Jornal Capital Federal 591

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Pelaí – Paginas 2 e 3

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Governador cria comissão de transição para acomodar novos aliados

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De Ibaneis para Ibaneis

Ano XII - número 591

Brasília, 5 a 11 de novembro de 2022

DF está fora da rota do trem Chico Sant’Anna – Página 10

Para quem Lula deve governar? Júlio Miragaya – Página 4

DIVULGAÇÃO / RICARDO STUCKERT

Brasil elege o amor

Lula da Silva vai presidir o País pela 3ª vez a partir de 2023, após derrotar Bolsonaro com um discurso do amor contra o ódio, incluindo uma declaração pública e um beijo na esposa Janja durante a festa da vitória. Mas assume uma nação dividida. O atual presidente demorou a reconhecer a derrota, o que estimulou atos antidemocráticos de seus seguidores mais radicais. Pelaí – Paginas 2 e 3 e páginas 5 a 7


Brasília Capital n Política n 2 n Brasília, 5 a 11 de novembro de 2022 - bsbcapital.com.br

Ex pedi en te

Antifacismo – Autointitulado Movimento dos Policiais Civis Antifascismo do DF, um grupo de policiais publicou manifesto na terça-feira (1º) criticando a inoperância das forças de segurança diante dos protestos ilegais no País após a vitória de Lula.

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Orlando Pontes

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Tiragem 10.000 exemplares. Distribuição: Plano Piloto (sede dos poderes Legislativo e Executivo, empresas estatais e privadas), Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo, Vicente Pires, Águas Claras, Sobradinho, SIA, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Lago Oeste, Colorado/ Taquari, Gama, Santa Maria, Alexânia / Olhos D’Água (GO), Abadiânia (GO), Águas lindas (GO), Valparaíso (GO), Jardim Ingá (GO), Luziânia (GO), Itajubá (MG), Piranguinho (MG), Piranguçu (MG), Wenceslau Braz (MG), Delfim Moreira (MG), Marmelópolis (MG), Pedralva (MG), São José do Alegre, Brazópolis (MG), Maria da Fé (MG) e Pouso Alegre (MG).

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De Ibaneis para Ibaneis AGÊNCIA BRASÍLIA

Reeleito em primeiro turno para mais quatro anos à frente do Buriti, Ibaneis Rocha (MDB - foto) fará mudanças na atual equipe para ajustar o futuro mandato às forças políticas surgidas das urnas de 2 de outubro. Na segunda-feira (1º), após a definição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente eleito, o governador publicou decreto no Diário Oficial do DF criando uma equipe de transição. Ou seja: é Ibaneis sucedendo Ibaneis. O grupo é formado pelos secretários de Planejamento, Orçamento e Administração, Ney Ferraz Júnior,

Quebra-cabeça O trabalho da comissão de transição criada por Ibaneis dará uma roupagem técnica às decisões políticas que o governador tomará para remontar sua equipe. Além dos ajustes ao plano de governo apresentado durante a campanha eleitoral, o grande quebra-cabeça é acomodar os vencedores nas disputas de deputados distritais e federais e senador sem perder aliados da atual gestão. Segundo fontes do Buriti, a grande derrotada é a família Arruda. A atual deputada Flávia (PL) perdeu a corrida ao Senado para Damares Alves (Republicanos) e o marido José Roberto (PL)

sequer pôde concorrer à Câmara Federal por problemas com a Justiça. Também está enfraquecido o vice-governador Paco Brito (Avante). Preterido da vaga na chapa majoritária, concorreu à Câmara Legislativa e não se elegeu. Quem está bem cotada é a vice-governadora eleita Celina Leão (PP). Flávia Arruda, além de não se eleger, é tida como possível ameaça a Damares e Celina em 2026. Assim, a senadora e a vice não terão interesse em fortalecê-la. E a ex-ministra da Secretaria de Governo não poderá contar com o abrigo do governo federal, devido à derrota de Bolsonaro.

Um olho lá, outro cá A executiva regional do PT se reúne na segunda (7). A expectativa é de participação no governo Lula, o que será negociado com a direção nacional. Mas

o partido não quer perder o protagonismo de principal oposição a Ibaneis, especialmente com o aumento da bancada de dois para três deputados distritais.

que presidirá a comissão; da Casa Civil, Gustavo Rocha; de Governo, José Humberto Pires; de Comunicação Social, Weligton Moraes; e pelo consultor jurídico do GDF, Rodrigo Frantz Becker. Os trabalhos começam na segunda-feira (7) e vão até 7 de dezembro. Também serão montados grupos temáticos para elaborar o relatório de transição e o plano de ação para o governo de 2023. A equipe pode convidar representantes da sociedade civil para participar das reuniões e terá livre acesso ao banco de dados do atual governo.

ANTÔNIO SABINO

Brasília Capital alegra Grass Depois de concorrer ao GDF e ficar a 5 mil votos (0,3%) de ir ao 2º turno contra Ibaneis, o distrital Leandro Grass (PV - foto) mergulhou na campanha de Lula. Na sexta (28), ele estava pedindo votos numa tenda entre a rodoviária e o Conic e vibrou ao receber um exemplar da edição 591 do Brasília Capital, cuja manchete era “13 razões para ser feliz de novo” com as principais propostas do agora presidente eleito.


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Lula e Bolsonaro cresceram no 2º turno no DF O eleitorado brasiliense mergulhou de cabeça no segundo turno: 1.838.492 foram às urnas, contra 1.819.900 no primeiro turno. A abstenção caiu 4,64%. Segundo o TRE-DF, 369.136 eleitores não foram votar no domingo (30), contra 387.096 na primeira rodada. Votos nulos e brancos também cresceram: foram 38.203 (2,08%) votos nulos, frente a 32.163 (1,77%) e 29.663 (1,61%) votos em branco ante 25.162 (1,38%) no primeiro turno. Vale lembrar: nulos, brancos e abstenções não influem no resultado final da eleição. Lula obteve 649.534 (36,85%) no primeiro turno e 729.295 (41,19%) no segundo. Bolsonaro cresceu de 910.397 votos (51,65%) para 1.041.331 (58,81%) no segundo turno. O resultado repete a histórica divisão, quase que meio a meio, entre azuis e vermelhos na Capital Federal.

JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

TV BRASIL

Deputado Reginaldo Veras lança livro na terça-feira

41,

19%

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81%

Justiça arquiva inquérito da cobra naja A Vara de Auditoria Militar do Tribunal de Justiça do DF arquivou o inquérito que investigou o caso da cobra naja, que em julho de 2020 picou o estudante de veterinária Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmku. O coronel Joaquim Elias Costa Paulino (foto detalhe), que à época era major e comandava o Batalhão Ambiental da Polícia Militar, e o capitão Cristiano Dosualdo Rocha, acusados de fraude processual e prevaricação, foram inocentados por falta de provas. A cobra naja, uma espécie exótica não originária do Brasil, era criada clandestinamente em Brasília por Pedro Henrique Krambeck, que acabou picado por ela. O estudante tinha, então, 22 anos e foi internado na UTI de um hospital particular no Gama. O soro antiofídico, de difícil acesso no País, precisou ser trazido do Instituto Butantan, de São Paulo. O caso passou a ser investigado pela Polícia Civil como tráfico de animais.

FOTOS: REPRODUÇAO

IVAN MATTOS/ ZOOLÓGICO DE BRASÍLIA

Também foi instaurado um Inquérito Policial Militar pela Corregedoria da PMDF para apurar se os dois oficiais teriam beneficiado o tenente coronel Clóvis Eduardo Condi, padrasto de Pedro Henrique. Na decisão, o promotor Nísio Tostes Ribeiro requereu o arquivamento com

base na falta de indícios que comprovassem que os PMs interferiram na ocorrência e na apuração dos fatos, ou que tivessem participado da retirada da cobra do local ou auxiliado no intuito de afastar a flagrância delitiva e desvincular o enteado de um oficial colega da Corporação.

Os professores Reginaldo Veras e Jefferson Urani lançarão, na terça-feira (8), a quarta edição ampliada do livro Distrito Federal + RIDE – História, Geografia e Sociedade. O evento acontecerá a partir das 19h no Stoll Rock Bar, em Taguatinga Sul. A publicação tem 300 questões comentadas sobre o DF e a Região Integrada de Desenvolvimento do Entorno (Ride) aplicadas pelos dois professores em cursinhos preparatórios para vestibulares e Enem (Exame Nacional de Ensino Médio). Deputado distrital por dois mandatos e recém-eleito deputado federal, Reginaldo Veras (PV/foto) é geógrafo, pós-graduado em Ecoturismo e Educação Ambiental e ministra aulas de Atualidades e DF/RIDE há mais de 30 anos. É professor da rede pública do DF e idealizador do projeto VerasNews, disponível no YouTube. Jefferson Urani é graduado em Geografia, Educação Física, Teologia e Direito e pós-graduado em Gestão Ambiental pela Universidade de Brasília (UnB). É educador há mais de 30 anos com atuação nas áreas de Atualidades, Geografia Geral e do Brasil e, em especial, História e Geografia do DF e da RIDE. Atualmente, é servidor do GDF, professor do IMP/ Unileya Cursos e Concursos, exerce advocacia e é empresário na área de eventos.


Brasília Capital n Opinião 4 n Brasília, 5 a 11 de novembro de 2022 - bsbcapital.com.br

Para quem Lula deve governar? Júlio Miragaya (*) AGÊNCIA BRASIL

Eleito novo presidente do Brasil na mais disputada eleição de nossa história, Lula já começou a sofrer a pressão para que faça um governo para todos os 215 milhões de brasileiros. Por trás disso, estão os vários segmentos da burguesia, do tal “Mercado”, que pressiona para ver seus interesses e privilégios preservados. Claro que o discurso de Lula foi de que vai governar para todos. E não poderia ser diferente. Mas isto não significa que o governante não estabeleça prioridades, definindo os setores da sociedade com quem mais se identifica, a quem “deve” sua eleição ou, no caso de Lula, com quem assumiu compromissos de classe. Bolsonaro deveu sua eleição em 2018 aos distintos extratos da burguesia brasileira - financeira, industrial, comercial e agrária - secundada pela classe média alta (donos de empresas e

propriedades agrícolas de médio porte, profissionais liberais, servidores do alto escalão etc) e à cúpula das forças militares/policiais e das igrejas evangélicas. Trata-se de uma massa de eleitores com grande poder econômico e político. E foi para esses que ele governou. Os resultados eleitorais deixaram muito claro a quem Lula deve sua eleição. Primeiramente, à classe trabalhadora mais pobre, famílias com rendimento médio mensal de até 3 salários-mínimos e majoritariamente, com o ensino fundamental. Deve também ao voto maciço de segmentos discriminados e atacados pelo bolsonarismo, como as mulheres e os negros. No plano regional, deve à votação consagradora obtida no Nordeste e parte da região Norte, mas venceu também em Minas Gerais e regiões importantes de estados onde perdeu, como as regiões metropolitana de São Paulo, Porto Alegre e a metade sul gaúcha. Sabemos que 60% dos brasileiros residem em domicílios com rendimento médio de até 3 salários-mínimos. Se Lula teve 2/3 deste eleitorado, Bolsonaro teve 1/3. Ou seja, 40% de seus eleitores são pessoas deste

extrato de renda, que não têm afinidade ideológica com o bolsonarismo, mas votaram em Bolsonaro iludidas pelo “pacote de bondades” (Auxílio Brasil, Vale Gás etc) e/ou “convencidas” pelo pastor. São 20% do eleitorado que deve ser reconquistado. É aí que Lula deve entrar firme. Não só garantir a continuidade do Auxílio Brasil (com outro formato, claro), mas institucionalizar o Programa de Renda Mínima, vinculando sua fonte de financiamento à receita advinda da tributação de lucros e dividendos, mediante projeto ao Congresso Nacional. Ademais, deve promover o reajuste imediato de 10% do mínimo, elevando-o para R$ 1.430, e enviar projeto ao Congresso para garantir direitos trabalhistas aos milhões de trabalhadores na informalidade. Em suma: ou diz a que veio ou se tornará refém do Mercado. RETRATO DO BOLSONARISMO – Embora derrotado, mesmo fazendo uso descarado da máquina pública, o bolsonarismo demonstrou força. Em artigo recente, a antropóloga Rosana Pinheiro Machado disse, com propriedade, que Bolsonaro foi capaz

de aglutinar impulsos que antes estavam dispersos na sociedade, afinal o Brasil sempre foi líder em feminicídios; o que mais mata pessoas LGBT no mundo; que dizimou sua população indígena e que mais tardiamente tornou ilegal a escravidão, mas continua matando aos milhares os jovens negros das periferias. Afirmou que o bolsonarismo opera pelas entranhas de ressentimentos e recalques múltiplos. Em sua trupe, aglutinou “cidadãos do bem” ensandecidos, uma espécie de “exército de Brancaleone”, articulados por empresários inescrupulosos (como no caso dos caminhoneiros) ou trabalhadores precários, que rechaçam a identidade de trabalhador, se autointitulando “empresários”, que acreditam que seu sucesso depende de seu esforço e da vontade de Deus, culpando os mais pobres pela dureza de sua vida. Esta turma ainda vai dar muita dor de cabeça. (*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia

Uma vitória memorável da democracia J. B. Pontes (*) DIVULGAÇÃO

O povo brasileiro, notadamente o nordestino, está de parabéns. Foi ele o principal protagonista de uma vitória democrática memorável, que marcará o início dos esforços para afastar em definitivo o risco iminente de nos transformarmos em um estado nazi-fascista e de continuarmos nas mãos de um tirano. O dia 30 de outubro de 2022 ficará marcado na nossa memória como histórico, quando o povo brasileiro conseguiu derrubar o governo mais desastroso, mais corrupto, mais mentiroso e sem escrúpulos no uso indevido dos recursos públicos para fins eleitoreiros que o Brasil já teve.

Nunca na nossa história um governante usou, de forma tão desavergonhada e audaciosa, a máquina do Estado para fins eleitoreiros. Ele praticou todos os atos sórdidos, ilegais e inimagináveis para conseguir a reeleição. Por isso, a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para mais um mandato de presidente, que lhe presenteou o povo brasileiro, foi majestosa. Não foi uma simples vitória sobre o atual desgoverno, mas, sim, contra a máquina do Estado, colocada nas mãos de quem não reúne as condições morais e intelectuais para gerenciá-la em benefício de todos. Ao perceber que os pacotes de bondades e recursos públicos distribuídos aos políticos do Centrão não surtiam os efeitos esperados, o desgoverno passou a adotar manobras ilegais e mentirosas com o nítido objetivo de tumultuar o

processo eleitoral. A poucos dias da eleição, desesperado ante a possibilidade concreta de derrota, continuou ele a atacar o processo eleitoral, alardeando que uma auditoria fake, feita por uma empresa não especializada, descobrira um desequilíbrio nas inserções em oito rádios do Nordeste, que supostamente teriam beneficiado Lula. Acionado, o Tribunal Superior Eleitoral prontamente rechaçou a denúncia, por absoluta falta de provas. Além do mais, todas as rádios supostamente envolvidas negaram veracidade aos dados apresentados pela “auditoria”. Com base nessa narrativa inverossímil, cogitaram pedir o adiamento da eleição. No dia da eleição, colocaram até a Polícia Rodoviária Federal para dissuadir o voto em Lula e tentar impedir eleitores de chegar aos locais de votação. Essa ação desobe-

deceu à determinação do TSE, além de atentar contra a liberdade de ir e vir dos cidadãos. Deverá ser investigada com profundidade, vez que há indícios de que ela tenha motivado uma alta abstenção nos locais onde foi mais intensa. A reconstrução não será nada fácil. O desmonte do Estado e o rombo nos cofres públicos foram descomunais. Vão deixar o Estado em condições similares às de “terra arrasada”. Mas o presidente eleito, junto com pessoas competentes e compromissadas com os interesses do País, por ele escolhidas, poderão formar um governo capaz de realizar a reconstrução e as mudanças que tanto almejamos, assim como avançar na consolidação da nossa democracia.

(*) Geólogo, advogado e escritor


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Maus perdedores FOTOS: REPRODUÇÃO TV

Após vitória de Lula, bolsonaristas fazem protestos antidemocráticos, bloqueiam estradas e pedem intervenção militar Democracia é o regime em que prevalece a vontade da maioria. Desde o fim da ditadura militar, na década de 1980, o povo brasileiro passou a exercer, periodicamente, o direito de eleger seus representantes pelo voto direto. Desta forma são escolhidos vereadores e prefeitos, nas eleições municipais, e deputados estaduais (no caso do DF, distritais) e federais, senadores, governadores e presidente da República, nos pleitos nacionais. Aparentemente desconhecedores deste preceito estabelecido pela Constituição Cidadã de 1988, bolsonaristas radicais passaram a contestar a vitória de Lula, sem base legal, tão logo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proclamou o resultado da disputa, no domingo (30). Em suas manifestações antidemocráticas, bloquearam rodovias e pediam

Caminhoneiros contestaram a vitória de lula com manifestações em todo o País

intervenção militar, o que é crime. Bolsonaro refugiou-se no Palácio da Alvorada sem reconhecer a vitória do adversário. O silêncio do presidente serviu de combustível para seus seguidores mais fanáticos. E mesmo sem apoio dos verdadeiros líderes da categoria, caminhoneiros passaram a bloquear estradas, cumprindo ordens de patrões donos de frotas e ajudados por manifestantes que montavam barricadas com paus e queima de pneus. Inexplicavelmente, a Polícia Rodoviária Federal e várias polícias militares estaduais não agiram para

garantir o direito constitucional de ir e vir de todos os cidadãos brasileiros. Em alguns casos, integrantes das forças de segurança foram flagrados contribuindo para que os atos ilegais se perpetrassem. Somente na terça-feira (1º), 44 horas após a proclamação da vitória de Lula, o primeiro presidente do Brasil derrotado na tentativa de se reeleger fez um curto pronunciamento (durou exatos 2 minutos). A mensagem não era clara e reiterava “injustiça” do processo eleitoral. Diante da insistência de alguns de seus seguidores em manter estra-

das bloqueadas em vários pontos do país, Bolsonaro publicou um vídeo na quarta-feira (2) à tarde orientando seus apoiadores a pôr um fim aos atos criminosos e antidemocráticos. Lula teve sua vitória imediatamente reconhecida pelos presidentes da Câmara e do Senado, Artur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG); do TSE, Alexandre de Morais; e do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber. Também recebeu mensagens e telefonemas de chefes de Estado das principais nações do planeta, como Joe Baden (EUA) e Emmanuel Macron (França). O argentino Alberto Fernández embarcou num voo de Buenos Aires para São Paulo para abraçar o amigo. Com a volta de Lula ao poder, o povo brasileiro volta a ter esperança em dias melhores. Já no primeiro dia de reunião do governo de transição, a ordem era no sentido de a equipe encontrar soluções para incluir no orçamento de 2023 a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600 e sem interrupção a partir de janeiro, e o reajuste do salário mínimo acima da inflação, baseado no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). A equipe será chefiada, num primeiro momento, pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) com a ajuda da presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffman (PR).

I N FOR M E

Prazos prescricionais são ampliados por ação do SEEB

Sindicato agenda atendimento jurídico para bancários interessados em interromper prescrição de direitos O Sindicato ajuizou, em 2017, ações coletivas de protesto em prol

dos bancários e bancárias, visando interromper a prescrição em relação a horas extras, incorporação de gratificação e intervalos, entre outros direitos. “A Constituição Federal assegura aos empregados ajuizamento de ação quanto a créditos trabalhistas com prazo de prescrição de cinco anos, devendo o direito de ação ser exercido dentro de

dois anos após o desligamento”, esclarece Laís Carrano, do escritório LBS Advogados, que assessora o Sindicato. A advogada acrescenta que tais prazos prescricionais foram ampliados pelo Sindicato, por meio do ajuizamento dos protestos judiciais. Os beneficiários dos protestos (sindicalizados à época) que queiram utilizar a interrupção da

prescrição deverão agendar atendimento jurídico pelo (61) 33668100 (LBS Advogados).

Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital


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Na festa da democr O Brasil registrou, domingo (30), a menor diferença de votos da história entre o vencedor e o derrotado numa disputa pela presidência da República. A vantagem de apenas 2,1 milhões de votos a favor de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL) – 50,90% % contra 49,10% - deixou a apuração emocionante até os momentos finais e causou emoções diversas. Enquanto milhares de eleitores de Lula comemoravam a terceira passagem do petista pelo Planalto, bolsonaristas passaram a bloquear ilegalmente estradas e a se posicionar em frente a unidades militares pedindo intervenção, o que é inconstitucional. Alegavam, sem qualquer prova, irregularidades no pleito. O choro dos perdedores ganhou força com demora de 44 horas do atual presidente em reconhecer a derrota, o que fez de forma dúbia na terça (1º). Bolsonaro só veio a público apelar para que seus seguidores respeitassem o direito constitucio-

nal de ir e vir na quarta (2), terceiro dia após a votação. Já Lula, logo nos dois primeiros discursos após a vitória - um lido em um hotel em São Paulo e outro de improviso sobre um caminhão de som na Avenida Paulista – emitiu sinais de que governará para todos. E por várias vezes exaltou a vitória do amor sobre o ódio. Confira algumas frases do presidente eleito neste sentido:

É hora de baixar as armas, que jamais deveriam ter sido empunhadas. Armas matam. Nós escolhemos a vida” ROVENA ROSA/AGÊNCIA BRASIL

FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

“Viveremos um novo tempo, de paz, amor e esperança”


Brasília Capital n Brasil n 7 n Brasília, 5 a 11 de novembro de 2022 - bsbcapital.com.br

racia o choro é livre REPRODUÇÃO TV

DIVULGAÇÃO / RICARDO STUCKERT

REPRODUÇÃO TV

“É preciso reconstruir a alma deste país. Recuperar a generosidade, a solidariedade, o respeito às diferenças e o amor ao próximo” FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

ANTÔNIO SABINO

“Vamos trabalhar sem descanso por um Brasil onde o amor prevaleça sobre o ódio, a verdade vença a mentira e a esperança seja maior que o medo” REPRODUÇÃO TV

FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

“A mais importante virtude de um bom governante será sempre o amor pelo seu país e pelo seu povo. No que depender de nós, não faltará amor neste país. Vamos cuidar com muito carinho do Brasil e do povo brasileiro”


Brasília Capital n Cidades n 8 n Brasília, 29 de outubro a 4 de novembro de 2022 - bsbcapital.com.br

I N FOR M E

Lula presidente: um novo tempo para a educação Luiz Inácio Lula da Silva venceu as eleições e governará o Brasil pela terceira vez, doze anos após ter deixado o cargo. O presidente eleito recebeu 60.345.999 votos dos brasileiros e brasileiras (50,9%), 2,3 milhões a mais que seu adversário – que se consagrou, no domingo (30 de outubro) o primeiro presidente a não alcançar a reeleição. O Distrito Federal foi a unidade da federação onde Lula mais cresceu do primeiro para o segundo turno (12,28%), saltando de 649.534 para 729.295 votos. No geral nacional, Lula cresceu 5,39% do primeiro para o segundo turno. Além de vencer em quase todas as capitais do Nordeste, o petista também ganhou em cidades importantes, como São Paulo e Porto Alegre. Lula recebeu os cumprimentos de diversos líderes mundiais, entre eles, Joe Biden (EUA), Emmanuel Macron (França), Alberto

Fernández (Argentina), Pedro Sanchez (Espanha), Antonio Costa (Portugal) e Josep Borrell (União Europeia); além das manifestações vindas de México, Reino Unido, Equador, Canadá, Bolívia, Uruguai, Peru, Haiti, Panamá e muitos outros. A comemoração marcou o fim da eleição mais polarizada e violenta da história do Brasil. Ao longo de 2022 repetiram-se episódios de violência, alguns deles terminando com mortes, como a do tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda, e o trabalhador rural Benedito dos Santos, também eleitor de Lula. No último dia de campanha, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) perseguiu um homem pelas ruas de São Paulo ameaçando-o com um revólver. Um segurança dela chegou a ser preso por ter efetuado disparo, mas pagou fiança e foi solto. Em seu discurso de vitória, Lula rea-

firmou seu compromisso prioritário com o combate à fome e disse que governará para todos os brasileiros. “Tenho fé que, com a ajuda do povo, nós vamos encontrar uma saída para que este país volte a viver democraticamente, harmonicamente. E a gente possa restabelecer a paz entre as famílias, os divergentes, para que a gente possa construir o mundo que nós e o Brasil precisamos”, disse. O presidente eleito também se manifestou sobre a cultura do armamento, exaltada pelo seu adversário e aliados. “É hora de baixar as armas, que jamais deveriam ter sido empunhadas. Armas matam. E nós escolhemos a vida”, disse. “[O povo brasileiro] Quer livros em vez de armas”. Para a educação, abre-se um novo período. “A eleição deste domingo marca a possibilidade concreta de superar-

mos esse momento tão difícil, em que os profissionais do Magistério tiveram que amargar uma dura criminalização do nosso papel na sociedade, além da profunda desvalorização e ataques aos nossos direitos”, destaca Cléber Soares, diretor do Sinpro. “Será um momento de reconstrução da sociedade e da democracia. Temos muita esperança, mas também muita luta a ser feita. E é mais fácil fazer a luta num ambiente democrático”, completa. Luciana Custódio, diretora do Sinpro, concorda: “Este novo ciclo abre caminhos para construirmos uma plataforma educacional que valorize e incentive a pesquisa, a ciência, a liberdade de cátedra. O golpe de 2016 veio para silenciar a classe trabalhadora, e agora voltamos a ter no horizonte uma perspectiva de futuro, associada ao emprego e à garantia de direitos”, encerra Luciana.

Escola de São Sebastião dá show em São Paulo dantes do Brasil na educação, são os fundamentos para essas boas práticas.

Letícia Sallorenzo O Centro Infantil 01 de São Sebastião foi uma das 36 escolhidas dentre mais de 700 concorrentes no Prêmio Educar 2022, realizado em São Paulo, no dia 19 de outubro. A escola foi indicada na categoria Educar com Equidade Racial e de Gênero por realizar, desde 2013, o Projeto e Festival de Valorização da Cultura Afrobrasileira e Indígena. Educadoras representantes da escola destacaram a importância da luta antirracista na educação pública. Cleyde Cunha Sousa, gestora do “Centrinho”, como é carinhosamente conhecida a escola, está exultante. Ela conta que as duas coordenadoras pedagógicas da escola, Lediane Corado Costa e Francineia Alves da Silva, se inscreveram no prêmio por incentivo da professora substituta Bárbara Pias, que é mestranda da UnB. “Represento aqui uma escola da periferia do Distrito Federal e agradeço a premiação pela importância da luta antirracista na educação pública nas nossas comunidades”, afirmou Francineia. Cleyde conta que o projeto é desenvolvido desde 2013, e muitos profissionais colaboraram em sua construção: “É um proje-

O Festival da Cultura Afrobrasileira e indígena no Centrinho é referência em pesquisas

to de todo um coletivo. Esse prêmio representa cada um que já passou pela escola”, alegra-se. CULTURAS AFROBRASILEIRA E INDÍGENA – O Festival da Cultura Afrobrasileira e indígena, realizado anualmente no Centrinho, tornou-se referência tanto pela profunda pesquisa realizada pelas professoras e professores quanto pelo acesso que as crianças têm a culturas de povos de matriz africana e indígena no Brasil. O Centrinho tem 23 turmas de crianças de 4 e 5 anos. O festival é resultado de um processo de

pesquisa e vivências com as professoras e professores para imersão nos temas, conhecimento da história afrobrasileira e indígena e estudo dos elementos culturais, além de realização de muitas atividades artísticas e vivências com indígenas que vivem no DF. Puxada de Rede, capoeira, pinturas corporais indígenas, beleza e estética afro-brasileira, desfile de moda afro e vestimentas tradicionais indígenas aprofundam o reconhecimento das identidades e diversidades culturais da formação do povo brasileiro. As leis 10.639 e 11.645, que instituem esses elementos fun-

PRÊMIO, DEBATE E DIÁLOGOS – Para além da premiação, Cleyde comemora a possibilidade de diálogo e debate com outras escolas: “O prêmio Educar nos permitiu participar do encontro Diálogos por uma Educação Antirracista, que nos permitiu saber o que está acontecendo em outros projetos Brasil afora. Isso também nos fortalece nessa luta, nos ajuda a entender melhor os objetivos da educação antirracista, a melhorar ainda mais nosso projeto, ou seja, modificar nossa proposta pedagógica de forma a ampliar o alcance desse projeto”. Cleyde também quer dividir o sucesso com outras escolas: “Nossa missão é também divulgar o projeto para as demais escolas que tenham interesse e trazer novas parcerias com o projeto”.

Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital


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Novembro Azul: Saúde fica para depois Novembro começou e traz com ele uma importante campanha voltada à saúde dos homens, que trata da necessidade de prevenção ao câncer de próstata, um dos mais frequentes entre os brasileiros. Mais do que isso, o alerta vai além, e mostra, sobretudo, que os homens se preocupam menos com a saúde do que as mulheres. Em um cenário de grave desassistência no SUS, o resultado é que, para ambos os sexos, a saúde acaba ficando para depois. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), mais de 8.820 brasilienses desenvolveram, de 2020 a 2022, algum tipo de câncer – e o de próstata está na ponta das incidências. Logo atrás, vêm os casos de tumores na mama. Em 2021, até agosto, foram contabilizadas 853 internações por câncer de mama na rede de saúde do DF. A doença matou 256 pacientes em 2020 e 136 até setembro do ano passado (uma morte a cada dois dias). E, de lá para cá, o cenário pouco mudou, apesar da política das carretas do Outubro Rosa.

No Brasil, existe, tanto para mulheres quanto para homens, a Política Nacional de Atenção à Saúde. Acontece que, no que diz respeito à saúde da mulher, os investimentos caem ano a ano, fato que levou deputadas e senadoras, em abril deste ano, a questionarem despesas do Orçamento com mulheres. No DF, apesar dos R$ 8 bi que deveriam ser destinados à saúde em 2022, o que ainda se vê são filas intermináveis para rastreamento e tratamento de diversas doenças relacionadas às mulheres, como o próprio câncer de mama. Vale salientar que, para reduzir a mortalidade do câncer de mama, é necessário melhorar o acesso ao diagnóstico em até 60 dias. Isso mesmo: dois meses. Isso inclui a consulta na atenção básica, a mamografia, a ecografia, a consulta médica especializada, a biópsia e o retorno médico para conclusão do diagnóstico. O que acontece no DF? A maioria das mulheres sequer chega à mamografia neste prazo.

Voltando à saúde dos homens. É necessário, sim, fazer uma ampla campanha para que homens cuidem mais e melhor da saúde. Infelizmente, tabu da masculinidade impede que a maioria dos homens busque a assistência à saúde da população. No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não melanoma). A doença é grave e pode matar. No entanto, com diagnóstico precoce e tratamento, há 90% de chances de cura. Agora, a pergunta: Na rede pública, esse diagnóstico precoce e tratamento são uma realidade? Acredito que não. Mais do que campanhas que lembram a importância dos cuidados com a saúde, é urgente investir no SUS para que ele tenha capacidade de exercer o seu papel: assistência à saúde população. Enquanto a saúde não for levada a sério pelos nossos gestores, entra campanha, sai campanha e a população, ainda que procure mais os serviços de saúde, continuará a

Dr. Gutemberg Fialho Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal

ver navios, com mortes evitáveis. É preciso oferecer aos usuários da rede pública condições para que consigam lutar por suas vidas. Só publicidade não salva ninguém.

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital

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Brasília Por Chico Sant’Anna

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DF está fora da rota do trem As linhas férreas estão chegando ao Planalto Central, mas o brasiliense que quiser “oiá” o trem passando, como recomendou Raul Seixas, em Trem das 7, vai ter que ir até o Entorno. Três novas ferrovias estão surgindo, vão passar pertinho, mas duas delas não vão entrar no Distrito Federal. A terceira entra, mas pouco. Só até a divisa do DF com Goiás. As três são de responsabilidade do grupo econômico Petrocity e se destinarão exclusivamente ao transporte de cargas. O grupo deseja interligar a região produtora de grãos do Centro-Oeste ao norte capixaba, para ali ser exportada. O Petrocity se vale do novo marco ferroviário, pelo qual a iniciativa privada define um trajeto para uma nova ferrovia e pede autorização ao governo para executá-lo. A autorização de ferrovia mais recente é a que interligará Corumbá de Goiás, a 124 Km de Brasília, a Anápolis, cruzando o município de

DIVULGAÇÃO

EF Planalto Central

A Estrada de Ferro Planalto Central vai conectar Unaí (MG) a Campos Verdes (GO)

Abadiânia. O trecho é tecnicamente classificado como Ramal Ferroviário. Seus 68 Km servirão para transportar, a partir de julho de 2028, grãos, rochas ornamentais, minerais e carga em geral que possa ser acondicionada em contêineres.

A iniciativa consolida Anápolis como um hub ferroviário de produtos e mercadorias, interligando o Norte e o Sul do País. É naquela cidade que a Norte-Sul chega do Pará. As estimativas são de que serão investidos R$ 423 milhões no ramal.

Uma segunda ferrovia, a EF 355, projetada pelo mesmo grupo vai interligar o Norte de Goiás ao Noroeste de Minas. Ela é focada no transporte de soja, milho, cana-de-açúcar, café, cobre, níquel, nióbio, ouro, rochas ornamentais e carne. Denominada Estrada de Ferro Planalto Central, em 530 Km ela conectará Unaí (MG) a Campos Verdes (GO). Seu trajeto evita Brasília. Contorna o território do DF, passando por Cristalina, Novo Gama, Luziânia, Santo Antônio do Descoberto, Alexânia e Corumbá, onde se interligará ao Ramal Ferroviário Corumbá-Anápolis. De Unaí, ela se conectará a outra ferrovia, com destino ao porto de São Mateus (ES).

Brasília-Espírito Santo A ideia do grupo é criar uma ampla malha ferroviária com estações de transferência de mercadorias em pontos estratégicos. É o caso de Unaí, que será dotada de equipamento para transferir vagões a outra ferrovia que tem por destino final o Centro Portuário de São Mateus. Dessa forma, produtos da região do Cerrado poderão ser exportados mais facilmente. Essa ferrovia já conta com projeto do mesmo grupo – a EF 030. Denominada Estrada de Ferro Juscelino Kubitschek, esta sim, sairá de Bra-

sília, provavelmente do Porto Seco, em Santa Maria, e terá 1.300Km até o litoral do Norte capixaba. O trajeto vai rivalizar com a Ferrovia Centro-Atlântica, que reúne antigas estruturas da RFFSA, privatizada no governo Fernando Henrique Cardoso. Atualmente, o DF está conectado com São Paulo por meio da FCA, operada por um grupo de empresas que tem a Vale como acionista. Os trens que chegam a Brasília trazem essencialmente areia e combustíveis, e levam cereais produzidos aqui.

Toda essa malha ferroviária, mais o porto no Espirito Santo, deve custar R$ 30 bilhões, provenientes da iniciativa privada, e gerar mais de cinco mil empregos diretos e indiretos. A expectativa é de que, uma vez em operação, ela gere mais oportunidades econômicas numa vasta região que vai desde o Norte-Noroeste do Espírito Santo, passando pelo Sul da Bahia, Vale do Aço, Norte Mineiro, Goiás e DF. É pena que toda essa malha não inclua o transporte de passageiros.

Se possibilitasse o transporte de pessoas e produtos, o projeto traria uma maior integração e desenvolvimento mais harmonioso, em especial aos municípios que formam a Região Integrada de Desenvolvimento do DF e Entorno ((Ride). Esse é o momento oportuno para que as autoridades locais tomem a iniciativa de sensibilizar os empresários de forma a fazer com que essas ferrovias adentrem efetivamente o Distrito Federal. Não podem ficar paradas, vendo o trem passar.


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NUTRIÇÃO

Caroline Romeiro

Biotipo não é determinante para emagrecer Combinação de exercício com alimentação é o principal determinante do processo de emagrecimento Tenho visto muitos profissionais, inclusive nutricionistas, falando sobre a influência do biotipo

como um fator determinante para o emagrecimento. O biotipo tem sido usado, há décadas, pela ciência dos

ESPÍRITA

José Matos Tédio – Consequência do vazio existencial São pessoas que não se realizaram, não estão no caminho indicado por sua vocação ou vivendo apenas uma vida material O Brasil é um dos maiores consumidores do mundo de drogas para dormir, contra depressão, ansiedade e angústia. Há nas igrejas, clínicas e consultórios médicos queixas constantes e generalizadas de vazio existencial, e muitos médicos e te-

rapeutas não podem ajudar porque também sofrem do mesmo mal. O que está acontecendo com a humanidade? Tédio provocado por vazio existencial por parte de pessoas que não se realizaram, não estão no caminho indicado por sua vocação ou viven-

esportes como uma forma de caracterizar alguns padrões que podem ter melhor desempenho associado a algumas modalidades esportivas. Mas temos determinadas características que podem trazer alguma relação com maior facilidade ou não para acumular gordura ou ganhar massa muscular, o que pode influenciar nesse processo. Mas lembre-se: não é determinante! ECTOMORFO – Biotipo relacionado a baixo volume muscular e reduzida quantidade de gordura corporal. Geralmente, pessoas mais magras têm esse biotipo. MESOMORFO – Biotipo relacionado a um corpo musculoso e com baixa quantidade de gordura corporal. ENDOMORFO – Relacionado a um cor-

do apenas uma vida material. Somos corpo, mente e alma. A falta de atenção a um deles vai repercutir na saúde, no sono e na insatisfação com a vida. Por não entenderem do equilíbrio que deve haver neste complexo mente, corpo e alma é que pais, colegas e cônjuges aborrecem o doente angustiado, deprimido ou ansioso com a pergunta de sempre: por que você está assim? Você tem tudo! É certo que, se tivessem “tudo”, não estariam doentes. Falta o essencial: o encontro com o propósito da vida, com a natureza, com as necessidades dos seus corpos. Assim como o corpo precisa de alimento e atividade física, a mente precisa criar, crescer. E a alma precisa amar, compartilhar. Ame, nem que seja animais e plantas. Mas ame. Amando, exterioriza-se energia necessária para o equilíbrio e contentamento da alma. OSHO, questionado sobre o tédio, respondeu: “Do jeito que você é, já fez o suficiente! Você tornou a vida tedio-

po mais arredondado e mais largo. Geralmente, pessoas com esse biotipo tendem a acumular mais gordura corporal. Portanto, existe maior dificuldade para perder peso. Apesar destes serem os principais somatotipos, um mesmo indivíduo pode apresentar características de outros tipos. Porém, sempre haverá predominância de um destes em relação ao outro. E você? Consegue se identificar com algum deles? Bom, quero deixar claro que nada muda o fato de a combinação de exercício com alimentação ser o principal determinante de processo do emagrecimento. (*) Presidente do Conselho Regional de Nutricionistas 1a Região Instagram: @carolromeiro_nutricionista

sa um empreendimento. Vida é tédio? Você deve ter uma enorme capacidade para ignorar a vida, os pássaros, as árvores, as flores, as pessoas. “Nós nos tornamos encapsulados, sem janelas, vivendo atrás de um muro de prisão. Você não vê o céu à noite cheio de estrelas. Você está vivendo em um contexto errado. Como pode permanecer não afetado pela maravilha da vida? Você está apegado ao passado, ao seu conhecimento, às suas lembranças, à sua mente. “Você está perdendo o presente. Perca o presente e vai viver no tédio. Sim, você deve ter ficado muito alienado da vida. Daí o tédio. Não viva como se soubesse. Apenas olhe em volta com um pouco mais de clareza e verá que a vida é hilária. “Torne-se novamente uma criança e, em troca, ganhará encantamento e, a menos que seja uma criança, não entrará no Reino de Deus”. (*) Professor e palestrante


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