Jornal Brasília Capital 556

Page 1

A força que vem do coração. Parabéns!

Ano XII - número 556

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

www.bsbcapital.com.br

Mulher...

Professoras vão às ruas no 8 de Março Sinpro-DF – Página 5

Brasília, 5 a 11 de março de 2022

LÚCIO BERNARDO JR/ AGÊNCIA BRASÍLIA

DIVULGAÇÃO

Sofrimento e dor Pacientes em filas para transplantes e cirurgias agonizam em unidades da rede pública da Capital da República, como o HRT (foto a cima). César Augusto, 62 anos (no detalhe), esJOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

pera há dois anos para tirar uma pedra na vesícula e se livrar da sonda urinária. Só então poderá receber um novo rim. Detalhe: os três filhos dele são doadores compatíveis.

PT abre interlocução com o setor produtivo

Rubem Fonseca (foto) assume Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Diretório Regional do DF.

Mistério perto do fim

Senador Reguffe anuncia, neste mês, a que cargo concorrerá e por qual partido. PSD é uma das opções. Pelaí – Páginas 2 e 3

GDF pagará mais R$ 504 milhões para empresas de ônibus Chico Sant’Anna – Página 10

Libertango

Delícias de Campos do Jordão em Brasília Dedé Roriz – Página 12

Páginas 6 e 7


Brasília Capital n Política/ Pelaí n 2 n Brasília, 5 a 11 de março de 2022 - bsbcapital.com.br

Ex pedien te

Pé no chão – Mesmo trabalhando pela vitória de Lula no 1º turno, o PT nacional evita o clima de “já ganhou”. Diante de pesquisas divulgadas pela Coluna do Estadão, que apontam oscilação para baixo do ex-presidente e diminuição da vantagem sobre Bolsonaro, a avaliação é de que Lula pode ter “batido no teto”. Então, é hora de manter os pés no chão...

Diretor de Redação

Orlando Pontes ojpontes@gmail.com Diretor Comercial

Júlio Pontes comercial.bsbcapital@gmail.com Pedro Fernandes (61) 98406-7869 Diagramação / Arte final

Giza Dairell Diretor de Arte

Gabriel Pontes redação.bsbcapital@gmail.com

Tiragem 10.000 exemplares. Distribuição: Plano Piloto (sede dos poderes Legislativo e Executivo, empresas estatais e privadas), Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Riacho Fundo, Vicente Pires, Águas Claras, Sobradinho, SIA, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Lago Oeste, Colorado/ Taquari, Gama, Santa Maria, Alexânia / Olhos D’Água (GO), Abadiânia (GO), Águas lindas (GO), Valparaíso (GO), Jardim Ingá (GO), Luziânia (GO), Itajubá (MG), Piranguinho (MG), Piranguçu (MG), Wenceslau Braz (MG), Delfim Moreira (MG), Marmelópolis (MG), Pedralva (MG), São José do Alegre, Brazópolis (MG), Maria da Fé (MG) e Pouso Alegre (MG).

C-8 LOTE 27 SALA 4B TAGUATINGA/DF - CEP 72010-080 TEL: (61) 3961-7550 BSBCAPITAL50@GMAIL.COM WWW.BSBCAPITAL.COM.BR

Os textos assinados são de responsabilidade dos autores

Siga o Brasília Capital no facebook.com/jornal.brasiliacapital

Mistério perto do fim PEDRO FRANÇA/AGÊNCIA SENADO

O mês de março será decisivo para a definição do cenário das eleições de outubro e, em especial, para o futuro de um personagem importante da política brasiliense: o senador José Antônio Reguffe (foto). PARTIDO – Ainda filiado ao Podemos, o parlamentar promete decidir, nos próximos dias, a que cargo concorrerá este ano – se ao governo ou ao Senado. E por qual partido: além do Podemos, ele conversa com o PDT, com o União Brasil e com o PSD. Mas isto Reguffe só resolverá no fim da janela partidária, em 1º de abril. VOLTA – A tendência é de que o senador não permaneça no Podemos. O convite para retornar ao PDT, pelo qual se elegeu em 2014 e depois saiu, já foi reiterado pelo presidente do partido, Carlos Luppi. Neste caso, precisará atrelar sua campanha à do presidenciável Ciro Gomes. UNIÃO – Pelo União, a grande vantagem seria a estrutura material (leia-se Fundo Eleitoral). Após a fusão DEM-PSL, o partido passou a ser o detentor da maior parcela desses recursos (cerca de R$ 781 milhões). Entretanto, Reguffe não teria o comando do diretório local. PSD – Aí é que entram as tratativas com o PSD. Depois da saída do ex-governador Rogério Rosso, pré-candidato a deputado federal, para o PP, o partido de Gilberto Kassab está livre no DF. Se Reguffe optar por este ca-

minho, receberá o diretório regional de “porteira fechada”. CENTRO – Nacionalmente, no entanto, Kassab tem se aliado ao ex-presidente Lula nos principais colégios eleitorais – São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. E a aproximação com a esquerda, especialmente o PT, já no primeiro turno, não é a mais desejada por Reguffe, que prefere caminhar pelo centro. DIGA COM QUEM ANDAS – Ponderado em suas decisões, o senador tem se aconselhado com várias pessoas. Seus principais interlocutores são os ex-deputados Joe Valle e Chico Leite, o empresário Luiz Pitiman, os deputados federais Israel Batista (Rede) e Paula Belmonte (Cida-

dania), o distrital Reginaldo Veras (PDT) e o advogado Paulo Roque, pré-candidato ao Senado, que tende a sair do Partido Novo. REFERÊNCIA – Reguffe foi o senador mais votado em 2014 e não disputou a eleição de 2018. O afastamento das urnas durante oito anos criou um hiato na sua trajetória – não há uma referência recente sobre sua aprovação junto ao eleitorado. ADVERSÁRIO – Ainda assim, é o pré-candidato, no mmento, que tem mais chances de impedir a reeleição de Ibaneis Rocha (MDB) num eventual segundo turno, de acordo com as pesquisas. Portanto, um movimento de Reguffe altera todo o cenário.


Brasília Capital n Política/ Pelaí n 3 n Brasília, 5 a 11 de março de 2022 - bsbcapital.com.br

Interlocução com o setor produtivo O engenheiro Rubem Fonseca Filho (foto ao lado), 75 anos, é o novo secretário de Desenvolvimento Econômico do PT-DF, a convite do presidente regional, Jacy Afonso (foto à direita). Fonseca terá a incumbência de ouvir o setor produtivo na elaboração do Plano de Governo do partido para as eleições de outubro. ARTICULADOR – Ex-presidente da CEB nos governos Cristovam Buarque e Agnelo Queiroz, também teve atuação destacada nas gestões dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff. É considerado um gestor competente e um articulador habilidoso. E goza do respeito do empresariado. INTERLOCUÇÃO – “O Rubem Fonseca tem muito a contribuir com o PT e

FOTOS: DIVULGAÇÃO

com o Distrito Federal. É um quadro importante que nos ajudará na interlocução com todos os segmentos da sociedade, especialmente o setor produtivo”, aposta Jacy Afonso. PRESERVAÇÃO – Paulista de Rio Claro, terra do falecido Ulysses Guimarães, de quem seu pai era amigo, Rubem Fonseca Filho é um apaixonado por Brasília e pela preservação da qualidade de vida da cidade. “Defendo o progresso, mas não a qualquer custo”, diz ele. NÃO-POLUENTE – Sem querer adiantar seus projetos – “para não entregar o ouro ao bandido” –, Fonseca tem se reunido com lideranças de vários setores, incluindo o Turismo, a construção civil e as indústrias de alta tecnologia, pouco poluentes.

RENATO ALVES/ AGÊNCIA BRASÍLIASENADO

IDEIAS-FORÇA – “Estamos querendo propor cerca de dez ideias-força para nortear o discurso de nossos candida-

tos”, revela o dirigente, que na disputa interna do PT apoia a pré-candidatura da professora Rosilene Corrêa.

Rejeição estimulada FOGO – O problema é que, até agora, essa rejeição não vinha sendo “estimulada”. O quadro começou a virar nos últimos dias, com o início das inserções partidárias gratuitas na TV e os debates para escolha dos pré-candidatos. O senador Izalci Lucas (PSDB) foi o primeiro a abrir fogo, acusando o GDF de corrução, especialmente no auge da pandemia da covid-19. TÍTULO – Reguffe ocupou o espaço do Podemos apenas para prestar contas do mandato e reforçar a imagem de que é um senador que “economiza e faz”. Já Alberto Fraga (União Brasil), que tentará retornar à Câmara Federal, outorgou a Ibaneis o título de “pior governador da história para a Segurança Pública do DF”. MUNIÇÃO – Na briga interna do PT entre o ex-deputado Geraldo Mage-

la e a sindicalista Rosilene Corrêa pela vaga de pré-candidato(a) ao Buriti, quem tem levado mais bala é Ibaneis. Os dois buscam se posicionar como verdadeira oposição ao governador. E, para isso, não poupam munição. TRINCHEIRA – A conferir se essa artilharia pesada abalou a popularidade do atual chefe do Executivo. De sua trincheira, Ibaneis procura montar uma agenda positiva, visitando as cidades, entregando obras e reunindo apoiadores. FOCO – O maior foco de Ibaneis é segurar a deputada Flávia Arruda (PL) ao seu lado como candidata ao Senado e encontrar um vice no meio evangélico que agregue votos à sua candidatura. Assim, vai limando a permanência do atual vice, Paco Britto (Avante), no posto. Mas Paco se esforça para se manter...


Brasília Capital n Opinião 4 n Brasília, 5 a 11 de março de 2022 - bsbcapital.com.br

Não se faz omelete sem quebrar os ovos Júlio Miragaya (*) AGÊNCIA BRASIL

É óbvio que as guerras são indesejadas, dado as numerosas vítimas que causam. Em geral, elas atendem aos interesses de uma “elite” que busca vantagens. É verdade que nem todas rezam por esta cartilha - há guerras que se justificam, como as de libertação, como por exemplo as travadas pelos argelinos contra a França; pelos vietnamitas contra os EUA e pelos cubanos contra a ditadura de Batista. Mas certamente não é o caso da guerra da Rússia contra a Ucrânia, na qual oligarcas de ex-repúblicas soviéticas se confrontam. Também é comum a grande maioria das guerras serem apresentadas tendo como motivação conflitos étnicos, religiosos ou ideológicos – caso desta, na qual todas essas questões aparecem (ucranianos étnicos versus ucranianos de etnia russa; ortodoxos

do Patriarcado de Moscou versus ortodoxos do Patriarcado de Kiev; ocidentais pró UE versus orientais pró Rússia) - quando na verdade eles são explorados para escamotear interesses econômico-financeiros. Após a dissolução da URSS, o “canto de sereia” da integração à economia de mercado e à União Europeia (como o “primo pobre”, afinal, os eslavos são historicamente tratados pelas elites anglo-saxônicas como povos de 2ª categoria) seduziu todos os países da Europa Oriental. Num passe de mágica, as cúpulas das burocracias stalinistas se converteram em plutocratas e oligarcas que, travestidos de nacionalistas, e sob lemas como “Deus, Pátria, Família, Liberdade, Propriedade”, levaram esses países, não para o paraíso, mas para a degradação social e política. O que ocorreu foi um despudorado processo de privatização, acompanhado de desindustrialização e aumento do desemprego, com forte fluxo migratório para subempregos no Ocidente; desmonte e mercantilização dos serviços públicos com queda no nível cultural e de instrução e

brutal queda na expectativa de vida. Exemplo mais eloquente é apresentado pela Johns Hopkins University: dos 20 países com maior taxa de mortalidade na pandemia da covid-19, 17 são da Europa Oriental, na companhia de Brasil, EUA e Peru. O fato é que esses ex-satélites soviéticos foram uma primeira onda de cooptação para a UE e a OTAN, e além de representarem um mercado expressivo para as potências ocidentais (136 milhões de consumidores), são fonte de mão-de-obra barata e de aprofundamento do isolamento russo. A Ucrânia faz parte de uma nova onda de cooptação, na qual os golpes de Estado de 2004 e de 2013/14, travestidos de Revolução Laranja e Primavera Ucraniana, ou Euromaiden, foram o “canto de sereia” para atraí-la para a UE e OTAN. Mas não nos iludamos: o objetivo maior não é o mercado ucraniano, embora seja expressivo (42 milhões), mas a desestabilização da Rússia, gerar uma crise econômica que provoque insatisfação social e política e então levar o “canto de sereia da prosperidade e liberdade” para dentro da Rússia, para Moscou. Promover uma “Primavera

Russa” e substituir os oligarcas no comando da rica e vasta economia russa, tudo com o apoio da grande mídia e da social-democracia vendida. É a estratégia dos EUA para responder à “Rota da Seda” chinesa. A aproximação da China com a Rússia e com os países da Ásia Central e do Cáucaso, a coloca em vantagem na disputa por um mercado de 250 milhões de consumidores e no acesso aos enormes recursos minerais, agrícolas e florestais daquela vasta região. Nunca foi tão presente a Teoria do Heartland de Mackinder, na qual quem controla a Eurásia controla o planeta. É o que busca a China, inclusive envolvendo a Índia e o Paquistão, e o que os EUA buscam desesperadamente obstruir. Putin, chefe dos oligarcas, tenta impedir o cerco à Rússia, sabe que se a Ucrânia cair, ela será a próxima. Putin sabe que se não reagir agora será tarde, e sabe também que não se faz omelete sem quebrar os ovos. (*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia

Democracia sob ameaça J. B. Pontes (*) Recente relatório publicado pela Fundação Bertelsmann, DIVULGAÇÃO da Alemanha, o BTI 2022, aponta o Brasil como o país que mais sofreu declínio em sua democracia nos últimos anos, passando à categoria de “democracia defeituosa”. Ficou na 23ª posição dentre 137 países analisados. Foi a pior nota desde o início da série, em 2006. O estudo atribui os ataques do atual presidente à imprensa e às instituições como uma das causas da degeneração da nossa democracia: “O populismo de direita agressivo de Bolsonaro dá continuidade à polarização política dos últimos anos e tenta reverter progressos emancipatórios e sócio-políticos para agradar a sua clientela de evangélicos,

conservadores e lobistas empresariais”. A derrocada da nossa frágil democracia tem sido, todo dia, promovida impunemente. E faz isso ao minar a confiança no sistema eleitoral, ao ameaçar a liberdade de expressão e da imprensa, e a independência do Judiciário. Sua ânsia autocrática não tem prosperado graças à ação de parte da sociedade e do Poder Judiciário. O Legislativo, comandado pelo Centrão, infelizmente queda-se inerte diante desses ataques aos pilares da democracia. Bolsonaro tem atuado, também, para reduzir os espaços públicos de participação popular, fato patenteado pelo Decreto 9.759/2019, que promoveu o desmonte e fragilização dos meios de participação social, ao extinguir conselhos, comitês e diversos outros colegiados, além de revogar a Política Nacional de Participação Social. O desmonte só não foi maior graças à liminar concedida pelo STF, que, ao examinar a ADI 6121, preservou os colegiados criados por lei. O comportamento do presidente,

que não respeita os seus adversários, tem ensejado um processo de ódio contra a democracia e motivado o anseio pela ditadura de alguns setores inconscientes da sociedade. Isso está a exigir que atuemos com mais vigor para demonstrar ao povo os valores da democracia – liberdade e igualdade, principalmente – e os malefícios das ditaduras, denunciando os crimes e abusos por elas cometidos. Tudo isso contraria a Constituição, que nos define como Estado Democrático de Direito e permite uma ampla participação popular, inclusive na proposição de projetos de lei, que, se exercitada, poderia nos colocar no patamar de democracia participativa. No entanto, desde a proclamação da República, jamais foram promovidas ações para inclusão do povo, que continua sem condições de exercer a cidadania. Teoricamente o Brasil é um país democrático, como afirma a Constituição, a qual nos assegura: liberdade de ex-

pressão e de imprensa; possibilidade de voto e elegibilidade política; liberdade de associação política; acesso à informação; eleições idôneas e, principalmente, igualdade. Mas, na prática, essas prerrogativas ficam longe da realidade, em função da corrupção política e da predominância do poder econômico nas eleições. Nos últimos anos, essa triste realidade tem se intensificado, em decorrência de muito dinheiro público colocado nas mãos dos partidos e dos políticos: a) fundos – Eleitoral, R$ 4,9 bilhões; e Partidário, R$ 1,1 bilhão; e b) emendas parlamentares ao orçamento com RS 10,93 bilhões (R$ 17,6 milhões para cada parlamentar); de bancadas (R$ 7,54 bilhões); e de relator (R$ 16,5 bilhões). Na verdade, nós, o povo brasileiro, nunca fomos educados para participar da vida política do País. E democracia sem povo não existe. (*) Geólogo, advogado e escritor


Brasília Capital n Cidades n 5 n Brasília, 5 a 11 de março de 2022 - bsbcapital.com.br I N FOR M E

Professoras vão às ruas no 8 de Março No Dia Internacional de Luta por Direitos das Mulheres, as professoras do DF tomarão as ruas da capital federal por um Brasil sem fome de comida e de educação. Na terça-feira (8), as trabalhadoras se unirão a todas as mulheres na marcha que, neste ano, tem como lema “Pela vida das mulheres, Bolsonaro nunca mais! Por um Brasil sem machismo, sem racismo e sem fome”. A concentração será às 17h, no Museu da República. De lá, as mulheres seguirão pela Esplanada dos Ministérios, até a Alameda das Bandeiras. A organização do ato orienta que as participantes utilizem máscara cobrindo nariz e boca, álcool 70% e distanciamento, além de esquema vacinal completo contra a covid-19. Quem estiver com sintomas de covid, poderá acompanhar a marcha do 8 de Março pelas redes sociais do 8M DF e Entorno. Para a diretora de Assuntos e Políticas para Mulheres Educadoras do Sinpro-DF, Vilmara do Carmo, a pauta da educação é transversal ao lema da marcha das mulheres. “Um país que investe em uma educação pública, laica, socialmente referenciada

cente, e assédio sexual contra alunas.

e emancipadora, é um país que atua pela redução da violência contra as mulheres, pelo fim da fome, pela defesa da equidade racial e de gênero. As pautas da marcha das mulheres tratam de problemas estruturais. Paulo Freire disse: ‘Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda’. E precisamos de uma mudança radical, já”. Desde o golpe de 2016, a educação vem sofrendo ataques severos, tanto em nível federal quanto distrital. Foram cortes

Com de licadeza, e las se superam. Com e mpoderame nto e las conquistam dire itos e respe ito.

orçamentários sequentes, congelamento de investimentos sociais por 20 anos e ainda um ministro da Educação que defende abertamente o ensino superior para poucos e afirma que estudantes com deficiência “atrapalham”. No DF, a militarização das escolas aumenta sem nenhum diagnóstico positivo. Ao contrário, nas escolas em que esse regime foi implantado, há relatos de coibição da liberdade de expressão dos estudantes e do corpo do-

INDIGNAÇÃO E ESPERANÇA – Para a secretária de Mulheres da Central Única dos Trabalhadores (CUT-DF), Thaísa Magalhães, neste 8 de Março as ruas serão tomadas por indignação e esperança. “Em meio a uma crise econômica sem precedentes, nós mulheres temos medo da miséria, sim, mas temos ainda mais medo da morte diante da violência generalizada que é cometida contra nós. Por isso, sairemos às ruas trazendo o grito de ‘Bolsonaro e Ibaneis nunca mais’, além de reivindicações históricas pelo direito à educação, saúde, moradia, segurança alimentar”, afirma Thaísa Magalhães. MAIS AÇÕES – Também compõe o calendário de lutas uma oficina sobre direito ao corpo e direitos reprodutivos, no dia 25 de março, em local e horário ainda por definir.

Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital

8 de março Dia internacional da Mulher


Brasília Capital n Cidades 6 n Brasília, 5 a 11 de março de 2022 - bsbcapital.com.br

Sofrimento nas filas Pacientes sofrem à espera de transplantes e cirurgias. Mecânico espera há dois anos para retirar pedra na vesícula e parar de usar sonda

DIVULGAÇÃO

José Silva Jr Os dramas diários vividos por pacientes nos hospitais públicos do Distrito Federal se acumulam e são recorrentes. São longas e intermináveis filas de espera por consultas, exames ou procedimentos cirúrgicos. Muitos não resistem. Outros ficam mutilados. Nas edições 552 e 553, o Brasília Capital trouxe à luz a situação de Raimundo Carvalho Gusmão, 62 anos. Após 45 dias internado no Hospital de Base, ele teve de amputar a perna devido à demora do agendamento de uma cirurgia para corrigir uma fratura no tornozelo. O caso foi relatado pelo deputado Chico Vigilante (PT) na presença do governador Ibaneis Rocha (MDB), na Câmara Legislativa, e chocou autoridades, políticos e a opinião pública. Com a repercussão, veio a promessa de melhoria imediata no sistema. Mas não é o que percebe o mecânico-eletricista César Augusto Coelho dos Santos, 62 anos. Ele está há dois anos esperando um procedimento simples no Instituto Hospital de Base (IHBDF): retirar uma pedra na vesícula e a sonda implantada nele para facilitar a saída de urina. DESESPERO – Cirurgias como a que

Paciente aguarda há dois anos um procedimento simples no Instituto Hospital de Base (IHBDF), de retirada de uma pedra na vesícula e a sonda implantada nele que facilita a saída de urina Hospitais da rede pública do Distrito Federal acumulam problemas de infraestrutura, falta de equipamento e longas filas de pacientes à espera por consultas, exames ou procedimentos cirúrgicos

César precisa se submeter não demoram nem uma hora, mas são vitais. Para ele, bastaria um mínimo de agilidade e boa vontade, uma vez que está na fila de espera para transplante de rins. E os dois procedimentos são preliminares para a chegada do órgão a ser transplantado. “O meu médico disse que estou apto a ser transplantado, mas precisa desses dois procedimentos. Estou há dois anos aguardando. É um absurdo. Estou com medo de morrer”, desespera-se o morador do Sol Nascente.

Uma fila com 962 angustiados Atualmente, a fila de espera por transplantes no DF é de 962 inscritos que aguardam doadores. A maior demanda é para o transplante de rim, com 523 pessoas, segundo dados do InfoSaúde. A pandemia de covid-19 reduziu o número de doadores. Mas este não é o problema de César. Ele tem três filhos já testados compatíveis e prontos para lhe doar o órgão. Só depende de o Hospital de Base re-

alizar o pequeno procedimento e liberar o trabalhador para a mesa de cirurgia. Ele teme, no entanto, que não dê tempo e acabe não resistindo ao descaso de que é vítima. “Eles não explicam nada. Fiz exames em março do ano passado. O médico disse que eu estava apto para o transparente, mas, antes, tinha de tirar a bolsa e a pedra. É desumano isso”, lamenta.


Brasília Capital n Cidades n 7 n Brasília, 5 a 11 de março de 2022 - bsbcapital.com.br

s dos hospitais do DF VINÍCIUS DE MELO / AGÊNCIA BRASÍLIA

Idosa reclama de negligência

BRENO ESAKI/AGÊNCIA SAÚDE

Na esteira de exemplos de dramas humanos na rede hospitalar no DF registram-se incontáveis casos. Um deles é o de Odete Vieira da Cunha, 78 anos. A idosa fraturou o fêmur e ficou internada no Hospital Regional de Taguatinga (HRT) esperando cirurgia desde 30 de janeiro. Às vésperas do carnaval, seus familiares procuraram o Brasília Capital para denunciar a situação dela. Odete viu gente passando à sua frente e nada de chegar o dia de sua cirurgia. “Fiquei em jejum seis vezes por quase 24 horas, com a expectativa de ir para o centro cirúrgico, e nada. A única notícia boa era o aviso de voltar a me alimentar”. No início da semana, a reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde para

pedir informações sobre a idosa e outros pacientes que também haviam procurado o jornal. Coincidentemente, no fechamento desta matéria, na quinta-feira (3) à tarde, todos tinham sido operados. PERFURADOR – Os médicos do HRT explicaram para Odete que a cirurgia requeria um perfurador de osso. De uma cirurgia para outra, as duas ferramentas que existem no HRT precisam ficar até quatro horas em esterilização, para serem usados de novo. Esse teria sido o motivo de ela ter ficado tanto tempo à espera do procedimento. “Nesses dias, operaram uma moça de 18 anos que aparentava estar mais saudável do que ela”, lembrou a acompanhante de Odete, Maria Margarida.

Secretaria não explica critérios A fila de espera e os critérios para se entrar nela e lá permanecer por um longo tempo não foram explicados pela Secretaria de Saúde ao ser questionada pela reportagem. O fato é que a fila não para de crescer. E, com ela, o sofrimento e o sentimento dos pacientes de que são vítimas, acima de tudo, de negligência e discriminação. Estefane Andreia Ferreira do Nascimento, 14, estava há um mês prostrada numa maca do HRT, perdendo aula, porque sua

cirurgia de recomposição dos ligamentos do joelho não acontecia. Desesperada, a mãe, a autônoma Liedete Pereira Ferreira, também procurou o Brasília Capital. A demora a impedia de ganhar o sustento da casa. “Toda vez eles tinham uma desculpa para cancelar a cirurgia da minha filha. Tenho dois filhos pequenos que precisam de mim. Faço bicos para sustentar minha família, pois estou desempregada. É uma falta de respeito”, protestou a moradora do Recanto das Emas.


Brasília Capital n Cidades n 8 n Brasília, 5 a 11 de março de 2022 - bsbcapital.com.br

VIA

Satélites

Segundo dados da Forbes, durante a pandemia os 10 homens mais ricos do mundo viram sua riqueza pessoal mais que dobrar, ganhando US$ 1,3 bilhão por dia (cerca de R$ 7 bilhões). Por outro lado, 97 milhões ingressaram na pobreza extrema e o número de mais pobres do mundo aumentou pela primeira vez em 20 anos.

A outra guerra 1,3 bilhão de pessoas (um sexto da população mundial) vivem com R$ 10 por dia. Estão na ‘pobreza multidimensional’ Zélio Maia da Rocha (*) DIVULGAÇÃO

Enquanto o mundo assiste, perplexo e apreensivo, o andamento de uma agressão militar de consequências humanas e materiais desastrosas, outra ameaça à condição da vida humana se agrava, sem, contudo, uma resposta global consistente. O aumento dramático dos níveis de fome e pobreza é, ao lado da crise climática, o principal desafio à permanência com dignidade da vida humana sobre a Terra. Segundo levantamento recente das Nações Unidas, 1,3 bilhão de pessoas, ou um sexto da população mundial, vivem com aproximadamente 1,9 dólar por dia (cerca de 10 reais). Dessas, 788 milhões vivem em uma família com pelo menos uma pessoa subnutrida, e 568 milhões carecem de água potável no espaço de uma caminhada de ida e volta de 30 minutos. Estão situadas na "pobreza multidimensional": não apenas não possuem renda, mas também estão privados dos direitos fundamentais à saúde, educação, emprego, habitação etc.

Esse quadro agravou-se durante a pandemia. Segundo dados da Forbes, nesse período, os 10 homens mais ricos do mundo viram sua riqueza pessoal mais que dobrar, ganhando US$ 1,3 bilhão por dia (cerca de R$ 7 bilhões). Por outro lado, 97 milhões ingressaram na pobreza extrema e o número de mais pobres do mundo aumentou pela primeira vez em 20 anos. Aqui no Brasil, em pesquisa realizada em outubro do ano passado, mais de 20 milhões de pessoas disseram passar 24 horas ou mais sem ter o que comer. Cerca de metade da população – 116,8 milhões de pessoas – afirmaram sofrer de algum tipo de insegurança alimentar. E a situação piora de maneira permanente há pelo menos nove anos, reflexo da crise política e econômica pela qual o País passa. A ampliação da rede de proteção social, a criação e manutenção de postos de trabalho, e o fortalecimento das políticas públicas para educação, habitação e saúde são medidas estratégicas que se impõem para atenuar o problema. Há, nesse campo, bons exemplos atuais e históricos. Aqui no Distrito Federal, por exemplo, o GDF instituiu, por lei, seis novos programas sociais, criando a maior rede de proteção social do Brasil. Ao mesmo tempo, as mais de 1,4 mil obras públicas e as medidas de estímulo ao setor produtivo fizeram o desemprego recuar 7,6% em um ano. Todos os órgãos da administração distrital assumiram tarefas de natureza social. Na Direção-geral do Detran-DF, coordenei o programa Habilitação Social, o qual possibilita às pessoas de baixa renda a obtenção gratuita de CNH. Também possibilitei a criação de 600 novos empregos, por meio do credencia-

MARCELLO CASAL/ARQUIVO/AGÊNCIA BRASIL

Um décimo do valor desviado pela corrupção e um terço dos impostos sonegados em razão da existência dos paraísos fiscais seria suficiente para resolver o problema. Conclui-se, desse modo, que a pobreza não é fenômeno natural, mas consequência de falta de prioridade das autoridades políticas e econômicas do mundo. mento de empresas privadas para a realização de vistorias veiculares. Se a experiência aponta os caminhos, também é preciso desmitificar o argumento de que falta dinheiro para implementá-los. Um pacto internacional que redirecionasse 15% da despesa militar global seria o suficiente para erradicar a

pobreza extrema de forma permanente, ainda segundo a ONU. De igual modo, um décimo do valor desviado pela corrupção e um terço dos impostos sonegados em razão da existência dos paraísos fiscais seria suficiente para resolver o problema. Conclui-se, desse modo, que a pobreza não é fenômeno natural, mas consequência de falta de prioridade das autoridades políticas e econômicas do mundo. Assim como a escravidão hoje é uma triste memória, dia chegará, se assumirmos esse como nosso principal desafio civilizatório, que o escândalo da fome e da miséria será mais um capítulo dramático dos livros de História.

(*) Subprocurador-Geral do Distrito Federal, advogado (licenciado), professor de Direito Constitucional e atual diretor-geral do Detran-DF


Brasília Capital n Cidades n 9 n Brasília, 5 a 11 de março de 2022 - bsbcapital.com.br I N FOR M E

A falta de acesso à saúde é uma violência contra a mulher Entre o início da pandemia e o primeiro dia útil de março deste ano, 378.999 mulheres foram contaminadas pelo coronavírus no Distrito Federal. Isto equivale a 55,4% do total dos casos de infecção. Dos óbitos em decorrência da covid-19, 42,9% foram de mulheres. Um triste número de 4.911 vidas perdidas. Tão grave quanto esse cenário de mortes por covid-19, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) informou, recentemente, que a falta de acesso à atenção oportuna e interrupções nos serviços de pré-natal têm sido responsáveis pelo aumento da mortalidade materna nas Américas durante a pandemia. Segundo o organismo, uma em cada três mulheres grávidas não teve acesso a cuidados intensivos em tempo oportuno. 365 mil gestantes foram infectadas e o número de óbitos ultrapassou 3 mil. Infelizmente, a falta de acesso a serviços de saúde não tem sido problema apenas no período da pandemia, quando ele se agravou. Em 2019, 583.896 mulheres morreram no Brasil. As cau-

sas mais frequentes foram doenças do aparelho circulatório, neoplasias (câncer), doenças do aparelho respiratório, doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas. Nesse ano houve um aumento na ocorrência de doenças dos aparelhos genital e urinário – o que demonstra deficiência específica na atenção à saúde da mulher. No DF, a situação não é diferente. O GDF festejou, em outubro de 2020, a inauguração do Centro Especializado de Saúde da Mulher (Cesmu), reaproveitando a estrutura do antigo centro de saúde da 514 Sul. “Uma policlínica exclusiva para atendimento à mulher”, foi o anúncio. O problema com a criação dessas unidades para atendimento específico não é mais do que o indicativo de que a mulher provavelmente não vai encontrar o atendimento de que precisa no hospital mais próximo de casa. Nas UBS, os recursos são ainda mais escassos e não há ginecologistas. Com esse tipo de atendimento não especializado e a insuficiência de médicos na Secretaria de Saúde, os diagnósticos dos casos mais complexos só virão em estágios avançados. Isso implica

em aumento de riscos para as pacientes, maior tempo e custo mais elevado nos tratamentos. O governo festejou 3 mil atendimentos nos primeiros seis meses do Cesmu. Porém, as mulheres representam mais de 52% da população do DF, que ultrapassa 3 milhões de habitantes. E 64% dessas pessoas dependem exclusivamente do SUS para assistência à saúde. A própria questão da violência contra a mulher, que hoje tem tanta projeção nos meios de comunicação, tem impacto direto na saúde da vítima e nos serviços de assistência à saúde da mulher, os quais não estão recebendo a devida atenção do GDF. A violência está associada ao aumento do risco de lesões, depressão, transtornos de ansiedade, gravidez não planejada, infecções sexualmente transmissíveis, incluindo HIV, e muitos outros problemas de saúde. Neste mês de março, quando celebramos o Dia Internacional da Mulher, é indispensável enfatizarmos a necessidade de reestruturar e ampliar a rede de assistência à saúde da mu-

Dr. Gutemberg Fialho Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal

lher, não só para os casos em que a questão está vinculada à violência contra ela. A falta de acesso à assistência pública em saúde é, por si só, uma forma de violência, em especial contra aquelas em situação socioeconômica mais desfavorável. A ampliação do acesso, a partir das Unidades Básicas de Saúde, é uma necessidade urgente.

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital

I N FOR M E

Sindicato cobra do BRB medidas para evitar disseminação da covid-19 DIVULGAÇÃO

Leidiane Souza (*) Preocupada com o bem-estar e a segurança dos funcionários e clientes, a diretoria do Sindicato tem cobrado constantemente à direção do BRB o fortalecimento dos protocolos sanitários nas agências para evitar aglomerações e, consequentemente, a disseminação do coronavírus. No último período, houve aumento expressivo no número de pessoas que procuram as agências. Isso porque, desde o final do ano passado, cumprindo seu papel social, o BRB tem sido a instituição financeira responsável por entregar à população em situação de vulnerabilidade social cartões de benefícios como Prato Cheio e Cartão Gás, por exemplo, iniciativas do Governo do Distrito Federal para amenizar os impactos da crise sanitária e socioeconômica aprofundada em meio à pandemia. Em média, são entregues, por dia. mais de 200 cartões nas agências mais movimentadas do BRB. Em algumas delas, estima-se que chega a 3.000 o número de cartões disponíveis para

Clientes e servidores do BRB ficam vulneráveis ao coronavírus, devido as filas extensas

entrega. Entretanto, em meio à falta de planejamento, os bancários e clientes tornam-se vulneráveis a contaminações devido às extensas filas, à movimentação intensa no interior das agências, à dificuldade de manter o distanciamento social, além da falta de funcionários. De acordo com a diretora da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/ CN), Samantha Sousa, o cenário já era es-

perado, diante do déficit atual no quadro de empregados do BRB. Samantha explica que, apesar da convocação recente de 570 aprovados do último concurso de 2019, um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontou que, considerando que diversos profissionais deixaram o BRB com o último Plano de Demissão Voluntária (PDV) e que mais 200 bancários

já se aposentaram, existe hoje, em média, um desfalque de cerca de 400 empregados. O BRB informou ao Sindicato que está revendo os processos, e a expectativa agora é de que haja, de fato, novas contratações para integrar o quadro de funcionários no próximo período. “O Sindicato tem mantido mesas de negociações frequentes junto à direção do BRB. Temos cobrado medidas necessárias e urgentes para melhorar o processo de entrega dos cartões à população. Queremos cumprir com excelência o papel social do banco, mas, para isso, é essencial criar ações para proteger a vida dos bancários e clientes”, conclui Samantha. (*) Colaboração para o Seeb Brasília

Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital


Brasília Capital n Cidades n 10 n Brasília, 5 a 11 de março de 2022 - bsbcapital.com.br

Brasília

Acompanhe também na Internet o blog Brasília, por Chico Sant’Anna, em https://chicosantanna.wordpress.com Contatos: blogdochicosantanna@gmail.com

Por Chico Sant’Anna

Ibaneis pede mais R$ 504 milhões para empresas de ônibus Nem bem o ano começou e a Secretaria de Mobilidade já quer uma suplementação de R$ 504,8 milhões para as empresas do transporte coletivo. A pedida vai se somar aos R$ 442,5 milhões já alocados (R$ 72,8 milhões a título de reembolso das despesas da gratuidade das pessoas com deficiência (PNE); R$ 100 milhões do Passe Estudantil (PLE); e R$ 269,7 milhões da chamada Manutenção do Equilíbrio Financeiro do Sistema. Somando tudo, chegaria a R$ 947,5 milhões só neste ano. A Semob justifica a suplementação por considerar que a verba estipulada na Lei Orçamentária Anual (LOA) “não será suficiente para cobrir as despesas projetadas para todo o exercício”. Ou seja, a LOA foi votada em 14 de dezembro e já se mostra insuficiente para cobrir as despesas agora apontadas.

DIVULGAÇÃO

Empresas de ônibus podem ter reforço de caixa, e usuários sofrem com a falta de ônibus

Teria a Semob falhado nos cálculos, considerando que em 2021 também se gastou perto de um bilhão (R$ 855,5 milhões) com as empresas de ônibus? No dia 25 de fevereiro, a Semob informa já ter gasto R$ 92,643 milhões dos R$ 442,5 milhões alocados para 2022. FICÇÃO – Especialista em planeja-

mento e orçamento, o ex-secretário-adjunto de Mobilidade, Leandro Couto, considera essas contas “muito estranhas”. “Houve sub-orçamentação? O orçamento virou uma enorme peça de ficção? Tudo isso dificulta a transparência e acompanhamento dos gastos púbicos”, salienta.

Suplementação paga com recursos do ICMS Em oficio de 18 de fevereiro ao governador Ibaneis Rocha, ao qual foi anexada a minuta do projeto de lei, a Secretaria de Economia afirma que os novos recursos demandados serão bancados pelo “excesso de receita da arrecadação do ICMS”, imposto que recai sobre o comércio de mercadorias e a prestação de serviços. “Se na previsão inicial de despesas e receitas eles não previram essa despesa, que tem caráter contínuo, como que agora eles colocam na dependência de um excesso de arrecadação de ICMS? O que mudou do final do ano passado pra cá para afirmarem que terá um excesso de arrecadação de ICMS?”, questiona Couto.

Ao governador Ibaneis Rocha foi pedido, ainda, que estipule regime de urgência para a tramitação do projeto-de-lei. E ele não demorou: no dia 22, foi lido no plenário da CLDF o projeto de reforço de caixa. DESRESPEITO – O deputado Reginaldo Veras (PDT) reagiu, lembrando que no ano passado a verba repassada aos donos das empresas de ônibus totalizou R$ 1 bilhão. E nem por isso a frota de ônibus foi renovada integralmente. “O GDF quer agora dar de bandeja R$ 500 milhões para os ricos donos das empresas de ônibus logo no início do ano. É muita grana repassada para essas empresas prestarem um

serviço porcaria. Isso é um desrespeito para com o usuário do sistema de transporte público do DF”, protestou. O distrital Leandro Grass (PV) salienta que mais uma vez o GDF age sem transparência e sem trazer a público a comprovação dos efetivos gastos do sistema. “Votarei contra!”, garante. Fábio Felix (Psol) questiona o repasse de “volume vultoso de recursos para as empresas de ônibus que prestam um serviço de péssima qualidade” e chama a atenção para a “falta de planejamento orçamentário, falta de transparência nos contratos e a péssima prestação de serviço”. “Quem perde é sempre a população”, sentencia.

Tarifa técnica é reajustada em setembro Pelos novos cálculos da Semob, os 504,8 milhões, somados à dotação inicial de R$ 442,5 milhões, serão suficientes para custear a Manutenção do Equilíbrio Financeiro do STPC/DF até dezembro. Entretanto, mesmo com esses R$ R$ 947,5 milhões, não está descartado um reajuste da tarifa técnica em setembro, como preveem os contratos de concessão. “Mas qualquer das partes, seja o governo ou a concessionária, pode pedir a revisão ou reajuste da tarifa técnica sempre que houver necessidade de recompor o equilíbrio contratual. PASSE LIVRE – Para um dos coordenadores do Movimento Passe Livre, Paíque Santarém, essas suplementações milionárias estão dentro de uma estratégia equivocada de se manter, em ano eleitoral, a lucratividade das empresas aparentemente com tarifas congeladas. Segundo ele, a metodologia de remunerar as empresas por passageiros transportados, com a queda de demanda provocada pela pandemia, não mais funciona. “Temos que mudar a forma de contratação das empresas. No lugar de se pagar pela quantidade de passageiros transportados por quilômetro rodado, tem que remunerar por viagens realizadas, como se fosse um fretamento”, sugere.


Brasília Capital n Geral n 11 n Brasília, 5 a 11 de março de 2022 -.com.br

NUTRIÇÃO

Caroline Romeiro Troca inteligente Pare hoje mesmo de tomar refrigerante. Substitua por água com gás e sumo de limão Se tem uma coisa que a indústria de alimentos faz muito bem é propaganda. Você sabia que uma das melhores e mais famosas propagandas do mundo são da Coca-Cola? Especialmente aquelas de Natal, mostrando a família reunida, ou, ainda, aquelas que exibem momentos alegres entre amigos e família, e

que em qualquer lugar do mundo tem a Coca-Cola. E por que eu estou falando disso? Porque – e longe de mim querer fazer propaganda para essa marca, que, aliás nem precisa disso – quero chegar no ponto que essa indústria é uma das que mais geram sentimento de pertencimento com suas propagan-

ESPÍRITA

José Matos A revolução do coração Se você der alguma coisa a um necessitado, talvez não o mude. Mas o gesto de ter partilhado mudará você. Você fez o que pôde. E isto é que é importante Viemos à Terra para cumprir uma série de tarefas e para ter um aprendizado em amor e sabedoria, como ensinou Emmanuel. No livro “Políticos e Líderes Religiosos”, o mestre indiano Osho, considerado por muitos como o maior Mestre do Século

TV Comunitária lIGADA EM BRASÍLIA

XX, nos brinda com estas pérolas: “Quando você encontrar um necessitado, seja sensível, partilhe o que puder partilhar e não se atormente se ele vai ou não permanecer necessitado; se ele vai ou não lhe agradecer. Tente entender: a mente interfere sem-

das. E esse é um dos motivos pelos quais as pessoas bebem esse refrigerante especificamente. Parece loucura! Você vai me dizer que é só pelo sabor ou pelo que o açúcar causa no ser humano. Mas não. Também é por causa desse sentimento gerado pelas propagandas. O lado horrível dessa história é que os refrigerantes hoje estão entre os produtos alimentícios que mais contribuem para os quadros de obesidade e diabetes no mundo. Por isso, tenho uma troca inteligente para te sugerir! É uma dica simples e que funciona. Quer te fazer um favor? Pare hoje mesmo de tomar refrigerante! Independentemente de você beber refrigerante normal ou zero açúcar. Se você fizer isso, terá alguns anos de saúde a mais. Na lista de ingredientes dos refrigerantes temos água gaseificada, açúcar (na versão tradicional), extrato de cola ou guaraná ou suco de laranja (esses são os

mais consumidos), e aditivos químicos - acidulantes, conservadores, aromatizantes, corantes, adoçantes… E por aí vai! Em um copo de 200 ml tem 85 Kcal, e 21g de açúcar (refri tradicional). Se você tomar numa festinha 5 copos, são 425 Kcal. E se tomar durante a semana 1 copo por dia, são 595 Kcal, além das calorias do refri da festinha. Então, 1020 Kcal/semana. Se você trocar por água com gás e sumo de limão, temos: 7,3 g de carboidrato e 30 Kcal, além de 30 mg de vitamina C. Ah! E nenhum aditivo químico! Quer outro motivo para fazer essa troca? O sumo do limão antes de uma refeição rica em carnes (gordura e proteína) pode te ajudar a ter uma digestão melhor! Que tal experimentar essa troca?

pre que o coração sente amor”. E diz: “o que acontecerá? Ele continuará a ser um necessitado. Se você der ouvidos, você perdeu a oportunidade de fazer o amor fluir. A questão não é ele. A questão é você e seu coração; não tente dizer que é o carma dele; que é a sociedade. Se você der alguma coisa, talvez não o mude, mas o próprio gesto de ter partilhado mudará você, você fez o que pôde e isto é que é importante”. Você fez o que pôde. Mas, lembre-se: não há nenhuma recompensa por isso. Se você tirar alguém que está se afogando de um poço, isso será uma grande alegria. Que mais recompensa você quer? Você salvou uma vida; deveria estar imensamente feliz. A recompensa é o ato em si. Você é uma pequena parte do todo, e o que quer que faça pode não

mudar a situação, mas mudará você”. E como disse Madre Tereza: “no final, é tudo entre você e Deus. Nunca foi entre você e os outros”. E acrescenta: “O que eu faço é uma gota d’agua no oceano, mas sem ela o oceano seria menor”. Ou ainda, como dizia Chico Xavier: “Eu sou uma pessoa que joga água para apagar um incêndio enquanto o Corpo de Bombeiros não chega”. Osho imaginava um mundo de tanta solidariedade que não precisasse de ‘Madres Terezas’. De modo semelhante imaginava Luther King. E também Jesus, quando dizia: “Meu reino não é deste mundo. Amem-se como eu vos amei. Esta é a revolução do coração”.

(*) Presidente do Conselho Regional de Nutricionistas 1ª Região

Professor e palestrante

CANAL 12 NA NET WWW.TVCOMUNITARIADF.COM @TVComDF

TV Comunitária de Brasília DF


Brasília Capital n Gastronomia n 12 n Brasília, 5 a 11 de março de 2022 - bsbcapital.com.br

Gastronomia Bastidores dos restaurantes

Dedé Roriz

CLASSIFICAÇÃO $ - BARATO $$ - MÉDIO $$$ - ALTO $$$$ - CARÍSSIMO

Empresário e radialista divulgando a boa gastronomia e eventos de Brasília Instagram: @dederoriz Fotos: divulgação

LIBERTANGO

De Campos do Jordão para Brasília Chegou em Brasília, direto da serra da Mantiqueira, o restaurante argentino Libertango, rede que se destaca na charmosa Campos do Jordão (SP). A casa foi montada no hotel Bonaparte pelos empresários Raul Canal e Jorge Serodio. O gerente é o competente Melo Alves, que já passou pelos melhores restaurantes de Brasília. A Libertango abre de terça a sábado no almoço e no jantar e aos domingos para o almoço. A casa no Bonaparte tem quatro ambientes: salão principal, onde ficam as mesas para almoço e jantar; a charutaria, para quem gosta de reunir os amigos; a área do happy hour, para aqueles que curtem petiscar e tomar uma bebida gelada; e a sala VIP, com capacidade para dez pessoas, ideal para reuniões privadas ou mais reservadas. De quebra, tem uma adega variada, com dezenas de rótulos nacionais e importados.

SUGESTÃO – Nós, do Brasília Capital, experim entamos o “Ojo de bife” co m purê de Zapallo (abóbora com gorgonzola) e arroz com queso (arroz cremoso), al ém de um Tomahawk com quase 800 gramas. De entrad a, uma espetacular provolet a (provolone com tomate ce reja e alho frito). Na sobremes a, uma deliciosa panqueca co m doce de leite argentino.

MAIS INFORMAÇÕES: Instagram: @libertangorestaurante Hotel Bonaparte Setor Hoteleiro Sul Reservas: 61-3554-1727

AMERICAN PRIME

O time de craques do gerente Roberto O time montado pelo sócio Paulo, do American Prime, no Terraço Shopping, é comandado pelo gerente Roberto. Lá, além de saborear uma excelente carne premium, hambúrgueres de picanha e pratos kids com várias opções, o cliente desfruta do ótimo atendimento dos craques Ney Vieira, Letícia Gabriela, Jaider, Roberto, Wander Pereira, Daiane Cristina e Edivânia Souza (foto). Entre os pratos do variado cardápio, o Brasília Capital recomenda a costela barbecue e o Chicken com fritas.

MAIS INFORMAÇÕES: Instagram: @americanprimesteakhouse American Prime Steak Terraço shopping Reservas: 61-3264-2282


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.