A volta da Festa do Divino e das Cavalhadas de Pirenópolis
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GERALDO CÉSAR MOREIRA
Geraldo César Moreira – Página 8 Ano XII - número 568
Brasília, 28 de maio a 03 de junho de 2022
Cidade Urbitá
Justiça barra projeto de Ibaneis Desembargadora Maria de Lourdes Abreu embarga empreendimento de R$ 20 bilhões, para 118 mil moradores, com financiamento do BRB, lançado pelo GDF. Ela acatou recurso do advogado Ennio Bastos.
ANTÔNIO SABINO/BSB CAPITAL
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Eleição do Sinpro fortalece Rosilene na disputa pelo Senado DataFolha dá vitória a Lula no 1º turno Pelaí – Paginas 2 e 3
Para honrar o legado de JK Bisneto do ex-presidente Juscelino, fundador de Brasília, André Kubstchek (à direita) dá os primeiros passos na carreira política como pré-candidato a deputado (distrital ou federal) ao lado do pai, o empresário Paulo Octávio, pré-candidato ao Senado. Juntos, eles concederam entrevista exclusiva ao Brasília Capital. Páginas 6 e 7
Ninho tucano sob ataque externo Chico Sant’Anna – Página 10
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Ex pedien te
Praça do DI – A venda de um lote de 800m² na Praça do DI, em Taguatinga, que pertencia aos Correios, foi parar na Justiça. A compradora Seasons Imobiliária Ltda. também terá de explicar a negociação. Na edição 560, o Brasília Capital mostrou a mobilização da comunidade contra a privatização do DI.
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Ex-governador ameaça lideranças
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Um certo ex-governador do DF tem ameaçado lideranças comunitárias que não apoiam seus candidatos a cargos proporcionais. A mais recente, até onde se sabe, foi entre feirantes que declararam o voto em um aliado de Ibaneis Rocha (MDB). Apesar de se dizer apoiador do atual chefe do Buriti, o ameaçador ainda não desistiu de ser candidato – ou de colocar um de seus familiares na disputa. Quem o conhece de perto sabe do que ele é capaz...
O dia das pré-candidatas DIVULGAÇÃO
O União Brasil Mulher iniciou, na quarta-feira (25), o projeto Candidata’s Day. O objetivo do evento é proporcionar uma manhã de conhecimentos para mulheres que disputarão as eleições em outubro. A primeira edição foi em Brasília, na sede do Instituto Índigo. TUDO JUNTO – Enquanto as mulheres são maquiadas, acontecem palestras de capacitação para a disputa eleitoral. A ex-distrital Sandra Faraj falou sobre formação de uma equipe de campanha. Já o coordenador do Núcleo Digital do do Núcleo Digital do União, Júlio Pontes (foto), apresentou dicas de redes sociais para pré-campanha.
evento foi a presidente do União Brasil Mulher, senadora Soraya Thronicke (MS) e o presidente do partido e pré-candidato ao Palácio do Planalto, Luciano Bivar (PE).
BIVAR NA ÁREA – Quem finalizou o
NOMINATA – Entre as participan-
tes do Candidata’s Day estavam a distrital Júlia Lucy, a ex-deputada Eliana Pedrosa e a ex-governadora Maria de Lourdes Abadia. Todas pré-candidatas a federal. O objetivo do União é eleger três deputados federais no DF.
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Renovação no Sinpro-DF A Chapa 1, apoiada pela atual diretoria do Sinpro-DF, foi eleita na quinta-feira (26) por 72,71% dos 8.124 votos dos professores e orientadores educacionais que compareceram às urnas. Dos 39 eleitos, 13 são novas lideranças. Os demais 26 foram reeleitos. Ainda falta a disputa pelo Conselho Fiscal. ROSILENE – Um dos dirigentes históricos do Sinpro-DF que não estará na próxima diretoria é a professora Rosilene Corrêa. Após 21 anos ocupando cargos na entidade, ela afirma ter encerrado esse ciclo. Agora, está focada na disputa da vaga de candidata do PT ao Senado com o ex-deputado Geraldo Magela. ADIADO – O Encontro Regional para escolha do candidato ao Senado (o PT vai apoiar o distrital Leandro Grass, do PV, para o GDF) foi adiado para os dias 3 e 4 de junho. E pode não ser decisivo. O grupo majori-
tário defende o nome de Rosilene. Mas aliados de Magela defendem que, caso seja derrotado, ele recorra à nacional, que já avocou este tipo de resolução nas demais unidades da federação. JACY AFONSO – O presidente do PT-DF, Jacy Afonso, é um dos 41 indicados pela direção nacional do partido para compor a federação com o PV e o PCdoB. No total, são 60 dirigentes, dos três partidos, BRASÍLILA CAPITAL a integrarem a coordenação em todo o país. SABINO – Segundo suplente de deputado federal e ex-administrador de Taguatinga e do Cruzeiro, Antônio Sabino (PT) não será candidato este ano. Dirigente da corrente interna BPB (Bloco Popular e de Base), vai apoiar Roberto Policarpo para federal e Ricardo Vale para distrital.
Lula ganharia no 1º turno Pesquisa DataFolha publicada na quinta-feira (26) mostra que, se as eleições fossem hoje, o ex-presidente Lula (PT) seria eleito no primeiro turno com 54% dos votos válidos (excluindo brancos e nulos). Jair Bolsonaro (PL) teria 30%. O PIOR – O petista tem 48% das intenções de voto contra 27% Bolsonaro, que registra 48% de reprovação (ruim ou péssimo) e segue como o presidente com a pior avaliação
em igual tempo de mandato entre todos os eleitos após a redemocratização do país, OUTROS – Foram ouvidas 2.556 pessoas com 16 anos ou mais nos dias 25 e 26 de maio em 181 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O terceiro colocado é Ciro Gomes (PDT), com 7%, seguido por André Janones (Avante) e Simone Tebet (MDB), ambos com 2%. Brancos e nulos somam 7% e Não Sabe são 4%.
Izalci vê dobradinha Ibaneis-Ciro Nogueira Acusado, na quarta-feira (25), pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), de crimes de abuso de autoridade e denunciação caluniosa, o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) reagiu na quinta (26). O parlamentar afirma que a motivação do assessor do presidente Jair Bolsonaro (PL) é “um esquema político montado para manter no cargo o atual governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). FALSO NEGATIVO – O tucano participou da
CPI da Pandemia no Senado, onde defendia o aprofundamento das investigações da Operação Falso Negativo, realizada pela Polícia Federal, Polícia Civil do DF e pelo Ministério Público Federal, que levou à prisão do então secretário de Saúde, Francisco Araújo Filho, e de outros integrantes do governo Ibaneis. O GDF comprou testes anti-covid com preços superfaturados e de eficácia condenada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
INF O R ME
Assédio no BRB: uma situação inaceitável Dirigentes do Sindicato dos Bancários de Brasília têm recebido, nas últimas semanas, denúncias de assédio moral contra empregados do Banco de Brasília. Em visitas à DG, esses dirigentes foram informados sobre ameaças dentro da sede do BRB no CNC. “Constatamos em algumas gerências um alto grau de insatisfação, desânimo e ansiedade, principalmente naquelas vinculadas à Diretoria de Controle e Riscos, sob a gestão do diretor Alfredo Luiz”, informam. As denúncias apontam ameaças de descomissionamento e transferências forçadas para agências. “São fatos que, se confirmados, constituem um absurdo e são inaceitáveis”, dizem os dirigentes sindicais. “Tal procedimento carrega um quê de preconceito por parte dos gestores que estejam fazendo isso, pois tratam as agências como locais de punição, demonstrando o descaso para com os pontos de atendimento, responsáveis pelos negócios que garantem o salário e PLR deles, inclusive”, diz Ronaldo Lustosa, diretor do Sindicato. Se confirmada, a prática constitui assédio moral. “Uma das maiores causas de adoecimento no trabalho é o assédio moral. Essa lógica autoritária é reconhecidamente contraproducente, pois gera um ambiente de trabalho tóxico e, no médio prazo, provoca resultados contrários à própria empresa”, pondera Ricardo Berzoini, bancário aposentado e ex-ministro do Trabalho. “Instituições modernas previnem essa prática atrasada. O BRB, como banco público, deve educar seus gestores para que a tentação do mandonismo medíocre não contamine a vida laboral dos funcionários”, disse Berzoini em palestra no 11º Congresso Distrital dos Bancários do DF e Entorno. “O BRB, em que pese ter instrumentos, inclusive no acordo coletivo, para coibir esta prática, ainda registra diversas denúncias de
assédio, e, a considerar aquelas recebidas pelo Sindicato, parece que está havendo um crescimento deste comportamento. Não raro, há indicações dos empregados de que a prática tem origem na própria diretoria do banco”, completa Ronaldo Lustosa. A recente nomeação de um diretor, sobre quem pesam inúmeras denúncias de comportamento assediador, fez aflorar entre os empregados um sentimento de que o BRB parece estar premiando quem se comporta mal. Isto causou surpresa e indignação entre os empregados e contribui ainda mais para agravar o desânimo quanto a essas ocorrências. Os empregados do BRB não podem aceitar esta prática, este crime. É preciso que todos se comportem com altivez e não se submetam a isto. Denunciem ao Sindicato, e, se for o caso, também à polícia e ao Ministério Público do Trabalho, pois a não aceitação de comportamentos assediadores é passo importante para estancar este crime que tanto mal faz aos trabalhadores. O Sindicato tem instrumentos para agir na busca da contenção do assédio de toda natureza. É preciso que os bancários do BRB se unam em uma cruzada contra a execrável prática do assédio.
Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital
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Quem é o candidato antissistema? Júlio Miragaya (*) AGÊNCIA BRASIL
A menos de três meses das eleições de 2018, mesmo arbitrariamente preso, Lula, com 39% das intenções de voto (Datafolha), era o favorito para vencer o pleito para presidente. Bolsonaro aparecia com 19%, seguido por Marina (8%), Alckmin (6%), Ciro (5%), Álvaro Dias (3%), Amoedo (2%) e Meirelles (1%). Havia transcorrido dois anos do golpe contra Dilma. E qual era o “clima” da população naquele momento? Ao mesmo tempo em que era bombardeada pela grande mídia com repetidos ataques ao PT e a Lula, o povo vivia as agruras do agravamento da crise econômica e social, com a aprovação pelo Congresso Nacional das contrarreformas trabalhista e previdenciária que retiravam direitos; a aceleração da precarização do trabalho; o agravamento do desemprego e a queda da renda do trabalho.
Em síntese, a desesperança dominava o sentimento do povo, que via nas instituições a razão da perpetuação de seu sofrimento, gozando essas, portanto, de enorme desaprovação popular. A classe dominante (burguesias financeira, industrial e agrária), com parte do “problema” resolvido - o TSE impedindo a candidatura de Lula - notou a anemia eleitoral dos candidatos da direita tradicional (Alckmin, Dias, Amoedo e Meirelles), todos fortemente identificados pelo povo como candidatos do “sistema”, e percebeu que o único capaz de derrotar Haddad, o substituto de Lula, era Bolsonaro, que embora fosse mais um da classe dominante, espertamente vociferava o discurso antissistema. Ciente de que as instituições brasileiras funcionavam mal, estavam profundamente desgastadas e eram impopulares, Bolsonaro se projetou como o antissistema, e amealhou milhões de votos com base nesta falsa imagem. Segundo pesquisas de diversos institutos, poucas instituições eram (e são) bem avaliadas pela população. No topo, costumam aparecer os bombeiros, os Correios e o SAMU. Com avaliação regu-
lar, mas em queda, aparecem as FFAA e as igrejas. Com pouca credibilidade são citadas as ONGs, sindicatos, grandes empresas e órgãos de imprensa. Já com baixíssima credibilidade a lista é mais ampla: Polícias (PF, PMs e PCs), Congresso, governo federal, Judiciário (STF, STJ, TSE, CNJ), redes de TVs, Ministério Público, PGR, TCU, agências governamentais etc. São, em sua maioria, instituições “disfuncionais” que geram uma permanente crise de governabilidade. Começando pelo Congresso Nacional, onde predomina o paroquialismo, com a maioria dos políticos buscando cavar projetos e recursos para suas clientelas específicas, impondo ao “presidente de plantão” a necessidade de formar maiorias artificiais, o que exige uma elevada contrapartida de caráter fisiológico. Passados três anos e meio de serviços prestados ao “sistema”, umbilicalmente ligado ao Centrão, Bolsonaro tenta novamente encarnar a condição de candidato antissistema. E isso precisa ser desmascarado. A esquerda não pode cair na armadilha de, ao fazer a defesa da democracia, sair defendendo instituições tidas como democráticas, quando, na verdade, sabe-
mos que não passam de instrumentos de sustentação de um sistema que explora e oprime a imensa maioria de nosso povo. É tudo que Bolsonaro precisa para propagar seu falso discurso antissistema. A esquerda faria melhor se apontasse uma saída para a situação. E ela existe. A Constituição de 1988, que já não era nenhum primor, recebeu 118 emendas nesses 34 anos, a maioria representando retrocessos, e em muito pouco expressa hoje a vontade popular. Em se materializando a derrota da direita em outubro, deveria o presidente eleito convocar um plebiscito para que o povo decida sobre a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte exclusiva, que, como no Chile, abra caminho para se fazer a devida limpeza em instituições empedernidas, varrer outras, se livrar da tutela militar e erigir uma “carta” que efetivamente garanta uma sociedade livre, justa e solidária. Defender a democracia, sim! Instituições autocráticas e impopulares, não! (*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia
O insaciável Centrão J. B. Pontes (*) DIVULGAÇÃO
Além do orçamento secreto (Emendas RP9) de R$ 16,5 bilhões, do Fundo Eleitoral de R$ 4,9 bilhões, do Fundo Partidário de R$ 1,1 bilhão, das Emendas Individuais de R$ R$ 10,9 bilhões (cada parlamentar, em 2022, pode emendar até R$ 17,6 milhões), das emendas de bancadas estaduais e distrital de R$ 7,5 bilhões, o que totaliza R$ 40,9 bilhões, os parlamentares do Centrão ainda não ficaram satisfeitos. Os novos escândalos da compra superfaturada de caminhões para coleta de lixo, tratores e ônibus escolares demonstram o avanço do Centrão sobre o orçamento de diversos órgãos do Poder Executivo. No Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), comandado por um afilhado do minis-
tro Ciro Nogueira (Progressistas), estava sendo realizada licitação, felizmente suspensa, para compra de ônibus escolares com sobrepreço de R$ 700 milhões. A qualidade do gasto público nunca foi tão ruim como no atual desgoverno comandado pelo Centrão, do qual Bolsonaro faz parte. A falta de planejamento e, por consequência, de prioridade na aplicação dos recursos públicos é incontestável. Dinheiro que poderia ser usado na previdência e assistência social, na educação e na saúde públicas. O dinheiro público está sendo usado somente em ações com muita visibilidade, capazes de angariar votos para os políticos do Centrão. A compra e distribuição de coletores de lixo para pequenas cidades cresceram, de 2019 para 2021, de 85 unidades para 488. Pior: a distribuição não obedece a critérios técnicos de necessidade desses equipamentos pelos municípios, mas sim àqueles políticos/eleitoreiros. Essa operação é bastante vantajosa, sob vários aspectos, para políticos
e empresários corruptos. Por um lado, os empresários apoiadores do desgoverno desencalham seus estoques por preços inflados, o que rende um bom retorno em propina para os autores da compra. Na outra ponta, nos pequenos municípios, a distribuição desses equipamentos rende apoio e votos para políticos do Centrão. Seguros da impunidade, em face da inação dos órgãos de controle (TCU, CGU, MPF), quase todos aparelhados, o Centrão age às claras. O município de Barra de São Miguel/AL, por exemplo, governado por Benedito de Lira (Progressistas), pai do presidente da Câmara Arthur Lira, que tem apenas 8.434 habitantes, já ganhou três grandes caminhões coletores, que ficam quase sempre parados, por falta de lixo para coletar. O município vizinho de Maribondo (13.193 habitantes) não tem nenhum equipamento, malgrado os constantes apelos da prefeita Leopoldina Amorim (PSD). Especialistas orientam que esses
equipamentos, caros e de difícil manutenção, não deveriam ser usados por municípios com menos de 17 mil habitantes, nos quais o emprego de caminhões caçambas seria mais apropriado. É inegável que a coleta de lixo é uma ação importante. E que a adequada disposição final dos resíduos é igualmente relevante. Mas esta não tem visibilidade. Por isso, os resíduos urbanos, na maioria dos municípios, continuam sendo depositados em lixões a céu aberto, o que causa a degradação ambiental do solo, das águas e do ar. É triste a situação do nosso país, entregue nas mãos de verdadeiras quadrilhas. E o povo continua calado! Por isso, continuamos a afirmar que, se o povo tivesse um mínimo de discernimento da realidade, jamais votaria em candidatos dos partidos do Centrão: PL, PP, Solidariedade, PTB, União Brasil (fusão DEM-PSL), PSD, MDB, PROS, PSC, Avante, Patriota. (*) Geólogo, advogado e escritor
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Justiça embarga Cidade Urbitá José Silva Jr Em período eleitoral, vale tudo. Até promessa de regularização de terra embargada pela Justiça. O governador Ibaneis Rocha autorizou o parcelamento do solo da área de 1,6 mil hectares denominada Urbitá, na Fazenda Paranoazinho, na Região Administrativa de Sobradinho II, que poderá abrigar até 118 mil pessoas. O investimento inicial é estimado em R$ 20 bilhões em 65 torres de apartamentos financiados pelo BRB. Acontece que o GDF pode estar agindo na condição de fora da lei. A desembargadora Maria de Lourdes Abreu concedeu a suspensão do parcelamento e determinou o bloqueio administrativo imediato da matrícula do imóvel (13.929) junto ao 7º Ofício de Registro de Imóveis do Distrito Federal. A desembargadora acatou o recurso do advogado Ennio Ferreira
Bastos e Ivone Fraga Canedo. Na decisão, à qual o Brasília Capital teve acesso, Ennio argumenta que existe vício na cadeia dominial da gleba onde o GDF pretende erguer o loteamento. Ele explica que “a transmissão da propriedade não faz menção à origem do direito de propriedade do alienante”. E acrescentau que a transcrição apenas em 1923 de um título de compra e venda entre dois particulares, sem a comprovação e menção ao registro anterior, torna a transferência nula de pleno direito. ILEGALIDADE – O argumento, contraria a tese da Corregedoria de Justiça, que defende que seja possível que o vício de cadeia dominial possa ser apreciado pela via administrativa, não sendo necessário a instauração da instância jurisdicional para averiguar o vício narrado. Ivone Fraga Canedo alega que o tí-
tulo aquisitivo originário da Fazenda Paranoazinho, que abriga o parcelamento da área denominada Urbitá, representado pela escritura pública de permuta lavrada em 1923, não foi registrado perante o cartório de imóveis competente, “o que configuraria ilegalidade impeditiva do registro de loteamento em exame, em razão desse vício insanável”. Ela foi além: requereu a reforma da decisão da Corregedoria de Justiça para que o Egrégio Conselho Especial, no exercício de sua função administrativa, indefira o pedido de registro de loteamento urbano não edificado e denominado Urbitá – Etapa 1. EFEITO SUSPENSIVO – Em seu despacho, a desembargadora Maria de Lourdes Abreu explicou que “os recursos administrativos foram interpostos por seus legitimados e tem previsão expressa de cabimento
para julgamento perante o Egrégio Conselho Especial. Assim, a fim de preservar a extensão da cognição administrativa, mas sem potencializar eventuais prejuízos que podem atingir os atuais e os futuros beneficiários do loteamento, reputo plausível e necessária a concessão do efeito suspensivo aos recursos administrativos, até o julgamento de mérito pelo Colendo Colegiado, para delineamento e estudo mais detido e apurado da matéria e documentação acostada”. ONALT – Ao aprovar o parcelamento, o GDF exclui a cobrança da Outorga Onerosa de Alteração de Uso (Onalt). Isso configura-se em renúncia de receita. Nem parece o Ibaneis que o povo conhece. Em dezembro, ele queria reajustar o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), mas só conseguiu a metade disso, porque a Câmara Legislativa vetou.
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Entrevista Paulo Otávio e André Octavio Kubitschek Vocês têm praticamente uma chapa pronta para as eleições de outubro dentro de casa. Seria um senador, uma vice-governadora e um deputado. Como anda esta conversa em família? PO – A família tem um grande compromisso com a cidade, um compromisso histórico de preservação de Brasília, com os ideais implementados pelo governo Juscelino. Nós temos um compromisso com o fundador e com os ideais republicanos daquela época. De um momento em que o Brasil cresceu muito. A Anna Christina é presidente do Memorial JK, um dos monumentos mais visitados e apreciados em Brasília. A gente tem procurado trabalhar por Brasília. Eu cheguei aqui em 1962 e fiz minha vida toda aqui. Há 60 anos trabalho em Brasília e por Brasília. Como empresário, eu nunca fiz investimentos fora de Brasília. A gente sempre fomentou o desenvolvimento de todas as cidades. Fui o primeiro empresário a construir em Samambaia, em Taguatinga, em Ceilândia, no Guará... A gente tem um sentimento de desbravador. Sempre estive nas entidades de classes. Fui da Associação Comercial, fundei a Ademi e atualmente presido o Lide - Líderes Empresariais, sempre buscando uma convergência do setor produtivo, a interlocução com os governos. Estou casado há 32 anos com a Anna Christina, que é neta do fundador e tem um compromisso enorme com a cidade. Tenho dois filhos com ela – o André e o Felipe – e dois do meu primeiro casamento. Com o passar do tempo, fui observando que o André é um jovem preparado e com grande interesse por Brasília. Felipe, o mais velho, se interessa muito pela vida empresarial e não tem vocação política. Mas desde cedo a gente sentiu que o André tem uma veia política. É um grande agregador, um articulador. E por espontânea e
livre vontade, ele está dando os primeiros passos na caminhada, que é de grande responsabilidade. Não é fácil levar o nome do fundador de Brasília numa eleição. Mas eu acho que ele pode contribuir muito com a cidade. André, depois dessa apresentação de seu pai, um dos empresários mais importantes de nossa cidade, como pretende carregar essa responsabilidade? AK – A minha intenção de entrar na política é realmente de coração. Eu sempre digo que amo essa cidade incondicionalmente, e tenho nome e sobrenome importantes, que tenho que honrar. Tenho a responsabilidade de dar continuidade a esse legado, que
A vida de político é de sacrifícios e abnegação, ele deixa de ser ele próprio e passa a ser instrumento foi Kubitschek para o Brasil e para Brasília. Encaro como um desafio e algo que vejo que vou poder, de alguma forma, tentar transformar e melhorar a qualidade de vida das pessoas, incentivar os empresários e trabalhar. Meus primeiros passos na política serão em direção à melhoria de nossa sociedade. Paulo, como pai e como empresário importante da cidade, o que você reco-
mendaria para seu filho na carreira política? PO – A vida de político é uma vida de sacrifícios, de abnegação, de perseverança. É uma vida de entender as dificuldades das camadas mais carentes, e a convivência com as pessoas em dificuldade. É tentar ajudar as pessoas e melhorar a cidade. Então, eu acho que o político deixa de ser ele próprio e passa a ser o instrumento de desenvolvimento social e econômico. É o político que busca esse desenvolvimento. Ele é o vetor, ele que conduz. As grandes mudanças no mundo foram feitas pelos políticos, com boas cabeças que idealizaram grandes projetos que foram melhorando a vida das pessoas. No nosso caso, se não fosse a perseverança do bisavô do André nós não estaríamos aqui. Eu sou do Sul de Minas Gerais e provavelmente estaria morando no interior. Se não existisse Brasília, todas essas três milhões de pessoas que habitam aqui hoje não estariam aqui. Então, foi a perseverança e determinação de JK que tornou tudo isso possível. Quando eu fui o mais votado deputado federal em 1990, eu tinha uma grande influência no governo Roriz. Minha sogra, Márcia, avó do André, era vice-governadora. Foi um período em que muita coisa se realizou. Começamos a construção de novas cidades – Samambaia, Paranoá, Santa Maria –, que hoje fazem com que a vida de Brasília seja melhor para todos. Se não, hoje nós teríamos uma cidade inviável. Em 1991, eu ajudei a conseguir recursos do BNDES para a construção do metrô. Recebíamos críticas contundentes. E foi um movimento político importante naquele momento, com o apoio da minha sogra, com o apoio do Roriz, com meu apoio e da bancada no sentido de fazer com que a cidade avançasse e tirasse aquele pensamento pequeno de que Brasília não pode crescer, tem que ficar reduzida ao Plano Piloto. Houve um desenvolvimento natural. Houve crescimento. E Brasília passou a ser um
Para honrar o Orlando Pontes
A
os 72 anos, Paulo Octavio Pereira é um dos empresários mais bem-sucedidos de Brasília. André Octavio Kubstchek, 29, é o caçula de PO com Anna Christina, neta de Juscelino, fundador da cidade. Político experiente – foi deputado federal, senador, vice-governador e governador por 15 dias –, PO pretende concorrer ao Senado nas eleições deste ano. AK vai disputar uma vaga proporcional – deputado federal ou distrital. Ambos são filiados ao PSD. Nesta entrevista concedida ao Brasília Capital na terça-feira (24), no escritório de PO, no hotel Manhathan, falam de seu amor pela cidade criada por JK e de suas
polo irradiador de riqueza para toda a região Centro-Oeste. Esta é uma cidade-síntese do Brasil, que agrega todas as vertentes brasileiras. O Brasil se reúne em Brasília. André, depois dessa orientação do seu pai, está claro que você preferiu ser um Kubitschek a um Octávio – político em vez de empresário. Está mes-
mo disposto a ir para esse sacrifício? AK – Sim, porque vejo a importância da política. Por mais que a gente tenha uma boa base empresarial, a política, querendo ou não, move montanhas. A política é importante para o desenvolvimento econômico e social. E quem não está ativamente presente participando da política acaba sendo governado por aqueles
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ANTÔNIO SABINO/BSB CAPITAL
o legado de JK bandeiras para tentar obter seus mandatos eletivos. André fez cursos de Administração de Finanças no exterior e formou-se em Direito pelo UniCeub – recentemente obteve o registro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Embora seja herdeiro de um “império”, se diz disposto a abraçar a política para honrar a história da família, especialmente do bisavô. “Encaro como um desafio e algo que vejo que vou poder, de alguma forma, tentar transformar e melhorar a qualidade de vida das pessoas, incentivar os empresários e trabalhar. É somente participando da política que a gente vai poder incrementar, ajudar, transformar e desenvolver vários aspectos da vida cotidiana, inclusive do setor empresarial”.
que estão e que gostam. Isso me preocupa, porque eu vejo que nem todo mundo tem boas intenções. Então, se a gente deixar nas mãos de pessoas que não têm boas intenções, e querem tomar proveito próprio, a gente pode ter um atraso econômico e social. É somente participando da política que a gente vai poder incrementar, ajudar, transformar e desenvolver vários aspectos
da vida cotidiana, inclusive do setor empresarial. Paulo, você sempre foi um político moderado, de centro. E está próximo ao governador Ibaneis. Como imagina que será a campanha com essa polarização no País entre Lula e Bolsonaro? Como Ibaneis vai se posicionar? PO – Eu vejo que nós va-
mos ter muitas emoções até 30 de julho, data-limite das convenções partidárias. Tudo pode acontecer. Na última eleição houve uma mudança radical, com a desistência do Frejat. Nesta, hoje estamos apoiando o governador Ibaneis, que faz uma gestão profícua. Uma gestão boa tanto na área de obras como de responsabilidade social, que foi o tema do debate que eu fiz no Lide, semana passada. Na minha visão, depois da pandemia vamos passar por uma nova ordem econômica mundial, onde tem que se preocupar com as pessoas mais carentes. Não adianta desenvolver os países e deixar uma população à margem. Então, o social está sendo, e tem que passar a ser, uma preocupação minha, do André, uma preocupação de futuro, porque não adianta eu viver numa cidade que tenha 300 mil desempregados onde a violência vai aumentar, a questão social vai aumentar, a questão social vai aumentar. Não adianta viver numa cidade onde a gente possa ter problemas no futuro. A responsabilidade social é o grande tema do futuro, e tem que passar por essas eleições. Todo mundo, e não é só governo, deve se preocupar com ele. A responsabilidade social parte de todo cidadão, de todo empresário micro, médio, pequeno, grande. Não posso pensar só em mim. Tenho que pensar que em volta de mim tem um mundo de pessoas que precisam de mais atenção.
zona de conforto, saindo da minha empresa, onde trabalho, onde tenho uma vida. Eu tenho uma certa responsabilidade com essa cidade. Aqui eu cresci, aqui eu estudei, fiz minhas amizades. Aqui eu me formei, me profissionalizei. Eu amo essa cidade incondicionalmente. Meu desejo é puramente vê-la crescer, desenvolver de forma ordenada. Quero fazer política com inteligência, para melhorar a qualidade de vida das pessoas em todos os aspectos sociais e econômicos.
André, conte como vai tentar convencer as pessoas a comparecerem às urnas no dia 3 de outubro para votar em você? AK – Eu acho que a gente está vivendo um momento muito turbulento e inseguro politicamente. Está na hora de uma mudança, de uma renovação. O meu papel e meu incentivo para entrar na política é puramente para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Agregar, somar, acrescentar em todos os sentidos. Essa é minha intenção. Ao fazer isso, estou, de certa forma, ou de uma nova forma, como você mencionou, saindo da minha
Paulo, como disse o André, o Brasil vive um momento de turbulência. Como o PSD pode contribuir para aparar tantas arestas na política nacional no momento? PO – O PSD tentou lançar uma alternativa no pleito para presidente da República. Nós apoiamos, inicialmente, o Rodrigo Pacheco, mas ele acabou preferindo cumprir sua missão como presidente do Senado Federal. Depois, aventou-se a possibilidade do ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Mas também não prosperou. Então, a definição do partido é
Tenho a responsabilidade de dar continuidade ao legado de Kubitschek para o Brasil e para Brasília
liberar os estados para que cada um siga o caminho mais apropriado. Estamos, democraticamente, liberados para apoiar o candidato da terceira via, ou Lula, ou Bolsonaro. O partido vai se preocupar em eleger deputados, senadores e governadores. A questão presidencial será definida na convenção nacional, em julho. André, você já traçou um plano de trabalho? Quais são suas propostas para melhoria da qualidade de vida das pessoas? AK – Acho importante as pessoas se profissionalizarem. Então, incentivar cursos profissionalizantes é uma coisa que eu gostaria muito de fazer. A educação é o alicerce de qualquer sociedade. Eu vejo que isso vai incrementar, e muito, nosso empreendedorismo, nossa geração de empregos. As pessoas precisam disso e eu vejo que isso é algo que está em falta hoje. Também defenderei bandeiras como o esporte, que é fundamental para a saúde, para as pessoas não ficarem ociosas, principalmente crianças e adolescentes. É nessa condição que acabam, muitas vezes, tomando decisões equivocadas. Então eu sou um defensor do esporte. Sou também um defensor do meio ambiente. Acho importante sempre preservar o meio ambiente, porque é um patrimônio que pode perecer algum dia. A gente tem que sempre valorizar e proteger o meio ambiente. Paulo, em Brasília o caminho do PSD deve ser apoiar a reeleição de Ibaneis? PO – A princípio, sim. Sou pré-candidato ao Senado. O André está definindo se vai sair para deputado federal ou distrital. Nós estamos estudando bem o que é melhor para ele, para o partido e para a cidade. Estamos conciliando as coisas. Nós ainda não temos uma condição fechada. Estamos conversando com as pessoas que caminham comigo na vida pública há mais de 30 anos para ver o melhor caminho que ele possa trilhar nessa eleição.
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A volta da Festa do Divino e das Cavalhadas FOTOS: GERALDO CÉSAR MOREIRA
Tradição em Pirenópolis vem desde 1819. Ápice acontece no Domingo de Pentecostes, ou Domingo do Divino, quando tem início as Cavalhadas
Festa na cidade e na roça A festa agrega várias atrações, ritos religiosos e manifestações populares na cidade e na zona rural. Tem as alvoradas com a Banda Phoênix, fundada em 1893, e com a Banda de Couro, que remete à antiga orquestra dos negros para louvar Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. O Coral Nossa Senhora do Rosário, entoa os cânticos em latim. Tem ainda a catira de origem indígena, a dança do congo de influência africana e a descarga de roqueira, salva de tiros que imita o canhão roca de origem portuguesa, para saudar o imperador do Divino. Os mascarados, que usam trajes extravagantes e máscaras representando animais como boi e onça, saem às ruas a pé ou a cavalo, fazendo alvoroço. Segundo contam, também têm origem portuguesa, e estão ligados à crença de espantar os maus espíritos.
Geraldo César Moreira Após dois anos de interrupção devido à pandemia de covid-19, a Festa do Divino Espírito Santo e as Cavalhadas de Pirenópolis voltam a ser realizadas. A tradicional festa de Pirenópolis, a cerca de 150 Km de Brasília, acontece desde 1819 e tem origem medieval – foi trazida pelos colonizadores portugueses. PENTECOSTES – O ápice da festa é no Domingo de Pentecostes, que acontece 50 dias após o Domingo de Páscoa, quando a Igreja Católica celebra a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos. A programação oficial teve início nesta quarta-feira (25), com a saída da Folia do Divino Tradicional, na zona rural. Na sexta-feira (27), às 4h, teve a alvorada com a Banda de Couro. Em seguida, a Banda de Música Phoênix. Às 19h, na Igreja Matriz, foi o primeiro dia da Novena em Louvor ao
Os mascarados, um dos símbolos de Pirenópolis, as Cavalhadas e o imperador com a coroa do Divino, diante da Matriz
Divino Espírito Santo, cantada em latim pelo Coral Nossa Senhora do Rosário. A tradicional apresentação da peça As Pastorinhas está marcada para os dias 3 e 4 de junho (sexta-feira e sábado), no Cine Pirineus. No sábado (4) é o último dia da novena, seguida de muitas atrações, como o levantamento do mastro com a bandeira do Divino, queima da fogueira e queima de fogos na beira rio.
As Cavalhadas
Sorteio do Imperador Na Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, construída entre 1728 e 1732, ocorre a novena e as missas de onde partem as procissões e ocorre o sorteio do Imperador da festa para o ano seguinte. O sorteio acontece no consistório da igreja, logo após a Missa Solene das 9h, no Domingo do Divino. Segue então o cortejo levando o imperador da até à sua residência. Lá serão distribuídas as verônicas, doce de
origem árabe trazido pelos colonizadores portugueses. Trata-se de uma massa de açúcar bem alva que traz a estampa da pombinha com raios, e simboliza o Divino Espírito Santo. São distribuídos também os pãezinhos do Divino. PATRIMÔNIO IMATERIAL – A Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis está registrada desde 2010, como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro
pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), inscrita no Livro de Registro das Celebrações. Ela acontece desde 1819. O imperador da celebração naquele ano foi o coronel Joaquim da Costa Teixeira. Anualmente é feita uma publicação atualizada com a relação de todos os nomes dos imperadores ao longo dos mais de 200 anos da tradição no lugar. Em 2022, o imperador é Heráclito da Abadia.
Este ano, as Cavalhadas (de 5 a 7 de junho) serão realizadas no Módulo Esportivo, uma vez que a Arena Multiuso Ulisses Jayme, o “Cavalhódromo”, está interditada. A abertura será no domingo (5), na segunda-feira será representado o batismo dos mouros, e na terça-feira a confraternização entre mouros e cristãos. As Cavalhadas fazem parte da Festa do Divino de Pirenópolis e tem origem medieval. A batalha representada, traz um grupo de 12 cavaleiros que usam a cor azul, os cristãos; e outros 12 cavaleiros que usam vermelho, os mouros.
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Posto de saúde não é hospital A medicina de família e comunidade do Distrito Federal está sobrecarregada. Com unidades de emergência e UPAs restringindo a aceitação de pacientes, com a decretação de bandeira vermelha e laranja a todo momento, pacientes estão sendo devolvidos “ao postinho”. E, não raro, sendo mandados com quadros clínicos difíceis de resolver sem a estrutura de hospital, que não existe nas Unidades Básicas de Saúde. Uma hora, é um paciente com uma alteração cardíaca que precisa ser avaliada por médico especialista; exames que não são feitos em posto de saúde – porque não tem equipamento nem médico treinado para fazer a interpretação do exame –; outra hora uma paciente com diminuição de ritmo dos batimentos cardíacos, uma bradicardia, que pode precisar de marcapasso de urgência (que não tem nas UBSs). E não os problemas não ocorrem apenas com adultos. Na pandemia, todo mundo aprendeu que o nível de saturação de oxigênio no sangue é considerado normal entre 95% e 100%. Tem criança sendo devolvida aos pos-
tos de saúde com saturação em 79%. E as UBSs estão sem salbutamol, medicamento usado tanto para tratamento de asma quanto de doenças pulmonares obstrutivas. O gestor público que deixa isso ocorrer não sabe o que é ver uma criança com dificuldade de respirar e não ter como ajudar. No final de semana, uma colega que atende em UBS desabafou comigo que um paciente dela, com apenas sete meses de idade, só conseguiu atendimento no pronto-socorro do Hospital Materno Infantil (HMIB) quando chegou ao estado de anúria (quando não se produz ou elimina a urina, por obstrução das vias urinárias ou insuficiência renal aguda). E a mãe teve que peregrinar por três hospitais até conseguir atendimento. Quando o paciente é devolvido para o posto de saúde, ele e a família já chegam lá com raiva, com o sentimento de revolta de quem está sendo maltratado. E os médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes comunitários, que se tornam alvo dessa raiva, muitas ve-
zes não têm como dar a assistência que esses pacientes e essas famílias precisam. As UBS são a porta preferencial de entrada no sistema público de saúde, mas não são a única. Se o paciente tem necessidade urgente de atendimento, tem que ser atendido nas UPAs e emergências hospitalares. UBS não é UPA, não tem estrutura para atender todas as urgências e emergências. Há uma grave crise no sistema público de saúde, a qual está sendo encoberta com o recurso das bandeiras vermelhas sem fim: médicos e demais profissionais de saúde em quantidade insuficiente. E o GDF não está desenvolvendo ações para atrair e manter médicos no quadro de servidores da Secretaria de Saúde. É uma questão de vontade política e de compromisso com a população: médico para contratar não falta em Brasília. Se derem as condições de trabalho, a assistência aos pacientes vai melhorar. Ou passamos a tratar de forma sistêmica a organização das redes de atenção à saúde
Dr. Gutemberg Fialho Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal
do DF, ou o caos vai continuar e até piorar. É imprescindível acabarmos com a fragmentação e a desorganização do sistema público de saúde. Essa é uma missão ignorada pelo atual governo e que tem de ser encarada de frente pelo próximo, com empenho redobrado.
** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital
I N FOR M E
“Projeto de Nação” é ameaça à democracia Na semana passada, generais ligados ao presidente Jair Bolsonaro e ao vice, Hamilton Mourão, lançaram um documento intitulado “Projeto de Nação – O Brasil em 2035”, com o qual traçam um projeto de ditadura militar para o País, a começar este ano. Com 93 páginas, o documento desenha um aparato de estrutura político-estratégica que extingue a Constituição de 1988 e prevê o fim da democracia. Na avaliação do Sinpro-DF, trata-se de um documento com graves ameaças às eleições de 2022 e que precisa ser combatido. Para o Sindicato, o documento rompe com a normalidade democrática, institui a ditadura militar, o autoritarismo e a repressão; elimina direitos trabalhistas; privatiza patrimônios públicos; mercantiliza direitos fundamentais e humanos contidos na Constituição; e, sobretudo, extingue a democracia. Assinado por três organizações militares, o “Projeto de Nação” foi lançado em Brasília com a música “Eu te amo, meu Brasil”, insistentemente tocada nos veículos de comunicação nos anos 1970 pela
continuidade ao bolsonarismo, diante do que está colocado. Esse pensamento que une o neoliberalismo, o conservadorismo e as fake news, com tendência ditatorial e que tem alguns apoiadores no Brasil. “Porém, sabemos que o processo eleitoral está muito perto, que essa visão que eles colocaram no documento não terá condições de fazer a sua propaganda de fato e convencer a população de que essa é a saída proposta por eles. Se, de fato, for implantado, é o fim da democracia e dos processos eleitorais brasileiros, não só o deste ano”. Para Viera, as eleições brasileiras passarão a ser mera formalidade. “O que está colocado claramente é que aquilo que os militares chamam de democracia, nada mais é do que uma ditadura militar disfarçada”.
ditadura instalada pelo golpe de 1964. Privatização da educação básica e superior – Na avaliação da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), “o projeto é reacionário, com o pensamento voltado apenas para as classes dominantes e não prevê um projeto de nação”. Para a entidade, o conteúdo mostra, claramente, que se ele for implantado terá um imenso impacto negativo na educação básica e superior porque aprofunda as medidas neoliberais impostas pelo golpe de Estado de 2016. “É a continuação e o aprofundamento das medidas neoliberais que já vêm ocorrendo no Brasil e em outros países da América Latina, principalmente sobre educação básica e superior. Se na educação superior pública eles aprovam e querem a cobrança de mensalidade, a educação básica, segundo o projeto dos militares, passa pela privatização e mercantilização ainda mais profunda. Portanto, só vai ter acesso à educação no Brasil quem tiver condições financeiras”, denuncia Luiz Carlos Vieira, diretor de Imprensa e Divulgação da CNTE.
Os militares projetam privatizar o Sistema Único de Saúde até 2025. Ou seja, daqui a três anos o País não terá mais saúde pública e, sim, somente, privada. O professor Vieira afirma que é um plano para dar
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Brasília
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Por Chico Sant’Anna
Ninho tucano sob ataque externo Na troca das penas, a chamada “muda”, os pássaros não cantam. Inclusive os tucanos. A depenada, que resultou na renúncia da candidatura de João Doria à presidência da República, abalou também o ninho tuca no no Distrito Federal. Presidente do PSDB-DF, o senador Izalci Lucas era, desde a primeira hora, entusiasta da candidatura de Doria, que, sabedor disso, respaldava a candidatura de Izalci ao Buriti, ameaçada pela presidente do Cidadania-DF, deputada Paula Belmonte. Izalci se recolheu ao ninho e não quer cantar, digo, falar. Nem sobre Doria, nem sobre a frente formada pelo União Brasil, Cidadania, Novo, Podemos e PSC, que deverá ter o senador Reguffe (UB), a deputada Paula Belmonte (Cidadania) e o advogado Paulo Roque (Novo) no voo eleitoral rumo ao GDF e ao Senado. Em se confirmando, Izalci será abatido em pleno voo – assim como o foi Doria. Por sinal, a federação PSDB-Cidadania, que deveria represen-
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Erro histórico
Izalci Lucas corre o risco de não ter mais como tentar pousar no Buriti
tar a ampliação do ninho com pássaros de duas espécies, tem revelado o Cidadania como uma ave de rapina, desconstruindo ninhos tucanos. Nacionalmente, o presidente do Cidadania, Roberto Freire, é um dos articuladores do projeto eleitoral que excluiu Doria. No DF, a missão está nas mãos de Paula Belmonte,
que sonha bater asas no alto já no segundo mandato. Ela e Izalci estão como dois bicudos: não se bicam. A menos que haja uma reviravolta, tudo indica que Izalci será derrubado do poleiro. Ele que foi um dos primeiros pré-candidatos lançados ao GDF, corre o risco de não ter mais onde pousar.
Justiça afasta dois vereadores de Valparaíso-GO Dois dos 13 vereadores de Valparaiso de Goiás foram afastados judicialmente de suas funções legislativas. Pela acusação de compra de votos, o TRE-GO cassou, por unanimidade, o mandato de Francisco Portela (Podemos). Em outro processo, o Tribunal de Justiça (TJGO) manteve preso preventivamente, sob acusação de corrupção, Paulo Brito (PSC). Ambos são da base política do prefeito Pábio Mossoró (MDB).
Portela foi condenado pela suposta compra de votos nas eleições de 2020. A negociata teria acontecido em frente a uma escola no distrito do Céu Azul e registrada em imagem. Com a decisão do TRE, o vereador teve o diploma cassado e declarado inelegível por oito anos. Assume o suplente Edson Negão (Podemos). Em 2021, quando da eleição da mesa diretora da Câmara Municipal, Portela foi acusado de exigir de
bonificação um carro novo para votar em um dos candidatos. Paulo Brito também foi flagrado em imagens de 2019 cobrando R$ 30 mil em propina do dono de uma funerária. Á época, Brito era fiscal da superintendência de Serviços de Fiscalização Municipal e prometia apagar as dívidas de impostos que o empresário devia desde 2012. A prisão é preventiva e a investigação corre em sigilo. O suplente de Brito é Fabio Moraes.
Nos programas eleitorais do PSD-DF, veiculados nos últimos dias, o presidente do partido, Paulo Otavio, e seu filho, André, bisneto de Juscelino Kubstchek, buscam fortalecer os vínculos com o ex-presidente. Além de trazer cenas no Memorial JK, nas gravações os dois afirmam que o PSD foi fundado por JK. Erro histórico. Na verdade, foi o general, posteriormente presidente da República, Eurico Gaspar Dutra, o fundador. Como explica a historiadora Lúcia Hipólito, autora de PSD de Raposas e Reformistas, o partido foi criado em 1945, logo após a queda do Estado Novo, de Getúlio Vargas. Segundo ela, o partido foi estruturado por interventores designados por Vargas, para comandar as províncias. Em dezembro de 1945, Dutra “com o sólido apoio de Getúlio Vargas e ainda de importantes setores do Exército”, se valeu do PSD para assegurar sua vitória na eleição presidencial de 1945, com cerca de 55% dos votos. Em 1935, JK foi deputado constituinte, porém pelo PP. Exerceu o mandato até 1937, quando no Estado Novo, o Congresso foi fechado, voltando a exercer a medicina. Em 1946, ele volta à política e se elege deputado federal, agora sim, pelo PSD. Nessa mesma época, Ulisses Guimarães se elegia constituinte do Estado de São Paulo. Em 1950, ano em que Getúlio Vargas volta ao poder, JK foi eleito governador de Minas Gerais.
Brasília Capital n Geral n 11 n Brasília, 28 de maio a 03 de junho de 2022 -.com.br
NUTRIÇÃO
Caroline Romeiro Nossos adolescentes precisam emagrecer? Uma criança obesa tem cinco vezes mais risco de ser um adulto obeso Mais da metade da população adulta brasileira está com excesso de peso, e 25,9% apresentam obesidade. Esses dados epidemiológicos
refletem a saúde das nossas crianças e adolescentes. Afinal, as famílias estão mais pesadas. Você sabia que uma criança
ESPÍRITA
José Matos Divaldo Franco e o padre Médium ensina que “Deus está em todo lugar. Faça o bem, porque a verdadeira religião é aliviar o sofrimento alheio” Certa vez, fui a um padre me confessar. Contei-lhe sobre minhas visões dos “mortos”. Para ele, eram forças demoníacas tentando me afastar da Igreja. Veio-me uma mágoa de Deus e comecei a questionar: sou um bom católico, bom sacristão, adoro a Igreja. Se Deus não pode com o diabo, eu vou aguen-
TV Comunitária lIGADA EM BRASÍLIA
tar? O diabo vai me vencer. Como um garoto de 17 anos, do interior, ingênuo, pode vencer o diabo, se nem Deus consegue? Entristeci e fiquei magoado com Deus. Falei-lhe: Vou me matar. Nossa Senhora do Carmo vai ter pena de mim e me tirar do inferno. Ele me olhou e respondeu:
obesa tem cinco vezes mais risco de ser um adulto obeso? E que crianças com pais obesos também têm mais chance de serem obesas? Mas uma coisa precisa ficar clara: a menor parte deste risco está associada à carga genética. O que mais influencia nesse cenário são os hábitos de vida da família. Ou seja, os alimentos que entram em casa e que fazem parte da rotina alimentar das crianças e adolescentes, bem como outros hábitos relacionados à exposição excessiva a telas. Isso significa maior tempo sedentário. E por que estou falando isso? Porque quando a gente trata um adolescente com excesso de peso está lidando com diversas dores. E precisamos ter uma escuta acolhe-
dora. Mas, acima de tudo, precisamos tratar a família. Nesse contexto, peço que cada um olhe para seus hábitos de vida e perceba o que é preciso mudar ou melhorar para que possa garantir mais saúde para os seus filhos. Afinal, o excesso de peso e a obesidade são responsáveis pela maior parte das doenças crônicas, como hipertensão, diabetes, câncer, doença gordurosa do fígado. Se você tem um adolescente em casa que precisa perder peso, procure ajuda e se comprometa com ele a ajuda-lo nessa empreitada!
não faça isto; o demônio, às vezes, nos perturba para testar a nossa fé; quando não consegue, abandona. Outro dia, ao confessar-me, vi aproximar-se um espírito. Tive outro conflito: como pode o diabo entrar na sacristia? “O diabo está vindo, e é mulher”, exclamei! “Você vê algum sinal particular no rosto dela?”, indagou-me o padre. Vejo uma verruga acima do lábio, o cabelo partido ao meio, um coque atrás, um xale negro xadrez”. Fique tranquilo; é mamãe. Ela “incorporou” e conversou com ele. Quando despertei, ele me esclareceu: “Mamãe veio me alertar. A sua missão não é aqui, vá seguir a tarefa que Deus lhe confiou; o bem está em todo lugar. Fiquei mais tumultuado, mas continuava a frequentar a igreja e o Centro Espírita. Tinha conflitos de fé, que aumentaram quando minha irmã
cometeu suicídio. Mamãe foi encomendar missa a esse sacerdote e ouviu dele: “Dona Ana, não posso celebrar porque o suicida está no inferno e Deus não o tira de lá”. Foi quando aprendi a primeira lição de lógica e de psiquiatria: “Padre, então eu renego o seu Deus. Se Ele não é capaz de perdoar não é digno de ser Deus. Sou lavadeira analfabeta, mas a filha que perdi, eu a perdoo; como é que Deus não a perdoa? Quem se mata não está no seu juízo”. Aprendi muito com esse homem e mamãe, e quando eu lhe disse que não iria mais à igreja, ele respondeu: “Deus está em todo lugar. Faça o bem, porque a verdadeira religião é aliviar o sofrimento alheio”.
(*) Presidente do Conselho Regional de Nutricionistas 1a Região Instagram: @carolromeiro_nutricionista
Professor e palestrante
CANAL 12 NA NET WWW.TVCOMUNITARIADF.COM @TVComDF
TV Comunitária de Brasília DF
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