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Distribuição gratuita Ano V - 243 - Brasília, 23 a 29 de janeiro de 2016

DIÁLOGO Temer aconselha Dilma a “ouvir mais do que falar”. Será que o vice não teria algo mais construtivo a dizer à presidente?

Corrupção A corrupção no Brasil é uma invenção de Lula e do PT? O dinheiro do PSDB é de quermece?

Educação IBGE mostra que política de cotas levou mais pretos para as universidades públicas.

(ou não...)

estatização PT concentrou exploração do présal na Petrobras. Foi bom para a estatal ou para os corruptos? páginas 2 e 3

Mentira e verdade são dois conceitos abstratos que, não raro, se confundem na política brasileira. Na quarta-feira (20), em São Paulo, durante entrevista a blogueiros na sede do instituto que leva o seu nome, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, declarou não existir “uma viva alma mais honesta do que eu”. Os adversários que o execram e tentam imputar-lhe a culpa por todas as mazelas ocorridas no Brasil nos últimos anos, aumentaram o bombardeio nas redes sociais, chamando-o de mentiroso.

Seus seguidores – e eles são muitos Brasil a fora – vibraram e travaram verdadeira batalha virtual defendendo o líder petista.

entrevista Ministro da Casa Civil, Jacques Wagner, fala ao Brasília Capital sobre a volta do Conselhão.

Estaria Dilma seguindo o conselho de Temer? páginas 4 e 5

E

x p e d i e n t e

Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com Diretor de Arte Gabriel Pontes redacao.bsbcapital@gmail.com Diretor Comercial Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Diretor-Executivo Daniel Olival danielolival7@gmail.com Cel: 61-9139-3991 Impressão Gráfica Jornal Brasília Agora Tiragem 20.000 exemplares e

Distribuição Plano Piloto (sede dos poderes Legislativo

Executivo, empresas estatais e privadas), Cruzeiro, Sudoeste,

Octogonal, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo, Vicente Pires, Águas Claras, Sobradinho, SIA, Núcleo Bandeirante,

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CARTAS

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Idoso assaltado em Taguatinga Prender pra quê? A audiência de custódia solta esses ‘anjos’ no mesmo dia.

Tudo isso pra facilitar a vida do ladrão. Nossa Justiça é a maior culpada por tanta impunidade. nDiego Britto, via Facebook

2 n Brasília, 23 a 29 de janeiro de 2016 redacao.bsbcapital@gmail.com

Pelai

Política

A

pós a afirmação do ex-presidente Lula de que não há viva alma que seja mais honesta do que ele, surgiram piadas para todos os gostos nas redes sociais.

Alguns posts viralizam na web questionando a sanidade mental do ex-presidente e elencando figuras como Fernandinho Beira-Mar e Paulo Maluf como “almas vivas” mais honestas do que Lula.

A verdade (ou não) da culpa do PT Os algozes do PT e de Lula tratam os recentes escândalos trazidos à tona pelas mais diversas operações da Polícia Federal e do Ministério Público como o marco inicial da corrupção no Brasil. Mas será que, antes da sequência de quatro governos petistas esta praga não vicejava em nosso país? Dá para acreditar que a corrupção é uma criação de Lula e do PT?

A verdade (ou não) da inocência do PSDB Na quarta-feira (20), o PSDB protocolou na Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) pedido de extinção do PT. Alegam os tucanos que os petistas receberam dinheiro do exterior para a campanha de 2006, segundo delação premiada do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró. É o caso de se perguntar: os recursos arrecadados pelo PSDB e demais partidos políticos brasileiros são originários de quermeces?

A verdade (ou não) das doações de campanhas Basta uma rápida pesquisa nas prestações de contas no TSE e nos TREs para constatar que os doadores para campanhas são os mesmos para a esquerda e para a direita. Aí entra a frase irônica de Lula: “tem dois cofrinhos com dinheiro da mesma origem. Um com dinheiro sujo e outro com dinheiro limpo. O PT só pega no cofrinho de dinheiro sujo; o PSDB, que não é bobo, só pega no cofrinho de dinheiro limpo”. Será?

Viva a segurança do DF! Aqui só é seguro para o governador e para o secretário de Segurança. A população sofre. nArnaldo Neto, via Facebook

no Lago e em qualquer lugar. Esse senhor deu muita sorte de não ter sofrido nada pior, além de perder o bem material. nPaulo Eduardo, via Facebook

Brasília dando show! Um convite à bandidagem...É de dia, à noite, no Plano,

Boicote aos postos de gasolina Eu vou boicotar os postos

de gasolina, a poluição, os engarrafamentos, a máfia dos combustíveis e o sedentarismo utilizando ônibus e bicicletas. Desculpa, mas “um dia sem abastecer” é brincadeira.

Belo protesto esse aí... nDani Barbosa, via Facebook

Política A verdade (ou não) das cotas nas universidades A política de cotas conseguiu, efetivamente, levar os pretos e pardos para as universidades públicas? Estatísticas do IBGE demonstram que sim. A população negra é a que mais cresce nas universidades públicas nos últimos dez anos. E isto desfez uma mentira – a de que o aumento da presença de negros acirraria uma disputa racial nessas instituições. Isto ocorreu?

A verdade (ou não) da tragédia de Mariana A privatização foi o centro da política tucana nos oitos anos de FHC. E o grande caso de sucesso foi a antiga Companhia Vale do Rio Doce. Dali nasceu a Samarco, construtora das barragens que se romperam na cidade de Mariana, em Minas Gerais, e causaram um dos maiores desastres ambientais do mundo. Será mesmo que a privatização é um case de sucesso no Brasil?

A verdade (ou não) da estatização do pré-sal Na visão do PT, a exploração do petróleo brasileiro deve ser feita pela Petrobras.

E a jóia da coroa seria o pré-sal, com a aplicação de seus recursos na educação.

A crise mundial do petróleo inviabiliza o pré-sal e leva a nossa maior estatal à bancarrota, juntamente com o escândalo de corrupção revelado pela Operação LavaJato. Então, estatizar as riquezas minerais é o melhor caminho para o Brasil?

Cobra coral em Águas Claras Não é coisa de outro mundo. Quem está destruindo o espaço dela é o ser humano. Aliás, não foi a cobra que apareceu em Águas Claras, e sim a população que invadiu seu território. Vai entender quem está certo ou errado...

3 n Brasília, 23 a 29 de janeiro de 2016 redacao.bsbcapital@gmail.com

A alegria...

Depois de vários anos de seca, voltou a chover com fartura no sertão nordestino. Na Chapada Diamantina (BA), o engenheiro agrônomo e agricultor Alfredo Bezerra filmou a chegada das águas que marcaram o início do sonhado inverno. Quinze dias depois, eufórico, acompanhou a sangria do açude Juracy Magalhães (foto).

... e o grande temor ...

Mas nem tudo são flores. O vereador Ricardo Pimentel (PROS) teme o rompimento da barragem, inaugurada em 14 de janeiro de 1933 e desde então sem passar por nenhuma reforma. Pimentel requereu ao Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) local verificação das condições da estrutura da barragem, que apresenta várias fissuras e erosões.

... do sertanejo A população se preocupa com a situação. Segundo o vereador, nos últimos 83 anos muitas casas foram erguidas à margem do Rio Piranhas, abaixo da barragem do açude. E todas elas correm risco de ser arrastadas pela correnteza, o que seria uma tragédia, a exemplo do que ocorreu no final do ano passado em Mariana (MG).

nAdriano Gustavo, via Facebook Fluminense em Brasília Muito boa a notícia de que vai ter jogo do Fluminense em Brasília. Já estamos com saudade do Fred por aqui. Tomara que desta vez o time venha para

jogar, em vez de só passear, como das outras vezes. nTiago Lima, via Facebook De que adianta o time jogar aqui e o ingresso custar R$ 80, o mais barato? Se continuar este preço, vou continuar assistindo só pela televisão. nCaio Oliveira, via Facebook

João Bosco Borba (*)

Quem vai limpar a Casa Grande?

O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2016 colocou um novo paradigma para os novos desafios da educação no Brasil. A primeira grande mudança foi a consolidação de uma política pública para os mais pobres chegarem às universidades púbicas ou particulares de qualidade. Do outro lado da moeda surgiu a ira dos que dominam historicamente as cadeiras nos melhores cursos superiores do Brasil.

No ano de 2004, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os 20% mais ricos ocupavam 55% das vagas nos cursos os universitários da rede pública, e 68,9% da particular. Em 2013, esses 20% mais ricos detinham 17% menos vagas na rede pública. Hoje, eles ocupam 38,8% das vagas nas universidades públicas. Na rede particular, eles tiveram um decréscimo de 25,9%, chegando a 43%.

A democratização do ensino superior levou a uma mudança substancial nas universidades públicas e particulares no Brasil, levando a um aumento regional da quantidade de universitários de 2004 a 2013.

Na região Sul, tivemos um aumento de 50,5% para 72,2%.

Na região Norte, o percentual foi de 17,6% para 40,2%. O maior crescimento, de 29,1 pontos percentuais, foi verificado no Nordeste, onde a proporção passou de 16,4% para 45,5%.

O aumento de vagas aliado a políticas públicas de cotas e reserva para escolas públicas elevaram o número de pobres universitários nas diversas regiões do Brasil. Em 2004, apenas 16,7% dos estudantes pretos e pardos com 18 a 24 anos frequentavam o ensino superior, segundo a pesquisa IBGE. Esse número chega a 45,5% em 2014.

Tem um dado, ainda na pesquisa do IBGE, que mostra o avanço de alunos de escolas públicas no universo do ensino superior. Se analisarmos o ano de 2004, na rede pública, 1,2% dos estudantes de nível superior pertenciam ao quinto mais pobre de rendimento domiciliar per capita, passando a 7,6% em 2014. Ou seja. um aumento aproximado de 633%. Na rede privada, essa proporção passou de 0,6% para 3,4%. Um aumento aproximado de 566%.

O acerto da política pública para acesso de pobres ao ensino superior coloca um novo debate, que é a inserção deste setor social no mercado de trabalho qualificado, concorrendo diretamente com o filhos da classe dominante e da classe média tradicional, que sempre tiveram um mercado só para eles. Ou seja, uma cota permanente devido às suas condições sócio-econômicas. E sempre reservarão para os pobres um lugar de servir a Casa Grande, e não ser protagonistas de suas ações.

O não limpar a Casa Grande significa construímos um pais de mais acesso e permitir que o Brasil seja dos brasileiros de uma forma geral e não de um privilégio de 20% que detém educação de qualidade apenas para eles e suas famílias. (*) Presidente da Associação Nacional de Empresários e Empreendedores Afro- Brasileiro (Anceabra)

Política

4 n Brasília, 23 a 29 de janeiro de 2016 redacao.bsbcapital@gmail.com

Entrevista/Jacques Wagner

Dilma reativa Conselhão, dia 28, para ouvir a sociedade Orlando Pontes

Jacques Wagner - Caso haja a necessidade, os trabalhos do CDES podem ser intensificados. Serão criados grupos de trabalho que vão depender das sugestões que forem apresentadas pelos conselheiros.

O

ministro-chefe da Casa Civil, Jacques Wagner, concedeu entrevista exclusiva ao Brasília Capital para explicar a importância da reativação do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) da Presidência da República.

O órgão foi amplamente utilizado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seus dois mandatos para estabelecer uma relação mais direta com os mais diversos segmentos da sociedade.

No entanto, Dilma Rousseff praticamente o deixou inativo durante cinco anos.

Mas o reativará, com a participação de 90 membros, no próximo dia 28.

BC – O ex-presidente Lula utilizou o Conselhão para se aproximar de setores mais conservadores da sociedade, a exemplo de empresários. A reativação dessa instância sinaliza que a presidente Dilma Rousseff tem esse mesmo objetivo?

Jacques Wagner – A criação do CDES alargou de forma inédita a interlocução entre o governo e a sociedade e a capacidade de definir, de forma compartilhada, os grandes rumos do Brasil. A recomposição do Conselho sinaliza a ampliação do diá-

O Conselho vai ampliar o diálogo para o desenvolvimento, necessário em um momento de crise econômica, diz o ministro-chefe da Casa Civil

logo para o desenvolvimento, necessário em um momento de crise econômica prolongada como a que passamos.

BC – Após um longo período de quase inatividade - os primeiros quatro anos do primeiro mandato e o primeiro ano do segundo governo de Dilma Rousseff -, qual a metodologia imaginada pela Casa Civil para reanimar o Conselho?

Jacques Wagner – Apre-

sentar o CDES como um espaço necessário de diálogo franco, aberto e respeitoso, onde serão desenvolvidas estratégias para a retomada do crescimento econômico e a ampliação do desenvolvimento do País.

BC – Existe a possibilidade desta retomada representar uma dinâmica com reuniões praticamente semanais dos diversos grupos de trabalho, como era no governo Lula?

as Parcerias Público-Privadas; a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) e a Agenda Nacional do Trabalho Decente.

BC – Como a retomada dos trabalhos do Conselho pode colaborar na recuperação da economia do País e na geração de empregos?

BC – Que tipo de proposta do Conselho, em sua opinião, mais impactou no desenvolvimento do País e foi percebido como avanço pela população?

Jacques Wagner – As contribuições do CDES podem impactar, como já impactaram em seus 12 anos de trabalhos, na qualidade das ações de governo e produção de resultados concretos e encaminhamentos. O Conselho elaborou e apresentou ao presidente da República propostas amplas e sistêmicas para o desenvolvimento brasileiro, como as Cartas de Concertação, Agenda Nacional de Desenvolvimento e os Enunciados Estratégicos para o Desenvolvimento. Apresentou também recomendações para enfrentar a crise econômica internacional, protegendo a dinâmica brasileira de desenvolvimento com distribuição de renda; análises sobre a relevância e o sentido da Reforma Tributária e da Reforma Política; e manifestação sobre o Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional, em defesa do seu caráter estruturante.

Além disso, contribuiu com o projeto de lei que instituiu

Jacques Wagner – A partir de sugestões do CDES, o governo regulamentou as operações de crédito consignado em folha de pagamento, a conta-investimento, o direcionamento de recursos para microcrédito e a Lei de Falências. Veio do Conselho a orientação estratégica incorporada pelo governo federal no Plano Plurianual 2008/2011 e foi decisiva a sua contribuição para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), especialmente nas áreas de logística e transporte, energia e infra-estrutura social e urbana, assim como nas medidas para combate às desigualdades. O Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) incorpora um dos principais consensos do CDES, qual seja a priorização da Educação como base para o desenvolvimento, demandando articulação com outras políticas públicas e a responsabilização compartilhada entre governos e iniciativa privada.

Política

5 n Brasília, 23 a 29 de janeiro de 2016 redacao.bsbcapital@gmail.com

Famílias ficam menos endividadas Segundo pesquisa CNC, 61,1% das famílias brasileiras tinham dívidas a pagar em 2015, contra 61,9% em 2014

C

aiu 1,3% o número de famílias endividadas no Brasil em 2015 e aumentou a proporção de inadimplentes. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, divulgada sexta-feira (22) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). No ano passado, 61,1% das famílias brasileiras tinham dívidas a pagar, enquanto em 2014, 61,9% das famílias possuíam algum tipo de dívida.

M e s m o com a tendência de redução no endividamento, o indicador de inadimplência teve um salto de 8,4% no período, com agravamento especialmente no último trimestre do ano. O montante de famílias com contas em atraso aumentou de uma média de 19,4% em 2014 para 20,9% em 2015.

Houve elevação também na fatia de famílias que declararam não ter condições de pagar as dívidas em atraso, passando de uma média de 6,3% em 2014 para 7,7% do total de famílias em 2015.

O levantamento da CNC

considera como dívidas os pagamentos a vencer em cartão de crédito, cheque especial, cheque pré-datado, crédito consignado, crédito pessoal, carnês, financiamento de carro e financiamento de casa, entre outros. O cartão de crédito continuou na liderança no ranking de tipo de dívida mais citada pelas famílias brasileiras. Em 2015, 76,1% dos consumidores possuíam

do por 8,3% das famílias, em média, em 2015, ante uma média de 7,8% em 2014.

O encarecimento do crédito ao longo do ano resultou num aumento do comprometimento de renda das famílias com as dívidas, ressaltou a CNC. A parcela média da renda mensal comprometida com as contas a pagar cresceu de 30,4% em 2014 para 30,6% em 2015, mesmo com a continuidade

contas a pagar no cartão.

O carnê foi o segundo tipo de dívida mais citado, apontado por 16,9% das famílias, seguido pelo financiamento de carro, lembrado por 13,7% dos entrevistados. Segundo a CNC, o perfil de endividamento das famílias não mudou muito em relação a 2014, mas aumentou a importância do financiamento habitacional, cita-

do alongamento dos prazos dos empréstimos e financiamentos tomados pelos consumidores.

A maior participação do financiamento de casas na composição das dívidas foi uma das explicações para que o tempo médio de comprometimento das famílias com dívidas passasse de 6,9 meses em 2014 para 7,1 meses em 2015.

Fernando Pinto (*)

Parafraseando Rui Barbosa É como se as palavras do discurso pronunciado da tribuna do Parlamento Federal pelo então senador da República Rui Barbosa, em 17 de setembro de 1914, tivessem validade nos dias de hoje. Eis o principal parágrafo de seu histórico desabafo público: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderosos nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto!...” (*) Para nossa tristeza geral, não se trata de mera coincidência, e sim a dura realidade da situação atual na área de dois dos três Poderes da República: o Executivo e o Legislativo. Se o território do Brasil fosse pequeno do tamanho da França, seria oportuno promover uma derrubada do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto, botando para correr debaixo de pau essa cambada de corruptos, tal qual ocorreu com a tomada pelo povo do Palácio Real de Versalhes, na Revolução Francesa que eclodiu em 14 de julho de 1789.

Diante da citada impossibilidade geográfica, estamos de mãos amarradas, mas com os olhos bem abertos, estarrecidos, vendo a canalhada no comando do País, manobrando e praticando crimes seguidos de lesa Pátria, impunemente, mesmo sob o bombardeio da Operação Lava-Jato, através da mangueira acionada por um corajoso magistrado de mãos limpas chamado Sérgio Fernando Moro.

Em última alternativa de desespero de causa, admitindo que os poetas sejam, de fato, os arautos de Deus e que “a poesia é necessária”, também não adianta seguir o conselho de Manuel Bandeira: “Vou embora pra Pasárgada, aqui eu não sou feliz...”. Afinal, fugir não resolveria o problema, simplesmente porque, “se a gente ficar, o bicho pega; se a gente correr, o bicho come”!

Embora as palavras tenham sido pronunciadas há 96 anos, só nos resta a constatação de que Rui Barbosa tinha absoluta razão: diante de tanto descalabro, o brasileiro chega a sentir vergonha de ser honesto! (*) Por um grave equívoco, esse parágrafo volta e meia é citado por alguns escribas mal informados, como se fizesse parte da célebre Oração aos Moços, o longo pronunciamento do paraninfo Rui Barbosa na diplomação, em 1920, de bacharéis na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo.

(*) Fernando Pinto é jornalista e escritor

Política

6 n Brasília, 23 a 29 de janeiro de 2016 redacao.bsbcapital@gmail.com

Sebastião Nery O petróleo não é do PT RIO - A campanha do “O Petróleo é Nosso”, pela criação da Petrobrás, estava no auge, em 1953, eletrizando todo o pais. Em Belo Horizonte, entidades estudantis, sindicais, de jornalistas e intelectuais preparamos um comício para a praça da estação e convidamos os parlamentares. A polícia proibiu, alegando que era comício dos comunistas. Nenhum deputado federal apareceu.

A praça cheia, cercada pela polícia.

Lá na frente, servindo de palanque, vazio, pusemos um caminhão sem as laterais e com um microfone. De repente, chega o deputado federal do PTB, querido professor licenciado da Faculdade de Direito e candidato a senador, Lucio Bittencourt, alto, magro, terno claro, bigodinho preto, e vai direto para o caminhão. Fomos juntos. Com ele, a polícia não teve coragem de barrar-nos.

Alguns de nós falamos. Ele pegou o microfone e começou: - Ontem, chegando a Minas, li nos jornais que a policia havia proibido este comício. Liguei para o governador Juscelino, ele me disse que eram ordens do Exército, do Rio. Confesso que tive dúvidas de vir. Mas, à noite, dormindo, ouvi o povo me dizendo: - Vai, Lucio, vai! Vai! E Lucio foi. Subiu no caminhão, deu um passo à frente e caiu embaixo do caminhão. Ainda tentei segurá-lo pela ponta do paletó, não adiantou. Nosso querido professor desabou. Acabou o comício.

LULA - No dia seguinte, no palácio, Juscelino (foto) dava gargalhadas: - Eu bem disse a ele: - “Não vai, Lucio! Não vai!

Aquela queda ajudou Lucio Bittencourt, o “senador do petróleo”, a ter uma vitoria consagradora para senador em Minas, no ano seguinte.

Quando vejo o escárnio do PT gigoloteando a Petrobrás e destruindo-a, comendo por dentro

como cupins, penso em tantos que, como Lucio Bittencourt, 60 ano atrás, Eusébio Rocha, Rômulo Almeida,Gabriel Passos, Francisco Mangabeira, lutaram incansável e bravamente para que o petróleo fosse de fato nosso, do povo brasileiro e não de Lula e sua gangue.

Uma ação da Petrobras valer um “pixuleco” é uma afronta à História. divulgação

LUCIO - Dois anos depois, em 1955, já criada a Petrobrás e Getúlio morto, o Partido Comunista, embora ilegal, estava apoiando Juscelino e Jango para presidente e vice, e Lucio Bittencourt, recém-eleito senador do PTB, para governador.

Lucio disputava com Bias Fortes (PSD) e Bilac Pinto (UDN).

Fui destacado para ajudar a campanha de Lucio como jornalista. Haveria uma excursão ao Norte e Nordeste de Minas, ele me chamou: - Vamos lá, você morou e foi professor em Pedra Azul, conhece bem o vale do Jequitinhonha, Araçuaí, aquela região toda.

Fiquei animado. Mas logo o “Jornal do Povo” me propôs acompanhar Juscelino ao Nordeste brasileiro. Entre o nordeste de Minas e o meu Nordeste, traí Lucio Bittencourt. Falei com ele, ele compreendeu, outro companheiro da Faculdade foi em meu lugar e fui com Juscelino.

Em Campina Grande, Juscelino estava no pa-

lanque com Rui Carneiro, Alcides Carneiro, Samuel Duarte, Abelardo Jurema, o PSD todo da Paraíba. Falava um deputado. Chega um “western” (telegrama especial da época) urgente da “Última Hora” informando que Lucio Bittencourt acabava de morrer em desastre de avião, em Minas, saindo de Araçuaí e quase chegando a Pedra Azul. Morreram o piloto, ele e meu substituto.

Gelei. Sentei em um canto do palanque e quase chorei. Alguém, um colega da Faculdade, morrera em meu lugar. Os assessores ficaram sem saber como dar-lhe a notícia. Nós jornalistas escolhemos Fernando Leite Mendes, o brilhante e gordo baiano da “Última Hora”, que Juscelino chamava de “Pero Vaz de Caminha” de sua campanha: - Governador, uma notícia ruim, de Minas.

Lucio Bittencourt morreu perto de Pedra Azul em desastre de avião.

Juscelino arregalou os olhos, fechou-os, baixou a cabeça, ficou alguns instantes em silêncio, visivelmente chocado, como se estivesse rezando, e murmurou: - Foi reza forte do Bias.

Pegou o microfone e fez comovente homenagem a Lucio Bittencourt.

DELCÍDIO - Se, pouco tempo atrás, a algum candidato de um “Enem” qualquer desses nomes fosse dado para dizer quem são, tiraria inapelavelmente “zero”: No entanto, Cerveró, Delcídio (foto),Youssef, Fernando Baiano, Paulo Roberto Costa, Renato Duque, Bumlai são capitães de longo curso. E como navio não anda sozinho, alguém os trouxe para a gangue e a porta do xadrez.

Delcídio era um guapo engenheiro de Corumbá que apareceu lá pelas bandas do Pará e logo o governador Jader Barbalho, rapaz de raro faro, o fez diretor da Eletronorte e logo ele saltou para diretor da Eletrosul, em Santa Catarina. Especializou-se em gás, gasodutos, termoelétricas e Bolívias. Cerveró, fiel escudeiro. Delcídio virou senador de Dilma. Deu no que deu.

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Política

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Zilta Marinho

A

questão da mobilidade urbana nas grandes cidades é uma preocupação para os gestores. O crescente número de veículos em circulação não é suportado pelos centros urbanos, e o transporte coletivo também não consegue atender à maioria da população. Uma das soluções mais adotadas em todo o mundo é o incentivo ao uso de bicicletas. No caso de Brasília não é diferente.

No DF, há mais de 400 Km de ciclovias com diversos projetos em andamento, como o Rotas integradas, que inclui as ciclofaixas do lazer, rotas de turismo e as novas ciclovias; o Caminho da Escola, que prevê distribuição de bicicletas a estudantes de escolas públicas, especialmente em áreas mais carentes; e o Rotas Cicláveis, que prevê, dentre outras coisas, a construção de estacionamentos públicos para as bikes, a integração com o metrô e com as linhas de BRT, além de aluguel de bicicletas, como já se pode ver pela cidade.

Dois dos trechos mais solicitados pelos ciclistas são a EPTG e a EPNB. A reportagem do Brasília Capital foi conversar com a Secretaria de Mobilidade do DF, que, por meio da assessoria de comunicação, informa que o primeiro fica pronto até o fim de fevereiro e o projeto básico da ciclovia da EPNB está pronto e previsto para ser executado juntamente com o BRT Sudoeste. Destaca, ainda, que os proje-

Mobilidade urbana

Crescimento da frota de veículos estrangula o trânsito em todo o DF. Bikes seriam uma boa alternativa. Mas...

Em Águas Claras, onde a comunidade trava um debate sobre a construção de ciclofaixas e ciclovias, a solução paliativa é o uso de cones para separar as bicicletas dos carros. Os engarrafamentos atormentam os moradores.

E as nossas

Política

9 n Brasília, 23 a 29 de janeiro de 2016 redacao.bsbcapital@gmail.com

tos executivos, tanto da ciclovia da EPNB quanto do BRT Sudoeste, devem ficar prontos até junho de 2016.

A comunidade será convidada a participar e dar sugestões na audiência pública para apresentação do EIA-RIMA - Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto de Meio Ambiente. Essa audiência ocorrerá antes da finalização dos projetos executivos da EPNB, que estão previstos para junho deste ano.

Sobre a ciclovia da EPTG, a secretaria informa que o projeto está sendo discutido com Coteciclo que é o grupo de trabalho formado por representantes do DER, Detran, DFTrans, Segeth, Secretaria de Infraestrutura, Novacap e Semob, além dos representantes da sociedade civil, realizado nos encontros no DER, desde o primeiro semestre de 2015.

Percursos – O percurso da EPTG sairá do Pistão Sul (DF001), em Taguatinga, até o entroncamento com a Epia (DF003). Já o da EPNB sairá do entroncamento da Epia e irá até o entroncamento Samambaia/ Recanto das Emas (DF-001/DF075, EPNB). O início das obras depende da conclusão do projeto. A previsão é que o estudo que antecede o empreendimento seja entregue em junho deste ano. Assim, a expectativa é que as obras da ciclovia comecem no segundo semestre de 2016.

O custo da ciclovia da EPTG ficará em torno de R$ 8 milhões, e o da EPNB, R$ 6 milhões. Já existe a previsão orçamentária para a obra da EPTG. A ciclovia da EPNB sairá junto com a obra do BRT Sudoeste, que será realizada pelo Governo de Brasília em parceria com o governo federal. Os recursos ainda serão captados.

Enquanto isso, as ciclovias estão sendo improvisadas com cones e os ciclistas devem redobrar os cuidados.

Consultório

Cláudio Sampaio (*)

Fundamentação das decisões judiciais Em março de 2016, entrará em vigência o Novo Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015), que melhor regulamentará alguns princípios e regras processuais acolhidas pela jurisprudência, mas, por outro lado, trará novidades, buscando mais transparência, celeridade e participação das partes.

No Código de Processo Civil ainda vigente (Lei nº 5.869/83), impera o princípio da persuasão racional (livre convencimento), no qual o juiz estabelece premissas e, com base nelas, desenvolve, com relativa liberdade, sua argumentação, não sendo raras as decisões que deixam de abordar alguns pontos jurídicos ou probatórios invocados pelas partes.

Na nova sistemática da motivação qualificada, trazida pelos incisos e parágrafos do artigo 489 da Lei nº 13.105/2015, mesmo que ainda permaneça resguardada a livre valoração das provas pelos magistrados, estes passarão a ter uma disciplina mais minuciosa sobre os requisitos básicos para que suas decisões sejam consideradas adequadamente fundamentadas.

Tal regra processual, não obstante tornar mais trabalhosa a atividade judicante, aumentará a segurança e a previsibilidade para os jurisdicionados, em razão da maior profundidade e clareza das novas sentenças e acórdãos, que advirão do contraditório cooperativo, calcando-se nos argumentos factíveis das partes e nas provas produzidas nos autos, sempre à luz das leis e dos precedentes dos tribunais (artigo 927 do Novo CPC).

Desta forma, a tendência é que, especialmente no âmbito cível e tributário, se tornem cada vez mais incomuns os julgamentos despidos de uma consistente fundamentação ou advindos de presunções, preconceitos pessoais ou eventuais ideologismos.

Apesar da natural apreensão com uma mudança significativa da legislação processual depois de quatro décadas, afigura-se positiva a expectativa de a Lei nº 13.105/2015 consolidar-se como um marco para a modernização da Justiça brasileira e para a crescente qualificação de todos os profissionais essenciais à sua administração, incluindo juízes, serventuários, promotores e advogados. (*) Consultor jurídico, fundador da Sampaio Pinto Advogados e presidente da ABRAMI-DF.

Cidades

10 n Brasília, 23 a 29 de janeiro de 2016 redacao.bsbcapital@gmail.com

ÁGUAS CLARAS

DISTRITO FEDERAL divulgação

Olha a cobra!

App oferece consulta médica em casa Oitenta e um por cento dos pacientes que procuram os hospitais particulares apresentam um quadro médico de baixa complexidade e que poderia ser tratado em casa. É nesta ideia que o aplicativo Dokter aposta. Por meio dele, o paciente pode solicitar e pagar a consulta de um médico que atende em domicílio. O programa será lançado nesta segunda-feira (25) para IOS e Android

No sábado (16), os moradores da quadra 301 de Águas Claras foram surpreendidos pela visita de uma cobra. O animal foi capturado pela Polícia Ambiental e encaminhado para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas).

O biólogo Antônio Batista afirma que deve se tratar de uma cobra coral ‘falsa’, versão não venenosa do réptil vermelho, preto e branco.

“No vídeo, quando ela tenta avançar no morador, é possível observar que ela tem o fundo branco. Se fosse uma coral peçonhenta, a cobra seria completamente colorida”, afirma Batista. Não foi a primeira vez que uma cobra passeou pelas ruas da cidade.

No ano passado, uma jiboia foi vista na Estrada Parque Vicente Pires (EPVP), próximo a Águas Claras.

Veja o vídeo: http://goo.gl/RaE1fO

CARNAVAL

TAGUATINGA

Esquentando os tamborins

Parada de ônibus prestes a cair na EPTG

Pouco mais de uma semana antes do carnaval, os blocos de rua continuam agitando a capital. Desta vez a animação fica por conta do Encosta que Cresce, Samba do Peleja e Tuthankasmona, no sábado (30), e Cafuçu do Cerrado e Falta Pouco, no domingo (31).

30 de janeiro Bloco Encosta Que Cresce 14h no Estacionamento da Funarte Samba do Peleja 14h na 201 Norte Tuthankasmona Tombando A Pyramide 31 de janeiro Cafuçu do Cerrado 15h, no Setor Bancário Norte Falta Pouco 16h, na 201 Norte

Indignado com a situação de um ponto de ônibus localizado às margens da Estrada Parque Taguatinga Guará (EPTG), próximo à passarela de Águas Claras, um morador gravou um vídeo denunciando o descaso. As imagens mostram rachaduras e uma grande diferença entre as duas proteções. Aparentemente, uma delas está prestes a cair. O DFTrans, responsável pelos pontos de ônibus da EPTG, afirmou que “vai enviar técnicos ao local para ver o que pode ser feito de imediato”. O órgão informou, porém, que não há contrato vigente para manutenção, pintura, reforma ou construção de paradas. Está em processo licitatório a contratação de empresa especializada, mas ainda sem prazo para execução.

Veja o vídeo: http://goo.gl/BK31ge

Sindicalista é expulso de Redação em Brasília Na quinta-feira (14), o representante do Sindicato dos Jornalistas do DF, Wanderlei Pozzebom, esteve na redação do Portal Fato Online para conversar com os jornalistas da empresa a respeito do atraso no pagamento de salários e 13º. O Sindicato já havia notificado a empresa cobrando esclarecimento sobre as denúncias anônimas encaminhadas à Ouvidoria da entidade.

Durante a conversa, o sindicalista foi convidado a se retirar da redação por diretores da empresa, que alegaram que a visita não estava autorizada. “Além de ameaçarem a entidade, o sindicato foi informado que os jornalistas também foram coagidos”, informou o Pozzebom.

Seguro de carro no DF teve o maior aumento do país O preço do seguro de carro no Distrito Federal em 2015 apresentou a maior alta entre as 13 capitais pesquisadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em Brasília, o aumento foi de 18,07% contra 7,20% em Salvador, segunda colocada do ranking. Além disso, em seis capitais, incluindo a vizinha Goiânia, contratar seguro ficou, em média, mais barato em 2015, de acordo com a análise do IPCA.

Cidades

11 n Brasília, 23 a 29 de janeiro de 2016 redacao.bsbcapital@gmail.com

Tancredo Maia Filho (*)

A

brimos nesta edição uma nova coluna no Brasília Capital. Neste espaço vamos falar sobre aves registradas no Distrito Federal e dar dicas sobre a observação de aves, uma atividade prazerosa e relaxante que faz bem ao corpo e à mente. Na capital federal há centenas de pessoas envolvidas nesse trabalho, a maioria ligada ao grupo Observadores de Aves do Planalto Central (Observaves).

Os amplos jardins de Brasília, os parques bem arborizados, o lago Paranoá, entre outros espaços, oferecem excelentes condições para esta atividade. Para iniciar, só é preciso curiosidade e disposição. Os equipamentos são importantes, pois ajudam na observação do comportamento e no registro e identificação das aves. Mas não esqueça: os “equipamentos” mais importantes são os olhos e ouvidos, somados à sua disposição.

ANU-BRANCO (Também conhecido como rabo-de-palha, pelincho e piririguá).

As penas da cabeça do anu-branco estão sempre eriçadas. Seu corpo é franzino e sua cauda comprida com fita preta. É branco-amarelado, bico alaranjado. Quando empoleirado arrebita a cauda e joga-a até as costas. Anda sempre em bandos e é bastante sociável. É fácil observá-lo nos parques e jardins de Brasília, onde é bem comum.

O anu-branco é carnívoro. Come insetos – gafanhotos, percevejos, aranhas, etc. Também lagartas, lagartixas, rãs, ratos e filhotes e outras aves. Ocorre do sudeste do Amapá e do estuário do rio Amazonas à Bolivia, Argentina e Uruguai.

Não se tem registro do anu-branco no Acre, Amazonas, Roraima e parte ocidental do Pará.

(*) Junte-se à nós; seja um observador de aves. Informações em: www.observaves.blogspot.com.br Observaves – Observadores de Aves do Planalto Central - 11 anos ajudando a preservar o meio ambiente.

O

jovem marujo Ismael, ao embarcar no navio baleeiro Pequod, testemunharia mais do que a caça a baleias brancas – atividade econômica importante na Nova Inglaterra de então. Assistiria à perseguição obstinada do capitão Ahab a Moby Dick, o colossal animal marinho que havia subtraído uma das pernas do velho comandante.

Este é o enredo central do livro mais famoso do escritor norte-americano Herman Melville (1819-1891). Ele próprio, um marujo de longa data. A primeira experiência do autor em um navio mercante se deu ainda na juventude, antes dos 20 anos.

Contudo, aos olhos dos críticos, o cerne da obra Moby Dick não reside na aventura de um caçador

Resenha

A caçada como metáfora Tiago Eloy Zaidan

sedento por vingança. Embora não compreendido em seu tempo, o livro, rico em simbolismos, oferta a enérgica expedição contra um animal bíblico como uma metáfora, a qual já recebeu diversas interpretações.

Quanto a Ahab, por exemplo, não existe consenso. Seria uma representação da obstinação liberal que marca a sociedade norte-americana? Seria um homem em bus-

ca da reabilitação de sua honra, corajoso a ponto de enfrentar os seus pesadelos mais profundos? Ou seria apenas um maníaco obsessivo, belicoso, incapaz de pensar em outra coisa que não fosse vingança?

O fato é que a busca inclemente pelo encontro que propiciaria a desejada desforra já o havia conduzido em dez voltas ao redor da Terra. Quando finalmente o encontro com a baleia branca ocorre,

o capitão não se intimida. Parte com um empenho doentio que o leva à morte junto com todos os tripulantes do Pequod. Apenas Ismael sobrevive.

Embora tenha se tornado célebre, a estória passou longe de ser popular à época de seu lançamento. Pode-se dizer que Moby Dick marcou o começo da fase de ostracismo do autor. Bem mais sucesso fizeram as obras anteriores

de Melville, como Typee (1846), seu romance de estreia, e Omoo (1847). Em comum entre ambas as prosas, a narrativa detalhada de aventuras em paragens exóticas além-mar. Da mesma forma, uma visão simpática às diversas culturas autóctones, em detrimento à moral e aos costumes europeus.

Uma concepção ousada, em tempos de exacerbado etnocentrismo eurocêntrico.

Depois do enredo que trouxe à luz a batalha entre Ahab e o seu majestoso inimigo marinho, o autor de Moby Dick lançou ainda Pierre (1852), Bartleby (1853) e Benito Cereno (1855), dentre outros.

Postumamente, foi lançada a obra inacabada Billy Budd (1924).

Livro: Moby Dick Autor: Herman Melville

Geral

12 n Brasília, 23 a 29 de janeiro de 2016 redacao.bsbcapital@gmail.com

Cansaço de pilotos e mau tempo causaram morte de Campos Terra – 19.1- O acidente aéreo no qual morreu o candidato à presidência Eduardo Campos, em plena campanha eleitoral de 2014, pode ter sido provocado pelo cansaço do piloto e do copiloto e pelas más condiçõesmeteorológicas.

As conclusões são do relatório final da investigação divulgado na terça-feira (19). O responsável pela investigação, o tenente-coronel Raul de Souza, afirmou que o avião voava a uma “velocidade muito agressiva” e o piloto fez uma manobra “não recomendada” para evitar aterrissar no aeroporto de Santos, que estava sob um temporal, o que acabou provocando o acidente no qual morreram os sete ocupantes da aeronave.

Homens armados abrem fogo em universidade no Paquistão

Não tem uma viva alma mais honesta do que eu” Disse o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista a blogueiros na quarta-feira (20)

G1 – 20.1- Homens armados invadiram a Universidade Bacha Khan em Charsada no noroeste do Paquistão na quarta-feira (20) e abriram fogo contra estudantes e professores em salas de aula. O ataque deixou 21 mortos e mais de 60 feridos, segundo a agência France Presse. O porta-voz oficial do Talibã do Paquistão negou que o grupo esteja envolvido no atentado na província de Khyber Pakhtunkhwa, segundo a agência Reuters. O comunicado do porta-voz Muhammad Khorasani, no entanto, foi divulgado horas depois de um alto comandante do Talibã ter afirmado que quatro de seus combatentes haviam deflagrado o ataque. O motivo dos comunicados contraditórios ainda não foi esclarecido.

1% da população global detém mesma riqueza dos 99% restantes BBC – 19.01- A riqueza acumulada pelo 1% mais abastado da população mundial equivale, pela primeira vez, à riqueza dos 99% restantes. Essa é a conclusão de um estudo da organização não-governamental britânica Oxfam, baseado em dados do banco Credit Suisse relativos a outubro de 2015. O relatório também diz que as 62 pessoas mais ricas do mundo têm o mesmo - em riqueza - que toda a metade mais pobre da população global. O documento pede que líderes do mundo dos negócios e da política reunidos no Fórum Econômico Mundial de Davos, que começou na quarta-feira (20), na Suíça, tomem medidas para enfrentar a desigualdade no mundo. A Oxfam critica a ação de lobistas - que influenciam decisões políticas que interessam empresas - e a quantidade de dinheiro acumulada em paraísos fiscais.

Dilma cria órgão para fiscalizar o futebol O Globo – 19.1- A presidente Dilma Rousseff anunciou na terça-feira (19) a criação da Autoridade Pública de Governança de Futebol (APFUT), que pertence à estrutura do Ministério do Esporte. O órgão será responsável por fiscalizar as ações da Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte, o Profut. O decreto criando a APFUT foi assinado durante cerimônia no Palácio do Planalto.

Idosa morre após inalar fumaça tóxica no Guarujá Agência Brasil – 19.1-A idosa Leia Magalhães de Maria, de 68 anos, que morava no bairro Sítio Paecara, no distrito de Vicente de Carvalho (Guarujá), morreu na segunda-feira (18) em Jundiaí. Ela foi uma das pessoas que inalaram a fumaça tóxica produzida pelo incêndio em contêineres com produtos químicos, na quinta-feira (14). A fumaça se espalhou para quatro cidades: Santos, São Vicente, Cubatão e Guarujá. Pelo menos 175 pessoas precisaram ser medicadas. O fogo só foi controlado na madrugada de sábado (16).

MARCELO RAMOS

o que está achando do Brasília capital?

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O REPÓRTER DO POVÃO

Programa O Povo e o Poder de segunda a sábado das 8h às 10h

Rádio Bandeirantes - AM 1.410 Ligue e participe: 3351-1410 / 3351-1610 www.opovoeopoder.com.br

Geral

13 n Brasília, 23 a 29 de janeiro de 2016 redacao.bsbcapital@gmail.com

José Matos

Educação para a morte

P

ensa-se em tudo neste mundo, mas poucos pensam em educação para a morte. Jesus não descuidou deste tema e deu sua contribuição. Na parábola do Rico e de Lázaro, o Mestre ensinou sobre a vida no além: “Havia um homem rico que banqueteava-se todos os dias, e lá comparecia um pobre chamado Lázaro, que disputava com os cães os restos de comida que caíam no chão. Após a morte, Lázaro foi levado ao Seio de Abraão, e o Rico para o Abismo (re-

gião de sofrimento conhecida como inferno, purgatório, umbral, etc).

“Depois de algum tempo, Lázaro foi conhecer o Abismo e visto pelo Rico, que implorou: Pai Abraão, deixa Lázaro vir aqui tocar com a ponta do dedo molhado a minha língua.

“Abraão respondeu-lhe: não. Há um abismo entre nós. Então, o Rico voltou a clamar: deixa que ele vá até minha família avisar que este lugar existe. Novamente o velho Abraão ensinou: lá eles têm Moisés e os profetas, que os escutem”.

Esclarecimentos sobre a vida no além começaram em meados do século atrasado com a publicação do livro “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec. No século passado, quatro livros aprofundaram as elucidações: “Nosso Lar” e “Os Mensageiros”, de Chico Xavier, “Vivendo no Mundo dos Espíritos”, de Patrícia e, “Memórias de um Suicida”, de Ivone Pereira.

Todas essas obras mostram que cada um recebe de acordo com suas realizações ao longo da vida. Não há um Deus castigando ou recompen-

sando. Cada um se recompensa ou se pune de acordo como administrou sua vida.

Cada um é o próprio juiz de si.

Não é possível hipocrisia no mundo espiritual. O modo como viveu gera o magnetismo que o atrairá para a região compatível com sua pequenez, no caso do rico da parábola, ou grandeza, no caso de Lázaro, que, mesmo ignorado, nunca amaldiçoou.

“Ame! E tudo o que você fizer estará certo”, ensinou Santo Agostinho.

Como escolher um alimento saudável pelo rótulo

A

s informações nutricionais que aparecem no rótulo dos alimentos no Brasil não são de fácil entendimento para a maior parte da população. Isso acontece no mundo todo e, por isso, muitos países estão estudando uma forma melhor de apresentar as informações nutricionais nos rótulos, para que as pessoas possam fazer escolhas mais conscientes na hora de comprar alimentos no mercado.

Reino Unido, Austrália e Equador usam um modelo de semáforo nutricional, que aproveita as cores conhe-

cidas para a sinalização de trânsito (vermelho, amarelo e verde) para relacionar com os teores de gordura, açúcar e sódio nos alimentos. A ideia é que quanto maior a quantidade dessas substâncias nos alimentos, a cor será vermelha, quantidade moderada a cor será amarela e se a quantidade estiver adequada, a cor é verde.

Nesses países, quando um produto tem muitas cores vermelhas no rótulo, as pessoas entendem que o alimento nãoéumalimentosaudável.Sóqueessa interpretação pode não ser verdadeira.

Quando, por exemplo, falamos de um

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Saúde e Nutrição alimento fonte de gordura saudável, como as oleaginosas (castanhas), que provavelmentetemvermelhonorótulo

no que diz respeito à gordura, embora trate-se de uma gordura saudável.

A maioria dos modelos de rótulos pelo mundo apresenta defeitos. Estudando todos esses modelos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está avaliando uma forma de garantir um novo modelo de rotulagem nutricional mais fácil e funcional para a população brasileira. A previsão é de que neste ano de 2016 aconteça uma consulta pública sobre o tema.

Vamos aguardar pra ver como será, mas certamente, teremos uma grande conquista com essa mudança!

Lazer

14 n Brasília, 23 a 29 de janeiro de 2016 - redacao.bsbcapital@gmail.com

ENTRETENIMENTO Cruzadas

charge

Após um curso de salto com paraquedas, o sujeito finalmente vai dar seu primeiro salto sem instrutor.

No meio da queda percebe que o paraquedas emperrou e ele está condenado. Porém, por mais incrível que fosse, ele percebe que vem alguém subindo em sua direção. E grita: - Ei! Você conserta paraquedas?

- Não! Eu conserto botijão de gás!

Joãozinho leva o boleto de pagamento da escola e o pai diz: - Meu Deus, como é caro estudar nesse seu colégio!

Piadas

- E olha, pai, que eu sou o que menos estuda na minha turma.

- Você teria coragem de praticar bungee jumping?

- Claro que não!

- Por quê?

- Cara, eu vim parar neste mundo por causa de uma borrachinha que arrebentou. Não quero sair dele pelo mesmo motivo.

Joãozinho passeava com o avô pela pracinha, quando o idoso avista a professora do garoto.

Respostas - João, se esconde, meu filho, sua professora está lá!

- Vovô, quem tem que se esconder é o senhor!

- Mas por que eu, se foi você que faltou à aula ontem?

- Porque eu falei que eu fui no enterro do senhor.

O garoto vai roubar jabuticaba na casa do vizinho.

De repente ele ouve um barulho e vê o dono olhando pra ele, furioso: - Moleque sem vergonha, vou contar pro seu pai.

- Conta agora. Aproveita que ele está ali

lazer

Programação

Domingo (24/1) Ensaio de Verão, com Tuca Fernandes, às 18h, no Doka Beach Club – Orla da Concha Acústica. Ingresso feminino R$ 40 e masculino R$ 60. Classificação: 18 anos.

Pré-carnaval, com Léo Santana e Parangolé, às 16h, no Aloha Day Club – Orla da Concha Acústica.

Ingresso pista feminino R$ 50, masculino R$ 70 e camarote R$ 120. Classificação: 18 anos.

Maria Vai Casoutras, às 15h30, na Praça dos Prazeres – 201 Norte. Entrada gratuita e classificação livre.

Eu Não Sou Feliz em Festas, com Daniel Duncan, às 19h, no Teatro Brasília Shopping. Ingresso R$ 30. Classificação livre.

Quinta-feira (28/1) Baile Desbocado, com Passo Largo, Funqquestra e Mc André Gonzales, às 22h, no Outro Calaf – SBS Quadra 2. Ingresso R$ 20. Classificação: 18 anos.

Sexta-feira (29/1)

15 n Brasília, 23 a 29 de janeiro de 2016 - redacao.bsbcapital@gmail.com

Microconto Amor perdido (...) a única coisa que eu queria para começar o ano era ficar com algum argentino. E assim foi. No dia seguinte voltei para o Brasil. Achei que seria só aquilo: o ficar; mas não. Metade veio embora, a outra ficou.

Difícil vai ser me conformar em viver com um pedaço

Por Luís Gabriel Sousa faltando, se é que alguém me entende! Eu aviso você mais pra frente se eu vou me adaptar ao incompleto.

(Baseado na leitora Carla Sanches – Curitiba/PR) Gostou do microconto? Então mande sua história, ela pode ser a próxima micronarrativa aqui da coluna. (facebook.com/JornalBrasíliaCapital, e-mail: redacao.bsbcapital@gmail.com).

Filme Anomalisa / /Charlie Kaufman e Duke Johnson Michael Stone (voz de David Thewis) é um palestrante motivacional que acaba de chegar à cidade de Connecticut.

Ele segue do aeroporto direto para o hotel, onde entra em contato com um antigo caso para que possam se reencontrar. A iniciativa não dá certo, mas Michael logo se insinua para duas jovens que foram ao local justamente para ver a palestra que ele dará no dia seguinte. É quando ele conhece Lisa (voz de Jennifer Jason Leigh), por quem se apaixona.

Só 20 Pegar, com MalucaXxX, Soulto e AliceSD, às 23h, no Arena Futebol Clube – SCES Trecho 3. Ingresso R$ 20. Classificação: 18 anos.

DaBlack, com Start Rap, Um Barril de Rap, Disstinto, Eric Beats e DJ Donna, às 22h, no Outro Calaf – SBS Quadra 2. Ingresso: R$ 30. Classificação: 18 anos.

Hey You: Potter Edition, às 23h, no La Ursa – SBN Quadra 2 (ao lado da APEX Brasil). Ingresso: R$ 30.

Classificação: 18 anos.

Janus, às 21h, no Teatro Goldoni – 208/209 Sul. Ingresso R$ 20 (meia) e R$ 40 (inteira). Classificação: 14 anos.

Literatura

Sábado (30/1)

Música da Alma / / Katie Ashley

Garota White, com Wesley Safadão, às 22h, no Estádio Nacional Mané Garrincha. Ingresso Premium R$ 180 e Prime R$ 230. Classificação: 18 anos.

Mimosa Noite: O Baile Perfumado, com Biondo, Pequi e Filipe Leve, na Kathedral – Park Sul Quadra 9. Ingresso: R$ 20.

Jogo de Cena: Carnaval, às 20h, no Teatro da Caixa – SBS Quadra 4. Ingresso: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Classificação: 14 anos.

‘Em Música da Alma’, uma reviravolta no destino faz com que Abby Renard acabe na cama do mulherengo Jake Slater. Essa pequena faísca, que acende um fogo incontrolável no improvável casal, culmina num amor profundo e intenso. Depois de um longo noivado e um ano de expectativa, eles finalmente decidem ir para o México e se casar em uma praia particular, seguida de uma lua de mel aquecida pelas

belezas de um cenário paradisíaco. Mas, nem tudo são flores. Após o retorno à vida real de longos passeios e composições musicais a dois, Abby começa a perceber que talvez não seja realmente o porto seguro de que Jake precisa. Conseguirão eles equalizar essa nova parte da canção e fazer durar o relacionamento? Ou será que as pressões do casamento farão desmoronar definitivamente esse amor?

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O projeto legal do empreendimento encontra-se aprovado na Casa Civil da Governadoria do Distrito Federal e registrado sob o número R6 da Matrícula 131.435, no Cartório do 2º Ofício do Registro de Imóveis do Distrito Federal.