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www.bsbcapital.com.br Ano XII - número 557
O marajá da Fecomércio-DF
José Aparecido Freire (foto) reajusta os próprios vencimentos para 36 salários mínimos mensais
Página 12
Brasília, 12 a 18 de março de 2022 DIVULGAÇÃO
Rollemberg ataca Ibaneis Ex-governador afirma que atual chefe do Bu-
do Brasília Capital com a TV Comunitária e o
riti ganhou eleição em 2018 porque era des-
blog do Chico Sant’Anna, o socialista atacou:
conhecido. Mas agora vai perder, porque o
“Ibaneis mentiu quando disse que acabaria
eleitor já o conhece. Na entrevista ao progra-
com o Instituto Hospital de Base (hoje IGES-
ma Brasília Capital Notícias, uma parceria
-DF) e que não privatizaria a CEB”. Página 5 ANTÔNIO SABINO
Entrevista / Gabriel Magno
O sucessor de Arlete Sampaio Chefe de gabinete tem missão de continuar legado da distrital e ex-vice-governadora Página 4
Uma cidade sem equipamentos públicos Empresários e lideranças comunitárias de Águas Claras cobram construção de creche e hospital públicos na cidade. Associação de Moradores (Amaac) diz que GDF não escuta a população Pelaí – Páginas 2 e 3
Crochê dá dignidade a mães da Estrutural Mulheres formam cooperativa para comercializar produção artesanal Página 6
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Ex pedien te
Orlando Brito (Foto) – O jornalismo perdeu, sexta-feira (11), Orlando Brito, 72 anos, um dos seus mais premiados repórteres-fotográficos do Brasil. Ele estava internado no Hospital Regional de Taguatinga, com complicações no intestino. Passou por cirurgias, mas não resistiu.
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Cidade sem equipamentos públicos Um grupo de empresários (foto) e lideranças comunitárias de Águas Claras se reuniu, quinta-feira (10), com a deputada Jaqueline Silva (PTB) – ela confirmou ao Brasília Capital que está de saída do partido – para cobrar benfeitorias para a cidade. A falta de equipamentos públicos, como creche e hospital, foi a principal demanda apresentada. Mas houve crítica unânime à falta de diálogo com o atual gover-
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no. “O GDF não escuta a população”, disse o diretor da Associação dos Moradores e Amigos de Águas Claras (Amaac), Rodolfo Mandrak, apontando como exemplo a inutilidade da construção da terceira saída, iniciada pelo governo. “Não resolve o problema dos engarrafamentos”, disse. Segundo o empresário Rubens Costa, a melhor solução para o trânsito de Águas Claras seria uma saída pelo Gua-
rá (a obra atual é uma ligação com a EPTG). As lideranças também querem que as fiações elétrica, de internet e telefônicas passem a ser subterrâneas e pediram a construção de um ponto de apoio para os milhares de motoboys que trabalham na cidade. Jaqueline Silva, que aportou recursos de emendas parlamentares para a obra da terceira saída, disse que levaria todas as reclamações ao governador Ibaneis Rocha.
Liberais e petistas juntos Júlia Lucy (sem partido) usou, quarta-feira (10), em suas redes, vídeo de Chico Vigilante (PT) condenando a decisão do ex-partido dela. Há duas semanas, o Novo expulsou Lucy, entre outras coisas, por ter mais assessores do que a média de outros mandatários da legenda. A deputada ressaltou as diferenças ideo-
lógicas com o petista, mas pregou o respeito no Parlamento. RESCALDO – Vigilante ganhou com a polêmica: atingiu um público que suas redes sociais não alcançam. Um dos seguidores liberais comentou: “Parabéns a esse deputado. Também tenho zero afinidade com o PT, mas ele cresceu como pessoa aí no plenário”.
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Sem voto A queda de braço entre Manoel Arruda e Alberto Fraga para saber quem comandará o União Brasil no DF está perto do fim. Tudo indica que o advogado e ex-presidente do PSL local será o presidente do
UB na capital. Com isso, Fraga se reaproxima do antigo aliado Jair Bolsonaro. Nos bastidores, o ex-deputado tem esbravejado por ter perdido comando da sigla para alguém “que não tem voto”.
Grass formaliza filiação ao PV O distrital Leandro Grass, pré-candidato a governador, foi recebido na quarta-feira (9) pelo presidente nacional do Partido Verde, Luiz Penna, para formalizar sua filiação à legenda. O encontro foi prestigiado por membros do diretório nacio-
nal e da executiva distrital do PV. PRÉ-LANÇAMENTO – Pré-candidata a distrital, Thaynara Melo assina a ficha de filiação ao PSB na terça-feira (15). O ato está marcado para as 19h30, na sede da Fundação João Mangabeira (QI 5, conjunto 2, casa 2, no Lago Sul.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Atenção especial O distrital Eduardo Pedrosa (União Brasil), que gosta de acompanhar de perto a execução de suas emendas parlamentares, visitou, terça-feira (8), a obra de revitalização do Centro de Referência para Atendimento de Pessoas com Síndrome de Down, no HRAN. “O espaço vem passando por uma revolução a partir da iniciativa do deputado”, disse Márcio Freitas (foto), morador de Ceilândia e pai de uma criança com Down.
Chapa quente Que a disputa pelas oito cadeiras na Câmara Federal será acirrada todos já sabem. Mas pouca gente sabe que PP sonha ficar com quase a metade delas. O partido vai lan-
çar o ex-governador Rogério Rosso, o ex-deputado Rôney Nemer, além de Celina Leão, que tentará se reeleger, caso não consiga a vaga de vice na chapa de Ibaneis Rocha.
Por um Brasil para os brasileiros J. B. Pontes (*) DIVULGAÇÃO
Embora não nos faltem recursos materiais e humanos, os governantes brasileiros são incapazes de formular e executar um projeto de nação que objetive o desenvolvimento econômico e social. Optam sempre por perseguir um desenvolvimento baseado no capital internacional, no qual os brasileiros são coadjuvantes. Aceitam passivamente que as grandes potências nos imponham o papel de exportadores de commodities - matérias-primas com baixo nível de industrialização (minério de ferro, soja, produtos agrícolas etc.). Desconhecem que o desenvolvimento nacional só será conseguido com maiores investimentos, organização e estruturação das áreas de educação e ciência, estratégicas para qualquer nação que queira progredir. O menosprezo pela ciência, tecnologia e inovação é evidente quando se observa os pífios investimentos públicos nessas áreas. No orçamento para 2022, por exemplo, descontados os gastos com manutenção e pessoal, o Ministério da Ciência disporá apenas de R$ 6,9 bilhões para pesquisa, valor quase igual ao que será gasto na campanha eleitoral deste ano. Na educação o descaso não é menor. Recente relatório do IMD World Competitiveness Center coloca o Brasil na pior posição entre os países analisados. O dado está em consonância com as avaliações do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes - PISA, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A pesquisa atribui esse resultado, entre outros fatores, ao mau desempenho do país no que se refere aos gastos públicos em educação: enquanto o mundo investe anualmente, em média, U$ 6.873 (R$ 34,5 mil) por estudante anualmente, o Brasil aplica apenas U$ 2.110 (R$ 10,6 mil). Com o suposto objetivo de melhorar o sistema de ensino brasileiro, o governo Temer, por meio da MP
746/2016, transformada na Lei nº 13.415/2017, promoveu uma reforma, chamada de Novo Ensino Médio, a ser concretizada a partir deste ano, promovendo várias mudanças, especialmente no currículo escolar. Não cabe aqui uma avaliação detalhada dessa “reforma”. Com a palavra os especialistas. No entanto, teceremos algumas considerações sobre ela. Desde o início. a “reforma” foi contestada pelos especialistas, vez que formulada “de cima para baixo”, sem a participação da comunidade escolar e suas entidades representativas. Também porque não abrange aspectos cruciais que afetam a educação, como a ampliação do financiamento; as condições estruturais das escolas e seus recursos humanos; a valorização dos educadores, com salários dignos, formação e aperfeiçoamento contínuo; condições adequadas de trabalho; e políticas públicas complementares que favoreçam o acesso e a permanência dos alunos nas escolas. Especialistas apontam que a “reforma” está mais direcionada para a formação flexível e aligeirada dos estudantes, assim como para o aumento de parcerias que conduzam à terceirização e à privatização dessa estratégica área. Sem dúvida ela foi formulada no contexto das políticas neoliberais: prioriza os interesses do capital, inclusive por meio da aplicação de recursos públicos em instituições privadas, de modo a melhor atender as exigências do “deus mercado”. Por tudo isso, essa “reforma” tem tudo para não dar certo. Além do mais, tem potencial para aprofundar o diferencial do ensino entre as instituições públicas, que atendem os pobres, e as privadas, voltadas para os ricos, pelo que os mercadores da educação a estão aplaudindo. Ainda que as circunstâncias não favoreçam, diante da quantidade de recursos públicos colocados nas mãos dos políticos e partidos, sobretudo do Centrão, para compra de apoios e votos, continuamos a sonhar que possamos, nas eleições de outubro, renovar e qualificar o Parlamento e eleger governantes compromissados com os interesses do País. (*) Geólogo, advogado e escritor
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Entrevista / Gabriel Magno ANTÔNIO SABINO
Você é o herdeiro político da deputada Arlete Sampaio? – A Arlete tem um legado e uma história de carinho e cuidado com o DF, e tomou a decisão neste mandato de se aposentar da vida eleitoral. Mas não da política... – Da política a gente nunca aposenta. Nós e a Arlete temos um compromisso com a cidade. Ela acredita na necessidade e na importância da renovação. E nosso coletivo Democracia Socialista tomou a decisão de dar continuidade a esse legado. Qual sua principal bandeira como distrital? – Sou professor e a Arlete é médica. Mas muito conhecida na Educação. Inclusive, preside a Comissão de Educação, Saúde e Cultura da Câmara. Na minha plataforma, óbvio, a educação será uma grande prioridade. Quais os principais problemas a serem atacados? – A Educação tem sofrido muito. Mas queremos discutir o DF como um todo. O Ibaneis transformou a cidade num negócio e governa para uma parcela muito pequena da população. Qual parcela? – As empresas de ônibus, por exemplo, têm recebido um grande auxílio. Em 2021 foi quase R$ 1 bilhão. E a população não vê melhoria na qualidade do serviço. O IGES que ele prometeu acabar foi ampliado e tem recebido muitos recursos. A privatização da CEB levou à piora do serviço, que ficou mais caro. Nós queremos discutir um novo modelo de cidade, em que tudo tem que ser para todos. A cidade precisa ser mais democrática. Este é o nosso compromisso, que faz parte da história da Arlete.
Gabriel Magno recebe o apoio de Arlete Sampaio para renovação e continuidade de seu legado na CLDF
O sucessor de Arlete Sampaio Orlando Pontes
O
professor Gabriel Magno é um “garoto prodígio”. Aos 36 anos, formado em Física pela UnB, é concursado da Secretaria de Educação e já tem larga experiência como diretor do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação. Chefe de gabinete da deputada Arlete Sampaio (PT), foi escolhido pela tendência Democracia Socialista como pré-candidato para dar sequência ao trabalho da parlamentar na Câmara Legislativa. Nesta entrevista ao Brasília Capital, ele fala dos projetos e dos compromissos que terá, caso se eleja.
O que são as Casas da Democracia? – São as antigas Casas da Cultura, criadas no primeiro mandato da Arlete. A cultura sofreu muito nesse período e sofre até hoje. Foi o primeiro setor a fechar e o último a abrir. Aí, pensando na cidade como um todo, ampliamos a ideia para Casa da Democracia, com oficinas e cursinhos populares. Um espaço de convivência social. A cidade carece disso. Isto não seria uma atribuição do Poder Público? – Infelizmente, temos aí
uma gestão que olha para os espaços públicos e tenta interditá-los. São praças mal iluminadas, sem internet de graça, sem segurança, e outras virando estacionamento. A cidade é para os carros e não para as pessoas. A ideia da Casa da Democracia é ser o ponto de apoio, de organização e resistência dessa luta social. As mulheres lutam por mais espaço na política. Aí o coletivo de vocês coloca um homem como sucessor de uma deputada. Não seria mais lógico a indicação de uma mulher? – Nosso grupo
sempre teve compromisso não só com a luta dos direitos sociais e das mulheres. Achamos importante ampliar a participação feminina na política e em vários espaços. Isso se dá, primeiro, com uma mudança no sistema político, que é muito machista. Defendemos, por exemplo, as listas fechadas alternadas, com alternância de gênero. Se o partido tem duas vagas, tem que ser um homem e uma mulher. E assim por diante. Que outras bandeiras femininas você vai defender? – Existem lutas sociais que mesmo sendo homem a
gente carrega, que é a agenda das mulheres, dos negros e das negras, dos LGBTQIA+. Serão partes fundantes do nosso programa e da nossa atuação parlamentar. Como está a construção das alianças para o enfrentamento com Ibaneis nas urnas? – Eu vejo com otimismo a construção da federação. Com ela, a gente acha bem possível derrotar Ibaneis aqui e Bolsonaro na esfera nacional, com o Lula. 2022 é o ano pra gente revidar. Os últimos anos foram de luta e resistência. Nas eleições nós vamos conseguir revidar, para construir um novo DF, um novo País. A Rosilene reúne as condições de liderar esse bloco. Como negar que Ibaneis realiza obras importantes para a cidade, como mostra a propaganda do GDF? – Primeiro, que é um governo que faz muita propaganda. Qual é a prioridade dessas obras. Atendem a quem? Estamos num período de chuva e as cidades continuam sendo inundadas. Por que as obras não corrigem os problemas nas escolas, que estão com salas superlotadas? Por que não foram construídos novos hospitais? Por que os novos bairros lançados pelo GDF não têm equipamentos públicos, como escolas e UBS? Você defenderá o cumprimento da lei que manda os órgãos públicos do DF investir 10% dos recursos de publicidade nos veículos comunitários? – Os meios de comunicação comunitários são fundamentais para a democracia. Os 10% dos recursos da publicidade do GDF têm de ser cumpridos. Este é um compromisso que deve ser de todos os políticos que têm apreço pela democracia.
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Rollemberg abre o verbo FOTOS: REPRODUÇÃO/TV
Ex-governador garante que deixou R$ 600 milhões no caixa do GDF e que sucessor prometeu não extinguir o IHB, hoje IGES, e não privatizar a CEB José Silva Jr Desde que perdeu a eleição para Ibaneis Rocha (MDB), o ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB) não concedia uma longa entrevista a um veículo de comunicação. Mas quebrou o silêncio – e abriu o verbo! – na segunda-feira (7), ao aceitar o convite do programa Brasília Capital Notícias – Eleições 2022, uma parceria do jornal Brasília Capital, com a TV Comunitária e o blog Brasília por Chico Sant’Anna. Durante 30 minutos, Rollemberg foi bombardeado por perguntas dos jornalistas Chico Sant’Anna e Orlando Pontes. E não fugiu de nenhuma delas. Garantiu que não concorrerá ao Executivo – tentará uma das oito vagas de deputado federal – e reiterou apoio ao correligionário Rafael Parente na corrida sucessória de Ibaneis Rocha (MDB). “Rafael é a renovação”. Rollemberg não acredita que a Federação PT-PSB-PCdoB-PV saia do papel. “Existem focos de resistência no partido. O PSB perderia sua identidade. Temos nossa história, assuntos diferentes do PT. O PSB dará uma contribuição maior ao DF e ao país se for independente”. Mas garante que o fato de o PSB estar rachado quanto à federação não inviabiliza uma coligação para as eleições majoritárias, “com Rafael Parente na cabeça de chapa”. Mesmo defendendo a candidatura de Parente, o ex-governador não descarta apoiar um postulante de outra sigla da frente que reunirá partidos de esquerda, como Rosilene Corrêa e Geraldo Magela, do PT. A exceção, neste caso, é a senadora Leila Barros. “Não vejo razão objetiva para ela ter saído do PSB. Então, se o PSB não servia para ela sair como candidata, por que vai servir agora para dar apoio?”, alfinetou.
Ex-governador Rodrigo Rollemberg quebra o silêncio em entrevista ao programa Brasilia Capital Notícias - Eleições 2022
Desvios no IGES-DF Perguntado sobre os desvios na Secretaria de Saúde – cuja cúpula chegou a ser presa no início da pandemia da covid-19 – e no IGES, gestado no seu governo como Instituto Hospital de Base (IHB), Rollemberg lamentou que o projeto tenha tomado rumo diferente do
proposto originalmente. Ele defende o modelo e garante que não houve corrupção enquanto esteve no Buriti. “Desafio a quem quiser se fiz alguma indicação para o IHB”. Tenho muita pena do Distrito Federal perder de usar um modelo de saúde 100% público,
“Ibaneis é mediano” Apesar de ser adversário de Ibaneis, o socialista classificou o governo do sucessor como mediano. “Ele pegou uma situação muito melhor do que eu peguei. Encontrou recursos, pagamentos de servidores em dia. Isto o permitiu fazer investimentos”. Para ele, porém, Ibaneis falha no campo social. A seu ver, o govenador não foi capaz de desenvolver políticas públicas para combater o aumento da pobreza. “O DF é a unidade da Federa-
ção com a maior desigualdade social do País. Há regiões extremante ricas e outras extremamente pobres. Faltam programas sociais para socorrer essas famílias”, avalia. Segundo Rollemberg, a menção “mediana” de Ibaneis só foi possível em virtude das obras em andamento, como o túnel de Taguatinga. Mas que é um exagero dizer que o GDF está fazendo 1.400 obras. “Ele reforma um banheiro e coloca como se fosse uma obra”, ironiza.
Obras inconclusas O ex-governador enumera obras iniciadas em sua gestão e que Ibaneis batizou como sendo suas filhas. “Não inauguramos o Trevo de Triagem Norte porque faltava 10% para ficar pronto. Deixamos o túnel de Taguatinga licitado. Não iniciamos as obras em nosso governo por causa de uma briga judicial”. Rollemberg criticou a privatiza-
ção da Companhia Energética de Brasília (CEB), que chamou de má-fé, assim como a promessa do então candidato do MDB de acabar com o Instituto Hospital de Base. “Ao assumir, ele transformou o IGES num cabide de empregos. Cadê os sindicatos, que estão calados? Eu jamais privatizaria a CEB. Eu saneei a CEB, que no meu governo foi premiada pela melhoria do serviço”.
gratuito e moderno, com capacidade de comprar mais rápido e atender mais pacientes. Mas o IGES foi povoado de cabo eleitoral”, lamenta. E aponta: “A corrupção no governo de Ibaneis não está só no IGES. Está nas Secretarias de Governo, de Educação, de Economia...”.
Quem mente? Questionado quanto a quem mente, se ele ou Ibaneis sobre a situação do caixa do GDF ao fim de sua gestão (ele diz ter deixado as contas saneadas e uma reserva de R$ 600 milhões, enquanto o sucessor afirma ter recebido o governo falido), Rollemberg responde com outras perguntas: “Quem mentiu sobre a privatização da CEB? Quem mentiu em relação ao IGES-DF? A resposta está aí? Quem mente é o governador atual”. O socialista concluiu analisando o cenário da eleição de outubro. “A rejeição de Ibaneis é muito grande. O eleitor tem uma percepção de que não é um governo que se interessa pelos mais pobres; que prefere privilegiar o Flamengo do que ter um tratamento equânime com os clubes do Distrito Federal; que pega milhões de reais de forma secreta e leva para o Piauí. Ibaneis não tem empatia com os mais pobres. Ele ganhou porque ninguém o conhecia. Agora vai perder porque o eleitor já o conhece”.
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MÃES DA ESTRUTURAL
Dignidade e autoestima a partir do crochê FOTOS: DIVULGAÇÃO
Mulheres formam cooperativa para comercializar produção, com ajuda de uma diretora do Sinpro-DF Um grupo de mulheres da Estrutural está se reinventando e buscando novas fontes de renda a partir da venda de itens de crochê. As “Mães da Estrutural” estão formando uma cooperativa para comercializar seus produtos, auxiliadas por uma diretora do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF). Até há pouco tempo, a maioria dessas mulheres não sabia nem como empunhar uma agulha de crochê. Hoje, já fazem sousplats (foto), toalhas de mesa, bolsas e uma série de itens artesanais. O crochê representa, para elas, a diferença entre a depressão e o desalento e a autoestima e a dignidade. O trabalho junto às mães da Estrutural é conduzido pela diretora do Sinpro, Presilina Spindola. Desde o início da pandemia, ela busca levar auxílios para um grupo crescente de famílias que, por perderem emprego e fontes de renda, se viram dominadas pela realidade da miséria e da vulnerabilidade social. “Eu vinha montando cestas básicas para essas famílias. Achava que em breve sairíamos da pandemia. Mas percebi que era como enxugar gelo. Essas famílias simplesmente não tinham a menor perspectiva de onde tirar dinheiro para sustento. E desde março de 2020, a cada mês que se passava, o número de famílias com necessidade de assistência dobrava. Entendi que o trabalho
Um divisor de águas Uma das mães da Estrutural que abraçou o trabalho com crochê foi a Ana Paula Araújo Alves Lima, de 30 anos. “O crochê na minha vida foi um divisor de águas. Eu estava deprimida, sem vontade de nada, e a pandemia piorou ainda mais a situação. Quando a Presilina veio aqui em casa, deixou umas linhas e disse: ‘vai fazendo conforme você consegue’”, recorda. E admite: “Os primeiros trabalhos ficaram meio feios, mas eu fui me aperfeiçoando. Em dezembro do ano passado, eu já tinha algumas peças prontas, e veio mais um desafio: vender minha produção nas escolas. Eu consegui, e me senti tão bem, livre, com a possibilidade de ajudar minha família: somos em seis aqui em casa, meu marido trabalhando sozinho, precisávamos de uma renda extra”.
Crochê se torna fonte de renda durante a pandemia, para mulheres que vivem na Estrutural
deveria sair do reativo e ir ao proativo”, explica Presilina. A professora pensou em várias possibilidades de trabalho, até que se lembrou que sabia fazer crochê. Reuniu algumas mulheres da região, ensinou-lhes os pontos básicos e começou a procurar receitas de produção. “Comecei a trocar as cestas básicas por linha e agulha, e logo descobri que elas já estão conseguindo autonomia financeira”, orgulha-se Presilina.
DECORAÇÃO – Ana Paula conta que, nesse universo, começou a estudar sobre os itens de decoração de uma mesa posta. “Estou apaixonada por esse novo mundo que se abriu para mim, e agora me dedico às roupas de mesa. Mesa posta é carinho, amor, cuidado com as pessoas que você mais ama na sua vida. Com o crochê eu tive um Natal diferente. E o ano de 2022 será muito gratificante para todos nós”,
Exposição nas escolas As novas artesãs brasilienses estão expondo seus trabalhos em várias escolas. “Quero agradecer aos colegas que receberam o projeto nas escolas com muito carinho, sugestões e orientações para nossas artesãs. E peço que continuem colaborando com o
nosso projeto!”, apela Presilina. Os produtos podem ser adquiridos por Whatsapp 6198644-3818, da Ana Paula, ou 61-98545-1682, da Cláudia. Em breve, também estarão em exposição num site para comércio eletrônico.
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Saudade da terra natal Moradora do Cruzeiro acha mais fácil conseguir uma consulta em Porto Alegre do que no DF Gicelda Corrêa Machado, 58, mora no Cruzeiro Novo, mas conta que consegue com mais facilidade uma consulta médica no SUS em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, sua terra natal, quando vai visitar os parentes, do que no Distrito Federal. “Lá, pode demorar alguns dias, mas a gente consegue, no mínimo, acesso aos médicos. Aqui, na capital da República, a gente não chega nem perto disso. É uma situação muito humilhante para o cidadão”, compara. “O cidadão procura um posto de saúde e, lá mesmo, é informado de que precisa comprovar que reside naquela Região
Administrativa. Caso não tenha como, precisa ir a um cartório com assinatura do locatário do imóvel em que mora, para poder agendar uma consulta”. Gicelda precisava de uma consulta ginecológica não oferecida nas UBS, mas não se consegue sem o encaminhamento feito em uma delas. “Andava com algumas dores no baixo ventre e procurei me consultar. Diante da dificuldade que encontrei, minha neta até brincou: ‘imagina o que acontece com os moradores de rua que não têm comprovante de nada!”. Ela afirma que o descaso é recorrente. “Isso frustra a gente. Muitas pessoas acabam desistindo. A gente pensa que o único jeito é aguentar a dor. Resta apenas se apegar a Deus para que Ele blinde nossa saúde”. DESÂNIMO – Médica da Secretaria de Saúde desde 1999, FGL (que pediu para ter o nome preservado por temer represálias) se diz triste e desanimada com a situação da Saúde no DF. “As condições pioraram. A atenção primária é deficiente, faltam
reagentes para exames e o acesso do cidadão à saúde foi burocratizado. Sempre falta algo em relação ao diagnóstico e tratamento do paciente”, desabafa. A burocratização dos processos na Secretaria de Saúde, afirma a médica, criou barreiras de acesso, desde a falta de compatibilidade entre os sistemas de prontuário eletrônico à dificuldade de encaminhamento de pacientes de unidades sob gestão da SES às administradas pelo IGES-DF. Nas UBS, usa-se um sistema de prontuário eletrônico que não é compatível nem com o que é usado nas unidades de saúde da SES nem com o que é usado nas UPAs, Hospital de Base e de Santa Maria, administrados pelo IGES-DF. “Tudo isso impacta no nosso trabalho e cria um desânimo enorme. O pior é que há anos não se realiza um concurso público para contratação de médicos e quando se contrata é a conta-gotas, mas assim, já começam sobrecarregados e com um salário defasado. Acaba que ninguém quer permanecer”, conclui.
Dificuldade começa na atenção primária Segundo a edição de 2020 da Demografia Médica Brasileira, Porto Alegre tinha 9,94 médicos para cada 1 mil habitantes. No mesmo ano, o DF contava com 15.413 médicos em atividade para uma população de 3.015.268 habitantes (5,11 médicos para cada 1 mil habitantes). No entanto, quando se compara o estado, a razão de médicos por habitante no Rio Grande do Sul cai para 1,8 médico para cada grupo de 1 mil habitantes. “É uma situação sem paralelo esta que vivemos no DF. Somos a menor unidade federativa e não temos as dificuldades orçamentárias que os municípios enfrentam, mas a oferta de assistência à saúde fica aquém do que é oferecido pelas capitais dos estados”, diz o presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho.
7 novas UPAs. Mais de 31 mil novos atendimentos por mês. • Mais de 1.000 profissionais contratados. • Atendimento emergencial 24 horas, 7 dias por semana. • Mais de 50 milhões investidos nas 7 UPAs.
Pouco a pouco, o GDF melhora a saúde do DF.
UPA do Paranoá
UPA da Ceilândia
UPA do Gama
UPA de Brazlândia
UPA do RiachoFundo II
UPA de Vicente Pires
Acompanhe as ações do GDF.
UPA de Planaltina
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Brasília
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Por Chico Sant’Anna
Procon de olho no UnB Idiomas membros da comunidade universitária, esses cursos custam R$ 645,75. Parcelado em três vezes, pula para R$ 935,55. A título de comparação, o maior banco privado do País cobra, no crédito rotativo do cartão de crédito, 12,59% ao mês, o que já é abusivo. A taxa Selic, fixada pelo Banco Central, está em 10,75% ao ano. Se a UnB, por exemplo, decidisse aplicar apenas a Selic, os cursos cujo preço a prazo são de R$ 935,55 cairiam para R$ 655,35 (correção de 1,53%, segundo cálculos na “calculadora do cidadão do BC”.
O Procon-DF vai pedir explicações das taxas de juros cobradas no parcelamento do pagamento dos cursos do UnB-Idiomas ofertados à comunidade universitária e à população. São 14 idiomas, além do curso de língua portuguesa para estrangeiros. Chamou a atenção as taxas de juros cobradas daqueles que não podem pagar à vista. Para Inglês, Francês, Espanhol, Turco, Japonês e Esperanto, quem pagar em três parcelas deparar-se-á com um acréscimo de 44,88%. À vista, para não
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UnB idiomas é notificada pelo Procon-DF, que pede explicação sobre as taxas de juros cobradas
Comunidade universitária paga juros maiores Outra inconsistência encontrada é que, dependendo do público-alvo, a taxa de juros varia. Nos mesmos cursos citados, se os alunos forem da comunidade universitária – estudantes, servidores e professores –, os juros serão ainda maiores, com majoração de 47,66%. À vista, o curso sai por R$ 471,45 e em três vezes pula para R$ 696,15. “A cada três alunos que parcelarem o custo do aprendizado, o UnB Idiomas ganha em ju-
ros o valor de um terceiro aluno”, avalia o diretor-geral do Procon-DF, Marcelo Nascimento. Se os idiomas forem Alemão, Russo, Italiano, Grego, Árabe, Coreano ou Hebraico, os juros compensatórios para três parcelas caem para 18%. Porém, se for de Chinês, o acréscimo cobrado é de 16,78%. Essa metodologia leva à grotesca situação de que o curso de chinês, que à vista é mais caro do que o de francês, fique
mais barato a prazo. Abusivas – Para o diretor jurídico do Procon-DF, Paulo Henrique de Almeida, as regras do parcelamento do UnB Idiomas demonstram, inicialmente, serem abusivas, requerendo uma notificação à UnB para que explique os critérios utilizados. “Vamos perguntar em que legislação eles se basearam; quais os critérios nortearam essa prática”, complementa Marcelo Nascimento.
Saiba+ Criado em 2009, o programa atendeu 50.293 alunos, sendo 52% pertencentes à comunidade universitária. O UnB Idiomas não é uma instituição privada, nem possui personalidade jurídica própria, pois não é uma organização à parte da UnB. Trata-se de um programa de Extensão, coordenado pelo Instituto de Letras.
RAPIDINHAS SENADORES – Izalci Lucas, pré-candidato a governador pela federação PSDB-Cidadania, acredita que seu vice será de um terceiro partido. “Precisamos aumentar o tempo de TV”, explica. /// Leila Barros, também de olho no Buriti, deixou
o Cidadania, revoltada com a federação com os tucanos e com o presidente Roberto Freire. Anunciará, em breve, a filiação ao PDT ou ao PROS. /// Reguffe deve tornar público seu destino, que será uma legenda de centro-direita – União
Brasil, Solidariedade ou PSD. DIFICULDADE – Pré-candidato ao GDF, o distrital Leandro Grass (PV) terá dificuldade de convencer o PT-DF a lhe oferecer a vaga, caso se confirme a federação que incluiria o PCdoB.
NOVO – Júlia Luccy (ex-Novo) busca uma agremiação para chamar de sua. O advogado Paulo Roque também avalia legendas que possam lhe dar melhores condições do que o Novo para disputar uma vaga no Senado.
Brasília Capital n Cidades n 9 n Brasília, 12 a 18 de março de 2022 - bsbcapital.com.br I N F OR M E
Eu luto pela Saúde. E você? Neste dia 14 de março, realizaremos uma mobilização em todas as unidades públicas de saúde do Distrito Federal. A ideia é usar preto para expressar a preocupação e a luta por melhores condições de assistência à população. A pandemia da covid-19 lançou holofotes sobre o caos no SUS e a necessidade de uma boa estruturação. Ações emergenciais foram adotadas para o atendimento das vítimas da pandemia, mas a estrutura fixa do SUS no DF já vinha sucateada desde antes disso – o que se torna ainda mais gritante agora, quando os pacientes voltam a procurar as unidades de saúde por problemas não relacionados à covid-19 e não conseguem os atendimentos de que precisam. Haverá quem diga que a saúde do DF tem grande aprovação popular. Mas essa é uma meia verdade. A avaliação positiva do sistema público do DF chega a 50% nas localidades onde a população é mais rica e não usa o SUS, porque tem plano de saúde. Quando se analisa os dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios da Codeplan, nas localidades onde a renda é mais
baixa e há mais pessoas dependentes dos serviços públicos, a desaprovação chega a 80%. É uma parcela da população que sofre com a desassistência e dificuldade de acesso à assistência à saúde e que, quando consegue, padece com a falta de estrutura do sistema. O que ocorre é que a população cresce e envelhece, a Secretaria de Saúde do DF não contrata mais médicos e outros profissionais, nem resolve os problemas crônicos nos contratos de prestação de serviços e nos processos de aquisição e distribuição de medicamentos e insumos. Levantamento feito pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em 2020, mostra que 72% dos médicos brasileiros atuam no serviço público. Aqui no DF, no entanto, só 31% dos médicos estão a serviço da Secretaria de Saúde. Se considerarmos os que prestam serviços ao Instituto de Gestão Estratégica da Saúde (IGES-DF), esse percentual só chega a 37%. O Conselho Regional de Medicina tem 17.436 registros médicos ativos e a Secretaria de Saúde emprega 5.422 deles (dados de janei-
ro deste ano extraídos do Portal da Transparência do DF). E esse número é ainda menor do que no início do atual governo, quando a SES tinha 5.679 médicos a serviço da população. Está havendo uma substituição dos contratados por concurso público por celetistas contratados pelo IGES, onde a rotatividade de profissionais é enorme e impacta negativamente a qualidade da oferta de assistência aos pacientes. A visão do que é a assistência à saúde no atual governo prioriza os atendimentos de pronto-socorro. Com isso, deixa-se de contratar pediatras, clínicos, anestesistas, cardiologistas e ginecologistas, entre outras especialidades médicas. Resultado: o cidadão leva ainda mais tempo para conseguir uma consulta especializada e os problemas de saúde se agravam, demandam maior tempo de internação, procedimentos mais caros e, com a demora, aumenta o sofrimento do usuário do SUS e a quantidade de óbitos hospitalares evitáveis. Gasta-se mais para prestar um serviço de saúde pior.
Dr. Gutemberg Fialho Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal
O dia de luto e de luta pela saúde é uma chamada para que todos os profissionais de saúde e usuários do SUS reflitam e cobrem do governo uma política eficaz para melhorar a qualidade da assistência prestada à população nas unidades públicas de saúde.
** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital
I N FOR M E
Falta de professores escancara descaso com a educação O esperado era que o ano letivo no Distrito Federal começasse com reforços (mais recursos financeiros, materiais e humanos) para tentar compensar os prejuízos causados pela pandemia da covid-19. Seria fundamental que o GDF tivesse se proposto a traçar estratégias para aparar as arestas dos últimos dois anos. Mas a realidade nas escolas públicas do DF é que faltam até professores(as). Uma série de denúncias feitas ao Sinpro, vindas de todas as regionais de ensino, relatam falta de professores e o banco de contratos temporários de Matemática, Artes e Inglês está esgotado. Isto levou ao fechamento de turmas e na inviabilização da redução de 20% na carga horária para o descanso de voz a professores(as) que atuaram 20 anos exclusivamente em regência. No Centro de Ensino Fundamental 214 Sul, que atende 200 estudantes do 6º ao 9º ano (de 10 a 15 anos), há carência de 11 professores(as) de Matemática, Português e Inglês. O diretor, Luís Antônio Nelson, conta que foram feitos todos os procedimentos nos sistemas da Secretaria de Educação para sanear as carências. “As carências foram aprovadas, mas os professores não chegam. As salas es-
LÚCIO BERNARDO JR/AGÊNCIA BRASÍLIA
Nas escolas públicas do Distrito Federal faltam materiais, recursos e até professores
peciais (para crianças com necessidades especiais) estão todas sem professor”, afirma. Segundo ele, pais, mães e responsáveis creditam o problema à equipe gestora. “Já respondemos à Ouvidoria, dizendo que a escola não tem essa função de contratar servidor. Fui pessoalmente, duas vezes, na Regional tentar resolver o problema. Mas eles também não souberam dizer quando vai chegar e por que ainda não chegaram (professores)”. A professora de Matemática e Ciências Elisângela Aleixo, que está há 24 anos no CEF 214 Sul, disse que a situação é inédita. “Já hou-
ve carência de professores anteriormente, mas não nessa quantidade. E o problema era resolvido com rapidez”. E o estresse só aumenta: “É muito desgastante. A gente fica tentando cobrir tudo. Aí chega pai querendo fazer matrícula, e a escola está sem secretária. Uma loucura. A gente se sente cansado e preocupado com os alunos, porque a gente quer dar o melhor trabalho”, desabafa a professora. Como remendo ao problema da falta de professores(as), são convocados profissionais habilitados em alguma disciplina para
suprir carência em outra. Regulamentada pela portaria 77, de 2022, a estratégia causa transtornos para professores(as), que se veem obrigados a aplicar um conteúdo sem formação para tal, e para estudantes, com a ameaça à qualidade do ensino. Caso os(as) professores(as) recusem a chamada, vão para o final da fila de convocação. “Esse caos na rede pública do DF tem uma explicação: a não realização de concurso público para o Magistério. Portanto, a resposta para essa profunda crise não pode ser outra que não a realização de concurso e nomeações urgentes. Afirmamos insistentemente essa necessidade em todas as reuniões de negociação com as Secretarias de Educação e de Economia do GDF”, afirma a diretora do Sinpro-DF, Rosilene Corrêa.
Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital
Brasília Capital n Opinião n 10 n Brasília, 12 a 18 de março de 2022 - bsbcapital.com.br
OCDE, a OTAN da Economia Júlio Miragaya (*) AGÊNCIA BRASIL
Em meus três últimos artigos neste Brasília Capital, tratei da guerra na Ucrânia, analisando, em particular, a responsabilidade da OTAN na deflagração do conflito. Neste artigo, abordo a atuação de uma outra organização comandada pelos EUA, só que na esfera econômica: a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. E o faço por dois motivos: o pleito do Brasil se associar à OCDE e pelo fato do Conselho Federal de Economia realizar, no dia 11/3, o debate “Vantagens e desvantagens do ingresso do Brasil na OCDE”, o que me fez aprofundar os estudos sobre o tema. Tanto a OCDE quanto a OTAN nasceram no imediato pós-guerra. O embrião da OTAN foi o Tratado de Dunkerk, em 1947, pacto de defesa mútua firmado pelo Reino Unido e França, que no ano seguinte teve a adesão dos Países Baixos, Bélgica e Luxemburgo e, em 1949, ganhou outra
escala, com a formalização do Tratado do Atlântico Norte e o ingresso dos EUA e Canadá; de outros países envolvidos na 2ª Guerra (Itália, Dinamarca, Noruega, Islândia) e Portugal. Ainda na década de 1950, houve a adesão da Alemanha Ocidental, Turquia e Grécia e, em 1982, da Espanha. Também em 1947, foi constituído o Comitê de Cooperação Econômica Europeia, que originou, em 1948, a Organização para a Cooperação Econômica Europeia (OCEE), com a atribuição de administrar o Plano Marshall. Era integrada por 12 países europeus países atingidos pela guerra (Alemanha, Áustria, Itália, França, Reino Unido, Países Baixos, Bélgica, Luxemburgo, Dinamarca, Noruega, Islândia e Grécia) e 5 outros que se mantiveram neutros (Suécia, Suíça, Irlanda, Turquia e Portugal). Em 1961, encerrado o processo de recuperação econômica da Europa, a OCEE ampliou seu escopo de atuação e transformou-se na OCDE, com a incorporação dos financiadores do Plano Marshall (EUA e Canadá) além da Espanha e da Finlândia. Posteriormente, a OCDE passou a incorporar países da Ásia (Japão, Coreia do Sul e Israel) e da Oceania (Austrália e N. Zelândia), e
8 economias em transição da Europa Oriental e 4 países subdesenvolvidos da América Latina (México, Colômbia, Chile e Costa Rica), chegando a 38 nações. A OTAN, igualmente, teve sua ampliação, para além do Atlântico Norte, com a incorporação de 14 países da Europa Oriental e implementação de programas como o “Diálogo Mediterrâneo” (Israel e 6 países da África Setentrional), a “Cooperação de Istambul” (4 países do Golfo Pérsico), a cooperação com a ANZUS (Austrália e Nova Zelândia) e até com a Colômbia. Se o propósito da ampliação da OTAN foi permitir a ação militar para além do Atlântico Norte (Iraque, Afeganistão, Somália e Líbia), e ampliar o cerco sobre as duas potências rivais dos EUA (China e Rússia), o objetivo de ampliação da OCDE é, sob o disfarce de “promover políticas para uma vida melhor”, enquadrar as políticas macroeconômicas dos países aderentes. As vantagens apregoadas são falsas, como a de que atrairia mais investimentos externos (IED), quando nenhum país da OCDE na Europa Oriental, América Latina e Ásia está entre os 10 principais receptadores de IED, mas neste seleto clube estão
China, Índia, Brasil, Singapura e Hong Kong, nenhum deles integrante da OCDE. Argumentos de que o Brasil poderia influenciar nas recomendações e determinações da OCDE e melhorar a nota do risco Brasil conferida pelas agências globais também não se sustentam. Sim, há aspectos positivos, como algumas normas nas áreas de educação e ambiental, mas o diabo mora nas questões econômicas. Para além do fato do Brasil ter que renunciar às vantagens dispensadas a países em desenvolvimento no âmbito da OMC, teria que limitar a autonomia do governo em gerir a economia do país, abdicando de autonomia na política monetária, cambial e de tributação sobre capital externo, de algum controle sobre importações e de compras pelo setor público de produtos com conteúdo local; e promover o “aprimoramento” (limitação) dos gastos públicos, reformas estruturais (sabemos quais) e a retirada de restrições à livre circulação de capitais (mesmo especulativos). A quem interessa tudo isso? (*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia
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I N FOR M E
Sindicato orienta atenção especial ao PAQ no BB Joanna Alves (*) Um ano depois de abrir um Programa de Adequação de Quadros (PAQ), o Banco do Brasil volta a apresentar aos bancários e bancárias a possibilidade de adesão incentivada ao desligamento. Pelo que informa o banco, 300 trabalhadores das Unidades Estratégicas são os alvos do programa, que pode acarretar descomissionamentos e descensos, caso não alcance o número estipulado. O Sindicato se posiciona contrário aos descomissiomentos e rebaixamentos de função, que constituem uma violência inadmissível da direção do BB contra os bancários.
Entendendo que a adesão ao PAQ pode ser de interesse de alguns dos bancários e bancários do setor, o Sindicato destaca o papel da assessoria jurídica para garantir que a decisão pela participação no programa se dê de maneira consciente, com todos os prós e contras analisados. De antemão, a entidade recomenda atenção redobrada aos impactos da adesão ao PAQ na Cassi e na Previ. Para a secretária de Assuntos Jurídicos do Sindicato, Marianna Coelho, “a continuidade das reestruturações no banco aponta cenários de incertezas em relação à política de gestão de pessoas do Banco do Brasil, o que gera uma apreensão coletiva nas fun-
“Sindicato se posiciona contrário aos descomissiomentos e rebaixamentos de servidores do BB”
cionárias e nos funcionários da Direção Geral em Brasília. O Sindicato está atento a essas movimentações, pronto para prestar a assistência necessária aos trabalhadores”. (*) Do Seeb Brasília
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Brasília Capital n Geral n 11 n Brasília, 12 a 18 de março de 2022 -.com.br DIVULGAÇÃO
NUTRIÇÃO
Caroline Romeiro Você lê o rótulo dos alimentos? Ele traz informações obrigatórias e outras opcionais, mas todas elas importantes para o consumidor Os rótulos dos produtos expostos nas prateleiras dos supermercados servem para informar ao consumidor sobre data de fabricação, data de validade, ingredientes, lote, quantidade… Enfim, são muitas informações obrigatórias e outras opcionais, mas importantes para o consumidor. Informação é um direito fundamental, pois a partir dela o consumidor consegue fazer a melhor escolha para o seu caso. Tem quem escolha por marca, outros por preço, outros por sa-
bor e, claro, tem os que escolhem pelas características nutricionais. A rotulagem nutricional é obrigatória no Brasil desde 2011. Atualmente, estamos aguardando a mudança que acontecerá na rotulagem frontal para alertar a população quando o alimento for rico em sódio, gordura ou açúcar. Para os que querem fazer escolhas melhores, pensando na qualidade nutricional do alimento, é importante verificar dois pontos no rótulo: o primeiro, que eu julgo mais
ESPÍRITA
José Matos Assuma o comando da sua vida Faça um inventário. Livre-se do material alheio, sendo você e vivendo como gosta A nossa vida é assemelhada à construção de uma casa cujo material é dos outros: pais, professores, parentes, amigos, ídolos, religiosos... Faça um inventário da sua vida, livre-se do material alheio e assuma o comando, sendo você e vivendo
TV Comunitária lIGADA EM BRASÍLIA
como gosta, desde que não prejudique-se e não prejudique os outros. A maior vitória é sobre si mesmo, ensinou Buda. Não comparação, ao invés de inveja; consciência dos próprios defeitos e erros, ao invés de mágoa; gratidão, ao invés
importante, é ler a lista de ingredientes. Nela encontramos a ordem dos ingredientes descrita em ordem decrescente. Ou seja, o primeiro ingrediente da lista é o que está em maior quantidade naquele produto. O outro ponto importante é a tabela nutricional, que mostra a quantidade de alguns nutrientes presentes numa determinada porção. Nas próximas edições, deta-
lharemos o que é que você precisa estar atento na lista de ingredientes e na tabela nutricional. Mas, a partir de hoje, passe a perceber esses dois itens, e depois esteja atento às minhas dicas aqui no jornal!
de vaidade e saudade; superação, ao invés de frustração e perdas; disposição, ao invés de desânimo; avaliação e aprendizagem ao invés de lamentação e queixas. A sua vida é única e deve ser vivida de forma única. O importante não é o que fizeram com você, mas o que de bom você faz com o que fizeram com você. Liberte-se desta crença infantil de que Deus escolhe pessoas. Se Ele escolhesse, seria parcial. Você se capacita e é aproveitado pela vida, encontra seu lugar. Você está achando tudo chato? Você não está bem. O exterior reflete o interior. Você pode não estar no lugar do seu propósito, não estar cumprindo-o ou estar se vitimizando, alimentando perdas e frustrações! Aprenda com William James:
“A maior descoberta desta geração é que você pode mudar sua vida mudando suas atitudes mentais”. Crie o hábito das boas palavras. Aprenda com Jesus: ao chegar numa casa, diga: A paz esteja nesta casa. Se ela for digna, a paz reinará ali, e se não for, voltará para você. “Pratique solidariedade. Vamos ajudar uns aos outros. O julgamento, a comparação e a competição nos separam. A empatia nos une”. O poeta Mário Quintana, dizia: “A vida é um dever que nós trouxemos para fazer em casa”. E Chico Xavier dizia de forma parecida: “Sou feliz. Fiz todos os meus deveres de casa”.
(*) Presidente do Conselho Regional de Nutricionistas 1ª Região Instagram: @carolromeiro_nutricionista
Professor e palestrante
CANAL 12 NA NET WWW.TVCOMUNITARIADF.COM @TVComDF
TV Comunitária de Brasília DF
Brasília Capital n Gastronomia n 12 n Brasília, 12 a 18 de março de 2022 - bsbcapital.com.br
Gastronomia Bastidores dos restaurantes
Dedé Roriz
CLASSIFICAÇÃO $ - BARATO $$ - MÉDIO $$$ - ALTO $$$$ - CARÍSSIMO
Empresário e radialista divulgando a boa gastronomia e eventos de Brasília Instagram: @dederoriz Fotos: divulgação
RESTAURANT WEEK BRASÍLIA
Festival com 50 restaurantes vai até 27 de março Quem gosta de conhecer restaurantes badalados com preços acessíveis fica sempre aguardando o festival Restaurant Week Brasília. O tema do evento deste ano, que vai até 27 de março, é Sabores de Infância. A atual edição conta com 50 restaurantes participantes. Os pratos principais custam a partir de R$ 59,90, normalmente com sobremesa incluída. Quase todos costumam oferecer três opções de sobremesas. O Verona, um dos restaurantes mais românticos da Capital, participa este ano servindo no almoço uma pasta ao ragu à bolonhesa e sobremesa de bolinho de chuva de cenoura. A entrada é brusqueta. O argentino Caminito colocou no cardápio uma entrada de tortilha de cupim. O prato principal é bombom de alcatra. De sobremesa, a deliciosa panqueca com doce de leite argentino. Quem optar por conhecer um restaurante asiático, a dica é o Same Same, que terá de entrada sopa de frango e como prato principal um filé mignon servido no gengibre e shoyu. De sobremesa, mousse de chocolate com pipoca de leite ninho.
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MAIS INFORMAÇÕES: Instagram: @restaurantweekbrasil @veronaristorantebsb @caminito_parrilla @restaurantesamesame
O marajá da Fecomércio-DF Orlando Pontes A eleição para escolha da diretoria da Federação do Comércio do DF para o próximo quadriênio vai acontecer no dia 3 de maio. O edital de convocação foi publicado quarta-feira (9) no Diário Oficial. O prazo para registro de chapas se encerra no dia 23 de março. A posse
dos eleitos ocorrerá em 22 de junho. O presidente José Aparecido Costa Freire (foto) tentará se reeleger. Mas, primeiro, terá que se explicar ao Ministério Público do Trabalho sobre uma denúncia, já transformada em notícia de fato (instrumento de apuração de denúncias) pelo MPT. Outro questionamento será admi-
nistrativo. Os adversários o acusam, entre outras coisas, de ter reajustado o próprio salário, a partir de 14 de dezembro de 2022, para mais de R$ 43 mil (o equivalente a 36 salários mínimos). O ato já repercute na Confederação Nacional do Comércio (CNC) e alguns diretores já o chamam de “marajá da Fecomércio-DF”.