automotivo, orientando e monitorando os processos de manutenção, de remoção e instalação de tapeçaria, de vidraçaria, de funilaria, de pintura, além de prestar suporte técnico. “O Senai-RS está sempre atento às necessidades do mercado e podemos oferecer cursos de forma customizada de acordo com a necessidade de cada empresa. Nossa abrangência é em todo o estado, seja através de nossas unidades próprias Escolas Senai, ou através da nossa unidade móvel Caminhão Escola”, destaca Trein. Os cursos oferecidos pelo Caminhão Escola são: O Básico de Mecânica (50 horas), Básico Injeção Eletrônica (50 horas), Básico Mecânica Freios/Suspensão e Direção (60 horas), Básico Eletricidade Automotiva (40 horas), Ferramentas de Diagnóstico (24 horas) e Básico Suspensão e Geometria (45 horas). Quanto ao dinamismo do mercado, Trein afirma: “O que sempre existiu e continuará existindo é a necessidade de reparação em autopeças como amortecedores, molas, buchas, articulações de suspensão, bateria, sistema de carga e partida (alternador e motor
de partida), correias, escapamento (abafadores, catalizadores, buchas e coxins), sistema de embreagem (disco, prensa, rolamento e atuadores) filtros, sistemas de freios (pastilhas, discos, tambores, lonas e cilindros), lâmpadas, óleos do motor e transmissão, pneus e rodas, som e alarme, entretenimento e navegação, velas de ignição e outros, esses são itens que requerem manutenção ou atualização periódica”. “Para atender a essa demanda, o público do Senai-RS na área automotiva é bastante variado. São pessoas que querem ingressar no setor de pósvendas ou que já fazem parte do setor,
tais como chefe de oficina, eletricista de automóveis, mecânico de automóveis, orçamentista, consultor técnico, líder de oficina, líder de mecânica, chefe de recepção técnica, instrutor técnico comercial, instrutor de treinamento, gerenciador técnico de frota, perito de seguros automotivos, técnico mecânico de manutenção automotiva, inspetor de qualidade, inspetor, supervisor de serviços automotivos, consultor comercial de autopeças, gerenciador técnico de frota, técnico automobilístico, analista de qualidade de serviços automotivos e vendedor técnico”, enumera.
Caminhão Escola oferece diversos cursos e atua em todo o Estado
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TECNOLOGIA
E-commerce: a importância de uma equipe de apoio
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a sequência das reportagens sobre o comércio eletrônico, esta edição da revista Asdap aborda em sua última matéria considerações finais a respeito da implantação de uma nova operação de e-commerce, seja ela independente ou acoplada a uma loja física pré-existente. Para desenvolver essa atividade digital, é preciso prestar atenção em alguns detalhes no decorrer do processo e nas características finais, como a gestão de crise e o apoio jurídico à prática de vendas pela Internet. “Vale dizer que cada detalhe é importante. Em uma época em que cada vez mais o varejista se vê pressionado por diversos fatores, sejam eles fiscais ou consumeristas, o caminho apresenta desafios, e para vencê-los é preciso estar preparado”, alerta o advogado Filipe Pereira Mallmann, que atua no Direito Digital e é presidente da Comissão Especial de Direito da Tecnologia da Informação (CEDTI) da OAB/RS. Conforme o advogado, para que seja possível a implantação da nova operação, que aparentemente é mais enxuta que a física, o lojista precisa formar o seu time de profissionais de apoio. “E será essa equipe que dará respaldo à gestão da loja no dia a dia”, reforça. “O comércio eletrônico tem suas nuances, e diferentemente de um cliente que entra na loja e sai insatisfeito, o consumidor on-line tende a ser mais crítico, podendo causar um dano maior à marca no ambiente virtual. Um problema localizado e de simples resolução pode facilmente se tornar um problema generalizado e global após a viralização de uma reclamação pela Internet. Estar preparado para momentos de crise faz toda a diferença”, enfatiza Mallmann. Segundo ele, muitas empresas
optam por contratar uma agência de publicidade para tratar desse tipo de assunto. “Todavia, normalmente só as maiores estão preparadas para resolver esse problema, e mesmo assim, podem pecar pela distância e desconhecimento do caso específico que gerou a crise, lidando com o consumidor através de respostas genéricas pelas redes sociais, o que só agrava mais a situação”, adverte. “Para os empresários que querem reduzir o custo da operação, quando assumimos a consultoria para um projeto, auxiliamos a escolher a melhor pessoa dentro da empresa para se responsabilizar pela gestão de crise e treinamos a equipe para que alcance a efetiva redução de danos on-line. Aliado a isso, disponibilizamos um canal direto para contato a fim de auxiliar na solução do problema desde o início. Na Internet, cinco minutos podem causar danos irreparáveis. É preciso ser ágil”, reitera. Contabilidade “Este é mais um ponto que deve ser encarado com seriedade”, aponta Mallmann. “Muitas empresas que decidem implantar o comércio eletrônico aliado ao varejo físico já contam com assessoria contábil da outra operação. Infelizmente, nem todos os escritórios estão preparados para esse novo mercado”, frisa. “É preciso contratar uma equipe ou escritório externo contábil afiado nas lidas dos negócios digitais”, complementa. “Questões que dizem respeito só ao e-commerce têm surgido a cada dia, e escritórios que não estão acostumados com esse tipo de procedimento podem gerar desempenho inferior para o cliente. Abordagens pontuais como a aprovação da Emenda Constitucional 87/ 2015, que alterou a forma com que o ICMS é recolhido, por exemplo. Ques-
Alysson Mainieri - OAB/RS
“Estar preparado para momentos de crise faz toda a diferença. E é preciso escolher a melhor pessoa dentro da empresa para ser responsável por essa situação”, aconselha Mallmann tões como essa causam pânico e muita dor de cabeça. Para a maioria de nossos clientes do ramo de e-commerce, sugerimos as alterações na operação e até mesmo na plataforma. Nos preocupamos em manter a empresa sempre saudável e apta a operar, e muitas vezes avocamos para nós responsabilidades extras no sentido de garantir que tudo ocorrerá da melhor forma possível”, analisa. Jurídico “Busque um corpo jurídico espe-
cializado em e-commerce. Apesar de poder não parecer, com esta escolha é possível alcançar o melhor custo e benefício. Os escritórios segmentados nessa área têm expertise em liderança de equipes, multidisciplinaridade, grande conhecimento em tecnologia e legislação específica, aptidão para mediação de conflitos. Não basta atuar apenas no contencioso, depois que o caso já se tornou uma briga judicial. É preciso agir antes, evitando que o problema tome proporções maiores, trabalhando ainda para suprir a necessidade do consumidor e convertendo-o em um entusiasta da marca”, argumenta Mallmann. O advogado vai mais além e responde se, em termos de custo-benefício, não sai mais em conta manter uma equipe jurídica interna. “A minha resposta é: depende. Se nós estivermos falando de empresas como Ponto Frio, Extra e Submarino, pode até ser. Entretanto, mesmo as grandes costumam deixar o trabalho segmentado para escritórios especializados. No tocante ao pequeno e médio varejista, a resposta é definitivamente não, tanto para custo, quanto para benefício. Isso por que o setor jurídico interno nesse tipo de operação corre o risco de virar uma ‘clínica geral’. Na ânsia por aproveitar o setor, este fica responsável por tudo que acontece na empresa, muitas vezes sem o conhecimento adequado para atender com propriedade as questões específicas do e-commerce”, considera. “Ademais, o fluxo de problemas, que acaba gerando a experiência, não costuma ser tão grande. A vantagem de escritórios como o nosso, que trabalham no dia a dia com inúmeras empresas de e-commerce, é que vemos muita coisa na prática. Acabamos resolvendo problemas de diversos lojistas, de pequenas e grandes proporções, e isso acaba sendo replicado em prol dos demais clientes que atendemos”, finaliza.
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A realidade e perspectiva da reposição independente 14 - Revista da Asdap l Novembro/Dezembro 2015 l Ano 4 l Número 19
Arquivo Pessoal
MERCADO
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ma nova concepção de conceitos na reposição automotiva deverá ganhar valor a partir de 2016, quando vivenciaremos mais intensamente o crescimento da reparação. A bonança deverá chegar mesmo em 2020, quando a frota circulante de hoje estará em plena necessidade de manutenção. No Brasil, temos 60,7 milhões de condutores habilitados, 42 milhões de veículos leves e comerciais com uma idade média na faixa dos oito anos. É um dos países em que menos se gasta com manutenção. Se comparar a frota brasileira com a alemã, que quase se equivalem em quantidade, em relação à manutenção por veículo, na Alemanha são aplicadas três vezes mais do que no Brasil. A análise feita por José Alquati, consultor especialista em reposição automotiva e gerente operacional da Pegasus Autopeças, evidencia uma encruzilhada com relação a uma definição quanto à demanda de autopeças para o período. “Há informações de toda ordem e nenhuma apresenta uma diretriz segura. É neste momento que a lógica deve prevalecer. Se observarmos que o aumento da frota foi impactante em um período muito curto com relação ao tempo em que a indústria montadora está instalada no país, verificaremos que se criou uma bolha na formação da frota atual”, indica. Segundo Alquati, dos quase 60 anos de produção, a indústria proporcionou o aumento da frota em 120 % em apenas dez anos. “Há ainda que se considerar que o carro novo está nas mãos de uma geração de consumidores de-
sabituada aos mais tradicionais critérios de manutenção preventiva. Quando muito, fazem as revisões obrigatórias da garantia, e, ainda, as concessionárias têm que alertar que vai expirar o período de cada fase. A maioria não cumpre estas obrigações. Os carros são de longa vida e só receberão atenção quando surgirem as necessidades não previstas”, considera. De acordo com a Fenauto (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores), as vendas de usados ficaram estáveis em 2015. Os modelos mais procurados ao longo do ano foram aqueles com até três anos de uso, cujas vendas subiram 33,6% ante 2014. “Isso é um indicador positivo para a reposição independente”, ressalta. Conforme Alquati, 2020 promete ser muito bom em todos os sentidos para a reposição automotiva independente. “Os serviços de manutenção crescerão, o que beneficia principalmente varejo e reparação, e acrescentase a complexidade dos serviços e consequentemente dos componentes que estão aumentando em proporção superior ao bom momento do negócio”, salienta. Na frota circulante de hoje, há uma significativa parcela de veículos produzidos entre 2007 e 2010. Estes veículos possuem componentes que, mesmo sendo velhos conhecidos pelo tipo e funcionamento, foram produzidos de acordo com as exigências do avanço tecnológico. Portanto, é grande a dificuldade de serem encontrados os conjuntos e componentes para reposição, até mesmo porque os estoques ainda não estão identificados com o giro destes itens novos.
“Os serviços de manutenção crescerão, o que beneficia varejo e reparação, e acrescenta-se a complexidade dos serviços e dos componentes que aumentam em proporção superior ao bom momento do negócio”, afirma Alquati
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MERCADO
Análises e vendas mais demoradas As vendas estão mais demoradas em virtude do tempo de pesquisa sobre determinado item, além do que o aplicador muitas vezes está levando a peça em mãos até o fornecedor para comparar e decidir pela aquisição com a menor possibilidade possível de erro. Acrescentamse ainda as dificuldades em fazer a análise e definir um diagnóstico sobre os problemas destes veículos que estão mudando o costume padrão do atendimento rápido e do orçamento gratuito. Tudo isso aumenta a dificuldade de conviver com o bom momento da reposição, pois os empresários estão cada vez mais se queixando de cansaço, além das dificuldades de contratar mais colaboradores. Está claro que há amplas oportunidades para o mercado de repo-
sição automotiva de hoje e também no próximo ano. “Mas o que acontece que os resultados não aparecem? Investimentos foram necessários nestes últimos dez anos, tanto no varejo quanto na reparação. Isso significa dizer que as empresas tiveram gastos maiores para se equiparem e se adaptarem não só às tecnologias embarcadas, mas também às exigências legais, principalmente nas fiscais e tributárias”, especifica. A partir de 2016, a reposição independente inicia o ciclo ideal para o negócio considerando-se ainda que a produção de veículos novos, que teve significativo declínio até 2015, entrará em ritmo moderado até 2018. “Quem ganha com isso são os varejos e os aplicadores independentes”, indica.
Componentes são produzidos segundo exigências do avanço tecnológico
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Componentes importados, atenção redobrada Alquati destaca que as empresas da reposição precisam prestar mais atenção em relação aos produtos importados. Ainda será mais do que necessário a utilização de componentes importados. Mais do que nunca dedicar atenção para a qualidade. “Diversas marcas existem e outras tantas surgirão, umas boas e com reputação em relação ao fabricante e ao importador, outras com qualidade comprometedora para a qualidade dos serviços e garantia”, observa. Segundo o especialista em reposição automotiva, será fundamental saber o que usar para ajustar os estoques, considerando também as diferenças regionais e segmento, além das mudanças nos padrões de compra dos consumidores e as flutuações nas partes do veículo de um fabricante para outro. “Usando as informações e as ferramentas certas, facilitará para entender essas tendências de mercado, que muito contribuirão para ajudar as empresas da reposição independente, nos próximos dias”, aposta. “Para além, podemos dizer que a frota deve continuar crescendo em média 4% ao ano. Deverá haver um aumento de investimentos em manutenção por veículo, mudanças no comportamento do consumidor em relação à manutenção preventiva e segurança e ainda uma expectativa de retomada do controle técnico ambiental”, conclui.
ADMINISTRAÇÃO
2016 mudanças chegando por Daisy Machado 2016 está começando e o ano nos aguarda com várias novidades que estão ocorrendo e que irão ocorrer durante o percurso. Devem ser identificados, imediatamente, os problemas ocorridos nos cadastros de produtos pela entrada em vigor do CEST em abril, outra questão que também ocorre, é a alteração de alíquotas de ICMS, regra geral de 17% para 18%, pela entrada em vigor da responsabilidade de recolhimento partilhado do ICMS entre UF envolvidas de quem vende e não é contribuinte. Também, o RS se manifestou referente às operações de venda em balcão, em que o adquirente não contribuinte do imposto for de outra UF, ficou definido que deve ser considerado como operação interna quando tratar-se de pessoa física e a entrega da mercadoria ocorrer no momento da sua aquisição (Lv. I, artigo 27, «caput», nota). Tratando-se de SPED, o que está sendo anunciado é a IN 1612/2016, referente ao Regime Aduaneiro Especial de Entreposto Industrial sob Controle Informatizado do SPED (Recof – Sped), em seu artigo 2°, que permite à empresa beneficiária importar ou adquirir no mercado interno, com suspensão do pagamento de tributos, mercadorias a serem submetidas às operações de industrialização de produtos, partes ou peças destinados à exportação ou ao mercado interno, que passa a exigir como requisito de habilitação, conforme o artigo 15, escriturar o Livro de Registro de Controle da Produção e
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do Estoque Integrante da EFD, conhecido como Bloco K. Também é obrigatória a emissão da NFC-e (substituindo a Mod 2-D1) a partir de 01/2016 para as empresas que tiveram faturamento aci-ma de R$ 3.600.000,00 em 2015 e para quem inicia atividades neste ano; e em 07/2016 para as empresas que tiveram faturamento aci-ma de R$ 1.800.000,00, em 2015, não importando o regime tributário. Além disso, não podemos esquecer a Declaração de Substituição Tributária, Diferencial de Alíquota e Antecipação – DeSTDA (art. 174-A, II do RICMS), obrigação a partir de 01/01/2016, até 2015 era a GIA-SN, a declaração é nacional e deverá ser entregue mensalmente, ainda que o estabelecimento não tenha realizado qualquer operação sujeita ao imposto, deve ser informado na DeSTDA o ICMS devido, relativo à Substituição Tributária Interna e Interestadual, Antecipação Tributária sem encerramento e Diferencial de Alíquotas. Devem ser entregues até o dia 20, já referente a janeiro/2016, disponível no site do Simples Nacional. Está na hora de realizar o alinhamento das operações acessórias. (*) Contadora. Mais informações no site www.planper.com.br
Galaxie,
o robusto e luxuoso que conquistou uma legião de fãs 18 - Revista da Asdap l Janeiro/Fevereiro 2016 l Ano 4 l Número 20
RETROVISOR
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m 1967, mais precisamente no dia 16 de fevereiro, o primeiro Galaxie 500 saía da linha de montagem no Brasil. O carro já tinha chamado a atenção do público no final do ano anterior, no V Salão do Automóvel de São Paulo e marcou sua época por ser o primeiro automóvel de passeio nacional da Ford. A marca que já ocupava o território brasileiro desde 1919, até então estava dedicada à montagem de veículos e somente à fabricação de caminhões e utilitários. O Galaxie caiu “como uma luva” na planta nacional, pois atendia aos pedidos do público por um veículo confortável e moderno e que também poderia receber a mecânica dos utilitários que já circulavam por aqui, aliando assim economia em escala industrial e satisfação do cliente. O motor V8 272 de 164 cv e o câmbio de três marchas formavam um conjunto mecânico robusto e ao mesmo tempo macio, proporcionando um rodar confortável, mesmo nas pavimentações de péssima qualidade da época. Por fora, a carroceria grande com 5,40 metros de comprimento e 1,99 metros de largura (medido de maçaneta a maçaneta), os frisos de alumínio, contornando as caixas de rodas, nas laterais entre os recortes dos para-lamas e na grade dianteira. Os cromados dos para-choques conferiam ainda mais brilho ao elegante modelo, ao mesmo tempo grande e esguio. O desenho era em boa parte ressaltado pela frente com dois pares de faróis dispostos na vertical. A grade, em alumínio polido inteiriça com uma abertura horizontal central, acomodava as luzes de direção. No centro do capô do motor, ficava a inscrição Ford em quatro letras posicionadas separadamente e no
topo havia um elegante adorno, conhecido como mira, com três leões desenhados. Nos para-lamas dianteiros, apoiado no vinco da linha de cintura, havia um brasão com a inscrição Ford e os três leões dispostos na vertical. Na parte superior, ficava a antena elegantemente apoiada com um acabamento retangular cromado. A traseira elegante demonstrava claramente a grande “virtude” do portamalas: acomodar muita bagagem. O desenho mantinha a beleza dos cromados e adornos com a praticidade da tampa que chega até a altura do parachoque traseiro, facilitando o acesso ao compartimento. Boa parte da harmonia e beleza da traseira era proporcionada pelas lanternas vermelhas de formato quadrado, enfeitadas por um pequeno quadrado branco ao centro. Os contornos das lanternas eram destacados por um friso cromado, outro conjunto de frisos formava um grande retângulo que ultrapassava os limites da tampa traseira e chegavam às lanternas. Ao centro quatro letras formavam a inscrição Ford. Para acomodar as bagagens
muita simplicidade. Nada de forrações, carpetes ou tapetes, somente a parte interna da lataria pintada na cor do veículo. A carroceria trouxe pinturas em oito tons de cores. Os nomes traziam alusões a elementos espaciais: Vermelho Marte, Bege Terra, Verde Júpiter, Preto Sideral, Cinza Cósmico, Azul Infinito, Azul Ágena e Branco Glacial. Opcionalmente a capota poderia vir na cor Branco Glacial criando, assim, o efeito “saia e blusa”. As rodas, pintadas na cor da carroceria do veículo poderiam ser equipadas com duas opções de calotas. Uma pequena, que cobria o conjunto de porcas e prisioneiros, feita em metal cromado com pequenos detalhes em preto fosco vinílico com a inscrição Ford marcada três vezes no centro. A outra opção eram as chamadas “supercalotas” que cobriam as rodas por completo, feitas em alumínio polido com os rebaixos pintados em preto fosco vinílico e com o miolo em acrílico com fundo refletivo em vermelho. A tapeçaria era considerada um Galaxie Clube do Brasil / Divulgação
Cromados dos para-choques conferiam ainda mais brilho ao modelo Revista da Asdap l Janeiro/Fevereiro 2016 l Ano 4 l Número 20 - 19
show de beleza à parte. Os bancos inteiriços poderiam ser revestidos em vinil ou combinar a forração de tecido com vinil. Enfeites no tecido com faixas decoradas conferiam requinte à tapeçaria, tudo desenhado em relevo (chamado de “costura eletrônica”). Os assentos combinavam com as forrações de porta que ostentavam filetes cromados entre os materiais de forração. O interior poderia vir nas seguintes cores: preto, bege, azul ou vermelho, que combinadas com a carroceria formavam um leque com 52 possibilidades de tons. O painel mantinha a almofada dos instrumentos na cor dos estofamentos, assim como o vinil da parte superior do painel. O desenho também trazia detalhes, em costura eletrônica, formando gomos retos. Novas versões Em 1969, o Galaxie 500 ganhou seu primeiro “parente direto”, o Galaxie LTD, uma versão ainda mais confortável, com direito ao teto de vinil, um item que o seguiria até o final de sua jornada e se tornaria um dos acabamentos mais lembrados e emblemáticos da linha. Dois opcionais chegariam para a família Galaxie: o ar condicionado e o câmbio automático, que marcou época por inaugurar esta opção de transmissão entre os veículos nacionais. No quesito mecânica, enquanto o 500 manteve o conjunto, o LTD ganhou o novo motor V8 292 de 190 cv. Em busca de um público ainda maior, a Ford investiu em um novo segmento para seu grande veículo. Em 1970 chega ao mercado a versão básica do modelo, com o nome de Galaxie (sem o numeral 500) conhecido como Standard. Não possuía direção hidráulica, rádio, relógio ou ar condicionado. As calotas eram pequenas e cobriam apenas o conjunto de parafusos das rodas. Na aparência, era
Galaxie Clube do Brasil / Divulgação
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Galaxie Clube do Brasil reúne nos eventos admiradores do carro
ausente a maioria dos frisos. As laterais de porta acompanhavam a mesma tendência. A tapeçaria era obrigatoriamente na cor preta. O carpete era mais simples e foi estendido à toda linha. Com mais esse integrante, a família Galaxie seguiu com três veículos sobre a mesma plataforma, diferenciando-se apenas no acabamento e itens de conforto. No modelo LTD, abaixo do friso de contorno da carroceria, as chamadas “caixas de ar” eram pintadas em preto fosco vinílico. O carro ganhou o apelido de “faixapreta”. Em 1971, os carpetes foram diferenciados. O modelo básico ficou com o mais baixo e os outros com o mesmo oferecido até 69. A versão top de linha, o Galaxie LTD, perdeu sua “faixa-preta” e passou a se chamar LTD/Landau. O carro ganhou ainda mais conforto. A vigia traseira ficou menor e ele recebeu um adorno em formato de “S” na coluna traseira para lembrar as elegantes carruagens francesas de luxo chamadas Landau (a pronuncia em francês é “landô”, mas no Brasil a palavra ganhou o som de como se escreve). Na dianteira do capô, bem ao centro, havia a inscrição “LTD” que identificava o modelo. A linha inteira recebeu novas lanternas traseiras, o tradicional desenho quadrado com uma mira no centro foi trocado por outro de mesmo tamanho, mas com três gomos, uma alusão a outros modelos famosos da Ford americana como o Mustang. A esse tipo de lanterna foi dado o apelido
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de “capelinha”. 60 anos Em 1979, o modelo completou 60 anos de mercado brasileiro. Esteticamente o carro continuou o mesmo, mas importantes mudanças chegaram para a linha Galaxie. A saída do ar condicionado deixava de ser fixada abaixo do painel e passava a integrá-lo. Isso dava ao interior do veículo um aspecto ainda mais luxuoso, uma vez que o espaço ficava otimizado e a aparência mais limpa. A elétrica do carro também mudou e contava com ignição eletrônica em substituição do sistema de condensador e platinado, melhorando assim a queima das velas e também o rendimento do carro. O Landau passava a ser oferecido na versão movida a álcool. Era o primeiro carro do mundo com essa versão. O fato histórico ficou marcado com a entrega de um Landau ao então presidente da República, o general João Figueiredo. Para comemorar os 60 anos da Ford no Brasil foi lançado um Landau denominado SE (Série Especial). Foram apenas 300 unidades e todas na cor Vermelho Scala. Nessa data, também despediu-se da linha de produção o Galaxie 500, que em seu último ano ganhou uma nova pintura da grade, só contornada de cromo com o restante pintado em preto fosco vinílico.
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O final de uma grande história
Divulgação/Arquivo Pessoal
Em fevereiro de 1983, o último Galaxie Landau deixava a linha de montagem da Ford. Idênticos ao modelo 82, os 125 veículos produzidos nesse ano marcaram o fim de uma era. Oficialmente o carro foi substituído pelo Ford Del Rey, também luxuoso e confortável, um veículo que trazia uma realidade mais próxima do mercado da época. Porém em estilo, os Galaxies continuaram os preferidos para muita gente e por isso deixaram saudades e uma legião de apaixonados que mantêm até hoje os veículos em uso. De pai para filho Para o advogado André Torres Peixoto, de 35 anos, morador de Porto Alegre e membro do Galaxie Clube do Brasil, com sede em São Paulo, o que mais chama a atenção é a maciez e conforto do veículo ao rodar, a força e robustez do motor, que jamais o deixou “na mão” e a qualidade de construção do carro feito para durar muitos anos. Peixoto adquiriu um Galaxie LTD 1981 a álcool automático, em 2008, do seu pai, que foi o segundo dono. “O carro já estava na família desde 1986, quando ele comprou da primeira dona que morava em Tupanciretã, no interior do Rio Grande do Sul, e era praticamente “zero” (ela só usava o carro para ir ao salão de beleza e ao supermercado). Na época, meu pai possuía outro Galaxie Landau 1979”, relata. “Escolhi o Galaxie por causa da história que ele tem na família e por estar em ótimo estado de conservação. Meus pais sempre falam que quando eu estava na pré-escola eu dizia que o carro era meu e os colegas perguntavam
se era verdade para eles, o que acabou se tornando uma verdade, vinte e poucos anos depois”, salienta. “Estou muito satisfeito com o carro, não pretendo vendê-lo nunca”, reforça. Segundo o advogado, toda vez que ele sai com o automóvel chama bastante a atenção das pessoas que costumam se aproximar para perguntar sobre o veículo, principalmente o ano e qual o consumo. E essa paixão levou Peixoto a dividir experiências com outros simpatizantes do carro. “Apesar de gaúcho, resolvi apoiar a iniciativa do pessoal em criar o Clube do Galaxie em São Paulo por cultuarem o modelo específico. Infelizmente, não consigo acompanhar os encontros com os amigos do clube em razão da distância e de compromissos pessoais”, cita.
“Quando estava na pré-escola dizia que o carro era meu e os colegas perguntavam se era verdade para eles, o que acabou se tornando uma verdade, vinte e poucos anos depois”, salienta Peixoto.
Revista da Asdap l Janeiro/Fevereiro 2016 l Ano 4 l Número 20 - 21
COMPETIÇÃO
Rio Grande do Sul aguarda a Stock Car em abril
A
Stock Car deu o que falar em 2015. Grandes disputas e uma grande batalha pelo título que coroou Marcos Gomes o seu mais novo campeão. Agora, começa tudo de novo. A 38ª temporada da história da maior categoria do automobilismo brasileiro começa no dia 6 de março em Curitiba com a já celebrada Corrida de Duplas, em que os pilotos titulares convidam pilotos do mundo todo para uma disputa de 50 minutos – e que em 2015 trouxe convidados com sobrenomes Senna, Prost, Piquet e Villeneuve. O ano terá mais novidades, como o retorno de Londrina (PR), após três anos ausente da Stock Car, e a estreia
do novíssimo Circuito dos Cristais, na cidade de Curvelo (MG). O Rio Grande do Sul segue mais presente do que nunca no calendário, compondo a primeira metade da temporada. O autódromo do Velopark, em Nova Santa Rita, recebe a segunda etapa no dia 10 de abril. Será a primeira rodada dupla da temporada. Depois, a Stock Car segue para Goiânia e retorna ao estado gaúcho para correr em Santa Cruz do Sul, dia 5 de junho. E o veloz circuito de Tarumã, localizado em Viamão, é o palco da quinta etapa no dia 26 de junho. A Corrida do Milhão volta a acontecer em Interlagos, depois de dois anos ocorrendo em Goiânia. O tradicional autódromo paulistano recebe também
Duda Bairros
Fernanda Freixosa
De acordo com Slaviero, competição traz um nível altíssimo de pilotos e equipe 22 - Revista da Asdap l Janeiro/Fevereiro 2016 l Ano 4 l Número 20
a corrida final da temporada, em 11 de dezembro. Equilíbrio de forças De acordo com Mauricio Slaviero, diretor-geral da empresa Vicar que promove a competição, a Stock Car firmou-se há mais de 15 anos como a principal categoria do automobilismo brasileiro e tem sido frequentemente elencada como uma das principais categorias de carros-turismo do planeta, junto com o DTM alemão, com a V8 Supercars australiana e o BTCC britânico. “É uma categoria que atrai grandes patrocinadores pelo retorno de mídia que traz consigo devido ao acordo de transmissão com os canais Globo e SporTV. Além disso, traz um nível altíssimo de pilotos e equipes, o que aumenta a competitividade e o equilíbrio de forças”, salienta. Slaviero conta como é feita a organização de uma Stock Car. “A Vicar tem uma grande equipe de produção e técnica que trabalha sem parar. Da TV ou do autódromo, o expectador vê tudo bonito, alinhado, e os carros na pista de sexta a domingo. O trabalho de montagem começa bem antes de tudo isso, pelo menos com dez dias de antecedência. E pelo menos mais cinco dias na desmontagem. É um trabalho difícil, árduo, mas muito bem executado pela nossa equipe”, relata. “A Vicar tem uma expertise muito grande tanto na organização quanto na promoção de eventos esportivos, principalmente no esporte a motor. A Stock
Car é o nosso grande case, mas também temos categorias bem fortes nas quais trabalhamos como a Copa Petrobras de Marcas, o Campeonato Brasileiro de Turismo, a Fórmula 3 Brasil e o MercedesBenz Challenge”, especifica. Segundo Slaviero, atualmente as montadoras envolvidas na Stock Car são a Chevrolet e a Peugeot. São 21 corridas no total, divididas em um calendário de 12 datas, sendo nove delas em rodada dupla (duas corridas no mesmo dia). Em relação aos patrocínios, ele explica que são vários tipos de cotas envolvidas, cada uma com seu valor e dedicada à necessidade de cada cliente. Quanto aos custos, Slaviero disse que a Vicar não divulga os números envolvidos em verbas e investimentos.
Calendário das provas 1ª etapa - 6 de março: Curitiba (PR) - Corrida de Duplas 2ª etapa - 10 de abril: Velopark (RS) 3ª etapa - 22 de maio: Goiânia (GO) 4ª etapa - 5 de junho: Santa Cruz do Sul (RS) 5ª etapa - 26 de junho: Tarumã (RS) 6ª etapa - 17 de julho: Cascavel (PR) 7ª etapa - 11 de setembro: Interlagos (SP) - Corrida do Milhão 8ª etapa - 25 de setembro: Londrina (PR) 9ª etapa - 16 de outubro: Brasília (DF) /alternativo 10ª etapa - 6 de novembro: Goiânia (GO) 11ª etapa - 20 de novembro: Curvelo (MG) 12ª etapa - 11 de dezembro: Interlagos (SP)
Recorde de Recalls no Brasil... O ano de 2015 foi de recorde de Recalls no mercado automotivo brasileiro. Enquanto as vendas caíram, os problemas mecânicos aumentaram, registrando 116 chamadas de Recall e quase 3 milhões de veículos convocados. Segundo o PROCON, os Recalls que são as chamadas feitas pelas fabricantes de veículos para os compradores de automóveis irem até uma concessionária fazer o conserto gratuito de algum item
do carro que pode apresentar problemas, vêm aumentando de ano a ano. Em 2015 foram 116 campanhas de recall, contra 96 campanhas em 2014 e 72 chamadas de Recall em 2013. O equipamento que mais apresentou pedido de recall foi o airbag, atingindo 1 milhão e 368 mil veículos. Desde o início do levantamento, no ano de 2002, o PROCON registrou um total de 937 convocações no País.
Mercedes para comemorar os 130 anos do automóvel Para comemorar os 130 anos da criação do automóvel, a marca alemã Mercedes-Benz, desenvolveu uma série limitada do seu luxuoso modelo S. É o Mercedes AMG S63 Cabriolet Divulgação
Edition 130. O primeiro automóvel que a história registrou foi o Benz PatentMotorwagen, criado em 1886 pelo alemão Karl Benz. Já o Mercedes comemorativo aos 130 anos do carro, tem revestimento interno em couro vermelho ou preto com cinza, apliques de fibra de carbono, rodas em tom escuro, além de plaqueta numerada no console e chaveiro específico, identificando a edição de 130 exemplares, que mantém o motor V8 biturbo com 585 cv de potência e tração integral nas quatro rodas.
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Audi lidera no mercado de luxo Com um crescimento de 38% nas vendas em 2015, a marca alemã Audi fechou o ano passado na liderança do mercado brasileiro de automóveis de luxo, com mais de 17 mil carros vendidos. O Brasil apresentou o maior crescimento dentro do Grupo Audi, mas o seu principal mercado continua sendo a China, onde vendeu no ano passado 570 mil unidades, vindo a seguir o Estados Unidos, com 200 mil carros Audi. Na soma global, a marca Audi vendeu 1 milhão e 800 mil veículos em 2015, um crescimento de 3,6 %. Divulgação/Audi
Divulgação/Ford
Lamborghini Centenário Picape, paixão americana Verdadeira paixão dos norte-americanos, as picapes começam a adotar novas tecnologias que as deixam mais modernas e econômicas. A Ford quer comemorar os 34 anos de sua picape F-Séries como o veículo mais vendido dos Estados Unidos, com uma nova geração da F-150 Raptor. Visualmente, a picape Raptor adota a pegada agressiva que consagrou a versão desde a geração passada e destaca detalhes como grade mais robusta, maior altura em relação ao solo e rodas aro 17 polegadas. Chama atenção, a pintura fosca dos plásticos dos parachoques e caixas de roda. Na versão de cabine dupla com bom espaço interno e ampla caçamba, a Ford F-150 Raptor tem motor V6 gasolina de 415 cv de potência e câmbio automático de dez velocidades. Para reduzir o peso e melhorar o desempenho, a Ford está adotando a carroceria em alumínio nas suas picapes.
Divulgação
Vem aí o novo Honda Civic Na carona do sucesso do jipinho HR-V, a Honda do Brasil confirmou para este ano a chegada da nova geração do automóvel sedan Civic. Em sua décima geração, o Civic será feito na fábrica de Sumaré, no interior paulista, devendo chegar nas ruas brasileiras a partir de agosto. Eleito o Carro do Ano no Salão de Detroit, nos Estados Unidos, onde tem preço a partir de 18 mil dólares, o novo Civic deverá ter valores na casa dos 80 mil reais. Com design de linhas modernas, o novo Civic será um pouco maior que a atual geração e ganha mais equipa-
Para comemorar os 100 anos do nascimento de Ferrucio Lamborghini, o criador da marca dos carros esportivos Lamborghini, a tradicional marca italiana vai criar uma série especial chamada de Lamborghini Centenário. Valorizando a esportividade e o grande desempenho, serão apenas 40 unidades, sendo 20 do modelo Coupe e 20 do modelo conversível, com preço na faixa dos 2,5 milhões de dólares, algo em torno de 10 milhões de reais. O motor é um V12 com 770 cv de potência e tração integral nas quatro rodas, acelerando de 0 a 100 km/h em cerca de três segundos. Divulgação/Honda
mentos e novas tecnologias, como a possibilidade de um novo motor 1.5 turbo. Internamente, o carro abandona o famoso painel digital de dois andares e adota um painel mais tradicional.
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Periscópio Divulgação/Sampel
Sampel produz peças com molde e identificação completa A Sampel, especialista em peças automotivas de metal e borracha, oferece para o mercado peças com molde e identificação completa. Empresa genuinamente brasileira, a marca trabalha com 100% de fabricação própria. Produz buchas, coxins e kits de suspensão com o mesmo padrão do produto original, fornecendo durabilidade e segurança nos itens oferecidos aos mercados nacionais ou internacionais. Atendendo sistemistas e montadoras, a fabricante possui um dos parques industriais mais modernos do segmento, atuando há 55 anos com o compromisso em relação à qualidade final do produto.
Nakata oferece novos componentes para o Ônix A Nakata divulga novos lançamentos para a linha Ônix da GM. Mais de oito itens chegam ao mercado de reposição: amortecedores pressurizados HG, bieleta, bomba d´água, disco de freio, pastilha de freio, pivô de suspensão, terminal axial e terminal de direção. A Nakata, com mais de 50 anos de atuação na produção de componentes automotivos, desenvolve produtos de qualidade, seguindo aos padrões exigidos pelas montadoras. Considerados itens de segurança, amortecedores, terminais e barras contam com a certifi-
cação do selo Inmetro. A fabricante possui variedade de itens que garantem ampla cobertura ao mercado de reposição.
Agenda l Eventos
5 a 7 abril
5º Enan - Encontro Nacional Automotivo de Negócios Data: De 5 a 7 de abril Local: Novotel Center Norte - São Paulo (SP) Informações: www.revistaautomotivo.com.br/enam O evento que mobiliza o mercado de som e acessórios proporciona oportunidades de negócios e a possibilidade de criar um intercâmbio comercial permanente, com a presença de grandes compradores do MERCOSUL, indicados pelos fornecedores.
8 a 11 de junho
8ª Autopar – Feira de Fornecedores da Indústria Automotiva Data: De 8 a 11 de junho Local: Expotrade Pinhais - na re-gião metropolitana de Curitiba (PR) - Rodovia deputado João Leopoldo Jacomel, 10.454 - Vila Amélia A feira terá mais de 500 marcas expositoras e deverá ultrapassar os resultados da 7ª edição, quando recebeu um público superior a 30 mil visitantes. A Autopar contará com seis setores: TratorParts, Audiotech, Motopar, BusParts, TruckParts e Pró-Funilaria.
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Divulgação
Projeto ‘De Gota em Gota’ ganha prêmio O projeto social desenvolvido e implantado por funcionários da Cummins Brasil, “De Gota em Gota”, foi um dos seis premiados no Desafio Mundial de Projetos Sócio-Ambientais (Environmental Challenge), programa promovido pela Cummins Inc., focado em meio ambiente e realizado por cerca de 120 fábricas da companhia em todo mundo. Engenheiros da Cummins desenvolveram protótipos de cisternas para captação da água da chuva (foto), distribuídas em 50 casas da comunidade de Guarulhos (SP), onde a empresa está instalada, no ano passado, com capacidade de
armazenamento de 200 litros. O “De Gota em Gota” contou com a participação de 166 voluntários que dedicaram um total 620 horas trabalhadas. Em três meses de operação, o projeto gerou economia de 100 mil litros de água. Para este ano, o projeto prevê a distribuição de mais 450 cisternas.