PALAVRA DO PRESIDENTE
Prontos para recomeçar! Chegamos a mais um final de ano. E sabe o que isso significa? Que teremos outros 365 dias pela frente para criar, inovar e surpreender. Aliás, 366 dias em 2016, um a mais para fazer a diferença. É com esse espírito que a elaboramos a matéria de capa da 19ª edição da Revista Asdap, com a avaliação de 2015 e a visão das entidades do setor automotivo para o novo ano. A Asdap está e continuará focada na busca por soluções criativas, pois acreditamos que são elas que nos ajudam a crescer mesmo em momentos menos propícios. Ainda sobre perspectivas de mercado, conversamos com a consultora Letícia Costa, sócia-diretora da Prada Assessoria, empresa especializada em consultoria de gestão. Segundo ela, diferentemente dos últimos anos, o setor de autopeças deverá acompanhar em 2016 o ritmo de produção de automóveis, já que, com a desvalorização do Real observada nos últimos meses, o setor de autopeças volta a ter condições de concorrer com os importados. A consultora alerta, porém, para a necessidade de investimentos no segmento de autopeças e ações de fortalecimento do setor. Em sequência à série de matérias sobre comércio eletrônico, a Revista Asdap falou com o advogado Cristiano Heineck Schmitt sobre o Código de Defesa do Consumidor (CDC) e o Marco Civil da Internet, regras que são aplicáveis aos negócios digitais e dão suporte ao empresário que tem empreendimentos neste meio ou pretende ingressar no e-commerce. Em Retrovisor, contamos a história dos 25 anos da motocicleta Harley-Davidson Fat Boy e, em Formação Profissional, abordamos o desafio da gestão empresarial para os reparadores gaúchos.
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Esta edição traz ainda a coluna de novidades do setor automobilístico do jornalista Cezar Bresolin, notícias de administração e contabilidade do período pelas mãos da nossa contadora Daisy Machado e notas de mercado. Boa leitura a todos e um ótimo final de ano! Henrique Steffen Presidente
Diretoria Executiva Henrique Steffen Presidente (presidencia@asdap.org) Rogério Mendes Colla Vice-Presidente (vicepresidencia@asdap.org) Flávio Telmo Diretor Administrativo (administrativo@asdap.org) Ricardo Krolikowski Diretor Financeiro (financeiro@asdap.org) Conselheiros Celso Zimmermann, e Fernando Bohrer Suplentes Marcelo Zambonin e Silvio Cohn Assessor de Imprensa Cristina Rispoli d’Azevedo, R & A Comunicação Associação Sul-brasileira dos Distribuidores de Autopeças (ASDAP) Rua Domingos Martins nº 360, sala 403, Centro - Canoas/RS Site: www.asdap.org E-mails: revista@asdap.org Telefone: (51) 3059-8034 Conselho Editorial Celso Zimmermann, Henrique Steffen, José Alquati, Silvio Cohn e Thiago Alves
A Revista ASDAP é editada pela empresa Esporte Motor. Editor: Claudio Fontoura Editor Reportagem: Rosangela Groff Diagramação: Carlos Rema Revisão: Daniele Alves Inácio Ilustração de Capa: Freepik.com Impressão: Gráfica e Editora Palotti Circulação e Distribuição: Gratuita e circula nos Estados de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. As matérias assinadas da edição são de inteira responsabilidade de seus autores. Proibida a reprodução total ou parcial dos textos sem autorização do veículo ou autor. O conteúdo dos anúncios é de inteira responsabilidade das empresas ou criadores que os publicam.
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Setor de autopeças
‘respira fundo’
e entra o ano com novo fôlego 6 - Revista da Asdap l Novembro/Dezembro 2015 l Ano 4 l Número 19
MERCADO
O
ano de 2016 será de inúmeras dificuldades mas que serão superadas. A afirmação é de Paulo Butori, presidente do Sindipeças/Abipeças - Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores e Associação Brasileira da Indústria de Autopeças. “Nós projetamos um ano bem difícil, mas as empresas que fizeram a lição de casa vão sobreviver a 2016. O mais positivo para nosso setor é o efetivo aumento do índice de nacionalização de peças por parte das montadoras, devido principalmente à alta do dólar. O câmbio é a fagulha de que precisávamos para voltar a sermos competitivos. Muitas de nossas empresas ampliaram exportações e investiram na reposição. Quem fez isso vai se equilibrar no ano que vem”, opina Butori. O dirigente também fez uma análise sobre como o cenário de negócios se desenhará para o próximo ano, com crescimento ou apenas mantendo certa estabilidade. “Não dá para dizer que os indicadores serão positivos. O faturamento nominal, por exemplo, deve crescer apenas 2%, para R$ 64,2 bilhões. Mas, ao considerar o valor real, ou seja, descontada a inflação, o setor deve registrar queda de 4%, sobre quedas acumuladas desde 2014. Quanto ao nível de emprego, devemos fechar este ano com 165 mil trabalhadores, 55 mil a menos que em 2013. Esse número deverá se manter no ano que vem. O melhor dos resultados possíveis é a manutenção de 2015, que foi um ano bem ruim para a indústria brasileira”, reforça. Butori fala das ações do sindicato para fortalecer o setor. Segundo ele, o Sindipeças é uma entidade bastante
ativa, com várias frentes de trabalho. “Gostaria de destacar aqui uma das mais importantes, o Instituto Sindipeças de Educação Corporativa, cujo objetivo é oferecer soluções educacionais para elevar a competitividade e a sustentabilidade do setor de autopeças. Está organizado em cinco escolas: Gestão de Mercado, Gestão de Negócios, Gestão de Pessoas, Inovação e Sustentabilidade e Manufatura e Supply Chain”, relaciona. Um bom indicador da importância do Instituto é a quantidade de cursos e de alunos, apesar das dificuldades econômicas enfrentadas pelo setor. De janeiro a outubro deste ano, foram oferecidos 36 cursos abertos, 26 in company e mais 12 palestras, com a participação total de 1.706 profissionais do setor. Dois bons exemplos são o curso Gestão em Tempos de Crise, cujo objetivo é preparar o participante, principalmente os gestores de pequenas e médias empresas, para entender a situação real das finanças da empresa e equilibrar o fluxo de caixa no curto prazo, também compreender as abordagens possíveis para redução significativa dos custos e despesas fixas e variáveis e conhecer as boas práticas empregadas pelas empresas para gerar ganhos, reduzir perdas e melhorar os resultados. Outro exemplo é a palestra Bloco K – Registro de Controle da Produção e do Estoque, que reuniu 34 participantes presencialmente e 140 com acesso remoto. De acordo com Butori, a atuação do Sindipeças vai além das capacitações. O trabalho desenvolvido pelo Sindicato abrange tópicos como agenda com instâncias do governo para resolver questões relativas ao segmento, como, por exemplo, o recolhimento de impostos estaduais e federais; apre-
Divulgação/Sindipeças/Abipeças
“O mais positivo para nosso setor é o efetivo aumento do índice de nacionalização de peças por parte das montadoras, devido principalmente à alta do dólar. O câmbio é a fagulha de que precisávamos para voltar a ser competitivos”, salienta Butori.
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MERCADO
Divulgação/Sindirepa-SP
De acordo com Fiola, o mercado de reposição automotiva acaba reagindo de forma positiva quando a venda de veículos novos cai, principalmente porque houve aumento da frota circulante nos últimos anos. “São mais de 27 milhões de veículos com idade entre três e 15 anos.”
sentação de estudos e levantamentos a órgãos do governo em defesa do setor de autopeças; ações para evitar o aumento das alíquotas de importação de matérias-primas; apoio na criação do Programa de Proteção ao Emprego (PPE); criação do Conselho Operativo Superior para a PME; Desempenho das regiueonais do Sindipeças, que repre-sentam associados localizados nos Es-tados de Minas Gerias, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul; negociações trabalhistas com todas as centrais sindicais brasileiras e intensificação do Programa Brasil Auto Parts, em parceria com a Apex-Brasil, para promoção das exportações. Antonio Fiola, presidente do Sindirepa Nacional (Associação das Entidades Oficiais da Reparação de Veículos do Brasil), faz uma análise sobre o momento atual do segmento automotivo, com redução na comercialização, mas ao mesmo tempo com investimentos das montadoras no mercado brasileiro, que seguem com lançamentos e com expansão de unidades industriais. “Houve a queda nas vendas de veículos novos devido à situação econômica, entretanto, as montadoras enxergam ao longo prazo e fazem investimentos pensando no futuro. O mercado vai se recuperar e vão estar preparadas quando isso acontecer, como já ocorreu em outras épocas”, esclarece. Por outro lado, de acordo com Fiola, o mercado de reposição automotiva acaba reagindo de forma positiva quando a venda de veículos novos cai, principalmente porque houve aumento da frota circulante nos últimos anos. “São mais de 27 milhões de veículos com idade entre três e 15 anos”, enumera. Para 2016, o dirigente aposta em um cenário de oportunidades. “O mercado de reposição é responsável pela manutenção de 80% da frota circulante de veículos estimada em mais de 41 milhões de unidades, entre automóveis,
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comerciais leves, caminhões e ônibus. Contabilizando a frota de motos, esse número ultrapassa 50 milhões. Se o dono do carro, não troca por um novo vai ter que fazer a manutenção. Estudo da Roland Berger prevê crescimento do setor da ordem de 4,8% nos próximos anos, justamente por causa da frota em circulação que demanda serviço nas oficinas”, aponta. Para enfrentar os desafios que vêm pela frente, Fiola admite que será preciso muito treinamento e atualização. “A profissão mudou muito nos últimos anos e evolui a cada dia com a chegada de novas tecnologias que acabam por revolucionar a reparação”, frisa. Ele descreve também as deficiências do setor e o que é feito para saná-las. “Capacitação profissional, falta de crédito adequado às necessidades do setor para investimento em compra de equipamentos e acesso às informações técnicas. O Sindirepa-SP desenvolve um amplo trabalho para ajudar aos reparadores associados com essas questões. A nova diretoria, que acaba de assumir, para a gestão 2015-2019 terá várias frentes em que vai atuar, como a Normalização Técnica – revisão de 25 normas técnicas do setor automotivo e criação de novas; Tecnologia da Informação – criar banco de dados digital que facilita a consulta por meio de padronização das informações e material técnico do CDI (Centro de Documentação e Informações); Capacitação Técnica – ajustar os treinamentos com fabricantes de autopeças para que sejam compatíveis com as exigências da Lei Alvarenga 15.2974, mapeamento das unidades Senai para identificar as escolas automobilísticas e criar condições de aperfeiçoamento de instrutores; e Gestão Empresarial – como tornar as empresas mais eficientes e garantir bons resultados”, relaciona. As questões institucionais e governamentais também são importantes e serão tratadas pelo Sindirepa. Também
MERCADO
está prevista a criação das Câmaras de Mecânica e Duas Rodas. “A Câmara de Colisão avançou e tem amplitude nacional devido ao intenso trabalho desenvolvido nos últimos anos junto às seguradoras e que tem garantido bons resultados”, afirma. Conforme Fiola, a falta de especialização ainda é um grande problema entre os profissionais do setor. “Ainda há deficiência de qualificação de mão de obra. Há também a questão de renovação dos profissionais. O trabalho de capacitação é contínuo. O Sindirepa-SP, juntamente com entidades e empresas, promove treinamentos. O Senai possui uma série de cursos técnicos e até de ensino superior sobre mecânica automobilística”, encerra.
Asdap estará focada em 2016 na busca por soluções criativas Segundo o presidente da Asdap, Henrique Steffen, a Associação tem excelentes perspectivas para 2016 e planeja trabalhar ainda com ações voltadas principalmente à ampliação do quadro associativo e ao fortalecimento da Asdap como entidade representativa. “Determinamos quatro grandes objetivos para o próximo ano: aumentar em torno de 25% o número de associados, oferecer ainda mais serviços e soluções aos nossos associados, manter e estreitar o relacionamento com fábricas, instituições e órgãos competentes e qualificar a nossa comunicação”, prevê. Em
relação ao enfrentamento de mercado para o próximo ano, Steffen argumentou que o foco não será nas possíveis dificuldades, mas, na busca de soluções criativas. “Por isso a Asdap realizou três reuniões em novembro para rever o seu planejamento estratégico e pensar em novas ações e ideias que nos ajudem a crescer mesmo em momentos menos favoráveis, como o atualmente vivido. Levamos à risca a proposta de, na crise, criar e inovar”, reforça o dirigente. Ele evidencia as ações da Associação e cita alguns eventos já preparados para o primeiro semestre. “O ponto alto de 2015 certamente foi a realização do 2º Painel Asdap, no mês de agosto, que reuniu mais de 130 participantes para acompanhar os debates propostos aos especialistas do setor Cassio Hervé, diretor presidente do Grupo Oficina Brasil; Felipe Andreolla, supervisor de Educação e Tecnologia do Senai Automotivo; Pedro Lutz Ramos, economista sênior do Sicredi; e Sérgio Feltraco, diretor executivo da Fecoagro. Apoiamos também a realização da Interauto 2015, evento promovido pelo Sincopeças-RS e Sindirepa-RS em outubro, que teve uma segunda edição bem maior do que a primeira, com o dobro de indústrias expositoras do que em 2014. Além disso, mantivemos as nossas reuniões mensais de associados, com pautas de trabalho sempre muito interessantes e contributivas para os negócios de nossos associados, entre outras ações e participações em eventos e feiras do setor”, relaciona. “Em 2016, iniciaremos o ano com o pé direito, realizando um treinamento com o consultor Carlos Fortes sobre como vender mais e melhor para clientes do ramo automotivo. Em maio, teremos o 3º Painel Asdap, além disso, manteremos as nossas reuniões mensais de associados e ainda, haverá muitas outras iniciativas que já estão sendo planejadas”, complementa.
André Kotoman/Arquivo
“Pensamos em novas ações e ideias que nos ajudem a crescer mesmo em momentos menos favoráveis, como o atualmente vivido. Levamos à risca a proposta de, na crise, criar e inovar”, afirma Steffen.
MERCADO
Fabricantes e distribuidores de veículos preveem retração Para Fernando Esbroglio, presidente do Sincodiv/Fenabrave-RS (Sindicato Intermunicipal de Concessionários e Distribuidores de Veículos e Federação nacional da Distribuição de Veículos Automotores Regional RS) a expectativa das entidades é que 2016 não seja um ano que se possa pensar em crescimento. “O setor da distribuição de veículos acompanha a economia, e a previsão de que ainda tenhamos uma recessão no próximo ano. Com a projeção de queda do PIB da ordem de 3%, consequentemente teremos um endividamento não só das famílias, mas também das instituições como um todo”, prevê o executivo. Segundo ele, referente, ao consumidor, aos que possuem potencial de compra estão bastante seletivos. “O cliente mudou. Ele pesquisa o que quer e quais os benefício envolvidos em uma ou outra aquisição, tanto que temos investido fortemente em informação e, quando falo informação, ela precisa ser on-line. A tecnologia oportunizou ao consumidor de ter acesso rápido e pleno de detalhes para que o cliente faça a sua escolha. Quando o cliente chega às nossas lojas físicas ele já realizou um tour virtual e sabe o que quer e nós não podemos deixar de oferecer ainda mais diferenciais para que ele não opte por outra empresa ou marca”, justifica. Conforme Esbroglio, o Sincodiv/Fenabrave-RS tem aproveitado o momento de baixa nas vendas para promover inúmeros treinamentos pelo Estado, levando a informação de como potencializar negócios e minimizar custos na rede de distribuição. Até o mês de novembro foram mais de 2 mil profissionais foram treinados, e houve cerca de 350 horas de treinamento. Os assuntos foram diversos, temas voltados para gestão de pessoas, que são o grande
Divulgação/Sincodiv-RS
“Com a projeção de queda do PIB da ordem de 3%, consequentemente teremos um endividamento não só das famílias como das instituições como um todo”, prevê Esbroglio.
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diferencial de qualquer negócio como o Código de Defesa do Consumidor, vendas web, novo perfil do vendedor, técnicas de recrutamento e seleção, estruturação de cargos e salários e tendências. Os treinamentos ocorreram na capital e nas cidades polo do Rio Grande do Sul. Para 2016, as entidades deverão continuar investindo em treinamento e qualificação dos distribuidores, bem como nas questões federativas e sindicais da entidade, a exemplo das Convenções Coletivas de Trabalho. O dirigente abordou a questão dos investimentos do setor. Mesmo com a retração de mercado, as montadoras mantêm os lançamentos de veículos e os investimentos nas unidades industriais. Para ele, esse cenário pode ser um indicador de uma melhora no consumo, considerando que há ainda um segmento de clientes que não são afetados pela crise. “Quanto à programação da indústria, normalmente as montadoras projetam lançamentos com um ano de antecedência, desta forma os modelos que vimos sendo lançados em 2015 fazem parte de um trabalho desenvolvido em 2014. O segundo aspecto se refere a alguns mercados como o premium, que tanto o setor de automóveis, como o de motocicletas, não sofreram tanto com a crise, como outros mercados”, observa. Esbroglio ressalta que a Fenabrave conta com uma atuação em nível nacional que avalia o mercado e estabelece relações com as Associações de Marca. Ele informa as previsões da Federação em nível nacional. “Tomando como base a projeção de queda de 26,5% em 2015, a entidade estima que, no ano que vem, o mercado de automóveis e comerciais leves sofrerá nova queda, de 5,2%. Com a projeção, as vendas passariam de 2,44 milhões de unidades previstas para este ano
MERCADO
Divulgação/Fenabrave
para 2,32 milhões de veículos. Caso o número seja alcançado, o mercado brasileiro voltaria a índices parecidos com os registrados em 2007. Na época, o país emplacou 2,34 milhões de automóveis e comerciais leves”, avalia. “O primeiro setor da indústria automotiva que deve apresentar alta nas vendas em 2016 é o de caminhões. Se a previsão para 2015 é de queda de 46,7%, chegando a 73.024 unidades, para o próximo ano, as vendas devem se recuperar um pouco, e subir 6,8%, chegando a 75 mil unidades”, enumera.
João Luiz Oliveira/Tecnifoto
Desempenho
“Os emplacamentos retrocederam no ano quase uma década em termos de volume, e a situação preocupa concessionários de todos os segmentos que estão tendo dificuldade em manter os resultados de suas empresas”, analisa Assumpção.
O desempenho do setor automotivo continua em queda na apuração dos dados até novembro deste ano realizado pela Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). De acordo com o levantamento realizado pela Fenabrave, no acumulado do ano, a queda foi de 20,71% para todos os setores somados. Já na primeira quinzena de novembro, houve recuperação em relação ao mesmo período de outubro de 2015, com aumento de 12,08% para todo o setor. Mas ao comparar o acumulado até o dia 16 de novembro, a queda permanece, chegando a menos 20,91%. “Os emplacamentos retrocederam no ano quase uma década em termos de volume, e a situação preocupa concessionários de todos os segmentos automotivos, que estão tendo dificuldade em manter os resultados de suas empresas, o que impacta, negativamente, nos empregos”, declara Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave. Ainda sem um cenário político e econômico bem definido, a Fenabrave fez projeções preliminares para o ano de 2016, e as dificuldades do setor devem ser menores, mas ainda importantes. Diante do cenário atual, a entidade prevê uma queda de 4,2% para todo o setor no próximo ano. Para os automóveis e comerciais leves, a retra-
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Yabiku: “O cenário mostra que se faz necessário resolver os entraves políticos, que corroem a economia brasileira, com o estabelecimento de uma agenda positiva para sustentar a confiança e retomada do crescimento.”
MERCADO
ção pode chegar a 5,2%, alcançando 4,2% para caminhões e ônibus e 2,3% para motocicletas. Segundo a entidade, a previsão não contempla uma possível implantação do Programa de Renovação da Frota que, se aprovado pelo governo, poderá melhorar os resultados de automóveis e caminhões. Para a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o balanço da indústria automobilística apontou uma diminuição de
25,2% no licenciamento de autoveículos no acumulado do ano com 2,34 milhões de unidades em 2015 e 3,12 milhões no ano passado. O setor automotivo também apresentou contração de 33,8% nas vendas em novembro de 2015 contra o mesmo período do ano passado - foram 195,2 mil unidades e 294,7 mil, respectivamente. Luiz Moan Yabiku Júnior, presidente da Anfavea, destaca a estabilidade das vendas diárias no período. “A média
diária de vendas em novembro apresentou um ligeiro aumento com relação a outubro, fato que confirma a expectativa de estabilidade do ritmo de licenciamento esperada para este último trimestre. O cenário mostra que se faz cada vez mais necessário resolver os entraves políticos, que corroem a economia brasileira, com o estabelecimento de uma agenda positiva para alavancar os pilares de sustentação da confiança e da retomada do crescimento”, comenta.
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MERCADO
Setor de duas rodas acredita no fim da queda de mercado
Fermanian considera que 2016 pode registrar o fim da queda do mercado de motocicletas. Nas projeções da Abraciclo, a produção totalizará 1.280.000 unidades, com 1.220.000 nas vendas por atacado e 75.000 para exportação.
As montadoras de motocicletas mantiveram investimentos em modelos e em tecnologias. Para o próximo ano, o setor espera o fim da queda do mercado de motocicletas, de acordo com o levantamento da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo). Entre janeiro e novembro de 2015, foram produzidas 1.212.075 motocicletas, volume 15% inferior ao apresentado em igual período de 2014 (1.432.842). Na comparação mensal, a queda foi de 28,2%, passado de 104.388 unidades em outubro, para 74.972 unidades, no mês de novembro. A retração com relação ao mesmo mês de 2014 (121.719) foi de 38,4%. As vendas no atacado – para as concessionárias – registraram um recuo de 14,9%, no acumulado do ano (1.120. 680) em relação aos primeiros onze meses do ano passado, quando foram comercializadas 1.316.289 motocicletas. As exportações de motocicletas totalizaram 63.179 unidades de janeiro a novembro de 2015, o que representa um recuo de 23% frente ao mesmo período de 2014, com 82.003 motos. Com base nos números atuais, a Abraciclo estima o fechamento de 2015 com a produção total de 1.270.000 motocicletas e com vendas no atacado em torno de 1.210.000 unidades. Para
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a entidade, as exportações deverão atingir 73.000 motos. No varejo, a estimativa de fechamento do ano envolve 1.255.000 motocicletas. Em suas projeções para 2016, a Associação considera que a produção totalizará 1.280.000 unidades, com 1.220.000 vendas no atacado e 75.000 para exportação. No varejo, é projetada a venda de 1.260.000 unidades. “A entidade considera que estes números – muito próximos dos observados em 2015 – podem representar o gradual fim da queda do mercado de motocicletas”, avalia Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo. Durante o ano, a Abraciclo atuou em diversas frentes visando à fomentação do mercado, além de estabelecer um debate harmônico com os outros segmentos, a fim de buscar soluções para um trânsito mais seguro. Entre estas ações ganharam destaque suas participações no Fórum Via Futuro, realizado pelo Departamento Nacional de Trânsito – Denatran, 2ª Conferência Global de Alto Nível Sobre Segurança no Trânsito da Organização das Nações Unidas – ONU e Seminário Urbanidade, promovido pelo Observatório Nacional de Segurança Viária, além da realização de um encontro com a Associação Internacional de Fabricantes de Motocicletas – IMMA para o alinhamento de posicionamentos e a possibilidade de ações conjuntas no cenário internacional.
ADMINISTRAÇÃO
Notícias do período por Daisy Machado O ano está encerrando, o mês de novembro chegou com as novas mudanças da MVA de São Paulo, nas operações com autopeças. A Portaria CAT-136/15, reduziu o percentual para 65,94%, ao invés dos 71,78%. A redução aconteceu a partir do dia primeiro de novembro de 2015 e irá até 30 de junho de 2017, quando será feita nova pesquisa. As empresas, que realizam as operações de industrialização por encomenda, devem ter atenção a NT 2015.001 (Controle de Remessa e Retorno), operações de beneficiamento que serão cruzadas com o Bloco K, conforme consta na NT “Nota Técnica”. Consta na NT, a especificação técnica necessária para a implementação do pedido de prorrogação da suspensão do ICMS, na remessa para industrialização, depois de decorridos 180 dias. O CEST foi prorrogado para abril de 2016, dando um fôlego neste fim de ano, mas em compensação foram criados alguns controles para o Simples Nacional. A Declaração de Substituição Tributária, o Diferencial de Alíquota e a Antecipação – DeSTDA devem ser apresentadas mensalmente pelas empresas do Simples Nacional.
a ECF não é mais em setembro, agora é em junho, quando outras informações devem ser revistas nas IN 1.594 e 1.595 de 01/12/15. A novidade é a disponibili-zação, pelo site do RS, na aba de legislação das “consultas formais respondidas”, um ótimo lugar para tirar dúvidas sobre a legislação estadual: www. legislacao.sefaz.rs.gov.br/Site/Area.aspx?inpKey=3 Estamos no aguardo da alteração do nosso RICMS, considerando as disposições contidas no Ajuste Sinief 8, de 2 de outubro de 2015, que altera os prazos de entrega do Bloco K e que limita a obrigatoriedade a alguns atacadistas. Lembrando do aumento na alíquota de ICMS para 18%, como regra geral e que causará o aumento das MVAs dos produtos, por consequência.
O cadastro das empresas de outra UF é regulado pelo Decreto 52.754/15, facilitando a inscrição delas para pagar o DIFAL a partir de 2016.
Para 2016, atenção aos cadastros de produtos no sistema de gestão quanto à NCM. O ano de 2016 já iniciará prometendo muito mais. Conforme comentei antes, sobre o ajuste Sinief 21/2010, que obriga a emissão de MDF-e, especialmente para as empresas, emissoras de NFe e que possuem veículos próprios, arrendados ou que contratem transportador autônomo, a partir de abril de 2016. Ufa que ano! Mas, não desanimem, desejo a todos, boas festas!
A ECD não é mais no mês de junho, agora é em maio e
(*) Contadora, Informações www.planper.com.br
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INDÚSTRIA
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Autopeças deve acompanhar ritmo de produção de veículos
iferentemente dos últimos anos, o setor de autopeças deverá acompanhar o ritmo de produção de automóveis. Nos últimos anos, com o Real sobrevalorizado, o setor de autopeças sofreu com a concorrência dos importados e não conseguiu acompanhar o aumento de produção no setor de automóveis. Com a desvalorização observada nos últimos meses, esta tendência deve ser revertida. A análise é da consultora Letícia Costa, sócia-diretora da Prada Assessoria, especializada em consultoria de gestão. Em seus mais de 20 anos atuando em consultoria, Letícia adquiriu experiência significativa na indústria automotiva na Europa e na América Latina, tendo conduzido vários trabalhos de estratégia para players na cadeia automotiva. Formada em Engenharia de Produção pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Leticia obteve seu MBA na Universidade de Cornell University, e foi também diretora da AEA (Associação dos Engenheiros Automotivos). A especialista destaca a necessidade de investimentos no segmento de autopeças e ações de fortalecimento para o setor. “O setor certamente precisa investir, mas as perspectivas de investimento não são positivas, tendo em vista a retração do mercado doméstico. Acredito, porém, que o nível de exportações deverá aumentar em 2016, e assim, poderemos observar alguma retomada de investimentos em 2017. Há necessidade de várias ações para fortalecer o setor,
não apenas o investimento. Há necessidade de melhoria de eficiência, produtividade e qualidade, bem como a de consolidação de alguns segmentos específicos no setor de autopeças”, reitera. Questionada sobre a qualidade dos produtos e como é o conceito das empresas fabricantes quanto a esse tema, a consultora explica: “É difícil falar sobre a qualidade do produto, pois existem muito poucos dados disponíveis para tal. Sabe-se porém, que a qualidade vem melhorando, mas não atingimos ainda a ‘world class’. O maior desafio em termos de qualidade é nas pequenas e médias empresas no setor”. Quanto à produtividade e a visão sobre a competitividade, Leticia considera que o setor não tem melhorado de forma consistente esses quesitos. “A desvalorização cambial observada em 2015 dá um alívio, particularmente no que tange à produtividade. Porém, há necessidade de investimentos de novos equipamentos e processos, para que o setor de autopeças possa efetivamente tornarse competitivo. Tenho receio de que a desvalorização cambial ‘encubra’ o problema real”, salienta. Quanto à possibilidade de estabelecer estratégias de mercado para enfrentar o cenário econômico brasileiro, Letícia cita que neste momento há duas alternativas possíveis para amenizar os efeitos da crise: aumento das exportações e maior participação no mercado de reposição. “Acredito que estes dois caminhos possam mitigar os efeitos perversos da crise atual. Obviamente, nem todas
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Divulgação/Prada Assessoria
“Há necessidade de ações para fortalecer o setor de autopeças, não apenas o investimento. É preciso melhoria de eficiência, produtividade e qualidade”, argumenta Letícia.
as empresas podem alavancar o mercado de reposição da mesma forma”, observa. Crescimento sustentável Em debates e eventos sobre a área automotiva realizados no Brasil, Letícia tem reforçado que a indústria e as empresas não aprenderam com crises anteriores para se fortalecer agora. Segundo ela, em palestra realizada durante o VI Fórum da Indústria Automobilística, em São Paulo, o momento atual é mais grave do que a recessão de 2008 e 2009. “Nos últimos dez anos, o Brasil se preocupou mais em fazer crescer o consumo e as vendas internas do que em entrar efetivamente no mercado global. Não temos mais dez anos a perder”, critica. Para a engenheira de produção, o
Brasil tem uma grande penetração no mercado automotivo, porém, “o potencial do país ainda é difícil de avaliar”. Ela se justifica questionando a suposta possibilidade de crescimento no Nordeste, onde o índice de motorização ainda é muito baixo, mas a renda média per capita da região é um terço da do Sudeste. “Não é só o potencial que deve ser avaliado, mas também os preços e a renda ”, pontuou. Para que a indústria consiga superar antigos traumas e voltar a se desenvolver é necessário um crescimento sustentável da demanda, apoiado em três pilares: aumento de renda, preços relativos e financiamento. Leticia Costa acredita que, apesar de a crise de confiança do consumidor e do empresariado abalar o setor, o país não deve proteger as empresas e blindar o mercado, mas focar
no aumento da competitividade, já que no Brasil não há nenhuma empresa genuinamente brasileira. Já a reestruturação do setor de autopeças é urgente, de acordo com a consultora, muitas empresas não resistiram à contração do mercado. Conforme Letícia, isso causa endividamento e recuperações judiciais, principalmente de empresas de médio porte, com faturamento entre R$ 200 milhões e R$ 500 milhões. A especialista salienta também que o “subestimado e escondido” mercado de reposição apresentou em 2014, um alto faturamento acima dos R$ 100 bilhões, porém ainda é deixado de escanteio pelas fabricantes. “O fato é que o mercado de reposição é muito mais rentável do que o original e pouco explorado pelas montadoras, que têm participação de apenas 8,5%”, conclui.
TECNOLOGIA
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ando sequência à série de matérias da revista Asdap sobre o comércio eletrônico, esta edição irá tratar do Código de Defesa do Consumidor (CDC) e do Marco Civil da Internet, regras que são aplicáveis aos negócios digitais e dão suporte ao empresário que tem empreendimentos neste meio ou pretende ingressar no e-commerce. No CDC, a época do início de sua vigência, em setembro de 1990, ainda não existia a Internet com acesso público no Brasil e muito menos se cogitava a comercialização eletrônica de produtos. Assim, as regras inseridas no Código não foram geradas para o ambiente virtual. Contudo, já eram realidade as vendas fora do estabelecimento do fornecedor, e este processo passou para o CDC, que tem conferido respostas aos problemas derivados das trocas na comercialização digital de produtos. Já o Marco Civil da Internet, também conhecido como Constituição da Internet, ainda aguarda regulamentação, incluindo casos polêmicos como a privacidade e o armazenamento de dados pessoais. De acordo com o advogado Cristiano Heineck Schmitt, membro da Comissão Especial de Defesa do Consumidor da OAB/RS, embora não existam leis perfeitas, o CDC brasileiro foi uma norma que veio para ficar. Ele permitiu que novas direções ao mercado de consumo pudessem se tornar realidade, justamente porque as trocas passaram a ser mais seguras. “Sentindose protegido por uma norma específica, que efetivamente tem sido aplicada, o consumidor passou a deter mais confiança no comércio, e assim se sentiu livre para comprar mais”, considera Schmitt. Ele afirma que ao consumidor virtual asseguram-se as regras da cha-
mada “venda à distância”. “Nesse sentido, desponta o artigo 49 do CDC. Assim, a este cliente é garantido um ‘prazo de reflexão’, também compreendido com um ‘direito de arrependimento’”, explica. De acordo com o texto do artigo 49 do CDC, “o consumidor pode desistir do contrato, no prazo de sete dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio”. Para Schmitt, o e-commerce é um facilitador da circulação de mercadorias, sendo um propulsor da economia. Para os empresários, a loja on-line amplia sua rede de negócios, permitindo conquistar clientes sem fronteiras, de diversos países, e não somente um número restrito de indivíduos de uma região, estado ou município. “Neste novo local, consegue-se expor um número infinito de produtos, reduzindo-se custos de aluguel, condomínio, alvará de funcionamento, bem como funcionários, entre outros fatores que são indispensáveis a uma loja física. Enfim, o fundo de comércio virtual é uma plataforma menos custosa, com maior capacidade de abrangência de clientela. Portanto, são variadas as vantagens do comércio eletrônico aos fornecedores”, comenta. O advogado destaca os direitos do consumidor. Um deles é o prazo de sete dias para a aceitação ou não do produto adquirido. “Durante o período de sete dias após recebimento do produto, o consumidor pode desistir validamente. No caso, é desnecessário que o produto apresente algum vício, tenha sofrido atraso na entrega, etc. O fato é que o consumidor não precisa
Arquivo Pessoal
Segundo Schmitt, o e-commerce é um facilitador da circulação de mercadorias, sendo um propulsor da economia. Para os empresários, a loja on-line amplia sua rede de negócios, permitindo conquistar clientes sem fronteiras
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fornecer os motivos de sua desistência, basta referir que não deseja manter mais o contrato”, especifica. “O risco de o produto ser rejeitado pelo consumidor é ônus exclusivo do fornecedor. Ele se beneficia com redução de custos, com a facilitação de vendas e colocação de bens no mercado de consumo, de forma que é justo e equilibrado e que assuma o risco de não agradar ao seu cliente. Inclusive, deve ser registrado que, rejeitado o produto, o consumidor tem o direito a receber a importância integralmente paga, imediatamente, e com correção monetária. Deve ser acrescentado que os custos de devolução do produto são exclusivos do fornecedor, o que compreende os valores de remessa por correio, transportadora e outros”, indica. Segundo Schmitt, estes direitos exigíveis no âmbito do comércio eletrônico estão para serem ampliados, o que ocorrerá com a aprovação do Projeto de Lei do Senado – PLS nº 281/12, que inscreverá no CDC as novas regras, aumentando o rol de garantias do consumidor virtual, exigindo, por exemplo, maiores cuidados com os dados e informações pessoais dos consumidores. Nesta esteira, e já sendo vigente, tem-se também o Decreto presidencial nº 7.962/13, o qual, entre outros impositivos, requer maior transparência na oferta de pro-
dutos na Internet, com divulgação de dados do fornecedor, como endereço físico e eletrônico, enfim, situações que permitam a sua localização. O advogado ressalta, no entanto, que o Código de Defesa do Consumidor não é um instrumento de opressão construído para reduzir a liberdade dos fornecedores. “O legislador que elaborou o CDC, o fez em cumprimento de uma ordem que constava da Constituição Federal de 1988, sendo que sua aprovação significa apenas o reconhecimento que no encontro entre fornecedor e consumidor, esse último era largamente o mais fraco. Então, essa fragilidade precisava ser compensada com adoção de deveres por parte dos fornecedores que garantissem transparência e garantias ao negócio. Por que deveriam agir os fornecedores? Por que são eles que controlam a relação dos negócios. São eles que escolhem o produto a ser vendido, possuem informações sobre o mesmo, a durabilidade, a qualidade, etc.”, analisa. “O consumidor adere ao fornecedor porque passa acreditar neste. Esta confiança deve ser preservada”, completa. Schmitt observa que uma das finalidades do CDC é garantir harmonia ao mercado, de forma que ambas as partes devem se portar com lealdade. No caso do consumidor que compra pela
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Internet, ao não se agradar de um produto, ele pode recusar o mesmo, sem justificar. Contudo, a recusa deve ocorrer, de forma comprovada, até o sétimo dia após o recebimento da mercadoria. Após este período, a compra não poderá ser desfeita. “Cabe ao consumidor também honrar sua obrigação de pagar pelo produto, não vindo a se tornar inadimplente. Se o produto apresentar algum vício ou uma falha, deverá em até 90 dias (se não houver garantia contratual), se for um bem durável, comunicar ao fornecedor, para que esse, dentro de 30 dias, promova a solução do problema. Somente após este período, ao não sendo atendido, é que o consumidor poderia ingressar em juízo, formalizando sua reclamação, requerendo a substituição do bem, ou a rescisão do negócio, e, se for o caso, perdas e danos”, evidencia. Conforme o advogado, o ambiente eletrônico produz muitas vantagens para ambos os participantes, seja consumidor ou fornecedor. “Como via de regra é o fornecedor que dirige e coordena toda a operação, realizando a oferta, gerando a plataforma através da qual será feita venda, enviando o produto, etc., tendo, então, uma posição de supremacia. Caberá a ele cuidar melhor deste ambiente, permitindo sua fluidez.”, complementa Schmitt.
TECNOLOGIA
Marco Civil: privacidade, liberdade de expressão e neutralidade de rede Segundo o advogado Filipe Pereira Mallmann, que atua no Direito Digital e é membro da Comissão Especial de Direito da Tecnologia da Informação (CEDTI) da OAB/RS, profissionais do setor de tecnologia estão com os olhos voltados para tudo que se trata da nova lei 12.965/14, conhecida por Marco Civil da Internet, e este é também o comportamento das empresas que não têm como atividade-fim a tecnologia, mas se utilizam dela para a viabilidade de seus negócios. Nesse contexto, os e-commerces já tentam se adaptar às novas regras. “É seguro afirmar que o Marco Civil da Internet veio tentar regular as ações que antes pareciam estar em situação dúbia, diante da legislação vigente, mas não se distanciou muito dos códigos legais que já nos eram próximos, como o Código de Defesa do Consumidor e o Código Civil”, aponta. Conforme Mallmann, a nova Constituição da Internet está construída fundamentalmente sobre o tripé composto pela liberdade de expressão, a neutralidade de rede e a privacidade, essa última com um destaque, pois os outros dois elementos se mostram menos importantes nesse contexto, em que muitos pontos ainda não foram regulamentados. O sócio do Pereira e Mallmann Advogados destaca que uma das questões a serem observadas quando se fala em Marco Civil e privacidade é a forma de consentimento instituída no novo dispositivo legal, onde é determinado que haja o consentimento expresso sobre coleta, uso, armazenamento e tratamento de dados pessoais, e ainda que este
Cristielle Valle/OAB/RS
consentimento deva constar de forma destacada das demais cláusulas contratuais. “O que significa dizer que antes do início da coleta de dados do usuário, a esse deve ter sido dada a ciência do ato, bem como de que forma serão tratados estes dados”, especifica. “É importante levar a sério a proteção dos registros de dados pessoais referenciada pela nova lei, que traz consigo penalidades que vão desde a advertência, com indicação de prazo para adoção de medidas corretivas, passando por multa de até 10% do faturamento do grupo econômico no Brasil no seu último exercício, até a suspensão temporária das atividades que envolvam os atos previstos no artigo 11 ou a proibição de exercício dessas atividades”, explica Mallmann. Estão entre os direitos e garantias dos usuários não ter os seus dados
Mallmann destaca a necessidade do consentimento expresso do usuário sobre coleta, uso, armazenamento e tratamento de dados pessoais, o que deve deva constar de forma destacada das cláusulas contratuais
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pessoais fornecidos a terceiros, incluindo registros de conexão e de acesso a aplicações de Internet, salvo mediante consentimento livre, expresso e informado ou nas hipóteses previstas em lei. “E neste ponto vale o reforço: não basta apenas ter o registro do clique do usuário no formulário. É preciso que além de ser livre, não atrelado, seja expresso por formulário, por exemplo, e ainda informado, capaz de dotar o usuário de isenção de dúvidas quanto àquele ato”, alerta o advogado. Em relação às políticas de privacidade e termos de uso, Mallmann afirma: “Diante das breves considerações que vimos acima, chegamos naquilo que pode ser a chave para a consolidação de tudo que vem determinado na nova
legislação e no que se refere à privacidade. São as políticas de privacidade e os termos de uso, dois documentos indispensáveis para o funcionamento de qualquer e-commerce sério, que quer estar em compliance com a legislação vigente e pretende preservar os direitos e garantias dos seus usuários”. De acordo com o especialista, através deste tipo de documento em que são estipuladas quais são as “regras do jogo”, dentro do domínio eletrônico do e-commerce. “Todavia, deve ser elaborado por profissional capacitado para tal. Nenhum desses documentos pode conter cláusulas que infrinjam outra legislação vigente no país, sob pena de se tornarem nulos”, explica. “O consentimento para coleta de da-
dos, por exemplo, pode ser obtido com o aceite das políticas de privacidade ou mesmo com o aceite dos termos de uso. O consentimento deve receber destaque e ser apresentado de forma apartada das demais cláusulas que o documento reúna, evitando dúvida ou confusão no usuário”, reitera. “Hoje já é possível tomar medidas proativas de análise da nova legislação em conjunto com o Código de Defesa do Consumidor e demais legislações específicas para trazer maior segurança jurídica às atividades praticadas no dia a dia do e-commerce. O importante é que os termos sejam claros, tornando a relação entre o lojista e o consumidor o mais transparente possível”, completa Mallmann.
RETROVISOR
Fat Boy
é uma das favoritas dos apaixonados pela Harley-Davidson Na virada da década, em 1989, o lançamento dos modelos: 1990 da Harley-Davidson Motor Company, deu origem a um grande ícone da marca, a FLSTF Fat Boy, uma criação de Willie G. Davidson. O aparecimento da primeira Fat Boy foi um sucesso instantâneo. Apelidada de “The Gray Ghost” (em português, “O fantasma cinza”), sendo que só estava disponível
nessa cor, a motocicleta tinha um estilo único e sua vigorosidade chamava a atenção. Pneus largos e um tanque de combustível amplo contribuíram para seu estilo imponente. O sistema de duplo escape, shotgun style, também cooperou para um visual original, o qual foi muito copiado por outras marcas de motocicletas. A Fat Boy foi um dos primeiros
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RETROVISOR
Fotos: Divulgação/Harley-Davidson
modelos da marca com rodas fundidas. Essas rodas robustas de 16 polegadas deram o toque de estilo mais característico do modelo que, durante seus primeiros 18 anos, foi a única motocicleta equipada com elas. O pneu traseiro também tem 200 mm de largura – o maior de todos os modelos de H-D, na época do lançamento – e esses atributos foram fundamentais para proporcionar um visual corpulento à motocicleta. A Fat Boy faz parte da família Softail, que tem por característica principal os amortecedores escondidos sob os paralamas, permitindo que os pilotos se beneficiem do conforto da moderna suspensão, sem perder o clássico visual hardtail. O modelo original era alimentado pelo motor Evolution V-Twin de 1.340 cc, que foi introduzido em 1984. Em 2000, houve uma atualização para o novo motor Twin Cam 88B de 1.450 cc e, em 2007, a introdução do Twin Cam 96B de 1.584 cc. Já o modelo 2016, recebeu o motor Twin Cam 103 High Output de 1.690 cc, que antes equipava somente as motos da família Touring, adicionando ainda mais força e desempenho à moto. A Fat Boy é um exemplo clássico de motocicleta em que a aparência e a ergonomia andam de mãos dadas. Enquanto a aparência imponente nunca deixa de atrair a atenção, as amplas plataformas para os pés garantem o conforto em longos passeios, além do banco baixo que proporciona uma confortável posição de pilotagem. Em 1991, a Fat Boy foi a estrela do
filme “O Exterminador do Futuro 2 – O Julgamento Final”, firmando sua posição como uma das motos mais desejadas do mundo. A motocicleta, pilotada pelo ator Arnold Schwarzenegger, realizou um dos saltos mais famosos da história do cinema, em que o personagem pula com a moto para dentro de um bueiro. A proeza foi realizada com o auxílio de cabos que prendiam a Fat Boy, reduzindo o peso da motocicleta e do piloto ao tocarem no solo. Os cabos foram apagados na pósprodução. Várias Fat Boy foram utilizadas na gravação do filme, mas na verdade, a moto pilotada por Schwarzenegger foi adquirida em 2014, pelo Museu Harley-Davidson, onde atualmente está em exposição. O modelo, também repete seu papel com Arnie em “O Exterminador do Futuro 5 – Gênesis”, lançado nos cinemas, este ano. Após o sucesso de “O Exterminador do Futuro 2”, a Universal Studios, em Hollywood, EUA, criou a atração Terminator 2 – apresentando uma moto personalizada Fat Boy, como o destaque principal da atração.
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Modelo faz parte da família Softail que tem por característica os amortecedores escondidos sob os para-lamas, permitindo que os desfrutem do conforto da suspensão, sem perder o clássico visual hardtail
Linha do tempo
Companheira na cidade e na estrada O enfermeiro Mauricio Roxkow, de 29 anos, é um jovem da nova geração de apaixonados pela Fat Boy. Morador de Gravataí, na região Metropolitana de Porto Alegre, ele trabalha na Capital e vai de moto para o serviço. Para Roxkow, a Harley-Davidson Fat Boy, sempre foi um sonho. “Desde garoto acompanhava no cinema a bela Fat Boy em filmes como o Exterminador do Futuro 2 e admirava as características únicas do modelo, como as rodas fechadas e cromadas, um belo tanque, pouca altura, mas com motor imponente”, relata. “Sou um proprietário plenamente satisfeito, tanto pelo conforto, durabilidade e estabilidade, quanto pela beleza da Fat Boy”. Roxkow, explica: “Na verdade, minha história com a Fat começou quando um amigo, também motociclista, veio até mim em 2013, pedir conselhos sobre qual moto deveria comprar, pois estava procurando um modelo HarleyDavidson e logo veio em mente a Fat Boy. Depois de muitas conversas, o tal amigo comprou a moto, porém por motivos pessoais, meses após, teve que vendê-la. E assim, surgiu a minha grande oportunidade. Conversei abertamente com a esposa, a convenci ar-
“Dentre várias viagens que já realizei com a minha Fat Boy, uma que marcou a minha vida ocorreu nesse ano. Rodei oito dias e mais de 4.000 quilômetros. A moto me surpreendeu e foi muita diversão”
gumentando 1001 detalhes da moto, durante dias e logo após, a proposta inicial já estava rodando com a máquina”, relata. “Dentre várias viagens que já realizei com a minha Fat Boy, uma que realmente marcou a minha vida ocorreu nesse ano de 2015. Partimos de Porto Alegre entre quatro amigos rumo ao Rock in Rio. Rodei oito dias e mais de 4.000 quilômetros com a minha Fat Boy e foi só alegria. A moto realmente me surpreendeu. Rodamos por todo o litoral paulista e sul carioca, onde conheci diversos lugares e pessoas, além de muita diversão e segurança, na companhia da minha H-D”, ressalta. Roxkow é integrante dos Mutantes - MC, clube de motociclistas com 20 anos de história, com sede nacional em Porto Alegre e oito facções distribuídas entre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. “O clube é formado por motociclistas apaixonados por suas máquinas que se reúnem todas as sextas-feiras, para conversar sobre motos, ouvir muito Rock in Roll e Arquivo Pessoal
2005: A Screamin Eagle Desde o lançamento, em 1990, a Fat Boy manteve a originalidade. O modelo ganhou o tratamento CVO, pela primeira vez, para o modelo 2005. A Screamin Eagle Fat Boy ostentava um motor Stroker Twin Cam de 1.690 cc, uma suspensão traseira rebaixada e um novo assento estilo pan-style, em três novas combinações com duas cores e acabamento de metal. 2007: Mudanças no modelo O lendário visual da Fat Boy está mais robusto do que nunca, graças a uma nova roda dianteira de 17 polegadas, maior que a anterior, de 16, e um pneu traseiro mais largo, de 200 mm. A marca registrada do modelo é a roda dianteira em disco de alumínio, que ganhou novos bullet-hole, além de novos detalhes gráficos no tanque de combustível, e detalhes nos para-lamas que acrescentaram um toque, ainda mais estiloso à motocicleta. 2010: O surgimento da Special A Fat Boy Special 2010 (chamada de Fat Boy Lo nos EUA) incorporou estilo e sofisticação, trocando os elementos cromados e deixando a moto um pouco mais baixa, com altura de 61 cm do assento até o chão. O assento e o guidão mais estreitos também ajudaram o modelo a se tornar um grande sucesso, principalmente entre os pilotos mais jovens e aqueles de menor estatura. 2015: Freio e acelerador eletrônico O modelo 2015 passou a contar com novo sistema de freio dianteiro, presente em todos as motocicletas da família Softail, que proporciona uma redução de 40% na força aplicada nos freios, durante frenagem máxima. Ainda no mesmo ano, mas já como modelo 2016, a grande novidade fica por conta da chegada do acelerador eletrônico, throttle by wire e do motor, Twin Cam 103 High Output de 1690 cc.
Reparadores são qualificados, mas ainda não dominam a gestão empresarial
A
tendendo ao mercado da reposição no Rio Grande do Sul, com cerca de 70 mil profissionais, divididos entre 11 mil empresas do ramo, os reparadores têm enfrentado dificuldades no setor no momento atual da economia brasileira. A manutenção preventiva praticamente se transformou em manutenção corretiva. Em um check-list de 30 sistemas, o proprietário do veículo procura soluções para os itens mais urgentes, deixando para depois os demais. “É claro que o nosso setor tem o privilégio de contar com a máxima de que ‘o brasileiro não vive sem carro’. Assim, a crise econômica não atinge tão fortemente nossas oficinas mecânicas. Existe redução de serviços, mas os carros não param de rodar”, afirma o executivo do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Rio Grande do Sul (Sindirepa-RS), Renê Zanini.
“O Brasil busca ajustar suas contas para amenizar o caos econômico que estamos vivenciando. Se não conseguir, as dificuldades enfrentadas em 2015 deverão permanecer, aumentar em 2016. Atualmente, existe um caos na indústria automobilística que se reflete diretamente no nosso setor. Se por um lado ganhamos a garantia oferecida pelas concessionárias, por outro, decorrido o prazo, o veículo passa a realizar manutenção nas oficinas independentes. Não ocorrendo a venda de veículos, o setor perde. Fabricantes, varejistas, aplicadores de autopeças e toda a cadeia da reparação automotiva”, considera. Segundo ele, é importante, para se manter em um mercado tão competitivo como o gaúcho, estar atualizado com o que de mais moderno existe no momento. “Os empresários buscam treinamento para seus profissionais e utilizam ferramentas de gestão adequadas às suas necessidades. E o Sindicato
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proporciona treinamento para os profissionais da reparação através de parcerias com fabricantes e Senai Automotivo. “Interessante é que o Senai Automotivo dispõe de um Caminhão Escola que leva conhecimento a todos os recantos do RS. Basta acionar o Sindicato e esse buscará suprir a necessidade local através de seus parceiros”, informa. Conforme Zanini, existe necessidade e consciência de qualificação no setor. Isso ocorre porque o empresário está ciente que o cliente precisa sentir confiança quando entrega seu veículo ao reparador. Essa confiança somente poderá ser transmitida por uma oficina que possua capacidade de executar os serviços que se propõe. Assim, capacitado, evita resserviço, que onera o estabelecimento e gera fidelidade do cliente. Na área de gestão, trabalhos conjuntos com o Sebrae, Sesi, entre outros, são realizados e têm como objetivo a
FORMAÇÃO PROFISSIONAL
busca de soluções para as necessidades do reparador. “Vários fabricantes têm procurado o Sindirepa-RS para realizar parceria, objetivando levar conhecimento de gestão às oficinas. O motivo que alavanca estas ações é creditado ao slogan: ‘Oficina forte, cliente forte’. O que para nós, e nossas representadas, é muito bem-vindo”, ressalta Zanini. Para o executivo, o conhecimento técnico, de uma forma geral, já foi uma deficiência bastante grande no segmento, hoje nem tanto. “A maior dificuldade, apesar do trabalho que desenvolvemos, é a gestão empresarial. Nesse sentido, estamos trabalhando fortemente com parceiros, fabricantes, e em breve haverá ações que auxiliarão os empresários a receberem treinamento intensivo e permanente”, indica.
Interiorização Ele ainda analisa o desempenho das oficinas espalhadas pelo vasto território do RS. Nos municípios mais próximos de Porto Alegre, a informação chega mais rápido. No interior do Estado custa um pouco mais. “Embora a Internet tenha capacidade de levar novidades a todos os recantos, de forma instantânea, a forma presencial continua sendo insuperável e insubstituível. O SindirepaRS pretende, em 2016, atingir o maior número de municípios possível dentro do seu programa ‘Informação para todos’, que faz parte do ‘Ciclo de dicas e novidades’, desenvolvido pela sua Câmara de Fabricantes. O atendimento dará preferência para as regiões que se manifestarem primeiro, solicitando nosso trabalho”, explica. Entre as entidades nacionais que acompanham e fortalecem o setor da reparação, está o Conselho Nacional de Retíficas de Motores (Conarem), que atende a base associativa em cada região do país e conta com diretores regionais em vários estados, onde há maior número de cidades. “A cada três
Divulgação/Sindirepa-RS
meses, as lideranças se encontram para debater as questões principais de cada região, isso permite compreender as dificuldades e, com isso, traçar programas mais abrangentes que atendam a maioria dos associados”, salienta o presidente da entidade, José Arnaldo Laguna. Cada região tem as suas peculiaridades, principalmente com a grande diversificação da frota circulante de veículos. “Com esse trabalho das regionais, é possível desenvolver um planejamento de ações bem estruturado para cada localidade”, afirma Laguna. A entidade, que busca levar informação e treinamento para as retíficas, possui parceria com os principais fabricantes de motores e 350 empresas associadas em todo o país, sendo que 150 fazem parte da rede nacional de retíficas. O Conarem, que congrega as principais associações estaduais e também trabalha em parceria com os sindicatos estaduais, oferece treinamentos específicos para retificadores, palestras técnicas gratuitas para os reparadores de veículos e também agrega um banco de dados, normas técnicas e orientações para consulta, além de seu site servir como fonte de informações para o mercado motor.
Empresários buscam capacitações para os seus colaboradores e o Sindirepa-RS proporciona treinamento para os profissionais da reparação através de parcerias com fabricantes e o Senai Automotivo.
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Yamaha poderá entrar no mercado de carros ... A tradicional marca japonesa Yamaha, famosa mundialmente por produzir motocicletas, pode-rá seguir o caminho da rival Honda e também entrar no mercado de automóveis. Recen-temente, a Yamaha mostrou no Salão do Automóvel de Tóquio, no Japão, um conceito de como seria seu carro esportivo.
De estilo cupê com dois lugares, o Yamaha Sports Ride valoriza as linhas de design joviais, medindo 3,9 metros de comprimento e pesando apenas 750 quilos, graças a sua estrutura, sendo toda feita em fibra de carbono. Com expectativa de estar nas ruas no final de 2017, o futuro carro da Yamaha deve ser equipado com um motor 1.5 turbo.
Fiat faz parceria com a Mazda ... Uma parceria entre a italiana Fiat e a japonesa Mazda permitiu a criação do automóvel Fiat 124 Spyder, que é uma releitura do Fiat conversível já produzido entre os anos de 1966 a 1985. Criado a partir da plataforma usada no Mazda MX-5, o Fiat 124 tem linhas de design destacando a imagem da marca italiana, também adota um motor 1.4 turbo de 160 cv de potência, com opção de
câmbio manual ou automático de seis velocidades. O novo Fiat conversível chegará ao mercado global no segundo semestre de 2016.
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Picape gigante está de volta
Marca do grupo Chrysler, a RAM está colocando nas ruas brasileiras a nova geração da picape gigante RAM 2500. Apontada como a limousine dos fazendeiros, a RAM 2500 tem mais de seis metros de comprimento, muito conforto e espaço na sua versão cabine dupla e uma impressionante capacidade de reboque para até 7.750 quilos. Seu motor é turbodiesel com 330 cv de potência, câmbio automático e tração 4x4. Seu preço está na casa dos 249 mil reais.
Uma nova estrela de três pontas...
O adeus a um mito do mundo automotivo... Um dos veículos mais tradicionais do mundo automotivo, o Land Rover Defender está se aposentando. Depois de quase 70 anos sendo produzido de forma ininterrupta (os primeiros modelos foram feitos no Reino Unido em 1948), o lendário e famoso Jipe Defender está deixando a linha de produção. A marca inglesa, que atualmente está ligada ao grupo indiano Tata Motors, deverá parar de produzir o Defender em janeiro de 2016. Para ocupar seu lugar, a Land Rover lançará um “jipão” mais moderno e que atende as normas de emissões de poluentes e de segurança, devendo ser inspirado no conceito DC100, já revelado pela montadora. Aqui no Brasil, a Land Rover inicia no primeiro semestre de 2016, a fabricação dos modelos Discovery Sport e Evoque.
Uma nova estrela de três pontas deverá brilhar nas ruas brasileiras a partir do início de 2016, é o novo Mercedes-Benz Classe C cupê, que a montadora alemã pretende lançar em março, do próximo ano. Devendo chegar inicialmente na versão C 250, o novo Classe C terá um motor 2.0 turbo de 211 cv e câmbio automático de sete marchas, também deverá chegar as versões mais «apimentadas» do C450 AMG e C 63, com motores de 367 cv e 510 cv.
Mercedes comemora título da F-1 com Classe A especial Em comemoração ao título que sua equipe conquistou no Mundial de Pilotos e de Construtores na Fórmula-1, a Mercedes-Benz criou uma série especial do automóvel Classe A, o esportivo A45 AMG com o nome de A45 Petronas 2015 World Champion Edition. Com faixas decorativas inspiradas na pintura dos carros da equipe Mercedes AMG Petronas, o Classe A ganhou detalhes exclusivos, como spoiler dianteiro, difusor no para-choque traseiro, aerofólio montado sobre a tampa do porta-malas e rodas de liga leve de 19 polegadas. Por ser uma série especial, o carro ainda tem pacote AMG Exclusive, com bancos esportivos com ajustes elétricos e revestidos em couro, volante com acabamento em microfibra e detalhes na cor verde nas costuras
do painel e nas saídas do arcondicionado. O motor é 2.0 turbo de 381 cv de potência e câmbio automatizado de sete marchas, além de sistema de tração integral, permitindo acelerar de 0 a 100 km/h em 4,2 segundos. Seu valor na Europa é de 65 mil euros, algo em torno de 260 mil reais.
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Periscópio
Correias estriadas Elast da ContiTech para motores modernos O ContiTech Power Transmission Group disponibiliza uma correia estriada elástica capaz de satisfazer as elevadas exigências dos motores modernos. As correias estriadas elásticas permitem a transmissão não positiva de binários em transmissões por correia sem polia tensora. Graças aos elementos de tração elásticos, mantêm a tensão ao longo da sua vida útil completa. Em motores modernos são responsáveis pelo acionamento, por exemplo, do alternador, da ventoinha, da bomba de água, do compressor do ar condicionado e da direção assistida. A correia estriada elástica da ContiTech tem três componentes principais: camada de cobertura, elementos de tração e revestimento estriado. A camada de cobertura com estrutura de suporte posterior é constituída por borracha sintética especialmente resistente à abrasão. Os componentes mais importantes da correia elástica são os elementos de tração. Ao contrário do que acontece na correia estriada normal, os elementos de tração são compostos por fibras de poliamida elásticas e garantem um comportamento de marcha neutro da correia. Adicionalmente, a correia tem um revestimento especial das estrias que, mesmo com ligeiras inclinações da transmissão, garante um baixo ruído e uma aderência ideal. A ContiTech recomenda a substituição da correia o mais tardar após 120 mil quilômetros. “As correias estriadas elásticas não podem ser substituídas por correias estriadas convencionais», afirma o gestor de produto”, Adrian Rothschild.
Indústria está instalada, na cidade de Jacareí (SP), desde 1975
Gates comemora 40 anos com treinamento e confraternização Fabricante de correias, tensionadores e mangueiras, a Gates está comemorando mais um importante marco da empresa. Instalada em Jacareí (SP), desde 1975, a indústria, uma das primeiras multinacionais de grande porte a acreditar no potencial da cidade, completa quatro décadas. Para marcar a data, a Gates realizou uma ação especial na cidade. Os varejos de autopeças e oficinas mecânicas foram visitados por um grupo de especialistas da fábrica. Além da grande troca de informações, os profissionais ganharam catálogos, literatura técnica, ferramentas e materiais promocionais. Também foram convidados para participar de um treinamento técnico, seguido de uma confraternização. O encontro reuniu mais de 100 pessoas. Os
participantes conheceram a trajetória da empresa, as inovações de cada produto e toda a estrutura de suporte. Em complemento, serão agendadas visitas às unidades de produção de correias, tensionadores e mangueiras. Para dar uma atenção diferenciada, a atividade é feita em pequenos grupos. A empresa espera receber, ao longo de 2016, todos os clientes da cidade em suas instalações. “O sucesso da Gates está muito ligado ao apoio que recebemos da população de Jacareí. Graças a essa dedicação, a unidade evoluiu até se tornar a única operação industrial do grupo no Brasil. Agora, nas comemorações dos 40 anos, procuramos demostrar toda a nossa gratidão”, ressalta o gerente de marketing Fabio Murta.
Abrapneus completa 35 anos A Associação Brasileira dos Revendedores de Pneus (Abrapneus) comemora 35 anos de atividades, no mês de dezembro. A entidade surgiu em 1980, sem fins econômicos, com uma base territorial nacional integrada por empresas revendedoras de pneus de todas as marcas fabricadas no Brasil. Hoje, a entidade defende os interesses de 50 associados, que representam 70% do mercado e reúnem cerca de 5 mil pontos de venda. O presidente da entidade, Dirceu Delamuta, ressalta que, “temos como foco, sempre oferecer as melhores soluções para o mercado de pneus, ofertando bons produtos, por meio de uma concorrência saudável e sustentável”, concluiu.
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Periscópio
Mahle lança filtro Blindagua com duplo estágio A Mahle Metal Leve apresenta o filtro Blindagua, um novo conceito para a separação mais eficiente de água e diesel e uma alternativa Premium para o mercado. O filtro é composto por um corpo plástico de alta resistência com reservatório de água integrado. O produto é o único com duplo estágio de filtração de água no diesel. Ele apresenta eficiência superior, separando três vezes mais água durante sua vida útil. Dessa forma, é mais econômico por proteger o motor e oferecer o menor custo por quilômetro rodado ao proporcionar menor custo de manutenção com injetores e bombas de combustível. Sistemas convencionais de filtração operam em um único estágio. Testes comprovam que, quando os filtros são expostos à passagem de combustível com contaminantes, o grau de eficiência de separação cai para níveis abaixo de 15%. Para superar esta limitação, o filtro Blindagua faz a filtragem em dois estágios. O primeiro estágio, ele filtra o contaminante presente no diesel e aglomera as gotas de água. Já o segundo estágio, ele separa as gotas de água aglomeradas no primeiro estágio, sem a presença do contaminante. Além disso, com o contaminante preso no primeiro estágio, a separação da água está protegida na segunda fase, garantindo alto desempenho durante toda a vida útil do filtro. “O filtro Blindagua supera seus concorrentes no quesito eficiência. Nós garantimos que a tecnologia desenvolvida pela Mahle faz a filtração da água durante todo o período de vida útil do produto, com um grau de eficiência acima de 70%”, afirma Enrison Ladeia, gerente de produto da Mahle.
Objetivo foi concientizar sobre a prevenção do câncer de mama e de próstata
Ação social: equipe da Perfect é nota 11 Durante todo o ano, os colaboradores da Perfect realizaram atividades, comprovando que o espírito de solidariedade é atuante dentro da empresa. Um exemplo dessa motivação foi a participação na Corrida pela Vida, projeto realizado pela Secretaria de Esporte e Lazer, Secretaria Municipal de Saúde e Fundo Social de Solidariedade de Mogi das Cruzes (SP), cidade onde está localizada a sede da Perfect Brasil. O objetivo da ação foi promover a conscientização através da prática do esporte sobre a prevenção do câncer de mama e de próstata. Cerca de 2 mil pessoas participaram da prova que teve estrutura profissional, com hidratação ao longo do percurso para os atletas, numeração dos participantes, chips de cronometragem, além de troféus e medalhas. Ainda foram arrecadados mais de uma tonelada de suplemento vitamínico e leite em pó que será doada à entidades que cuidam de pacientes com câncer. A Perfect também disponibilizou kits para contribuir com a campanha e 12 colaboradores que suaram a camisa em prol da causa. No mês de novembro, a campanha Novembro Azul foi uma das pautas na comunicação da empresa. A divulgação foi feita através das redes sociais, newletters, comunicados internos e eventos. A Perfect atua no mercado há mais de 20 anos e fabrica mais de 2.000 mil itens nas linhas de suspensão, motor e acessórios.
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