Jornal Brasília Capital 319

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CRISE POLÍTICA

Denúncia “capenga” de Janot encurrala o presidente Página 6

Ano VII - 319

Brasília, 8 a 14 de julho de 2017 DIVULGAÇÃO

LUIS MACEDO/CÂMARA DOS DEPUTADOS

EXCLUSIVO

MP mira farra no Sistema S Ministério Público investiga suspeitas de nepotismo e improbidade no Sesc e na Fecomércio. Senac lança edital para comprar bebidas alcoólicas Páginas 4 e 5

O Temer do Temer

Rollemberg X Gutemberg Governador e presidente do SindMédico trocam acusações após criação do Instituto Hospital de Base

Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, primeiro na linha sucessória, repete a estratégia do peemdebista no impeachment de Dilma

Páginas 7, 8 e 9

Pelaí - Página 3 GABRIEL JABUR/AGÊNCIA BRASÍLIA

DIVULGAÇÃO/AGENDA CAPITAL

GDF reduz gastos com empresas de ônibus. Conta vai para o usuário Deputado mostra que subsídio nos primeiros 6 meses de 2017 foi de R$ 117 milhões. Em todo 2016 chegou a R$ 638 milhões / Página 11


Brasília Capital n Opinião n 2 n Brasília, 8 a 14 de julho de 2017 - bsbcapital.com.br

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A R T I G O

x p e d i e n t e

Governo do DF ou Governo de Brasília Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com Diretor Comercial Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869 Diretor-Executivo Daniel Olival danielolival7@gmail.com (61) 99139-3991 Diretor de Arte Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com Impressão Gráfica Jornal Brasília Agora Tiragem 10.000 exemplares Distribuição Plano Piloto (sede dos poderes Legislativo e Executivo, empresas estatais e privadas), Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo, Vicente Pires, Águas Claras, Sobradinho, SIA, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Lago Oeste, Colorado/Taquari, Gama, Santa Maria, Alexânia / Olhos D’Água (GO), Abadiânia (GO), Águas lindas (GO), Valparaíso (GO), Jardim Ingá (GO), Luziânia (GO), Itajubá (MG), Piranguinho (MG), Piranguçu (MG), Wenceslau Braz (MG), Delfim Moreira (MG), Marmelópolis (MG), Pedralva (MG), São José do Alegre, Brazópolis (MG), Maria da Fé (MG) e Pouso Alegre (MG). SRTVS Quadra 701, Ed. Centro Multiempresarial, Sala 251 - Brasília - DF - CEP: 70340-000 Tel: (61) 3961-7550 - bsbcapital50@gmail.com www.bsbcapital.com.br - www.brasiliacapital.net.br

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Wílon Wander Lopes (*)

Logo que tomou posse como governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg anunciou que iria usar a expressão “Governo de Brasília” para denominar sua gestão. E para explicar tal mudança, alinhou motivos marqueteiros, nenhum deles capaz de justificar a alteração do nome da única unidade federativa que é expressamente citada na Constituição Federal. Um valor a ser defendido. Uma ousadia e tanto de Rollemberg! Em seguida, talvez satisfeito com a repercussão de seu gesto, especialmente entre os bem-nascidos e entre os malcriados do Plano Piloto, Rollemberg também começou a usar a expressão “Governador de Brasília” - que choca com o diploma que a Justiça Eleitoral lhe outorgou, de Governador do Distrito Federal. Tais atitudes esbarram na Constituição Federal e, principalmente, na Lei Orgânica que não é de Brasília, mas do DF. A polêmica mudança também serviu para reavivar um preconceito que existe desde os primórdios da construção de Brasília: a distinção entre a capital federal, onde o governo sempre providenciou estrutu-

C

nLei anti-homofobia Não entendo porque os evangélicos se sentem tão incomodados com os homossexuais. Falta de amor e respeito ao próximo! Fernando Nandooky, via Facebook Sobre o veto dos distritais à lei contra a homofobia. Assim, as medidas para proteger os LGBTs ficarão nas mãos da Justiça. nDitadura partidária Artigo muito bem escrito

pelo competente e brilhante jornalista Hélio Doyle! Recomendo! Marcus Borges, via Twitter Sobre o artigo do jornalista Hélio Doyle, publicado na edição 318, defendendo direito de candidatura a todos. n Sucesso Brasília Capital Merecidamente... Brasília Capital a cada da semana melhora o conteúdo das nformações, demonstrando preocupação com

A atitude de Rollemberg mostrou que o preconceito continua forte entre os acomodados no Plano Piloto, que devem ter dito a ele: “tira este problemático DF pra lá!”

ra e serviços de primeira qualidade no Plano Piloto, agradando seus funcionários (que não queriam deixar as praias cariocas), e as então chamadas cidades-satélites, onde sempre faltou tudo, inclusive respeito à sua sofrida população. A atitude de Rollemberg mostrou que o preconceito continua forte entre os acomodados no Plano Piloto, que devem ter dito a ele: “tire este problemático DF

pra lá!”. A mudança trouxe discordância dentro do próprio governo. Ela é flagrante nos editais que os órgãos do DF publicam, usando as duas expressões: em uns, “Governo de Brasília”; em outros,“Governo do Distrito Federal”. O mais grave, porém, é o fato de que, sendo chefe do Poder Executivo, Rollemberg abandonou flagrantemente o solene juramento que fez quando tomou posse no governo: o de cumprir e fazer cumprir a Constituição e a Lei Orgânica do Distrito Federal. O nome do nosso Executivo sempre foi Governo do Distrito Federal. No início do seu governo, Rollemberg mudou para Governo de Brasília. Se era apenas uma jogada de marketing para o novo governo ter sua marca, por que a mudança oficial continua? Para alguns pode parecer só uma ousadia folgazã, mas há atos formais do governo sendo publicados com o nome errado. E daí poderão advir sérias consequências... (*) Advogado, jornalista, escritor e presidente da Confraria dos Cidadãos Honorários de Brasília

a r t a s

o seu leitor. Par a par com qualquer dos bons diários que circulam hoje no Brasil. Parabéns! Leda Sampaio, via WhatsApp A respeito da matéria que revela a audiência do Brasília Capital no mês de junho. Em comparação com o último semestre de 2016, o portal triplicou o número de visitas. nCaixa preta de R$ 30 bilhões no Sistema S Até que enfim alguém pra

falar a verdade. Isabel Reis Oliveira, via Facebook Me fala uma empresa brasileira que receba ou trabalhe com verbas públicas que não possui corrupção? Onmar Ali, via Facebook Sobre a manchete da edição 318: Sistema S: uma caixa preta de R$ 30 bilhões nFrio no Distrito Federal Amo esse tempo, mas é tão triste para moradores de rua, crianças, idosos... para

os bichinhos abandonados também. Natinha Queiroz, via Facebook Frio só é bom para dormir, mas a gente não pode ficar só dormindo... Ô saudade do calor! Marcelo Vaz, via Facebook Sobre a queda brusca da temperatura em Brasília, cuja sensação térmica chegou a 4 graus em alguns dias da semana passada.


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O Temer do Temer O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é o Temer do Temer. A constatação é do senador Jorge Viana (PTAC), para quem o deputado – primeiro na linha sucessória do presidente da República – está preparando o golpe do golpe. Ou seja, derrubar Temer, que, como vice, trabalhou pelo impeachment de Dilma Rousseff.

DIVULGAÇÃO

A farra dos bancos

Ingovernabilidade

Levantamento feito pelo Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz) aponta que os maiores bancos comerciais do Brasil devem R$ 124 bilhões à União. O estudo da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional se baseou na Lei de Acesso à Informação.

O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), sinalizou quinta-feira (7) o desembarque do governo, caso a denúncia contra Michel Temer seja aceita pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Sem se posicionar quanto às acusações, ele afirmou que o País “caminha para ingovernabilidade”. São do PSDB os ministros Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo); Bruno Araújo (Cidades); Aloysio Nunes (Relações Exteriores); e Luislinda Valois (Direitos Humanos).

DISTINÇÃO – Aproximadamente R$ 117 bilhões são relativos à dívida não-previdenciária e R$ 7 bilhões referentes à dívida tributária não-previdenciária. Ao FGTS, os bancos devem R$ 107,5 milhões. O montante inclui débitos em situação regular e irregular. REFORMAS – Ainda assim, no Congresso e no Planalto a conta do rombo na Previdência e da crise financeira continua sendo cobrada do bolso dos trabalhadores. O governo e sua base aliada, mesmo desgastados pelas denúncias contra o presidente da República, insistem em aprovar as impopulares reformas previdenciária e trabalhista...

Nada se cria...

O deputado Reginaldo Veras (PDT/ foto) será candidato à reeleição em 2018. A decisão foi tomada durante reunião, na terça-feira (4), com trinta apoiadores de seu mandato e comunicada imediatamente a outros 200 multiplicadores. O objetivo foi desfazer boatos de que Veras estaria se preparando para concorrer a deputado federal. O encontro aconteceu na casa do distrital, em Taguatinga, com a participação de professores, policiais, servidores da saúde e líderes comunitários. BRIZOLISTA – “Estou certo de que é necessário continuarmos a luta em defesa da educação pública do DF com base no ideal brizolista: um ensino democrático e de qualidade”, afirmou. Os apoiadores de Veras elaboraram uma lista de possíveis candidatos a deputado federal que poderão fazer dobradinha com o pedetista em 2018: Joe Valle, Israel Batista, Leo Matos, Marcos Pacco, Ronaldo Fonseca, Peniel Pacheco.

SILVIO ABDON / CLDF

Veras tentará reeleição

Abelardo Barbosa, o Chacrinha (foto), diria que, na televisão, nada se cria, tudo se copia. A máxima do Velho Guerreiro também vale para a internet. Os prováveis candidatos ao Buriti em 2018 Rodrigo Rollemberg (PSB) e Alírio Neto (PTB) são provas disso. ... TUDO SE COPIA – Rollemberg lançou, sábado (1º), um resumo de sua semana de trabalho, exatamente como fazia o ex-governador José Roberto Arruda (PR), quando esteve no cargo. A diferença é que o atual governador fez um vídeo curto e o publicou apenas nas redes sociais. Arruda comprava espaço em horários nobres da televisão aberta. VÍDEO-SELFIE – Já o presidente local do PTB, Alírio Neto, divulgou um vídeo no Facebook em que começa caminhando e se filmando (vídeo-selfie). Depois, seguiu a caminhada falando para uma câmera à sua frente, formato semelhante à campanha publicitária institucional Rumo Certo, do Governo de Brasília, produzida meses atrás. REPLAY – O petebista não só se inspirou no formato, como também no conteúdo do vídeo, em que diz: “gestão eficiente é a palavra de ordem no DF”. Tal qual disse Rollemberg durante a disputa pelo Buriti em 2014: “não falta dinheiro, falta gestão”. Será que, eleito, Alírio será o replay de Rollemberg?

MAIA – Em caso de afastamento de Temer, Rodrigo Maia teria seis meses na presidência para “juntar os partidos ao redor de um nível mínimo de estabilidade”, segundo Tasso, que não descarta a renúncia e afirmou estar aberto para tratar de “saída negociada”. Maia diz que “na posição em que estou já estou ajudando muito”. É a mesma tática de Temer quando era vice de Dilma Rousseff. AÉCIO – O que nenhum tucano admite é que, ao voltar os holofotes para Temer, desviam as atenções do presidente licenciado da legenda, Aécio Neves (MG), cuja denúncia foi arquivada pelo Conselho de Ética do Senado na quinta (6). CHORO - Preso na segunda-feira (3), o ex-ministro Geddel Vieira Lima chorou na audiência de custódia diane do juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10º Vara da Justiça Federal. Ele é acusado de obstrução de Justiça na Operação Cui Bono, que apura fraudes na Caixa Econômica.


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Sistema S na Denúncia de improbidade e nepotismo será oferecida após recesso do Judiciário Da Redação

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reinício das atividades do Judiciário, em agosto, é aguardado com apreensão na Fecomércio. Deve ser concluída, no segundo semestre, a investigação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) de uma série de irregularidades supostamente praticadas por dirigentes do Sistema S — denominação que engloba entidades como Sesc, Senac e Sesi, entre outras — na capital da República. As suspeitas vão desde nepotismo até improbidade administrativa.

José Roberto Sfair Macedo, o “Bigode”: salário de R$ 56 mil como diretor regional do Sesc e emprego para a mulher e as duas filhas em outras instituições do Sistema S

Conforme publicou o Brasília Capital na edição 318, da semana passada, o Sistema S deve arrecadar, compulsoriamente, somente neste ano, cerca de R$ 30 bilhões (de 1% a 1,5% da folha salarial das empresas da indústria e do comércio de todo o País). Para as unidades do DF o repasse estimado é de cerca R$ 400 milhões. Apenas o Sesc-DF receberá R$ 212 milhões, conforme o Portal da Transparência. “É um dinheiro que entra e que ninguém presta contas do que é feito com ele”, diz o dirigente de um dos sindicatos filiados à Fecomércio, que prefere não se identificar. Mas o MPDFT pode começar a desvendar os mistérios guardados a sete chaves na “caixa-preta do Sitema S”, como define o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO). O parlamentar defende a tese de remanejamento de um terço dessa arrecadação – cerca de R$ 9 bilhões – para reduzir o rombo da Previdência Social. Sua proposta é criar uma espécie de Desvinculação de Receitas da União (DRU) para permitir ao governo reter parte dos valores destinados ao Sistema S. A matéria tramita no Congresso há vários anos. Já chegou a ter assinaturas suficientes para ser aprovada nas comissões temáticas da Câmara e do Senado, mas muitos parlamentares acabam cedendo a pressões de entidades como a Confederação Nacional da Indústria (CNI), Confederação Nacional do Comércio (CNC) e suas afiliadas, e retiram o apoio nos momentos decisivos. “É um lobby muito pesado”, afirma um deputado.


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mira do MP “É um dinheiro que entra e que ninguém presta contas do que é feito com ele”, diz um dirigente de sindicato associado à Fecomércio. Supostas irregularidades compõem um dossiê de mais de 400 páginas, que está no MPDFT Na última semana, a reportagem do Brasília Capital entrevistou vários personagens que atuam no Sesc, Sesi e Senac. Todos admitem ter “ouvido falar” em práticas irregulares. Um deles citou um pequeno edital publicado pelo Senac na quarta-feira (5) para a compra, por licitação, de bebidas alcoólicas e não alcoólicas. “É uma pequena prova da farra com o dinheiro tirado da folha salarial das empresas. Como pode usar esses recursos para comprar bebidas alcoó-

licas”, protesta um sindicalista ligado aos funcionários do Sistema S. Uma servidora que atua na área de licitações explicou que isto é mais comum do que se imagina. “Quando eles lançam esses editais, chamam o fornecedor que vence a concorrência e pedem que seja feita uma entrega de 80% dos itens oficiais e que os outros 20% sejam convertidos em produtos que, legalmente, não podem ser comprados com dinheiro público. Isto vai desde bebidas alco-

ólicas até protetores solares para as residências dos diretores”, acusa. NEPOTISMO – Um dos casos de contratação de parentes na mira do MPDFT é o do diretor regional do Sesc, José Roberto Sfair Macedo, conhecido no órgão pelo apelido de “Bigode”. Ele tem um salário mensal de R$ 56 mil, entre outras benesses, como carro com motorista, celulares sem limite etc. – e ainda conseguiu empregar a mulher, Maria Célia Nacfur Sfair

Sesc não vê nada errado Para o Sesc-DF, não há nada de errado com o salário do diretor regional, José Roberto Sfair Macedo, nem com a contratação de sua esposa e filhas no sistema. De acordo, com o assessor de comunicação, Marcus César Alencar, o vencimento “está abaixo desse valor e é compatível com a remuneração paga pelo mercado privado para profissionais que exercem o mesmo tipo de função. Segundo o assessor, “a filha de Macedo, Roberta, trabalha no Sesi e foi selecionada mediante processo seletivo. A esposa, Maria Célia, trabalha no Sebrae e também foi admitida mediante processo seletivo”. A respeito de ação na Justiça, “os questionamentos dessa ação estão sendo analisados pelo MPDF e pelo TCU em âmbito administrativo, sendo que todas as devidas infor-

mações sobre o assunto já foram informadas pelo Sesc”. Seguindo o que determina a Lei da Transparência, a instituição disponibiliza, em seu portal institucional na Internet, todos os documentos de gestão e informação sobre a aprovação de suas contas pelo Conselho Fiscal, pela CGU e pelo TCU. “A Fecomércio é uma entidade privada, que se mantém com contribuições dos sindicatos de sua base. Portanto, não é contemplada pela Lei da Transparência”. O assessor salienta que não entra dinheiro público na Fecomércio e que o dinheiro é arrecadado entre os sindicatos filiados, todos da iniciativa privada. A respeito da denúncia do senador Ataíde Oliveira (PSDB-TO), Marcus César responde que o porquê dessa história de “buraco negro de R$ 30 bilhões” é de inteira responsabilidade do parlamentar.

Macedo, no Sebrae nacional, com vencimento de R$ 16 mil e as filhas, Carolina Nacfur Macedo e Roberta Nacfur Macedo, recebendo em torno de R$ 3,5 mil cada. “Somados, os quatro formam uma renda familiar estimada em quase R$ 80 mil apenas com dinheiro do Sistema S”, aponta uma funcionária. DOSSIÊ - No final do ano passado, ciruclou um dossiê mostrando as supostas irregularidades praticadas tanto na Fecomércio como em outras entidades, como o Sesc-DF. São mais de 400 páginas, que, antes de chegar ao MPDFT, foram analisados por outros órgãos de controle e investigação, como o Tribunal de Contas da União (TCU), Polícia Federal e Ministério Público Federal, revela uma fonte do MP. Mas as apurações parecem não preocupar a direção da Fecomércio. Em março de 2018, Adelmir Santana completa 16 anos à frente da entidade. Antes de encerrar o mandato passado, seu filho, Glauco Santana, um dos vice-presidentes da Fecomércio, era cotado para sucedê-lo no cargo. Mas o presidente foi reeleito e, pensando em não deixar a cadeira, convocou uma reunião extraordinária do Conselho de Representantes para o dia 8 de dezembro de 2016. O único item da pauta era “atualização e alteração do estatuto social da entidade”. Ao descobrirem que a intenção era criar a possibilidade de nova reeleição de Santana em 2018, três presidentes de sindicatos se rebelaram. Nova reunião foi marcada. Os descontentes foram voto vencido. E a decisão de mudar a regra para atender aos interesses do chefão da Fecomércio foi aprovada e publicada quinze dias depois com data retroativa ao dia 8 daquele mês.


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WILSON DIAS / AGÊNCIA BRASIL

Antônio Cláudio Mariz, advogado do presidente, diz que a acusação da PGR é “chocha, capenga e carente de imputações sérias substanciosas”

Denúncia “capenga” encurrala Temer Gabriel Pontes (*)

E

m desvantagem na luta para tentar provar sua idoneidade, o presidente Michel Temer (PMDB), acusado de corrupção passiva, deposita todas as suas esperanças de se manter no cargo na articulação com deputados federais e na difamação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A estratégia de Temer para escapar da degola ficou evidente com a postura de seu advogado de defesa, Antônio Cláudio Mariz. Ele tratou a denúncia apresentada pela PGR como “chocha, capenga e carente de imputações sérias substanciosas”. No Planalto, a agenda presidencial está lotada para audiências com parlamentares, líderes partidários e ministros. Mas a pauta é uma só: angariar votos e tentar barrar a investigação na Câmara dos Deputados. A denúncia contra o presidente

tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, onde o governo precisa de 34 dos 66 votos para vencer a disputa. Em clara desvantagem, o Planalto tem trocado membros da comissão e negociado votos diretamente com os parlamentares. Impreterivelmente, a disputa terminará no plenário da Casa, onde são necessários 342 votos para autorizar a continuidade das investigações contra Temer.

FATOS - Atacado pelos advogados do presidente e pelo próprio Michel Temer, o procurador-geral da República diz que a denúncia apresenta apenas fatos. “É uma técnica conhecida, segundo a qual o denunciado tenta desacreditar a figura do acusador”, afirma Janot, diminuindo as acusações dos governistas.

Temporais à vista Além da atual turbulência já causada pela denúncia de corrupção passiva, Janot afirma que outras duas acusações contra o presidente estão encaminhadas no Ministério Público Federal. A primeira por obstrução da Justiça, que já está avançada, e a outra sobre organização criminosa. Ambas devem ser reforçadas pelas delações do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do operador do PMDB Lúcio Funaro, presos em Curitiba e em Brasília, respectivamente. Eles são considerados peças-chave na investigação contra Temer e o chamado “núcleo duro” do governo. Cunha e Funaro já começaram a escrever os relatos e seus primeiros depoimentos aos investigadores devem ser prestados nos próximos dias.

Bancada de indecisos A maioria dos oito parlamentares da bancada do Distrito Federal na Câmara dos Deputados ainda não decidiu como votará quanto à aceitação da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer (PMDB). Os dados são de levantamento feito pelo Brasília Capital junto aos parlamentares e seus assessores. Se, de acordo com o Datafolha, apenas 7% dos brasileiros apoiam Temer, entre os deputados federais brasilienses 20% defendem o presidente. Laerte Bessa (PR) e Alberto Fraga (DEM) são os nomes de Brasília que defenderão Temer no plenário. “A denúncia é vazia. Não prova nada contra o presidente da República”, avalia Bessa. Para que a Câmara autorize o prosseguimento da denúncia, são necessários 342 votos. Apenas Érika Kokay (PT) é considerada voto certo contra o peemdebista. Augusto Carvalho (SD) tem se declarado favorável à renúncia de Temer, mas deve enfrentar resistência em seu partido, caso a bancada do Solidariedade decida por apoiar o presidente. Outrora aliados do governo Temer, Rogério Rosso (PSD), Izalci Lucas (PSDB) e Rôney Nemer (PP) ainda não definiram posição. “Não li atentamente a denúncia, pois não estou na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Tem coisas mais importantes no momento, pois estou estudando a CPI da JBS”, afirma Izalci. Para ajudar o Planalto, os parlamentares precisam apenas não ir ao plenário votar o prosseguimento da denúncia. VOTO VALIOSO – Dos parlamentares da capital, apenas Ronaldo Fonseca (Pros) integra a CCJ. Ao Brasília Capital, a assessoria afirmou que o deputado ainda não decidiu seu voto. Na terça-feira (4) ele se reuniu com Temer no Planalto. Fonseca foi o relator da cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na CCJ, mas seu relatório pelo arquivamento do processo foi reprovado. Temer precisa de pelo menos 34 votos na comissão para fortalecer sua defesa no plenário. A CCJ não pode barrar a denúncia, mas é um termômetro para saber como está a situação do presidente na Casa. (*) Colaborou Júlio Pontes


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Rollemberg ataca sindicalistas Governador sanciona lei do Instituto Hospital de Base e critica opositores do novo sistema

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reze dias depois de aprovada pela Câmara Legislativa com 13 votos favoráveis, dois contrários e duas abstenções, a criação do Instituto Hospital de Base do Distrito Federal foi sancionada na segunda-feira (3) pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB). O IHBDF começa a funcionar em janeiro de 2018, se as ações de opositores na Justiça não o impedirem. Durante a solenidade no Palácio do Buriti, Rollemberg atacou o presidente do SindMédico, Gutemberg Fialho, adversário da proposta. “Se está faltando médico nos hospitais, vejam quanto ganha o presidente do Sindicato dos Médicos, sem trabalhar. Na rede privada, ele trabalha, mas na rede pública ele não trabalha. São essas pessoas que estão impedindo o governo de melhorar a saúde”, disparou o governador. Segundo ele, “os dirigentes sindicais, que estão nadando em dinheiro, não têm compromisso com a população. Sabe por que não querem que a gente crie o Instituto Hospital de Base? Porque não sobrevivem se a saúde estiver boa. Eles só sobrevivem no caos”, emendou. O governador prosseguiu: “Estamos dando um passo à frente para profissionalizar e qualificar o atendimento no Sistema Único de Saúde. Tenho convicção de que o IHBDF será uma referência e trará muito orgulho para Brasília; de que os maiores defensores do Instituto Hospital de Base, alguns meses após a implantação, serão os próprios servidores, que poderão trabalhar em melhores condições, porque a gente sabe que o servidor comprometido com a saúde, que escolheu a carreira de saúde pública como uma missão, sofre também com a falta de medicamentos, com equipamentos quebrados, com a falta de profissionais”. Rollemberg aposta que, com gestão moderna, mais ágil e rápida, os

DÊNIO SIMÕES / AGÊNCIA BRASÍLIA

Rollemberg: “os dirigentes sindicais, que estão nadando em dinheiro, não têm compromisso com a população”

servidores terão melhores condições de prestar bons serviços à população. “Não temos perspectiva de aumento de receita (no ano que vem). Deverão ser R$ 602 milhões para o Hospital de Base, como em 2017. A ideia é que consigamos fazer mais com esse mesmo orçamento”, afirmou. AUTONOMIA – Não será contratada nenhuma entidade ou organização para fazer a gestão do hospital. Mas, ao transformá-lo em instituto, o governo ganha uma estrutura jurídica mais eficiente para geri-lo. O hospital terá condição de dar solução para os próprios problemas e ter as ferramentas para solucionar. Furos na escala de pessoal, abastecimento de medicamentos e de materiais médico-hospitalares e manutenção de equipamentos são os principais. “Não é porque deixa de ter licita-

“Estamos dando um passo à frente para profissionalizar e qualificar o atendimento no Sistema Único de Saúde” ção que faz como quiser. Os contratos vão atender critérios que levem à economia e à eficiência. O instituto terá de apresentar notas fiscais, fazer prestação de contas”, disse o governador. Para ele, “não podemos mais conviver com um sistema travado, que não tem qualquer tipo de avaliação

pelo mérito e que demora muito para garantir compras de medicamentos de insumos fundamentais para uma boa prestação de serviço público”. “O que nós vamos fazer a partir do IHB é garantir a compra rápida de medicamentos e de insumos indispensáveis ao bom atendimento da população, além da rapidez na compra de equipamentos, na manutenção de equipamentos e na substituição de mão de obra, para que possamos ter todas as escalas cumpridas”, discursou o governador. “Foi muito importante o apoio da comunidade. A maioria da população mostrou que apoia o IHB. Foi um enfrentamento muito duro com os sindicatos, especialmente com a direção dos sindicatos de saúde, que buscam preservar os interesses pessoais, interesses próprios, e não o interesse da população do DF”.


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A criação do IHBDFé o único caminho para tirar a saúde de Brasília da UTI? – O que estamos vendo, com a aprovação na Câmara Legislativa do PL 1486, que dá origem ao instituto, é uma política de precarização para terceirizar e privatizar a assistência à saúde no DF. A administração da política de saúde através de Organizações Sociais (OS’s) ou de OS’s travestidas de institutos, como é o caso do IHB, tem aumentado o custo, diminuído a assistência e originado a corrupção e o desvio de verbas, do Amazonas ao Maranhão, passando pelo DF. O senhor não considera válido, pelo menos a título de experiência, o governo buscar uma alternativa para a saúde pública? – Nós já tivemos essa experiência com o Instituto Candango de Solidariedade e com a Real Espanhola na administração do Hospital de Santa Maria. O resultado, no último caso, é um passivo, sem explicação, de mais de R$ 9 milhões e a compra de tomógrafos para entregar num hospital de Salvador. Agora vem a público o episódio da Cruz Vermelha, uma terceirização do transporte e das ambulâncias do Samu – desvio de R$ 3 milhões. A terceirização, que já é quarteirização, das UTI’s do HSM, onde houve fechamento de leitos, por falta de pagamento, e médicos sem receber é uma prática política de administração da saúde que, com raras exceções, não deu certo em canto nenhum. A sensação da população é de que a saúde não tem mais jeito e que alguma coisa tem que mudar. O que tem que mudar? – Tem que mudar a forma de gestão, e não a política. A concepção do SUS é perfeita. O que precisamos melhorar é a gestão. Estão querendo terceirizar com o instituto, em que pese a aprovação do instituto ter sido feita com maioria simples, quando teria que ser maioria qualificada. E tem um vício constitucional. Vamos arguir a inconstitucionalidade deste projeto de lei. Se existe dinheiro para criar um instituto, por que não investir no Hospital de Base? Quando você diz que precisa melhorar – e tem uma alternativa – por que não se recupera o que está sendo destruído propositalmente para trazer uma solução “milagrosa”? Por que não se recupera o HRT e o HRG? Por que não se recupera a cirurgia cardiovascular do HBB? Estão terceirizando o

Entrevista / Gutemberg Fialho JÚLIO PONTES

Gutemberg: já pedi perdão aos eleitores por ter pedido voto para Rollemberg

SindMédico desafia governador Presidente do Sindicado dos Médicos afirma que Rollemberg trabalha para precarizar e terceirizar a Saúde no DF Orlando Pontes

No dia em que o governador Rodrigo Rollemberg sancionou a lei que cria o Instituto Hospital de Base do Distrito Federal, o presidente do Sindicato dos Médicos (SindMédico) recebeu o Brasília Capital e revidou os ataques do chefe do Executivo. Gutemberg Fialho acusa o governador de adotar uma política de precarização pra terceirizar e privatizar a Saúde no DF. E rebateu à acusação de que não trabalha. “Quem entrou no serviço público sem concurso, no Senado, não foram os servidores da Saúde. E não é a gente que tem fama de preguiçoso na cidade. Sou concursado. Estou aqui trabalhando. Faço visitas quase diárias aos hospitais. Tenho que fazer porque a gestão dele não funciona”.

Instituto do Coração e a unidade de cirurgia cardiovascular do HBB está praticamente destruída. Nós não precisamos mudar, temos que ter uma gestão comprometida e eficaz. Precisamos qualificar a gestão e ter recursos. O problema é que, enquanto se desenvolve essa briga política, a população continua sofrendo e, às vezes, pagando com a própria vida... – Isto é fato. Tivemos um aumento no número

de óbitos, a maioria evitáveis. Se não tinha dinheiro para evitar essas mortes, como vai aparecer dinheiro para o instituto? Esse dinheiro está em caixa ou vai ser do orçamento do ano que vem. Porque, se em 2017 aparecer dinheiro na conta do IHB, significa que o governador e o secretário de Saúde agiram de forma criminosa. Como assim? – Não dá para confiar no que este governo fala. Com a pressa que Rollemberg tem para criar um fato po-

lítico para apresentar em 2018, este discurso de implantar não me engana. A impressão que eu tenho é de que ele tem dinheiro em alguma rubrica e está deixando para injetar no IHB para ter alguma coisa para chamar de sua em 2018. Enquanto isso, a população vai morrendo. Isto é criminoso. O governo alega que estourou o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e não pode contratar por concurso. E, pelo instituto, tem a possibilidade de contratar via Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), com metas a serem atingidas e a possibilidade de demitir os trabalhadores. – Eles querem contratar sem concurso público. Porém, o gasto com a terceirização e a privatização, no entendimento do Tribunal de Contas, entra no corpo da LRF. Disto ele não pode fugir. Eu fiz este contraponto nas diversas audiências públicas de que participei. Mas o governo enumera uma série de outras vantagens... – Só são vantagens para quem não tem competência. Exemplos: - Agilidade nas compras: se você tem planejamento, e sabe o que consome, você faz licitações com antecedência; - Contratação de celetista é mais rápida do que de estatutário: programem-se concursos para conseguir a quantidade de recursos humanos. O governo não tem dados, não tem números. Não é com instituto que vão aparecer. - O instituto dá uma facilidade de contratação e de terceirização de serviços até para pessoas físicas: isto abre uma estrada para desvios e corrupção. Se o IHB não trará benefícios para a população, a quem ele beneficiará? – Temos o exemplo claro do que vai acontecer com o doador de campanha de Rollemberg, Mouhamad Mustafa, que desviou dinheiro da Secretaria de Saúde do Amazonas e estava qualificando sua empresa para ser uma das OS’s para administrar os hospitais e UPA’s do DF. É só entrar na prestação de contas do Rollemberg. O que o governo pode fazer com o instituto que a administração direta não pode fazer? Retornamos, então, àquelas vantagens já listadas pelo governo... – Quais? Contratação rápida? Concurso


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público planejado? Compras? Estoque preventivo e planejar as licitações. Ele quer mesmo é uma facilidade para contratar mão de obra e tornar o hospital um cabide de emprego. O meu medo é que ocorram desvios de verbas e corrupção em um Estado já precarizado. É uma afronta à dignidade humana. Os pacientes nos corredores, nas macas, sem nenhuma condição de conforto e o governador se preparando para vender um produto que não melhora os indicadores de saúde. Mas assunto foi amplamente debatido até ser aprovado pela Câmara... – Este é outro fato que prova que o governador está construindo uma mentira para 2018. Em plena sessão de votação do projeto do IHB foi publicada uma edição extra do Diário Oficial com nomeações de comissionados para reverter votos de deputados. O senhor foi candidato em 2014 pelo partido do governador e, dias depois, estava na oposição. Como foi esse racha? – Eu errei em apoiar Rollemberg. Já pedi perdão aos meus elei-

“Quem entrou no serviço público sem concurso, no Senado, não foram os servidores da Saúde. E não é a gente que tem fama de preguiçoso na cidade” tores em várias oportunidades por ter pedido voto para ele. Rollemberg já começou o governo com uma política de terceirização querendo jogar a culpa da crise para os servidores públicos. Uma prática nociva. Em vez de conquistar e valorizar, ele simplesmente hostilizou os servidores. O Estado tinha condições de honrar todos oss acordos feitos pelo ex-governador Agnelo? – Poderia não ter naquele momento, mas nada impedia

que o governador conversasse, negociasse. Por meios transversos, através do Ministério Público, ele entrou com uma ação de inconstitucionalidade para não cumprir os acordos. Ele tentou desconstituir orçamentos e salários de servidores e foi derrotado no Tribunal de Justiça por 17 a 0. Há notícias de médicos que ganham acima do teto? – Não existe médicos que ganham acima do teto constitucional. O médico que ganha o teto está em final de carreira. O salário inicial do médico era razoável. Com Rollemberg deixou de ser atrativo. Ele não paga gratificações obrigatórias, como de titularidade, insalubridade, gratificações de ações básicas. O salário inicial de um médico de 20h é R$ 4.900. Não atrai. Quando ele diz que tem médico ganhando bem, ele tem que ser honesto: é o médico que já trabalhou mais de 30 anos. Há casos de médicos que ultrapassam o teto com horas extras? – Existe hora extra numa política de recursos humanos ineficiente para repor o déficit de profissionais, que é de mais de 3.500

para que tenha uma escala de plantão adequada. Há dois anos, o SindMédico orientou a categoria a não prestar horas extras, pois os médicos prestam serviço sem receber. O médico que faz hora extra hoje em dia é um abnegado, pois trabalha sem receber. E a questão do ponto eletrônico? – O sindicato nunca foi contra o ponto eletrônico. Pelo contrário, sempre foi uma reivindicação nossa. Até para dar segurança física aos profissionais, evitar o que aconteceu em outros hospitais, como o óbito de paciente no HBB ou furto de crianças. O que pedimos ao governo Agnelo foi que se flexibilizasse com relação a algumas atividades. O governo atual faz o discurso de que os sindicatos são contra o ponto eletrônico, que os sindicalistas ganham muito e que não trabalham. Mas quem entrou no serviço público sem concurso, no Senado, não foram os servidores da saúde. E não é a gente que tem fama de preguiçoso na cidade. Sou concursado. Estou aqui trabalhando. Faço visitas quase diárias aos hospitais. Tenho que fazer porque a gestão dele não funciona.


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Por Odir Ribeiro DIVULGAÇÃO

Eliana Pedrosa só abre mão da candidatura ao Buriti se for para Jofran Frejat

UM PASSARINHO ME CONTOU ...que o governador Rodrigo Rollemberg trabalha a todo vapor para diminuir sua rejeição perante o eleitorado. O trabalho é intenso... ...que a rejeição do governador é muito grande e Rollemberg costuma ter sorte. Quem sairá vencedor, a razão ou acaso?... ...que o caminho traçado é pelas redes sociais, publicando vídeos diários. E assim Rollemberg tenta

mostrar que seu governo está funcionando... ...que todo o político de porta de boteco acha que pode concorrer ao Palácio do Buriti. Isso é muito preocupante... ...que alguns, no DF, querem imitar o prefeito de São Paulo, João Dória (foto). Para chegarem lá, só faltam as plásticas e a conta bancária... ...que os deputados distritais alia-

Eliana Pedrosa está só observando Não é segredo que a ex-deputada distrital Eliana Pedrosa (sem partido) deseja concorrer ao Palácio do Buriti em 2018. Mas, por enquanto, ela apenas observa o cenário. A empresária tenta superar um trauma do passado quando, seu ex-partido, PPS, a impediu de ser vice de José Roberto Arruda em 2014. Dizem que, à época, a legenda teria se vendido ao PSDB-DF. Não fosse essa tramoia, Eliana poderia ser a atual governadora. Superado tudo, Eliana Pedrosa está de volta à política. Nos últimos meses, suas conversas com o Jofran Frejat (PR) têm ocorrido de forma ostensiva. Ela já disse que, se Frejat for

candidato, abre mão de suas pretensões. Enquanto isso, as articulações continuam. Eliana reúne regularmente o seu grupo de apoiadores e cumpre uma agenda digna de políticos com mandato. E assim, tenta mostrar que é um nome viável e que está à disposição. Postulantes não faltam. O foco é a cadeira de Rodrigo Rollemberg. Mas disputa eleitoral sempre reserva muitas surpresas, e querer bancar o vidente nessas horas é dar murro em ponta de faca. Afinal, o jogo está apenas começando, e todos podem se lançar a qualquer coisa. Mas 2018 é logo ali.

DIVULGAÇÃO

Dória: faltam aos seus imitadores as plásticas e a conta bancária

dos de Rollemberg só pensam em 2018. Só que, longe das barbas do governador...

Editor do blog Rádio Corredor, que acompanha os bastidores da Câmara Legislativa e do Palácio do Buriti

...que os empresários querem distância dos políticos. O medo de uma futura cadeia está fazendo a turma procurar outros investimentos... ...que investir em políticos está dando cadeia e enterrando reputações. A política não mais encanta empresários como antes... ...que na política temos cachaceiros e vampiros. No final das contas, o eleitor é o palhaço que acompanha todo esse teatro de horrores... ...que em Brasília está tão frio que logo teremos neve. Um político muito famoso irá curtir. Os entendedores entenderão...

Eita Passarinho que sabe de coisas, gente!


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GDF passa a conta do ônibus para o usuário PEDRO VENTURA / AGÊNCIA BRASÍLIA

Deputado Wasny de Roure mostra que repasses às empresas neste ano foi de R$ 117 mi. Em 2016 chegou a R$ 638,7 milhões Gustavo Goes Levantamento feito pelo gabinete do deputado Wasny de Roure (PT) mostra que o Governo de Brasília já gastou R$ 117,2 milhões com repasses ao transporte público nos seis primeiros meses de 2017. O valor é menor que o repassado em 2016, quando a conta chegou a R$ 638,7 milhões em 12 meses. A economia, no entanto, foi proporcionada pelo aumento na arrecadação com as tarifas cobradas dos usuários, que diminui o subsídio pago pelo GDF com as tarifas técnicas. Em menos de um ano, Rollemberg aumentou duas vezes o preço das passagens. Mesmo assim, os empresários alegam faltam de recursos para dar o reajuste de 8% reivindicado pelos rodoviários, que suspenderam as viagens extras em horários de pico, tirando 30% da frota de circulação na semana passada, causando transtornos à população. Ainda existe a ameaça de uma greve total a partir desta segunda-feira (10). O GDF injetou R$ 118,6 milhões no Sistema Público de Transporte Coletivo (SPTC) em 2013. No ano seguinte, entrou em vigor a chamada tarifa técnica, que representa o custo real do transporte

Rodoviários ameaçam entrar em greve nesta semana se não forem atrendidos pelos patrões público para as empresas, maior do que a tarifa cobrada dos passageiros. Desde então, esse custo subiu e alcançou o maior patamar em 2016. Entretanto, o corte nos gastos foi feito com o aumento na arrecadação com tarifas de ônibus, que subiram de preço. O trabalho da assessoria de Wasny revela que os gastos do governo com Passe Livre Estudantil, portadores de necessidades especiais e, sobretudo, com a tarifa técnica aumentaram 540% até 2016. O valor arrecadado pelo GDF

é através da tarifa usuário – cobrada dos passageiros –, reajustada duas vezes nos últimos dois anos. No Distrito Federal, existem três preços para as passagens: R$ 2,50, R$ 3,50 ou R$ 5, dependendo do trecho. A diferença no valor entre a tarifa técnica e a do usuário é subsidiada pelo governo para as empresas. É aí onde surge o déficit. Wasny pede mais transparência nos gastos do GDF com as empresas. “Precisa de mais fiscalização. É uma polí-

tica feita apenas entre o GDF e as empresas. É preciso fiscalizar a eficiência do transporte, as gratuidades, o cálculo das tarifas técnicas e o sistema baseado em contratos, nos quais nem todas as cláusulas são de conhecimento da população”, disse. A contraproposta dos empresários para os rodoviários foi de 3,98%, com um aumento da jornada de trabalho para 6h40 e banco de horas. “É inviável”, disse o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Jorge Farias.

Falta de ônibus atormenta moradores de Águas Claras Moradores e trabalhadores de Águas Claras reclamam da falta de ônibus na cidade e os transtornos provocados pelas longas esperas nas paradas. O problema é mais acentuado na ligação com outras localidades do DF e do Entorno. Uma viagem da Expansão do Setor “O” para Águas Claras chega a atrasar mais de uma hora. A estudante Evelyn Bianca, de 17 anos, embarca para Ceilândia no ônibus da linha 333.6. “O ônibus atrasa 30 minutos, regular-

mente, mas há dias em que esse tempo passa de uma hora. À noite, o veículo faz a viagem lotado, o que mostra a necessidade de mais ônibus ou vans”, cobra ela. O DFTrans informa que circulam no DF 3,3 mil ônibus. Águas Claras é atendida por 157 veículos, que transportam 800 mil passageiros/mês. Há 43 linhas diretas e circulares que interligam a cidade com o Plano Piloto, Gama, Recanto das Emas, Samambaia, Ceilândia, Cidade Estrutural e Taguatinga.

Rollemberg veta constragimento a vítimas de estupro O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) anunciou que vetará integralmente o projeto de Lei que obrigaria profissionais da saúde a mostrar imagens do feto às gestantes vítimas de estupro. A iniciativa da deputada distrital evangélica Celina Leão (PPS) estabelece que grávidas de estupro vejam imagens de feto no útero mês a mês. “Seria uma barbárie, algo macabro para qualquer mulher que já foi vítima de um crime”, diz o governador. “Respeito os direitos das mulheres, sou solidário às suas lutas e ao combate a qualquer tipo de violência, inclusive aquela que vem em forma da lei”, conclui. Mesmo com a posição do governador, a Câmara Legislativa pode derrubar o veto e publicar a lei. O texto foi aprovado no dia 6 de junho e o governador terá até o dia 17 deste mês para publicar a decisão. O projeto, apresentado por Celina Leão em 2013, torna obrigatório que as unidades públicas e privadas de saúde do DF façam o esclarecimento às “gestantes vítimas de estupro sobre os riscos e as consequências do aborto”. O assessor jurídico da deputada, Mário Rogério Almeida, afirma que mostrar as imagens de feto é “uma questão mais psicológica”, sem admitir que o objetivo é evitar os abortos, mesmo nesta situação de crime. “Como em outros programas de saúde, criam-se cartilhas para informar sobre riscos, como os procedimentos acontecem. É uma maneira de informar. A gente tem que tratar a coisa como ela é”, argumentou Mário Rogério.


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are um pouco e reflita: você está satisfeito com a política no Brasil? Se você é uma pessoa normal, que acompanha o que vem acontecendo ultimamente no nosso país, a resposta só pode ser um indignado e contundente “NÃO. Claro que NÃO!”, seguido de um “Tá louco?”. A Lava Jato não para e a chamada “delação do fim do mundo” era apenas a ponta do iceberg. Um a um, junto com seus assessores, operadores e doleiros, caem em sequência --- os reis e as rainhas desse castelo de cartas marcadas que é a estrutura político-partidária no Brasil. A ideologia virou mera peça publicitária, ardil para sequestrar, de quatro em quatro anos, os votos de incautos e inocentes. O que importa mesmo é apenas abocanhar cargos e gerenciar orçamentos na estrutura pública, podendo, assim, empregar apaniguados, fraudar licitações e de mil e uma maneiras distintas sangrar e embolsar, em conluio com empresários e “amigos”, os mais de dois trilhões de reais em impostos pagos anualmente pelos cidadãos. Recursos que, não fossem desviados pela corrupção, certamente seriam suficientes para entregar à população educação, saúde, segurança e outros serviços públicos essenciais com a mínima qualidade que deles se espera. Mas vamos ao ponto central. Não bastassem os recursos do

A R T I G O

Fundo Eleitoral: nada é tão ruim que não possa piorar Regis Machado (*) Fundo Partidário, da ordem de quase R$ 1 bilhão/ano (1), bem como os outros vários bilhões a título de isenções fiscais para custear o horário eleitoral obrigatório e a propaganda partidária no rádio e na TV (2), agora os políticos querem que nós, eleitores, também paguemos pelas suas campanhas, num montante inicialmente estimado (ou seja, certamente deverá ser ainda maior!) em astronômicos R$ 3,5 bilhões (3). Parece piada, mas, num país em que um deputado ex-pa-

Sábio mesmo era Ulysses Guimarães, a quem se atribui a célebre frase: “Se você acha que o Congresso atual é ruim, então espere pelo próximo” lhaço exerce o cargo com mais seriedade do que seus pares, não se pode confiar no senso de humor dos parlamentares.

Microconto/

E o perigo é maior ainda, tendo em vista que, devido à regra da anualidade na legislação eleitoral, a criação desse fundo extra precisaria ocorrer a toque de caixa, com votação e publicação até o final de setembro. Se não houver ampla mobilização para barrar essas e outras propostas estapafúrdias, a exemplo do voto em lista fechada (4]) elas podem se tornar realidade, mesmo sendo flagrantemente contra a vontade popular. Há muito os congressistas não se comportam como

Luis Gabriel Souza

A caça Eu estava sentado quando vi aquele rato passar correndo. Na mesma velocidade fugi pra casa da vizinha pra pedir o gato dela emprestado. Ela deixou o super-herói ir lá em casa a fim de me livrar das trevas do mal. Rato correndo prum lado; gato

pro’utro; e eu assistindo a tudo aquilo de cima da mesa. Nesse mundo de salve-se quem puder, amigo, quem não tem cão, caça com gato mesmo, ainda que ele não seja seu, e sua reputação não seja das mais masculinas. (Baseado em leitor anônimo)

“representantes do povo”, mas atuam, isso sim, em causa própria e na defesa dos interesses dos seus financiadores ilícitos de campanha. A desfiguração do projeto das “10 medidas contra a corrupção” no final de 2016, por exemplo, demonstrou esse desvirtuamento de forma cristalina. A descriminalização do caixa 2 também está na pauta. Apesar da crise que assola o país e cujo saldo já são mais de 14 milhões de desempregados (5), reduzir o custo das campanhas não precisa ser uma preocupação. Basta transferir mais uma conta pro povo, tratando, sempre que convém, o dinheiro público como infindável. Para cumprir a lei e implementar o voto impresso, alega-se falta de recursos (6), mas, de repente, como num passe de mágica, cogita-se a instituição de um desavergonhado “fundo eleitoral” em montante três vezes superior. Piada sem graça nenhuma. Enfim, a triste realidade é que até o slogan do deputado-palhaço foi propaganda enganosa. As coisas sempre podem piorar. Sábio mesmo era o falecido Ulysses Guimarães, a quem se atribui a célebre frase: “Se você acha que o Congresso atual é ruim, então espere pelo próximo”. É rir para não chorar.

(*) Auditor do Tribunal de Contas da União (TCU)


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Brasília Capital triplica a audiência Pelo terceiro mês consecutivo, site bate recorde de visitas e mira um milhão de acessos em 2017 Da Redação

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elo terceiro mês seguido, o Brasília Capital bateu recorde de audiência. Em comparação com os últimos seis meses, o período de janeiro a junho de 2017 foi o melhor da história do portal. Segundo o Google

Analytics, o crescimento foi de 228,47%, atingindo quase 300 mil leitores únicos e mais de 700 mil visitas. Picos de audiência na internet são considerados normais, devido à dinâmica desta nova maneira de comunicar. No caso do Brasília Capital, no entanto, este crescimento tem sido sistemático e com

números relevantes. Principalmente por se tratar de um veículo com sete anos de vida e unido a um jornal impresso. Durante muito tempo, o Brasília Capital teve quase 70% de seu público formado por brasilienses. Nos últimos seis meses, no entanto, 16% dos cliques vieram do estado de São Paulo e outros 10% de

Goiás – o que mostra o aumento da relevância nacional do bsbcapital.com.br. “Pretendemos chegar a um milhão de visitas ainda neste mês. Pluralizar a notícia é benéfico para a sociedade, que torna-se menos dependente de grandes redes de comunicação”, projeta o editor-chefe Orlando Pontes.

Gigantes do Rádio comemoram um ano na Planalto-AM DIVULGAÇÃO

Da Redação O presidente e o vice da Câmara Legislativa, Joe Valle (PDT) e Wellington Luiz (PMDB), foram os destaques do jantar comemorativo do primeiro aniversário do projeto Gigantes do Rádio, liderado pelo radialista e empresário Ricardo Noronha. Na terça-feira (4), mais de 60 pessoas se confraternizaram no restaurante Palhoça, no Núcleo Bandeirante. Entre outros, estavam presentes os comunicadores Clayton Aguiar, Juarez Vieira, José Nery, Edelson Moura, Andrade Júnior, Roberto Ney, e Márcia Ferreira. “Também estamos comemorando o primeiro lugar no Ibope”, ressaltou Ricardo Noronha. Os Gigantes do Rádio, comunicadores da Rádio Planalto AM 890, comemoraram um ano no ar no Restaurante Palhoça. A emissora do Correio Braziliense está entre as mais

Deputado Wellington Luiz, ao lado de Joe Vale, saúda os comunicadoes e Ricardo Noronha (esq.)

ouvidas do Distrito Federal, segundo fonte do Ibope. De segunda-feira a sábado, é a seguinte a grade de programação da Rádio Planalto: 6h - Acorda Brasília, com Juarez Vieira; 7h30 - Jornal da Plan 1ª edição - com Clayton Aguiar e José Woitechumas; 8h0 - Café da Manhã, com Ricardo Noronha e

convidados;10h - Amado Batista Especial/Ligação Nacional, com Edelson Moura; 12h - Os Cobras da Notícia, com Andrade Junior, Paulo Torres e José Nery; 12h30 - Comando Geral, com José Nery; 14h - Gente Feliz, com Roberto Ney; 15h30 - Tarde Total, com Lucas Neto* (*Márcia Ferreira retorna

na próxima semana); 17h Clayton Aguiar; 18h30 - Jornal da Plan 2ª edição, com Clayton Aguiar e José Woitechumas; 20h - Show da Noite, com Edmar Soares; 23h - Programação especial da madrugada. Aos domingos, a programação é musical, dedicada aos grandes sucessos nacionais.

Frio vai até agosto Em apenas uma semana, os termômetros no Distrito Federal registraram dois recordes de baixa temperatura. Na terça-feira (4), a sensação térmica chegou a 2ºC. Na quarta-feira (5), a temperatura ficou em 8,2ºC. A tendência é de que o frio perdure até o início de agosto, em função da massa de ar frio que se aproxima da capital. Durante as manhãs, o frio deve continuar e se atenuar no período da tarde.

Assassino do Conic é preso O universitário Lucas Albo, de 22 anos, assassino confesso do DJ Yago Sik, de 23 anos, após festa no Conic, na madrugada de domingo (2), foi preso na quarta-feira (5). A motivação do crime, flagrado por câmeras de segurança, segundo a Polícia Civil, foi ciúme da ex-namorada. Lucas agrediu a moça durante a festa e Yago interveio para defendê-la. Após ser expulso da festa, o acusado foi em casa, buscou uma arma e voltou à boate determinado a matar o DJ. Esperou duas horas até Yago sair da festa e o matou com dois tiros à queima-roupa às 6h. A ficha criminal do assassino é extensa, com nove passagens – sete como adulto e duas quando ainda era adolescente. Como menor de idade, respondeu por estupro e cárcere privado.


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Você tem dúvidas de português? Olá, querido (a)! Você, com certeza, já ouviu as seguintes construções: • Moço, tem pão aí? • Ei, tem gente no banheiro! • Tem gente que vive fazendo fofoca! • Vai ter uma festa legal neste fim de semana! • Tem dois meses que estou aguardando uma consulta. E sabe o que as três têm em comum entre si? Segundo a norma culta, o mesmo tipo de agramaticalidade! E todas estão associadas ao mesmo vocábulo: TER. Vamos entender um pouco mais sobre o assunto?

O verbo “ter”, na língua portuguesa, possui dois usos correntes e corretos: 1. Para indicar posse. Ex.: Cristiano Ronaldo tem muitos prêmios futebolísticos. (=possui) 2. Para ser verbo auxiliar em locuções verbais. Ex.: Aquele deputado tinha recebido uma mala de dinheiro. Ex: Os alunos têm de estudar português. Obs.: Modernamente, a gramática aceita tanto tem de estudar bem como tem que estudar. Na segunda

A valentia explícita do Fauno (*) Um dia após ser denunciado ao STF pelos crimes de corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa, o presidente Michel Temer partiu para o ataque direto contra o procurador-geral da República, insinuando, inclusive, que Rodrigo Janot, autor do processo, teria recebido dinheiro para incriminá-lo na delação premiada. Porém, sem qualquer indício de prova. O que não vai além de insinuação, aliás, é o estilo do ex-vice da então presidente Dilma Roussef, golpeada pelas costas por ele. Ratificando o que disse na revelação da gravação de seu encontro com o presidente no Palácio

do Jaburu, na noite de 7 de março, Joesley Batista concedeu uma ampla entrevista à revista Época. Ao apontar Michel Temer como o “chefe da quadrilha”, o empresário citou como integrantes da “organização criminosa” Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves (ambos já presos), Geddel Vieira Lima (levado para a carceragem da Polícia Federal na segunda-feira, 3) e Moreira Franco. E acrescentou: “Quem não está preso, está hoje no Palácio do Planalto!”. Sempre afirmando que é inocente, embora as evidências apontem o contrário, a tal ponto que até mesmo a revista Veja destacou em sua capa que “O Presidente enco-

O bom usuário da língua portuguesa é aquele que sabe como adequar-se aos diversos contextos de comunicação! possibilidade, o que é classificado como preposição acidental. Todavia, o mesmo verbo não pode ser usado para indicar existência, ocorrência ou acontecimento. Por isso que as três primeiras construções apresentadas no início deste artigo estão inadequadas. As formas adequadas seriam: • Moço, há/existe pão aí? • Ei, há/existe gente no banheiro! • Há/existe gente que vive

Com pose arrogante, sabe que nada lhe acontecerá. Como presidente da República, só poderá se tornar réu com a anuência do Congresso, onde tem maioria de votos lheu”, com a legenda de ter praticado corrupção “com vigor” - Michel Temer continua negando todas as acusações. Com pose arrogante, sabe que nada lhe acontecerá porque, como presidente da República, está protegido pela Constituição, e só poderá se tornar réu com a anuência do Congresso Nacional, onde tem maioria de votos. Eis porque demonstra tanta valentia nos frequentes discursos para defender-se. Para reforçar sua blindagem,

fazendo fofoca! • Vai haver/ocorrer/acontecer uma festa legal neste fim de semana! De maneira semelhante, também é incorreto usar o verbo “ter” para indicar tempo transcorrido, como ocorre em “tem dois meses que estou aguardando uma consulta”. O adequado é faz dois meses que estou aguardando uma consulta. Cabe relembrar que esses são posicionamentos da gramática da língua portuguesa culta e escrita. Eu não recomendo a ninguém chegar a uma padaria e dizer “moço, há pão?”, contudo, ao redigir redações e documentos, é preciso ter um pouco de cuidado e esmero! O bom usuário da língua portuguesa é aquele que sabe como adequar-se aos diversos contextos de comunicação! Elias Santana Professor de Língua Portuguesa e mestre em Linguística pela Universidade de Brasília (UnB)

diante da saída de Rodrigo Janot, em setembro próximo, e como na função de chefe do Executivo tem autonomia para escolher o futuro Procurador-Geral da República, Temer já indicou a subprocuradora Raquel Dodge, preterindo o candidato Nicolau Dino, que, segundo a praxe, deveria ser o substituto de Janot, porque obteve o primeiro lugar na votação dos procuradores de todo o Brasil. Foi mais uma manobra espúria de quem ocupa o trono do Palácio do Planalto. (*) Fauno: citado na mitologia grega, é o animal que vivia nos bosques e era o guardião de rebanhos de ovelhas, defendendo-as contra o ataque de lobos. Sua figura chamava a atenção porque tinha cabeça de homem e corpo de bode. Na versão brasileira, ele é protetor de ovelhas (negras), tem corpo de homem e cara de bode. Fernando Pinto Jornalista e escritor


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Se não compreender e transcender suas frustrações; se não tomar as atitudes que precisa tomar; se não aceitar que as coisas têm seu tempo; se não se dispuser a agir para atingir seus objetivos, ficará cada dia mais amargo, e sua presença tornar-se-á insuportável. Primeiramente, entenda que há o que você deseja, e há o que a vida espera de você – que nem sempre coincidem. Escute o seu coração e vá à

luta com disposição e alegria. Essas duas atitudes – disposição e alegria – contagiarão pessoas que facilitarão sua vida. “Na vida, pessoas, você encontra lugares e situações necessários à sua evolução”, garante André Luís. Desde que, evidentemente, faça parte de sua programação existencial, ou Dharma, dos Indus. Tudo o que fizer parte de sua programação você encontrará os meios ou maneiras de executar. Para uns, será fácil. Para outros, difícil. Porque não basta a execução da programação. É preciso que ela seja agente de educação da alma. A finalidade maior do desempenho de quaisquer tarefas na Terra é a educação da alma. Assim, o professor, educa-se; o médico aprende a valorizar o corpo e a saúde; o comerciante aprende a

arte da diplomacia; o advogado valoriza a justiça; e o religioso, ensinando, descobre o caminho para Deus. Viva com sabedoria. Viva com visão coletiva de vida. Tudo o que você precisar para vivenciar sua lenda pessoal, encontrará os meios. Mas não se esqueça de que, da maneira como tratar os outros, será tratado. O que emitir, receberá de volta pela Lei de Retorno. Para ser ajudado, precisará ajudar. Espalhando otimismo, boa vontade, sinceridade, honestidade e solidariedade, terá seus caminhos abertos para o êxito. “O que quiseres receber, faça-o ao teu semelhante”, ensinou Jesus.

tem doença celíaca, alergia ao trigo, glúten ou uma hipersensibilidade ao glúten não celíaca. Porém, algumas dessas condições clínicas foram recentemente descritas e ainda não há consenso e nem diagnóstico preciso. Portanto, hoje o foco será na condição mais clássica e estudada que se beneficia dessa retirada – a doença celíaca. Autoimune, a doença celíaca é caracterizada por um processo inflamatório que atinge indivíduos predispostos geneticamente após a

ingestão do glúten, onde há partículas que não são completamente hidrolisadas pelas enzimas digestivas, causando assim uma resposta inflamatória e atrofia nas vilosidades do intestino delgado, consequentemente levando à má absorção de nutrientes e outras manifestações clínicas. O diagnóstico é feito através de exames sorológicos, porém o exame mais fidedigno é a biópsia intestinal. O único tratamento para doença é uma dieta isenta de glúten. Os alimentos proibidos são: trigo, aveia (contaminação cruzada), centeio e cevada. É importante ter atenção na leitura dos rótulos dos alimentos industrializados e com risco de contaminação cruzada, que ocorre quando um alimento que não contém glúten

é manipulado ou processado no mesmo local que alimentos fontes de glúten. Até mesmo em casa, utensílios e equipamentos usados na cozinha podem fazer essa contaminação cruzada. Para esses indivíduos, o acompanhamento médico e nutricional é essencial. Por isso, devem procurar um nutricionista que tenha experiência em casos semelhantes. (*) Nesta semana, os créditos do texto vão para um grupo de estudantes que estão buscando informações para popularizar a Ciência da Nutrição nas redes sociais, Q4 Nutrição.

Reclame, reclame e sofra Quem vive constantemente reclamando, viciou-se. Sim. Queixa também é vício. E como todo vício, é de difícil libertação. A queixa constante indica que você carrega problemas não digeridos. Pode ser frustração, falta de coragem para tomar atitudes importantes, falta de paciência para esperar a colheita dos frutos de sua plantação ou falta de disposição para lutar por seus objetivos, entre outros.

Para quem serve uma dieta isenta de glúten? A restrição do glúten na dieta esteve em alta há alguns anos, mas agora parece que as coisas estão voltando ao normal. Compreendeu-se, finalmente, que apenas pessoas que precisam dessa restrição se beneficiam dela. Esse grupo é formado por quem

MARCELO RAMOS O REPÓRTER DO POVÃO

Programa O Povo e o Poder das 8h às 10h de segunda a sábado Notícias, Esportes e Músicas

Rádio JK - AM 1.410

Ligue e participe: 3351-1410 / 3351-1610 www.opovoeopoder.com.br www.marceloramosopovoeopoder.blogspot.com

José Matos Professor e palestrante

Caroline Romeiro Nutricionista e professora na Universidade Católica de Brasília (UCB)



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