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Produção de etanol deve se recuperar e, 2022, mas preço pode se manter firme

Produção de etanol deve se recuperar em 2022, mas preço pode se manter firme

Incertezas quanto à pandemia devem influenciar os valores também

Para o ano−safra 2022/23, proje− ções sinalizam certa recuperação na produção brasileira de cana−de− açúcar, devido, principalmente, à maior produtividade dos canaviais re− lativamente à temporada anterior (2021/22), quando períodos de seca e geadas em algumas importantes re− giões do Centro−Sul do país prejudi− caram os canaviais.

As perspectivas foram apontadas por relatório divulgado na primeira semana de janeiro pelos pesquisadores do Cepea, Dra. Mirian R. Piedade Bacchi, Msc. Ivelise Rasera Bragato, Carla Luciane dos Santos,Talita Negri e Ana Maria Raab Forastieri Piccino.

Segundo eles, se as projeções de um quadro climático relativamente favorável no início de 2022 se con− cretizarem, o aumento da matéria− prima utilizada na fabricação de açú− car e de etanol deve resultar em maior oferta dos dois produtos, especial− mente do biocombustível. Os preços atrativos do etanol em 2021, recordes em termos reais, devem motivar uma elevação da representatividade do eta− nol no mix de produção das usinas.

Os pesquisadores alertam que há ainda incertezas sobre as condições que prevalecerão no mercado inter− nacional de açúcar em 2022, que in− clui parte do ano safra−atual 2021/22 (até setembro/21) e parte do próximo, 2022/23 (outubro/21 em diante).

“Aspectos importantes a serem considerados nesse contexto são: i) o sucesso da safra indiana e consequen− te aumento do seu potencial expor− tador, mesmo em um cenário em que o país esteja buscando elevar a produ− ção de etanol com o objetivo de uti− lizá−lo em maior percentual na mis− tura com gasolina; ii) aumento da produção de cana de açúcar no Brasil, com parte mais que proporcional sen− do absorvida na fabricação do etanol, em detrimento de um aumento pro− porcional na produção de açúcar.

De acordo com analistas, o pre− ço do açúcar no mercado interna− cional deve oscilar dentro de inter− valo relativamente estreito, com va− lores que sinalizam ainda um mer− cado não tão ofertado.A considera− ção é de que o aumento da produ− ção indiana de cana pode ser total− mente absorvido na fabricação de etanol, e que o total exportado pela Índia possa ser até menor do que o verificado no ciclo anterior.

Com relação ao consumo brasi− leiro de combustível, incluindo o etanol, o relatório indica que o bio− combustível receberá influência das condições econômicas do país e, consequentemente, do poder aqui− sitivo da população, em um cenário de menor renda real e maiores taxas de juros. A incerteza quanto à pan− demia, que pode voltar a exigir me− didas de restrições de mobilidade o que pode também afetar o consumo de combustíveis, embora o efeito seja menor do que ocorreu em si− tuação passada.

Diante deste contexto, as projeções para o preço do petróleo indicam pa− tamares próximos aos atuais.As deci− sões da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), até o mo− mento, indicam que o preço da com− modity deverá se manter sustentado. Quanto ao dólar, embora se espere grande instabilidade por questões de política doméstica, deve continuar contribuindo para que a internaliza− ção das variações do preço do petró− leo na definição do preço da gasolina A na refinaria assegure competitivida− de ao etanol no mercado doméstico.

Em relação à venda direta de etanol aos postos de gasolina, medi− da já autorizada no Brasil, tem sido vista como de difícil implementação em decorrência de questões tributá− rias e logísticas. “O debate sobre ser ou não esse procedimento benéfico ao consumidor que se defrontaria com memores preços deve continuar. Se por um lado elimina−se a mar− gem da distribuidora do preço final do etanol, de outro são perdidas economias de escala em relação a frete e tem−se aumento dos

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