Revista Asdap Ed. 04 Mai_Jun 2013

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As matérias assinadas da edição são de inteira responsabilidade de seus autores. Proibida a reprodução total ou parcial dos textos sem autorização do veículo ou autor. O conteúdo dos anúncios é de inteira responsabilidade das empresas ou criadores que os publicam.

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Editor: Claudio Fontoura Reportagem: Rosangela Groff e Audrei Specht Planejamento Gráfico: Carlos Rema Revisão: Gustavo Cruz Capa: Felipe Onzi Foto Capa/Especial: André Kotoman Tiragem: 10 mil exemplares Circulação e Distribuição: Gratuita e circula nos Estados de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

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Automec: bons resultados e expectativas otimistas para o mercado

E-commerce é alternativa de bons negócios

A Revista ASDAP é editada pela empresa Esporte Motor.

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Conselho Editorial Celso Zimmermann, Henrique Steffen, José Alquati e Thiago Alves

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Asdap inicia ciclo de reuniões no interior

Associação Sul-Brasileira dos Distribuidores de Auto Peças (ASDAP) Endereço: Rua Domingos Martins nº 360, sala 403, Centro - Canoas/RS Site: www.asdap.org E-mails: atendimento@asdap.org executivo@asdap.org Telefone: (51) 3059-8034

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Conselheiros Celso Zimmermann (zimmermann@asdap.org) Fernando Bohrer (recove@asdap.org)

Marcelo Zambonin - Diretor Financeiro (financeiro@asdap.org)

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Flávio Telmo - Diretor Administrativo (administrativo@asdap.org)

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Rogério Mendes Colla - Vice-Presidente (vicepresidencia@asdap.org)

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Henrique Steffen - Presidente (presidencia@asdap.org)

Diretoria Executiva

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Formação do preço de venda: etapas para chegar ao número certo

Expediente

ÍNDICE



CRÉDITO

Varejo e oficinas contam com financiamentos para projetos e equipamentos Divulgação Badesul

Fazer uma ampliação na loja, adquirir um novo equipamento para a oficina ou mesmo encorpar o capital de giro são demandas que podem ser atendidas por instituições financeiras através de financiamentos com juros baixos e modalidades de pagamento que se ajustam ao perfil financeiro da empresa. Entre as agências que atuam nesse segmento no Rio Grande do Sul está o Badesul, instituição que tem por objetivo fomentar o desenvolvimento econômico e aumentar a qualidade de vida no Estado. O Badesul apoia projetos de, praticamente, todos os setores da economia: público, rural, indústria, comércio e serviços. A sua principal fonte de recursos é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que disponibiliza diversas linhas de financiamento que o Badesul repassa. As condições do financiamento dependem do porte da empresa e do grupo econômico que ela integra. Segundo classificação do BNDES, as empresas são divididas conforme o faturamento anual. A classificação obedece a uma ordem: micro, pequena e média empresa (MPME), considerando a receita operacional bruta (ROB) anual de até R$ 2,4 milhões, R$ 16 milhões e R$ 90 milhões, respectivamente. Aquelas que faturam acima de R$ 90 milhões por ano são consideradas grandes empresas. O setor de comércio e serviços, no qual se enquadram os distribuidores de autopeças, é atendido pela superintendência de operações da Nova Economia I. Para este grupo, estão disponíveis linhas de financiamento para aquisição de máquinas e equipamentos e para projetos com novos investimentos.

As condições de financiamento dependem do porte da empresa e do grupo econômico que ela integra, conforme faturamento

Gabriel Vital, superintendente de operações da Nova Economia I Os principais produtos oferecidos são o BNDES/Automático e o BNDES/Finame PSI. De forma resumida, as linhas se subdividem em três possibilidades, que são as mais usuais e representam o maior número de operações: a aquisição de máquinas e equipamentos novos e nacionais, os projetos de novos investimentos para MPME e os projetos de novos investimentos para grandes empresas. Segundo o superintendente de operações da Nova Economia I, Gabriel Vital, atualmente, as melhores condições são para a aquisição de máquinas e equipamentos. "Até junho, a taxa de juros é fixa em 3% a.a. De junho a dezembro de 2013, a taxa será de 3,5% a.a. O prazo máximo para o financiamento é de 10 anos, incluída carência de, no máximo, 24 meses", explica. Para ônibus e caminhões, a carência máxima é de seis meses. Empilhadeiras, elevadores, máquinas e equipamentos dos mais diversos tipos, se estiverem credenciados no BNDES/FINAME, po-

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dem ser até 100% financiados. Conforme Vital, os projetos de investimento podem contemplar diversas categorias, como construção, reforma, modernização, ampliação de edifícios, lojas, centros de distribuição, oficinas. Pesquisa, desenvolvimento e inovação de processos, projetos de implantação de sistemas de gestão, desenvolvimento de produtos também podem obter financiamentos no Badesul. "Associados ao projeto, também podem ser financiados móveis, utensílios e capital de giro. Neste caso, a taxa de juros é de 9,9% a.a.", completa o superintendente.

Limites, prazos e encaminhamentos O prazo máximo é de 20 anos e o limite de financiamento é de 90% do total do investimento. O capital de giro associado é limitado a 70% do valor do investimento fixo para micro empresas e 40% para pequenas e médias empresas. O prazo de carência será o de execução do projeto acrescido de seis meses. "Por exemplo, se o projeto for a construção de um prédio comercial que será concluído em 12 meses, o prazo de carência será de 18 meses", cita Vital.


O Sicredi (Sistema de Crédito Cooperativo) também oferece produtos financeiros para atender às diversas necessidades de crédito dos associados pessoa jurídica. No caso específico do apoio à reestruturação de lojas e oficinas automotivas, disponibiliza as linhas para investimento em ampliação, reformas, aquisição de máquinas e equipamentos, entre outros, além dos créditos para suporte ao capital de giro. De acordo com o gerente de Crédito Geral e Câmbio do Banco Cooperativo Sicredi, Dragan Petrovic, o primeiro passo para obter um financiamento junto à instituição é procurar uma unidade de atendimento de sua região e associar-se. "A avaliação de crédito levará em conta o valor e a finalidade do financiamento, além da capacidade de pagamento do associado", especifica.

Dragan Petrovic, gerente de Crédito Geral e Câmbio

O primeiro passo para obter um financiamento é procurar uma unidade de atendimento de sua região e associar-se

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Linhas de investimentos Sicredi

De acordo com ele, para grandes empresas, os itens financiáveis são os mesmos. A diferença está nas condições. O custo é de cerca de 12,5% a.a. (80% TJ461 + 20% cesta de moedas ou Selic + 6,3%). O capital de giro associado máximo para grandes empresas é de 15% do investimento fixo e o prazo é definido conforme a capacidade de pagamento da empresa. O percentual máximo de financiamento é de 70% do total do investimento. Para aquisição de máquinas e equipamentos no programa Finame PSI, as condições para grandes empresas são as mesmas que para as MPME. "O Badesul está de portas abertas para receber projetos de empresas de todos os portes. O encaminhamento de projetos é feito diretamente na superintendência responsável pelo setor. Após um contato inicial, por e-mail ou telefone, a empresa receberá um e-mail com fichas cadastrais e deverá entregar uma documentação inicial mínima para iniciar a análise cadastral", salienta Vital. Em seguida, serão solicitados detalhes da empresa e do projeto, como orçamentos, projeções de vendas, licenciamento (ou dispensa) ambiental, histórico dos sócios, demonstrações financeiras e outros documentos que subsidiem a análise. Caso o projeto seja aprovado em todas as instâncias, acontece a contratação e inicia-se a liberação de recursos. Conforme o executivo, o Badesul vem experimentando um grande salto no volume de operações. Em 2012, a empresa repassou R$ 1 bilhão em recursos para financiamento a projetos no estado do Rio Grande do Sul. Em 2013, de janeiro a março, já foram repassados R$ 324 milhões apenas em recursos do BNDES. "Dentre os agentes financeiros autorizados a repassar recursos do BNDES no Estado, o Badesul está em 3º lugar no volume de liberações. Considerando os demais agentes controlados pelo governo estadual, o Badesul é líder e trabalha para fortalecer sua posição e consolidar-se cada vez mais como agente promotor do desenvolvimento gaúcho", encerra Vital.

Tania Meinerz

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Divulgação/Asdap

ENTIDADE Divulgação GM

Asdap inicia ciclo de reuniões no interior No dia 11 de março, a Associação SulBrasileira dos Distribuidores de Autopeças (Asdap) realizou sua primeira reunião fora da capital gaúcha, em Bento Gonçalves, oportunizando a participação de empresas de autopeças de outras cidades do interior do RS. O presidente da Asdap, Henrique Steffen, destaca que a iniciativa inédita visa ampliar a participação e o comprometimento com a entidade. "Há anos queremos realizar reuniões no interior do Estado", afirma. Segundo o presidente da Associação, o objetivo é conquistar a "maior participação daqueles que não têm condições de vir sempre a Porto Alegre". Entre os tópicos debatidos na reunião, além da discussão sobre como obter maior envolvimento de associados do Interior com a associação, estiveram em foco as perspectivas econômicas para 2013, o cenário do segmento de reposição de autopeças, com apresentação do economista Andrigo Casal; a entrega de relatório sobre as práticas da gestão; a lista de itens sobre direitos do segmento que deve ser entregue à Sefaz e assuntos gerais. Participaram representantes de nove associados da Capital e quatro da região onde se realizou o encontro, das empresas Auto Pratense, BG Ferramentas, Filipinas, Giros Peças, Guido Zimmermann, Meridional, Motorfort, Recove, RKL, Roni Chaves, Teknodiesel e Toli Distribuidora. Videoconferência e novas reuniões fora da Capital gaúcha foram algumas das sugestões para fomentar a participação de associados, aproximando Porto Alegre e

Entidade busca interiorização com o objetivo de ampliar participação dos associados Interior do Estado. Já o associado Daniel Ferrari sugeriu tratar das questões tributárias do setor. E Celso Zimmermann ressaltou a importância de a Asdap representar os interesses do segmento perante a Secretaria da Fazenda (Sefaz) e a Assembleia Legislativa. Durante o encontro, um dos temas de destaque foi o Decreto Nº 50.052, de 29 de janeiro e válido a partir de 1° de março, referente à modificação do regulamento do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre a prestação de serviço de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. Pela nova legislação, além de pagar o ICMS normal, as empresas do Rio Grande do Sul passaram a ter a obrigação de pagar o imposto de substituição tributária nos produtos em empresa interdependente ou de estabelecimento de outro estado, quando da venda de suas mercadorias, independente de ter havido recolhimento anterior. O associado Rogério Mendes Colla apresentou aos demais participantes este decreto relativo ao imposto sobre transferência de produtos e, na ocasião, a Asdap ficou de estudar com maior profundidade a nova legislação e definir posição juntamente à Sefaz. Um mês após a reunião, já no mês de abril, a publicação de novo decreto prevendo exceções que possibilitam a empresas gaúchas as mesmas regras adotadas até fevereiro

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passado, em alguns segmentos, entre eles o de autopeças, foi garantidfa na aplicação do imposto sobre transferência para que as empresas que se enquadrem nos casos previsto pela nova legislação (confira na página 10).

Encontro debateu legislação que modificou regulamento do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e prestação de serviço de transporte interestadual e intermunicipal



LEGISLAÇÃO

Novo decreto soluciona polêmica do imposto sobre transferência de produtos Foram meses de expectativa dos estabelecimentos atacadistas do Rio Grande do Sul em relação ao imposto sobre transferência de produtos desde que foi criado o Decreto 50.052, de 29 de janeiro de 2013, trazendo uma nova obrigação para as empresas do Estado que receberem mercadoria de empresa interdependente ou por transferência de estabelecimento de outro estado da Federação. Desde 1° de março, além de recolher o ICMS próprio, as empresas também deveriam pagar o imposto de substituição tributária, quando da venda de suas mercadorias, independente de ter havido recolhimento anterior. A alteração do recolhimento do ICMS na transferência de produtos era um pleito antigo de atacadistas do RS de forma geral, que reclamavam da concorrência desleal de atacadistas de outros estados, notadamente de Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais, que, com base na legislação vigente até 28 de fevereiro, conseguiam vantagens competitivas utilizandose de práticas não amparadas pela legislação. "Estas empresas criavam formas de atuar que reduziam muito o imposto devido ao Rio Grande do Sul e obtinham vantagens em relação às empresas estabelecidas no Estado, pois faziam a tributação com base menor", explica Ernany Müller, fiscal da Secretaria da Fazenda do RS (Sefaz/RS) responsável pela Delegacia Especializada da Receita Estadual (16ª Delegacia). A nova legislação foi considerada um avanço por fortalecer as empresas do Rio Grande, gerar mais empregos e fortalecer diversos setores, inclusive o de autopeças. "É importante que as empresas estejam em igualdade de condições, tanto as de dentro quanto as de fora", destaca Müller. Mas, apesar de o Decreto 50.052 criar uma competitividade menos desleal, alguns setores acreditavam que

Ernany Müller, fiscal da Sefaz/RS

“A alteração do recolhimento do ICMS na transferência de produtos atende uma antiga reinvidicação de atacadistas gaúchos” a nova legislação poderia "inflar" ainda mais a burocracia, além de trazer uma série transtornos ao distribuidor, preocupação manifestada em março pelo presidente da Asdap, Henrique Steffen. Mas este receio deixou de tirar o sono do mercado de autopeças (e de alguns outros) com a publicação do Decreto 50.222 no Diário Oficial do Estado, em 10 de abril, que criou exceções que possibilitam às empresas gaúchas as mesmas regras adotadas até fevereiro passado. Com a criação da nota 5, no artigo 9°, inciso VI, o pagamento do imposto sobre transferência de produto não se aplica às empresas que, cumulativamente: não recebam mercadorias de estabelecimento

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de empresa interdependente; não recebam mercadorias por transferência interestadual; não possuam estabelecimento industrial e não possuam estabelecimento atacadista que opere exclusivamente com mercadorias por ele importadas. As empresas de autopeças, além de outros setores, foram beneficiadas pela alteração do artigo 5, assim como as empresas que fabricam refrigerantes e cervejas. Também foi criada uma alternativa para os estabelecimentos que não sejam fábricas de bebidas ou não se enquadrem nas quatro exigências necessárias para a não aplicação do imposto sobre transferência de produtos: firmar termo de acordo com a Receita estadual, prevendo a não aplicação da responsabilidade na forma definida no Inciso VI. Para isso é necessário, primeiramente, fazer requerimento e apresentá-lo no Gabinete da Receita Estadual ou na 16ª Delegacia da Sefaz. Depois, após receber formulário por e-mail para preencher o documento com algumas informações, é necessário entregá-lo em um dos dois locais. Ao solicitar o termo de acordo, é necessário justificar o pedido (o motivo do requerimento) e, depois, ter a concordância da Receita Estadual, que vai avaliar este pedido com base nas informações do formulário e fará análise para ver se concorda com a celebração do termo. Satisfeita com a aplicação do Decreto 50.222 de forma retroativa a 1° de março, atendendo às reivindicações das empresas do setor, a Asdap frisou como fundamental no processo de negociação das exceções o bom relacionamento com a Sefaz/RS, que sempre recebeu os representantes do setor de autopeças de portas abertas. "Eles sempre foram muitos receptivos e conscientes sobre os problemas que poderiam ser causados dentro do Estado sem as alterações", destaca Henrique Steffen, presidente da Asdap.



MERCADO

E-commerce Banco de Imagens

é alternativa de bons negócios

O comércio eletrônico ou digital é um modelo de vendas que não pode mais ser desprezado pelas empresas. A necessidade de investir nesse conceito de negócios a cada dia se torna prioritária e ganha tempo e consumidores quem buscar essa visibilidade. Disponibilizar os produtos em lojas virtuais acaba sendo alternativa de marketing para o empresário que busca expandir a sua marca no mercado. A Tercerize, agência de Alvorada/RS especializada em e-commerce, trabalha com esse nicho e possui entre os seus clientes desde o empreendedor, que inicia seu próprio negócio, até grandes empresas com 30 anos de mercado, inclusive multinacionais. Segundo o sócio-diretor da Tercerize, Adriano dos Santos Lucas, apesar da resistência de alguns setores mais tradicionais, a venda virtual, hoje, é fator decisivo no sucesso de muitas marcas e redes de lojas brasileiras e quem não atentar para esse fato ficará para trás. Lucas ressalta a importância que o ecommerce vem ganhando em todos os segmentos, seja de produtos ou de serviços. "Anos atrás falávamos em vender pela internet e as pessoas achavam graça. Hoje, vemos pizzarias que atendem 90% dos

seus pedidos pela web e grandes redes fechando as lojas físicas para atender somente através do e-commerce", lembra. Atuando há dez anos, a Tercerize ainda explora outros sistemas para cada perfil de empresário, além de fazer o acompanhamento das soluções e disponibilizar apoio técnico para os clientes. A Miromi, empresa do ramo da estética automotiva há quatro anos no mercado, trabalha com uma carteira de mais de 20 mil clientes em todo o Brasil e a oferta de mais de mil produtos disponíveis na web. As vendas da Miromi passam por diversos produtos importados (em torno de 80%), como cera de polimento e xampu, e itens de fabricação própria, como o Tira Riscos para pequenos reparos na lataria. Com um crescimento anual da empresa em torno de 30%, o proprietário Alex Miromi acredita que o sucesso de suas vendas se dá pelo tratamento personalizado a cada cliente que adquire um produto através do comércio eletrônico. "Eu mesmo atendo cada comprador, dando mais segurança e credibilidade no processo de venda", frisa Alex. "Trabalho bastante com SEO (otimização para mecanismos de pesquisa), cui-

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“Anos atrás falávamos em vender pela internet e as pessoas achavam graça. Hoje, vemos pizzarias que atendem 90% dos seus pedidos pela web e grandes redes fechando as lojas físicas para atender somente pelo e-commerce.”


do muito bem do e-mail marketing, além de ter um blog e estar atento às redes sociais", relata Alex. "No Facebook tenho mais de 26 mil pessoas que curtem a página", relaciona. "Outra questão que me preocupo bastante é analisar em que momento o cliente sai do site. Através do Google Analytics, faço o monitoramento dessas ações para identificar e corrigir o problema que promove a evasão do usuário", complementa. Alex disse que a loja virtual da empresa está entre as maiores do país, mas nem por isso ele deixa de se atualizar e evoluir diariamente para se destacar sempre no mercado. "Busquei um nicho que ainda não tinha tanta concorrência. No início pode ter sido mais difícil, mas trabalhando da forma certa o site cresceu e alcançou o status atual", considera. De acordo com o proprietário, o conteúdo deve ser dinâmico e, ao mesmo tempo, original. As informações da loja virtual são produzidas pela própria empresa, com dados baseados no conhecimento técnico dos profissionais. "Temos uma equipe para auxiliar na produção dos textos, dos quais eu mesmo me encarrego de orientar. Quem busca os produtos vai querer saber mais sobre o polimento, o espelhamento, o uso dos materiais, com o conhecimento de quem sabe o que informa", especifica. Quanto ao crescimento do negócio, Alex garante que o mercado virtual aumenta de 60% a 80% ao ano e o tipo de venda apresenta outras vantagens. "O custo de venda on-line é mais baixo, não é necessário ter um ponto para a empresa e nem precisa estar bem localizado, como é o caso do comércio físico", salienta. Alex comenta um exemplo em relação ao lucro do e-commerce: "A minha loja virtual, onde trabalham apenas cinco pessoas, fatura mais do que uma física com o serviço de 15 funcionários". O próximo projeto da Miromi é entrar na distribuição de produtos para o varejo. Ele adianta que já está em negociações com outras empresas para dar início à nova atividade. "O público-alvo da Miromi na internet é o consumidor final. Agora vou representar algumas marcas internacionais

no Brasil e disponibilizar esses produtos para as lojas de autopeças também", afirma. Alex projeta ainda para 2013 a construção de uma sede em Estrela/RS que deverá ter uma área de 600 metros quadrados para atender melhor as suas demandas de comercialização.

O caminho para a loja virtual "Elaboramos projetos que possam ser desenvolvidos no ambiente on-line através de um planejamento estratégico, que é o primeiro passo para qualquer empreendedor digital, ouvindo sempre o que o empresário tem para nos dizer", explica o sócio-diretor da Tercerize, Adriano dos Santos Lucas. "Conheça bem o seu negócio, estude a concorrência, pontue seus pontos fortes e fracos e faça um levantamento das oportunidades de mercado", relaciona. O passo seguinte é conhecer a rotina de um e-commerce, fazendo experiências de compra em outros sites, inclusive concorrentes, e analisar os prazos de entrega e como a mercadoria chegou. "Enumere tudo isso no seu planejamento e aí sim parta para a próxima etapa. Caso você não tenha experiência em planejamento, contrate uma agência ou profissional especializado", indica Lucas. Também é importante buscar uma cadeia de fornecedores confiáveis e que cumpram prazos. "Até porque a tendência do ecommerce é sempre trabalhar com uma margem de estoque pequena e uma estrutura física enxuta", explica. A próxima etapa passa pela busca de

uma boa plataforma que se enquadre no modelo do seu negócio. Lucas ressalta alguns detalhes que devem ser considerados na hora de escolher as ferramentas. Plataformas Open Source (free) oferecem maior facilidade na hora de desenvolver novos módulos e integrações, além de total liberdade para mudar de fornecedor ou migrar tudo para outra empresa, se for necessário. Plataformas proprietárias, normalmente, oferecem número limitado de módulos e funcionalidades, pagos separadamente. A maior vantagem desse modelo é que geralmente oferece suporte e a desvantagem é que quase todas elas amarram o cliente na hora de sair. Também é importante analisar quantas versões da ferramenta já saíram após o seu lançamento, isso demonstra se a empresa se preocupa com o seu aperfeiçoamento. O terceiro passo, e o que geralmente levanta mais dúvidas, é a escolha dos meios de pagamento. Existem três formas mais comuns, que são os intermediários de pagamento (bancos virtuais), gateway de pagamento e a integração direta com os cartões de crédito e bancos. O intermediário, como próprio nome diz, intermedia a relação entre a sua loja e o cartão de crédito, cobrando um percentual sobre a venda por este serviço. O gateway faz uma ponte direta entre sua loja e a operadora e tem sido o mais usado por ser mais rápido e mais prático para o

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MERCADO

“Assim como em uma loja física, um e-commerce precisa ter seus diferenciais, oferecer vantagens para os clientes e tornar-se referência dentro do segmento em que atua.”

cliente. O gateway cobra uma taxa por transação, sem comissão na venda, e o lojista paga a taxa usual do cartão de crédito. Na integração direta com os cartões, corre-se o risco de haver uma falha na comunicação na hora da compra e a transação se perder, por isso não é muito indicada. Outro ponto importante a ser considerado é um bom certificado de segurança. "Aquele cadeado que aparece no pé da página", esclarece. "As pessoas atentam para esse item e ele tem sido fator decisivo para conversão na venda", comenta. Loja pronta. É hora de ir para o marketing e ganhar o mercado. "Um processo de ecommerce não é simplesmente abrir uma lojinha na internet. Mostramos para o cliente a importância de se realizar um estudo contínuo do negócio, de como é funda-

mental investir em divulgação e na construção de um relacionamento duradouro com o cliente, além de manter uma busca constante por melhorias nas experiências de compra e busca por resultados", ressalta Lucas. Assim como em uma loja física, um ecommerce precisa ter seus diferenciais, oferecer vantagens para os clientes e tornar-se referência dentro do segmento em que atua. Lucas salienta que é preciso ter cuidado especial com o atendimento e o pósvenda. "Isso gera a satisfação e a fi-delização do cliente, fazendo com que a sua loja supere a frieza do relacionamento virtual. Surpreenda seu cliente, mostre a ele que você valoriza a sua fidelidade, emocione-o. Isso vai garantir o sucesso do seu negócio", finaliza Adriano.

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GESTÃO

Recrutamento: empresa deve apostar nos novos talentos sultoria permite que o empresário gaste menos tempo ao não ter o trabalho de ensinar várias vezes o serviço aos seus profissionais. E como diz o ditado: tempo é dinheiro", frisa. Porém, sempre irão existir as empresas que tentaram buscar de forma própria seus profissionais e para essas existem algumas dicas, como definir exatamente o perfil da vaga e do candidato. É importante fazer várias entrevistas de seleção, deixando o candidato dizer por que ele quer trabalhar naquela empresa. "Deve-se pedir a ele que exponha alguns exemplos que aconteceram em sua vida profissional nos quais ele expresse ter o perfil do cargo. Um exemplo: para um cargo de liderança, peça que demonstre em fatos como ele agiu em seu passado profissional, onde ele teve que usar da liderança para coordenar sua equipe", ensina Patrícia. Outra dica é conferir e observar o tempo que o profissional permaneceu nas empresas anteriores. "A máxima, o passado é regresso, diz que se ele ficou 2 meses nos últimos 4 empregos, pode apostar que ficará no máximo 2 ou 3 meses no seu também", indica. Patrícia também aconselha a não tomar decisões baseadas em análises superficiais ou suposições, certificando-se antes de contratar. "Seja realista. Fale ao candidato o que ele realmente irá enfrentar em sua empresa. Sozinho ou através de uma consultoria, sempre seja honesto

na hora de divulgar sua vaga, seus benefícios, sua empresa", completa. Segundo Patrícia, o sucesso está em uma eficiente seleção para buscar o melhor profissional no mercado. Mas esse processo é só o início, a jornada só começou. "Hoje em dia você precisa ter, aliado a um bom recrutamento, um plano de benefícios para reter seus talentos, se não, com certeza, eles irão para a concorrência. As propostas podem ser cestas básicas, plano de saúde, ajuda a faculdade e cursos - estes, na maioria, podem ser abatidos do imposto de renda -, mas o mais importante é a possibilidade de crescimento. Todos os jovens, que são chamados de Geração Y, buscam crescimento acima de tudo. Inquietos e ansiosos almejam por cargos", finaliza.

Banco de Imagens

A busca por profissionais capacitados, atualmente, é o maior desafio dos próximos tempos para as empresas de pequeno e médio porte. Profissionais que agregam experiência aliada à determinação e à pró-atividade, hoje em dia, é quase uma missão impossível. Para Patrícia Pacheco, da Oportunity, de Canoas/RS, as grandes empresas já observaram que o diferencial de mercado está na capacidade de inovar. "E inovação não vem de máquinas, vem de pessoas. Então, as empresas oferecem uma vasta gama de benefícios e planos de carreira para reter seus talentos, o que dificulta ainda mais a disputa por esses profissionais para as pequenas e médias empresas", salienta. De acordo com Patrícia, a solução está em investir em quem está começando no mercado de trabalho. "Com pouca experiência, mas com muita vontade de aprender, o jovem enxerga a possibilidade de dar os primeiros passos para adquirir experiência", comenta. "Porém, o empresário esbarra em outro fator, que é exatamente a falta de treinamentos, desenvolvimentos e acompanhamento das atividades do jovem-aprendiz. Aquele que está começando, muitas vezes, é colocado de lado e aprende a trabalhar conforme as coisas vão acontecendo, uma espécie de ação versus reação. Ele reage a determinadas situações de acordo com o que acredita ser o certo. E isso pode gerar muito estresse para clientes, fornecedores e colegas", enfatiza Patrícia. Ela considera que uma das saídas para o empresário de pequeno porte é utilizar a experiência alheia, ou seja, contratar consultorias de Recursos Humanos que buscam identificar o perfil do jovem que vai ingressar na empresa, como ele reage aos impulsos profissionais dentro do ambiente de trabalho, como interage com os colegas e qual seu espírito de companheirismo. Normalmente vistas como despesa pelo empresário, as consultorias permitem que a possibilidade de erro seja reduzida. "A con-

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ESPECIAL

A formação do preço de venda do produto não é um processo simples e demanda diversas etapas de análise e cálculos para chegar ao número certo. Nesta reportagem, a Revista Asdap aborda todos os passos para estabelecer os valores ideais apresentados pelo economista Alfredo Bischoff. Nesta edição, serão evidenciados os conceitos básicos para a formação de preço. Nas duas próximas publicações, os temas discutidos serão o cálculo do custo das mercadorias e o cálculo do preço de venda e margem. É importante, antes de iniciar os cálculos de custo das mercadorias e de preços de venda e margens, definir adequadamente os termos e as denominações que serão empregados. Há algumas confusões no mercado quando se fala, por exemplo, em margem. De que tipo de margem está se falando? Margem bruta? Margem líquida? Mark-up? Conceitos como preço de compra e custo de compra também causam alguma confusão. O preço de compra bruto é o informado pelo fornecedor em sua lista de preços sem considerar possíveis descontos que concederá quando da compra. Este valor não pode ser utilizado em cálculos e análises, já que pode não ocorrer na prática em função de descontos, fretes, substituição tributária do ICMS, PIS, Cofins. Já o preço de compra líquida funciona de outra forma. As indústrias e os atacadistas que vendem mercadorias para as empresas comerciais costumam adotar políticas de descontos que têm a ver com os perfis de seus clientes e também com o tipo de operação, den-

Banco de Imagens

Formação do preço de venda: etapas para chegar ao número certo

tro da unidade da Federação ou interestadual. Por exemplo, uma empresa localizada no estado de São Paulo, que tem uma lista de preços preparada para vendas dentro da sua UF considerando uma alíquota de ICMS de 18%, concede desconto de 6,82% nas vendas interestaduais para as quais a alíquota de ICMS é de 12%. A lógica deste desconto é a seguinte: o custo mais o lucro de uma mercadoria é de R$ 100,00. Qual o preço, calculando mais uma alíquota de ICMS pelo critério "de cima para baixo" de 18%? Divide-se o preço (R$ 100,00) por 1 menos 0,18, chegando a R$ 121,95. Descontando-se 18% de R$ 121,95, chega-se ao valor de R$ 100,00. O preço de venda para operações interestaduais (ICMS = 12%) passa pelo mesmo cálculo: R$ 100,00 / (1 - 0,12) = R$ 113,63. Descontando-se 12% de R$ 113,64, chegase ao valor de R$ 100,00. Concedendo um desconto de 6,82% sobre R$ 121,95, chega-se ao valor de R$ 113,63. Consi-

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Antes de iniciar cálculos de custo de mercadorias e preços de vendas, é importante definir termos e denominações que serão empregados


ESPECIAL

derando, por exemplo, que o fornecedor conceda, sobre o valor de R$ 121,95, dois descontos em cascata de 6,82% e, em seguida, de mais 5%, o preço de compra líquido fica em R$ 107,95, pois o preço de compra líquido é igual ao preço de compra bruto menos os descontos.

127,47 + R$ 12,75 x 9,25% = R$ 12,97). Ao final, o custo será igual ao preço líquido de compra mais IPI e frete, com subtração do ICMS e do PIS/Cofins (Custo = R$ 127,47 + 10,20 + 2,55 - 15,60 12,97 = R$ 111,65).

Custo da compra

Custo e preço de reposição

O custo da compra é o valor pelo qual chegou a mercadoria até o depósito ou estoque da empresa comercial, com todos os gastos ocorridos para tal, descontando-se os impostos recuperáveis. Ou seja, tendo-se o preço de compra líquido, a mercadoria deverá ser "custeada", como se diz na linguagem empresarial, para se obter o custo da compra. Exemplo: qual o custo de uma mercadoria, não sujeita à substituição tributária, cujo preço bruto de lista é de R$ 150,00, adquirida com descontos de 6,82% + 4% + 5%, com despesas de frete de 2% sobre o preço de compra líquido, com 8% de IPI também sobre o preço de compra líquido, com um crédito de ICMS de 12% e com crédito de PIS/Cofins de 9,25%? A equação utiliza como referência o preço de compra bruto de R$ 150,00 e os descontos de 6,82%, 4% e 5% para chegar ao valor a ser utilizado na sequência de operações (R$ 150,00 6,82% - 4% - 5% = R$ 127,47). O cálculo do custo segue definindo o IPI (R$ 127,47 x 8% = R$ 10,20), o frete (R$ 127,47 x 2% = R$ 2,55), o crédito de ICMS (R$ 127,47 + R$ 2,55 x 12% = R$ 15,60) e o crédito de PIS/Cofins (R$

O custo de reposição é o valor que valeria a mercadoria se fosse adquirida hoje. Como o conceito menciona a palavra "custo", deve-se ter cuidado para não confundir com o "preço de reposição". O custo de reposição deve ser calculado considerando-se frete (se houver), créditos de impostos recuperáveis (ICMS, PIS/ Cofins), IPI e outros possíveis acréscimos e/ou descontos. O preço de reposição é o de compra da mercadoria, caso fosse adquirida hoje. Como o conceito é de "preço", não são considerados gastos com frete, IPI, dedução de impostos recuperáveis, já que isso é feito para calcular-se o "custo de reposição". Deve-se ter atenção para verificar se o preço de reposição é bruto (sem descontos) ou líquido (com descontos). Para tomada de decisões de compra, como, por exemplo, comparar preços de fornecedores diferentes, o ideal é utilizar-se o conceito de "custo". Já o valor da última compra é o custo da mercadoria (preço de compra líquido mais os acréscimos da compra e menos os impostos recuperáveis) ocorrido na última compra realizada. É importante manter este dado armazenado no sistema informatizado da em-

presa e disponível para os compradores e gestores de custos e preços, como uma das informações que deverão ser consideradas nos processos de compra e definição/análise de preços. Outro tópico é o custo médio. Na dinâmica comercial da empresa, a todo o momento, estão ocorrendo vendas e, periodicamente, compras. Os preços pagos aos fornecedores tendem a variar, quer as compras sejam feitas de um mesmo fornecedor ou de vários. Em épocas de inflação elevada, as diferenças são representativas no decorrer do tempo. Em épocas de inflação sob relativo controle, como vem ocorrendo, às vezes os preços de compras se mantêm os mesmos por um determinado período e, em alguns casos, podem até baixar. O cálculo e o uso corretos do conceito de custo médio são importantes na gestão de custos e preços de venda. Na tabela abaixo, se apresenta o movimento de um item hipotético de estoque demonstrando alguns fatores, como compras que atingem custos diferentes, e vendas, durante um determinado período. O custo médio se modifica quando há uma compra com um custo diferente do custo médio imediatamente anterior a esta compra. A alteração pode ser para maior ou para menor. A venda da mercadoria não modifica o seu custo médio, mas as baixas de estoque por vendas são realizadas pelo seu custo médio. O custo médio nada mais é do que o total em valor existente em estoque, dividido pelas quantidades existentes após cada movimento.

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ESPECIAL

Mark-up O mark-up é um conceito utilizado no comércio há muito tempo. É a "marcação" sobre o custo da mercadoria ou sobre o seu preço de compra para calcular o preço de venda. Por exemplo, se o custo da mercadoria é R$ 100,00 com mark-up de 80% e preço de venda a R$ 180,00, pode ser também utilizado como mark-up um multiplicador, em vez de um percentual. No exemplo, cujo mark-up é de 80%, o mark-up multiplicador é de 1,80 (1 + % mark-up). O conceito de mark-up foi muito utilizado no comércio e ainda é atualmente, só que em menor frequência, já que uma das suas vantagens era calcular preços manualmente (antes da difusão do uso de computadores) de forma simples e rápida. Bastava multiplicar o custo ou o preço de compra por um coeficiente para ter-se o preço de venda. Com o desenvolvimento dos softwares comerciais e com o uso de planilhas, muitas empresas passaram a trabalhar mais com o conceito de margem, em detrimento do uso do mark-up. Com o uso da informática, o cálculo de preços, a construção de curvas ABC pelos mais diversos critérios, a emissão de relatórios de análise de margens, etc., ficaram bem mais fáceis e automáticos. Em décadas passadas, muitas empresas calculavam uma vez qual seria o mark-up ideal para o seu negócio ou ouviam de outras pessoas (fornecedores, clientes, contadores, consultores) e utilizavam este percentual infinitamente. Alguns utilizavam o mesmo mark-up para todas as mercadorias do seu mix. Em seguida, na prática, iam concedendo descontos de modo a ajustar os preços ao mercado. Atualmente, com o acirramento da concorrência em todos os ramos de negócios e com um maior senso crítico dos consumidores, há a necessidade de calcular margens adequadas a cada tipo de mercadoria. Algumas mercadorias podem proporcionar margens de, por exemplo, 30% e outras podem não comportar margens acima de 10%. Em geral, itens de alto giro e muito concorridos não proporcionam margens

muito altas. Já itens de baixo giro ou de pequeno valor ou, ainda, com pouca concorrência proporcionam margens melhores. Pode ser inviável comercialmente a empresa dedicar-se somente a itens de baixo ou de alto giro. No seu mix sempre haverá os dois tipos. Veremos adiante critérios de gestão do mix de margens. Tendo-se o custo de uma mercadoria e o seu preço de venda, pode ser calculado o mark-up percentual de forma simples. No cálculo abaixo com a calculadora HP12c é calculado o percentual de mark-up a partir de um valor de custo e de um valor de preço de venda: Custo ENTER. Preço %. Resposta: percentual de mark-up.

Margem sobre o preço de venda bruto A margem de lucro sobre a venda bruta é a relação do lucro bruto proporcionado pela mercadoria com o seu preço de venda bruto, como pode ser visto na tabela abaixo:

Deduzindo-se do preço de venda bruto de R$ 1.500,00 os impostos incidentes no valor de R$ 200,00 e o custo da mercadoria vendida no valor de R$ 800,00, sobra um lucro bruto de R$ 500,00. Este valor de R$ 500,00 representa 33,33% do preço de venda bruto. A margem de lucro sobre o preço de venda bruto utilizando a calculadora HP12c fica assim: 1500 ENTER. 500 %T ' 33,33.

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ESPECIAL

Margem sobre o preço de venda líquido É a relação percentual do lucro bruto de uma mercadoria com o seu preço de venda líquido dos impostos incidentes sobre a venda (ICMS, PIS, Cofins). Este critério é importante quando há diferenças de tributação entre mercadorias e quando a empresa possui filiais ou vendas para outros estados. Uma análise de margem sobre o preço bruto pode ser distorcida pelas diferenças nos impostos sobre as vendas. Com o advento da substituição tributária do ICMS e com as empresas fazendo mais operações dentro de sua Unidade da Federação, a importância deste critério se reduz. Veja um exemplo na tabela abaixo:

Margem de contribuição Este talvez seja o melhor e mais consistente conceito de margem que pode ser utilizado. Como tem um grau de complexidade um pouco maior do que os critérios de cálculo de margem bruta, não é muito utilizado, principalmente, por pequenas empresas ou por empresas que não possuem pessoal treinado para tal. A margem de contribuição é o que sobra deduzindo-se do preço de venda todos os custos variáveis ou proporcionais à venda, ou seja, impostos sobre as vendas, comissões, gastos com entrega e custo da mercadoria. Veja tabela na próxima página.

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ESPECIAL

Lucro bruto, operacional e líquido

Este conceito é mais consistente, uma vez que, quando ocorre a venda, há, certamente, o gasto com comissões e os gastos com entrega (no caso de o cliente não arcar com este custo). A margem de contribuição é, na realidade, o valor que sobra na venda da mercadoria para pagar os custos fixos da empresa e para compor o seu resultado. Este conceito é importante para o gerenciamento dos custos e preços e para calcular o ponto de

equilíbrio do negócio. Havendo outros custos variáveis ou proporcionais às vendas, estes devem também ser descontados para o cálculo da margem de contribuição (por exemplo: o contrato de aluguel da empresa prevê o pagamento de 1% das suas vendas para arcar com esta despesa). O cálculo da margem de contribuição na HP12c fica assim: 1500 ENTER. 350 %T. Resposta: 23,33%.

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O lucro bruto é o valor que sobra deduzindo-se do preço de venda (ou da venda da empresa) os impostos incidentes e o custo das mercadorias. No caso da apuração do lucro bruto em um demonstrativo de resultados, são considerados também devoluções e abatimentos sobre as vendas. Este conceito deve ser mais utilizado para fins contábeis e de análise dos resultados da empresa e não como ferramenta de análise e definição de preços e margens. Para isto, como vimos anteriormente, o mais indicado é utilizar o conceito de margem de contribuição. O lucro operacional é o que sobra, deduzindo-se do lucro bruto as despesas operacionais, ou seja, todas as despesas nas quais a empresa incorre para o seu funcionamento, tais como aluguéis, salários e encargos sociais, gastos com energia elétrica, telefones, pró-labore e demais despesas. Também é um conceito mais indicado para análise dos resultados da empresa e não de produtos. O conceito de lucro líquido assemelha-se ao do lucro operacional no que se refere ao gerenciamento de preços e custos na empresa. O lucro líquido é o que se vê na última linha de um demonstrativo de resultados. Após deduzirem-se da receita de vendas os impostos incidentes, o custo das mercadorias e as despesas operacionais, deduzem-se também as despesas não-operacionais (por exemplo, perdas na venda de itens do ativo imobilizado) e somam-se possíveis receitas nãooperacionais (por exemplo, ganhos na venda de itens do ativo imobilizado) e, caso haja lucro tributável, deduzem-se os tributos sobre o lucro (imposto de renda e contribuição social) para apurar-se o lucro líquido. Em geral, o percentual de lucro líquido é bem menor que o de margem bruta, já que, na maioria das empresas, há despesas representativas a serem abatidas do lucro bruto e também os tributos incidentes sobre o lucro.



SERVIÇOS

Mecânicos preparados, mercado garantido

Odair José Borges de Freitas, coordenador do NEA-SC e presidente da ARVESC

"Através da capacitação, em 2011, começamos a fazer com que as empresas associadas começassem a trabalhar com o check list, deixando de fazer serviços pontuais e aprofundando-se no atendimento aos proprietários dos veículos.”

"O cliente da oficina está muito exigente. Não quer deixar o carro por muito tempo ou sair com apenas um pequeno conserto. O técnico precisa entender a importância de ter uma visão mais ampla do serviço." Com esse pensamento, o Núcleo Estadual de Automecânicas de Santa Catarina (NEA-SC) nasceu há 15 anos através do Programa Empreender, desenvolvido pela Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (FACISC) e pelo Sebrae-SC a partir de diversas reuniões entre os empresários do segmento que identificaram a qualificação da mão de obra como a necessidade do setor. O NEA-SC agrega 420 empresas filiadas e 60 cidades distribuídas em 28 núcleos setoriais no estado catarinense. No próximo ano deverão aderir ao grupo mais 170 empresas, de acordo com coordenador do NEA-SC e presidente da Associação dos Reparadores Veiculares de Santa Catarina (ARVESC), Odair José Borges de Freitas. "O nosso trabalho é em prol do crescimento do setor. Melhorar cada vez mais as empresas para fazerem parte da garantia de serviços em outras cidades. Quebramos esse paradigma de que a empresa trabalha individualmente. Ela precisa estar jun-

to a outras para crescer", enfatiza o coordenador. "Era importante que o nosso técnico entendesse a importância de ter papel e caneta na mão e não só trabalhar em cima do que era pedido", ressalta Freitas. "Temos que observar o perfil do cliente e o que ele quer", frisa. Ao mesmo tempo que as automecânicas oferecem um serviço mais qualificado, a empresa tem uma rentabilidade maior e, consequentemente, aumenta a sua lucratividade", identifica Freitas. "Através da capacitação, em 2011, começamos a fazer com que as empresas associadas começassem a trabalhar com o check list, deixando de fazer serviços pontuais e aprofundando-se no atendimento aos proprietários dos veículos", comenta. Até agora são 24 meses e 15 mil horas de qualificação com 18 núcleos que aderiram à capacitação. Os treinamentos ocorrem através de TV a cabo duas vezes ao mês. A partir desta capacitação técnica, estaremos desenvolvendo o "selo NEA", que virá a certificar os automecânicos que comprovarem, por meio do próprio programa, que adquiriram a informação técnica. Em 2012, o Programa capacitação técnica teve 7 mil vagas de treinamento dis-

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ponibilizadas pelo Núcleo. "Encontros nacionais, parcerias com fábricas e distribuidores que resultam em conhecimentos, como o que fazer em relação à garantia, são iniciativas que interessam, tanto ao reparador, que vai tomar cuidado com o trabalho, quanto ao distribuidor, que deve zelar pelo controle e pelo armazenamento das peças, e ao fabricante, que priorizará a qualidade do produto", explica Freitas. "Nesse ano, estamos realizando uma pesquisa de quantas empresas trabalham no ramo em Santa Catarina e buscaremos apresentar a elas o Núcleo e as nossas propostas para o setor", indica o coordenador. "Continuaremos com a aplicação do check list e entraremos na parte de diesel e injeção eletrônica, complementando as mecânicas pesadas, leves, agrícola, setor elétrico, chapeação e pintura ", especifica. Pensando na dificuldade de acesso às informações técnicas, o treinamento dos profissionais reduz custos e atinge o objetivo de capacitar o maior número de profissionais no estado catarinense. "Nossa intenção é levar aos profissionais, em um primeiro momento, o conhecimento básico teórico sobre alguns sistemas do automóvel, muitas vezes ausente nas oficinas. Habituar o profissional à informação e, por meio de um sistema de educação a distância, com apostilas e avaliações, avaliar e comprovar o conhecimento adquirido", afirma. Conforme Freitas, o NEA vai até os núcleos junto com parcerias estabelecidas com as fábricas para chegar ao conhecimento completo do serviço a ser desenvolvido. "Muitos dos treinamentos e das palestras são ministrados pelas empresas", cita o coordenador. "Mobilizamos os empresários e colaboradores para esclarecer aos participantes os procedimentos no trabalho, tanto na avaliação técnica do serviço quanto no resultado do reparo. Esse desempenho gera um resultado na frota da cidade e faz a comunidade entender a importância da manutenção dos veículos", evidencia.

Preservação ambiental e fidelidade do cliente Os empreendimentos automotivos ligados ao núcleo estadual oferecem uma série de vantagens para os clientes, como, por exemplo, o Programa da Garantia Estadualizada, que prevê a garantia dos serviços realizados pelas associadas ao programa em todo o território estadual, além de ser um diferencial de competitividade. Se um serviço é realizado em determinada região, o mesmo será garantido por toda a rede. Caso seja necessário reparar algo, o mesmo poderá ser feito em qualquer outra empresa associada. Outro procedimento do Núcleo, de acordo com Freitas, é o modelo que consiste em enquadrar as empresas prestadoras de serviço em uma mesma condição de respeito ao meio ambiente, através da aplicação do manual orientativo que contempla um processo de avaliação de 25 itens das empresas relacionados à preservação do meio ambiente. O NEA concede a estas empresas o "selo-verde", que consiste na declaração de conformidade ambiental, atestando que essas empresas estão ecologicamente corretas. O objetivo do programa é incentivar as oficinas mecânicas a promoverem a sustentabilidade, visando à

conscientização da importância das ações individuais e criando uma cultura que minimize o impacto ambiental das ações inerentes à sociedade urbana. O selo integra o Programa de Sustentabilidade Ambiental da FACISC e tem apoio técnico da Fundação do Meio Ambiente (Fatma). Segundo o coordenador, a relação comercial existente entre os fornecedores e as empresas associadas tem uma sólida característica de sustentação. "Através de uma parceria estabelecida, ambos os lados ganham: os fornecedores são contemplados com a fidelidade de compra das empresas, ao mesmo tempo que estas são beneficiadas por descontos obtidos pela negociação em rede e por uma bonificação que reverte em renda para sustentação do próprio NEA", descreve. O Programa de Fidelidade é outro item das atividades do Núcleo. Tratase de uma excelente ferramenta para que as empresas associadas ao NEA possam aproximar-se de seus clientes através do marketing de relacionamento, promovendo a sua fidelidade. O programa prevê a premiação dos clientes de acordo com a sua frequência de consumo", considera.

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FEIRA

A

Automec: bons resultados e expectativas otimistas para o mercado

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11ª edição da Feira Internacional de Autopeças, Equipamentos e Serviços (Automec), que ocorreu de 16 a 20 de abril no pavilhão de exposições do Anhembi, em São Paulo/SP, trouxe perspectivas otimistas para o setor e foi um evento que abriu caminho para parcerias de negócios e relações comerciais na cadeia produtiva. A constatação está na boca de representantes do segmento, como os distribuidores, que consideraram a feira uma porta para a passagem de novas prospecções de mercado. "Os assuntos tratados com os nossos parceiros comerciais foram focados nas nossas necessidades e temos convicção que os resultados foram positivos", afirma o diretor da Auto Pratense, Rogério Mendes Colla. "Eu, o gerente comercial João Guilherme Adam Neto e o gerente de compras Ademir Zanotto visitamos por três dias os nossos 70 fornecedores que estiveram presentes e podemos constatar que a cada edição a feira vem tornando-se mais profissional", enfatiza Colla. Para o diretor da Auto Pratense, a visibilidade de crescimento já é real. "Nossa meta para 2013 é ousada. Encerrado o primeiro quadrimestre, já podemos perceber uma melhora nas vendas em comparação com o mesmo período de 2012. Por esse motivo, e tendo a certeza que no nosso segmento o segundo semestre sempre é melhor que o primeiro, ainda acreditamos que chegaremos à meta de 10% de crescimento", aposta. Colla também analisa o cenário econômico do país. "Se todos nós trabalhássemos à vontade seria mais fácil, mas a realidade não é essa, muito pelo contrário. O segmento de autopeças sempre está muito vulnerável às novas políticas de governo, novos ajustes fiscais e aumento da carga tributária, como o imposto sobre as transferências de mercadorias dentro do Estado e entre estados. Contudo, através da ASDAP, a Secretaria da Fazenda extinguiu a obrigatoriedade para dentro do RS", enfatizou. Quanto à parte estrutural da Automec, determinante para a funcionalidade do evento, o diretor da Auto Pratense consi-


Claudio Fontoura

Fabricantes apresentam linhas de produtos e novas propostas visuais

Rogério Mendes Colla, diretor da Auto Pratense derou que teve uma excelente organização, tanto no ajuste do horário da abertura e do fechamento quanto no controle do acesso somente ao público interessado. Os elogios também foram tecidos pelo gerente comercial da Meridional, Paulo Ricardo Izidro: "A boa impressão com esta edição da feira já começou com o credenciamento dos visitantes, feito on-line, de uma forma muito fácil. Ainda neste aspecto, nota 10 para a facilidade da impressão das credenciais. O acesso aos pavilhões sendo feito com identificação pessoal de cada visitante tornou o evento bem seletivo sem criar transtornos nem atrasos para quem chegava ao local", descreve. Izidro também aprovou o serviço de transporte colocado à disposição dos visitantes. "Tivemos a oportunidade de utilizá-lo gratuitamente de uma forma ágil e rápida para a chegada e saída do centro de eventos", cita. "No aspecto visual, a feira, estava muito boa, com grande participação de fabricantes, importadores e distribuidores. Fiquei com a impressão de uma feira mais compacta, porém muito bem estruturada", indica o gerente comercial da Meridional. Para ele, exposições como a Automec servem sempre como uma boa oportunidade para fazer contatos com diversos parceiros comerciais em um mesmo lugar. "Normalmente, temos conseguido boas respostas para os assuntos encaminhados no evento e, desta vez, não foi diferente", esclarece.

Nos cinco dias de duração da 11ª edição da Automec, inúmeros fabricantes receberam visitantes em seus estandes. Marcas como Spaal, Corven, 3B, Sampel, Centrinel, Continental, KS Pistões, Mahle Metal Leve, Viemar, Affinia, Goodyear, Gates, Dayco/Nytron, Perfect, Syl, Zen, Kic Teck, Hipper Freios, VTO, Tecfil, Grupo Schaeffler, entre outras. O Rio Grande do Sul também marcou presença através de nomes como Tramontina, Gedore, Suloy, Ikro, Sulcarbon e Fras-le. A KS recebeu mais de 5 mil visitantes em seu estande, entre distribuidores, varejistas, proprietários de oficinas e mecânicos. A marca expôs as linhas de pistões, anéis, camisas, kits de motor, válvulas, bielas, bronzinas, filtros e bombas. Entre os produtos apresentados destacaram-se os pistões articulados para os motores a diesel Scania DC 12 e Volvo TD123 e D12 C/B/D fabricados entre 1999 e 2005. Também foram exibidas as bronzinas Sputter, de maior durabilidade, e uma linha de filtros com 32 novos itens. Os produtos da marca KS são comercializados no Brasil pela MS Motor Service Brasil,

divisão do Grupo KSPG AG responsável pelas atividades de vendas e prestação de serviços para o Aftermarket. Com o objetivo de ampliar presença e conquistar participação de 12% até 2015, a Dayco Power Transmission, fabricante de componentes de transmissão de força, como correias automotivas e tensionadores para os mercados OEM e Aftermarket, expôs na Automec a nova linha de velas de ignição. De acordo com o diretor comercial para a América do Sul Aftermarket da Dayco, Sílvio Alencar, a linha cobre praticamente 100% da frota de automóveis e comerciais leves, nacionais e importados, em circulação no mercado brasileiro. "Nosso objetivo é oferecer para os clientes finais, mecânicos e aplicadores a gama completa de produtos, desde velas convencionais para automóveis antigos e com motores a partir de 1.0L até as com a mais avançada tecnologia disponível, para carros importados com propulsores eletrônicos e de elevado desempenho", salienta o executivo. "Em 60 dias, as novas velas estarão disponíveis nas lojas e Divulgação Goodyear

Fernando Roland: Goodyear apresentou mudança de identidade visual de seus produtos Revista Asdap l Maio/Junho 2013 l Ano 1 l Número 4 - 25


Divulgação

FEIRA

Spaal destacou em seu estande o lançamento do retentor Dynamic Claudio Fontoura

Paulo Ricardo Izidro, gerente comercial da Meridional, e Gilson Kozlowski, gerente comercial da Spaal distribuidores em todo o território nacional", adianta. Com um novo catálogo, mostrado na Automec, a Goodyear aproveitou a feira para apresentar a mudança de identidade visual dos seus produtos, que ganharam cores diferentes em suas embalagens. Conforme o diretor de negócios do Veyace /Goodyear, Fernando Roland, a Automec é uma via para atender o mercado sulamericano e criar uma aproximação com o segmento de aplicação. A marca Goodyear, que trouxe para a feira produtos como o Titanium Service,

correia para polias em V elástica, sem uso de tensionador, com utilização em sistema de ar-condicionado, direção hidráulica e bombas d'água, passou por um processo de mudança de arranjo em suas unidades mundiais. "Esse processo ocorreu para poder melhor atender as demandas do mercado global e, ao mesmo tempo, buscar uma posição de empresa inovadora e de excelência em serviços", salienta Roland. O Grupo Schaeffler, por meio de suas principais marcas (INA, FAG e LuK), trouxe para a 11ª edição da Automec o conceito "More", que representa a preocupação do Grupo em levar à feira inovação, tecnologia, qualidade, proximidade, assistência técnica, entre outros conceitos. A estratégia é a mesma utilizada em todas as regiões onde a empresa atua. O vicepresidente Sênior de Aftermarket Automotivo América do Sul, Rubens Campos, falou das novidades em produtos e dos planos da companhia em relação à participação na feira. Também referenciou as palestras e os treinamentos para o mercado independente de autopeças.

Lançamentos e tecnologias A Spaal fez questão de frisar em seu estande da Automec a exclusividade do lançamento do retentor Dynamic. "O produto é uma linha à parte dos outros itens fabricados pela Spaal", evidencia o gerente

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comercial Gilson Kozlowski. Segundo ele, a empresa direcionou ao novo produto uma indústria específica. "Não queremos que o retentor seja conhecido como mais um item do jogo de juntas. Ele realmente está inserido em uma linha separada, com uma fábrica nova", reforça. Kozlowski também destaca que a empresa aproveitou a Automec para lançar a fanpage no Facebook. "Essa página na rede social servirá para a Spaal passar informações e dados em geral sobre a fábrica e dicas técnicas para os nossos clientes de como utilizar os produtos", informa. A Aplic Resolit, além de apresentar suas peças e tecnologias na feira, comemorou na Automec a passagem pelos 50 anos de atuação no mercado. Também fez o lançamento do livro que conta a história da empresa, apresentado pelo fundador, Osvaldo Peres, e pelo filho Marcos Antinori Peres, que é o diretor comercial da empresa. A Viemar mostrou as novas linhas de produtos, salientando a capacidade de desenvolvimento da fábrica, com a apresentação das caixas de direção, itens muito procurados pelo mercado, e da bucha articulada do BMW e dos pivôs com regulagem para Ford Fusion e Jeep Cherokee. Os equipamentos entram no portfólio do fabricante para firmar a missão de levar a solução em reparação automotiva para toda a cadeia de veículos. A Corven do Brasil lançou a nova linha de amortecedores Hi-Tech, com três anos de garantia ou 60 mil km. Os amortecedores de alta performance e especialmente desenvolvidos para competição têm tecnologia que permite que em baixas velocidades se comportem de uma maneira mais progressiva, proporcionando maior conforto em alta velocidade ou no uso no trânsito urbano diário. Na prática esportiva promove maior controle e segurança, assim como maior estabilidade em manobras bruscas e perigosas. A Affinia Automotiva alcançou a meta de abrir canais de comunicação para levar conteúdo e informações de qualidade ao público que visitou a Automec. De acordo com Sabrina Carbone, gerente de


FEIRA

marketing da marca, os objetivos de foram cumpridos. "Passaram, diariamente, pelo estande da Affinia Automotiva, 4 mil visitantes", cita. A promoção da Nakata "Paixão antiga a gente nunca esquece", lançada na feira e que vai sortear um Maverick V8, superluxo, ano 1977, recebeu 1.500 inscrições por dia. "Foram mais de 10 mil participantes em cinco dias. Recebemos 150 clientes de outros países, principalmente da América Latina", relata. A Drift do Brasil levou à feira dez novos itens, entre eletroventiladores e corpo de borboleta. Além disso, também expôs a linha completa de bombas de limpador de para-brisas e partida a frio, interruptores de temperatura e plug eletrônico, atuadores, travas e motor de vidro elétrico, reservatórios de água e gasolina (flex), reservatório de radiador, mola e gás. A novidade da MT Rolamentos são os sensores de estacionamento, agora disponíveis nas cores preto, prata, branco e vermelho. A empresa está há mais de 16 anos no mercado comercializando rolamentos automotivos, itens de roda, kits de embreagem, limpadores de para-brisa, tapetes para veículos de passeio, entre outros equipamentos.

e indústrias. Entre as novidades estão o Farol auxiliar Power Led, com forte resistência à chuva e à irrigação e nove opções de efeitos de luz, que o motorista pode trocar conforme a necessidade; a Lâmpada Esmagada Torre de 9 LEDs com foco de luminosidade mais intenso; a Torpedo de 4 LEDs para painel de carro ou teto nos tamanhos 36mm ou 42mm; e o Strip LED Automotivo Lateral, fita resistente à água, nas cores azul, branco ou vermelho, para melhor controle do farol. Conhecida por sua linha de utensílios domésticos, a Tramontina marcou presença na Automec para mostrar suas novidades no setor de ferramentas automotivas profissionais. A empresa visa o consumidor final, como oficinas mecânicas e concessionárias, e oferece, além dos produtos, uma personalização de toda a linha que garante a identidade visual das mar-

cas. O destaque do estande foi o carro de grande porte usado pelos técnicos da empresa que roda o Brasil mostrando os produtos que vão de martelos, alicates e chaves até caixas apropriadas para armazenamento. "O visitante entra na oficina e pode olhar todas nossas ferramentas. E o mais interessante é que ele vê como funciona a customização. Nós pintamos as caixas da cor que for necessária, podemos gravar nas peças o nome da empresa, do funcionário ou do setor", explica Tiago Beal, do departamento técnico-comercial da Tramontina. A empresa também apresentou dois produtos: o Cargobox Confort, uma caixa para armazenar ferramentas que permite ao mecânico trabalhar sentado, e a Twister Plus, chave de fenda que possui duas extremidades giratórias.

Divulgação/Viemar

Iluminação e ferramental A Philips do Brasil também levou as suas principais novidades da sua linha automotiva. Entre os lançamentos está a linha X-treme Vision, produzida em um único filamento com formato geométrico, para otimizar a propagação de luz, e em vidro de quartzo com preenchimento a gás de alta pressão. Oferece até 100% a mais de luz a uma distância de até 35 metros na estrada, se comparada às lâmpadas padrões. Para os consumidores que querem conforto e economia, a empresa traz a lâmpada Torpedo para a iluminação interna do veículo, com 4000K, 6000K e 6700K, que proporciona três vezes mais iluminação do que as lâmpadas convencionais. Já a Autopoli apresenta novas soluções para segurança e sinalização em rodovias

Novas linhas de produtos movimentaram o estande da Viemar

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Oficina modelo é bem recebida pelos expositores A Oficina Modelo promoveu uma extensa programação de palestras com especialistas das empresas participantes do projeto: Altosul, AWL, Tuper, Norton e Waft. A iniciativa aconteceu na edição deste ano da Automec e apresentou o conceito de uma oficina mecânica em funcionamento, com tecnologia e serviços avançados para os setores de reparação e manutenção automotiva. Os fabricantes mostraram o que há de mais inovador em produtos e equipamentos. Conforme Valmir Linzmeyer, diretor da Tuper Escapamentos e Catalisadores, a participação na Oficina Modelo foi uma experiência muito produtiva. "Permitiu contatos com os clientes e a possibilidade de demonstrar o funcionamento dos componentes. As palestras gratuitas diárias também complementaram as informações sobre o sistema de exaustão para reparadores e lojistas de todo o país", comenta.

Também foi a vez das internacionais A Automec também serviu de palco para consolidar a chegada de grandes marcas ao mercado brasileiro. Entre os players internacionais, a japonesa Aisin, presente em mais de 20 países, inaugurou recentemente sua segunda fábrica no Brasil para a produção de bancos e portas automotivas. Localizada em Itu/SP, a unidade recebeu investimentos de R$ 159 milhões. A instalação de novas fábricas também confirma o potencial de consumo do mercado nacional ao longo dos próximos anos. Os serviços de pós-venda e customização também foram apontados como fortes tendências para o crescimento deste setor. Empresas do Mercosul também enxergam oportunidades no mercado de autopeças brasileiro. A Ciccarelli, recém-chegada da Argentina, pretende ocupar 5% do mercado de reposição ainda no começo de suas operações. A empresa investiu R$ 10 milhões na construção de

sua primeira fábrica no Brasil, em Curitiba/ PR. "Nossa meta é crescer 10% ao ano. Na Automec encontramos um público altamente qualificado, sendo muito positivo para novos contatos", afirma Luciano Ciccarelli, diretor comercial da empresa. As relações comerciais entre o Brasil e distribuidores de autopeças da Venezuela, Colômbia, Turquia, Rússia, Grécia, Argentina, Equador, Alemanha e Tunísia fortaleceram-se na rodada de negócios realizada na Automec, por meio da 5ª edição do Projeto Comprador, iniciativa do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Vinte e nove fabricantes brasileiros e 11 importadores estrangeiros participaram de 147 reuniões. Segundo Elias Mufarej, conselheiro do Sindipeças, o projeto é muito importante e abre as portas para novos mercados. Claudio Fontoura

Estande da japonesa Aisin 28 - Revista Asdap l Maio/Junho 2013 l Ano 1 l Número 4


FEIRA

Positivismo registrado em números Os organizadores do evento acreditam que a realização de novos negócios na feira e a entrada de capital estrangeiro devem aumentar o faturamento do mercado de autopeças, que movimenta R$ 100 bilhões por ano. Como centro gerador de parcerias comerciais no segmento de reposição, a Automec teve lançamentos globais para mais de 66 mil profissionais interessados em conferir os grandes produtos e serviços no setor de peças e sistemas, reparação e manutenção, TI e gestão e acessórios e tuning. De acordo com Rodrigo Rumi, diretor da feira, promovida pela Reed Exhibitions Alcantara Machado, a edição 2013 reuniu 1.209 marcas e recebeu 70.450 visitantes/ compradores, de 31 países. "A Automec representa a reação do setor de autopeças brasileiro. Foi a maior edição já realizada nos últimos tempos, com um crescimento de 3% na área total de exposição", destaca o executivo. Todas as marcas apresentaram projetos ambiciosos, muitos dos quais nasceram da expectativa gerada pelo Regime Automotivo (Inovar-Auto). Indústrias brasileiras anunciaram excelente desempenho no mercado nacional, que movimenta R$ 100 bilhões anuais. A Keko, fabricante de estribos e outros acessórios, projeta para este ano alta de 20% sobre o faturamento bruto de 2012 e deve chegar

Osvaldo Peres, fundador da empresa, e seu filho Marcos Antinori Peres, diretor comercial aos R$ 140 milhões. Até 2015, a estimativa é de R$ 225 milhões. Marcas como Suspensys, Master, JOST, Fras-le e Controil, fabricantes de autopeças Randon, verificaram no primeiro trimestre do ano alta de 20% em volume de vendas em relação ao mesmo período em 2012. O fato encontra eco junto aos distribuidores das mesmas empresas que, em visita ao estande das fabricantes de autopeças Randon, na Automec, em São Paulo, relataram que também já percebem os resultados da retomada. Para o diretor corporativo das Empresas Randon, Alexandre Gazzi, isto se deve, também, a outros fatores importantes. Ele cita a maior circulação da frota e, como consequência, o aumento do nível de manutenção dos veículos, em função da expectativa de melhoria na economia do país. A Fras-le também vivencia um bom

momento na área de reposição, prevendo crescimento no semestre, o que já inclui a contribuição da Controil, adquirida há um ano e que opera em sinergia com o canal de distribuição Fras-le. Igualmente, no mercado de montadora (Pesados) o clima é de otimismo no trimestre, quando a produção de veículos leves e comerciais aumentou em mais de 12%, conforme dados da Anfavea. Para o presidente da Fras-le, Daniel Randon, a performance se deve ao aquecimento da economia brasileira e, no caso dos pesados, à retomada das compras, já sem o efeito das encomendas antecipadas provocadas pela nova motorização Euro V, que aconteceu no final de 2011. De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), houve um aumento de 12% na produção de veículos leves e comerciais neste primeiro trimestre de 2013.


Banco de Imagens/imageshack

SEMINÁRIO

Oficinas reparadoras trabalham sem estrutura adequada O Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi Brasil) realizou em sua sede, em São Paulo, no final do mês de maio, a nona edição da série CERTA Gestão de Oficinas Automotivas, que tem como objetivo estimular o debate e a disseminação de informações técnicas e de qualidade. Na série de palestras, os participantes tiveram acesso ao panorama atual do setor, dicas referentes à gestão ambiental e da qualidade, discussões sobre a profissionalização do segmento e explanações do perfil do novo cliente do mercado reparador. A pauta vem para complementar e dar sequência às discussões realizadas na sétima edição do CERTA, que abordou o aumento da tecnologia embarcada nos automóveis e seus efeitos no setor de reparação automotiva. De acordo com o diretor executivo do Cesvi, Almir Fernandes, hoje o mercado apresenta recordes de emplacamento, portanto, existem mais carros nas ruas e mais automóveis para reparação. “Atender esta demanda exige uma estrutura maior, custos competitivos, enfim, uma

De acordo com o Cesvi Brasil, mecânicas não possuem ferramentas básicas para realizar as suas atividades

gestão mais sofisticada”, citou. Segundo o executivo, faz-se cada vez mais necessário o investimento em gestão e treinamento de pessoal, uma vez que a forte competitividade e exigência dos clientes não deixam mais espaço para a falta de profissionalização. Com base em trabalhos de consultoria e diagnóstico o Cesvi apurou que boa parte das oficinas reparadoras não possui ferramentas básicas ou infraestrutura necessária para realizar as atividades. “Vimos que cerca de 60% dos estabelecimentos não possuem solda ponto ou mesa de alinhamento, por exemplo”, diz Emerson Feliciano, gerente de pesquisa e desenvolvimento do Cesvi. E tem mais: aproximadamente 62% não possuem software de orçamentação e 70% dos chefes de oficina nunca passaram por treinamento. A falta de capacitação também fez parte do assunto tratado por Nilo Chisca, assessor técnico do Instituto de Qualidade Automotiva (IQA). Conforme ele, a falta de processos adequados ou de conhecimento impede que muitas oficinas não estejam em dia com a legislação am-

biental. O sócio-diretor da Constar Consultoria, Ricardo Nogueira, que discutiu a profissionalização do setor, falou sobre tecnologia e treinamento. “Não adianta trazer os equipamentos mais modernos do mundo e só entregar ao reparador. É preciso treiná-lo, ensinar os processos, e ensinálo a realizar o atendimento ao cliente”, comentou. As atividades foram encerradas por Rosana Sá, diretora da Cyclos, que realizou uma apresentação sobre O Novo Cliente do Mercado Reparador. Ela discorreu sobre a importância do cliente, seus diferentes perfis e de como atendêlo de forma correta e estrategicamente. “Embarcar humanização é tão importante quanto embarcar tecnologia”, frisou. Além dos encontros promovidos pelo CERTA, o CESVI mantém um canal constante de comunicação com os reparadores – o Clube das Oficinas, um blog interativo que apresenta conteúdos técnicos, melhores práticas em reparação, dicas de gestão, dados de mercado e opinião de especialistas.


AGENDA

Novos Materiais e Nanotecnologia em simpósio

Novos projetos trazem equipamentos com o conceito de nanotecnologia

O Simpósio SAE BRASIL de Novos Materiais e Nanotecnologia abordará no dia 3 de junho os avanços no setor automotivo que requerem aplicações de novos materiais. A ideia é agregar inovações tecnológicas, produtos mais seguros, competitivos e eficientes, menor massa e custo. Também estará em foco uma abordagem da área multidisciplinar de nanotecnologia como uma promessa atual e futura de inovação nas construções de materiais, proporcionando desejadas propriedades e características nunca alcançadas na tecnologia presente. O encontro acontece no Centro de Convenções Milenium, em São Paulo. Por ser um evento que reflete as situ-

ações atuais vivenciadas no setor da mobilidade, temas recentes, como a Lei Federal da Inovação Automotiva (InovarAuto), estão diretamente relacionados com a proposta dos painéis do simpósio. Um dos palestrantes é o engenheiro Alexandre M. Barros, que trabalhou com projetos nas áreas de Qualidade, Desenvolvimento de Produto, Pesquisa Científica e Gestão de Projetos em centros de pesquisa, empresa nacional e multinacional de grande porte nos segmentos de energia, siderúrgico e automotivo. Atualmente na Ford Motors Company como Especialista Sênior do Departamento de Engenharia de Materiais atua no apoio a engenharia na seleção de materiais, ho-

mologação de novos fornecedores e análise de falhas.

AutoEsporte Expo Show De 21 a 24 de novembro, no Anhembi, São Paulo, ocorre o mais novo evento do setor automotivo, o Auto Esporte ExpoShow. Um espaço dedicado aos profissionais do setor e consumidores apaixonados por veículos automotores, que buscam os Acessórios mais modernos do mercado para modificarem, atualizarem e personalizarem seus veículos. Do mesmo organizador do Salão do Automóvel, a Reed Exhibitions Alcantara Machado, em parceria com a Rede Globo, o Auto Esporte ExpoShow apresenta um universo fascinante, que inclui a exposição de carros clássicos, tunados, Hot Rods, Muscle Cars e Dragsters.



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