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Início da safra 2022/23 em Minas se dividirá entre abril e maio

Com perspectiva de crescimento, presidente do Sindaçúcar MG, Mário Campos, estima um processamento na casa de 70 milhões de toneladas

Depois de um período marcado por geadas, incêndios, e falhas no ca− navial, a expectativa para a safra 2022/23 de cana−de−açúcar no esta− do de Minas Gerais está mais otimis− ta, devendo alcançar a marca de 70 milhões de toneladas de cana.

Para o presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (SIAMIG) e do Sindi− cato da Indústria de Fabricação do Álcool do Estado de Minas Gerais e o Sindicato da Indústria do Açúcar no Estado de Minas Gerais (Sindaçúcar− MG), Mário Ferreira Campos Filho, as perspectivas em dezembro eram me− lhores, mas devido à crise provocada pela guerra entre Rússia e Ucrânia, elas foram represadas. “Tínhamos uma perspectiva de muito investimento em Minas. Em dezembro, apresentamos ao governador a intenção de ir para mais de 90 milhões de toneladas, mas exis− tem muitas variáveis atuando, o que provoca um represamento nesse pro− cesso e a gente não sabe, se as coisas correrão no tempo que havíamos programado ” , afirma.

Segundo Campos, as preocupações com a questão da alta dos fertilizantes, que já vinha acontecendo, serão acen− tuadas por conta do confronto no les− te europeu. Além desses fatores, ele também chama a atenção para o ano eleitoral. “O nosso setor está direta− mente relacionado a políticas públicas, e isso pode influenciar em novos in− vestimentos muito potencial. Usinas estão sendo reativadas, empresas novas estão che− gando e existe um alinhamento muito forte entre o governo e o setor privado. Estamos num estado que incentiva o uso de biocombustíveis.Minas tem uma característica importante.A gente tem uma flexibilidade de fábrica muito boa e conseguimos otimizar os ganhos en− tre açúcar e etanol, diferente de outros estados. Hoje nós estamos correndo atrás de cana para atender às demandas das nossas fábricas ” , ressaltou.

Para o presidente da Siamig, exis− te uma tendência de crescimento no setor que deve contribuir para a cria− ção de mão−de−obra, dentro da linha de proposta do governo federal da ge− ração de empregos verdes. “Existe uma forte inclinação para a manutenção de plantio manual e isso gera muita opor− tunidade, ao mesmo tempo que cria riscos e desafios para o setor ” , disse.

Com relação ao preço dos com− bustíveis, Campos defendeu o PPI (Preço de Paridade Internacional). “Sem dúvida ele foi uma conquista, mas em período de guerra existem al− gumas consequências que precisam ser repensadas. Mas os objetivos do PPI não podem ser jogados de lado. Ele possibilitou a privatização de refinarias e a inclusão de importadores de com− bustíveis no processo. Nós temos hoje o diesel como grande insumo nosso, sendo que 25% são importados, e a gente não pode nem sonhar em não ter esse produto para fazer a nossa safra e dependendo do que ocorrer, o açúcar pode vir a ficar ainda mais valorizado ” , acredita Campos, lembrando que as mudanças de regras podem alterar o equilíbrio atualmente alcançado.

Segundo o presidente da Siamig, os indicadores recentes apontam para uma perspectiva de aumento signifi− cativo na produtividade agrícola. “A gente tem que ver o copo meio cheio. Recuperamos o setor nos últimos anos, mudamos a percepção do mer− cado financeiro e os balanços fechados agora em março, deverão vir com re− sultados muitos positivos ” , finaliza.

Com novas variedades, renovação do canavial e irrigação, Região Norte e Nordeste espera safra de recuperação

Havendo regularidade das chuvas a expectativa dos produtores é que a safra 2022/23 apresente um crescimento em relação a que está se encerrando

Mesmo ainda sem uma definição em relação ao mix da safra 2022/23, a expectativa dos produtores do setor bioenergético da Região Norte e Nordeste é que ela se converta em uma safra de recuperação com indi− cadores um pouco superiores à tem− porada que está chegando ao fim.

Segundo dados da Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bio− energia (NovaBio), até o último dia 28 de fevereiro a região, já processou 51.608.000 toneladas de cana, deven− do encerrar a safra 2021/22 com 53 milhões de toneladas.

Fatores como a chegada de novas variedades de cana, a renovação do canavial, investimentos em irrigação e modernização das plantas industriais, aliada a expectativa que haja uma re− gularidade nas condições pluviomé− tricas, contribuem para uma perspec− tiva de crescimento da próxima safra.

O assunto foi a pauta da Quarta Estratégica, do dia 9 de março, pro− movida pelo JornalCana que teve co− mo tema: MERCADO BIOENER− GÉTICO – Perspectivas para a Safra 22/23 na Região Norte/Nordeste.

O webinar contou com participa− ção de Luiz Carlos Queiroga Caval− canti, presidente do SINDAÇÚCAR Bahia e presidente do Grupo São Luiz, Pedro Robério Nogueira, presidente do SINDAÇÚCAR Alagoas e Rena− to Cunha, presidente do SINDAÇÚ− CAR Pernambuco e da NovaBio.

Sob a condução do jornalista e diretor do ProCana, Josias Messias, o webinar contou com o patrocínio das empresas AxiAgro e S−PAA.

Para Luiz Carlos Queiroga Caval− canti, presidente do SINDAÇÚCAR Bahia, os indicadores da safra 2022/23 em seu estado tendem a manter uma estabilidade em relação à safra anterior. “A próxima safra deve se manter nos mesmos níveis de produção, devido aos déficits pluviométricos do ano passado, que limitou as expansões que se esperava.

Segundo ele,o mercado,apesar de ser um ano de eleições, onde normalmente há uma elevação de consumo,deve tam− bém se manter, devido à elevação dos preços dos combustíveis em consequên− cia da Guerra Rússia/Ucrânia.

Queiroga avalia que “ os custos de produção que já vinham sendo eleva− dos desde a safra passada, certamente terão mais um forte aumento nesta safra, causados também por esta guer− ra. Resta saber qual será a intervenção que o governo pretende fazer no se− tor de combustíveis ” .

Pedro Robério Nogueira, presi− dente do SINDAÇÚCAR Alagoas, informou que as usinas no seu estado, devem encerrar a safra 2021/22, com uma moagem de 18 milhões de tone− ladas, contra 17 milhões da safra pas− sada. Ele também destacou o melhor rendimento alcançado nesta safra. “Apresentamos um rendimento de 65 toneladas por hectare, o melhor ren− dimento desde a safra 2014/15.Ape− sar de ainda ser um rendimento baixo para os padrões da região, mostra so− bretudo uma recuperação ” , afirmou.

Nogueira destacou também a pro− dução do etanol voltada para o mer− cado interno, não só em Alagoas, mas uma tendência em toda a região do Nordeste. “Nós saímos na safra passa− da de 94% do mercado interno dentro do etanol para 98.5% nesta safra ” .

Nogueira atribui essa melhora nos indicadores, em função dos novos projetos estruturantes que estão sendo implantados na região como: utiliza− ção de métodos modernos de plantio, a exemplo de meiose, canteirização, sementeiras e plantio mecanizado, monitoramento via satélite, utilização de GPS, lançamento anual de novas variedades e aumento gradativo das áreas de irrigação com a utilização de sistemas de pivô e gotejo. Ele também destacou a aceleração dos estudos e projetos para a produção de biogás a partir de resíduos sólidos do processo de transformação.

“Nós temos previsão de lança− mento de novas variedades agora em junho e estamos assim meio que ob− cecados a enfrentar a irrigação plena com intensidade. A gente dorme e acorda pensando em irrigação. Ela co−

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