Jornal Brasília Capital 550

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População enfrenta problemas para fazer teste da covid

Ano XII - número 550

Via Satélites – Página 8

Brasília, 22 a 28 de janeiro de 2022

Park Way em pé de guerra contra esperteza de Telma Rufino Chico Sant’Anna – Pagina 10 e Editorial – Página 3

VACINA JACARÉ Bolsonaro usa marinheiro aposentado para criar antídoto contra denúncias de rachadinha nos gabinetes dele e dos filhos Flávio e Eduardo. Waldir Ferraz tenta culpar a ex-mulher do presidente, Ana Cristina Valle, de montar o esquema. “Ele não sabia de nada”, garante o fiel amigo réptil.

Lula imbatível no 2º turno

Ex-presidente venceria todos os adversários, segundo pesquisa PoderData Pelaí – Páginas 2 e 3

DIVULGAÇÃO

Pasta Way abre primeira loja em Águas Claras Dedé Roriz – Página 12

DIVULGAÇÃO

Guará combate privatização do Cave

Páginas 6 e 7


Brasília Capital n Política/ Pelaí n 2 n Brasília, 22 a 28 de janeiro de 2022 - bsbcapital.com.br

Ex pedien te

Revogada – Comunicado publicado na quarta-feira (19) no Diário Oficial da União pela supervisora de compras Ritiélia de Lima Pires informa que a concorrência para escolha da agência de publicidade que cuidaria da conta do Sesc-DF (R$ 3,5 milhões) está definitivamente revogada. Estavam na disputa as agências AV, Calia e Radiola.

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Vacina Jacaré A proximidade da campanha de outubro apavora a família Bolsonaro. O medo maior do presidente Jair e de seus numerados filhos Flávio (01), Eduardo (02) e Carlos (03) é ficar sem mandato, perder o fórum privilegiado e passarem a responder por seus eventuais crimes como cidadãos comuns. ANTÍDOTO – A solução encontrada é aplicar vacinas – paradoxalmente, o oposto do que fazem contra o coronavírus desde o início da pandemia da covid-19. Nesta semana, veio a público o primeiro antídoto prescrito pelo quarteto: uma entrevista à revista Veja do marinheiro aposentado Waldir Ferraz, o Jacaré. INOCENTE – Amigo “zero zero” do presidente, Jacaré “revela” que a prática de rachadinha nos gabinetes dos Bolsonaro começou na década de 1990, quando Jair era deputado federal. Mas que tudo era feito às escondidas pela sua ex-mulher, Ana Cristina Valle, sem o conhecimento do então parlamentar. TAL PAI... – E Ana Cristina – prossegue Jacaré em sua rasa argumentação –, a quem Jair chamava de “sargentona”, continuou sua prática nos gabinetes de Flávio e Eduardo na Assembleia Legis-

lativa do Rio de Janeiro. Tudo – que isso fique claro – sem o conhecimento dos dois deputados estaduais. CHANTAGEM – A ex-mulher malvadona – Ana Cristina nega toda a fábula do réptil de estimação dos Bolsonaro – ainda teria o hábito de frequentar o cercadinho do Alvorada, onde o presidente atende simpatizantes. Segundo Jacaré, para intimidar Bolsonaro e lembra-lo do compromisso inarredável d e

manter em dia os repasses devidos a ela, ou... SENADOR – Resta saber se a história de Jacaré não é apenas a primeira dose de um programa de imunização que culminará com a desistência de Jair de tentar a reeleição e buscar um mandato de senador pelo Rio de Janeiro. IMUNIDADE – Afinal, no DNA da entrevista do amigo réptil, o princípio ativo que Bolsonaro busca é a imunidade do fórum privilegiado. E pelas pesquisas tornadas públicas até o momento, o presidente pode ser derrotado ainda no primeiro turno...


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Lula vence todos no 20 turno A dez meses do primeiro turno das eleições, o ex-presidente Lula (PT) segue à frente nas pesquisas. De acordo com levantamento do PoderData divulgado na quinta (20), o petista aparece com 42% das intenções de voto – todos os adversários, somados, chegam a 45%, o que indica possibilidade de vitória no 1º turno. FILA – Bolsonaro (PL) é o 2º colocado, com 28%. A seguir, aparecem Moro (Podemos), com

8%; Ciro (PDT), com 3%; Doria (PSDB) e Janones (Avante), com 2% cada; Alessandro Vieira (Cidadania) e Simone Tebet (MDB), com 1% cada. Luiz Felipe D’Ávila (Novo) e Rodrigo Pacheco (PSD) não chegaram a 1%. OSCILAÇÃO – Com relação à última pesquisa do PoderData, em 21 de dezembro de 2021, todos os candidatos oscilaram na margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Espírito democrata Um dos coordenadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Paulo Rodrigues, declarou, quarta-feira (19), não ter objeção ao nome do ex-governador Geraldo Alckmin como vice de Lula. E que embarcará na campanha do petista de qualquer maneira. Rodrigues lembrou o papel de Alckmin como vice do governador Mario Covas, de 1995 a 2001, e, ao assumir, manteve a linha de Covas e não perseguiu o grupo. “Ele tem espírito de democrata”.

FOTOS: GETULIO ROMÃO

WILSON DIAS/AGÊNCIA BRASIL

Morre Alvinho, a alegria de Taguatinga Taguatinga perdeu, quarta-feira (19), uma de suas figuras mais emblemáticas. Morreu, vítima de câncer, no HBDF, o pioneiro Roosevelt Chagas Silva, 69 anos, o Alvinho. Corretor de imóveis, ele se orgulhava de contar que era filho de Antônio Pedro da Silva e Doracy Nunes, amigos do arquiteto Oscar Niemeyer, que os presenteou com o projeto da casa onde morava, na QNB 8.

E d i to r i al

A malandragem de Telma Rufino Quem acompanha as “disputas territoriais” entre as Regiões Administrativas do Distrito Federal sabe que não é nova a estratégia da administradora de Arniqueiras, Telma Rufino, ao surrupiar áreas de Águas Claras e do Park Way. Esse tipo de manobra já ocorreu, por exemplo, no esvaziamento de Taguatinga para criação de Ceilândia, Samambaia e Vicente Pires, e do Guará, para surgimento da Cidade Estrutural, no fatiamento do Gama para fundação de Santa Maria, entre outros exemplos. Como quem não quer nada e sob a cortina de fumaça de uma simples sinalização de trânsito, Telma Rufino fincou bandeira em terras do bairro vizinho. E tenta impingir nos moradores contrários à sua iniciativa a pecha de “preconceituosos”. Pura esperteza. Quem se opõe ao “letreiro da discórdia” sabe que o objetivo da administradora é disseminar a dúvida: um desavisado que passa pela Quadra 4 do Park Way, um setor regularizado e com um dos metros quadrados mais valorizados do DF, acredita estar em Arniqueiras, onde os lotes valem dezenas de vezes menos. Guindada à condição de RA em 2019 – Telma Rufino é a primeira administradora – Arniqueiras se formou a partir da invasão de áreas verdes do próprio Park Way, da ocupação irregular de áreas de preservação ambiental próximas a nascentes e da anexação de terras da RA de Águas Claras. Uma invasão de ricos, como foi Vicente Pires. Há mais de uma década, esse movimento é liderado pela própria Rufino, que vem se elegendo deputada distrital com os votos de Arniqueiras e do Areal. Exatamente como ocorria com o ex-deputado José Edmar Cordeiro, líder da

invasão que deu origem à Cidade Estrutural na década de 1990, acobertada pelos ex-governadores Joaquim Roriz e Cristovam Buarque. Mas a cortina de fumaça de Telma Rufino só ofusca o olhar de quem não quer enxergar um palmo adiante do próprio nariz. Os moradores do Park Way, ao contrário do que ocorreu em Taguatinga e no Guará, estão atentos. E reagem à altura, como mostra o colunista Chico Sant’Anna em matéria na página 10 desta edição do Brasília Capital. TONY OLIVEIRA/AGÊNCIA BRASÍLIA

Saiba+ Telma Rufino, 53 anos, é filiada ao PROS. Foi eleita deputada distrital em 2018 com 11.364 votos. Em novembro de 2019 tomou posse como primeira administradora de Arniqueiras. Em 2016 foi expulsa do PPL após ser investigada por uma fraude milionária contra o Banco do Brasil, em 2015. Em 2017, foi denunciada pelo MPDFT por suposta compra de diplomas de graduação e pós-graduação. Ela teria fraudado documentos para se apresentar como administradora e gestora pública.


Brasília Capital n Opinião 4 n Brasília, 22 a 28 de janeiro de 2022 - bsbcapital.com.br

Bolsonaro e Moro, agentes norte-americanos! Júlio Miragaya (*) AGÊNCIA BRASIL Qualquer cidadão minimamente informado sabe como funciona o modus operandi de um país imperialista. Desde o Império Romano, passando pelo Império Britânico e o Francês, até o Soviético e o Norte-americano, os imperialismos acionam, além de seus vastos recursos econômicos e bélicos, a cooptação de aliados nos países subjugados. Sem os milhares de indianos cooptados, os britânicos não lograriam submeter a imensa e populosa da Índia por mais de um século. Do mesmo modo, Stálin e seus sucessores não teriam sucesso em submeter as nações do Leste Europeu sem os milhares de agentes naqueles países. E assim ocorre com os norte-americanos. Os EUA, desde o iní-

cio do século XIX, com a Doutrina Monroe, consideram a América Latina seu “quintal”. Qualquer país que buscou sair de seu controle, foi (e é) severamente castigado, situações atuais de Cuba, Venezuela e Nicarágua. Em inúmeros casos o imperialismo agiu para derrubar governos progressistas, como o de Jango no Brasil, em 1964; o de Allende no Chile, em 1973; e o de Evo Morales na Bolívia, em 2019. Pouco se fala, contudo, sobre a situação atual do Brasil, silêncio que foi quebrado pelas declarações do insuspeito ex-agente da CIA, John Kiriakou, que chegou ao elevado posto de assistente executivo do vice-diretor de operações da CIA. Em entrevista ao DCM, revelou que o establishment norte-americano (republicano ou democrata) “não gostava dos governos progressistas de Lula e Dilma. Queria alguém bem mais à direita. E um programa foi traçado para destruí-los, com o apoio de Wall Street”. Segundo Kiriakou, os vazamen-

tos revelados pela Vaza Jato (The Intercept) mostraram o envolvimento direto de Moro e da Lava Jato com o Departamento de Justiça norte-americano (DOJ). Afirma que, além deste, houve a participação direta dos Departamentos de Estado, de Segurança Interna, do Tesouro e, claro, da CIA. O ex-agente citou uma mensagem interceptada do procurador Deltan Dallagnol se referindo à prisão de Lula como um presente da CIA e a inusitada visita que Bolsonaro e Moro fizeram em março de 2019 à sede da CIA em Langley, Virgínia. Não se trata de uma teoria da conspiração, segundo Kiriakou, mas de um excelente exemplo da interferência dos EUA nos assuntos internos de outro país, instalando líderes de quem eles gostem e que irão apoiar a agenda americana. São, no fim das contas, ações que visam conferir vantagens às empresas americanas. Vantagens no comércio, nas finanças. Prejuízos à economia nacional – Comprovando a análise de Ki-

riakou, um estudo realizado pelo Dieese constatou que a ação da Lava Jato no Brasil resultou em enorme prejuízo à economia nacional de 2014 a 2017, afetando severamente os setores de óleo e gás e a construção pesada. Apenas nestes dois setores houve queda de investimentos da ordem de R$ 172,2 bilhões, resultando na perda de R$ 244,6 bilhões em valor agregado; de 4,4 milhões de empregos; de R$ 85,8 bilhões de massa salarial; de R$ 47,4 bilhões em impostos e de R$ 20,3 bilhões em recolhimento de FGTS e contribuição previdenciária. Grandes empresas foram quebradas e vem se fatiando a privatização da Petrobras (rede de oleodutos e gasodutos, refinarias e a BR Distribuidora). A oito meses das eleições, um dos agentes norte-americano quer se manter no poder e ou outro quer chegar lá. (*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia

Precisamos isolar Bolsonaro J. B. Pontes (*) AGÊNCIA SENADO É inútil tentar demonstrar que Bolsonaro é um indigente intelectual. Ele próprio faz isso todos os dias. Navega ele apenas na esperteza, uma arteirice rasteira, que o fez ser apreciado pelos milicianos do Rio, os quais o ajudaram a se reeleger por 28 anos como parlamentar medíocre, sob o compromisso de defendê-los. Não é segredo, por exemplo, a íntima ligação que ele mantinha com Adriano da Nóbrega, o miliciano ex-chefe do “escritório do crime”, que foi vítima de um misterioso assassinato. Os seus discursos chulos só agradam e convencem os bolsonaristas, po-

pularmente conhecidos como “gado”. E é só isso que ele quer. As pautas que ele propõe são bizarras e fúteis. Na maioria, constituem um verdadeiro teatro do absurdo, se reportando a matérias banais, utilizando frases feitas, meias verdades e mentiras puras, além de construções sem sentido, que provocam um cenário desolador e tristonho. Jamais tivemos um governo tão ignóbil como o atual. Exceto os bolsonaristas, que com ele se identificam na falta de caráter, na mentira e na leviandade, além da índole violenta e da insensibilidade pela vida dos outros, todos os demais brasileiros sabemos que ele só pretende palanque e audiência. Vamos repudiar o que ele faz e fala com o nosso silêncio. Deixemos de publicar fotos dele, isso só serve para promovê-lo. É hora de o deixar-

mos isolado, de ignorarmos as pautas de discussão de temas absurdos e fúteis que ele propõe. Deixemo-lo falar sozinho ou somente para o seu “cercadinho”. Ignorá-lo pura e simplesmente, sem nem ao menos rir das bobagens que ele fala. Fundamental é mantermos o foco nos temas que interessam ao Brasil e que precisam ser resolvidos – desigualdade, pobreza, fome, geração de emprego e renda, elevação da consciência política e social do povo, educação e saúde públicas, recuperação da autoestima dos brasileiros, da soberania nacional e dos nossos ativos patrimoniais. E nessas pautas ele e o seu desgoverno entreguista e fascista em nada podem contribuir. Este é um ano de eleições gerais, nas quais votaremos em cinco importantes cargos: presidente da República, governador,

senador, deputados federais e deputados estaduais/distritais. E precisamos mais do que nunca renovar e melhor qualificar a nossa classe política. E para a tão necessária renovação, é fundamental reduzir o poder do Centrão, não votando em candidatos dos partidos que o integram (PL, PP, Republicanos, Solidariedade, PSL e PTB), além de PSD, MDB, DEM, PROS, PSC, Novo, Avante e Patriota, que em certas ocasiões se agregam àqueles. E, em breve, o União Brasil, fusão do DEM com o PSL. É hora de pesquisar os candidatos e analisar as ideias por eles defendidas e os meios indicados para implementá-las. A maioria deles promete muitas coisas que, embora atrativas, não são viáveis. (*) Geólogo, advogado e escritor


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I N F OR M E

A saúde do DF em seu labirinto Gutemberg Fialho (*)

Não surpreendem o anúncio da demissão do presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal, o IGESDF, e os rumores de nova mudança no comando da Secretaria de Saúde nesta sexta-feira (21). Essa impermanência e sensação de desgoverno na Pasta da Saúde nos acompanha desde o começo do atual governo. Não surpreendem porque os fatos tornam óbvio que a gestão da saúde no DF vai mal: estão se repetindo agora problemas que vimos no começo da pandemia da covid-19, no início de 2020. Lá se vão dois anos, milhões de reais gastos com as estruturas de lona e divisórias dos hospitais de campanha. E faltam leitos, respiradores, equipamentos de proteção individual e profissionais nos hospitais da rede pública. Com a disseminação sem freios da variante ômicron, sobram filas nos pontos de testagem – que deveria estar sendo feita de forma maciça e constante desde o início da pandemia, mas não foi. As Unidades

Básicas de Saúde estão saturadas, bem como as Unidades de Pronto Atendimento. E os hospitais estão correndo para executar um “plano de mobilização de leitos”, que foram desmobilizados em novembro de 2021. Naquele momento, no dia 16 de novembro mais precisamente, o primeiro ministro francês, Jean Castex, deu uma entrevista em que dizia que a variante se espalhava por seu país “na velocidade de um raio”. Não era segredo para ninguém que, como ocorreu nas outras ondas da covid-19, o fenômeno se repetiria aqui. E, ainda que tenha avançado a vacinação e a maioria dos que se contaminam não desenvolvam sintomas graves, era de se esperar que, pela quantidade de pessoas contaminadas em velocidade tão rápida, fossem necessários leitos, respiradores, medicamentos e profissionais de saúde preparados para dar a assistência necessária à população. Mas ninguém tomou nenhuma dessas providências e estamos à beira de um novo colapso nas unidades de saúde. Não é surpresa a saída do presidente do IGESDF. Surpreendente é que ainda

se mantenha esse modelo de gestão que não cumpriu com os objetivos prometidos quando da sua criação. Depois de escândalos seguidos, suspeitas de corrupção, prisões de gestores, sucessivos aumentos de repasses de verbas públicas que são desviadas das demais unidades públicas de saúde sob a gestão da Secretaria de Saúde do DF. Não seria surpresa se, na sequência da demissão do presidente do IGESDF, o secretário de Saúde fosse substituído mais uma vez – já tivemos três substituições antes. O que é assustador é ver esse descaso com a gestão do sistema público da saúde em meio a uma pandemia que já tirou a vida de mais de 10 mil moradores do DF, fora moradores de outras localidades que foram atendidos aqui. A impressão é de que os responsáveis pela gestão pública da saúde andam de olhos vendados dentro de um labirinto, batendo as cabeças nas paredes. Mas todo labirinto tem saída. E a saída deste passa pelo estabelecimento de políticas públicas de saúde efetivas, planejamento sério no lugar dos improvisos

Dr. Gutemberg Fialho Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal

e medidas emergenciais em situações previsíveis, reincorporação à Secretaria de Saúde das unidades entregues ao IGESDF, blindagem da gestão da saúde de ingerências politiqueiras e corrupção, nomeação de gestores que conheçam o sistema de saúde do DF e competentes para administrar esse patrimônio fundamental para as vidas de todos nós.

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital

I N F OR M E

Bancários promovem Dia de Luta e Luto DIVULGAÇÃO

Joanna Alves (*) Em defesa da saúde, da vida e contra o desrespeito dos banqueiros diante do novo cenário da pandemia de covid-19, bancários e bancárias de Brasília vestiram preto para a realização, na quinta-feira (20), do Dia de Luta e Luto. A mobilização, que contou com o apoio de clientes e usuários, denunciou o caos a que estão expostos todos os trabalhadores em bancos, cobrou mudança de postura dos banqueiros e medidas sanitárias mais rígidas. A ação do Sindicato e dos Bancários incluiu fechamento de agências no Setor Comercial Sul, local mapeado pela entidade com alta preocupante no número de trabalhadores contaminados pelo novo coronavírus.

“Muitos colegas contaminados nos reportam um sofrimento terrível que po-

deria ter sido evitado se fossem adotadas medidas mais responsáveis e a contento do que a situação exige”, afirmou o presidente do Sindicato, Kleytton Morais. Segundo ele, “o Dia de Luta e Luto chama os bancos à responsabilidade para evitar novas contaminações entre bancários, terceirizados e clientes, além de cobrar respeito à vida daqueles que perdemos para o vírus”. O dirigente lembra ainda que a situação é crítica e pode piorar se a inércia dos banqueiros e das autoridades persistir. “Hoje, são mais de 200 mil pessoas contaminadas por dia, mas as previsões apontam para um milhão de infectados a cada dia. Neste momento, ampliar as medidas de saúde e segurança salva vidas”, destaca Morais. Desde a escalada na exposição dos

trabalhadores, com afrouxamento das medidas de segurança e convocação de todos os bancários ao trabalho presencial, mesmo aqueles do grupo de risco, o Sindicato tem executado uma série de atividades de conscientização e mobilização. O Dia de Luta e Luto, as plenárias e assembleias fazem ecoar o descontentamento da categoria diante do descaso dos banqueiros. (*) Do Seeb Brasília

Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital


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Guará cont privatização d Mobilização iniciada em 2020 ganha força na comunidade, mas não altera disposição do GDF

Manifestações contra a privatização do Cave começaram em janeiro de 2020

José Silva Jr No dia 20 de janeiro de 2020, um grupo de cerca de 20 pessoas tentava chamar a atenção de outros moradores do Guará empunhando faixas com inscrições imperativas do tipo “Tirem as mãos do Cave” e “O Cave é Nosso”. O protesto deles fazia alusão à polêmica disposição do Governo do Distrito Federal (GDF) de en-

FOTOS: ANTÔNIO SABINO

DIVULGAÇÃO

tregar a exploração dos espaços do Centro Administrativo Vivencial e Esporte (Cave) para a iniciativa privada. De lá para cá, o grupo se fortaleceu. Artistas, produtores e lideranças comunitárias intensificaram a luta em defesa do Complexo do Cave. Até sexta-feira (14), haviam colhido 289 assinaturas para o abaixo-assinado intitulado “Livro de Ouro contra a PPP do Cave”.

Famoso ginásio do Cave está com cara de abandonado

Já deram várias entrevistas para emissoras de rádio e TV, escreveram artigos em jornais e pediram ajuda ao Ministério Público para embargar a privatização. Em outra frente, na internet, o protesto ganhou mais signatários. Atualmente, tem 2.430 assinaturas. Mas, até agora, nada disso foi suficiente. O processo de licitação para privatização do Complexo Cave continua tramitando.

Discussão começou com Rollemberg A mudança de gestão é sonho antigo e perpassa governos. Começou em 2016 na gestão de Rodrigo Rollemberg (PSB), quando foi publicado o Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) com o objetivo de obter estudos de modelagem técnica, econômico-financeira e jurídica para concessão do Complexo. Mas não avançou. Agora, sob a direção de Ibaneis Rocha (MDB), o tema volta à ribalta e atrai adeptos e refratários,

capitaneado pela Secretaria de Esporte e Lazer. A vencedora do certame público rezará na cartilha do governo: construir, reformar, modernizar, operar e manter os referidos equipamentos, efetuando pagamento ao poder público do valor da outorga, pelo prazo inicial de 30 anos, prorrogável uma vez por mais cinco anos. DESTINAÇÃO – A concessão do espaço não concede a mudança

de destinação da área. Ou seja, lá não poderá, por exemplo, ser construído um shopping. Mas, como tudo no Distrito Federal se muda a partir da Câmara Legislativa, basta um lobby bem feito para a vontade dos nobres parlamentares mudar e fazer com que a destinação seja alterada e, daí, erguer qualquer edificação naquela área gigante da QE 25, onde estão o ginásio, o estádio de futebol e o kartódromo.

Morador Geison Luiz está em dúvida sobre a privatização. Ele não quer pagar caro para usar o Cave

“Está abandonado. Caiu a árvore em cima, e nada”, afirma a moradora Cecília Oliveira


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tra a do Cave

O

Estrutura abandonada Hoje, a situação desses equipamentos corrobora para a vontade da maioria dos moradores de aceitar a privatização do espaço. Para se ter uma ideia do completo abandono, basta olhar para o telhado do ginásio. completamente destruído. Segundo os moradores, as marcas foram deixadas pelas chuvas. Não esse último período chuvoso que desabou sobre a cidade no final de 2021 e início deste ano, alagando cidades pelo País afora. O temporal que fez vir abaixo o telhado do ginásio remete-se há dois anos. E desde então, ninguém fez nada para reparar o dano e devolver o equipamento para a população. LUCRO – Esse abandono é que faz a dona de um quiosque situado

na frente do complexo esportivo ficar em dúvida sobre a privatização do espaço. “Está abandonado. Caiu a árvore em cima, e nada. Três anos que o ginásio está desse jeito. Alguém tem de tomar conta. Como o governo não assume, pode ser que a iniciativa privada resolva. Mas não sei se vai funcionar e ser bom para a população”, avalia Cecília Lima Oliveira, 50, que mora em Vicente Pires. O militar Geison Luiz, 35 anos, morador do Guará, também ficou em cima do muro quando soube desse projeto. Para ele, o temor está justamente no fato do valor da entrada para os equipamentos, caso venham a ser privatizados. “A empresa que pegar vai querer ter lucro. Então, tem de ver ser vai ser caro acesso”, disse ele.

Secretaria de Esportes realizou audiências Em nota, a Secretaria de Esporte e Lazer informa que instituiu a comissão de licitação para dar prosseguimento ao processo licitatório após a análise do Tribunal de Contas do DF. A comissão nomeada irá analisar o processo, construir o Edital, lançar a licitação nas próximas semanas e analisar as propostas. Toda PPP, por exigência legal, requer a realização de consulta pública, com o objetivo de dar publici-

dade e fomentar a discussão popular. A SEL realizou duas audiências públicas sobre o Cave nos dias 20/10/2020, às 11h15, no Salão Nobre do Palácio do Palácio do Buriti e 26/01/2021, às 11h15, no Salão Nobre do Palácio do Palácio do Buriti. As atas estão publicadas no DODF. A Administração Regional do Guará foi procurada, mas não se manifestou sobre o assunto até a publicação desta matéria.

Solução para acabar com a pandemia? Só não testarmos Mateus Gianni Fonseca (*) Entre 2019 e 2020 o mundo viu surgir um cenário pandêmico. O Brasil seguia normalmente suas festas de fim de ano e seu carnaval enquanto outros países enfrentavam o alto número de ocorrências (contaminações e mortes). Até que chegou nossa hora. Curva assustadora de mortes e contaminações. Falando em mortes, era como se, diariamente, condomínios inteiros desabassem. Os jornais pareciam uma rica aula de matemática com tantas explicações de médias móveis, tendências, gráficos etc. E vale destacar que procedemos com baixa testagem. Se chegamos a ter alto índice de contaminados com a baixa testagem, podemos inferir que o número

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de contaminações foi ainda maior do que o anunciado. Não estávamos só ruins, ou, melhor dizendo, com uma parcela alta da população de contaminados e outra parcela saudável. Estávamos com uma parcela alta da população de contaminados e outra parcela cujo estado de saúde era desconhecido.

E por que retomar este assunto? Neste fim de ano, enquanto muitos países estavam empreendendo outras medidas de enfrentamento dadas as novas ondas a partir da variante ômicron, o Brasil registrava aeroportos lotados, grandes eventos autorizados e aglomerações em toda esquina – um déjàvu – algo que havíamos visto há um ano. E que cuja “ressaca” está se apresentando agora novamente. Parece que não aprendemos com a virada do ano de 2020 para 2021, tampouco com a fábula dos três porquinhos – e assim continuamos em um país com a casa de palha. Enquanto existem países que estão construindo suas casas de madeira e outros que seguem construindo suas casas de alvenaria.

Estávamos em festa, enquanto os outros trabalhavam – apenas aguardávamos o infeliz sopro da pandemia surgir novamente. Sopro esse que ainda pode ser mais forte, nos deixando novamente ao léu. Não testar, testar pouco ou ignorar os números que as estatísticas nos oferecem não nos permite empreendermos festas de carnaval. Não nos livra da pandemia. Estamos caminhando rumo à vacinação, balanceando, mas de fato ainda tentando resolver esta equação. Sim, no gerúndio. (*) Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília – IFB **Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital


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VIA

Satélites

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Por Gabriel Pontes

Afago – Para tentar mitigar os prejuízos causados pela pandemia e pelos decretos com restrições às atividades econômicas, o GDF autorizou a isenção de IPVA e IPTU para empresários como cabelereiros e produtores de eventos, dentre outros.

DISTRITO FEDERAL

População enfrenta problemas para fazer teste de covid-19 DIVULGAÇÃO

Com o avanço da vacinação e a redução da letalidade do coronavírus, a nova onda de contaminações por covid-19 no DF revela um novo desafio às autoridades da saúde: a testagem da população. A dúvida sobre estar contaminado pelo coronavírus ou pelo H2N3 paira sobre milhares de brasilienses. A escassez de testes aumenta a preocupação. UBS – O músico Vitor Hugo Freire, 27, teve febre, dor de cabeça, dores no corpo e tosse. Por três dias ele tentou fazer o teste nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) - chegou a ir em Taguatinga e Núcleo Bandeirante. Sem sucesso. “Os hospitais não conseguem atender à demanda. Nos laboratórios está cada vez mais difícil a testagem”, relata. SEGUNDA TAXA MAIS ALTA – O aumento de infectados se reflete na taxa de transmissão do vírus, que chegou a 2,31. O dado significa que cada 100 pessoas infectadas têm transmitido a doença para outras 231. O índice medi-

Restrições e máscara Também devido à alta contaminação, o GDF editou novo decreto restringindo ainda mais os eventos culturais na cidade. A partir de agora, as pistas de dança devem ficar fechadas em bares e casas noturnas. Eventos com aglomeração e cobrança de ingresso estão proibidos. O uso de máscara em locais abertos também volta a ser obrigatório.

JOEL RODRIGUES/AGÊNCIA BRASÍLIA

do neste mês está atrás apenas de março de 2020, quando chegou a 2,61. FARMÁCIAS – Nesta semana, 23 farmácias do DF receberam testes rápidos de antígeno para aplicação gratuita em pacientes com suspeita de covid-19. O público-alvo deve seguir os seguintes critérios: estar sintomático ou ter tido contato com casos confirma-

dos da doença. São sintomas: tosse, febre, dor de garganta, falta de ar e perda de olfato ou paladar.

Confira onde fazer o teste gratuito no DF

Vacina salva Apesar da alta taxa de transmissão, a vacinação tem se mostrado eficaz e o crescimento de casos não representou aumento no número de internações, de casos graves e, tampouco, de óbitos pela doença.

Acesse e veja como solicitar seu benefício

CRIANÇAS – O DF começou a vacinar crianças de 8 a 11 anos na quarta-feira (19). Até então, a vacinação contemplava apenas crianças de 11 anos e de 5 a 10 anos com comorbidades. “Le-

vem seus pequenos aos pontos de vacinação. Assim poderemos retomar nossa vida com segurança”, escreveu o governador Ibaneis Rocha (MDB) em sua conta no Twitter.

Iluminada e imunizada Apesar das restrições em eventos particulares, o projeto Brasília Iluminada reuniu mais de 50 mil pessoas no último fim de semana na Esplanada dos Ministérios. Devido à má repercussão da aglomeração pública em tempos de novas restrições, o GDF adiantou o fim da exposição de quinta (20) para quarta-feira (19).


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I N FOR M E

Vitória da vida

DIVULGAÇÃO

A autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o uso da vacina coronavac, do Instituto Butantan, na campanha de imunização infantil contra a covid-19 é mais um importante passo para o combate ao novo coronavírus. Diante do aumento alarmante no número de infectados no Brasil e no mundo, motivado pela escalada da variante ômicron, a autorização possibilitará que os governos estaduais comprem o imunizante diretamente do Butantan sem a necessidade de aguardar a remessa das vacinas pelo Ministério da Saúde. A novidade não modifica a faixa etária das crianças que poderão ser vacinadas, Rosilene: governos estaduais podem acelerar a compra e antecipar vacinação de crianças mas aumenta a oferta de vacinas, já que o Butantan tem armazenado 10 milhões próximo estaremos do fim da pandemia, de óbitos de não vacinados ou com vade doses. Anteriormente, somente a Pfi- a aprovação da Anvisa para a compra da cinação incompleta, além de aumentar a zer estava liberada para vacinar crianças coronavac é um passo gigantesco para o procura em hospitais. a partir de 5 anos, o que prejudicava a combate à covid. Os governos estaduais Aproximadamente 210 milhões de campanha de imunização infantil, uma vez têm a oportunidade de acelerar a compra doses já foram aplicadas em crianças em que as doses, vindas do exterior, eram em de vacinas e antecipar a imunização das diversas partes do mundo. Além de reduquantidade insuficiente para todas as fai- crianças”, salienta Rosilene. zir internações e mortes, a vacina infantil xas de idade infantil. tem o potencial de prevenir a covid-19 Diante da urgência em acelerar a COMPRA – Após o anúncio da Anvisa, longa e de impactar na circulação geral imunização do público de 5 a 11 anos, alguns governos estaduais já se antecipada Sars-cov-2. a diretora do Sinpro, Rosilene Corrêa, ram e estão solicitando remessas do imu“Diante da demora na vacinação das acredita que a medida é um avanço e nizante ao Butantan. Anteriormente, vários crianças, muitos governos argumentauma importante vitória pela vida e pelo governos, a exemplo do Distrito Federal, vam que a falta de imunizantes prejudicombate ao vírus que matou milhões de mostravam dificuldade na vacinação das cava a campanha. Agora isto já não é pessoas no mundo. crianças devido à falta de imunizantes. mais problema. Os governos estaduais “Se analisarmos que a vacina está A demora na imunização tem causado têm a oportunidade de acelerar a imunisalvando milhões de vidas mundo a fora, o aumento de infectados, alta no número zação dos pequenos, fato que vai colae quanto mais pessoas imunizadas mais

borar diretamente no combate ao vírus”, afirma Rosilene Corrêa. ATRASADO – Apesar da liberação na compra da coronavac pela Anvisa, o Brasil colhe frutos negativos devido à demora na realização dos procedimentos contra a covid-19. Além da política contrária e irresponsável praticada pelo governo federal desde a chegada do vírus, a própria Anvisa demorou na utilização de imunizantes em território brasileiro. Desde o ano passado a coronavac já é usada em crianças de 3 a 11 anos em países como China, Hong Kong, Chile, Equador, Indonésia e Camboja. A utilização foi aprovada após estudos comprovarem sua eficácia e segurança na imunização de crianças e adolescentes. Outro exemplo é a utilização do imunizante Pfizer em bebês de seis meses. O Sinpro entende que se todas estas preocupações e medidas tivessem sido adotadas pela Anvisa e pelo governo Bolsonaro no Brasil, milhares de vidas teriam sido salvas e o combate ao vírus estaria em estágio bem mais adiantado.

Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital

Plataforma ajuda na preparação para o PAS Os estudantes que estão se preparando para conseguir uma vaga na UnB por meio do Programa de Avaliação Seriada (PAS) podem contar com o PAS Digital. Trata-se de uma plataforma de estudo que utiliza metodologia de aprendizado inteligente, visando a aprovação no PAS/UnB, que começa no próximo dia 30 de janeiro. Não é um cursinho on-line. A plataforma usa inteligência artificial e big data para ajudar o estudante a focar em conhecimentos fundamentais para conseguir a vaga na UnB por meio do PAS. A

ferramenta permite ao candidato obter informações sobre o edital, simulador de notas, esquemas de estudo, guia de como analisar obras, material com acesso às matérias que mais caem na prova, além de correção de redação. O PAS Digital tem 14 mil estudantes cadastrados, mais de 2 mil questões resolvidas, parcerias com 3 escolas públicas, cerca de 100 alunos bolsistas e mais de 170 análises de obras disponibilizadas para quem comprar os pacotes oferecidos. São oferecidas, gratuitamente, informações sobre o edital resumido, o simulador de no-

tas, esquemas de estudo, guia de como analisar obras, material com acesso às matérias que mais caem na prova e informações gerais sobre correção da redação. Estudantes carentes conseguem bolsa de estudos na plataforma. Para isso podem entrar em contato com os administradores por meio do Instagram @pasdigital_ INTELIGÊNCIA – A CEO do PAS Digital, Gabriela Bechepeche, conta que a plataforma surgiu há dois anos, com o início da pandemia. “Com a covid-19, passamos grande parte da experiência presencial para

o digital. Com isso, mais do que transferir todo o material para a plataforma, criamos inteligência e conhecimento”, diz a estudante de Engenharia Civil na UnB. O conteúdo é atualizado dentro da plataforma, com auxílio de professores, sempre que temas são alterados. “A ideia é que os alunos trabalhem os principais temas, como obras, redação e matérias que mais caem no certame. Temos, ainda, um simulador de notas para ajudar alunos que ainda possuem dúvidas de quanto devem tirar e como funciona”, completa a CEO.


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Brasília

Acompanhe também na Internet o blog Brasília, por Chico Sant’Anna, em https://chicosantanna.wordpress.com Contatos: blogdochicosantanna@gmail.com

Por Chico Sant’Anna

Park Way em pé de guerra DIVULGAÇÃO

Cresce o imbróglio territorial entre Arniqueiras e Park Way. De um lado, a administradora de Arniqueiras, Telma Rufino (Pros), de outro, os moradores do Park Way, capitania hereditária do distrital sargento Hermeto (MDB). No centro da discórdia um letreiro em concreto, de 1,70 metro de altura, no balão da Estrada Parque Vicente Pires, que dá acesso à SMPW Quadra 4, com o nome de Arniqueiras fincado em terras do Park Way. Por ali também pode-se chegar à RA de Arniqueiras. Inconformados, moradores do bairro cobriram o letreiro com uma faixa de doze metros: “Aqui é Park Way”. Pra muitos, a fixação do marco além fronteiras de Arniqueiras tem o estratégia de avançar, ainda mais, sobre a RA do Park Way.

Fracionamento selvagem Desde o processo de regularização da nova RA, comandado pessoalmente por Telma Rufino, há um desconforto no bairro. Isso porque Arniqueiras, antes pertencente a Águas Claras, “invadiu” território do Park Way, notadamente áreas verdes, trazendo normas urbanísticas que favorecem o adensamento populacional e agridem o meio-ambiente. “O Park Way é um espaço urbano planejado, que nasceu de forma legal. Já Arniqueiras é fruto de um fracionamento selvagem de antigas chácaras rurais”, salienta a ambientalista Mônica Veríssimo, ex-integrante do Conselho de Meio Ambiente (Conam-DF).

Letreiro de Arniqueiras, instalado no Park Way, foi coberto por moradores inconformados

Invasão de áreas verdes A maior parcela da nova RA fica ao Sul da EPVP, mas pelo menos três “línguas” de terra invadiram a poligonal das quadras 3, 4 e 5. O Park Way perdeu, assim, 919 hectares. No Park Way, os lotes de 20 mil m² podem sem fracionados em no máximo 8 parcelas de 2.500m². Nessas línguas, serão permitidos lotes de 125 m², com taxa de ocupação de 80%. No Park Way, é de 45%. Os imóveis da nova RA poderão ter até 3 pavimentos e uso misto: comércio e residência. REAÇÃO – Entidades comunitárias como a Amac Park Way, o Conseg e a ACPW são contra ao “letreiro alienígena”. Para o presidente do Conseg, Marcelo de Carvalho, seria o primeiro passo para “garfar e anexar” o ramal do Park Way que margeia a EPVP, da Quadra 1 à 5, e adotar nesse trecho as bases urbanísticas de Arniqueiras. “Imaginem um lote do Park Way passando de 8 para 100

unidades. Muito mais lucrativo, principalmente, para as organizações que sustentam o letreiro”, diz. “Se nos calarmos, agora, as indevidas ocupações de Arniqueiras continuarão avançando e a desordem urbanística será chancelada por políticas inescrupulosas”, salienta Joffre Nascimento, presidente da ACPW. DER LAVA AS MÃOS – O Departamento de Estrada de Rodagens diz ter autorizado a fixação do marco e que não lhe cabia dizer a qual RA pertence o local. E que a deliberação foi feita segundo as normas de segurança no trânsito. O administrador do Park Way, Maurício Tomaz da Silva, informa que, em dezembro, seu interino, Wilson de Sousa, enviou ao DER oficio com o apelo dos moradores pela retirada do letreiro. Sem sucesso. Telma Rufino, alega que o letreiro apenas marca o acesso à cidade que dirige.

Um happy hour perigoso A deputada distrital Julia Lucy (Novo) tem sorte de não ser uma parlamentar britânica. Caso contrário, poderia estar na mesma saia justa do primeiro ministro da Grã-Bretanha, Boris Johnson, que pode vir a perder o cargo por conta de festinhas e happy hours que ele e sua equipe promoveram em plena pandemia da covid-19. Lucy vai pelo mesmo caminho e promove happy hours públicos. O último foi no Gama, na sexta-feira (14). A distrital postou vídeo em suas redes sociais convidando apoiadores a ir encontrá-la no Sarará Bar. “Minhas atividades são políticas, transparentes e absolutamente dentro da lei. Estou tranquila, diz a parlamentar. Mas a população do Gama não atendeu ao convite. Segundo postagem da própria deputada em seu Instagram, apenas um apoiador compareceu ao “Happy hour com a Lucy”. À mesa, ninguém usava máscara. GAMA – Naquele mesmo dia, o Distrito Federal registrava 479.086 casos de covid, sendo 23.285, no Gama, que responde por 5% dos casos no DF. O total de vítimas fatais da covid somava naquela sexta-feira 10.167 brasilienses, sendo 665 (2,9%), no Gama. A cada dia, a Secretaria de Saúde registra 2.900 novos casos e a ocupação de leitos de UTI chegou, na sexta (14), a 85% da capacidade. O índice de transmissão estava em 2,09 (cada 100 infectados contaminam outras 209 pessoas). Ou seja, a quantidade de pessoas acometidas pela doença pode duplicar e, se continuar assim, e entrar novamente numa espiral da morte.


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QUESTÕES DA ALMA

Anna Ribeiro Qual é a distância que nos separa? Algumas pessoas a gente carrega com a gente de um jeito tão afetuoso e íntimo que vez ou outra é ela quem nos carrega Perder uma caneta, um lenço, um objeto qualquer, nunca é bom. A sensação é de que algo se foi sem o nosso consentimento. Saiu à francesa, discretamente, sorrateiramente. A gente perdeu. E esse verbo é sempre difícil de conjugar na primeira pessoa. Algumas coisas vão ficando pelo caminho.

Pelo caminho ficam não só coisas, mas eventos que esquecemos, datas supostamente importantes. Também pelo caminho ficam os dias transcorridos. O ontem, o minuto anterior a este exato segundo. No fundo da sua bolsa, num dia qualquer, você reencontra a

ESPÍRITA

José Matos Vocação, profissão e satisfação O gosto pelo conhecimento deve acompanhar profissionais de todas as áreas e atende à Lei de Progresso. O conhecimento adequado é prazeroso Se você é professor ou médico só por conveniência ou salário e quer continuar, tome gosto. As pessoas merecem receber o melhor! Se você é professor ou médico só por dinheiro, você está na profissão errada. Nessas profissões, o gosto pelo seu exercício é de fundamental importância por-

TV Comunitária lIGADA EM BRASÍLIA

que contagia e facilita a aprendizagem ou a cura. Depressão é doença que, em algum momento, aparecerá para profissionais que não se aperfeiçoam ou que estão na profissão errada. Há professores, médicos e outros profissionais vocacionados que com o tempo desanimam, e

tal caneta perdida. Ela já te parece um pouco diferente daquela que você perdeu. A caneta está gravada, tem o seu nome, a sua assinatura. É ela, mas não é. A tinta secou. Caneta foi feita para escrever, se não escreve é tipo gente que não respira – não vive. Estava conversando sobre esses desencontros. O tema era o porquê de não se encontrar com amigos que foram tão especiais em alguns momentos da vida. Perde-se amizades porque a gente não se encontra mais. Será que é isso mesmo? Será que é a distância que nos separa? Discordo. Eu acredito que a gente perde amigos porque não encontramos o outro. Um pouco mais de atenção! É como o caso da caneta. Encontrar não traz consigo a identificação, o terreno afetivo necessário para o reconhecimento de uma relação com o outro. Um encontro por si é só um encontro. Na contramão disso, a textura, a sutileza do toque, a combinação

de cores daquele lenço é tão viva dentro de mim que poderia jurar que ele me acompanha até hoje. O lenço perdido nunca se foi. Trago envolto ao pescoço até hoje e acho que serei enterrada com ele. Uma boa companhia na partida final. Algumas pessoas são assim. A gente carrega com a gente de um jeito tão afetuoso e íntimo que vez ou outra é ela quem nos carrega. Tenho amigos melhores que este meu lenço, com eles eu quero aproveitar cada minuto da vida. Eu tenho amigos que respiram e voam comigo até quando estão no fundo da bolsa, até quando fazem as pausas para apreciar a própria trajetória. É preciso encontrar-se, só e no outro. É preciso ser o lenço de alguém também. Pode me levar na bolsa ou junto ao pescoço. A gente se encontra.

uma das razões é falta de crescimento. É preciso aperfeiçoar-se sempre. O gosto pelo conhecimento deve acompanhar profissionais de todas as áreas e atende à Lei de Progresso. O conhecimento adequado é prazeroso. As pessoas estão buscando profissões, sem vocação. Você nasceu por uma causa, por um propósito e não por acaso. Qualquer coisa a gente faz no início da atividade laboral, mas depois precisa encontrar aquilo que, além do dinheiro, dá prazer. “Trabalhe com o que gosta e não trabalhará nenhum dia na vida”. “Você não é só matéria. Você não é um ser humano vivendo uma experiência espiritual. Você é um ser espiritual vivendo uma experiência humana”, disse Teilhard Chardin. Toda profissão tem objetivos ocultos. Para o médico, valor à vida, ao corpo e à saúde. Para

o professor, educação de si, paciência, fé. Para o comerciante, paciência, diplomacia e sedução. Para o militar, respeito, ordem, hierarquia, espírito de corpo e amor à pátria. Para o psicólogo, conhecimento de si, empatia. Para o agrônomo e profissionais da terra e pecuária, amor à natureza e ao Criador. Para o cabeleireiro, manicure, pedicure, costureiro, modista: gosto pelo belo, pela estética. Para o engenheiro, arquiteto, pedreiro e mestre de obra, construção de si. Você não vê os outros como eles são. Você os vê como você é. Quando você melhorar-se como ser humano, verá tudo e todos melhor. A generosidade é a verdadeira riqueza. Você pode ser apenas um mendigo de rua, mas ainda assim pode ser generoso.

Anna Ribeiro Escritora

José Matos

Professor e palestrante

CANAL 12 NA NET WWW.TVCOMUNITARIADF.COM @TVComDF

TV Comunitária de Brasília DF


Brasília Capital n Gastronomia n 12 n Brasília, 22 a 28 de janeiro de 2022 - bsbcapital.com.br

Gastronomia

CLASSIFICAÇÃO $ - BARATO $$ - MÉDIO $$$ - ALTO $$$$ - CARÍSSIMO

Dedé Roriz

Empresário e radialista divulgando a boa gastronomia e eventos de Brasília Instagram: @dederoriz

PASTA WAY

Franquia abre primeira loja em Águas Claras Águas Claras já conta com a primeira franquia do Distrito Federal de massas artesanais e molhos especiais Pasta Way. A novidade foi trazida pelos casais de empresários Wagner e Eliane e Marlon e Eliana, e inaugurada no último fim de semana. A equipe de Gastronomia do Brasília Capital experimentou um pouco de tudo todas as opções. Chamou a atenção o penne ao molho de alcatra com catupiry e alho frito por cima. Não menos saboroso é o nhoque frito com molho branco, bacon e brócolis Mas, são mais de 50 combinações de opções no cardápio, de massas tradicionais penne, fusilli e nhoque e os molhos branco, ao sugo e bolonhesa, além dos adicionais de bacon, almôndegas e legumes. Para quem pedir para viagem ou pelos aplicativos de comida, os potes térmicos têm durabilidade de até uma hora mantendo a comida quentinha até chegar em casa. No caso da loja de Águas Claras, a grande novidade da Pasta Way são as sobremesas, como o nhoque de leite ninho com geleia de morango (simplesmente maravilhoso)

e o nhoque de paçoca com doce de leite. Para a criançada, nhoque de oreo com ganache de chocolate. Tem opções individuais e família.

Shopping Vista Águas Claras Mais informações: Instagram: @pastaway.brasilia

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