Jornal Brasília Capital 283

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Morreu na 5ª feira o jovem supostamente espancado por PMs. Família exige justiça / Pág 9

O namoro de Drummond com o Jornalismo

Distribuição gratuita

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Adeus, Thiago!

Mario Pontes - Pág. 15

1.100 escolas ocupadas

Renan Calheiros vira “senadorzeco” nas redes sociais

Ana Júlia Ribeiro, 16 anos (foto), tornou-se a voz dos estudantes

Páginas 6 e 7

Página 8 e Editorial - Página 2

Ano VI - 283

Brasília, 29 de outubro a 4 de novembro 2016

A arca da direita

Como na história bíblica do livro de Gênesis, os políticos conservadores do DF se organizam para embarcarem juntos no

projeto de retomar o Palácio do Buriti em 2018. A questão é saber até quando essa união resistirá aos interesses individuais. Páginas 4 e 5

Ocupante da cadeira desejada por todos eles, o governador Rodrigo Rollemberg considera a discussão prematura


Brasilia Capital n Opinião n 2 n Brasília, 29 de outubro a 4 de novembro de 2016 - bsbcapital.com.br

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e d i t o r i a l

x p e d i e n t e

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Estudante não é bandido

União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes) contabiliza mais de 1,1 mil estabelecimentos de ensino ocupados no País, em protesto contra a reforma do ensino médio e o teto nos gastos públicos. Entretanto, o mais importante nessa história é a própria mobilização dos alunos em torno de decisões e assuntos políticos. Não é à toa que o discurso de uma adolescente de 16 anos, Ana Júlia Ribeiro, viralizou na internet. Ela fez pronunciamento na Assembleia Legislativa do Paraná defendendo a legitimidade do movimento. A novidade está na presença de uma garota verbalizando a razão de ser das ocupações. É muito provável que tamanho su-

Como sempre, o melhor está na capa. Mas dentro tem muita coisa boa também nWilon Wander, via whatsapp O deputado foi grosso, mas só falou a verdade. Disse tudo o

movimento estudantil, sobre política e cidadania, do que em “aula-padrão”. Não se trata aqui de estimular invasões ou ocupações do que quer seja. Olhamos a parte mais importante de todo o processo: a iniciativa de estudantes para defender algum ponto de vista político, por acreditar numa casa e trabalhar por um objetivo. Como estudante não é bandido, cada jovem envolvido no protesto terá o restante da vida para corrigir possíveis exageros ou erros. Independentemente do tipo de ação, este engajamento costuma dar rumo saudável e visões crítica e política numa fase da vida em que muitos caminhos apresentam-se diante dos olhos – a maioria sem levar a lugar algum.

Confronto entre Poderes O presidente do Senado extrapolou. Irritado porque o chefe da Polícia Legislativa da Casa foi preso pela Polícia Federal, acusado de atrapalhar investigações da Operação Lava Jato, Renan Calheiros chamou o magistrado que autorizou a prisão de “juizeco”. Argumentou que um juiz de primeira instância não pode “atentar contra um Poder”. A resposta veio imediatamente pela voz da presidente do Supremo Tribunal Federal. Cármen Lúcia disse que agressão a um juiz representa um atentado a todos os magis-

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Parabéns. Grande capa. Valeu! nJair de Farias, via whatsapp

cesso virtual venha do inusitado. É singular encontrar nos dias atuais uma adolescente com seu palavreado e com suas preocupações. Ela é um exemplo de que os estudantes precisam se dedicar mais aos livros de História e aplicarem essas lições na vida real. A participação de jovens em movimentos como este serve como laboratório para formação de novas lideranças. O banditismo costuma ficar distante de adolescentes em fase de formação política. Embora o discurso de Ana Júlia Ribeiro possa conter propostas questionáveis por alguns segmentos sociais, isto vira um grão de areia num oceano de percepções na idade que ela tem. Ana Júlia Ribeiro diz, no pronunciamento, que aprendeu mais com o

que a população gostaria de falar! Foi a fala de um goiano de fibra. nAciol Martins, via whatsapp. Benedito Domingos Tenho em mãos o Brasília Capital de 21 de outubro, onde leio na página 2 a missiva do Sr. Nonato Braga intitulada “Benedito Domingos vai para prisão

trados. Ou seja, é o Poder Judiciário que estaria sendo atacado. Calheiros também dirigiu palavras depreciativas ao ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que pertence ao Poder Executivo. O destempero do presidente do Congresso Nacional põe em atrito os Três Poderes da República, criando mais problemas para a Nação, que já vive turbulências oceânicas. E Renan Calheiros é um dos protagonistas desses inumeráveis escândalos que há dois anos abalam o País, a partir das investigações da Operação

Lava Jato. Ele responde a mais de dez processos no STF, onde se julga quem tem foro privilegiado. Esses processos voltarão a tramitar. Aliás, eles jamais deveriam ter sido paralisados. Mas esta é outra história. O que se viu nos últimos dias foram reações corporativistas tanto do Judiciário quanto do Legislativo. Aos cidadãos que pagam as contas de ambos, restaram as manifestações, iradas ou irônicas, nas redes sociais. Entre estas, viralizou a que chamava Renan Calheiros de “senadorzeco”.

a r t a s

domiciliar”. Em verdade, Benedito é um homem de bem injustiçado, condenado por uma perseguição política. O admiro desde 1984, quando ele fez um discurso na Associação de Arte e Cultura exaltando os artistas de Taguatinga. Em 2008, ele organizou a melhor decoração de Natal da cidade. Até minha filha canadense, que veio me conhecer, ficou

admirada com tanta beleza e originalidade. Tiramos fotos diante do relógio da praça. Benedito cedeu uma sala para a Academia Taguatinguense de Letras em 2009, no Espaço Cultural, declarando que os escritores são importantes para qualquer cidade; a memória de um povo tem que ser registrada nos livros, para que nossos descendentes tenham uma autoestima

elevada. Queremos lhe fazer uma homenagem, assim que ele melhorar de saúde. nEmanuel Lima, via e-mail Homem tenta levar criança na Avenida Paulista Que perigo! Devemos sempre estar atentos com as crianças. nDarlene Rodrigo, via Facebook, sobre vídeo postado no portal bsbcapital.com.br.


Brasilia Capital n Política n 3 n Brasília, 29 de outubro a 4 de novembro de 2016 - bsbcapital.com.br

Desaposentação Na semana em que o STF rejeitou a proposta de desaposentação dos trabalhadores, o TCDF determinou a cassação da aposentadoria do delator da Caixa de Pandora,

Farsa grosseira

Durval Barbosa. Se o governador Rollemberg referendar a decisão, Durval perderá o benefício mensal de R$ 20,2 mil que recebe como ex-delegado da Polícia Civil. Ele foi condenado por improbidade administrativa, em caráter definitivo, por irregularidades cometidas quando presidiu a Codeplan.

reprodução / facebook

Acabou a paz

A Polícia Civil confirma que houve uma armação contra o ex-presidente da Terracap, Alexandre Navarro (foto), acusado de corrupção. Laudo pericial do Instituto de Criminalística comprova a montagem grosseira de supostas mensagens por WhatsApp trocadas entre ele e Fabiana Torquato, diretora extraordinária de Regularização de Imóveis Rurais (Dirur), nas quais estariam negociando propina.

A secretária de Segurança Pública, Márcia Alencar, está com os dias contados no cargo. A psicóloga sofre com a resistência de categorias ligadas às corporações vinculadas à Pasta desde o dia que foi nomeada. Na terça-feira (25), o governador Rodrigo Rollemberg convidou o ex-secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Beltrame (foto), que recusou.

divulgação

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Café para Telma A deputada distrital Telma Rufino (sem partido) foi homenageada pelo dono da churrascaria Portal Grill, Lourival Menezes, com um café da manhã, na quintafeira (27). Entre os convidados estavam 80 empresários da Área de Desenvolvimento Econômico (ADE) de Águas Claras, que foram agradecer pelos serviços prestados pela parlamentar ao setor. O ex-distrital Olair Francisco (PP), que tem empresa na ADE, foi parabenizar Telma.

Obras em Águas Claras Telma reiterou que seu mandato é dedicado a Águas Claras, para onde destinou R$ 14 milhões em emendas para obras de calçamento, reformas do Caic, de escola e creche no Areal e ampliação da creche de Arniqueira.

Brasília Capital já sabia Desde o primeiro momento da suposta denúncia e já no início das investigações, o Brasília Capital foi o único veículo a apostar na inocência de Navarro. Com a conclusão do Instituto de Criminalística (IC), o ex-presidente da Terracap desabafou no Facebook: “A esse lixo humano, um bando de “nadas” profissionais, aliado a cúmplices instalados em cargos públicos, que não querem ver esta cidade provinciana mudar, ser dirigida sob códigos de ética e moral inatacáveis, como os que quis - e implantei na Terracap, só me resta o desprezo”.

Segurança A deputada também comunicou ao comandante-geral da PM, coronel Marcos Nunes, que destinou R$ 1 milhão para reformar viaturas que reforçarão o policiamento em Águas Claras.

Novos ares Márcia Alencar conta com a simpatia pessoal do governador. Mas sabe que ele pode não resistir à pressão para substituí-la. Por isso, a psicóloga já está de olho em outra cadeira no Buriti: a do secretário de Justiça e Cidadania, longe da artilharia de policiais civis, militares e agentes penitenciários. Marcelo Lourenço já colocou as barbas de molho.

divulgação

Inelegíveis O ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB/foto) considerou “sem cabimento a decisão do Tribunal Regional Eleitoral, na quinta-feira (27), tornando-o inelegível. Também foi punido o ex-governador Agnelo Queiroz (PT) por uso indevido do site oficial do GDF durante a campanha eleitoral de 2014. “Com certeza esta decisão será reformada no TSE”, disse Filippelli ao Brasília Capital.


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Até que os interesses pessoais os separem Políticos ligados aos ex-governadores Roriz e Arruda se unem pensando em 2018. Mas todos querem a mesma coisa: a cadeira de Rollemberg Orlando Pontes

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pequeno auditório na cobertura do simpático edifício Ana Carolina, na quadra 504 Norte de Brasília, botava gente pelo ladrão no final da tarde de quinta-feira (27). Ao microfone, discursos mornos como as coxinhas e risoles sobre a mesa. Na parede, o quadro fotoshoppado do anfitrião, pessoalmente bem mais envelhecido do que o retrato emoldurado acima de sua cabeça. Roberto Jefferson, o ex-deputado que denunciou o Mensalão e iniciou o processo de desestabilização dos governos petistas, cumpriu dois anos de prisão e contou o que ficou de lição: “precisamos reconhecer nossos erros, nos arrepender deles e pedir perdão a Deus”. Com este espírito, ele veio do Rio de Janeiro para homologar a filiação do novo presidente regional do seu PTB, Alírio Neto. Na plateia, uma plêiade de nomes, boa parte de-

les de olho na cadeira hoje ocupada pelo socialista Rodrigo Rollemberg no Palácio do Buriti. A relação assemelha-se a uma “Arca de Noé” cheia de políticos da direita brasiliense. Uma questão de sobrevivência da espécie. Investido da função de mestre de cerimônia, o líder maçônico Jafer Torres comandava o uso da palavra. Um a um, foi chamando os líderes para discursar: Paulo Octavio (PP), Alberto Fraga (DEM), Izalci Lucas (PSDB), Jofran Frejat (PR), Tadeu Filippelli (PMDB), Joe Vale (PDT), Valmir Campelo (ministro do Tribunal de Contas da União que mantém relações históricas com o PTB), Eliana Pedrosa (PPS) e, claro, o anfitrião Jefferson e o recém-chegado Alírio. A pregação da “união em defesa de Brasília” povoou todas as falas. Da mesma forma que cada um tentou demonstrar que seu único interesse é estar na cabeça de chapa no pleito de 2018. Ou seja, a coesão só vale quando significar adesão dos demais aos seus interesses pessoais. Candidatos de si mesmos ou de seus próprios grupos, eles sabem que o blefe faz parte do jogo. Muitos se posicionam como concorrentes a chefe do Executivo, mas se contentarão com uma vaga de vice, de senador ou mesmo uma boa legenda para as Câmaras dos Deputados e Legislativa. Mas isto, hoje, ninguém admite. Existem, entretanto, aqueles irão até o fim em suas pretensões. E é aí que podem ocorrer os rachas e as defecções.

julio pontes

Roberto Jefferson, que esteve preso durante dois anos por envolvimento no Mensalão do PT, disse que aprendeu a reconhecer os próprios erros, a se arrepender e pedir perdão a Deus. No auditório lotado, a ex-deputada Eliana Pedrosa (PPS) seguiu a linha dos demais, como Filippelli: “precisamos estar unidos em 2018”


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Palmas para Gim

Andre Borges/Agência Brasília

A maioria dos que compareceram à sede nacional do PTB ficou mesmo como espectador. Jefferson citou vários ausentes como “amigos com A maiúsculo”. Entre estes, o ex-senador e ex-presidente regional da legenda, Gim Argello, condenado a 19 anos e preso em Curitiba por envolvimento no escândalo desbaratado pela operação Lava Jato. Numa espécie de gesto de desagravo, Gim foi o mais aplaudido pela plateia. Vários presidentes de partidos compareceram. Entre eles, Salvador Bispo, do PR, ao qual é filiado o ex-governador José Roberto Arruda. Legendas menores, como o PRB, o PTN, o PHS e o PMN também marcaram presença. Dos atuais distritais estavam lá Agaciel Maia (PR), Wellington Luiz (PMDB), Joe Valle (PDT), Rodrigo Delmasso (PTN) e Raimundo Ribeiro (PSDB). Na fila de ex-parlamentares foram vistos Tadeu Roriz, Benício Tavares, José Edmar Cordeiro, Geraldo Naves e Washington Mesquita. O senador Hélio José (PMDB-DF) e o deputado Benito Gama (PTB-BA) foram “levar um abraço” a Alírio Neto. Sentado ao lado de Roberto Jefferson estava o ex-senador Wilson Santiago (PTB-PB). Ele foi investigado no Ministério da Fazenda, que o acusava de usar “laranjas” na construtora Adrina, que tem dívida milionária com a Receita Federal. Para evitar confisco, Santiago teria repassado o patrimônio para a empresa do filho. Ausentes – Embora comemorando as “marcantes presenças” entre seus convidados, Alírio Neto lamentou pelo menos duas ausências: a do deputado Rogério Rosso, presidente do PSD local, e a da deputada distrital Liliane Roriz, agora sua correligionária. “Convidei o Rogério. Ele deve ter tido algum problema”. Quanto a Liliane, esquivou-se de comentar a possibilidade de ela sair do PTB devido à sua chegada. “A família Roriz é muito representativa e para nós é uma honra tê-la no PTB. Ela tem potencial para concorrer a qualquer cargo de deputada federal para cima”.

Rollemberg: é muito cedo A mobilização dos opositores é vista como precoce pelo governador Rodrigo Rollemberg. “É prematuro prever qualquer coisa com relação a 2018”, disse, recentemente, em entrevista ao portal Congresso em Foco. Ao Brasília Capital o secretário de Comunicação Luciano Suassuna responde que o governador tem reiterado ser muito cedo para falar em eleição. “Ele está empenhado em fazer o que é melhor para Brasília”. Mas Rollemberg vive uma sinuca de bico. Apesar de se dizer favorável ao governo de Michel Temer (PMDB) e gozar de boa relação com o Planalto, precisa dialogar com Filippelli para garantir investimentos para o DF. Como o assessor do presidente da República é um dos principais nomes da oposição, o socialista teme fortalecer o potencial adversário. “Sempre tive uma boa relação com o Filippelli. Acho que a questão eleitoral vai se colocar só em 2018”, esquivou-se. “O que eu tenho procurado fazer como governador de Brasília é ajudar o presidente Temer a fazer o melhor trabalho possível para retomar o crescimento. A disputa política fica para daqui a dois anos”, concluiu.


Renan vira chacota nas redes sociais Zilta Marinho A prisão do chefe da Polícia Legislativa, Pedro Ricardo Araújo Carvalho, na sexta-feira (21) – ele foi liberado na quarta-feira (26) – desestabilizou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Irritado com a ação da Polícia Federal na Operação Métis, Renan numa coletiva na segunda-feira (24) esbravejou: “Um juizeco de primeira instância não pode a qualquer momento atentar contra um Poder. É lamentável que isso aconteça em um espetáculo com a participação de um ministro do governo [referência ao ministro da Justiça, Alexandre de Moraes], que não tem se comportado como ministro e sim como polícia”. Na terça (25), ao abrir a sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmen Lúcia, foi direto ao ponto: “O que não é admissível aqui, fora dos autos, é que qualquer juiz seja diminuído ou desmoralizado”. E completou: “Todas as vezes que um juiz é agredido, eu e cada um de nós, juízes, é agredido. E não há a menor ne-

#Senadorzeco

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cessidade de, numa convivência democrática, livre e harmônica, haver qualquer tipo de questionamento que não seja nos estreitos limites da constitucionalidade e da legalidade”. Na esteira da fala de Carmen Lúcia, os magistrados manifestaram apoio ao juiz da 10ª Vara Federal do DF, Vallisney de Souza Oliveira, que autorizou a ação da PF. Diante da reação da ministra, Renan entrou com ação na Justiça para fixar competências dos Poderes. Enquanto isso no plenário, senadores repudiavam a invasão e destacavam que nem na ditadura houve ação como essa. Para evitar uma crise, Micher Temer reuniu na sexta (28), os presidentes do Senado e do Supremo e o ministro da Justiça, quando Renan se desculpou com Carmen Lúcia. Na terça, Renan havia convidado Carmen Lúcia para uma conversa. A ministra declinou do convite, o que rendeu, pelas redes sociais, ironias contra o presidente do Senado, que passou a ser chamado de “senadoreco”.

O

s ponteiros da História se ajustam. Sessenta e três anos após ser criada pelo presidente Getúlio Vargas sob o nacionalismo do slogan “O petróleo é nosso”, a Petrobras está no centro do maior escândalo de corrupção do Brasil, investigada pela operação Lava Jato. Dez anos antes, em 1943, Vargas implantou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O pacote que norteou as relações trabalhistas no País nestas sete décadas passa agora por uma profunda revisão. O governo e os grandes capitalistas alegam que ela precisa ser modernizada. Mas os trabalhadores e os sindicatos se mobilizam para manter as conquistas alcançadas a partir da vigência da CLT. No meio do fogo cruzado estão 12 milhões de desempregados esperando uma oportunidade. Mas outros acontecimentos recentes remontam à era Vargas. Um deles foi a prisão, no último dia 21 de outubro, do chefe da Polícia Legislativa do Senado, Pedro Ricardo Araújo Carvalho. A ordem do Juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, contra o homem de confiança do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) lembra, em muito, o episódio da prisão de Gregório Fortunato, chefe da guarda pessoal de Getúlio Vargas. O “Anjo Negro”, como era chamado Gregório, foi acusado de ser o mandante do “Atentado da Rua Tonelero”, no Rio de Janeiro, em 5 de agosto de 1954. Foi uma tentativa de assassinar o jornalista Carlos Lacerda, ferrenho opositor do presidente da República. Lacerda saiu ferido, mas o major da Aeronáutica Rubens Florentino Vaz, que o acompanhava, morreu baleado.

Ajustes com a História As semelhanças do momento atual com a derrocada de Getúlio Vargas

Pedro Ricardo foi preso suspeito de prestar serviços de contrainteligência a senadores e a amigos de Renan Calheiros que estão sendo investigados na Lava Jato. O antagonista do presidente do Senado não é um jornalista, mas um juiz. Renan quer aprovar a lei contra “abuso de poder”, que limitaria as ações do Poder Judiciário. Moro trabalha para aprovar uma legislação anticorrupção ainda mais rigoroso do que a atual. A prisão de Pedro Ricardo e de outros “policiais legislativos” parece ter desestabilizado Renan. O sempre ponderado presidente do Congresso chegou a chamar o juiz que autorizou a operação de “juizeco”. E atraiu toda a fúria corporativa do Judiciário, a começar pela presidente do Supremo, Carmen Lúcia. Similar a 1954, esse episódio agrava o velado conflito entre os poderes e a crise política e econômica. Michel Temer ainda dá seus passos iniciais na pre-


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Gregório Fortunato

Antonio Cruz / Agência Brasil

Renan Calheiros

Waldemir rodrigues / senado

Pedro Ricardo Araújo

wikipedia

Getúlio Vargas

sidência da República e precisa do apoio de Renan que,entretanto, está sob pressão e sendo investigado. Ele teme a delação do ex-todo-poderoso presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), principal artífice das manobras que apearam Dilma Rousseff do Palácio do Planalto, abrindo espaço para sua ascensão. Coincidentemente, no final de seu segundo governo, Getúlio era acusado de corrupção e sofria pressões de grupos oposicionistas, civis e militares, que desencadearam uma aguda crise política. Num clima de protestos e críticas, Vargas pediu afastamento por licença, mas o Exército não aceitou e exigiu sua renúncia. Em tempos de

internet, a renúncia de Renan é pedida pelas redes sociais. Na época do atentado contra Lacerda a polícia fez busca e apreensão na casa de Fotunato e encontrou anotações e documentos relativos a bens, cujos valores seriam incompatíveis com seus rendimentos. Dentre eles estava a compra de duas propriedades do filho mais novo de Getúlio. Toda a história veio a público e o presidente inicialmente não acreditou no envolvimento da família. Depois, ficou profundamente abalado e tirou a própria vida com um tiro no peito, em 24 de agosto de 1954. Gregório foi condenado a 25 anos, como mandante do crime. Morreu em 1962, assassinado por outro detento, crime considerado queima de ar-

quivo, pois durante o tempo na prisão o “Anjo Negro” fazia anotações em um caderno. E este foi o único bem de sua propriedade que desapareceu. Em entrevista a Geneton Mores Neto, em julho de 2011, o também jornalista Evandro Carlos de Andrade disse: “Pude acompanhar o fim do segundo governo de Getúlio. Participei da cobertura da crise provocada pelo atentado na Rua Tonelero. Nunca tive dúvida sobre a natureza do atentado: tinha sido forjado no Palácio do Catete por Gregório Fortunato, o chefe da guarda pessoal de Getúlio”. Renan e Temer, assim como Getúlio, estão acuados. É esperar para ver como farão o próprio ajuste com os ponteiros da História.


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1.100 escolas ocupadas no País

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reprodução / youtube

movimento estudantil contra a reforma do ensino médio e a Proposta de Emenda à Constituição que estabelece um teto para os gastos públicos pelos próximos 20 anos dobrou o número de escolas ocupadas no Distrito Federal. Inclusive em unidades de institutos federais. De acordo com a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), são mais de 1,1 mil centros de ensino, escolas e institutos federais ocupados pelos alunos. No DF, foram ocupados os Centros de Ensino Médio (CEM) 304 de Samambaia, 01 de Planaltina, o Gisno CEM Setor Oeste (Cemso), Elefante Branco, o CEM 111 do Recanto das Emas, o CEM de Taguatinga Norte e o Ceman, assim, como ao menos oito unidades de institutos federais de Brasília. A Secretaria da Educação do DF informou, em nota, que busca o diálogo constante para que os alunos desocupem as escolas de maneira pacífica e que as aulas ocorram normalmente, sem prejuízo dos conteúdos das matérias. Desmonte - Os estudantes lutam para que os gastos com a educação e saúde não sejam congelados. A Ubes informa que é contra a paralisação do incentivo à educação por seis motivos: ataque aos setores mais carentes da população, o desmonte da educação pública, o retrocesso pelos direitos conquistados pelo povo, a escassez dos serviços públicos brasileiros, a constante ausência de debate e a desaprovação por parte dos especialistas. Vídeo da estudante Ana Júlia Ribeiro, 16 anos, com discurso na Assembléia Legislativa do Paraná viralizou nas redes sociais. Especialmente porque ela acusou os deputados estaduais de terem “mãos sujas de sangue” por causa da morte de Lucas Mota, 17 anos, numa escola ocupada, após usar droga, brigar e ser esfaqueado. Ela culpa o Estado pelo crime e diz que aprendeu mais com o movimento estudantil. As ocupações ocorrem em meio ao preparo para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em 5 e 6 de novembro. Mais de 180 locais de prova do Enem estão ocupados. O ministro da Educação, Mendonça Filho, deu até 31 de outubro para desocupação. Segundo a pasta, caso isso não ocorra, o Enem será cancelado nesses estabelecimentos. No entanto, os inscritos ainda não sabem se podem fazer as provas em outros locais. A recomendação do MEC é que os estudantes acompanhem a Página do Participante (http://enem.inep.gov.br/ participante/#/loginParticipante) para serem informados sobre qualquer alteração ou consultem a Central de Atendimento no telefone 0800-616161, das 8h às 20h, inclusive neste fim de semana e no feriado de Finados, em 2 de novembro.

Ana Júlia Ribeiro, 16 anos, diz que movimento estudantil “trouxe conhecimento muito maior” do que a aula-padrão

Servidores do GDF ameaçam parar em novembro Servidores do GDF estão se organizando para a greve geral em novembro. Representantes de grande parte das 32 categorias que cobram o reajuste de salários concedido na gestão de Agnelo Queiroz (PT), em 2013, marcaram mobilização para o dia 10, às 10h, na Câmara Legislativa. No mesmo dia, o Sindicato dos Professores (Sinpro), faz assembleia, às 9h30, em frente ao Palácio do Buriti. Porém, uma corrente dos sindicalistas quer antecipar a ação unificada para a próxima quinta-feira (3). O Governo de Brasília informou no último dia 14 que não tem como reajustar os salários neste ano. O governador Rodrigo Rollemberg se comprometeu, em 2015, a fazer o pagamento

em outubro deste ano. Os aumentos gerariam impacto de R$ 1,5 bilhão por ano. Entre as justificativas para não pagar, estão a perda de R$ 1 bilhão de repasses federais e o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal. Para complicar a situação, o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, disse na quarta-feira (26) que podem faltar R$ 76 milhões para o pagamento dos salários de outubro, previsto para 5 de novembro. Afirmou que o governo espera conseguir fechar a conta com a arrecadação do Refis, programa de renegociação de dívidas com o GDF. Greves programadas – O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde (SindSaúde) decidiu, em assembleia, pela

greve a partir de 3 de novembro. No dia 7 de novembro, será a vez dos servidores do Departamento Estradas de Rodagem (DER) e do Serviço de Limpeza Urbana (SLU). No próximo dia 11, ocorrerá o Dia Nacional de Greve e Paralisações, organizado pelas centrais sindicais e entidades dos movimentos sociais que compõem as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Vários setores já sinalizaram pela paralisação no dia 11. Segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT) a luta a ser levada às ruas do País é contra a PEC 241, as reformas da Previdência e Trabalhista, defendidas pelo governo de Michel Temer, além de apoiar o Pré-Sal como patrimônio brasileiro.


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Governo de Brasília sinalizou que poderá atrasar o pagamento dos servidores públicos locais em novembro. Segundo o GDF, vão faltar R$ 76 milhões para o pagamento da folha salarial. A medida foi anunciada depois que as 32 categorias do funcionalismo aprovaram o adiamento do indicativo de greve para novembro, quando farão um ato unificado contra o Executivo.

Águas Claras

Distrito Federal

Urbanização parada no Areal

Taxa extra aumenta conta d’água

fotos: antônio sabino

Gustavo Goes As obras de acessibilidade na Avenida Brasília, em frente ao comércio da QS 11, no Areal, estão paradas há um mês, embora falte apenas 20% para serem concluídas. O término do canteiro central, com vagas de estacionamento, Ponto de Encontro Comunitário (PEC), iluminação e lixeiras estava previsto para o início do mês de outubro. Porém, um abaixo-assinado de comerciantes exigindo mais vagas de estacionamento e a falta de pagamento do Governo de Brasília à construtora contratada frearam a urbanização e revitalização nas calçadas. O dono da papelaria Moraes, Mehujael Moraes, protocolou um abaixo-assinado com 575 signatários para que aumente o número de vagas para estacionamento em frente às lojas.“Temos que dar andamento nessa obra. Ela já aumentou em 80%

Vicente Pires

A praça deu nova vida à QS 11, mas Mehujael quer mais vagas para estacionar a quantidade de pessoas que passam pela rua e a tendência é melhorar ainda mais”, disse Moraes. Mas outros reclamam da falta de consciência coletiva de alguns moradores e lojistas. Para Maria Francisca, a obra não deveria ter parado. “Fui uma das primeiras moradoras desta quadra. Demorou para que algo fosse feito aqui e, quando é feito, querem in-

Jornal satélite

Com a mão na massa Cansados de esperar ação do governo, os moradores da Colônia Agrícola Samambaia decidiram se unir para manter a Rua dos Coqueiros, na Chácara 122, limpa e preservada. Os vizinhos criaram um grupo de WhatsApp e começaram a mobilizar os moradores da rua para tornar o espaço agradável “com um ar de cidade do interior”. “Criamos uma noção de pertencimento no nosso ambiente. Hoje, nossa rua está limpa, aproximamos mais os moradores, mesmo alguns tendo

tervir. O Governo de Brasília tem que retomar o trabalho”, disse. A Administração Regional de Águas Claras informou que as obras estão paradas por ajustes no projeto e admitiu a falta de pagamento ao prestador do serviço referentes a segunda e a terceira parcela, já vencidas. “Aguardamos o relatório dos auditores da CGDF”, disse em nota.

certa resistência às melhorias, e valorizamos o ambiente”, disse o jornalista Wilon Wander Lopes. A grandeza da iniciativa não custou caro: R$ 35.

A assessoria de comunicação da Administração de Vicente Pires informou que vários setores são contemplados com obras de infraestrutura, como operação tapa-buracos, desobstrução de bocas de lobo e limpeza de áreas públicas. “Quanto à referida localidade, há um cronograma para que a região receba melhorias, como nivelamento de ruas e limpeza, em parceria com a Novacap”, disse em nota. (GG)

A Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) começou a calcular na segunda-feira (24) a taxa extra de 20% para quem consumir mais de dez mil litros d’água por mês. O impacto na conta será de 10% porque o valor refere-se a água e esgoto. Mas no primeiro boleto será apenas informado o valor com acréscimo. A cobrança virá no mês seguinte. A taxa de contingência tem o objetivo de reduzir o consumo. Os dois principais reservatórios do DF continuaram com os níveis muito baixos. Se a medida não resolver, haverá racionamento de água.

Adeus, Thiago! Thiago Soares, 22 anos, morreu na madrugada de quinta-feira (27) na UTI do Hospital de Base, após 15 dias internado. O jovem teria sido espancado por PMs quando voltava do evento Picnik, no dia 12 de outubro. Consta nos registros que ele foi detido às 21h e só deu entrada na delegacia às 23h. O pai do rapaz foi contatado apenas à 1h da madruga, mesmo horário em que o SAMU foi chamado. A polícia nega o espancamento. Na sexta-feira (28), durante o sepultamento do corpo de Thiago no cemitério Campo da Esperança, cerca de 200 familiares e amigos empunhavam cartazes com mensagens clamando por justiça.


Brasilia Capital n Cidades n 10 n Brasília, 29 de outubro a 4 de novembro de 2016 - bsbcapital.com.br

Diego Schueng

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irataria. Este o grande desafio que o setor de videoaulas tem enfrentado. Pagar mais barato atrai o consumidor ao comércio ilegal. A fiscalização atua, mas não inibe o trabalho de comerciantes que insistem na venda desses produtos. Antes em DVD, agora a nova prática é a utilização de um item que cabe na palma da mão: o pendrive. De forma discreta, o cliente chega à loja, entrega o dispositivo ao vendedor, que baixa o conteúdo, e o entrega por um preço que cabe no bolso do freguês. Na Feira dos Importados, a reportagem flagrou vendedores comercializando esse tipo de material ilegal. No corredor principal, um papel plastificado pendurado em um ferro anunciava: “Videoaula para Concursos”. Uma seta em vermelho destacava o endereço da loja e a direção. Caminhando pelos corredores estreitos, o cliente encontra um comerciante desconfiado, que não se identifica num primeiro momento e estranha a quantidade de perguntas do “cliente”, interessado em saber como funciona o comércio. “Não vendemos mais DVDs, traga o seu pendrive que transferimos o módulo que você quer por R$ 20”. Em nenhum momento ele mostrou o material no computador. Outro vendedor disse que a nova modalidade de pirataria foi motivada pela fiscalização. “Faz duas semanas que levaram todos os DVDs embora, vai ser difícil encontrar esse material aqui na feira. Mas tem alguns caras que estão transferindo por pendrive e cobrando mais barato”, revelou, sem se identificar. De fato, muitas lojas deixaram de vender as videoaulas. As lojas que ainda comercializam esses produtos guardam no estoque e só mostram aos clientes em caso de interesse. Prejudicados – O empresário Valdir Borges, 54, gerencia uma empresa que produz aulas online para

Pirataria sem fim

DVDs de videoaulas dão lugar a pendrives

Diego Schueng

Cartaz de papel anuncia, dá direção e demonstra a todos que o comércio ilegal é feito abertamente na Feira dos Importados concursos públicos. Ele conta que já foi vítima desse tipo de crime. “Com aproximadamente seis meses de parceria, muitos professores me procuravam dizendo que as aulas estavam bastante visualizadas, porém o faturamento não era correspondente. A partir da denúncia de um aluno, fomos à Feira dos Importados e encontramos os DVDs de nossos professores nossos em três bancas”, conta o empresário, que mantém um estúdio que presta serviços para várias instituições de ensino. O estudante de administração Luann de Araújo, 23, trocou as aulas presenciais pelo ensino a distân-

cia. Ele reclama do alto preço cobrado pelos cursinhos. “Acho ruim, pois fortalece o mercado negro. Mas, às vezes compramos, devido ao original ser muito mais caro”, revela. De acordo com dados do IBGE, por ano, cerca de 5% da população brasileira (10 milhões de pessoas) busca uma vaga no serviço público. O professor de direito constitucional Nilo Roberto, 54, afirma que já encontrou na Feira dos Importados o material completo de suas web aulas. “O problema da pirataria nem é o prejuízo financeiro, pois entendo como uma maneira de divulgar nosso trabalho. Mas quem perde são os do-

nos das empresas de videoaulas, pois há um investimento técnico e de produção em cada aula gravada, editada e disponibilizada”, lamenta. Atividade suspeita – No dia 18 de maio deste ano, a Polícia Civil realizou a operação “Vida Pregressa”, que apreendeu 5 mil DVDs piratas de videoaulas na Feira dos Importados. Segundo o delegado-chefe adjunto da Delegacia de Combate aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DCPIM), Helder Pedron, os criminosos vendiam o material entre R$ 100 e R$ 150. Cursinhos comercializam aulas por mais de R$ 800.


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Acompanhe também na internet o blog Brasília, por Chico Sant’Anna, em https://chicosantanna.wordpress.com Contatos: blogdochicosantanna@gmail.com

Por Chico Sant’Anna

Sucateada Casa da Mulher

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ão bastasse serem vítimas de agressões, violências domésticas, assédio sexual e até mesmo estupros, as mulheres de Brasília estão desassistidas. Inaugurada na Asa Norte em junho de 2015 pelo governo federal, a Casa da Mulher Brasileira – CMB, já está sucateada. O espaço destina-se a acolher mulheres vítimas de violência com apoio psicossocial; delegacia; Juizado; Ministério Público, Defensoria Pública, dentre outros serviços. A gestão foi repassada ao governo de Brasília e em pouco mais de um ano as instalações estão sem condições de operação. O local, segundo o Sindi-

fotos: divulgação

cato dos Servidores da Assistência Social e Cultural do DF (Sindsasc), que representa os profissionais que lá atuam, apresenta problemas estruturais e rachaduras nas paredes. Com a chuva recente, os problemas se agravaram com infiltrações. O atendimento foi interrompido. Um auditório

Funcionários deram um abraço na CMB para denunciar o abandono da entidade. Auditório virou depósito de cadeiras e equipamentos de informática

virou depósito de um amontoado de cadeiras e equipamentos de informática. O atendimento se limita a recepção do prédio, onde é feita a triagem. O abrigo das mulheres vítimas de violência, que era de até 48 horas, não funciona. As crianças filhas dessas mulheres perderam a brinquedoteca. Além disso, a CMB, que deveria funcionar 24 horas por dia, por falta de pessoal está funcionando em horário reduzido. Para denunciar essa realidade, o Sindsasc promoveu um abraço à CMB. A manifestação atraiu autoridades do GDF, que se comprometeram a resolver os problemas até o final de novembro, segundo informou Clayton Avelar, presidente da entidade.

que foi fechada pelos militares. A cabeça daqueles alunos estava muito além daqueles tempos. E hoje ainda há quem defenda Escola sem Partido e fim da Sociologia, Filosofia e outras disciplinas que não se limitam a ensinar simplesmente a apertar botão. Ator, diretor, amante da sétima arte, Dimer está dentre aquelas referências obrigatórias quando se fala do Teatro e do Cinema Candangos. Sobre ele, o professor de Teatro da UnB, João Antônio, lembra “a inesquecível montagem

de O Exercício, sob sua direção comigo e Iara Pietricovsky”. O ator Chico Sant’Anna, homônimo deste jornalista, recorda o prêmio de melhor ator, pelo desempenho de Dimer no curta metragem Requília, de Renata Diniz, em 2013, no 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Dimer deixa um vazio na arte e na cultura da cidade. Um vazio emoldurado pelas portas fechadas dos espaços culturais abandonados pelo Poder Público e sem dar espaços a novas gerações de atores e teatrólogos.

O homem que enganou o diabo Brasília foi feita de utopias, desafios e de intrépidos guerreiros. Corajosos engenheiros ergueram a cidade no meio do nada. Mas Brasília não poderia ser só de concreto. Parodiando os Titãs, Brasília queria comida, diversão e arte. E para isso era igualmente necessário destemidos também na arte. As cortinas da ribalta candanga se cerraram pela última vez esta semana para um desses destemidos da arte. Foi na década de 1970, quando o Espaço Renato Russo ainda se chamava Teatro Galpão,

com direito a trapézios voando sobre as cabeças da plateia.

Dimer Monteiro com prêmio que conheci Dimer Monteiro. Era o protagonista da peça, O Homem que Enganou o Diabo e ainda pediu o troco, do jornalista Luiz Gutemberg, sob direção de Laís Aderne. Tratava-se de uma superprodução para a época, num estilo circense,

Superar desafios - Era um momento como hoje, com espaços culturais escassos. O teatro Nacional não estava concluso e a sala Martins Pena funcionava de maneira mambembe. Para que a arte ganhasse corpo, era necessário gente com vontade de superar desafios, como Dimer e sua trupe. Dimer é mais um dos egressos do Centro Integrado de Ensino Médio (Ciem), a escola de aplicação mantida pela UnB,


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Ação que pode prejudicar Renan será julgada no STF

Miss Bumbum nacional divulga mascote russo da Copa Ígor Rôzin(*) Gazeta Russa - A brasileira Suzy Cortez, Miss Bumbum 2015, representando o Distrito Federal, virou notícia na Rússia na última segunda-feira (24), após aparecer no Instagram em fotos sensuais (https://www.instagram.com/ suzycortezoficial/?hl=pt-br) com camisa da seleção russa para celebrar a escolha do lobo Zabivaka como mascote da Copa 2018. “Bem-vindo, lobo #Zabivaka, mascote oficial da #Russia2018”, escreveu, em inglês, a modelo na legenda de sua foto na rede social. Ela também publicou fotos de Zabivaka e do jornal The Sun, em que se afirma que Suzy foi contratada pela Federação Russa de Futebol para divulgar o mascote. Sua foto de costas com a camisa oficial da seleção russa já ganhou mais de 20 mil curtidas. Suzy Cortez afirmou ao site Sputnik Brasil que foi Musa da Rússia na Copa de 2014 pelo UOL, foi aos jogos da equipe

G1 – A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, marcou para 3 de novembro o julgamento de ação da Rede Sustentabilidade que pede considerar inconstitucional que políticos réus em ações penais admitidas pela própria Corte estejam na linha de sucessão do presidente da República. Fazem parte, na ordem: o vice-presidente da República, presidente da Câmara, o presidente do Senado e o presidente do STF. Quando a Rede protocolou a ação, em maio, o partido pedia o afastamento de Eduardo Cunha, que era, na época, presidente da Câmara e réu no Supremo.

Afegã capa de revista é detida no Paquistão Correio Braziliense –Uma afegã que se tornou famosa por uma fotografia de seu rosto na capa da revista National Geographic foi detida no Paquistão pela posse de documentos paquistaneses falsos. A imagem de Sharbat Gula, com seus grandes olhos verdes e o rosto envolto em um véu da cor vermelha, feita em 1984 num acampamento de refugiados afegãos no Paquistão pelo fotógrafo americano Steve McCurry, correu o mundo. A foto transformou a então adolescente num ícone da população afegã, quando o país estava sob ocupação soviética.

e conheceu alguns dirigentes daquele país. Escolha - O Zabivaka foi escolhido na votação final contra um gato e o tigre de Amur. A votação começou em 23 de setembro no site oficial da Federação Internacional de Futebol (Fifa), e nas redes sociais. Os criadores dos mascotes são estudantes de faculdades de artes. A votação começou em 23 de setembro no site oficial da Federação Internacional de Futebol (Fifa) e nas redes sociais. O resultado foi divulgado em 21 de outubro. Os criadores dos mascotes são estudantes de faculdades de artes. A Copa da Rússia acontece entre 14 de junho e 15 de julho de 2018, em 12 estádios espalhados por Moscou, São Petersburgo, Kazan, Níjni Nôvgorod, Saransk, Kaliningrado, Volgogrado, Ekaterimburgo, Samara, Sôtchi, Rostov no Don.

(*)Jornalista Com informações dos sites Lenta.ru.,Vesti.ru e Sputnik Brasil

Brasil fica sem o “Capitão do Tri”

Mãe de Safadão na mira do MP

Globo Esporte – O mundo do futebol deu o último adeus a Carlos Alberto Torres. O corpo do “Capitão Tri” foi sepultado no fim da manhã de quarta-feira (26), no Cemitério do Irajá, na Zona Norte do Rio de Janeiro, cerca de 24 horas depois de o ex-jogador morrer, vítima de um enfarte fulminante, aos 72 anos. O caixão foi coberto com uma bandeira do Brasil, em homenagem à história de Carlos Alberto na Seleção, onde foi o líder do histórico time que conquistou o tricampeonato mundial no México, em 1970, e marcou o quarto gol da vitória sobre a Itália na grande decisão.

G1 - O Ministério Público Eleitoral no Ceará pediu, na quarta-feira (26), a cassação do registro de candidatura de Antônio Cláudio e Dona Bill, a mãe do cantor Wesley Safadão, eleitos em 2 de outubro prefeito e vice-prefeita de Aracoiaba, no interior do Ceará. Durante a campanha, a candidatura da chapa havia sido cassada após denúncias de abuso de poder econômico e político. Eles recorreram, o que causou efeito suspensivo da decisão. Em novo pedido, o procurador eleitoral Marcelo Mesquito manteve o entendimento da sentença e pediu ao TRE que casse a candidatura dos dois.


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Médiuns em provas

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e você trilhar qualquer caminho espiritual terá que passar por provas. A intensidade da prova depende da sua fé, experiência, determinação, conhecimento e sabedoria. Quanto mais forte você for, menor será a intensidade. Quanto mais fraco, mais forte. As provas são específicas; atendem às necessidades de aprimoramento do médium e visam fortalecer seus pontos fracos. Médium pobre será tentado pela riqueza fácil. Bonito ou simpático, o sexo fácil. Ambicioso ou de pouca fé, convite

para migrar para outra área de ocupação ou religião. Se vaidoso será motivo de aplausos e elogios. Se pavio curto, sofrerá provocações. Waldo Vieira, parceiro de Chico Xavier, abandonou a Doutrina Espírita e fundou a Projeciologia, quase desconhecida. Ivone Pereira, médium do livro “Memórias de um Suicida”, muito pobre, foi tentada por um espírito que lhe prometia dinheiro e fama e, sabiamente, recusou. Elizeu Rigonatti, médium dos livros “Vidas de Outrora”, “Mediunidade sem Lágrimas”, “O Evangelho

das Recordações”, “O Evangelho dos Humildes”, entre outros, foi tentado pela riqueza fácil e, como Ivone, recusou. Chico Xavier recebeu mais de 400 livros e passou todos os direitos para as instituições de caridade. Recebeu 100 milhões doados por Fred Junior e doou para a Federação Espírita. Com o dinheiro, a instituição renovou todo o seu parque gráfico. As provas acontecem, geralmente, nos momentos de fragilidade. É preciso atenção consigo até o último minuto da vida. Todas as

qualidades vêm somente de uma. Todos os defeitos vêm somente de um. Combatido o defeito principal, os demais enfraquecem. Os orgulhosos são egoístas, violentos e excludentes. Combatido o orgulho seus derivados enfraquecem e desaparecem. Com o Mestre Osho, autor, entre outros livros, de “Vá com Calma”, “A Sabedoria das Areias”, “Antes que Você Morra”, e “A Semente de Mostarda”, aprendemos: “Esteja atento. Estando atento o ego morre, porque o ego só existe numa mente não atenta”.

sociados a esse padrão alimentar são o consumo diário de frutas e hortaliças, cereais integrais e, especialmente, um consumo diário e relativamente elevado de azeite de oliva, quando comparado ao nosso padrão alimentar. Alguns estudos recentes mostram que polifenóis presentes no azeite de oliva apresentam propriedades de controle glicêmico, importante para

quadros de diabetes e resistência à insulina. O azeite de oliva apresenta uma quantidade significativa de compostos fenólicos que apresentam atividade biológica anti-inflamatória. Nesse sentido também tem sido investigada sua ação na inibição da progressão e desenvolvimento de câncer. Uma dúvida frequente é se o azeite pode ser usado para cozinhar. Sim, ele

pode. Poucos produtos ruins são gerados na temperatura que costumamos cozinhar em casa. Porém, os azeites extra-virgens com baixa acidez (menor do que 0,5%), são mais caros, porque são prensados a frio para preservar seus compostos fenólicos. Por isso, são usados apenas para temperar saladas ou usar sobre a comida depois de pronta.

Azeite de oliva

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studos mostram, há muitos anos, que o padrão alimentar seguido pelos povos do Mediterrâneo apresenta fatores de proteção contra doenças cardiovasculares e câncer. Mais recentemente, tem sido associado à melhora da saúde mental e cognitiva. Os principais fatores protetores as-

MARCELO RAMOS O REPÓRTER DO POVÃO

Programa O Povo e o Poder das 8h às 10h de segunda a sábado Notícias, Esportes e Músicas

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Ligue e participe: 3351-1410 / 3351-1610 www.opovoeopoder.com.br www.marceloramosopovoeopoder.blogspot.com


Brasilia Capital n Geral n 14 n Brasília, 29 de outubro a 4 de novembro de 2016 - bsbcapital.com.br

Vamos falar um pouco sobre o hífen

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inda estamos falando acerca do Novo Acordo Ortográfico, mas mudaremos um pouco o tópico: vamos falar um pouco sobre o hífen! Quando se usa o hífen entre um prefixo e uma palavra, a principal leitura do Novo Acordo foi: se não houver prejuízo à sonoridade e à formação natural de uma palavra em língua portuguesa, deve-se eliminar o hífen e unir os dois vocábulos. Primeiramente, sempre se emprega hífen entre prefixo e palavra caso esta inicie-se com a letra H. É o caso de “super-homem”. Seria estranho, em uma palavra, as letras R e H juntas. Para essa regra, há uma exceção: “sub-humano”, que também admite a grafia subumano.

Deve-se unir prefixo e palavra, quando aquela terminar em vogal diferente da que inicia esta. É o que se vê em “autoescola” e “infraestrutura”. É comum, em nosso sistema ortográfico, ver vogais distintas juntas, em diversos vocábulos. Em contrapartida, quando as vogais forem iguais, separa-se com hífen, como é o caso de “anti-inflamatório”. Em qual palavra da nossa língua existem duas letras I juntas? Em nenhuma! Outro exemplo do nosso cotidiano é “micro-ondas”, que ganhou hífen com o advento da nova ortografia. Para essa regra, mais uma exceção: quando o prefixo adotado for -co, aglutina-se sempre, não importando a vogal que inicie a palavra seguinte! É o que ocorre em “cooperação” e “coordenação”.

Deve-se unir prefixo e palavra, quando aquela terminar em vogal e esta iniciar com consoante diferente de R ou S. É o que se vê em “autopeça”. A união da vogal O com a consoante P é comum em nossa língua, e não gera problemas de entendimento e pronúncia. É possível observar semelhante circunstância em “seminovo”. Agora, faça comigo um exercício: tente simplesmente retirar o hífen e unir o prefixo -mini com a palavra saia. O resultado é minisaia. Todavia, em nossa língua, um único S empregado entre vogais possui som de Z. Por isso, quando o prefixo terminar em vogal, e a palavra se iniciar em consoante S ou Z, deve-se repetir a consoante, para que haja a sonoridade adequada. Por isso, o correto é “minissaia” e “antirrábica”.

No artigo de hoje, falei apenas de casos em que a palavra ligada ao prefixo se inicia com a letra H e de prefixos terminados em vogal. Falta-nos falar sobre os casos em que há prefixos terminados em consoantes! Mas esse é um assunto para a próxima semana!

cias contra os “bandidos de jaleco branco”. Na edição de 15 a 21 deste mês, empolgou os leitores aqui da Quadra Comercial da 113 Sul, com a manchete de primeira página: “O Brasil humilha seus professores”. Após a distribuição que sempre faço no Bar do Raul, na quitanda Framélia, na Farmácia Santé, na Loteca e no quiosque da costureira, a revolta foi geral, com comentários em alto e bom som: “Como pode um professor ganhar a ninharia de R$ 2.135,64, enquanto deputados e senadores recebem R$ 33.700,00, para “trabalhar” apenas três dias por semana?” Jornalismo sadio é isso, amigos leitores!

(*1) Como exceção à regra geral, o hebdomadário Brasília Capital (com circulação comprovada no DF e nas cidades do Entorno) tem a mesma imparcialidade do também semanário Carta Capital, de Mino Carta. A propósito, a última edição do semanário paulista diz a que veio o governo Temer: “Como liquidar o Brasil”. (*2) Leia o testemunho insuspeito de Samuel Wainer, que trabalhou como repórter-especial dos Associados, em seu livro póstumo “Minha razão de viver”.

Elias Santana Professor de Língua Portuguesa e Mestre em Linguística pela Universidade de Brasília

N.R. No artigo da semana passada, o revisor corrigiu, equivocadamente, no segundo parágrafo, “dia a dia” para “dia-a-dia”, usando de forma errada o hífen. Imperdoável, ainda mais em um texto acerca do novo acordo! Pedimos desculpas aos leitores e ao titular da coluna.

O Brasil humilha os seus professores

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esde que foi fundado há seis anos por Orlando Pontes (a quem conheci como brilhante repórter do Correio Braziliense), o Brasília Capital sempre levou a informação aos seus leitores com absoluta imparcialidade, como aliás deveria ser a regra geral do bom Jornalismo (*1). Deveria ser, mas não é. Isto desde o tempo recente em que Assis Chateaubriand comandava uma rede de 32 jornais, rádios e tevês, dirigida contra os verdadeiros interesses nacionais (*2), a exemplo da oposição cerrada à construção de Brasília (felizmente, ele perdeu).

No transcurso da verdadeira batalha campal da imprensa brasileira a favor do impeachment – que tinha como líderes absolutos o ostensivo corrupto Eduardo Cunha (que ficou 11 meses no comando da Câmara Federal, mesmo depois de ter sido denunciado com provas; o juiz Sérgio Moro, em Curitiba; e o vice Temer, na encolha) – BRASÍLIA CAPITAL se manteve fiel à sua linha editorial, publicando os fatos como realmente eram, nem contra, nem a favor de Dilma, que àquela altura já tinha virado o alvo do “joga bosta na Geni!” E assim vem mantendo a sua linha ética nos meses posteriores ao impeachment: liderando as denún-

(*) Fernando Pinto é jornalista e escritor


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C

L

r ô n i c a

CDA na Av.Brasil 500 Mario Pontes (*) Rio - Advirto que já contei esta história. Mas não a leitores do DF, até porque na época em que as coisas aconteceram nenhum de vocês aí estava ao meu alcance. Mas depois de ler neste mesmo semanário – edição de 21.10. 2016 – a notícia de que jovens poetas brasilienses vão festejar, no próximo dia 31, os 114 anos do nascimento de Carlos Drummond de Andrade, não resisti à tentação de levar a colher ao prato alheio, não para tirar uma colherada, mas para acrescentar outra. Ao contrário de alguns dos nossos poetas modernos, Drummond andou sempre de namoro com o jornalismo, o de Belo Horizon-

te para começar. Em 1945, já no Rio, publica seu quarto livro de poesia, o primeiro largamente popular: A Rosa do Povo. Era um jornal poético sobre o que de trágico vinha ocorrendo no mundo: a guerra que destruía o mundo e matava às centenas de milhares por mês. Depois Drummond pôde escrever versos que já não frequentavam campos de batalha, mas ainda estavam focados nas consciências e nos dramas materiais de milhões. Mas isso era pouco. E a lembrança de que fora jovem jornalista em BH trouxe-o para a imprensa carioca. Primeiro o Correio da Manhã, para onde escreveu durante vários anos. Em 1968 recebeu o con-

vite pelo qual certamente esperava: o Jornal do Brasil, em seu melhor momento, ofereceu-lhe espaço para publicar três crônicas por semana no Caderno B. Drummond começou a fazer o melhor e o jornal a aumentar seu espaço e dar-lhe lugares mais nobres do que aquela coluna interna do B. O jornal designou-me para manter contato com ele pelo menos uma vez por semana. Perguntei-lhe um dia se era muito visitado pelos jovens em seu apartamento de Copacabana. Quase toda tarde – respondeu. – Tenho que ouvir muito e falar mais, não posso me recusar! – Parou, suspirou e mudou de conversa: – Que tal eu fazer uma visita ao JB? Nunca fui aí.

P

Shows nFesta do Branco com É O Tchan (foto) – Sábado (5), às 22h na Bamboa. Ingressos: R$ 30 a R$ 60. Pontos de venda: Bamboa, Loja Zimbrus e Bilheteria Digital. Informações: (61) 3334-4450. nRoda de Forró – Edição Especial com Flávio José. Sábado (5), às 22h no Salão Social da AABB. Ingressos: R$ 40 a R$ 100. Pontos de venda: Bilheteria Digital. Informações: (61) 3964-8139. nMaria Gadú e Céu em Brasília – Quinta-feira (10), às 21h30 no NET Live Brasília.

i v r o s

Punho Cerrado – a História do Rei Philipe Van R. Lima

Dias depois, quando entrou silencioso, só foi reconhecido ao chegar à sala do Caderno B. Então as jovens repórteres ensurdeceram a redação com seus gritos e todos vieram festejá-lo. Quem tinha o seu talento poético? Quem, tanto quanto ele, sabia aquecer corações com sorrisos, restaurar a fé com poemas que eram maiores que discursos no meio da Praça?

(*) Mario Pontes é autor e tradutor de dezenas de livros. Em seus mais de vinte anos no Jornal do Brasil foi nos primeiros três redator do Caderno B e depois editor do caderno Idéias & Livros

A paixão recíproca entre o ex-atacante Reinaldo e o AtléticoMG – iniciada em 1971 e tornada eterna – e outros fatos sobre a vida de um dos maiores gênios do futebol brasileiro estão registrados nas 280 páginas de “Punho Cerrado – a História do Rei”. Escrito por Philipe Van R. Lima, filho do ex-jogador, e lançado no Restaurante do Rubinho, em Águas Claras, o livro fala das contusões, das posições políticas e da bela história de superação do seu pai.

r o g r a m a ç ã o

Ingressos: R$ 100 a R$ 400. Pontos de venda: www.eventim.com.br, na Central de Ingressos do Brasília Shopping e na Bilheteria do NET. Informações: (61) 3306-2030 / 4003-6860. Teatro nInútil a chuva – 27 a 30 de outubro. De quinta a sábado, às 21h, e domingo às 19h. Centro Cultural Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada). Clientes BB tem 50% de desconto em até 2 ingressos nVelório à Brasileira – Até 13 de novembro, aos sábados e

domingos às 20h no Mini Teatro Lieta de Ló (Planaltina). Ingressos: R$ 10 (inteira). Informações: (61) 98334-7617. nGod com Miguel Falabella – Sexta-feira (4) e sábado (5), às 21h a domingo (6), às 20h no Teatro Unip. Ingressos: R$ 70 a R$ 160. Pontos de venda: lojas Koni, Academia Premiere Fitness e Bilheteria Digital. nOs realistas, com Debora Bloch – Terça (1), quarta (2) e quinta-feira (3), às 20h no Teatro Unip. Ingressos: R$ 45 (meia). Pontos de venda: www.ingresso.com. Informações: (61) 3034-6560.


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