Jornal Brasília Capital 276

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Falta de união das polícias é acentuada na briga por salários Ano VI - 276

Brasília, 10 a 16 de setembro 2016

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Brasília fica em terceiro lugar no País no registro de trabalho infantil. A capital do País só perde, neste ranking vergonhoso, para o Acre e para Rondônia / Chico Sant’Anna - Página 11

Sobrou pra mim! A reforma da Previdência Social anunciada pelo governo provocará muitos debates, especialmente o aumento de idade para aposentadoria. A conta cairá no bolso dos trabalhadores da iniciativa privada,

onde a previsão de rombo para 2017 já chega a R$ 183 bilhões. Funcionários públicos, que ganham valores fora dos sonhos do trabalhador comum, não deverão arcar com este sacrifício.

Editorial / Páginas 8 e 9

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ivaldo cavalcante

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Luiz Estevão fala, em conversa gravada, sobre corrupção


Brasilia Capital n Opinião n 2 n Brasília, 10 a 16 de setembro de 2016 - bsbcapital.com.br

E

e d i t o r i a l

x p e d i e n t e

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A

anunciada reforma da Previdência Social terá um custo, obviamente. É também pelo caminho da obviedade que já podemos saber quem pagará a fatura do ajuste das contas públicas. A regra geral é atingir o bolso da imensa massa de trabalhadores em todo o País. Pessoas simples que não têm como se defender quando as modificações forem votadas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Teoricamente, os 513 deputados defendem os cidadãos de suas bases eleitorais. Os senadores, os estados da Federação. Mas, na prática, a história é outra. Há grupos de pressão que funcionam o tempo inteiro para garantir benefícios, os lobbies. Por isso, há diferenças abissais no que recebem de aposentadoria os trabalhadores comuns e aqueles que exercem funções na administração pública. Um exemplo muito interessante nesta hora. O novo presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP), já aposentado nesta ilha de conforto. Começou a receber sua aposentadoria aos 55 anos, como procurador do Estado de São Paulo, e ganha mais de R$ 30 mil por mês. Hoje Temer tem

C

Daniel Martins quebra recorde mundial e fica com o ouro nos 400m Isso é demonstração de vontade, dedicação e determinação. nAdalberto Reis via Facebook STF nega pedido da defesa e mantém Moro no inquérito contra Lula Lula 2018.... lá em Curitiba é

claro kkkk. nLuciana Ribeiro de Assis via Facebook Bancários entram em greve por tempo indeterminado Esse país tá uma zona! Os sindicatos é quem mandam no governo!!! Cadê os militares intervenção já. nWaubeger Ribeiro via Facebook

75 anos, já recebendo como aposentando há cerca de 20 anos. O presidente tem companhia graúda nesta bonança, bancada com o mesmo dinheiro do contribuinte. No caso do Congresso Nacional, que votará a reforma, são extremamente comuns casos de deputados e de senadores que se aposentaram com vencimentos fora do sonho de um trabalhador comum. Costumam embolsar por mês o que o cidadão de carteira assinada levaria alguns anos para ganhar no batente, como acontece também com funcionários públicos de alto escalão nos três Poderes da República. Essa realidade, mais a experiência de outras reformas, antecipa o que se pode esperar da mexida nas normas da Previdência Social. O rombo é assustador no Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). Está previsto déficit de R$ 183 bilhões. E é daqui que sai o dinheiro para pagar aposentadoria aos trabalhadores da iniciativa privada. Quem é empregado do contribuinte, com o nome de funcionário público, trafega por situações mais aprazíveis, como é o caso do novo presidente da República. Para os servidores, há regimes especiais na União, nos estados e nos

municípios. O dinheiro sai dos impostos pagos por todos os brasileiros. Cidadãos que não acompanham como é gasto o que lhe tirado na forma de tributo. Como quem conduzirá a reforma da Previdência Social tem situação privilegiada, e sem a pressão do trabalhador da iniciativa privada, tudo pode desembocar na regra geral, tantas vezes vista e aplicada: a conta será da imensa massa que trabalha na iniciativa privada de forma mais pesada. Um roteiro fácil de prever para quem observa como servidores públicos e trabalhadores comuns vivem realidades diferentes. Boa parte dos problemas de caixa da Previdência Social vem da administração pública – nos municípios, nos estados e na União. Mesmo que os servidores públicos percam alguns benefícios, não serão tão atingidos como a imensa maioria da população. Aqui vale um ditado muito popular: ninguém quer “cortar na própria carne”. Deputados e senadores ainda votarão sob os olhares atentos do funcionalismo. Enquanto isso, quase todos os trabalhadores da iniciativa privada estarão no batente. E poderão ser obrigados a só se aposentarem depois de 65 anos de idade.

a r t a s

Operação contra fraude em fundos de pensão leva PF a 8 estados e DF Pega ladrão! ! ! nOsmar Correia via Facebook Operação desarticula esquema que faturava com cirurgias desnecessárias no DF E a gente pensando que a podridão era só no

ambiente do governo... O mal se alastrou. Impeachment pra esses profissionais corruptos. Saiam do mercado e respeitem a população. Vamos trabalhar com dignidade. nClaudia Oliveira via Facebook Negociação para aumento salarial preocupa

comandantes da PM O FCDF tá sendo desviado para pagar aposentados da saúde e educação... TCU mandou o aviso para o GDF...Olha o que aconteceu com a Dilma, por desviar recursos de sua finalidade, Excelentíssimo Senhor governador Rodrigo Rollemberg. nCarlos Henrique Villa Real via Facebook


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Bomba-relógio A cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que deve começar a ser votada segundafeira (12), é questão de tempo. A explosão

AGU reprodução

de denúncias que sairão da caixa preta do ex-presidente da Câmara também. O peemedebista gravava todas as importantes reuniões em vídeo e em áudio. O chão treme em Brasília sempre que ele abre a boca.

Ministro propõe 12 horas de trabalho por dia... Trabalhar até 12 horas por dia e no máximo 48 horas por semana. Esta foi a proposta apresentada pelo ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, na quinta-feira (8) para acabar com o “desemprego e informalidade” no mercado brasileiro. Divulgação

Primeira ministra de Temer Com a saída de Fábio Osório da AdvocaciaGeral da União (AGU) – que não conseguiu resolver os entraves de Temer com a EBC e se desentendeu com o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha – o Planalto nomeou a primeira ministra da gestão PMDB: Grace Mendonça.

Vice da PGR foi do governo FHC Após demitir Ela Wiecko da viceprocuradoria-geral da República por ter participado de atos “fora, Temer”, Janot nomeou José Bonifácio Borges de Andrade para o cargo. O novo vice da PGR foi Advogado-Geral da União no governo Fernando Henrique Cardoso, e advogadogeral no governo de Aécio Neves em Minas Gerais. Para completar, é ligado a Gilmar Mendes. O que Janot quis dizer com essa nomeação?

O conselho dos assessores para Temer é claro: não comprar briga com os movimentos sociais. Minimizar os atos será praxe no núcleo duro do governo – como já está sendo. Diálogo com sindicatos e a volta do Ministério do Desenvolvimento Agrário para acalmar os movimentos dos sem-terra devem ser as primeiras iniciativas concretas

Metrô até Formosa

Ferro e fogo Ao contrário do que imaginavam os mais otimistas, a chegada de Temer não mudou a relação do chefe do Executivo com os ministros. O autoritarismo permanece, assim como na gestão Dilma. Pouco antes de ser demitido, Fábio Osório atacou: “Se eu sair amanhã do governo, sairei sem ter falado com Temer. O mínimo que se espera é uma conversa com o presidente. Que governo é esse que ministro demite ministro? Eu não pedi demissão”. Em nota, o governo agradeceu o ex-advogado-geral da União.

Bandeira branca

...E volta atrás... Mas no dia seguinte, diante da reação para lá de negativa, ele declarou, por meio de nota: “Não haverá aumento da jornada de trabalho de 44 horas semanais... Não haverá aumento da jornada diária de 8 horas de trabalho”.

Diretas já O discurso das diretas tem ganhado mais adeptos do que o previsto. Em apenas uma semana, manifestações já arrastaram quase 200 mil pessoas nas ruas de todo o País. A própria organização dos protestos se impressionou. Talvez a pauta “Fora, Temer!” seja o álibi para unir coxinhas e mortadelas em prol de um Brasil melhor e pelo fim do Fla-Flu político.

Fora, Ladrão Para combater o “fora, Temer”, publicitários do PMDB criaram o slogan “fora, ladrão”. A diferença entre os dois é contestável. Tirem suas próprias conclusões.

A solução financeira para a conclusão das obras do metrô do Distrito Federal, que pretende chegar até a região norte da cidade, pode sair dos cofres da União. Um acordo proposto pelo diretor de Administração da Companhia do Metropolitano do DF, Luiz Gustavo de Andrade, pretende contar com a ajuda da bancada do local no Senado para apresentar uma emenda ao orçamento da União no valor de R$ 1 bilhão destinada a aumentar a malha metroviária da cidade. Hélio José (PMDB-DF) é quem lidera a iniciativa junto aos parlamentares, e negocia se a emenda será individual ou conjunta. Uma nova reunião para discutir o assunto acontecerá em outubro.


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Bastidores da corrupção Luiz Estevão, gravado por Liliane Roriz, diz ser “bandido diplomado” e fala sobre mais crimes divulgação

Gustavo Goes

M

al deu tempo para a Polícia Federal completar o quebra-cabeça da Operação Drácon – que investiga o pagamento de propinas a deputados distritais em contratos vencidos de UTI’s – e novas peças com velhos personagens foram reveladas em gravação feita pela deputada distrital Liliane Roriz (PTB). A conversa gravada pela filha do ex-governador Joaquim Roriz com o empresário Luiz Estevão cita a entrega de mala com dinheiro,

Informações: Nilvania Ramos Fone: 98167-5267

movimentação financeira no exterior, extorsões em CPI’s e licitações fraudulentas em esquemas de corrupção que vão desde os Anões do Orçamento até a Lava Jato. A gravação foi feita na casa de Liliane Roriz, em abril de 2015, com a presença do ex-secretário-geral da Câmara Legislativa, Valério Neves, e faz parte de uma série de áudios entregues pela distrital ao Ministério Público Federal. Querendo provar sua inocência no suposto esquema de corrupção instalado na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), a herdeira de Roriz envolveu dois ex-senadores da República – Luiz Estevão

cadas para depor na CPI”, disse ele.

Luiz Estevão afirma que “nesta cidade, de cada 100 caras, 90 são bandidos” e Gim Argello – e o próprio pai na investigação, com bastidores de escândalos que ultrapassam a fronteira do Poder Legislativo local. Em conversa com Liliane, Luiz Estevão conferiu a si mesmo o apelido de “único bandido diplomado de Brasília”, em tom sarcástico. E reiterou não ser exceção. “Nesta cidade, de cada 100 caras, 90 são bandidos. E vivem de bandidagem, putaria e sacanagem”, disse. Fazia referência ao fato de “apenas” ele estar na época preso em regime semiaberto. Hoje ocupa uma cela da Papuda, cumprindo pena de 26 anos de prisão. Presente - A reunião com Liliane discutiu os rumos do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), comandada pelo ex-senador e sigla da deputada na ocasião. O empresário deixou claro à distrital que, nas próximas eleições, a arrecadação ficaria mais difícil e incluiu na história o ex-senador Gim Argello, preso na Operação Lava Jato. “Você, por exemplo, nessas eleições, você não precisou tirar dinheiro do seu bolso, tá? Foi uma situação que não se repete. Você não terá um Gim Argello, vice-presidente de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a Petrobras, em que as empreiteiras... até então, não tinha começado a Lava Jato... pagariam qualquer preço ao Gim para que ele evitasse que elas fossem convo-

Passado - O empresário relembrou os tempos em que era próximo do então governador Joaquim Roriz, entre 1993 e 1994. Segundo Luiz Estevão, o velho cacique contou com a sua ajuda no esquema conhecido como Anões do Orçamento, quando o empresário passou a atuar como o recebedor dos recursos ilegais. “Resolvemos problema de conta fora do Brasil”, disse. Outra coincidência também fez com que Luiz Estevão voltasse ao escândalo da década de 90. O político estava preso na mesma cela do delator do esquema, José Carlos Alves dos Santos, também condenado pela morte da mulher, Ana Elizabeth Lofrano, quando cumpria pena na Papuda. “Ele era um dos implicados na CPI. Se apaixonou por outra, a mulher descobriu e ameaçou contar tudo. Ele levou-a para um restaurante, mandou abrir uma garrafa de champanhe, para os garçons verem o tanto que ele era carinhoso, saiu de lá, simulou um sequestro, e ajudou os caras a matarem”, disse. Influência - Em outro trecho da gravação, Luiz Estevão demonstra sua influência nas decisões políticas do Distrito Federal. O empresário revela um suposto acordo em que ele seria o responsável pela construção de todas as estações de metrô de Ceilândia durante a gestão de Joaquim Roriz. Em troca, ajudaria o ex-governador, pai de Liliane, com uma negociação com o governo federal envolvendo o repasse de verbas da União para o pagamento da folha. Em vez do repasse adiantado feito pelo governo federal, os recursos permaneceriam aplicados e seriam destinados ao governador apenas no dia do pagamento. A manobra renderia R$ 20 milhões por dia aos cofres do GDF com a inflação alta. Segundo Estevão, apesar de ter obtido sucesso na negociação, acabou não contemplado com todas as estações. A de Hélio Prates ficou com Paulo Octávio.


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IPTU 2016 - 4ª parcela Final da inscrição

Vencimento

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Decisão pode demorar mais Pedido de cassação de Eduardo Cunha está na pauta de segunda-feira, mas votação não está garantida

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nze meses depois de seu pedido de cassação, o futuro de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) poderá ser decidido na Câmara dos Deputados na próxima semana. A expectativa é de que a representação da Rede e do PSol, feita em 13 de outubro de 2015, acusando o parlamentar de ter omitido a existência de contas bancárias na Suíça, seja votada em plenário nesta segunda-feira (12). Falta de quórum, recursos legais, questões de ordem e um projeto de resolução são manobras possíveis para protelar o julgamento do colegiado. A situação de Eduardo Cunha piorou no dia 3 de março, quando o Supremo Tribunal Federal (STF), por unanimidade, aceitou a primeira denúncia contra o ex-presidente da Câmara, suspeito de ter recebido R$ 5 milhões em propina pela venda de navios-sonda da Petrobras. Após dois meses, o STF acatou o pedido de Rodrigo Janot, procurador-geral da República, de suspender o mandato do parlamentar, que, entre as denúncias da PGR, também teria se utilizado de “manobras espúrias” para evitar a investigação no Conselho de Ética. Com o processo bem avançado e isolado pelos seus antigos aliados do Centrão, o repertório de possibilidades para salvar o mandato de Cunha diminuiu. São necessários 257 votos dos 513 deputados para cassar o deputado. Para o cientista político da Universidade de Brasília David Fleischer, a cassação do peemedebista está longe de ser unanimidade na Câmara. “Os deputados estão divididos. Se o deputado der o seu voto contra a cassação de Cunha, ficará comprometido com seu eleitorado em 2018. Porém, muitos deles têm medo do parlamentar, já que podem estar metidos em algum esquema

Lula Marques / Agência PT

Eduardo Cunha ainda pode contar com a falta de quórum e as manobras para ganhar mais tempo e ir mantendo seu mandato de corrupção. Ele gravava reuniões com áudios e vídeos”, disse o cientista político. Manobras - A falta de quórum é uma das alternativas de Eduardo Cunha para protelar a votação, ou mesmo salvar seu mandato. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), garantiu que não votaria a matéria com menos de 400 deputados presentes. E a Casa está esvaziada pelas campanhas eleitorais. Nove partidos fecharam questão e assinaram um compromisso para levar seus 216 deputados para a sessão.

A alternativa para salvar o parlamentar fluminense seria não votar o parecer aprovado no Conselho de Ética, que prevê a cassação do mandato do político e a proibição de exercer cargos públicos por oito anos. Nesse caso, os deputados apresentariam uma questão de ordem, pedindo a votação de um projeto de resolução. “Eles apresentariam emendas ao projeto de resolução e, assim, Cunha teria penas mais brandas. A cassação poderia virar uma suspensão. O regimento interno da Câmara é cheio de lacunas e um bom

regimentalista sabe preencher bem esses espaços”, disse David Fleischer. A manobra permitiria, ainda, a convocação de uma segunda sessão para Cunha não perder seus direitos políticos. STF - Na quinta-feira (8) , o Supremo Tribunal Federal (STF), por 10 votos a 1, negou o pedido impetrado pela defesa de Eduardo Cunha para anular seu processo de cassação. Para a defesa, o processo contra o parlamentar deveria ter sido suspenso após o afastamento de seu mandato.


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SINPRO DF

Vem aí o dia de paralisação nacional com assembleia geral A categoria docente tem um encontro marcado no dia 22 de setembro, quinta-feira, às 9h30, na Praça do Buriti. Nesta data, trabalhadores de vários segmentos se organizarão e paralisarão as atividades em todas as cidades do país para combater a pauta imposta pelo governo federal contra a classe trabalhadora. Será uma paralisação nacional organizada pela CUT e CNTE – e demais entidades sindicais – com vistas a organizar uma greve geral nos próximos dias. No DF, os professores e orientadores educacionais se reunirão em assembleia geral organizada pelo Sinpro (Sindicato dos Professores no Distrito Federal) para discutir e deliberar sobre os próximos passos desta luta. O quadro colocado para a educação e educadores, tanto em nível local quanto nacional, é extremamente grave e desfavorável, exigindo da categoria uma postura corajosa para que direitos não sejam retirados e que avanços não sejam impedidos.

Confira a pauta de reivindicações:

n Pelo pagamento das pecúnias dos professores e orientadores aposentados; n Pelo reajuste imediato do vale-alimentação, sem correção há mais de um ano; nGestão Democrática / Eleições 2016; nContra a Lei da Mordaça; nContra a PEC 241; n Contra o PLP 257/PLC 54; nContra o PL 4567; nContra a Reforma da Previdência; n Em defesa da Lei do Piso do professor. Participe!


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Gosto amargo Lula Marques / AGPT

Reforma da Previdência Social pesará no bolso do trabalhador, que terá de se aposentar mais tarde Cláudio Caxito (*)

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governo Michel Temer (PMDB-SP) já se inicia com anúncio de que haverá reforma da Previdência Social. É mais uma tentativa de amenizar a situação das contas públicas, diminuindo o rombo bilionário no sistema previdenciário, especialmente com o adiamento das aposentadorias. Resultado: novamente os trabalhadores pagarão a conta pelos descalabros administrativos dos governos anteriores. Mas Michel Temer terá de aprovar a polêmica reforma no Congresso Nacional, onde parlamentares, mesmo os mais próximos do governo, preferem empurrar essa questão para adiante, pensando sobretudo nas eleições de 2018, quando seus próprios mandatos estarão em jogo e o presidente da República estará prestes a deixar o cargo. O projeto de reforma deverá ser enviado ainda neste mês, mas a votação, pelo andar da carruagem, não deve sair tão cedo. Para começar, entre 15 de setembro e 3 de outubro não haverá sessão na Câmara. No Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente da Casa por onde o projeto passará após ser apreciado na Câmara, diz defender a reforma, desde que garanta direitos adquiridos e que envolva o período de transição. O consenso dentro do governo é de que a reforma é necessária para garantir as aposentadorias futuras, considerando que o rombo, devido ao aumen-

to da expectativa de vida do brasileiro (hoje 75 anos, idade de Temer), é progressivo. No entanto, o caminho a ser percorrido no Congresso Nacional será longo. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), lembra que só naquela Casa o texto terá de passar pela Comissão de Constituição e Justiça, Comissão Especial, apresentação de propostas de mudanças pelos parlamentares e duas votações no plenário. Isso depois de muito debate.

Sinal amarelo - Há dois meses, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou que o déficit do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que paga os benefícios aos trabalhadores do setor privado, passará de R$ 147 bilhões neste ano para R$ 183 bilhões em 2017. E é justamente esse avanço que ligou o sinal de alerta no Palácio do Planalto e fez Temer acelerar o processo. O que o presidente e seu time propõem é a idade mínima de 65 anos

para homens e mulheres se aposentarem, medida que agrada ao PSDB – aliado de Temer na armação do impeachment e defensor de interesses que não necessariamente são os da massa trabalhadora – e ao mercado, ansioso por ver uma iniciativa de controle dos gastos públicos e do rombo fiscal. Para amenizar o impacto, está prevista uma regra de transição (espécie de pedágio) para quem está na ativa e tem mais de 50 anos de idade.


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o da novidade R$ 32,5 bilhões aos cofres públicos. E sobra para o trabalhador que contribui para o INSS.

Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil. Enquanto articula mais um arrocho para os cidadãos comuns, usufrui de uma aposentadoria inimaginável para a maioria da população. Aos 53 anos, começou a receber mais de R$ 19 mil por mês da Câmara dos Deputados

Não contribuintes - O déficit anunciado do Regime Geral da Previdência Social (RGPS), que reúne os milhões de contribuintes do INSS, foi de R$ 88,6 bilhões em 2015, enquanto os regimes próprios da União, estados, municípios e militares federais causaram um rombo de R$ 126 bilhões ao Tesouro, segundo o jornal Hoje em Dia. No regime geral, o buraco se deve ao que é pago aos trabalhadores rurais, que não colocam dinheiro no programa. Só

em 2015, responderam por um rombo de R$ 91 bilhões. Mas o presidente do Instituto de Estudos Previdenciários, Roberto de Carvalho, afirmou ao Hoje em Dia que o benefício ajuda a evitar um êxodo rural desordenado e um empobrecimento muito forte da população rural. Carvalho defende, porém, alteração no regime próprio dos militares. Como não contribuem para Previdência, somente em 2015, as Forças Armadas foram responsáveis por um desfalque de

Déficit polêmico - Como nem sempre o que é bom para o Brasil é bom para os brasileiros, especialmente quando mexe em seu bolso e nos seus direitos, essa reforma penaliza radicalmente trabalhadores obrigados a pagar um pato que sequer foram convidados a comê-lo. No mês passado, o senador Paulo Paim (PT-RS) citou artigo em que ele e o presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), Vilson Antônio Romero, mostram “a farsa que é o discurso de que a Previdência Social é deficitária”. O petista afirmou que basta o governo cobrar as dívidas tributárias de grandes devedores para sanear todas as contas públicas. Para ele, a Seguridade Social – que inclui o tripé previdência, saúde e assistência social – seria superavitária com a cobrança dessas dívidas. “É mais de um trilhão e meio (de reais) de dívida atualizada, que é só ir para cima e cobrar”, disse. “Pela Carta Magna, a previdência tem caráter contributivo e filiação obrigatória, a saúde é um direito de todos, e assistência social, destinada a quem dela precisar”, lembra o Paulo Paim. Ainda segundo o artigo, esse modelo de proteção tem recursos próprios, conta com diversas fontes de financiamento, como contribuições sobre a folha de pagamentos, sobre lucro das empresas, sobre importações e parte dos concursos de prognósticos promovidos pelas loterias da Caixa Econômica. “Se há anos eles dizem que há déficit, há anos os números mostram justamente o contrário”. A Anfip, lembra o texto, divulga anualmente a publicação Análise da Seguridade Social e os superávits são sucessivos: “saldo positivo de R$ 59,9 bilhões em 2006; R$ 72,6 bilhões em 2007; R$ 64,3 bi em 2008; R$ 32,7 bi em 2009; R$

53,8 bi em 2010; R$ 75,7 bi em 2011; R$ 82,7 bi em 2012; R$ 76,2 bi em 2013; R$ 53,9 bi em 2014.” Em relação ao ano passado, a afirmação é de que houve superávit de R$ 24 bilhões. Revisão nos auxílios - Para tentar amenizar, o déficit, o INSS começou a convocar nesta semana, por carta, os primeiros 75 mil beneficiários de auxílio-doença que passarão pela perícia médica de revisão do benefício. São pessoas com até 39 anos de idade e que estão há mais de dois anos sem passar por exame pericial. No total, a revisão mira 530 mil beneficiários de auxílio-doença que receberam o benefício por meio de decisão judicial e não realizaram nenhuma atualização nos últimos dois anos. Em seguida, será a vez de 1,2 milhão de aposentadorias por invalidez, de pessoas com idade inferior a 60 anos. A expectativa do governo é que entre 15% a 20% dos convocados deixem de receber a quantia média de R$ 1.193,73 por mês. Caso isso confirme-se, a economia pode superar R$ 1,5 bilhão para os cofres públicos em 12 meses. O deles garantido - A proposta de reforma previdenciária é encabeçada pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, que se aposentou aos 53 anos na Câmara dos Deputados, de onde recebe R$ 19.389,60 todo mês. Já Temer, defensor da reforma previdenciária desde que era interino (12 de maio a 31 de agosto), aposentou-se aos 55 anos como procurador do Estado de São Paulo e recebe R$ 30.613,24 de benefício, informa o Hoje em Dia. Para se ter uma ideia, o teto dos benefícios pago pelo INSS é de R$ 5.189,82. E a média geral de ganho salarial dos aposentados por tempo de contribuição é de R$ 2.169,36.

(*) Com agências


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Isonomia expõe falta de união Luta pela equiparação salarial da PM com a Polícia Civil mostra divergências das categorias Dênio Simões / Agência Brasília

Zilta Marinho

A

luta da Polícia Militar (PM) e dos Bombeiros Militares (BM), ambos do Distrito Federal, por isonomia salarial com a Polícia Civil (PCDF) vai tomando contornos cada vez mais complexos. O Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol) divulgou nota com o objetivo de orientar procedimentos com presos que forem chegando às delegacias e como realizar os registros de ocorrências. Dentre outras, foram listadas exigências para comprovação do crime que consta na acusação do preso. Não sendo apresentadas as evidências, os policiais militares que conduzem os presos, podem ser denunciados por “abuso de poder” pela Polícia Civil. Tais medidas levam em consideração a megaoperação organizada pela PM de sexta-feira a domingo (9 a 11). Os policiais civis consideram inoportuna a operação da PM. Nesse ambiente de animosidade, o Sinpol divulgou nota na terça-feira (6), destacando a manifestação da categoria, em frente ao Congresso Nacional, onde foram fincadas no gramado 1.073 cruzes brancas, cada uma representando a morte violenta das vítimas de homicídio e latrocínio ocorridas nos últimos 18 meses. Os dados da Secretaria de Segurança Pública mostram uma tendência de queda em alguns indicadores desde o início do ano. Há dois anos, a Polícia Militar realiza es-

Policiais militares são criticados abertamente por policiais civis e viceversa. Eles também querem estar com vencimentos iguais ao que ganham os policiais federais

Polícias Civis

Dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.

sas megaoperações todos os meses para redução da criminalidade. Segundo o coronel Helbert Borges, chefe do Centro de Comunicação

Polícias Militares e Bombeiros Militares Cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.

Social da PM, entrevistado pelo Brasília Capital, disse que nessas ações “são utilizados 1,2 mil militares a mais nas ruas que a média

Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares Forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.

diária habitual”. A força é distribuída por todo o DF proporcionalmente à população de cada localidade. “O resultado é a redução de

roubos a transeuntes e residências, e apreensão de armas, dentre outros”, completa o coronel Helbert. A PM, juntamente com as associações dos Bombeiros, vem acompanhando as negociações da PCDF com o governo de Brasília (GDF) que reivindica equiparação salarial com a Polícia Federal. A União, conforme art. 21 da Constituição Federal de 1988, é responsável por “organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio”. A verba para isso vem do Fundo Constitucional. Nesse cenário de desentendimento, a população pode ver sua segurança cada vez mais enfraquecida. Preocupado com essa situação, o coronel da PM Jean Rodrigues Oliveira divulgou sucessivas notas por meio de WhatsApp e e-mail alertando os colegas sobre a importância de manter a corporação unida. Em contato com o Brasília Capital, ele lembrou as dificuldades enfrentadas quando era comandante em Santa Maria e viveu a operação-tartaruga. Explicou que agora “a tropa está motivada e não se recusa a trabalhar” e que “é preciso reconhecer a importância desses profissionais”. Por causa das mensagens, o coronel Jean foi exonerado da função de comandante da Academia de Polícia Militar.


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Por Chico Sant’Anna

Vergonha Nacional Cresce o trabalho infantil no DF

B

rasília acaba de ganhar a medalha de bronze dentre as unidades da Federação onde o trabalho infantil mais cresceu no Brasil. Entre 2013 e 2014, aumentou 63,8%. Estimam-se em 28 mil os meninos e meninas que trabalham, cotidianamente. Até 2013, a cidade vinha apresentando redução dessa chaga social, chegando a registrar 16.755 menores de idade trabalhando, mas em 2014, último ano do governo Agnelo Queiroz, foi verificado um crescimento forte do uso da mão de obra infantil. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), tratados pelo economista Júnior César Dias, do Departamento Intersindical de Estatística divulgação

ivaldo cavalcante

e Estudos Socioeconômicos (Dieese), e apresentados em São Paulo por ocasião do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil. A medalha de ouro foi para Roraima, alta de 126,5%, e a de prata para o Acre, 67,9%. A dimensão do território do DF, a inexistência de uma agricultura in-

tensiva – mercado importante do trabalho infantil - e as melhores condições locais de fiscalização face aos demais Estados tornam essa realidade social candanga ainda mais vexaminosa, diante do percentual de crescimento da exploração da mão de obra infantil em Brasília. O exército que atua no

trabalho infantil no Brasil é estimado em 3,3 milhões de crianças com idade entre 5 e17 anos. Pelos dados nacionais, o perfil médio aponta para um menino negro, que trabalha 26 horas semanais. O rendimento médio que a garotada consegue equivale a meio salário mínimo. Um dos principais focos do trabalho infantil está a poucos quilômetros do Palácio do Buriti e também do Palácio do Planalto. É o lixão da Estrutural. Em situação degradante, crianças disputam resíduos sólidos descartados como lixo e que tenham algum valor de revenda para ajudar no sustento familiar. Se a coleta de lixo em Brasília fosse efetivamente seletiva a realidade poderia ser bem diferente.

Cardeal ou coroinha? Uma tela pintada a óleo, no século XV, pelo Maître D’Alfajarin, chama a atenção de brasileiros que visitam o Museu de Belas Artes da cidade francesa de Dijon, capital da Borgonha, famosa pelos vinhos Pinot Noir e Chardonnay. Consagração

de um cardeal retrata um bispo recebendo o barrete de cardeal. O clérigo apresenta enormes semelhanças ao senador Cristovam Buarque. Considerado por muitos anos como um dos cardeais da política candanga, após o impeachment da presidente

Dilma Rousseff, parece estar perdendo o poder do cetro junto ao seu eleitorado tradicional. Cristovam, dizem alguns analistas, precisa se preocupar em não perder o cardinalato e se transformar em mais um coroinha da política local.

Na gaveta do PPS Se depender da cúpula do PPS, a representação feita ao Conselho de Ética do partido pedindo a expulsão da distrital Celina Leão – noticiada com exclusividade aqui nessa coluna – vai ficar na gaveta. O presidente nacional do partido, Roberto Freire, instado duas vezes a comentar o processo e a situação da presidente afastada da Câmara Legislativa, silenciou-se. Cristovam Buarque, que foi responsável pela ida de Celina para o PDT e, depois, para o PPS, disse, via assessoria, que não comentará o episódio. Mesmo silêncio diante dos fatos apresentou a própria distrital. O presidente do PPS-DF, Chico Andrade, informou a esse jornalista que o PPS não tem pressa, nem cronograma a cumprir para a análise da representação contra Celina Leão que, embora datada de 24 de agosto, ainda nem foi encaminhada para a análise do Conselho de Ética. Segundo ele, não há prazo regimental para o encaminhamento. “Isso a gente faz de acordo com a gravidade de cada caso”, disse. E agora pergunto eu: as denúncias e gravações contra Celina Leão não serão graves a ponto de pedir urgência na tramitação? Preocupado em “não expor mais a parlamentar”, Chico Andrade afirma que a representação não significa a existência de um processo de expulsão dela. “A direção do partido, apesar do embaraço que tal situação causou, está esperançosa que os dois deputados logo consigam apresentar todas as respostas para as acusações que lhes são imputadas”, diz ele, lembrando que Celina Leão e Raimundo Ribeiro estão afastados da Comissão Executiva do PPS.


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Limites do futebol feminino Falta de recursos e apoio só permitem participação de sete times no campeonato do DF Site ADEDF

Gabriel Lima

H

á muito tempo que o futebol feminino precisa de apoio no Distrito Federal. Em Brasília, a categoria ainda não é considerada profissional. Não é permitida a cobrança por ingressos. As próprias equipes buscam por estádios para seguir a programação do campeonato brasiliense e, por isso, a semifinal desse torneio teve de ser adiada. A falta do departamento responsável pelo futebol em alguns clubes faz com que somente sete, dos 22 times, participem do campeonato local. Em todo o ano, somente um participa da Copa do Brasil. Liomar Arantes, assistente do Departamento de Futebol Amador da Federação de Futebol do Distrito Federal, explicou que existe dificuldade de organizar um torneio na capital. “Os clubes pagam para jogar. Tem o apoio da federação, com arbitragem e com bolas. Agora, de empresa privada, do comércio, do governo, não tem apoio nenhum. Os clubes pagam tudo, transporte, material, médico, alimentação”, disse. A falta de investimento se evidencia no campeonato local. “Em 2016, só participaram sete times do campeonato candango de futebol feminino porque 15 não têm departamento de futebol. Não tem campeonato de base para alimentar as competições de cima”. O único representante da capital na Copa do Brasil, o Cresspom, conta com o apoio do clube para suas atividades. “O departamento existe há, pelo menos, 10 anos. Tem um tetracampeonato mas, basicamente, é o presidente com o apoio do clube. A estrutura é toda do clube, não há apoio externo nenhum”, afirmou.

O time ADEFDF levantou o troféu da Taça Brasília de Futsal

Mesmo o time multicampeão enfrenta problemas com apoio. “Nós estamos sempre melhorando. Agora, você conseguir arrumar patrocínio é complicado. Nós já apresentamos projetos, mas não conseguimos esse retorno. As pessoas têm que olhar o lado bom também, porque sempre falam apenas da dificuldade e nunca falam dos títulos, da conquista”, explicou. No primeiro jogo da Copa do Brasil, o Cresspom goleou o Aliança (GO) por 7 a 0. Na oportunidade, foram registrados apenas 23 pagantes, com uma renda de R$ 115. A equipe empatou o jogo de volta em 1 a 1 e classificou-se para enfrentar o Iranduba-AM na segunda fase da competição. Neste ano, a Taça Brasília de Futsal ficou com a equipe da Associação Desportiva de Futsal do Distrito Federal (ADEFDF), que busca dar apoio a atletas que desejam seguir na área. “Nós somos uma associação que já funciona desde 2006. Trabalhamos

desde as categorias de base, então nós temos atletas de 10 anos, sub-13, sub-15, sub-17 e adulto, todas com bolsa de estudos”, expôs. Apesar de não ter fins lucrativos, a ADEFDF busca meios para garantir a melhor condição para suas atletas. “Temos convênio com escolas e universidades para dar bolsa de estudos para as atletas. Além disso, há um sistema de sócio torcedor, que são os ex-atletas e alunos já formados, que contribuem com cerca de 30 reais por mês”. A falta de divulgação dificulta a busca por apoio. “O grande problema é a mídia porque, ou não buscam, ou não divulgam. Isso dificulta para encontrarmos parcerias porque cada vez menos as empresas estão preocupadas com o social, e sim com custo benefício. Se ela investe, quer saber qual o retorno de mídia. Se eu não posso oferecer um retorno de mídia, fica difícil arrumar patrocínio”, declarou. O Ensino Certo, colégio que foi

campeão da primeira Eurocopa colegial, fornece suporte necessário para as alunas. “A escola dá todo o apoio que precisamos. A parte financeira, a parte educacional, principalmente. O nosso intuito é deixar um legado para as meninas”, informou. O projeto da escola conta ainda com a participação do Minas/Icesp. “Chegamos a um nível também que quando a menina sai do nosso projeto, do colégio certo, ela já é integrada ao projeto do Minas/Icesp, e de lá ela pode ter uma bolsa integral também na faculdade”, demonstrou. O técnico da equipe, Diego Alves, afirma que até o transporte é bancado por eles. “Uma coisa simples, o próprio patrocínio para o transporte para o jogo. Às vezes, eu levo cinco meninas no meu carro e mais um pai para a gente poder ir para o jogo”, constatou. Apesar do título internacional, o patrocínio não vem. “Se fosse uma equipe masculina, com certeza o patrocínio viria, que é o que a gente tanto precisa. No feminino, infelizmente, a visibilidade não é tão grande. Do transporte ao uniforme de jogo é tudo por conta do colégio. E, às vezes, fica até pesado para eles, então a gente vai reutilizando, reaproveitando os uniformes, e assim vai indo”, contou. A diretora do Minas, Rayane Diniz, atual campeão candango, mostrou a dificuldade até mesmo em disputar um campeonato organizado pela federação. “Ginásio e estádio é muito difícil da gente conseguir porque é muito burocracia. No campeonato brasiliense deste ano, aconteceu de as semifinais terem de ser disputadas em estádio e teve que adiar um final de semana porque ninguém conseguiu um estádio para jogar”, pronunciou. O único patrocínio vem da própria faculdade. “O único patrocínio mesmo é o do Icesp, que é a bolsa e, querendo ou não, é um patrocínio porque muitas alunas não têm condição de pagar a faculdade”, disse.


Brasilia Capital n Geral n 13 n Brasília, 10 a 16 de setembro de 2016 - bsbcapital.com.br

A

transição que estamos vivendo com mudanças de costumes tem atingido, mais particularmente, os adolescentes com conflitos e ansiedade, pelas expectativas que carregam e pela baixa resistência às frustrações. A ansiedade acentua-se, em parte, pelas cobranças dos pais em relação a emprego e profissões. Ignorando que já se nasce com a profissão que se vai exercer gravada no inconsciente, os pais erram muito ao impor aos filhos a profissão da tradição ou do dinheiro, criando batalhões de frustrados. No campo sentimental, as relações fluidas da atualidade agradam os meninos que, assim, acham meio cômodo de permanecerem mais tempo nas casas dos pais, li-

Adolescentes em conflito vres das responsabilidades do casamento e família, mas não agrada tanto ou desagradam as meninas que, na maioria, ainda preferem sentir segurança nas relações. Estabelecido o conflito, pergunta-se: o que fazer? Para quem prefere o relacionamento seguro é

preciso conversar, expor seu ponto de vista, e descartar os partidários do “ficar”. Em relação aos pais, esperar o tempo até que ganhem o suficiente para deixarem o lar, buscarem a profissão de acordo com a vocação, e assumirem o comando de suas vidas.

T

enho observado ao longo da minha vida profissional como a mídia, quando sensacionalista, consegue transformar a opinião pública, conseguindo inclusive ditar as tendências da alimentação. Hoje em dia, com as redes sociais invadidas por “blogueiros e blogueiras fitness” sem nenhuma capacitação técnica, estamos vendo modas e regras sobre nutrição e alimentação sem nenhuma evidência científica invadindo a opinião pública, o que é preocupante do ponto da saúde coletiva. Nós, nutricionistas e especialistas no assunto, chamamos o que está acontecendo nas

MARCELO RAMOS O REPÓRTER DO POVÃO

Programa O Povo e o Poder de segunda a sábado das 8h às 10h

Rádio Bandeirantes - AM 1.410 Ligue e participe: 3351-1410 / 3351-1610 www.opovoeopoder.com.br

Caroline Romeiro

Não ao terrorismo nutricional! redes de terrorismo nutricional. Quando cientistas divulgam os resultados de suas pesquisas sobre algum alimento ou nutriente, os especialistas em nutrição são capazes de interpretar os resultados e

aplicar ou não essas evidências na prática clínica. O mais importante na abordagem profissional é a individualização da prescrição. Um dos princípios básicos para uma alimentação saudável e equilibra-

Estamos vivendo o século da transição planetária pregado desde 2000 anos pelo Apocalipse e por diversas tradições espiritualistas. Todos os setores e relações serão atingidos. Quanto mais rápido a adaptação ao novo, menos sofrimento. Em tudo temos a busca do melhor, embora os equívocos. Criado para ser feliz, passa o ser por muitas experiências, principalmente no campo afetivo, até que se firme numa nova concepção. Nunca é demais repetir Confúcio: “seja natural, não vá para os extremos e ame”. E Santo Agostinho: “ame, e tudo o que você fizer estará certo”. Calma, adolescentes! O caminho se faz caminhando, e é preciso topar e retirar as pedras para que outros não topem, cumprindo-se a Lei de Solidariedade.

da é não limitar o consumo de nenhum nutriente ou grupo alimentar se não há justificativa pra isso. Hoje em dia, o terrorismo nutricional envolve a proibição de alimentos que são fontes de glúten, lactose, gordura saturada... nem sempre alimentos modificados pela indústria pra não conter esses elementos são mais saudáveis do ponto de vista do equilíbrio nutricional, e pra quem não tem nenhuma restrição, fazer uso desses alimentos ou produtos pode ser inclusive prejudicial. Sempre que você tiver dúvida sobre quais alimentos escolher para ter uma alimentação saudável, procure um nutricionista.


Brasilia Capital n Geral n 14 n Brasília, 10 a 16 de setembro de 2016 - bsbcapital.com.br

M

inha cara doutora, Bom Dia! Antes de mais nada, faço questão de dizer que sou leitor assíduo de sua coluna Saúde da Mente. A propósito, na última semana, você escreveu um belo artigo sobre a viagem-sem-volta, da qual ninguém consegue escapar e nem marcar a data preferida do “embarque” fatal: a morte. Realmente, além de assunto oportuníssimo, principalmente para quem completou 90 anos, 9 meses e 13 dias de idade cronológica nesta quinta-feira, 2 de setembro (como é o meu caso) – valeu para afastar de meu coração qualquer vestígio de medo, quando chegar a hora de atravessar o Rio Jordão, consoante acreditam alguns evangélicos. Ainda não lhe falei a respeito, mas o referido tema vem sendo “estudado” por mim já há algum tempo, mas sem cagaço humi-

Fernando Pinto (*)

Carta aberta à psicóloga Fernanda Sampaio lhante, até porque sou vestibulando da Escola dos Filósofos Gregos, a partir de Sócrates, considerado o ser humano mais sábio do mundo, não obstante afirmasse: “O que sei é que nada sei!”; e de tantos outros como Platão e Aristóteles, cada qual com uma mensagem de sabedoria específica – cujos senhores me foram apresentados por meu saudoso pai

P

assarinheiros do Brasil inteiro colocam seus registros fotográficos e sonoros no Wikiaves (www.wikiaves. com.br). São quase 25 mil colaboradores que já fotografaram 1.860 das 1.901 espécies brasileiras e já gravaram o canto de 1.678 espécies. O banco de imagens do Wikiaves já conta com mais de um milhão e setecentas mil fotos e cento e duas mil gravações. Para Reinaldo Guedes, criador e administrador do site, o Wkiaves tem o objetivo de apoiar, divulgar e promover a atividade de observação de aves, fornecendo gratuitamente ferramentas avançadas para controle de fotos, sons, textos, identificação de espécies, comunicação entre observadores, entre outras. O Distrito Federal é a décima unidade da federação com 618 usuários; temos registradas no DF 437 espécies. Entre os 25 observadores de aves do Brasil com mais de 1.000 espécies registradas até hoje, três são de Brasília: Eduardo Fernandes, com 1.085 espécies; Margi Moss, com 1.073 e Fernanda Fernandex, com 1.022.

ainda na primeira infância, conforme relatei na recente autobiografia O Menino que Tinha Medo de Gente. Por mencionar “sabedoria específica”, no item Morte, sou adepto da filosofia de Epicuro, também conhecido como o “Médico da Alma” e que tinha como consultório um lindo jardim. Para ele, “é um tolo quem diz temer a morte”. E explica por que:

Tancredo Maia Filho (*) MARGI MOSS

Eduardo começou a registrar aves, mais assiduamente, a partir de uma viagem comemorativa dos seus 60 anos às Ilhas Galápagos, Equador. Nunca é tarde

para começar, diz Eduardo. Nesta trajetória, foram vários cliques impressionantes. O último, no Jardim Botânico de Brasília, foi um gavião-de-cabeça-cinza devorando uma casa de vespas, atrás de larvas e pupas, alta fonte de proteínas, nesta seca de Brasília. Margi mora no Lago Sul e no seu quintal já registrou (viu ou ouviu) o impressionante número de 140 espécies, entre elas o saci, o inhambu-chororó, a coruja-de-igreja, que faz ninho na palmeira ao lado da casa e o majestoso gavião-pega-macaco. Para Margi, observar aves possibilita o despertar e o educar o olhar não só para as aves, mas, principalmente, para a natureza e a necessidade de preservá-la. Esse é um de seus focos nas palestras que dá como educadora ambiental por este Brasil afora.

“a morte é a solução de todos os problemas humanos e é a chave para a felicidade da alma. Na morte, não há o que temer, inclusive porque é a extinção dos sentidos e, portanto, não dói”. Por extensão, acho que a tão temida “morte” é muito relativa, conforme o prefácio do romance O Egípcio, de Mika Waltari: “Não desejo oferendas na minha sepultura por aqueles que pensam que eu morri. Simplesmente porque viverei nas Lágrimas e nos Risos Humanos. Viverei no Medo e na Mágoa Humana. Viverei na Bondade e na Torpeza Humana. Viverei na Justiça e no Erro Humano. Viverei na Fraqueza e na Força Humana. Vivi em todos aqueles que vieram antes de mim. E continuarei vivendo nos que vierem depois de mim!” (*) Fernando Pinto é jornalista e escritor

Para Fernanda, que começou suas atividades passarinheiras registrando os comuns bem-te-vi e rolinha-fogo-apagou, observar aves é uma maneira de integrar-se à natureza, concentrar-se no ambiente, sair do cotidiano desafiando suas limitações físicas e psicológicas, suportar frustrações, aguentar os incômodos de picadas de insetos e espinhos, dores musculares, calor extremo, frio, vento, ter paciência de esperar longuíssimos minutos por uma ave rara que pode não vir ou extasiar-se, todos os dias, com as aves comuns do seu quintal... GAVIÃO-PEGA-MACACO - Spizaetus tyrannus (Wied, 1.820) O gavião-pega-macaco mede entre 58 cm (os machos) e 70 cm (as fêmeas). Tem um penacho em forma de coroa. A plumagem é negra com pequenas pintas brancas no ventre e calções. Plana, principalmente pelas manhãs, quando emite seu grito fino e aflautado. A fêmea coloca dois ovos que são chocados por cerca de 40 dias.

(*) Seja um observador de aves. Junte-se a nós! Informações em: www.observaves.blogspot.com.br


Brasilia Capital n Geral n 15 n Brasília, 10 a 16 de setembro de 2016 - bsbcapital.com.br

P

E

r o g r a m a ç ã o

Shows Lulu Santos em Brasília. Sexta-feira (16), às 21h no NET Live Brasília. Ingressos: R$ 80 a R$ 240. Pontos de venda: www.verrieverri.com.br, Bilheteria Digital, Lojas Mormaii ou na bilheteria do NET Live. Informações: (61) 8121-0800 / 3306-2030. Chá da Ludmilla. Sábado (17), às 23h no NET Live Brasília. Ingressos: R$ 25 a R$ 75. Pontos de venda: www.aloja.com, Calvin Klein e na Victoria Haus. Informações: (61) 99552-2891/ 3340-3007. Samba Brasília 2016. Sábado (17), às 13h no Estacionamento do Mané Garrincha. Ingressos: R$ 70 a R$ 220. Pontos de venda: Lojas Mormaii, Bilheteria Digital. Teatro Warley Santana em Bonecomédia. Sábado (17), às 20h e domingo (18), às 19h no Teatro Brasília Shopping. Ingressos: R$ 30 (meia). Pontos de venda: www.casadeartistas.com.br/ingressos e na bilheteria do teatro. Informações: (61) 2109-2122. Mussoumano ao Vivo. Sábado (17), às 21h , e domingo (18), às 20h, no Teatro dos Bancários. Ingressos: R$ 40 (meia). Pontos de venda: bilheteria do teatro, central de ingressos no Brasília Shopping e no site www.ingresso.com. Informações: (61) 3034-6560/ 3262-9090. M

i c r o c o n t o

Radionovela Elas chegavam uma a uma e dividiam as tarefas: uma preparava o chimarrão, a outra arrumava as cadeiras, a outra ligava o rádio... Sentavam-se em volta do fogão a lenha e não se mexiam pra nada, afinal, era a hora da novela! Eu não entendia o porquê delas abaixarem a cabeça e se concentrarem tanto na história vinda do rádio, entendia muito menos quando era intervalo comercial e elas comentavam o que tinham ouvido. Hoje eu vejo que o tempo passou tão de pressa que as reuniões se resumem em grupos de redes sociais, e só me dei conta agora ao comparar a juventude. Quem é jovem hoje, jamais vai saber o prazer de um encontro cara a cara, de entrar numa história contada, de usufruir de uma amizade real. (Baseado na leitora Dara – Curitiba/PR)

s p e t á c u l o

Peça Gata em Telhado de Zinco Quente no CCBB

E

streou em Brasília, nessa sexta-feira (9), a peça Gata em Telhado de Zinco Quente, de Tennessee Williams, escrita em 1955. Uma família quer receber a herança do patriarca, Harvey Pollitt, doente. Casada com Brick, filho predileto de Harvey, Maggie angústia-se com sua embriaguez e desinteresse pelos negócios da família. Bárbara Paz vive o papel de Maggie. Ela foi entrevistada pelo Brasília Capital. BC - O que a encanta na peça de Tennessee Williams que a conquistou para integrar esse projeto? Bárbara Paz - O texto é sublime. Todos os personagens são de uma complexidade fascinante. Um texto que não envelheceu. Pelo contrário, se tornou cada vez mais atual. Sempre amei o texto e tive vontade de fazer a Maggie. BC - Maggie Pollitt é uma personagem que vive conflitos de toda ordem. Como foi construí-la? Bárbara Paz - Foi realmente encantador descobrir esta mulher em meu corpo. Dar vida a ela. Ser ela por algumas horas. Estar com ela em meus pensamentos. Brigar por ela. Essa gata que não pula do telhado. Que fica lá lutando pelo seu amor. Lutando pelos seus direitos de fêmea. O corpo, a voz, as palavras ácidas e tão ferinas e de uma feminilidade atemporal. BC - Outras atrizes, como Elizabeth Taylor, já viveram essa personagem no teatro e no cine-

divulgação

Bárbara Paz classifica o texto como “sublime” e os personagens como “fascinantes”

ma. O que há de Bárbara Paz em Maggie Pollitt? Bárbara Paz - Muitas atrizes foram Maggie, cada uma na sua essência e tessitura de atriz, tão diferentes e tão encantadoras. Cacilda Becker, Teresa Raquel, Vera Fischer, Elisabeth Taylor, Jessica Lange, Natalie Wood, Scarlett Johansson e agora eu... Bárbara tem muito de Maggie e Maggie tem muito de Bárbara, o feminino. BC - Gata em Telhado de Zinco Quente estreou em 1955 e foi adaptada para o cinema em 1958. Em sua opinião o que na história mais atrai o público de hoje? Bárbara Paz - A disputa pelo poder, a ganância, a briga pelo amor, a inveja, a culpa, o desejo. São elementos que sempre vão interessar a nós espectadores/público. BC - Depois de Brasília, onde mais irão apresentar a peça?

Bárbara Paz - Já fizemos São Paulo, Rio de Janeiro, agora Brasília. E, depois, partimos para o CCBB em Belo Horizonte BC - Quais seus próximos projetos profissionais? Bárbara Paz - Vou terminar de filmar o meu documentário Corredor Polonês sobre o Babenco* e logo devo voltar à TV. *Diretor e cineasta argentino Hector Babenco falecido em 13 de julho deste ano. Ele e Bárbara Paz foram casados durante cinco anos.

Serviço Data: Até 9 de Outubro Hora: De quinta a sábado, às 20h, e domingo, às 19h (não haverá sessão no dia 16/09) (sessões extras dias 10/09, 17/09, 01/10 e 08/10, às 17h) Local: CCBB Brasília - SCES Trecho 2 Classificação: 14 anos


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