Jornal Brasília Capital 541

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O xadrez quântico das eleições de 2022 Chico Sant’Anna – Páginas 6 e 7

Ano XI - número 541

Brasília, 20 a 26 de novembro de 2021

As entranhas da Fecomércio-DF

DIVULGAÇÃO

José Aparecido se sustenta na presidência por uma liminar que pode cair a qualquer momento. Conselho Fiscal do Senac denuncia tentativa de compra de um programa de computador por R$ 5,6 milhões Página 9

O estica e puxa entre Bolsonaro e o PL Pelaí – Páginas 2 e 3

DIVULGAÇÃO

Izalci e Leila alteram a Flona para regularizar 26 de setembro Via Satélites – Página 8

PRIMEIRO COZINHA BAR

Bolinho de camarão envolto em bolinho de bacalhau Dedé Roriz – Página 12

E MAIS

Terceira via a b da Regra Trêussa Júlio M iragaya – Pág.

4

O Zumbi noss de cada dia o Ricardo Viana

– Pág. 4

Racismo e intolerância JoséMatos – Pá g. 11

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

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Brasília Capital n Política/ Pelaí n 2 n Brasília, 20 a 26 de novembro de 2021 - bsbcapital.com.br

Ex pedien te

Saco sem fundo – A Câmara Legislativa vota, na terça-feira (23), mais um crédito para as empresas de ônibus. Desta vez, o valor proposto pelo GDF é de R$ 166 milhões. Assim, a cifra de repasses para o setor se aproxima do meio bilhão de reais somente neste ano. E o serviço só piora!

Diretor de Redação

Orlando Pontes ojpontes@gmail.com Diretor Comercial

Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869 Diagramação / Arte final

Giza Dairell Diretor de Arte

Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com

Tiragem 10.000 exemplares. Distribuição: Plano Piloto (sede dos poderes Legislativo e Executivo, empresas estatais e privadas), Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo, Vicente Pires, Águas Claras, Sobradinho, SIA, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Lago Oeste, Colorado/ Taquari, Gama, Santa Maria, Alexânia / Olhos D’Água (GO), Abadiânia (GO), Águas lindas (GO), Valparaíso (GO), Jardim Ingá (GO), Luziânia (GO), Itajubá (MG), Piranguinho (MG), Piranguçu (MG), Wenceslau Braz (MG), Delfim Moreira (MG), Marmelópolis (MG), Pedralva (MG), São José do Alegre, Brazópolis (MG), Maria da Fé (MG) e Pouso Alegre (MG).

Baixaria na OAB-DF

FAKE NEWS – Tido como articulador de campanhas políticas, Kontoyanis optou por produzir vídeos apócrifos e a espalhar fake news para atacar adversários. Mas o feitiço virou contra o feiticeiro, e, em vez de ganhar votos, afastou muitos possíveis apoiadores da candidata Thaís Riedel (foto). VENENO – Na última semana da campanha, Kontoyanis experimentou do próprio veneno. Viralizou na internet uma matéria com um áudio em que ele fala sobre seus métodos para eleger políticos e depois dividir com eles o exercício do poder. RACHADINHA – Ele diz na gravação: “Tem gente que me critica muito porque, quando eu chamo um

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FRANÇA/AGÊNCIA SENADO

A eleição para escolha do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Secção DF para o triênio 2022/24, que acontece neste domingo (21) de forma digital e presencial, descambou para a baixaria. Muito em função das questionáveis estratégias do coordenador da chapa Você na Ordem, Lucas Kontoyanis.

candidato pra conversar, eu digo pra ele: olha, tudo bem. Você vai vir para o meu partido, vai vir pro meu grupo. Mas, aqui é o seguinte: metade do seu poder é do grupo, a outra metade é sua”. PERGUNTA – Para quem sabe ler, pingo é letra. Será que, se eleita, Thaís Riedel exercerá plenamente o poder de presidente da OAB-DF? O Brasília Capital tentou

fazer esta pergunta a ela, mas até a publicação desta matéria a candidata não havia retornado a ligação. O mesmo aconteceu com Lucas Kontoyanis. SARDINHA – Kontoyanes jacta-se de ter elegido quatro deputados em 2018, quando era presidente do partido Avante no DF. E cita nominalmente o distrital Reginaldo Sardinha (Avante).

Em defesa dos concursados O distrital Reginaldo Veras (PDT) protocolou, quinta-feira (18), junto ao presidente do Tribunal de Contas do DF, Paulo Tadeu (foto), uma representação questionando a contratação de Organizações da Sociedade Civil (OSCs) pela Secretaria de Desenvolvimento Social para exercer funções típicas de servidores públicos de carreira. NOMEAÇÃO – “Estou fazendo esse

questionamento por entender que a terceirização dessa atividade de carreira de servidor público é inconstitucional”, justificou. Segundo Veras, “é inadmissível que tenha um concurso pronto e um curso de formação feito, o Estado tendo gastado muitos recursos para formar esses concursados que esperam a nomeação, o governo cogite a possibilidade de contratar OSCs”.


Brasília Capital n Política/Pelaí n 3 n Brasília, 20 a 26 de novembro de 2021 - bsbcapital.com.br

“Felizmente temos Lula” EDILSON RODRIGUES/AGÊNCIA SENADO

O ex-senador Cristovam Buarque (Cidadania - foto), que votou a favor do impeachment de Dilma (PT), reconhece que Lula é o único nome forte para derrotar Bolsonaro em defesa da democracia. “Felizmente temos Lula”, disse, em entrevista ao jornalista Roberto D’Ávila, da Globo News, na terça-feira (16). RECONHECIMENTO – Cristovam vê as eleições de 2022 como um plebiscito pela democracia. E defendeu a união de todos os democratas contra Bolsonaro. "Reconheço que, agora, o único partido realmente forte [na disputa contra Bolsonaro] é o PT. E o único nome é Lula, que fez um bom governo”. VULCÃO – Para Cristovam, a democracia brasileira corre sérios riscos. "Temo muito que o pri-

Domingo tem Passeio Ciclístico do Cruzeiro

meiro turno seja um vulcão de autodestruição dos democratas". Na avaliação dele, o debate deve preceder o período eleitoral, para que Bolsonaro não se beneficie do excesso de candidaturas. "Temo um golpe de Bolsonaro no segundo turno, a depender do ce-

nário militar e eleitoral". CANDIDATURA – Cristovam prometeu apoiar candidaturas no DF, "a depender do cenário local". Mas, em princípio, afirma que não será candidato. "Espero colaborar com o Brasil como escritor", disfarçou.

PL se arruma para receber Bolsonaro Os diretórios regionais do PL deram ao presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, “carta branca” para acertar a filiação de Jair Bolsonaro ao partido. O ato ocorreria na segunda-feira (22), mas foi cancelado após desentendimento entre o presidente da República e o cacique sobre o posicionamento do partido em vários estados, especialmente em São Paulo.

AGÊNCIA BRASIL/MARCELO CAMARGO

VTNC – A discussão entre Bolsonaro e Costa Neto foi repleta de indelicadezas trocadas por mensagens, com direito a “vai tomar n... c... Mas o clima ficou mais ameno após o encontro dos presidentes regionais com o comandante nacional da legenda, na terça-feira (16). DEBANDADA – Desde então, apesar de frias, as negociações entre Bol-

sonaro e PL foram reabertas. Mas, pelo menos cinco deputados anunciaram que sairão do partido, caso o presidente confirme a filiação. CRESCIMENTO – Por outro lado, 20 deputados devem sair do PSL para o PL após a filiação de Bolsonaro. Isto é o que anima Valdemar Costa Neto, além da perspectiva de reeleger o presidente da República.

União por Moro? O partido União Brasil, resultado da fusão do DEM com o PSL, discute a possibilidade de apoiar o ex-juiz Sergio Moro (foto), que se filiou ao Podemos, para a Presidência da República em 2022. DÚVIDA – Embora Moro seja a melhor opção da terceira via em termos de pesquisas (tem 10%, enquanto Mandetta e Rodrigo Pacheco não passam de 3%), di-

rigentes do União têm dúvidas sobre o que representaria apoiar o ex-ministro da Justiça. ALTERNATIVA – Moro não agrada as bases do Nordeste, reduto das principais cabeças do UB. Entretanto, o tempo passa e está ficando tarde para definir um candidato que se torne uma alternativa viável entre Lula e Bolsonaro.

Quinhentos ciclistas se inscreveram para o 3º Circuito de Passeio Ciclístico do Detran-DF nas RAs em homenagem ao 62º aniversário da cidade e ao Dia Mundial em Memória das Vítimas de Trânsito – os participantes farão uma parada para um minuto de silêncio na Praça do Cruzeiro, no Eixo Monumental, em memória das vítimas de trânsito. A concentração será às 7h30, em frente ao ginásio da Quadra 611 do Cruzeiro Novo. A saída está prevista para as 9h. Para participar, é necessário se inscrever pelo site www. even3.com.br/circuitodetrandfcruzeiro/. Foram disponibilizadas 300 vagas, preenchidas em menos de duas horas. Por isso, o diretor-geral do Detran, Zélio Maia, determinou a abertura de mais 200. “É importante termos este controle para que tudo ocorra da melhor maneira possível”, explicou. Os inscritos receberão uma “sacochila” do Detran, contendo pulseira refletiva e materiais educativos. Segundo Maia, o objetivo é estimular o uso da bicicleta como meio de transporte e levar conscientização para todos – ciclistas, condutores e pedestres. “É um momento, ao mesmo tempo, de reflexão e de celebração da vida”.

Diretor-geral do Detran-DF, Zélio Maia da Rocha


Brasília Capital n Opinião 4 n Brasília, 20 a 26 de novembro de 2021 - bsbcapital.com.br

Terceira via abusa da Regra Três Júlio Miragaya (*) AGÊNCIA BRASIL Muito se tem falado e ouvido ultimamente sobre terceira via, que seria uma candidatura competitiva, alternativa às de Lula e Bolsonaro. O termo tem origem na economia política, quando se buscou associar o liberalismo econômico à proteção social, o chamado social-liberalismo. Seu mais conhecido expoente foi o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, do Partido Trabalhista. Mas, aqui no Brasil tem se aplicado mais ao cenário político-eleitoral. A burguesia brasileira nunca endossou as candidaturas do PT e sabe que mais quatro anos com Bolsonaro só agravará a crise econômica, social e político-institucional do país, com sérios prejuízos para seus negócios. Por isso procura desesperadamente por uma “terceira

via”. E tem abusado nessa procura. O saudoso e genial poetinha Vinícius de Morais, em sua famosa canção “Regra Três”, recorreu à terceira regra do jogo de futebol, que trata das substituições de jogadores, para fazer uma humorada crítica ao parceiro Toquinho, notório namorador, que, sempre em busca de novas aventuras, teria abusado da tolerância e do perdão de sua amada. Pois a 3ª Via burguesa também abusa das substituições. Por ela já passaram Tasso Jereissati, Datena, Luciano Huck e hoje agrupa um enorme número de pré-candidatos, casos de Dória e Leite (PSDB), Moro (Podemos), Pacheco (PSD), Mandetta (DEM/PSL), Felipe d’Ávila (Novo), Simone Tebet (MDB) e Vieira (Cidadania). Até Ciro Gomes (PDT) se apresenta como tal. Mas a todos falta algo crucial: votos. Sim, todos oscilam entre 1% e 8% das intenções de voto, alguns com traço nas pesquisas. O curioso é que todos pediram voto para Bolsonaro em 2018, exceto Ciro e Simone, que lavaram as mãos no 2º turno.

O fato é que a classe dominante brasileira - desde banqueiros e industriais a latifundiários, barões da mídia e a cúpula militar – não consegue engolir o protagonismo de Lula na política nacional. Vamos para a nona eleição desde o fim da ditadura militar e Lula foi protagonista em todas. Em 1989, perdeu no 2º turno para Collor, em função da farsa montada pela PF, vestindo camisetas do PT nos sequestradores do empresário Abílio Diniz; perdeu para FHC em 1994 e 1998, liquidado, respectivamente, pelos “estelionatos eleitorais” do Plano Real e da postergação da ncora Cambial. E ganhou com folga em 2002 e 2006; elegendo Dilma sua sucessora em 2010, refutando uma mudança na Constituição para concorrer a um terceiro mandato. Reelegeu Dilma em 2014, que recusou a candidatura de Lula, que ganharia em 2018, pois liderava todas as pesquisas, mas foi impedido pelo TSE, que acatou a Farsa Jato, barrou sua candidatura e “presenteou” o Brasil

com o desgoverno Bolsonaro. A grande mídia diz que há espaço para a terceira via em vista do antipetismo que há na sociedade. Mas, como falar de antipetismo se o candidato do PT hoje lidera com folga todas as pesquisas e chega a 60% das intenções de voto entre os que ganham até dois salários mínimos; que se não fossem as armações de Moro/ Dallagnolo, venceria em 2018, provavelmente no 1º turno; que encerrou seu mandato em 2010 com 85% de aprovação popular. Antipetismo há entre os banqueiros, mas não entre os bancários; há entre os industriais, não entre os operários; há entre os latifundiários, não entre os camponeses; há na cúpula militar, não na tropa; há nos farsantes chefes evangélicos, não entre os fiéis. Em suma, noves fora, à terceira via sobram pretendentes, mas faltam votos. (*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia

O Zumbi nosso de cada dia Ricardo Nogueira Viana (*) DIVULGAÇÃO

Em 20 de novembro de 1695, após várias incursões à Serra da Barriga, as tropas de Jorge Velho, comandadas por André Furtado de Mendonça, chegaram ao Quilombo de Palmares e assassinaram Zumbi e o restante do seu exército de resistência. Em homenagem ao líder negro – o qual tem a sua biografia marcada por inações – afrodescendentes e antirracistas refletem sobre o passado, o presente e tentam erguer um depois. O pretérito do povo negro é marcado, principalmente, pela ausência de registros sobre a sua chegada, permanência e liberdade em solo brasileiro durante os séculos de escravidão. A partir de 1535, foram aportados à América mais de 12 milhões de es-

cravos oriundos de países africanos – o Brasil recebeu quase metade. Destes, 1,8 milhão morreram na travessia do Atlântico e foram arremessados aos tubarões. Vergonhosamente, fomos o último país da América a abolir a escravidão. Os negros eram tratados como coisa, tinham donos, imploravam por comida e sofriam castigos severos. E quem eram essas pessoas, as quais deram origem a 56% da nossa população, segundo o IBGE. Sabemos quem somos, mas não de onde viemos. Após a Lei Áurea, o então ministro da Fazenda, Rui Barbosa, ordenou a destruição de todos os documentos relativos à posse de escravos. O intuito seria evitar o pedido de indenização por parte dos aristocratas, o que traria um efeito devastador às finanças do país. Portanto, não há como se avançar na busca de nossa ascendência. Mas uma coisa é certa: se hoje vivemos, é porque um guerreiro foi capturado e subjugado, sobreviveu aos porões dos tumbeiros – navios ne-

greiros –, foi comercializado, castigado e conseguiu se reproduzir para que aqui estivéssemos. Dia da Consciência Negra é o momento de ressignificar o passado, apesar de poucos registros físicos, mas de muito sangue. Zumbi é singular, pois é um dos únicos negros contados pela História. Quantos negros anônimos resistiram com suas vidas aos castigos severos, às incontáveis chibatadas, à subtração de suas crianças e à violência sexual. Estamos falando de pessoas, as quais, apesar consideradas coisas, objetos, sofreram, morreram e formaram, com suor e lágrimas, o povo brasileiro. Também é o momento de avaliar o presente, consolidar balizas e prosseguir lutando por igualdade e respeito. Sim, não somos iguais. Desde uma abolição imprudente, a qual empurrou o povo negro para as margens da sociedade, à ausência de políticas públicas que o mantém nesta condição: ocupando favelas, cadeias e morrendo de forma hemorrágica.

Ações afirmativas não se restringem a cotas em universidades e concurso públicos, pois há falhas sensíveis na educação básica e o negro que habita favelas não tem o que comer e vestir, tampouco onde habitar. Quanto ao futuro, será reflexo das nossas ações e omissões. Em 2022, seria o momento de união para que elegêssemos representantes compromissados com os anseios da negritude, pois somos muitos. A maioria vence, desde que saiba o que quer. Eleger e nomear mandatários, não necessariamente negros, pois alguns que hoje ocupam as esferas de poder bradam por tolices, como uma escravidão benéfica ou que vivemos uma democracia racial. Mas, acreditar e eleger pessoas que tenham empatia com que o negro, sobrevivente desta sociedade hierarquizada, viveu e anseia para construir uma nação mais justa e igualitária. (*) Delegado-chefe da 6ª DP e professor de Educação Física


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I N FOR M E

Aprovados no PAS: Orgulho de ser da escola pública DIVULGAÇÃO

Sinpro-DF As escolas públicas do DF não param de comemorar os resultados do Programa de Avaliação Seriada (PAS) do triênio 2018-2020. Professores, orientadores educacionais, estudantes, pais, mães e responsáveis superaram as dificuldades, agravadas pela pandemia da covid-19, e a ausência de políticas públicas para a Educação, e emplacaram números impressionantes no processo de seleção para a UnB. O CEM 01 do Gama aprovou 78 alunos; o Centro de Ensino Médio do Setor Oeste (CEMSO), 48; e o CED 11 de Ceilândia comemorou 37 aprovações, mesmo após sofrer um momento muito triste, com o assassinato do estudante Geoffrey Stony Nascimento, de 16 anos, num latrocínio nos arredores da escola. Outras escolas também fizeram bonito, como o CEM 02 da Ceilândia, e o CEM 01 e CEM 02, de Brazlândia. As três trazem em comum a alegria de ter um número excelente de aprovados do PAS e o difícil contexto da vulnerabilidade socioeconômica dos estudantes. No CEM 02 da Ceilândia, 39 estudantes garantiram vaga na UnB. O segredo do sucesso, segundo o diretor Eliel de Aquino, tem

inspiração no mestre Paulo Freire. “Esperançar. Não poderíamos nos imbuir em outra palavra senão essa para superar governos que parecem trabalhar contra a educação”. Mesmo durante a pandemia, a escola não deixou de executar os projetos de apoio aos estudantes. “Conseguimos doação de computadores e de celulares para aqueles que não tinham equipamentos”. Trinta e seis estudantes do CEM 01 de Brazlândia garantiram vaga na UnB. “Se somados com o Enem, o número sobe para 67.

E acredito que, com a segunda chamada do PAS, alcancemos aí 80 estudantes”, afirma o diretor da unidade, Vinícius Mota. Além do esforço individual, também houve o trabalho conjunto da equipe, que investiu pesado no ensino remoto. “Quem só tem acesso ao material impresso, acaba perdendo. Fizemos o nosso melhor, mas tem coisas que não dependem da gente. Muitos projetos precisaram ser interrompidos. Mesmo assim, tivemos esse ótimo resultado”, avalia Mota.

No CEM 02 de Brazlândia, 48 estudantes fizeram a 3ª etapa do PAS, 32 foram classificados e 20 garantiram vaga na UnB em cursos de Direito, Mecatrônica, Farmácia e outros. Segundo o diretor Marcos Acléssio, o resultado, que pode melhorar após a segunda chamada do PAS, se deve ao esforço da comunidade escolar e ao empenho no projeto que visa à inserção dos estudantes no ensino superior. Iniciado há cinco anos, o projeto, além do reforço no conteúdo, auxilia os estudantes a fazerem suas inscrições no PAS, a solicitarem a taxa de inscrição e até a ratear a taxa para aqueles que não garantiram gratuidade. “Já fizemos muitos rateios para alunos poderem fazer suas inscrições. Aliás, essa taxa é o maior empecilho para esses estudantes”, afirma Marcos.

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital

Aponte a câmera do seu celular e veja os endereços.

Restaurantes Comunitários. Refeições por apenas R$ 1,00 e café da manhã por R$ 0,50. São 14 Restaurantes Comunitários em todo o Distrito Federal, com preços reduzidos. Agora também com café da manhã por somente 50 centavos. É assim que o GDF traz uma alimentação barata e de qualidade para mudar a história dos trabalhadores e famílias do DF.

Luana Leite

Frequentadora do Restaurante Comunitário


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Brasília

Acompanhe também na Internet o blog Brasília, por Chico Sant’Anna, em https://chicosantanna.wordpress.com Contatos: blogdochicosantanna@gmail.com

Por Chico Sant’Anna

O de cima manda no de baixo FOTOS: DIVULGAÇÃO

O xadrez quântico das eleições simultâneas nacionais e estaduais Imagine um jogo de xadrez com dois tabuleiros. Um sobre o outro. São jogos autônomos, mas não independentes. Um movimento no tabuleiro de cima interfere na estratégia do de baixo. A simultaneidade das eleições estaduais e nacionais transformou o pleito num jogo com essas especificidades. Esse jogo de xadrez existe: chama-se xadrez quântico. No xadrez quântico eleitoral brasileiro, o tabuleiro presidencial – o de cima – afeta os jogadores do de baixo. As candidaturas de Lula (PT), Ciro (PDT), Moro (Podemos), Bolsonaro (sem partido) e do nome que vier do PSDB impõem a necessidade de correligionários no DF. Não há como não ter um palanque local

Reguffe (Podemos) tem promovido eventos para prestar contas sobre sua atuação no Senado Federal

no tabuleiro de baixo que sustente o candidato nacional. A decisão de Bolsonaro de adiar – ou desistir – de se filiar ao PL fez alguns pré-can-

didatos candangos respirarem aliviados – pelo menos, por enquanto. Se o presidente entrar no PL, uma candidatura local própria teria que ser organiza-

da, e o nome mais forte seria Flávia Arruda. Concorrendo ao GDF, ela enfraqueceria Ibaneis, que a deseja na sua chapa como candidata ao Senado.

Sérgio Moro Reguffe Reguffe (Podemos) também seria afetado, mas não são claros os efeitos. Pela similitude de campo político, Flávia tanto poderia tirar Reguffe do segundo turno, quanto Ibaneis, hoje líder nas pesquisas. A presença dela também desidrataria Izalci (PSDB), ex-vice-líder do Bolsonaro no Senado. Com Flávia no tabuleiro

de baixo, Bolsonaro ganharia estrutura no DF e atrairia votos que sem a candidatura dela poderiam migrar para Ibaneis, Izalci, Reguffe ou outro nome de direita ou centro-direita. Felizes ficariam os potenciais candidatos à vaga ao Senado. Sem a presença da esposa do ex-governador Arruda, as chances de vitória ficam mais equilibradas.

Sérgio Moro se postou no tabuleiro de cima. Isso afeta Reguffe. O senador, que vem fazendo prestação de contas de mandato em reuniões regionais e panfletando nas esquinas da cidade, ganharia um selo de “morista”, “lava-jatista”. Isto afastaria os eleitores bolsonaristas e os de centro-esquerda. A presença do ex-juiz no tabuleiro de cima não traz conforto para o debaixo. Analistas especulam a possibilidade de até março Reguffe sair do Podemos. Ele já entabula conversas com o PSB e o PDT. No PDT, daria palanque forte

para Ciro no DF. Seu vice poderia ser o ex-presidente da Câmara Distrital, Joe Vale. Se a opção for o PSB e no andar de cima os socialistas fecharem com Lula, o palanque ganharia tons rubros, que não é a coloração tradicional do eleitorado de Reguffe. O destino de Reguffe também poderia ser a Rede. Embora tenha pouquíssimo tempo de TV, o partido teve sua visibilidade ampliada com a atuação de Randolfe Rodrigues na CPI da Pandemia. E promete trazer a ex-senadora Heloisa Helena (AL) para disputar pelo DF uma vaga na Câmara Federal.


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I N FO RM E

Rede e Psol Sob o desafio de sobreviver à cláusula de barreira, a direção nacional da Rede entabula conversas para formar uma Federação com outros partidos. A Federação é um casamento com prazo fixo de, no mínimo, quatro anos. É decidida no tabuleiro de cima e vale para o tabuleiro de baixo. Um dos interlocutores que a Rede mira é o Psol, que,

em congresso nacional, definiu não lançar, por enquanto, candidato presidencial e apostar numa frente. Uma frente ao GDF é o que almeja o Psol-DF. Nesse caso, teria a ex-secretária de Saúde, Maninha. Mas a demanda por palanques candangos para os presidenciáveis dificulta a materialização dessa frente. Pelo menos no primeiro turno.

Inscrições abertas para o projeto Arte|Fato Sindicato dos Bancários

Os cafés da manhã de Fátima Sousa contam com a presnça de políticos para discutir os rumos de sua candidatura

Café com Fátima Mesmo assim, as conversas na esquerda não param. Um exemplo é a mesa de café da manhã da professora Fatima Souza (Psol). Após surpreender em 2018, ao conquistar 4,35% dos votos, votação superior à do PT, ela se credenciou como uma importante interlocutora e tem recebido visitas das principais lideranças políticas do DF. Pela mesa do seu café da manhã, já passaram a senadora Leila (Cidadania), os distritais Grass (Rede) e Veras (PDT), o federal Israel (Verde) e o ex-distrital Joe Valle. A paraibana, que dever concorrer a deputada federal, age mineiramente. Diz que são encontros para avaliações de cenários. Já o deputado Israel revela que a conversa teve por objetivo

aproximar o mandato dele com o Psol-DF, pois, no Congresso, seu posicionamento tem sido muito semelhante ao da bancada pessolista. “Conversamos sobre a necessidade de se formar uma aliança de partidos comprometidos com a democracia. Não apenas uma aliança eleitoral, mas uma aliança de resistência. No DF, é necessário criar um campo para enfrentar Ibaneis”. Na mesma linha, Joe disse que, no encontro, “sonhamos juntos com uma Brasília muito melhor”. Mais comedida, Leila disse que foi um encontro de duas mulheres da política para trocar visões de política. E que, entre um cafezinho e outro, avaliou-se a gestão de Ibaneis, notadamente, na Saúde.

O Projeto Cultural Arte|Fato é uma série idealizada pelo Sindicato dos Bancários de Brasília dedicada à valorização da cultura produzida na capital, promovendo e difundindo os talentos artísticos de bancárias e bancários, de modo a fortalecer sua histórica relação com a cena cultural do DF. Então, se você é bancário ou bancária sindicalizado (a) e também artista da música, das artes cênicas (teatro ou dança), da literatura, das artes visuais, da fotografia ou da performance, é hora de mostrar o seu talento. As inscrições estão abertas até 17 de dezembro de 2021. Para participar, basta preencher o formulário de enscrição e seguir as instruções de envio. Regulamento O programa Arte|Fato é destinado a artistas bancárias e bancários sindicalizados. Nos casos em que a pessoa não estiver sindicalizada, poderá sindicalizar-se junto ao Sindicato dos Bancários de Brasília até o momento da assinatura do contrato com o programa Arte|Fato. Poderão participar do programa Arte|Fato, bancárias e bancários de qualquer instituição bancária, seja ela pública ou privada, e trabalhadoras e trabalhadores do ramo financeiro sindicalizados ao SEEBB. Também poderão participar do programa Arte|Fato, dependentes diretos: filhos(as) e cônjuge de bancárias e bancários sindicalizados. É vetada a inscrição de artistas não bancários. Que só poderão participar mediante convite do programa ArteFato. Aposentados(as) sindicalizados(as)

poderão participar normalmente, assim como seus dependentes diretos. Os pagamentos das atrações artísticas serão efetuados no prazo de até 10 (dez) dias úteis após apresentação no programa Arte|Fato. As apresentações de Música e Artes Cênicas são de até 20 minutos, em função do formato do programa, que prevê a participação de outros artistas e linguagens. As apresentações dos trabalhos de Artes Plásticas e Fotografia serão combinadas com o autor ou autora, também em função do formato do programa. A seleção dos trabalhos será feita por uma curadoria, considerando as linguagens definidas e observando critérios de qualidade e diversidade. Remuneração O Sindicato dos Bancários de Brasília disponibiliza remuneração para as atrações artísticas participantes do programa Arte|Fato da seguinte forma para todos os gêneros artísticos: Artista solo Em formato Duo Em formato Trio Em formato Quarteto Quinteto ou mais

R$ 600,00 R$ 1.100,00 R$ 1.500,00 R$ 1.800,00 R$ 2.000,00

Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital


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VIA

Satélites

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Por Gabriel Pontes

Reforço – A partir desta segunda-feira (22), pessoas a partir de 57 já podem tomar a dose de reforço da vacina contra covid-19 no DF. Mas, fique atento: é necessário ter recebido a segunda dose há, pelo menos, cinco meses.

TAGUATINGA

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Adeus, Chefão! Morreu, na terça-feira (15), aos 57 anos, Adilson Teixeira (foto), servidor-símbolo da Administração de Taguatinga. Chefão, como era conhecido, estava há 30 anos na Regional. Sua dedicação ao trabalho impressionava a todos. “Ninguém será capaz de fazer o que ele fez. Amigo do bem. Nós, servidores da Administração, estamos de luto. Adilson era um cara amado por todos”, afirmou o administra-

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Moradores defendem a preservação do Parque Ecológico

dor Bispo Renato Andrade. A ex-administradora Karolyne Guimarães gravou um vídeo lamentando a perda do amigo. O ex-senador Hélio José também exaltou o trabalho de Chefão. “Adilson sempre foi trabalhador, ágil, carinhoso e prestativo, característica dele que com certeza fará muita falta para todos, principalmente para a população de Taguatinga tão carente de serviços públicos”, afirmou.

DISTRITO FEDERAL

Senado quer reduzir a Flona O Senado aprovou, na quinta-feira (18), o projeto que altera os limites da Floresta Nacional de Brasília (Flona) e recategoriza a Reserva Biológica da Contagem, ambas no Distrito Federal. A proposta, do senador Izalci Lucas (PSDB-DF), exclui duas áreas da Flona, uma delas com 996 hectares. O objetivo do PL é viabilizar a regularização fundiária dos assentamentos 26 de Setembro e Maranata, onde vivem cerca de 40 mil pessoas. A proposta agora vai à Câmara dos Deputados. “Será que alguém, hoje, em Brasília, acredita que é possível

destruir ou retomar essas 40 mil habitações que estão lá? Então, é necessário...”, disse Izalci. Segundo a relatora do projeto,

GAMA

senadora Leila Barros (Cidadania-DF), ao todo, serão excluídos da Flona 1.907 hectares. Leila afirma que a área onde está localizado o Assentamento 26 de Setembro foi “desfigurada” pela ação humana. Como contrapartida, segundo Leila, 2,2 mil hectares da Flona serão transformados em Área de Proteção Ambiental e outros 400 hectares, acrescentados à Flona. O texto retira ainda 5 hectares e recategoriza a Reserva Biológica da Contagem, transformando-a em Parque Nacional da Chapada da Contagem.

Em audiência pública na Câmara Legislativa, moradores do Gama pleitearam a desocupação e a preservação do Parque Ecológico da cidade. A área de 302 hectares sofre com invasões e desmatamentos. “É um parque maravilhoso, mas abandonado”, afirmou o morador Ítalo Miranda. "O uso recreativo do parque urbano é um antigo sonho", ressaltou. A deputada Júlia Lucy (Novo), que convocou a audiência pública, cobrou dos gestores os planos e desafios para a preservação da área e afirmou que uma reforma no parque poderia beneficiar cerca de 140 mil moradores da região. O Ibram identificou 31 edificações irregulares em oito chácaras que ficam dentro da unidade de conservação e aplicou 17 notificações de infrações.


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Fogo cruzado na Fecomércio-DF Relatório do Conselho Fiscal do Senac recomenda demissão sumária do diretor de Operações

DIVULGAÇÃO

RESPOSTA

O Senac enviou uma nota de esclarecimento ao Brasília Capital:

JOSÉ SILVA JR. A 5ª Vara Trabalhista do DF deve julgar, a qualquer momento, o mérito da liminar que concedeu ao presidente da Federação do Comércio (Fecomér- José Aparecido da Costa chegou a ser afastado da presidência da Fecomércio-DF cio-DF), José Aparecido da Costa Freire, permanência no cargo. Em agosto, ele foi afastado por do vive sob fogo cruzado e sabe embasaram o pedido de impuguma decisão da juíza Elysangela que muita água ainda passará nação é o relatório elaborado de Souza Castro Dickel, do Tri- sob a ponte que pode levá-lo ao pelo Conselho Fiscal do Senac, bunal Regional do Trabalho da mandato definitivo. que faz parte do sistema da Fe10ª Região. Mas voltou no mesA candidatura dele foi ques- comércio, do qual Aparecido é mo mês, também por uma deci- tionada pela Confederação Na- integrante desde 2004. são judicial. cional do Comércio (CNC), que “Essa peça já está anexada ao A eleição da Fecomércio-DF soltou um parecer jurídico pedin- processo de afastamento de José foi em março, mas parece que do a impugnação do empresário, Aparecido. Mas é apenas uma ainda não acabou. Apesar de por entender que as pendências das peças. Tem outra, da CNC, eleito pela maioria dos 27 pre- judiciais feriam o Regimento. que também contém irregularisidentes de sindicatos que comdades”, disse o advogado de acupõem a federação, José Apareci- RELATÓRIO – Uma das peças que sação Alexandre Jorge.

“O Senac-DF esclarece que a instituição estava sob administração compartilhada na época em que o referido documento foi produzido. Isso significa que enquanto durou esse processo a Fecomércio-DF e o seu presidente não possuíam nenhuma ingerência sobre o Senac. Inclusive, o Diretor Regional da instituição no período foi indicado pela administração compartilhada. “Esse documento foi elaborado no encerramento dessa forma de gestão, em 20 de agosto de 2021, quando, ao que se sabe, existia um antagonismo político entre o Diretor Regional e o então Diretor de Operações, Valcides de Araújo Silva, conforme demonstram os termos subjetivos utilizados no texto. “De toda forma, as alegações estão sendo investigadas nas instâncias administrativas competentes, onde o ex-Diretor de Operações poderá exercer o seu direito de defesa, e após a conclusão desse processo o Senac-DF poderá se posicionar concretamente”.

Demissão sumária O levantamento analisou a Diretoria de Operações do Senac na condução de diversas áreas. Ao final, o diretor-regional, Augusto Chabloz Farias, recomendou a demissão sumária do diretor de Operações, Valcides de Araújo Silva. Em seu argumento, justificou: “Isso para que possamos resta-

belecer, o quanto antes, não só um ambiente de trabalho digno, não só pela recuperação da autoestima dos empregados, mas também o avanço na licitude dos processos relacionados às áreas de Engenharia, Compras, Licitações e Contratos”. FALHAS GRITANTES – O Brasília

Capital teve acesso ao relatório administrativo do Senac. Em ofício, cobra do presidente da Fecomércio, José Aparecido Freire, respostas sobre as irregularidades apontadas no levantamento. Esta parte do relatório começa classificando como “gritantes” as falhas identificadas na auditoria.

Entre elas, duplicidade de pagamento de R$ 300 mil; ausência de comprovação de documento de compra e venda de um imóvel na 912 Norte, de propriedade do Senac; divergências entre valores de contratos de prestação de serviços e o que foi pago; contratação de serviços e empresas sem licitação.

R$ 5,6 milhões por um programa de computador O fato mais grave apontado no relatório assinado pelo diretor-regional Augusto Chabloz Farias foi a tentativa de aquisição de um programa de computador por R$ 5,6 milhões pela Diretoria de Operações, chefiada por Antônio Tadeu Peron. “Pareceu ser uma jogada para desviar recursos do Senac, uma vez que não havia necessidade para tal aqui-

sição”, diz o documento. Apesar de a proposta ter sido negada pela Diretoria Regional na ocasião, foi novamente apresentada para a mesma Diretoria, já gerida por Augusto Chabloz Farias: “(A proposta) foi novamente apresentada à minha pessoa, o que causou a maior estranheza”, disse Farias. Num dos trechos, o relatório su-

gere que o responsável pela Diretoria de Operações não dava a devida atenção ao processo vinculado à sua área: “Diante de tantas falhas, algumas até por falta de zelo, que o diretor do DOP não fazia questão de acompanhar os processos da sua área, o que caracterizava um total abandono e isso deixava transparecer aos seus comandados, os quais

se sentiam sós e desamparados”. O relatório recomenda uma ação conjunta com a assessoria jurídica para avaliar as obras e reforma de um imóvel na 912 Norte. O valor do serviço ultrapassa R$ 36 mil. O documento recomenda ainda que todas as licitações sejam analisadas pelo Departamento Jurídico do Senac.


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I N FOR M E

Hospitais de campanha: prevaleceu o bom senso Gutemberg Fialho (*) O bom senso prevaleceu: a Secretaria de Estado de Saúde do DF determinou o fechamento dos hospitais de campanha remanescentes, em Ceilândia e no Gama, e não vai reabrir o da PM e o do Autódromo. Com a baixa ocupação e gastos exorbitantes para a manutenção do funcionamento, essas estruturas são um sumidouro de recursos públicos ainda pior do que o Instituto de Gestão Estratégica da Saúde. E, como o IGES-DF, também cenário e meio de irregularidades sob investigação do Ministério Público e do Tribunal de Contas do DF. No entanto, não podemos perder de vista que a epidemia não acabou. Por isso, é urgente que a SES regularize e faça estoques preventivos de equipamentos de proteção individual e de medicamentos (tanto para atendimento de pacientes com covid-19 quanto para qualquer outro tipo de ocorrência), garantir que haja respiradores disponíveis, caso ocorra aumento de número de internações por infecção do coronavírus. Até agora, por exemplo, a queixa da falta de reagentes para exames diversos não foi solucionada, e já há algum tempo estamos apontando essa situação. O

mesmo ocorre com a limpeza e fornecimento de material de limpeza e higiene – até papel higiênico os servidores da Saúde estão levando de casa, porque falta nas unidades de saúde. Agilidade e eficiência são fundamentais em todo momento na gestão da saúde, mais ainda na situação em que nos encontramos. Por garantia, também seria prudente realizar, de imediato, um concurso para contratações temporárias, mantendo um quadro de reserva para ser acionado no momento oportuno, em função da covid-19. E também um concurso para efetivos, em especial nas carreiras médica, de enfermagem, de auxiliares e técnicos em enfermagem, categorias que não foram contempladas no concurso anunciado recentemente e que são insuficientes nos quadros da Saúde do DF. Também é necessário adequar a remuneração a ser oferecida a esses profissionais. A última contratação de médicos temporários, por exemplo, está sendo um fracasso, pelos baixos salários e falta de condições para o exercício profissional. Vi isso pessoalmente nas emergências dos hospitais do Gama e de Ceilândia – exatamente onde se localizam os hospitais de cam-

panha que estão sendo desativados. E o mesmo se repete nas demais unidades, tanto sob administração da Secretaria quanto do IGES. As equipes existentes estão sobrecarregadas e são insuficientes para o atendimento regular. Nem de longe serão suficientes para fazer frente a uma eventual terceira onda de covid-19. Da mesma forma, tem que ser feito um plano de contingência para implementação imediata, para separar o fluxo de pacientes com covid-19 do fluxo de pacientes não-covid. Quero acreditar que o monitoramento da pandemia está sendo feito adequadamente, porque isso pode ser outro fator determinante para um eventual aumento do número de infecções pelo coronavírus. É fato que a vacinação aumentou e que, com isso, a disseminação do vírus diminuiu. Mas as aglomerações estão ocorrendo e tendem a aumentar com as festas de fim de ano, férias e carnaval. A decisão do fechamento dos hospitais de campanha foi acertada, de fato, reafirmo. Mas isso aumenta a responsabilidade da Secretaria de Saúde e do GDF em conter a verdadeira enxurrada de mortes evitáveis nos hospitais públicos do DF.

Guará terá hospital de referência Durante a inauguração da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Riacho Fundo II, quarta-feira (17), o governador Ibaneis Rocha anunciou que está em estudo a construção de um hospital de referência no Guará, para atender a região Centro-Sul do Distrito Federal. Ibaneis não deu detalhes sobre o planejamento. Apenas citou que o GDF faz estudos técnicos e financeiros para a construção do novo hospital. A UPA do Riacho Fundo II, com capacidade para atender 4 mil pessoas por mês, é a quarta entregue na gestão de Ibaneis. As demais, já em funcionamento, ficam no Paranoá, em Ceilândia e no Gama. “Ainda

RENATO ALVES/AGÊNCIA BRASÍLIA

UPA do Riacho Fundo II foi inaugurada pelo governador Ibaneis na última semana

faltam três, que serão em Brazlândia, Vicente Pires e Planaltina”, disse o governador. Ele

também projeta chegar a mais 15 Unidades Básicas de Saúde (UBS) no DF em 2022.

Dr. Gutemberg Fialho Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal

Todos nós devemos nos manter alertas, em especial as autoridades sanitárias. E que Deus nos proteja de uma terceira onda da pandemia da covid-19.

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital

Agências do BRB em horário normal A partir de segunda-feira (22), as agências do BRB voltam a atender em horário normal, das 11h às 16h. A exceção são as unidades localizadas nos fóruns, que funcionarão das 12h às 17h. Serão mantidas as medidas de proteção contra o novo coronavírus, com álcool em gel à disposição do público e distanciamento de 2 metros. Para evitar aglomerações, o banco reforça o uso de canais digitais para serviços e informações pelo 33221515, além do atendimento pelo BRB Mobile ou Banknet.


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QUESTÕES DA ALMA

Anna Ribeiro Rituais Em busca de originalidade, as pessoas estão ficando cada vez mais distantes de si e construindo personagens irreais e insustentáveis a longo prazo Ser uma pessoa autêntica, legítima, original e única está na moda. Fala-se muito, porém superficialmente, de individualidade. Equívocos vocálicos e de personalidade. Há uma necessidade de um autoapartheid social e, em alguma medida, até biológico. Paga-se cada vez mais por exclusividade. Os muitos procedimentos estéticos comprovam essa uniformização. Todos querem ser diferentes,

mas o interessante é que todos estão ficando tão iguais. Como diria a canção: “todos iguais, todos iguais, mas uns mais iguais que os outros”. Que pena, que triste, que pobre, que engano! Em busca dessa originalidade, as pessoas estão ficando cada vez mais distantes de si e construindo personagens irreais e insustentáveis a longo prazo. Nega-se características físicas,

ESPÍRITA

José Matos Racismo e intolerância “Aprendemos a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas não aprendemos a conviver como irmãos” O desconhecimento de si e do sentido da vida geram separação, racismo, intolerância, perseguições e guerras. As pessoas são diferentes, com necessidades e visões diferentes, e níveis de maturidade diferentes. Você está aqui para aprender, agir com ética e solidariedade e crescer! A

TV Comunitária lIGADA EM BRASÍLIA

Terra é escola, e voltamos muitas vezes até nos tornarmos seres integrais: brancos, negros, pobres, ricos, sãos, feios, belos... até a libertação do Ir e Vir pelo Amor e Sabedoria, no entendimento do Mestre Emmanuel. Se você quiser viver com compreensão, consciência e tolerância, saiba

origens sociais, credos. Nega-se a replicação cultural, porém, paradoxalmente, a cada dia que passa somos mais ritualísticos! Compartilho com você o que escrevi há alguns dias para minha mãe: “Olhando no espelho, percebo que sou duas. Sou eu e sou você. No espelho, os mesmos traços, tu e eu; o mesmo riso, o mesmo rasgo, a mesma inocência e fé, o mesmo olhar, a mesma boca, o mesmo choro contido. Te trago desenhada no meu rosto, desenhada na minha pele. E eu só existo porque me destes seu nome, seu sangue, sua história, sua força e sua fragilidade. Olhando mais profundamente no espelho, eu sinto que nossas almas são ligadas desde o princípio e serão sempre, porque você me vê até quando eu mesma não me enxergo. Somos feitas da mesma pedra, tu e eu. Carregamos as mesmas dores, os mesmos sonhos, a mesma fé e a mesma febre. Nos conhecemos e nos falamos em sonhos, em pensamentos, em olhares. Somos cúmplices de vida”. Olho novamente no espelho. Sou muitas. Trago traços, trejeitos, jeitos, manias, replico rituais e expectati-

vas. Sou muitas, plural. De repente, abro os olhos e vejo flores lindas, um pouco distantes de mim. Elas parecem dançar entre as folhagens verdes que esbanjam vida. Contemplo, com tempo, longamente. Ao olhar para os lados, vejo pétalas caídas. Sou flor decaída, como o anjo Gabriel, expulsa do paraíso. O que me instiga é que não me sabia pétala, não me percebia no paraíso. Às vezes é preciso cair para contemplar. Estou no chão, tendo a melhor perspectiva. Só poderia ter esta lucidez deste lugar. Contemplo. Repentinamente uma alegria quente me invade e me comove. Assim como essas flores alegraram alguém com todo esse rubor que é quase despudor, também eu devo ter sido alvo de algum voyeur. Acho que agora, que sou flor em chão posso criar raízes, me fundir à terra, à água ao ar e voltar a florir. Morro pétala, renasço planta, raiz. Morro árvore, revivo flor.

que a primeira pedra a ser removida é a do orgulho. Humanidade não rima com orgulho; rima com humildade, simplicidade, caridade. O orgulho, pai do racismo e da intolerância, fará você voltar tantas vezes quantas forem necessárias até tornar-se pleno de fraternidade. Era baseado, intuitivamente, nesse entendimento, que Martin Luther king acreditava e chamava de sonho. “A bem aventurança não é algo a ser alcançado; nós nascemos com isto. Não a perdemos. Simplesmente ficamos de costas para nós mesmos”, ensinava Mestre Osho. “Um homem simples, transformando a si mesmo, torna-se um desencadeador, e muitos outros começam a mudar. É um catalisador. Você não vai ficar aqui para sempre; você não pode mudar todo mundo; você pode, no máximo, mudar a si mesmo”.

Disposição, solidariedade, sinceridade, dignidade, utilidade e gratidão. Estes são os pilares da casa construída sobre a rocha de que Jesus falava. Jesus e todos os Avatares que passaram na Terra tinham o mesmo sonho de Martin Luther King: a humanização da chamada humanidade. Dizia Luther King: “Aprendemos a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas não aprendemos a conviver como irmãos”. Talvez tenha faltado ao Velho Luther a confiança estabelecida pelo apóstolo João Evangelista no capítulo 21 do Apocalipse: aí eu vi um novo Céu e uma nova Terra (...) Aquele que estava assentado no trono, disse: Estou fazendo novas todas as coisas, e acrescentou: escreva isto, pois estas palavras são verdadeiras e dignas de confiança.

Anna Ribeiro Escritora

José Matos

Professor e palestrante

CANAL 12 NA NET WWW.TVCOMUNITARIADF.COM @TVComDF

TV Comunitária de Brasília DF


Brasília Capital n Gastronomia n 12 n Brasília, 20 a 26 de novembro de 2021 - bsbcapital.com.br

Gastronomia

CLASSIFICAÇÃO $ - BARATO $$ - MÉDIO $$$ - ALTO $$$$ - CARÍSSIMO

Dedé Roriz

Empresário e radialista divulgando a boa gastronomia e eventos de Brasília Instagram: @dederoriz

PRIMEIRO COZINHA BAR

Uma década de puro sucesso no SIG O chopp estupidamente gelado ou um dos deliciosos drinks acompanhado de bolinho de camarão envolto de bolinho de bacalhau ou de dadinho de tapioca. Esta é a melhor pedida no Primeiro Cozinha Bar, no Setor de Indústrias Gráficas (SIG), que também serve um variado mix de petiscos, com destaque para coxinha no espeto. O Primeiro completou 10 anos este mês. Para comemorar, os proprietários Walace e Fabrício promoveram uma super festa. Exibiram a bela decoração e a

acústica perfeita, que não incomoda a vizinhança. Este detalhe sempre mereceu elogios dos moradores das quadras residenciais próximas. As atrações são exibidas no telão de última geração e nas TVs espalhadas por todo o ambiente. MAIS INFORMAÇÕES Instagram: @primeirobar SIG Quadra 8 – vizinho ao Sudoeste $$

PATARO BURGER

A hambúrgueria do Park Sul O Pataro Burger vem fazendo a alegria dos moradores do Park Sul, carente deste tipo de serviço até a chegada da hamburgueria no Setor de Oficinas (SOF Sul). Os irmãos Filipe e Fabrizio Pataro se revezam no atendimento ao público e na produção dos hambúrgueres, que vêm acompanhados de molhos especiais, batatas fritas e um delicioso queijo gouda empanado. A casa está promovendo o sorteio de um ano de hambúrguer grátis para festejar o primeiro ano de funcionamento. Para participar, basta seguir o Instagram e ver as regras.

MAIS INFORMAÇÕES Instagram: @patarobuger SOF Quadra 14, Park Sul. $$


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