8 minute read

Uisa investe na construção de planta de biolgás

Uisa investe na construção de planta de biogás

Projeto, em sua fase inicial, conta com parceria da Geo Biogás & Tech

A Uisa e a Geo Biogás & Tech firmaram acor− do para a construção de uma planta anexa ao com− plexo industrial da usina, localizado em Nova Olímpia (MT).

A planta irá converter em biogás os resíduos lí− quidos e sólidos (vinhaça, torta de filtro e palha) re− sultantes do processamento de cana−de−açúcar, ou− tras biomassas e resíduos agroindustriais locais, ser− vindo também como uma plataforma de tratamen− to de efluentes orgânicos.

O biogás obtido na unidade da Uisa Geo Bio− gás vai permitir, na primeira fase do projeto, a gera− ção de 32 mil megawatts por hora no ano (MWh/ano) e de 64 mil MWh/ano em sua segun− da fase. Essa energia é suficiente para abastecer, por exemplo, uma cidade de 40 mil habitantes.

Além da geração de energia elétrica, a planta também produzirá biofertilizantes, que serão utili− zados pela Uisa no cultivo da cana, e o biometano –combustível renovável e carbono neutro que pode substituir o uso do diesel e do GLP em tratores, ca− minhões e processos industriais. O projeto prevê a produção total de 10,2 milhões de metros cúbicos de biometano por ano (Nm3/ano). Em sua segun− da etapa, o projeto prevê a conversão do biogás em outros produtos como amônia, metanol e hidrogê− nio verde.

A planta de biogás vai trazer também impac− tos diretos para o desenvolvimento econômico e social do Mato Grosso. De imediato, as obras de instalação devem proporcionar mais emprego e mais renda para a população. Está prevista a gera− ção de cerca de 200 empregos, entre postos dire− tos e indiretos.

Segundo o CEO da Uisa, José Fernando Mazu− ca Filho, a utilização de resíduos sólidos (torta de fil− tro e palha) possibilitará a oferta de biogás durante o ano todo, evitando a sazonalidade da safra canaviei− ra e garantindo o abastecimento de biometano aos clientes industriais e outros parceiros.

“A integração do processo de biogás na biorre− finaria reduz custo com ganho de eficiência, au− menta a receita do complexo industrial por tonela− da de biomassa processada e com a substituição de diesel e adubo fósseis, por biometano e biofertili− zantes melhoramos a nossa pegada de carbono, e aceleramos o processo de descarbonização da matriz energética e agrícola do país ” , afirma Mazuca.

O projeto UISA Geo Biogás será o quarto rea− lizado pela Geo Biogás & Tech, líder em pesquisa e no desenvolvimento do setor de biogás no Brasil. Com 3 plantas em operação (Tamboara, Raízen Geo Biogás e Cocal Geo Biogás), a empresa já investiu mais de R$450 milhões em projetos de biogás e, em conjunto com seus parceiros, gera anualmente em torno de 41 MW de potência equivalente.

“Nossa parceria segue em linha com o propó− sito da Geo de transformar resíduos orgânicos, sóli− dos e líquidos, da agroindústria como a vinhaça e torta de filtro, em fonte renovável de matéria−pri− ma para produção de biogás, biofertilizantes, bio− combustíveis e geração de energia elétrica em escala, capaz de mover os ponteiros do nosso sistema energético ” , diz Ales− sandro Gardemann, CEO da Geo Biogás &Tech. “O biogás é alternativa de fonte firme, des− pachável e escalável para des− carbonizar setores como o transporte pesado, a indústria consumidores de GLP e óleo combustível” , completa.

Hub de P&D

A parceria Uisa e Geo so− ma−se ao hub de conheci− mento conquistado pelo cen− tro de pesquisa e tecnologia da Geo, localizado em Londrina, no Paraná, que há mais de uma década figura entre os mais avançados centros de P&D em biodigestão do mundo. A área tem como fo− co o desenvolvimento de no− vas soluções e rotas de produ− ção de biogás para serem ab− sorvidas por setores industriais dispostos a eliminarem seus níveis de emissões (Net Zero) em razão dos compromissos com as práticas ESG (meio ambiente, social e governança, na sigla em inglês).

A operação de uma planta de biogás está inserida na estra− tégia de tornar a Uisa uma das mais importantes biorrefinarias com geração de bioprodutos e ener− gia renovável do mundo. A empresa tem realizado também permanentes investimentos em biotecno− logia, digitalização do campo e inovação. Agora, a planta de biogás posiciona definitivamente a Uisa como importante polo tecnológico na região em que atua.A partir dessa plataforma, a empresa pode− rá usar tecnologia para processar seus próprios resí− duos, e ajudar a explorar o grande potencial exis− tente no Brasil para a produção de energia limpa e renovável. “Queremos que a UISA seja líder no processo de transição da matriz energética, em linha com o movimento global de redução do uso de combustíveis fósseis.A geração de energia a partir de resíduos resultantes de nosso próprio processo produtivo é al− go que materializa a nossa visão de sustentabilidade. Vamos dar uma importante contribuição para a definição de novo perfil da matriz energética do País, o que beneficia diretamente toda so− ciedade ” , explica Mazuca. Localizada em região de grande riqueza natural e no co− ração do Mato Grosso, a Uisa tem como diretriz a conjugação de suas atividades com a preser− vação do ecossistema local. A empresa já tem importantes ini− ciativas nesse sentido, como o reflorestamento de áreas de nas− centes de rios e lagoas no Esta− do de Mato Grosso, possuí mais de 30 mil hectares em áreas pre− servadas e é mantenedora de uma séria de programas de pro− teção e preservação da fauna e flora local. A planta de biogás será um importante marco des− sa visão de desenvolvimento sustentável.

Ingenio Aguaí é a primeira Usina 4.0 fora do Brasil

Unidade se junta às mais de 70 usinas brasileiras que já se beneficiam de tecnologia única no mundo, que controla plantas inteiras de processos contínuos

O Ingenio Aguaí, localizado na Bolívia, é a pri− meira unidade produtora fora do Brasil a se tornar uma Usina 4.0.A açucareira consolida−se como lí− der tecnológico no segmento de produção de açú− car da América Latina com a assinatura do contra− to de implantação do S−PAA, único software de Otimização em Tempo Real (RTO) para usinas de açúcar e etanol em todo o mundo e, inclusive, o único que controla de forma integral plantas de processo contínuo.

Cristóbal RodaVaca, representante do Conselho de Administração e Acionistas da Aguaí, assinou no dia 9 de fevereiro, o contrato com a Soteica do Bra− sil associada à Pró−Usinas e Solution Engenharia na implantação do S−PAA para simulação e otimiza− ção em tempo real da planta industrial localizada no município de Fernández Alonso, província de Obis− po Santistevan, que fica cerca de 150 km de Santa Cruz de La Sierra.

“Essa tecnologia vem nos ajudar a ser mais efi− cientes em nossos processos e mais produtivos nos resultados. É o passo que nos permite inteligência artificial, internet das coisas, entre outros, além de combinar técnicas avançadas de produção e ope− rações inteligentes. Mais uma vez, a Aguaí está na vanguarda das mudanças tecnológicas, buscando não só a otimização de nossos recursos e a eficiên− cia dos processos, mas para que toda a cadeia pro− dutiva seja automatizada com melhores resultados ” , afirma Roda Vaca.

De acordo com o representante do conselho ad− ministrativo, a instalação da tecnologia terá duração de seis meses.A partir da instalação, todos os proces− sos da planta serão realizados digitalmente e, uma vez concluída essa primeira fase, seguirá para suporte e treinamento por um período de três anos.

Na opinião do gerente industrial da Aguaí, Pe− dro Collegari, a grande vantagem do S−PAA é con− tar com um “ cérebro 24 horas ” que antecipa as ocorrências da planta, atuando automaticamente e recomendando os melhores parâmetros para a ope− ração, permitindo à equipe ganhar tempo e tomar as decisões mais assertivas. “Com a expertise de nossa equipe e toda a tecnologia que temos na Aguaí, se− guramente o sistema vai ultrapassar todo os objeti− vos ” , antecipa.

Nelson Juniti Nakamura, sócio−diretor da So− teica, empresa brasileira e atuante há mais de 35 anos no mercado químico, petroquímico e que desenvol− veu o S−PAA no segmento bioenergético, também destaca a inovação. "É com orgulho que vemos uma ferramenta desenvolvida no Brasil, por engenheiros brasileiros, conquistar o mercado internacional com uma solução inovadora e sem similar no mundo. Agradeço a Aguaí pela confiança depositada e temos certeza de que a usina obterá ganhos de eficiência e rentabilidade, colocando a Aguai no seleto quartil das Usinas 4.0" , afirma.

Para Josias Messias, diretor da Pró−Usinas parceira estratégica da Soteica do Brasil, a im− plantação do S−PAA na Aguaí se reveste de uma importância ímpar, considerando que é a pri− meira usina fora do Brasil a implantar a platafor− ma de Otimização em Tempo Real (RTO), fato que deveria ter acontecido anos atrás, mas aca− bou sendo postergado por conta da pandemia. “Para nós, é uma grande satisfação dar este pas− so no mercado internacional em parceria com a Aguaí, pois desde que a usina boliviana sagrou− se

“Sugar Mill of theYear ” no MasterCana Award 2017, entendíamos que ela reunia todas as con− dições favoráveis para ser nosso primeiro proje− to fora do Brasil: usina modelo em tecnologia e sustentabilidade, alta direção com visão inovado− ra e uma equipe de gestão industrial muito competente. ” , explica..

Nova caldeira permite aproveitamento máximo da capacidade instalada

Desde 2013, quando iniciou suas operações, a Aguaí se caracteriza como uma planta que utiliza tecnologias inovadoras de processos, mais responsá− vel com o meio ambiente e que otimiza todos os seus recursos. A usina produz açúcar – sem enxofre

This article is from: