Jornal Brasília Capital 518

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Eleição na OAB-DF

Taguatinga 63 anos

Aglomeração na festa de aniversário na Administração Via Satélites – Página 8

www.bsbcapital.com.br

Pelaí – Página 3

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Oposição forma frente para derrotar Délio Lins e Silva

Livros

Ano X - número 518

Brasília, 12 a 18 de junho de 2021

Os lançamentos de JB Pontes e Maria Félix Fontele Página 9

Dia dos Namorados

Veja as novas dicas de presentes para o 12 de junho Dedé Roriz – Página 11

ANTÔNIO SABINO

S

heyla Morais se emocionou ao revelar, durante entrevista ao Brasília Capital, detalhes da discriminação que sofreu na Igreja Presbiteriana do Lago Sul pelo fato de ser mulher. Esposa de um pastor daquela denominação religiosa, ela foi comparada a Jezabel, personagem do Velho Testamento que casou-se com o rei Acabe e corrompeu seu coração, a ponto de o monarca promover orgias no reino e passar a cultuar outros deuses. “Aquilo mexeu com a minha dignidade”, afirma. A advogada dela, Melanie Peixoto, também se diz vítima de misoginia pelo Tribunal Eclesiástico da Igreja Presbiteriana. Ary Filgueiras – Páginas 6 e 7

Dignidade ferida Times do Nordeste fazem jornalista paulista Domenico Gatto engolir sapo

Gustavo Pontes – Página 12


Brasília Capital n Opinião n 2 n Brasília, 12 a 18 de junho de 2021 - bsbcapital.com.br

Ex pedien te

General Dureza e tenente Escovinha Júlio Miragaya (*) AGÊNCIA BRASIL

Diretor de Redação Orlando Pontes ojpontes@gmail.com Diretor Comercial Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869 Diagramação / Arte final Giza Dairell Diretor de Arte Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com

Tiragem 10.000 exemplares. Distribuição: Plano Piloto (sede dos poderes Legislativo e Executivo, empresas estatais e privadas), Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo, Vicente Pires, Águas Claras, Sobradinho, SIA, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Lago Oeste, Colorado/Taquari, Gama, Santa Maria, Alexânia / Olhos D’Água (GO), Abadiânia (GO), Águas lindas (GO), Valparaíso (GO), Jardim Ingá (GO), Luziânia (GO), Itajubá (MG), Piranguinho (MG), Piranguçu (MG), Wenceslau Braz (MG), Delfim Moreira (MG), Marmelópolis (MG), Pedralva (MG), São José do Alegre, Brazópolis (MG), Maria da Fé (MG) e Pouso Alegre (MG).

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Quem curtiu gibi nas décadas de 1970 e 80 certamente se lembrará do Recruta Zero e de toda a tropa do Quartel de Camp Swampy, os recrutas Quindim e Dentinho, o sargento Tainha. Tratava-se de uma sátira à rotina nos quartéis norte-americanos, em especial à rígida disciplina que o sargento Tainha tentava impor à tropa e às trapalhadas dos oficiais, em particular do general Dureza e do tenente Escovinha, sempre levando reprimendas do Pentágono. A nota do comandante do Exército Paulo Sérgio de Oliveira, se curvando a Bolsonaro e fazendo de conta que não houve ato de indisciplina do general Pazuello, é algo digno do general Dureza. Episódio que vem pouco tempo após a “saída” do ministro da Defesa, do comandante Pujol do Exército e dos comandantes da Marinha e da Aeronáutica. Afrontas de um ex-capitão “saído” do Exército, fazendo o Alto Comando das FFAA de gato e sapato. Qual a razão de tamanha submissão e humilhação? Seria o desejo de garantir certos privilégios (Previdên-

cia, fim do teto salarial) ou a simples busca de boquinhas em cargos civis. O fato é que a reputação das FFAA está afundando junto com Bolsonaro. E já não cola a versão dos bolsonaristas de que militares são incorruptíveis, com os repetidos casos de corrupção envolvendo militares. Entre outros: superfaturamento de obras pelo coronel Divério no Ministério da Saúde/RJ; o pedido do general Ramos para Salles se reunir com os contrabandistas de madeira; a “compra” do Centrão pelo mesmo general Ramos; as compras superfaturadas de artigos supérfluos (picanha, salmão, uísque) pelas FFAA; os quatro militares que transportaram cocaína em sete voos da FAB; enfim, a apuração pelo Ministério Público Militar de 60 denúncias de desvio de recursos nas FFAA nos últimos 10 anos, num total de R$ 191 milhões. O argumento também não se sustenta para o período da ditadura militar: dinheiro da FIESP para o comandante do 2º Exército, Amauri Kruel, marchar contra Jango; propinas na construção da Ponte Rio-Niterói, Transamazônica, Angra I, Ferrovia do Aço, Polo de Camaçari, UHE de Tucuruí etc, a maioria sob a coordenação do coronel Mário Andreazza. O fato é que as FFAA deveriam se preocupar com sua missão constitucional, a defesa do Brasil, embora

pareça uma temeridade confiar a defesa do país nas mãos de generais medíocres como Pazuello, Villas Bôas, Ramos, Augusto Heleno, Braga Neto etc. Felizmente, a última guerra de fato que o país enfrentou foi há 150 anos, a Guerra do Paraguai, considerando que a participação do Brasil na 2ª Guerra Mundial, há 76 anos, foi absolutamente marginal, com menos de meio milésimo das tropas envolvidas no conflito. Fora isso, o que tivemos foi a Guerra de Canudos, a Guerra do Contestado, a “guerra” de 5.000 militares contra 80 guerrilheiros no Araguaia em 1969/74 e a “guerra” movida por 2.500 militares contra Lamarca e 16 guerrilheiros no Vale do Ribeira em 1970, com o “incrível” saldo de quatro capturados. Façanhas realmente dignas do general Dureza, tenente Escovinha e sargento Tainha. Para finalizar, nossas saudações ao povo peruano, que está prestes a eleger para presidente o professor e sindicalista Pedro Castillo, rechaçando Keiko Fujimori, filha do ex-ditador Alberto Fujimori e candidata da burguesia local. Que os bons ventos que sopram na costa do Pacífico da Latinoamérica tomem o rumo do Atlântico. (*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia

Crise hídrica acende alerta no DF Rayssa Tomaz (*) DIVULGAÇÃO

Em 2017 o DF enfrentou a maior crise hídrica de sua história. Dentre as medidas adotadas pelo governo local à época, novos centros de captação e a finalização de Corumbá IV devem garantir que não sejamos impactados diretamente, ainda que Goiás esteja incluído na lista de estados em risco. O DF tem acumulado muitos problemas em decorrência do aumento populacional e desrespeito ao meio ambiente. A falta de planejamento e a pressão de grupos

organizados têm levado a deturpações ao Plano Diretor de Ordenamento Territorial e ao avanço sobre as áreas de preservação. Vários fatores podem ter sido responsáveis pela falta de recursos hídricos e, embora tenhamos superado a escassez de água, o risco continua, com as mudanças climáticas e o aquecimento global que afetam o regime de chuvas; o adensamento populacional nos últimos 60 anos, ocupações desordenadas de áreas de preservação; o desmatamento de matas ciliares que seca as nascentes; e a falta de gestão estratégica dos recursos hídricos. Tudo isso colabora para colocar em risco nossa segurança hídrica. O avanço da população sobre as áreas verdes e de proteção ambiental

intensifica os riscos, pois interrompe o ciclo torrencial, a infiltração da água no solo e a recarga dos lençóis. O aumento das edificações, o desmatamento do Cerrado e a retirada da cobertura vegetal nativa acirram o processo de desertificação do solo. A gestão política da água é estratégica para garantir crescimento econômico. Porém, a falta de acesso a ela é um fator que amplia a injustiça social. Em 2017, a população mais pobre sofreu em maior grau a escassez, com cortes no fornecimento e sobretaxas nas contas. Este cenário pode ser ainda mais cruel no momento de uma pandemia. (*) Jornalista e ambientalista, ex-diretora de Sustentabilidade Urbana e Relações Institucionais da Secretaria de Meio Ambiente do GDF


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Regularização – A Câmara Legislativa aprovou, terça-feira (8), com o voto dos 22 deputados presentes, Projeto de Lei Complementar que atualiza a estratégia de regularização urbana prevista no PDOT de 2009 e regulamenta a Lei Federal 13.465/2017. A iniciativa beneficia a população de oito Áreas de Regularização de Interesse Social (ARIS) em Sobradinho, Planaltina, São Sebastião e Sol Nascente/Pôr do Sol

Bancários priorizados Após receber o presidente do Sindicato dos Bancários, Kleytton Morais, acompanhado das deputadas Érika Kokay (PT) e Celina Leão (PP), o governador Ibaneis Rocha prometeu acatar o pleito da categoria e vai programar a vacinação dos trabalhadores do setor logo após os professores. Dados do Sindicato mostram que o DF tem 47 mil trabalhadores do sistema financeiro (bancos e outras instituições de crédito), e a maioria atende diretamente ao público. O risco de contágio aumenta em ambientes fechados, como as agências bancárias.

Toca, Jacy! Foi com os versos de Raul Seixas que Chico Vigilante saudou o correligionário Jacy Afonso, 59, que teve alta da UTI na sexta-feira (11), após uma semana intubado. O presidente do PT-DF foi internado dia 1º para tratar infecção por covid-19 e precisou ser intubado na sexta (4). Num áudio publicado em grupos de WhatsApp, Vigilante comemorou: “É um prazer receber a ligação do companheiro Jacy Afonso. Ele acaba de receber alta da UTI e está no quarto, mas, pela voz, deu para ver que está recuperado”. DIVULGAÇÃO

Ameaça a Delinho Na semana que se inicia nesta segunda-feira (14) podem surgir importantes definições na corrida sucessória na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Distrito Federal, que terá eleição em novembro. A movimentação pode dificultar a permanência de Délio Lins e Silva na cadeira de presidente da seccional DF.

TERCEIRA VIA – Como alternativa aos dois grupos, corre por fora o advogado Guilherme Campelo. YOUTUBE

Pedal liberado na Ponte JK

UNIÃO – Está marcada para os próximos dias, ainda sem data definida, uma reunião entre os cinco pré-candidatos de oposição ao atual comando da Ordem. Thaís Riedel, Cléber Lopes, Evandro Pertence, Everardo Gueiros e Jacques Veloso tentarão fechar questão em torno de um único nome. O governador Ibaneis Rocha acompanha o debate com atenção. Ex-presidente da OAB-DF, ele integra o grupo de oposição

Zélio Cardoso (*)

Lula vence Bolsonaro com folga no 2º turno Lula abriu nove pontos de vantagem sobre Bolsonaro em um eventual segundo turno na disputa presidencial, segundo a pesquisa XP/Ipespe de junho, divulgada na sexta-feira (11). No levantamento anterior, a diferença era de dois pontos percentuais. O

petista cresceu de 42% para 45%, enquanto o presidente caiu de 40% para 36%. No primeiro turno, Lula saltou de 29% para 32%, enquanto Bolsonaro oscilou de 29% para 28%. Ciro caiu de 9% para 6% e Moro de 8% para 7%. Huck passou de 5% para 4%.

Blindados Principais alvos dos bolsonaristas da CPI da Pandemia, os governadores estão, momentaneamente, blindados por uma liminar do STF. Wilson Lima, do Amazonas, falaria à Comissão na quinta-feira (10), mas não precisou comparecer devido à decisão da ministra

DIVULGAÇÃO

e sabe da importância da categoria para sua própria reeleição em 2022. Afinal, são quase 70 mil advogados inscritos em Brasília.

Rosa Weber. O assunto seguirá em discussão na Corte. Para o PGR, Augusto Aras, a lei permite que os governadores deponham desde que seja para esclarecer o uso de verbas federais. Os senadores agora se dedicam a investigar defensores da cloroquina.

Desde terça-feira (8), os ciclistas podem transitar pela Ponte JK pedalando – sem a necessidade de descer da bicicleta –, após Detran-DF alterar a sinalização que regulamenta a circulação das bikes e pedestres na passarela lateral do monumento. A medida atendeu a uma solicitação antiga dos ciclistas e famílias brasilienses que, especialmente nos finais de semana, têm o hábito de passear de bicicleta pela ponte. Antes, a sinalização determinava que eles deveriam descer da bicicleta para fazer a travessia de 1 Km ao lado dos pedestres. Agora, a passarela será compartilhada. Mas é sempre bom lembrar a importância da convivência pacífica entre todos os modais de locomoção, e destacar o princípio básico da legislação de trânsito: “o maior protege o menor, e todos cuidam da segurança do pedestre”.

Diretor-geral do Detran-DF, Zélio Maia da Rocha


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É preciso investir no SUS “Não podemos achar que é normal determinadas seguradoras, num contexto pandêmico, querendo reajustar plano de saúde em 30%”. A afirmação é do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, com quem compartilho da opinião. No mesmo dia, o gestor da Pasta destacou a ausência de competição no mercado de seguradoras e o consequente monopólio no setor: fator preocupante, que eleva preços. E não precisa ser nenhum economista para saber que isso vai na contramão da realidade econômica dos brasileiros. Segundo Queiroga, há 20 anos o mercado de planos de saúde contava com aproximadamente 2 mil operadoras. Agora, disse, são menos de 800 empresas no setor. Neste cenário, com aumento da procura por hospitais e tratamentos diante da covid-19, houve incremento de mais de 1 milhão de usuários às seguradoras de saúde de abril de 2020 a abril deste ano. Os dados são da Agência Nacional de

Saúde Suplementar e revelam, sobretudo, a necessidade de ampliação da capacidade de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS). No primeiro trimestre de 2021, comparado ao mesmo período do ano passado, o custo assistencial dos planos de saúde subiu 8,7%. Acompanhando essa evolução de valores para o consumidor, as empresas do setor lucraram 22% a mais: um montante de R$ 2,82 bilhões contra R$ 2,3 bilhões em 2020. Na prática, isso significa que, mesmo com 14,8 milhões de desempregados no País (recorde registrado pela série histórica do IBGE, iniciada em 2012), os usuários não foram poupados. Ao contrário, foram engolidos pela alta de preços. Ainda no paradoxo mundo da saúde suplementar, ressalta-se que o anunciado adiamento do reajuste de 2020, parcelado em 12 meses desde janeiro, levará alguns planos a terem acréscimo de até 30% em seus valores. Dá até para recorrer à frase de um “meme”

para esclarecer a situação: “algo de errado não está certo”. Em especial, porque, com a pandemia, os não contaminados pela covid-19 tiveram atendimentos, exames e outros procedimentos adiados com autorização da própria ANS. Sem coronavírus, sem urgência. Voltando aos investimentos no SUS: enquanto as operadoras lucram com o desespero do cidadão que não consegue atendimento na rede pública, o orçamento para a saúde neste ano é R$ 20 bilhões menor que o orçamento de 2020. Ou seja, com financiamento menor, mais limitada fica a atuação daqueles que estão na linha de frente – médicos, enfermeiros e outros profissionais. Porque começa a faltar de um tudo. De luvas a vagas em UTI’s. Essa é a realidade. O Brasil gasta em saúde 9,2% do PIB, que é a soma de todas as riquezas produzidas. O índice é acima da média dos 37 países-membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento

Dr. Gutemberg Fialho Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal

Econômico ou Econômico (OCDE), que é de 8,8% do PIB. Porém, em terras brasileiras, boa parte dessas despesas é privada. O que é absurdo. Do PIB, a fatia investida no SUS é de apenas 4%, enquanto na média da Organização é de 6,6% do PIB. Pergunto a você: é este o tratamento que a saúde pública merece? Tenho certeza que não. É preciso investir no serviço público.

Mobilização do Sinpro-DF garante vacinação de gestores das escolas públicas A vacinação da educação pública no DF anda a passos lentos. De 21 de maio a 10 de junho, apenas 2.550 dos 4 mil gestores escolares foram vacinados. Mesmo assim, devido à mobilização e à pressão do Sinpro-DF, com campanhas e outras ações que resultaram na inclusão dos gestores nos grupos prioritários. “A imunização deles é fruto de muita luta e constantes reivindicações”, afirma a diretoria colegiada. Mesmo assim, a capital continua sem previsão de vacinação em massa da educação. O Sinpro alerta para o fato de a morosidade na Administração Pública ser crime de prevaricação. Mas isso não intimida o GDF, que mantém a lentidão. O governador só anunciou um plano de vacinação para a educação pública na quinta (10), e sequer o iniciou,

embora tenha mais 1 milhão de doses estocadas. A diretoria colegiada do Sinpro ressalta que o anúncio é um avanço, mas que não basta vacinar o magistério. É preciso imunizar toda a população porque a comunidade escolar interage com a escola e a vacinação só conseguirá barrar as contaminações se for feita em massa. O Sinpro tem, ainda de enfrentar a resistência do Ministério Público do DF e Territórios (MPDF), que discorda e tenta impedir a prioridade para quem está na linha de frente nas escolas. E o sindicato tem conquistado vitórias nesse projeto malfadado de vacinação. Em todas as oportunidades defende a vacinação de quem está, desde o início da pandemia, trabalhando presencialmente nas escolas e, com isso,

DIVULGAÇÃO/SINPRO

conquistou o direito dos gestores. Mas a erradicação da pandemia é dificultada pelos esquemas de corrupção eleitos em 2018 com o discurso anticorrupção. Eles não permitem que o Brasil saia com o SUS fortalecido, a educação inabalada e o povo vacinado. O resultado desses esquemas é o grande número de mortes que,

mesmo subnotificado, é alarmante. Na sexta (11), o País contabilizava mais de 483 mil óbitos e a previsão é a de que chegue a 500 mil ainda em junho.


O DF tem a maior rede de proteção social do Brasil. Mais de 700 mil pessoas são atendidas e o GDF criou mais de 30 mil empregos em obras públicas.

Mais de 700 mil pessoas recebem algum tipo de auxílio do GDF. E, em tempo de pandemia, é preciso ajudar quem mais precisa. Por isso, o GDF ampliou e criou novos programas sociais, que trazem ajuda financeira para milhares de famílias. As 200 obras em andamento também cumprem o papel de oferecer mais de 30 mil empregos neste período difícil. Para melhorar nossas cidades e ajudar as pessoas, o GDF não para.

Programa Prato Cheio para 35 mil famílias.

DF Sem Miséria

para 74 mil famílias.

Renda Emergencial

para 4,5 mil taxistas e motoristas de transporte escolar.

Restaurantes Comunitários Redução de R$ 3,00 para apenas R$ 1,00 em 9 milhões de refeições.

Bolsa Maternidade para 17 mil mães.


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Rejeição que hum FOTOS: ANTÔNIO SABINO

Mulher de pastor detalha misoginia que sofreu na Igreja Presbiteriana do Lago Sul de Brasília Ary Filgueiras (*) Setecentos dias depois de ver a própria índole e a do seu marido jogada na lama por gente que deveria fazer justamente o contrário do ato de apontar o dedo e condenar sem dar ao menos chance de defesa ao casal, Sheyla Kelyy Morais resolveu falar ao Brasília Capital. O jornal e o portal www.bsbcapital.com.br vêm divulgando uma série de reportagens sobre misoginia na Igreja Presbiteriana do Lago Sul (IPLS), crime do qual ela não é a única vítima. Nesta reportagem, consta ainda a entrevista da advogada do pastor Marcelo de Oliveira Morais, Melanie Costa Peixoto, que também foi tratada pelos religiosos do templo com discriminação pelo fato de ser mulher. Marcelo e Sheyla foram levados ao banco dos réus do Tribunal Eclesiástico por darem mais espaço às mulheres na igreja. Ele, inclusive, foi afastado de sua função de pastor por promover um congresso destinado ao público feminino, evento em que Sheyla foi acusada pelo diácono Alberto Jaegher de descumprir uma resolução interna, de 2018, que proíbe a mulher de falar em púlpito ou pregar a palavra de Deus transcrita nas Escrituras Sagradas.

Marcelo e Sheyla Morais foram levados ao banco dos réus do Tribunal Eclesiástico por darem espaço às mulheres na igreja

Com 25 anos de retidão à igreja, Sheyla faz uma confissão: “Com essa resolução de 2018, a mulher foi proibida de exercer qualquer liderança dentro da igreja. Principalmente se ela abrir a Bíblia para dizer alguma coisa”. Ela diz que foi relatora da Sociedade Interna Feminina da Igreja Presbiteriana do Brasil (SAF), que faz evangelismo, cuida de mulheres e crianças. E garante que, apesar da IPB não ordenar mulheres como pastoras, nunca proibiu que a mulher alguma

atividade de liderança dentro da igreja. Desde que não tomasse o púlpito e pregasse, o que viria a mudar com a resolução. JEZABEL – Foi justamente por conversar com as outras mulheres da igreja que o diácono Alberto a acusou de descumprir a norma, chegando a compará-la a uma figura que ela mesma julga ser “horrível”: Jezabel, conhecida como uma prostituta cultural, que pregava dentro da igreja a sexualidade, coisas contrárias a Deus.

“Quando li o documento no qual ele faz essa comparação fiquei chocada. Ele disse que eu ministrava sobre homens, mulheres e crianças e que a única mulher na Bíblia que se comportava daquela forma chamava-se Jezabel. Ele cita o texto de Apocalipse Dois em que Deus é muito duro com a igreja que permitia a prática de Jezabel. Ele diz assim: ‘Eu virei sobre Jezabel, exterminarei Jezabel e matarei os seus filhos’. Mexeu com a minha dignidade”, desaba.


Brasília Capital n Cidades n 7 n Brasília, 12 a 18 de junho de 2021 - bsbcapital.com.br

milha e desonra Inocência do marido Mesmo há tanto tempo afastada da igreja, ela reitera a sua inocência e a do marido perante o Tribunal Eclesiástico: “Meu marido não fez nada em desobediência. Mas, por causa de um grupo que consideramos ser misógino, eles deixaram o congresso acontecer para logo depois acusarem meu marido de ceder o púlpito para uma pastora pregar. Mas nem pastora ela era. Ela era uma missionária falando para as mulheres”. Ela diz que se sente humilhada e desonrada diante do silêncio das lideranças da Igreja Presbiteriana para o seu caso de vítima de misoginia praticada por líderes daquela denominação. “Em nenhum momento eu fui procurada por eles para saber como eu me sinto”, lamenta. “Infelizmente, eu me deparei com uma igreja em que eu me sentia rejeitada pelos homens, que me proibiam de fazer uma única oração. A misoginia da IPLS faz com que eles fechem os olhos e digam que nós somos contrários à doutrina, o que não é verdade. Somos contra a imposição mantida sobre as mulheres para que elas não falem, não se manifestem”, reprova.

Advogada também foi discriminada Os casos de tratamento diferente às mulheres que congregam na IPLS ocorrem em todas as esferas. Até a advogada de Marcelo Morais sofreu desse mal que ainda persiste em permear nossa sociedade. Aliás, esse foi o motivo de a advogada Melanie Costa Peixoto deixar a igreja: as limitações impostas às mulheres. “As mulheres só poderiam falar se fossem para outras mulheres e a respeito de problemas de mulheres em relação ao casamento. Isso era um limitador da minha fé. Hoje eu congrego na Igreja Batista, onde se aceitam mulheres”. Mas, em virtude do vínculo com a Igreja Presbiteriana, pois o pai dela é presbítero emérito do Lago Sul, continuou ligada à EPLS, mas como advogada. Ela disse, porém, que foi o papel mais difícil que teve na vida carreira. “Eu pude observar que a resistência a mim não era pelo fato de eu não possuir um cargo na

Melanie Peixoto ouviu gritos dos juízes: “o que essa mulher faz entre nós?”

igreja, sim porque eu sou mulher”, revela. O ápice dessa constatação foi numa audiência do Tribunal Eclesiástico no caso da acusação contra o pastor Marcelo Morais, marido de Sheyla. “Eu apresentei um documento aos juízes do tribunal pedindo adiamento do depoimento do pas-

tor para depois da oitiva das testemunhas. Porque ele precisa saber o que elas falaram para se manifestar. A ordem estava invertida. Mas eles sequer aceitaram e nem deram explicação”, detalha Melanie. A banca de defesa de Marcelo era composta ainda por outro advogado. “Cinco minutos depois de o presidente do tribunal recusar a petição, o advogado que trabalha no caso comigo pegou o mesmo documento e apresentou para o mesmo presidente do tribunal. E ele aceitou o documento com o pedido”, afirma a defensora. AGRESSÕES – Mas esse não foi o único fato que comprovaria a misoginia do tribunal, composto somente por homens. “Na mesma audiência, os juízes gritaram comigo, perguntado o que ‘essa mulher faz entre nós. Eu sabia que havia as agressões na igreja, mas só pude presenciá-las naquele dia em que fui vítima”, lamenta.

Quem cala, consente Esta já é a terceira reportagem sobre o assunto. Até agora, os líderes da Igreja Presbiteriana do Lago Sul (foto) não tocaram no assunto. Nem responderam ao nosso e-mail ou retornaram às ligações que fizemos a eles. O que só reforça a tese de que, quem cala, consente. Nesse caso, consente a misoginia dentro da igreja.

(*) Especial para o Brasília Capital

TV Comunitária lIGADA EM BRASÍLIA

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TV Comunitária de Brasília DF


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VIA

Satélites

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BRB chega a 1,5 milhão de clientes – A expansão digital permitiu ao Banco de Brasília (BRB) chegar às cinco regiões brasileiras e a 39 países em todos os continentes. No início de junho, o banco superou a marca recorde de 1,5 milhão de clientes com contas ativas.

Por Lorrane Oliveira

TAGUATINGA ORLANDO PONTES

Senac oferece 5,5 mil vagas para cursos As unidades do Senac de Taguatinga, Ceilândia, Gama, Sobradinho, Jessé Freire (SCS), Plano Piloto (903 Sul) e Gastronomia (TTH) abrirão, de 17 a 23 de julho, inscrições para 5,5 mil vagas gratuitas em 76 cursos técnicos e de

formação inicial e continuada do Programa Senac de Gratuidade. As oportunidades são para gastronomia, beleza, gestão, turismo e lazer, moda, comunicação, marketing, saúde, logística e outros. Matrículas pelo site do Senac-DF.

Vaquinha para ir a congresso em Dubai

Aniversário com aglomeração A cidade completou 63 anos no sábado (5). No entanto, em razão da pandemia de covid-19 a comemoração foi modesta. Na segunda-feira (7), o administrador regional Renato Andrade reuniu autoridades e a comunidade para uma solenidade na Praça do Relógio. O “Parabéns pra você” e o corte do bolo aconteceram na sacada do prédio da Administração, gerando uma pequena aglomeração. O tumulto maior ocorreu em seguida, no interior do prédio, onde foi servido um lanche aos convidados.

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Este ano, não teve desfiles escolares, baile da cidade, a tradicional homenagem aos pioneiros, tampouco o bolo gigante. Mas, com o apoio do Corpo de Bombeiros, uma faixa alusiva à data foi colocada no famoso Relógio da Praça. Estiveram presentes quatro ex-administradores, a deputada distrital Júlia Lucy (Novo), representantes do Exército, da PM, administradores de outras cidades e o presidente da Associação Comercial e Industrial de Taguatinga (ACIT), Justo Magalhães.

DISTRITO FEDERAL

Hospital Oncológico se chamará Jofran Frejat O governador Ibaneis Rocha lançou, quarta-feira (9), o início das obras do Hospital Oncológico Jofran Frejat, no Setor de Áreas Isoladas Norte (SAIN). Segundo a Secretaria de Saúde, o centro médico terá capacidade de realizar até 9 mil atendimentos por ano

e contará com consultórios multidisciplinares, alas para tratamento de quimioterapia, radioterapia, medicina nuclear, além de espaço para exames de imagem como mamografia, ultrassom e raio-X. Serão investidos mais de R$ 99 milhões.

Um grupo de cinco estudantes de Engenharia Aeroespacial da Universidade de Brasília (UnB) organizou uma vaquinha para arrecadar fundos para participar do International Astronautical Congress, em Dubai. O evento ocorre-

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CEILÂNDIA

rá de 25 a 29 de outubro. Os jovens tiveram dois projetos aprovados para o evento, mas não têm dinheiro para custear alimentação, transporte e taxas. As doações podem ser feitas via PIX, pela chave de celular (61) 98622-4325.

VINICIUS DE MELO - AG BRASILIA

Cestas básicas e kits de insumos A ação solidária semanal permanente é promovida pelo Instituto Solidário de Ceilândia – associação privada que desenvolve projetos sociais voltados para as pessoas em situação de vulnerabilidade na região. O Instituto Solidário de Ceilândia, que desenvolve projetos sociais

voltados para pessoas em situação de vulnerabilidade, distribuiu, terça-feira (8), cestas básicas contendo também verduras, legumes e frutas para moradores da QNR, além de kits de álcool gel e máscaras. O material foi distribuído pela equipe do Comitê Todos Contra a Covid. A iniciativa conta com o apoio do GDF.

Agência do INSS no Na Hora A agência da Previdência Social em Ceilândia passa a funcionar na unidade local do Na Hora, vinculada à Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus), no Shopping Popular. O horário de funciona-

mento é das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira. Para acessar os serviços, os usuários devem agendar pelos canais de atendimento no site do INSS, aplicativo Meu INSS ou pelo telefone 135.


Brasília Capital n Literatura n 9 n Brasília, 12 a 18 de junho de 2021 - bsbcapital.com.br

João Batista Pontes lança Menino do Sertão Terceiro livro narra história de Jones, que saiu do Ceará criança e viveu várias experiências pelo Brasil João Batista Pontes chegou em Brasília em 1960 apenas com os diplomas do curso primário e de datilografia na mala. Cearense de Nova Russas, formou-se em Geologia pela UnB, em 1974, e em Direito pelo IESB, em 2015. Trabalhou como Geólogo de Pesquisa Mineral e na gestão e planejamento ambiental em Goiás, Paraná, na Bahia e na Amazônia. Por concurso público, foi admitido no Senado em 1997, como Consultor Legislativo. Aposentou-se em 2011. Desde então, dedicou-se a escrever artigos e agora lança “Menino do Sertão”, seu terceiro livro. Como foi o seu início na literatura? – Aposentado, passei a escrever artigos para jornais do Ceará e de

REPRODUÇÃO

minhas concepções sobre o mundo, a realidade social e as relações humanas. Até que decidi publicá-los. E agora já vou para o terceiro livro.

Fale um pouco sobre “Menino do Sertão”. – É um livro semificcional, de memória, que descreve a trajetória de um menino (Jones) que saiu de uma DIVULGAÇÃO pequena cidade do interior do Ceará e vivenciou experiências em diversas partes do Brasil. Com sua aguçada sensibilidade social, esforçou-se para Pontes: memórias de quem saiu do interior e conhecer a percorreu várias partes do Brasil realidade sociocultural das Brasília, enfocando temas políticos populações que habitavam essas ree sociais. Sempre tive como objetivo giões e as descreve de acordo com a elevar a consciência da sociedade so- sua peculiar percepção. bre temas de interesse coletivo, como forma de denunciar e combater a Destaque um trecho que você desigualdade social e econômica, acha especial em seu livro? – Muique infelizmente caracteriza o Brasil. tos trechos desse livro escrevi choPassei, também, a escrever textos sob rando, principalmente a parte inia forma de poemas, expressando as cial. Destaco o seguinte: “Na noite

de divulgação do resultado do vestibular da UnB de 1970, Jones ficou ouvindo por uma estação de rádio de Brasília a leitura, nome a nome, da relação dos aprovados em cada curso. Os aprovados em Geologia só foram anunciados por volta de duas horas da madrugada. Jones estava sozinho quando ouviu o seu nome e teve uma das maiores emoções de sua vida. Ajoelhou-se, e somente na presença de Deus, fez um juramento: jamais usaria os seus conhecimentos intelectuais para prejudicar os seus irmãos. Ao contrário, se comprometia a sempre ajudar os mais necessitados, da melhor forma que pudesse. Ao longo de sua carreira profissional e de sua vida, nunca se esqueceu desse compromisso.” SERVIÇO: O livro está à venda nas livrarias da Editora Drago (Rua Latino Coelho, 110 – Penha/Rio), na Papelaria Brapel – CLN 312, Bloco D. Loja 31 – da Asa Norte de Brasília e nos sites: www.dragoeditorial.com www.amazon.com www.amazon.com.br Lojasamericanas.com.br Submarino.com.br Extra.com.br Casasbahia.com.br Pontofrio.com.br Shoptime.com.br

“O barulho, o silêncio e a solidão”, de Maria Félix Fontele Em live pelo Instagram da editora Confraria do Vento (@confrariadovento), será lançado na quinta-feira (17), às 19h, o livro de crônicas “O Barulho, o silêncio e a solidão de Deus”, da escritora Maria Félix Fontele. O evento terá a participação dos escritores Ana Maria Lopes, autora do prefácio; e Marcos Fabricio da Silva, professor e crítico literário. Em seu site, a Confraria do Vento Editora afirma: “O barulho, o silêncio e a solidão de Deus” é uma obra provocadora e reflexiva, mas que não se pretende enveredar pelos caminhos da filosofia e da religião, sendo a leitura das crônicas de Maria Félix Fontele um apaixonante convite à nossa sensibilidade, a partir de fragmentos do abstrato, do movimento da natureza e dos pequenos sinais do cotidiano, daqueles que nos tiram do lugar-comum”.

Ainda de acordo com a editora, “a reflexão que caminha nas crônicas fica mais profunda nesse momento em que a existência humana é ameaçada por um vírus letal, e Deus, muitas vezes, é usado de maneira utilitarista segundo os interesses das pessoas “para o bem ou para o mal”. No prefácio, Ana Maria Lopes comenta: “Na gramática de Maria Félix Fontele, barulho e silêncio não são antônimos, mas sim a armadilha para que sua presa – nesse caso, o leitor – se volte para o essencial da vida: a própria vida”. Em uma resenha sobre o livro, o crítico literário Marcos Fabricio destaca: “As narrativas de Fontele sublinham a delicadeza e a contundência da consciência e da existência, entre as aleluias e as agonias de ser. Não por acaso, essa

obra é composta de convites para o humano transcender”. A autora observa que “nessa época barulhenta em que vivemos, carregada de apelos passionais, é importante fazermos a pausa do silêncio, o que não significa a ausência de som, mas a valorização dele nos mínimos detalhes, desde as batidas do coração ao interregno do estampido de raios e trovões”. SERVIÇO Live sobre o livro O barulho, o silêncio e a solidão de Deus, de Maria Félix Fontele. Data: Quinta-feira (17 de junho), às 19h Instagram: (@confrariadovento) Apresentação: Karla Melo Participações: Maria Félix Fontele, Ana Maria Lopes e Marcos Fabricio da Silva Contatos da autora: Telefone: (61) 99297-8742 E-mail: mfontele@yahoo.com.br Site: www.confrariadovento.com

DIVULGAÇÃO

“É importante fazermos uma pausa para o silêncio”, diz a jornalista e escritora


Brasília Capital n Cultura/Geral n 10 n Brasília, 12 a 18 de junho de 2021 - bsbcapital.com.br

QUESTÕES DA ALMA

Anna Ribeiro

A urgência e a demora Uma mulher tem um jeito todo próprio de esperar. A gente não espera simplesmente. Há um ritual, um banho... Há horas estou aqui esperando a hora de te ver. As horas correm dentro de mim, mas do lado de fora os minutos transcorrem preguiçosamente, deslizando o ponteiro do relógio com uma mansidão que definitivamente não reflete minha tormenta. Ela, a urgência, é própria dos apaixonados. A iminência do encontro. A ameaça da espera. O medo do adiar. A possibilidade da falta-presença. A urgência é profana, livre de racionalidade, presa apenas aos nãos explícitos ou nem tanto. Preciso de ajuda urgente. Queria poder lavar-me e encontrar um bom varal para estender minh’alma

ao sol. Dizem que o sol mata tudo, limpa, purifica. Minha alma anda tão amoral que não atrevo confessar aqui, ao menos não agora. Entre o encontro e a espera, a urgência e a demora. Espero por ele como quem espera por um gole de água em pleno deserto. Esperar faz mal à saúde. O coração dispara num instante, quase para em outro. As mãos suadas, as pernas vacilantes, a boca seca. Parece doença. Talvez seja. Melhor tomar um banho para baixar a febre. Uma mulher tem um jeito todo próprio de esperar. A gente não espera simplesmente. Há um ritual,

ESPÍRITA

José Matos Irmã Dulce: Tudo tem razão de ser Quem desequilibra, tem que reequilibrar, reparar. Este é o terceiro tipo de perdão, o perdão definitivo, gerador da paz, ensinado por Jesus Quando Gandhi foi procurado para aconselhamento por um indiano cheio de remorsos porque havia assassinado uma criança muçulmana, aconselhou-o: pegue uma criança orfã, filha de muçulmanos e adote-a como se fosse sua própria filha. Gandhi estava indicando a reparação, reequilíbrio.

Quem desequilibra, tem que reequilibrar, reparar. Este é o terceiro tipo de perdão, o perdão definitivo, gerador da paz, ensinado por Jesus. O primeiro tipo vem pelo arrependimento; o segundo, pela expiação e, o terceiro, pela reparação, amor, caridade. “Os teus pecados te são perdoados porque

um banho. Nesses dias nunca é só um banho. À flor da pele é como se a água fosse a própria Iemanjá. O contato da água na pele, o banho, os óleos, o perfume, o espelho. Cabelos lavados, a água ainda escorrendo feito rio até o chão. Paraliso diante do espelho. Não te contei ainda, mas eu sei que você sabe que a urgência também nos paralisa. Quem é essa aí no espelho? Não me reconheço; desculpe, me vejo pela primeira vez, me reconheço. A lágrima quente molha o rosto que já estava seco e me faz lembrar que passou mais tempo do que eu supunha. Corre! Terminado o ritual primeiro, vem o segundo. Visto-me de branco. Se a alma não está clara, que ao menos o vestido esteja. Branca é a cor ideal para qualquer enlace. Eu sou, neste momento, uma tela em branco gritando por tintas e pincéis de todos os tipos e cores. Que me venha o carnaval. Que venham cores, sons, sabores. Viva! Mas ela, a demora, nos atrapalha. É como ser interrompida em pleno salto; como ser acordada no meio de um sonho bom. Não é justo e não deveria ser possível, mas é. A racionalidade é amiga-

você muito amou”, disse Jesus à mulher que lavou seus pés com perfume. A Lei é de equilíbrio. Desequilibrou-a, tem que reequilibrar, reparar! Os destruidores da natureza de ontem são os ambientalistas de hoje. Os agressores de gays de ontem são os gays de hoje lutando por seus direitos. Os agressores de mulheres de ontem são as feministas de hoje lutando por direitos. No passado, tirava-se vidas com lâminas; hoje, restitui-se vidas com bisturis. O assassino de ontem é o cirurgião de hoje. No passado, entristeciam pessoas com humilhações, hoje repara-se, trabalhando como palhaços e humoristas. Por que muitos palhaços e humoristas queixam-se de tristeza? Porque carregam o carma de terem entristecido e ainda não terem reparado o suficiente. Quan-

-irmã da demora. E juntas nos fazem descer do céu e sentir o peso grave. Gravidade. Eu estava tão feliz, angustiada, mas feliz com a urgência. Já estávamos nos dando bem. Conversamos, até tomamos um drinque juntas. Mas a racionalidade me diz que a espera é real e necessária. É momento de delicadeza. Sai a batucada e entra a orquestra para mostrar que é tempo de refinar os sentidos e os sentimentos. O profano da urgência dá lugar ao sagrado da espera. Estou aqui há horas, muitas horas, dias, meses, anos à espera dele, que finalmente chegou. Chegou na quietude, chegou devagar, sem pressa. Tirou-me para dançar. Dançamos, deslizamos, nos olhamos, nos unimos, nos desmanchamos, nos construímos, nos lemos, nos acalmamos, saltamos juntos, desbravamos, dançamos, dançamos, dançamos... Enfim, o amor, calmo e quente como um bom café. O açúcar e o afeto a gente acrescenta. Ou não. Anna Ribeiro Escritora

do repara-se suficientemente, vem a paz prometida por Jesus. No passado escravizavam negros e mulheres, hoje, como policiais, delegados e fiscais, libertam trabalhadores e mulheres da escravidão. No passado expulsavam pobres de suas terras, hoje lutam pelos pobres, fazem reforma agrária e constroem moradias para eles. No passado, impediam negros e pobres de estudar, hoje defendem a inclusão social e lutam por seus direitos. Entenda o jogo da vida: depressão, vazio, tédio, pessimismo são mensagens para você crescer, cooperar, cumprir seu dharma e libertar-se! Não há acaso. Há consequências, e tudo tem razão de ser! José Matos

Professor e palestrante


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Dedé Roriz

Empresário e radialista divulgando a boa gastronomia e eventos de Brasília Instagram: @dederoriz

Dia dos Namorados

Dicas de presentes para o 12 de junho Este sábado, 12 de junho, é o Dia dos Namorados. A coluna apresenta mais dicas de presentes, como harmonização facial, roupas casuais e acessórios,

ou, quem sabe, pijamas ou roupas clássicas femininas. Mas não pode faltar o jantar romântico. Que tal um restaurante à beira do Lago Paranoá?

FOTOS: DIVULGAÇÃO

A dica da Dra. Karinie é presentear a pessoa amada com uma harmonização facial. O consultório dela tem aparelhos de última geração para promover tratamentos na dermatologia estética avançada.

O casal Alessandra e Eduardo sugere presentear com lindos e confortáveis pijamas ou roupas clássicas para mulher trabalhar da loja A de Anna, no Jardim Botânico.

MAIS INFORMAÇÕES: Instagram: @karinie_dermato WhatsApp: (61) 98508-4890

Felipe Ratz e Mylena Ratz apresentam a coleção de roupas casuais e acessórios da loja Rosa Chik Moda Feminina, no Sudoeste.

MAIS INFORMAÇÕES: Instagram: @lojarosachik_

MAIS INFORMAÇÕES: Instagram: @a_de_anna8

No restaurante Doma Roof Top, na beira do Lago, a dica do Márcio para o jantar dos namorados é o menu três etapas, com entrada de bruschettas Roof Top ou ceviche; prato principal de carré de cordeiro com talharim, ou a deliciosa lagosta ao molho de champanhe com risoto siciliano; e para fechar o gran Gateau ou pudim da casa.

MAIS INFORMAÇÕES: Valor por casal: R$ 299 Instagram: @domarooftop


Brasília Capital n Esportes n 12 n Brasília, 12 a 18 de junho de 2021 - bsbcapital.com.br

Domenico Gatto teve de engolir sapo DIVULGAÇÃO

minar o Cruzeiro, também nos pênaltis, com destaque para o goleiro Rodrigo Calaça, ex-Gama. Já o ABC, que havia eliminado o Botafogo na segunda fase, conseguiu mais uma classificação histórica ao fazer 3 a 0 na Chapecoense, revertendo uma desvantagem de dois gols. Para fechar com chave de ouro para o Nordeste, na quinta-feira (10), no Clássico Rei, entre

Ceará e Fortaleza, o Tricolor foi superior: venceu o rival por 3 a 0. No outro jogo do dia, o Vitória surpreendeu o Internacional no Beira-Rio. Após perder o jogo de ida por 1 a 0, venceu o de volta por 3 a 1 e se classificou. A Copa do Brasil também teve zebra de outra região. O Criciúma, atualmente na 3ª divisão nacional e que recentemente foi rebaixado no Campeonato Catarinense, eliminou o América-MG. Nos dois únicos duelos entre equipes da 1ª divisão, melhor para Atlético-GO e Fluminense. O Dragão aproveitou a vantagem construída no jogo de ida, quando venceu o Corinthians fora de casa, e segurou o empate por 0 a 0 em Goiânia. O tricolor, que também havia feito 2 a 0 na ida, sofreu um pouco mais, perdendo o jogo de volta por 2 a 1 para o Bragantino, mas se classificou. Também estão classificados para a próxima fase: Santos, Atlético-PR, Vasco, Atlético-MG e Grêmio, que eliminou o Brasiliense. Flamengo e Coritiba disputam a última vaga na próxima fase na próxima semana, com o rubro-negro em vantagem por ter vencido o jogo de ida por 1 a 0. Os confrontos das oitavas-de-final serão conhecidos em novo sorteio. Até lá, Domenico Gatto deve continuar saboreando seus sapos.

bendo um hospital de campanha e o Mané Garrincha é uma das sedes da Copa América. O jogo terá transmissão ao vivo da TV Brasil e da Eleven Sports, antiga MyCujoo. Mesmo diante de um adversário considerado um dos mais fracos do grupo, o Gama dei-

xou boa impressão na estreia, com destaque para o meia Elias, autor de dois gols. Para o jogo contra a Aparecidense, o Periquito pode contar com a estreia de Felipe Menezes, meia que teve passagens por grandes clubes, como Palmeiras, Botafogo e Benfica. (GP)

Jornalista de São Paulo desrespeita o futebol do Nordeste e times da região mostram força Gustavo Pontes Numa semana decisiva de Copa do Brasil, com oito times do Nordeste disputando vagas nas oitavas-de-final, o jornalista Domenico Gatto (foto), da rádio Energia 97, de São Paulo, desrespeitou o futebol nordestino usando palavras de baixo calão para desqualificar as equipes da região e também a Copa do Nordeste, a Lampions Ligue. A resposta veio dentro de campo. Os times nordestinos foram soberanos e garantiram as seis das sete classificações possíveis para a região, já que houve o clássico Fortaleza x Ceará. Apenas o 4 de Julho ficou pelo caminho, ao ser eliminado pelo São Paulo. O show do Nordeste começou na terça-feira (8), com a classificação do Bahia em cima do Vila Nova-GO. No mesmo dia, o 4 de Julho, de Piripiri-PI, que havia vencido o gigante São Paulo no jogo de ida, saiu na frente do placar no segundo jogo, mas sofreu

uma virada histórica: 9 a 1. Na quarta-feira, mais três nordestinos se classificaram. O CRB, que no final de semana havia vencido o Cruzeiro por 4 a 3 pela série B, surpreendeu o Palmeiras, atual campeão: 1 a 0, no Allianz Parque. E garantiu a classificação na disputa de pênaltis, com grande atuação do goleiro Diogo Silva. A Juazeirense fez história ao eli-

SÉRIE D

Gama recebe a Aparecidense Após estrear fora de casa vencendo o Jaraguá-GO por 3 a 1, o Gama terá seu primeiro grande teste sob comando do técnico Ricardo Colbachini. Vai receber, sábado (12), às 15h30, a

Aparecidense-GO, que também estreou com vitória pelo mesmo placar e divide a liderança do grupo com o alviverde. A partida será no Abadião, já que o Bezerrão está rece-


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