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Sistema desenvolvido pela Caeté avalia produção, qualidade e segurança do trabalho
Sistema desenvolvido pela Caeté avalia produção, qualidade e segurança no trabalho
Iniciativa tem por base importantes pilares do processo produtivo
As definições e validações do no− vo sistema criado pela Usina Caeté, denominado Bonificação por Mérito (BPM), foram obtidas no final da safra 2020/21 e sua implantação ocorreu em dezembro de 2021.
O BPM foi idealizado pela nova gestão agrícola, e de acordo com Car− los Alberto Silva, analista de sistemas sênior responsável pelo seu desenvol− vimento, “ consiste em bonificar os colaboradores pela avaliação de suas respectivas equipes, cujo objetivo é incentivar o grupo a perceber a im− portância de trabalhar visando a efi− cácia coletiva, buscando cumprir as metas estabelecidas, atendendo às normas de qualidade das operações e de segurança individual e coletiva no trabalho (prevenção de acidentes)” .
Os colaboradores contemplados com essa bonificação trabalham nos setores de preparo de solo, plantio, tra− tos culturais, irrigação, colheitas − mecanizada e manual, oficina, apoio agrícola (coordenadores no campo, técnicos agrícolas, entre outros) e Central de Inteligência Agrícola (CIA), responsáveis pelo monitora− mento em tempo real das operações agrícolas da Usina Caeté, Matriz e da Unidade Marituba. A CIA funciona 24 horas por dia, durante os sete dias
da semana.
Os dados para balizar as bonifica− ções, pagas mensalmente aos colabo− radores, são apurados pelo sistema de− senvolvido pela Caeté, que faz todo um acompanhamento das Metas de Produção na entrega de cana na usina por frente (Cortes Mecanizado e Ma− nual), nas áreas de preparo de solo e plantio, de tratos culturais e de Irriga− ção. Segundo Carlos Alberto Silva, o sistema possibilita ainda um rigoroso acompanhamento dos Indicadores de Qualidade Operacional em várias etapas do processo. “Indicadores de qualidade operacional da entrega de cana, do preparo de solo e plantio, dos tratos culturais, além dos indicadores da medição de eficiência operacional da irrigação e na disponibilidade de máquinas agrícolas (proporcionada pela manutenção)” .
Carlos Alberto Silva destacou que foi estabelecida uma meta com um percentual mínimo de 70%, e abaixo desse percentual, perde−se a bonifica− ção.
“Já no primeiro mês de avaliação temos conseguido percentuais bem relevantes, variando entre 75% a 93% na colheita, por exemplo.
O superintendente Agroindus− trial da Usina Caeté, Mário Sérgio Matias, relatou que ao chegar na Usina Caeté foi instado pelo diretor Administrativo, Paulo Couto, no sentido de observar as regras e pro− cedimentos que geravam as premia− ções operacionais. O superintenden− te salientou que o conceito desse projeto já vem sendo implementado nas usinas do Sudeste.
“A maioria das empresas utiliza ferramentas de premiação que cha− mamos de meritocracia. Um erro que observamos é a falta de critério, ava− liação prévia e de dados que pudessem ser compilados e reportados à equipe operacional para nortear a premiação. Quando começaram a fazer a imple− mentação dessas metodologias, logo foi percebido que a equipe operacio− nal começou a enxergar tudo de for− ma diferente e não apenas como um complemento salarial. Não se trata de um complemento de salário, propria− mente dito, mas, uma remuneração variável atingida por mérito − se eu produzir, vou receber, se não produzir, não irei receber. Então trouxemos de lá, implementamos aqui e hoje é uma realidade na Caeté” .
De acordo com o superinten− dente, ao longo desse primeiro ano, foi observado que há uma resistência natural na adequação dessa nova metodologia. “Saímos de um mode− lo e passamos para outro! É natural que a equipe operacional sinta essa transição até entender toda a filoso− fia, a métrica e o conceito imple− mentado. Uma vez entendendo a fi− losofia, é nítida a melhoria dos indi− cadores de rendimento operacional, como os de qualidade agrícola− a exemplo da diminuição de perda na colheita, diminuição de impureza mineral/vegetal e a redução do con− sumo de óleo diesel no maquinário. Tudo isso no escopo geral provoca uma economia e uma redução do custo operacional” .
Com a implantação do novo sis− tema, o cenário produtivo da Usina Caeté sofrerá uma mudança mais ra− dical em sua filosofia de trabalho. Má− rio Sérgio Matias destaca que a im− plantação do sistema é uma via de mão dupla, gerando benefícios tanto para a empresa, quanto para os colaborado− res.
“Se realmente a empresa atingir os seus indicadores, seja no aumento de produtividade ou na redução de cus− tos em cima de ferramentas, por exemplo, todos ganham! Está muito claro que é com essa nova mentalida− de e filosofia de trabalho que empre− sa colherá ótimos resultados!” , finali− zou o superintendente.
Na última terça−feira, dia 18, o gerente administrativo da Usina San− to Antônio, Silvano Alves da Silva, juntamente com o supervisor de Ma− nutenção, Ivaldo Feitosa dos Santos e o coordenador de Motomecanização, João LuizTenório, realizaram uma vi− sita à Usina Caeté com o objetivo de conhecer detalhes sobre o projeto de Bonificação por mérito (BPM).
Na ocasião, foram recepcionados pelo diretor Administrativo, Paulo Couto, pelo superintendente Agroin− dustrial, Mário Sérgio Matias, pela gerente de Gestão de Pessoas, Marta Sampaio, pelo engenheiro de Produ− ção, Pedro Viana e pelo Analista de Sistemas Sênior, Carlos Alberto da Silva, responsável por apresentar o no− vo sistema aos visitantes.
Carlos Alberto Mário Sérgio
Sob risco de penalização, usinas precisam se adequar às normas de proteção de dados
Especialistas apontam a necessidade de envolvimento de diversos setores da empresa, não se restringindo apenas ao departamento de TI
O primeiro webinar promovido pelo JornalCana em 2022, trouxe co− mo tema a necessidade das empresas do setor bioenergético se adequarem a LGPD. Não se trata de uma nova pra− ga que ameaça a lavoura, nem de um novo fertilizante. Mas da Lei Geral de Proteção de Dados, que deve ser uma das pautas prioritárias das empresas neste ano de 2022.
No início deste ano, a ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados), regulamentou as regras para a aplicação das penalidades determina− das na lei. Conforme previsto nas normas da ANPD, estas penalidades podem ter efeito retroativo a agosto do ano passado, época do início da aplicação das sanções.
Descumprir a LGPD pode provo− car duras punições, tais como bloqueio dos dados pessoais objeto da infração, além das multas, que podem chegar a 2% do faturamento da empresa ou até R 50 milhões por infração, sendo es− tas sanções bem impactantes.O risco de infringir a lei, muitas das vezes, pode estar associado a outro prejuízo sofrido pelas empresas: os ataques cibernéticos.
Portanto, as empresas do setor de− vem estar preparadas para mais este de− safio. Quais os passos e procedimentos a serem adotados para se adequar a es− sa legislação foi a pauta deste primeiro webinar de 2022, que contou com a participação de Eduardo Alvares Car− raretto, advogado da Usina Diana, Lu− ciano Lívino de Melo, responsável pe− lo setor de Riscos e Conformidades, Controles Internos e LGPD da Atvos e Ricardo Nogueira Monnazzi,membro pesquisador e associado do Instituto Avançado de Proteção de Dados –IAPD−RP e sócio do escritório Monnazzi e Peruchi Advogados.
Sob a condução do jornalista do JornalCana,Alessandro Reis,o webinar contou com o patrocínio das empresas Agrobiológica,AxiAgro e S−PAA.
O advogado Ricardo Nogueira Monnazzi acredita que a LGPD te− rá um impacto na sociedade como poucas leis antes tiveram, criando um regramento para o uso de dados pessoais no Brasil, tanto on−line quanto off−line, nos setores privado e público.
A preocupação com ela não se trata de preciosismo. “Temos dois grandes Pilares que a empresa tem que se preo− cupar com a lei.Qual seria o preço que a empresa pagaria pela maculação da sua imagem pública pelo vazamento de dados? Qual seria a o nível técnico da nota de segurança jurídica,de seguran− ça operacional,de segurança comercial, para essa usina praticar exportação de açúcar, por exemplo? Se ela não está adequada a legislação de dados que é na verdade condição “ sine qua non ” para alguns mercados.Para que você expor− te para Europa por exemplo, ou para alguns países que já impõe a obrigato− riedade. Então a bem da a verdade, não se trata de preciosismo e sim de uma análise mais aprofundada do quanto nós temos que ser responsáveis com os dados pessoais, para que não tenhamos a imagem da empresa ma− culada. Se for uma empresa que tem capital aberto, e houver um vazamen− to de dados, cai o preço da sua ação e o prejuízo pode alcançar proporções imensuráveis ” , explica.
Por essa razão, temos que olhar a LGPD como um ponto de tangência entre todas as normas, entre todos os ramos do direito e consequentemente com todas as particularidades da ope− ração, por isso é necessário olhar com carinho a proteção de dados,respeitan− do a os limites e as particularidades da atuação da empresa ” , afirma.