1308 Jornal da Golpilheira Agosto 2013

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Director: Luís Miguel Ferraz | Mensal | Ano XVII | Edição 194 | Agosto de 2013

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Grande Reportagem

Festas da batalha • Quase uma semana de festejos | P. 3 • 14 de Agosto: Dia do Município é de homenagem à cultura | P. 4 • Atribuição de medalhas de mérito municipal | P. 4 e 5 • Biblioteca Municipal passa a chamar-se José Travaços Santos | P. 6 • Saul Gomes dá lição de história, cultura e cidadania | P. 7 a 9 •Câmara premeia jovens empreendedores de turismo | P. 10 • Mercado do Século XIX veio e vai voltar | P. 15 • Atletismo: Batalha Jovem e Mestre de Avis | P. 18 • Futebol: Batalha vence “S. Nuno de Santa Maria” | P. 19

P. 17 | Bispo: “Os meus escuteiros são um espectáculo”

Dois mil escuteiros acamparam na Batalha Fotos: LMFerraz

P. 12 | Foto-reportagem

Festa na Golpilheira

P. 19 | 1.º aniversário da Casa do Benfica da Batalha

Golpilheira vence Benfica e ganha amigos

P. 13 | Foto-reportagem

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Jornal da Golpilheira

. abertura .

Agosto de 2013

.editorial.

Luís Miguel Ferraz Director

Jornal de praia Esta edição foi pensada para quem gosta de levar uma boa leitura para a praia. Nos momentos de relaxe, poderá passar os olhos pelas fotos das festas cá da freguesia, para ver ou recordar o ambiente alegre dos últimos dias. Quando lhe apetecer uma leitura mais séria, veja a reportagem sobre as festas da Batalha e aproveite para ficar a conhecer melhor o seu Município. Sobretudo, leia as 3 páginas do artigo de fundo, a palestra do professor Saul Gomes, que é uma deliciosa lição de história, de cultura e de civismo. Os amantes do desporto também vão encontrar motivos de interesse e, claro, anote na agenda a programação cultural que vai marcar este final de Verão. Claro que também pode ler em casa… divulgação

Curiosidades e mistérios no Mosteiro de Santa Maria da Vitória (II) Ainda neste número, vamos continuar a observar e a analisar o portentoso pórtico principal de Santa Maria da Vitória, indo espreitar e tentar desvendar as figurações de matemática mitológica que preenchem as mísulas (ornato saliente que sustenta uma escultura) que estão por baixo de três dos apóstolos. Para o fazer, servir-nos-á de guia o estudo “Temas Mitológicos Clássicos”, publicado em “Vésperas Batalhinas”, uma das muitas obras do notável historiador Professor Doutor Saul António Gomes, o maior investidor da história batalhina. Começando pelo lado esquerdo quando estamos virados para o pórtico, na mísula da 3.ª arquivolta está a escultura dum homem possante com outro às costas, um vencedor carregando um vencido. Recorrendo-se à espantosa mitologia grega, tratar-se-á da representação da vitória de Hércules sobre Anteu. Mas quem são estas figuras? Hércules, ou melhor: Héracles, era filho de Zeus, deus máximo dos gregos, e duma mulher da raça humana, portanto um semideus. Dotado de especiais atributos e poderes e vocacionado para o bem, foi toda a sua vida lendária um defensor dos oprimidos e um

combatente tenaz e bem sucedido contra as forças do mal. Anteu era filho de Poséidon, deus do Mar e das águas, correspondente ao Neptuno dos romanos. Ora, Anteu, “nascido” na Líbia, no Norte da África, aí desafiava todos os viajantes que, invariavelmente, vencia em luta desigual, tendo em conta os poderes de que o pai o dotara. Até que um dia se lhes deparou Hércules, na sua viagem à procura do tesouro das Hespérides (como tudo o mais nestas histórias, ninfas lendárias que viveriam numas ilhas atlânticas que poderiam ser identificadas com as Canárias). Desafiado, Hércules aceitou o repto e, sabendo que a força descomunal de Anteu lhe advinha da terra, tentou e conseguiu levantá-lo do chão e “desligá-lo” assim da sua

fornecedora de energia. Fácil foi depois vencê-lo. Acrescente-se que Anteu matava de forma bárbara os que caíam em aceitar o seu desafio, depositando depois os corpos, como oferenda, num templo em honra do pai – Poséidon. Voltamo-nos, agora, para a direita e, na mísula da 4.ª arquivolta a contar da porta, estão figurados um homem e um leão, entre eles uma grande planta a que o leão parece trepar. Tudo indica que seja outro dos trabalhos de Hércules que, chamado a Nemeia, a cidade grega da região de Elida, no Peloponeso, para matar um feroz leão que aterrorizava a população, o matou afogando-o. Mas este conjunto escultórico presta-se, porém, a outra interpretação, como o diz o Professor

Doutor Saul Gomes. Poderá querer referir-se, não a um dos trabalhos de Hércules, mas à tragédia que atingiu Mílon de Crotona. Crotona era uma colónia grega no sul da Itália e era daí natural Mílon, um extraordinário atleta que venceu por diversas vezes tanto os jogos Olímpicos como os jogos Píticos. Já de idade avançada, quis mostrar a sua força abrindo ao meio, com as mãos nuas, uma árvore (a que está figurada é um carvalho). Mas fê-lo com tanta infelicidade que ficou com as mãos presas e incapaz de se defender de um feroz leão que o atacou e acabou por matar. Ao lado, na mísula da 5.ª arquivolta, vemos um homem que segura um touro junto a uma árvore, também um cerquinho. Crê-se representar Hércules a enfrentar o touro de Creta, aquele que o deus Poséidon deu ao rei Minos, com a condição deste lho sacrificar. Porém, Minos, verificando a extraordinária beleza e a robustez do touro, resolveu, em vez de sacrificá-lo, conservá-lo como semental das suas manadas, o que irritou o deus e o levou a enfurecer o animal de tal forma que se tornou um implacável matador de seres humanos. Hércules mais uma vez saiu vencedor, eliminando a fera. Desta mísula fez o Dr. Joaquim Ruivo, que como o leitor sabe é o novo director do Mosteiro e um homem extremamente culto e sensível, o belíssimo e rigoroso desenho que tomamos a liberdade de reproduzir, o que enriquece de sobremaneira e torna mais elucidativo o texto. Tanta coisa a surpreender-nos no nosso Mosteiro! José Travaços Santos

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Jornal da Golpilheira

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. destaque . . grande reportagem

Agosto de 2013

Cultura, desporto, música e muita animação

MCR

junto à estátua equestre de S. Nuno Álvares Pereira. No dia seguinte, durante a tarde, realizou-se na mesma zona a reconstituição de um mercado típico do século XIX (ver página 15), e na segunda-feira a noite foi para as bandas locais inaugurarem o recinto musical, no antigo campo de futebol da vila. “Saída de Emergência”, “End Land”, “Second Hand Speech” e “O Penedo” fizeram as honras da casa e abriram caminho a uma noite longa, com o DJ Nuno Carreira, da rádio

Rui Gouveia

LMFerraz

Começaram no sábado dia 10 de Agosto e prolongaram-se até quinta-feira, dia 15, as festas que animam tradicionalmente os dias em volta do feriado municipal da Batalha. A abertura foi desportiva, às 19h00 do dia 19, com o início do torneio de futebol inter-freguesias “São Nuno de Santa Maria” (ver página 19), e o primeiro serão foi dedicado ao folclore, com a XXVIII Gala Internacional de Folclore, organizada pelo rancho folclórico Rosas do Lena,

94FM. Já a noite de 13 de Agosto, foi preenchida com “Cicklone”, um dos grupos que tem feito sensação nesta temporada, seguindose a animação do DJ Mister M, da mesma rádio. O dia 14, Feriado Municipal, foi o mais preenchido (ver páginas 4 e 5), culminando com a grande banda nacional “Quinta do Bill” e os DJ Miguel Chagas e Paulo Granada. No último dia dos festejos, feriado nacional, regressou o desporto, com uma caminhada de 4 quilómetros aberta a toda a população, a VI edição da prova “Batalha – Jovem” e o Grande Prémio de Atletismo Mestre de Avis (ver página 18). Isto, para além de uma tarde de jogos tradicionais, anima-

LMFerraz

Quase uma semana de festas na Batalha

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O golpilheirense Henrique Ferraz foi um dos jovens talentos em palco

ção de rua e desfile de cabeludos pelas ruas da vila, bem como da

final do torneio “São Nuno de Santa Maria”. A banda “GNR”, das mais conceituadas do panorama nacional, fechou com chave de ouro e recinto apinhado estes festejos, cujo êxito foi sublinhado com uma grandiosa sessão de fogo de artifício. Tal como tem acontecido nos últimos seis anos, o largo Cónego Simões Inácio acolheu uma mostra de actividades económicas do Concelho e dentro do recinto musical funcionou um serviço variado de tascas de comes-e-bebes, a cargo de algumas associações concelhias. O Jornal da Golpilheira acompanhou os principais momentos destas festas concelhias e apresenta nas páginas seguintes a notícia mais pormenorizada de alguns deles, bem como algumas fotos ilustrativas. Toda a reportagem fotográfica pode ser consultada a partir da página www.jornaldagolpilheira.pt. Luís Miguel Ferraz

GNR encerrou festejos

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CONSTRUÇÕES


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. grande reportagem .

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Jornal da Golpilheira Agosto de 2013

Atribuição de Medalhas Municipais

Um dos momentos mais significativos da sessão solene do Dia do Município foi a atribuição das medalhas de mérito, que tem tido realizada de quatro em quatro anos.

Entidade Benemérita - Mosteiro da Batalha

14 de Agosto - Dia do Município

Um dia de homenagem à cultura As cerimónias do Feriado Municipal, a 14 de Agosto, arrancaram às 12h00, na Capela do Fundador do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, da Batalha, onde os foram assinalados os 628 anos sobre a Batalha de Aljubarrota, com cerimónias civis e militares. Mas o dia foi dedicado, sobretudo, à distinção da cultura, da história e do mérito local. Às 15h30, na Galeria Mouzinho de Albuquerque, foi inauguração a exposição fotográfica “A Batalha”, da autoria do consagrado fotógrafo Luís Azevedo. Este trabalho surge como um desafio que pretende reinterpretar os objectos de luta da Batalha Real numa perspectiva ficcionada, conta na totalidade com 94 fotografias que estarão expostas na referida galeria até 28 deste mês. Daí se seguiu para a sessão solene, no auditório municipal, que abriu com uma alocução histórica sobre a Batalha Real, pelo professor Saul António Gomes (ver páginas 7, 8 e 9). A cerimónia prosseguiu com a atribuição dos prémios aos três vencedores da primeira edição do concurso “Batalha – Empreender Turismo”, cujos autores apresentaram em resumo os seus projectos de negócio para a promoção do turismo local e do comércio tradicional (ver página 10). O momento seguinte foi o da atribuição das medalhas de Mérito Municipal, acto que se realiza a cada quatro anos para distinguir pessoas e instituições que se notabilizaram no Concelho (ver ao lado e página seguinte).

A encerrar, o presidente da autarquia, António Lucas fez o balanço de mais um ano de vida deste município, aproveitando para resumir também o seu próprio contributo para a causa pública, no aproximar “do fim de um ciclo” de três mandatos na presidência da Câmara. “Os primeiros 10 anos serviram para continuar o trabalho que já vinha a ser feito de consolidação das contas concelhias, depois foi o trabalho de promover a melhoria das infra-estruturas e das condições de vida dos cidadãos, em áreas como o ambiente e espaços verdes, o tratamento de lixos e efluentes, o abastecimento de água, a rede viária, a protecção civil ou o ordenamento do território, e finalmente a aposta nas áreas sociais, da cultura ou do desporto, com destaque para projectos como a Pia do Urso, a nova biblioteca e ludoteca, o Museu da Comunidade Concelhia, os dois novos centros educativos e outras escolas da rede do primeiro ciclo, os serviços de ATL, os espaços desportivos, as diversas medidas anti-crise e a redução de taxas e tarifas para apoio aos mais desfavorecidos, etc.”, lembrou o presidente. António Lucas considerou que “cometemos erros, mas procurámos aprender com eles e não os repetir; não fizemos tudo o que tínhamos previsto, mas fizemos coisas que não tínhamos previsto; a conjuntura não permitiu realizar tudo o que desejávamos, mas ficam feitos projectos para investimento futuro de cerca de 10 milhões de euros, o que

é já uma ajuda para que quem vier depois tenho condições para fazer ainda melhor. Por fim, agradeceu às “excelentes equipas e funcionários” com que trabalhou, bem como a toda a população e à sua família, em particular, “sem cujo apoio teria sido impossível fazer um trabalho que consideramos positivo, na sua globalidade”. Terminou a sessão o presidente da Assembleia Municipal, José Reis, que agradeceu a presença de mais de uma centena de munícipes neste acto e, também em jeito de despedida das suas funções autárquicas, referiu a sua gratidão a todos os que o acompanharam nesta função e “a todos os batalhenses que, como estes homenageados hoje, contribuíram para elevar o nome da Batalha e promover o seu desenvolvimento”. Concluiu com a “convicção de que esta comemoração de 14 de Agosto irá continuar em anos vindouros, pelo seu significado histórico e cultural, tanto para o Município, como para o País”. Antes de se passar ao pavilhão multiusos, para mais uma edição do Encontro Anual de Emigrantes do Concelho da Batalha, os presentes assistiram ainda ao descerramento da placa que atribui o nome de José Travaços Santos à Biblioteca Municipal, subindo depois àquele espaço para uma sessão de homenagem a este ilustre batalhense (ver página 6). Textos e fotos: Luìs Miguel Ferraz

A primeira distinção foi a de Entidade Benemérita do Concelho da Batalha, uma nomeação inédita no novo regulamento de condecorações. O primeiro agraciado com esta medalha foi o Mosteiro de Santa Maria da Vitória, representado pelo seu director, Joaquim Ruivo. Este mosteiro gótico dominicano foi mandado edificar em 1386 por D. João I de Portugal, é classificado como monumento nacional desde 1910, património mundial da UNESCO desde 1983 e foi eleito em 2007 como uma das sete maravilhas de Portugal. A atribuição deste título justifica-se por ser “reconhecido mundialmente e visitado anualmente por milhares de turistas nacionais e estrangeiros, o que faz com que o concelho da Batalha integre uma das principais rotas turísticas do nosso país”, bem como porque “o desenvolvimento turístico do concelho está directamente ligado à existência deste monumento”.

Cidadão Honorário - Saul António Gomes Outra distinção inédita foi a de Cidadão Honorário do Concelho da Batalha, concedida ao historiador Saul António Gomes, natural de Leiria (1963), professor universitário que se tem dedicado às temáticas da


Jornal da Golpilheira

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. entrevista . . grande reportagem

Agosto de 2013 história da Alta Estremadura, da história religiosa, da paleografia, da diplomática, da sigilografia e da codicologia. Licenciado em História, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, em 1985, obteve em 1989 o título de mestre em História Medieval pela mesma faculdade e doutorou-se no ano 2000, na especialidade de História Medieval, na Universidade de Coimbra. Escreveu centenas de livros e artigos, com destaque para os que abordam a história do distrito de Leiria, nomeadamente, sobre o Mosteiro da Batalha e este concelho em geral. São de sua autoria muitos documentos batalhenses publicados, de que o livro “Golpilheira Medieval”, editado pelo Jornal da Golpilheira e o Município da Batalha, é apenas um de dezenas de exemplos. Por isso, pelo seu currículo exemplar, pela “disponibilidade sempre manifestada para colaborar com a autarquia sempre que tal lhe foi solicitado” e pelo “carácter, integridade e humildade, que merece o carinho e respeito de todos os que com ele privam”, passou a ser Cidadão Honorário da Batalha.

Medalhas de Honra

Rui Manuel Gens de Moura Ramos, licenciado em Direito, pós-graduado em Ciências Jurídico-Económicas e doutorado em Direito Internacional Privado, é um batalhense ilustre e com uma carreira jurídica brilhante, com desempenho de cargos como delegado do Governo Português à Comissão das Nações Unidas para o Direito do Comércio Internacional (CNUDCI), à Conferência da Haia de Direito Internacional Privado, à Comissão Internacional do Estado Civil (CIEC) e ao Comité sobre a Nacionalidade do Conselho da Europa, bem como presidente do Tribunal Constitucional entre 2007 e 2012. Artur José Pontvianne Homem da Trindade, engenheiro civil e Comendador da Ordem do Mérito, com longa carreira autárquica e de gestão pública, em que se destacou pelo “empenhamento e determinação em defender os interesses dos municípios”. Josélia Maria dos Santos José Neves, licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, mestre em Estudos Ingleses e doutorada em Estudos de Tradução, com uma tese sobre “Tradução Audiovisual: Legendagem para Surdos”, com trabalho reconhecido

mundialmente na área da comunicação inclusiva, em que prestou “valioso contributo no projecto de instalação do Museu da Comunidade Concelhia da Batalha. Ana Mercedes Stoffel Fernandes, licenciada em Filosofia e Letras e em História da Arte e Mestre em Museologia, com um vasto currículo na área da museologia e membro de algumas das mais conceituadas instituições da museologia mundial. Foi a coordenadora do programa museológico do multi-premiado Museu da Batalha. (Foto de arquivo; foi representada pelo marido)

Mérito Municipal - Grau Prata

João Afonso Marto Ramos, batalhense que foi gerente da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Batalha durante 56 anos (1954-2010), tendo durante 24 anos acumulado com as funções de presidente da direcção. Levou esta instituição a ser considerada durante muitos anos a primeira em qualidade e expansão no nosso país e foi fundador da Federação Nacional das Caixas de Crédito Agrícola e da Caixa Central do Crédito Agrícola Mútuo, de que foi presidente da direcção de 1985 a 1995. Foi o impulsionador da construção do primeiro edifício da Caixa Agrícola na Batalha, que decidiu ceder para a instalação do Museu da Comunidade Concelhia. Junta de Acção Social da Diocese de Leiria-Fátima, criada a 20 de Junho de 1952 por iniciativa da benemérita Maria Hercília Zuquete, é uma associação canónica de fiéis que promove a solidariedade e a justiça entre os indivíduos e faculta serviços de segurança social, com largo trabalho de apoio às crianças das famílias mais desfavorecidas. Associação de Propaganda e Defesa da Região da Batalha, fundada a 7 de Março de 1970, pela necessidade que um grupo de batalhenses (com destaque para o então presidente da Câmara Municipal, Francisco Ramos de Moura) sentiu de dotar a vila de uma instituição que pugnasse pelos interesses e valores do Concelho. Na sua obra, ganhou especial importância a

valência de jardim-de-infância, inaugurada em 1985 e actualmente com mais de 100 crianças e uma equipa de 24 funcionários, alargada em 2007 aos serviços de creche, pré-escola e ATL. Matcerâmica – Fabrico de Louça, SA, criada em Dezembro do ano 2000 como resultado da reestruturação do grupo Faiart, é a maior empresa produtora de faiança da Península Ibérica e uma das maiores e mais conceituadas da Europa, com capacidade produtiva superior a 1 milhão peças mês, sendo uma das maiores empregadoras do Concelho. (Ausente) Derone – Confecções, SA, fundada em 1984, cresceu rapidamente até aos actuais 300 funcionários, sendo uma das grandes empresas do Concelho e também das maiores entidades empregadoras.

Joaquim Rosa Rodrigues, António da Piedade e José António Vieira Pragosa, emigrantes batalhenses há várias décadas em França, que desde o início têm estado ligados à organização do Encontro Anual de Emigrantes Batalhenses, a que se têm associado, marcando a sua presença, a Assembleia Municipal, a Câmara Municipal e as Juntas de Freguesia.

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maiores a nível nacional, que tem somado vários títulos de campeã nacional e líder do ranking nacional de juvenis e juniores no lançamento do disco e do peso. Irá participar no Campeonato da Europa de Juniores em Itália e prepara-se para conseguir marcas que lhe permitam assegurar a participação no Campeonato do Mundo de Juniores em 2014, nos Estados Unidos. Teresa da Conceição Figueiras Jordão, natural da Figueira da Foz, professora e treinadora de futsal, considerada uma referência a nível nacional no meio desportivo, especialmente pelo trabalho no desporto escolar treinadora das equipas futsal do Centro Recreativo de Golpilheira, levando as seniores a conquistar 5 campeonatos distritais, 7 taças distritais, 5 supertaças e 5 presenças na Taça Nacional, onde alcançou uma final e 2 terceiros lugares, e as juniores a serem campeãs distritais por 7 vezes e a vencerem 4 taças distritais. “Lutadora e exigente, as suas equipas pautam-se pela entrega e pela luta desportiva em campo, sempre com respeito pelo adversário e para com o público”. Flávio Rebelo Carvalho, do Reguengo do Fetal, foi atleta de andebol dedica-se exclusivamente à arbitragem desde 2002, sendo actualmente considerado um dos melhores árbitros nacionais da madalidade.

Cultura e Mérito Desportivo – Cobre

Jaime Costa (a título póstumo; representado pela esposa e filhas), batalhense que dedicou a sua vida, desde muito jovem, à arte da fotografia, tendo retratado durante décadas as paisagens, gentes e eventos deste concelho. Em vida, foi sempre solícito e disponível para colaborar com o município em diversas iniciativas culturais relacionadas com o seu trabalho. Após a sua morte, os herdeiros cederam grande parte do seu valioso espólio fotográfico ao Município, passando a constituir uma base documental pública importantíssima para a história deste concelho.

Manuel Mariano Alexandre, natural de São Mamede, roupeiro e vigilante de alguns equipamentos desportivos do Município da Batalha desde 1963, com conhecido “espírito de abnegação e zelo da coisa pública”, contribuiu para a formação desportiva de milhares de jovens do Concelho e “pautou a sua actividade ao serviço do Município da Batalha por critérios de seriedade e de responsabilidade, muitas vezes com prejuízo da sua vida pessoal e familiar”.

Cultura e Mérito Desportivo – Prata

Assiduidade e Bons Serviços

Juliana Cunha Pereira, natural e residente no Casal do Marra, é uma jovem atleta de 18 anos, na Juventude Vidigalense, maior clube de atletismo do distrito e dos

Grau Prata (mais de 25 anos ao serviço da autarquia): Maria dos Prazeres Vieira Oliveira Moreira Amaral, Carlos do Carmo Bagagem, António Jesus Alves, Albino Vieira Santos. Grau Cobre (mais de 15 anos): Albino Inês dos Santos, Armindo Marques Pereira Moço, Júlio Baltazar Cavaco, Maria Piedade Bento, Maria de Lurdes Marto Silva Ferreira.


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Jornal da Golpilheira Agosto de 2013

Nome da Biblioteca Municipal da Batalha muda para…

Descerramento da placa

A Biblioteca Municipal da Batalha passou a designar-se, desde o passado dia 14 de Agosto, Biblioteca Municipal José Travaços Santos. O acto formal de alteração de nome decorreu após a sessão solene do Dia do Município, com o descerramento de uma placa onde consta a nova designação e uma imagem do conhecido etnógrafo batalhense que foi alvo desta distinção. No interior do edifício, José Travaços Santos (JTS) “brincou” com a situação, dizendo que tinha realizado finalmente “o sonho de ter uma biblioteca” e estava pronto para “tomar posse”, sentindo por outro lado que, “como é normal dar-se o nome de edifícios a personalidades já falecidas”, lhe estavam a dar a entender que “estava na hora de morrer”. Depois, mais a sério, agradeceu a distinção e confessou que era “uma honra dar o nome a uma biblioteca com qualidade e valor reconhecidos como é o caso desta”. “Não me sinto merecedor e só aceito este

acto como reconhecimento do meu gosto pelos livros, desde miúdo, e da defesa da leitura que sempre assumi ao longo da vida”, referiu, dedicando a nomeação à memória do seu bisavô António Mendonça, que lhe transmitiu esse gosto, do batalhense Ruy de Moura Ramos, que foi seu companheiro de escrita ao longo de décadas na imprensa regional, e do seu primo livreiro António Matias, que lhe permitia adquirir os livros de que gostava. Por fim, JTS aproveitou para sugerir a atribuição do nome de António Lucas ao Museu da Comunidade Concelhia, dado o trabalho em prol da cultura do actual presidente do Município, e para lamentar que “as actuais gerações estejam a perder muito do nosso património cultural e não recebam desde os bancos da escola a edução cívica e o sentido de comunidade que alimentam essa cultura”. Novo momento de humor aconteceu a meio da sua intervenção, quando

referia que, curiosamente, não era frequentador da biblioteca (talvez a sua biblioteca pessoal seja maior do que esta). Nesse instante, o presidente da autarquia tirou do bolso o cartão de leitor n.º 8.000 que estava reservado ao homenageado e interrompeu-o: “agora já é!”. Reconhecimento merecido No início da cerimónia, em que participaram algumas dezenas de familiares e amigos de JTS, António Lucas informou que esta

LMFerraz

MCRito

Biblioteca Municipal José Travaços Santos

Sessão no interior da biblioteca

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decisão fora aprovada por unanimidade pelo executivo municipal, visando “homenagear um dos mais ilustres batalhenses, considerado um dos grandes vultos da cultura, da etnografia e da história da região da Estremadura”. Nomeadamente, pela vida dedicada “às causas da cultura, da defesa do património material e imaterial e ao estudo da etnografia, com relevante e profícua acção dinamizadora no Rancho Folclórico Rosas do Lena, sendo um dos principais conselheiros da Federação do Folclore Português”. O autarca revelou ainda que “foi levada em linha de conta a sua importante acção pedagógica junto das camadas mais jovens e em idade escolar, sempre disponível para acompanhar e auxiliar na execução de trabalhos académicos sobre a história e as tradições locais, com particular destaque para o trabalho que desenvolve enquanto júri do concurso literário “O Fio da Memória – O Conto”, organizado pela Biblioteca da Batalha. Luís Miguel Ferraz

Breve nota biográfica Nascido a 25 de Março de 1931, JTS iniciou a sua carreira literária em 1949 no jornal “O Alcoa”, tendo, desde cedo, revelado grandes e distintas capacidades para a escrita, com milhares de textos de opinião e jornalísticos publicados em diversos órgãos de comunicação falada e escrita, regionais e nacionais. É reconhecido, sobretudo, pelo estudo da etnografia alto-estremenha, tendo sido um dos fundadores do prestigiado Rancho Folclórico Rosas do Lena e um dos grandes impulsionadores da Casa Museu da Madalena, localizada no lugar de Rebolaria, sendo ainda autor dos Cadernos da Vila Heróica, importante repositório histórico e etnográfico sobre a Batalha e toda a região. Conhecedor profundo da história da Batalha, do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, das gentes e de toda a região de Leiria, JTS é também reconhecido pelas excelentes qualidades de historiador, etnógrafo e ensaísta, animador cultural e pedagogo por excelência, no domínio da defesa e da valorização do património histórico-cultural português, sendo sócio correspondente da Academia Portuguesa da História. Está sempre disponível para colaborar com pessoas ou instituições que trabalham e estudam a cultura, como acontece com diversos agrupamentos folclóricos da região e, recentemente, na instalação do Museu da Comunidade Concelhia. A relevância da sua acção social, cívica e cultural tem justificado o reconhecimento de inúmeras instituições e organismos, tendo sido agraciado, em Dezembro último, no âmbito da Guimarães Capital Europeia do Cultura, com o Óscar Mundial do Folclore, a principal distinção mundial a este nível atribuída a um batalhense.


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. lição .

Agosto de 2013

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Palestra proferida na Câmara Municipal da Batalha, em 14 de Agosto de 1385

Nos 628 anos da Batalha Real de Aljubarrota As sociedades civilizadas como também, a certo nível, as primitivas, encontram na comemoração do passado um esteio fundador do seu presente. A compreensão do passado esclarece e ilumina o sentido do presente e legitima, também, a experiência social e individual da vivência das identidades nacionais ou locais. Esta asserção aplica-se, como sabemos, ao mundo ocidental, no qual se desenvolveu um modelo civilizacional que se caracteriza por uma aguda consciência histórica dos povos europeus e neo-europeus, como se aplica de forma complexa às civilizações orientais e extremo-orientais, a muitos níveis mais antigas, como a chinesa ou a indiana, senão matriciais ao Ocidente, como sucede no caso indo-europeu. As tradições historiográficas no Ocidente são antiquíssimas. Heródoto é apontado como o erudito “pai da História” no mundo euro-mediterrânico. Neste caso, todavia, a História de que falamos é especificamente a historiográfica, a que respeita à organização do trabalho historiográfico enquanto ciência do Homem no tempo, uma história que resulta da investigação, a qual, por sua vez, se caracteriza por metodologias específicas que respeitam ao tratamento e averiguação da autenticidade das fontes e da sua interpretação. Um ainda recente livro de um dos novos historiadores portugueses mais internacionalizados e respeitados, refiro-me a Diogo Ramada Curto, tem por título uma pergunta: “Para que serve a história ?”. A empatia que este título gera junto do leitor, todavia, contrasta com a primeira frase da respetiva introdução, que diz o seguinte: “Este pequeno livro foi escrito contra os que pensam que a utilidade da história está nas lições que podem ser retiradas do passado. É que nem o passado pode dar lições, nem este existe dissociado das questões que lhe colocamos situados no nosso próprio tempo.” (Lisboa, Tinta da China, 2013, p. 13) Não posso, pessoalmente, tomar esta afirmação como indiscutível. Longe disso. Não porque se responda a um quase dogma ou grito de guerra com outras certezas não menos firmes e belicosas. É certo que só podemos ver o passado pelos nossos olhos e pela nossa

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Saul António Gomes

maneira de o reinterpretar; e esta (re)interpretação nova do passado, nova porque comunga da originalidade de resultar da subjetividade de cada historiador, a qual condicionará sempre o conhecimento da História real, a que o historiador perceciona mas não constrói. Mas a subjetividade mais ou menos involuntária que os historiadores transportam no seu ofício não se pode confundir, o que acontece, se bem interpreto, na afirmação citada, com o sujeito em causa a que chamamos História. Ora, toda a tradição do pensamento humano, seja no domínio da memória social, nomeadamente nas suas expressões mitológicas e lendárias, seja no campo do fazer científico que é a historiografia, reconhece na História uma dimensão propedêutica e pedagógica. Aprende-se com a História para não repetir os seus erros ou para, pelo estudo desse passado, aprendermos a potenciar mais salutarmente nossa ação no presente. Portanto, devo considerar que a História é um ente real independentemente e para além das narrativas que os historiadores dela fazem. Existe, ausente ou definitivamente acorrentada no ontem, mas nem por isso fica privada da sua força e vitalidade que sobrevive na consciência e na identidade dos povos. A História recoloca ao Homem a questão das suas contingências no tempo e apresenta-lhe o cenário dos processos de mudanças sociais que sempre foram e serão múltiplos e complexos.

A História encerra, assim sendo, uma vocação pedagógica e de utilidade ao bem comum dos povos. E esse exercício, da interpretação da História, conheceu, na tradição cultural ocidental, mas também de outras civilizações, casos verdadeiramente sedutores como, por exemplo, quando se procurou adivinhar o fim da História, o que é algo de bem mais sério do que se poderá pensar num primeiro e superficial olhar. A cogitação do fim do Tempo, do Homem e da História sempre seduziu irresistivelmente o ser humano. Um dos livros mais reveladores, a justo título, sobre este problema é o Apocalipse de S. João, visão e revelação do Fim, dando futuro por antecipação imaginária à História última. Um livro que seduziu gerações, especialmente em tempos medievos, e que conserva uma estranha capacidade de atração ainda na atualidade para cristãos e não cristãos pelo messianismo profético que introduz na vida e na crença das pessoas. Como visionário do futuro foi o nosso Pe. António Vieira, desenhando as formas da História do Futuro que ansiosamente imaginou como presságio de um Quinto Império restaurador da ordem divina e perfeita da criação do homem e do seu devir no mundo e no tempo. Para que serve, pois, a história, ou melhor, porque é essa a questão que se impõe a todos nós, aqui e agora, para que serve, perguntarnos-emos, comemorar o dia 14 de agosto de 1385?

Num momento em que, em Portugal, se procedeu a uma revisão oficial e legislativa dos feriados nacionais, suspendendo-se uns e mantendo-se outros, há que reconhecer que um feriado, histórico ou de outro significado cultural ou religioso, é sobretudo um instrumento ordenador do tempo social. Usufruiu-se dele para descanso e lazer, ou não, mas ele existe por um sentido que hoje em dia parece ser mais funcional do que essencial. Foram muito poucos aqueles portugueses que levantaram a voz e protestaram contra o encerramento ou, enigmático conceito, suspensão de feriados como o dia 1.º de dezembro ou o 5 de outubro. Não se eliminou da lista comemorativa portuguesa o dia 14 de agosto; não era sequer feriado nacional, se bem que, em certa medida, tenha sido um dia comemorado com solenidades religiosas importantes, em todo o Reino, nos primeiros tempos da dinastia de Avis, o que todos compreenderemos muito bem, uma vez que D. João I e os seus contemporâneos tiveram uma consciência muito clara do significado desse dia na história das suas vidas e nas implicações do acontecimento em causa nos destinos de Portugal. E o significado maior dos acontecimentos do dia 14 de agosto de 1385 foi tão consciencializado e percecionado pelo rei da Boa Memória que este procurou traduzir a dimensão desse significado na escala da construção do seu memorial mais perfeito e maior,

justamente, o Mosteiro de Santa Maria da Vitória ou, simplesmente, da Batalha. Durante alguns séculos, ainda, os municípios de Porto de Mós, da Batalha e de Aljubarrota (este só foi extinto no século XIX), celebraram conjuntamente, com procissões, missa pregação, na ermida de S, Jorge da Vitória, esse dia histórico. No século XX, como sabemos, a comemoração do dia 14 de agosto de 1385 ganhou sentido no ideário castrense ou militar português, esvaziando-se, nesse território, depois de 1974-1975, para sobreviver, com expressões muito desiguais na continuidade e na coerência dos programas comemorativos, junto das autarquias que partilham mais diretamente essa memória histórica. A celebração do dia 14 de agosto de 1385 não é, como sabemos, uma obrigação nacional, razão porque raras vezes os representantes dessa Nação se associam às mesmas. A celebração desta data histórica, reduzida a uma expressão local, é sobretudo uma experiência de liberdade e de resistência para os cidadãos que nela encontram um sentido meta-histórico. Para que comemoramos, assim sendo e retomo a questão, e face a esta contestação de um país que não se revê, nos nossos dias, maioritariamente nesta celebração, o 14 de agosto de 1385? Não há apenas uma resposta para esta pergunta. Como historiador, cumpre-me partilhar com os meus concidadãos alguns considerandos e algumas reflexões que nos ajudem a compreender o significado do ato social a que damos expressão e corporeidade. Como outros acontecimentos e momentos que, antes e depois de 1385, marcaram o devir histórico de Portugal, o dia 14 de agosto é uma marca muito relevante na consolidação da independência política do país. Esta consolidação política, testada na tremenda batalha da tarde desse 14 de agosto já tão distante, só foi possível, sabemo-lo, por uma forte consciência identitária dos portugueses. É certo que os portugueses de 1385 eram muito diferentes dos portugueses de hoje; as mudanças sociais são constantes. Mas em 1385, todavia, e é a história que no-lo demonstra, existia já uma consciência de se ser português que era mais forte

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país que pretensamente desejam servir no benefício dos cargos que desempenham; resistência contra as tendências globalizantes que diluem identidades nacionais e locais; resistência, enfim, contra o baixar dos braços de todos aqueles que, ainda que crendo firmemente no respeito que lhes merecem os seus antepassados, sangue do seu sangue e chão do seu nascimento pátrio, se sentem desalentados perante as tremendas dificuldades da sua vida pessoal, familiar ou profissional, de pobreza e de desemprego, de solidão ou de privações, de ausência de horizontes e de constrangimentos que os levam tantas vezes à expatriação indesejada, e que, por todas estas e outras mais razões, se olham ao espelho dos seus dias despidos daquela esperança que traz, na dignidade de cada ser humano, a certeza de que há um futuro e que esse futuro tem de ser necessariamente um tempo de prosperidade e de realização pessoal fecunda e feliz. A Batalha é um templo maior na história de Portugal; mas trairíamos o sentido da história se reduzíssemos a nossa leitura do que é esta Batalha a uma realidade intáctil porque presa no tempo pretérito, morto, inalcançável. A Batalha é, desde a sua raiz fundacional, um lugar de gentes vivas e industriosas, construtoras tanto de monumentos destinados ao vencimento do tempo, ano após ano, século após século, eternidade após eternidade, como gentes sobremodo artífices das suas vidas que nunca se desejaram nem desejam incompletas mas antes plenas e carregadas daquela fascinação maior que é o mistério da vida e da sua afirmação. É essa herança humana, de todas as gerações que trabalharam na edificação deste grande monumento gótico , que dá sentido, tenhamos isso presente, à sua classificação, em 1983, como património da Humanidade. Não porque a Batalha exalte o triunfo de um país sobre outro, uma antipatia entre dois Estados e dois povos, o português e o espanhol, se bem que essa seja uma das faces presentes neste monumento, mas antes porque na sua história se resguardam valores maiores para a Humanidade em geral. O presente, especialmente 2013, tem sido um ano pródigo na “mundialização” da Batalha. O seu Museu da Comunidade Concelhia recebeu um prestigiado prémio internacional, para além do reconhecimento de melhor museu português em 2012, e um dos seus cidadãos mais generosos e ilustres, o Senhor José Travaços Santos foi agraciado com um justíssimo Óscar Mundial de Folclore.

A Batalha não é, em extensão, um grande município, nem a sua urbe, uma grande cidade e, todavia, não é por se caracterizar por essas escalas mais reduzidas que deixa de atingir patamares mundiais em que, como vemos, dominam as escalas e os valores sobremodo humanos. A Batalha é, também, na sua essência fundacional, vocação esta que tem reafirmado, não sem contradições, aliás, também elas dignas de memória e reflexão, uma história multissecular em cujo seio encontramos muitas memórias com significado pedagógico para a vida social e nacional contemporânea. Pede-se ao historiador que seja cidadão do seu tempo, que olhe o passado para o conhecer, não para o julgar, a fim de, pelo seu estudo e investigação, recolher, desse trabalho, o fruto do conhecimento, fruto este que é muito especialmente apreender o sentido do Homem e da sua evolução no tempo. Se a História apenas servisse para resgatar ao esquecimento social pedras informes não teria qualquer valor civilizacional porque estaria privada daquilo que lhe é intrínseco, vivificante e emocionante: a descoberta dos testemunhas dos antepassados e das lógicas das suas vidas e das heranças que nos deixaram.

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e resiliente entre as camadas populares, sobretudo urbanas e vilãs, do que ao nível de classes sociais poderosas, como a nobreza e o clero, em que ficaram a nu as fraturas e divergências dos seus membros e entre os seus membros em matéria de “lealdade” . Como se chegou a esse nível de consciência social identitária nacional por parte das camadas populares no Portugal do final da Idade Média? Esta é uma das questões sedutoras da nossa História e da escrita dos nossos historiadores e ensaístas de referência. Direi que a questão maior no 14 de agosto de 1385, e por isso ela é hoje atualíssima, é, efetivamente, a da identidade nacional. Não poderemos aceitar que, em 2013, qualquer pessoa por mais esclarecida que for possa pôr em causa que o tema dominante na data histórica que celebramos não seja Portugal e a sua identidade coletiva. Uma questão transversal no tempo e também nas despectivas por que pode ser observada. A vila da Batalha é um dos lugares mais autorizados para o exercício necessário, do historiador e do cidadão, acerca desta questão. No dia 14 de agosto, de anos anteriores como no que vivemos, e esperemos também futuros, reunimo-nos na Batalha não para celebrar um episódio local, mas para olhar Portugal. Glosaria, aqui, o título de um interessante livro, organizado por José Eduardo Franco e Pedro Calafate, intitulado A Europa segundo Portugal (Lisboa, Gradiva, 2012), para o reescrever, se algum título pudesse encontrar para designar o ato em que participamos, como Portugal segundo a Batalha. Porque celebrar na Batalha o 628º aniversário da Real Batalha de Aljubarrota, em 2013, é encontrar o pretexto para o exercício da compreensão de Portugal na sua história e, por ela, na sua identidade. É uma questão de justiça reconhecer que o tema da identidade nacional, do ser português, é uma questão central e maior na cultura portuguesa e que ela tem sido especialmente acalentada e revivificada nos últimos dois séculos, encontrando aqui, na Batalha, um dos seus palcos mais sensíveis e adequados. Celebrar o dia 14 de agosto de 1385, em 2013, parece-nos ser um ato, todavia, que implica tanto de memória como de profundo altruísmo público, assim como esse exercício cívico assume, especialmente nesta Vila Heroica, vontades e lutas de resistência; resistência contra o indiferentismo com que muitos responsáveis políticos ignoram a história do

Compreender os 628 anos da Batalha Real de Aljubarrota não é, assim, um ato gratuito e fátuo, esvaziado de qualquer valor social, que apenas servisse à ribalta de vaidades fúteis e efémeras. Não gostaria, de qualquer modo, que as minhas palavras fossem entendidas, assim sendo, como um mero exercício a juntar a tantos discursos, ontem e hoje, que enfatizam este acontecimento histórico tão relevante na consolidação de Portugal como nação independente, como uma sucessão de episódios militares e heroicos protagonizados por alguns, e cuja recordação serve a momentâneos interesses ideológicos, tantas vezes pobres e mesquinhos, de politização do passado, obscurecendo nisso o horizonte profundo que levou ao triunfo português nos campos tão vizinhos de S. Jorge da Vitória nesse ano tão remoto de 1385. Na dignidade que a Autarquia da Batalha tem colocado nas comemorações deste acontecimento fundador da própria povoação, e refundador, a vários títulos, de Portugal, leremos o entendimento cultural de um passado em que se encontram espelhados exemplos de extremo altruísmo humano e de uma verdadeira heroicidade sacrificial. Esse é, aliás, um dos ensinamentos mais consensuais que a leitura histórica dessa batalha, em tempos de renovação política dos tecidos nacionais europeus, nos impõe reconhecer. Para D. João I a “vitória maravilhosa” enformava um desígnio divino que as elites intelectuais portugueses desse tempo, e das gerações imediatas que lhe sucederam, não se cansaram de carregar de expressões retóricas, sejam as páginas das crónicas de Fernão Lopes ou de Gomes Eanes de Zurara, seja a obra artística levada a cabo, como este Mosteiro de Santa Maria da Vitória que agora contemplamos, seja, ainda, em domínios outros políticos, diplomáticos, militares e culturais. A construção deste mosteiro, para perpétua memória do triunfo português de 14 de agosto de 1385, representou um grande desafio para o Portugal desse tempo. Desafio pela escala do projeto — D. João I desejava que fosse o maior templo em toda a Hispania… —, desafio para a inteligência construtiva do tempo, a começar pela escolha dos seus mestres-de-obras e artistas, abrindo-se o estaleiro à vinda de especialistas estrangeiros por os não haver no reino – não é sem sentido que a edificação da abóbada da sala do capítulo se eternizou na lenda da sua queda e do sacrifício de vida que o seu arquiteto celebrou para a concluir e

firmar para sempre -, desafio pelos recursos patrimoniais necessários para a viabilidade da obra e para ao sustento da comunidade religiosa dominicana que nele viveu. A obra alongou-se no tempo e nunca se concluiu verdadeiramente disso dando testemunho superior as chamadas Capelas Imperfeitas. Em meados do século XVI ainda se porfiava na ampliação do edifício monástico e na conclusão da sua cerca. No século XIX, uma boa parcela do edifício foi definitivamente demolida e, nos anos de 1960, se assistiria ao desaparecimento, por apropriação ideológica e politização do passado batalhense, do burgo medievo que envolvia o monumento. A 24 de março de 1945, sábado e véspera de domingo de Ramos, depois de uma viagem atribulada, cansativa e longa, num dia em que sol e chuva alternaram persistentemente, o prestigiado antropólogo Mircea Eliade, querendo dirigir-se a Fátima vindo de Alcobaça, chegou à Batalha, seriam umas 18h30 da tarde, “debaixo”, citamos, “de uma chuva torrencial” após o que registou, brevíssima e desconcertante alusão ao monumento, no seu diário, “As muralhas do mosteiro parecem vermelhas, agora, bem molhadas pela chuva.” (Diário Português, Lisboa, Guerra & Paz, 2008, p. 256) Nem uma palavra mais do famoso escritor sobre o Mosteiro. Distração deste? Difícil que o tenha sido. Distração apenas para contemplação silenciosa do gótico monumento. O tempo que permaneceu na vila, antes de pegar um táxi que o levou a Fátima, onde chegou pelas 20h desse dia, decerto que lhe terá permitido contemplar o essencial do grande mosteiro português que, todavia, o ilustre antropólogo e historiador das religiões do Mundo, associa a uma fortaleza – “As muralhas do mosteiro parecem vermelhas, agora, bem molhadas pela chuva.” — não elogiando o monumento pelo seu rendilhado gótico, mas antes por uma imaginária alegoria que projeta a Batalha como fortaleza rúbea de uma história inconclusa e que permanecia por contar. Na surpresa de um apontamento que é apenas instante, todavia, Mircea Eliade deixou-nos, no contexto do memorialismos literário estrangeiro e português em que este monumento é evocado, uma metáfora bem interessante e até fecunda, associando-a ao imaginário da batalha que lhe deu fundamento, e projetando-o como uma praça forte, um castelo silencioso, por detrás de cujos muros vermelhos se guardavam tesouros insondáveis.


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Uma das características do fazer história é que a História não se reduz nunca a uma só ou única narrativa desse passado. As visões diferenciadas dos historiadores reconhecem que a observação do passado é ou pode, e deve, ser sempre plural nas suas interpretações e considerações. Nenhuma visão da História se pode arrogar o direito de apropriar esse passado como escrever história não é sinónimo de manipulação dessa passado. Vem esta asserção ao encontra da necessidade que temos de propor a escrita da História como um espaço de escrita em que se podem formular e reformular as questões que podemos ou devemos colocar a esse passado para o compreender. A visão que temos da heroicidade e dos seus protagonistas, no passado, há que reconhecê-lo está sempre muito dependente das pulsões do presente e da informação cultural reproduzida em ambientes familiares e escolares. Muitos de nós nos lembramos da forma única como os livros da escola primária, nesse tempo, contavam a história de uma maneira única e, confessemo-lo, cinzenta de mais. A história servia, então, aos desígnios políticos de um Portugal no fecho de um longo ciclo imperial e ao qual cumpria interpretar o passado de modo a levar os seus jovens a inculturarem a ideia da defesa intransigente, não do autêntico significado civilizacional que esses séculos encerravam, das posições coloniais portuguesas no mundo. Os dolorosos resultados dessa apropriação da História, antes e depois dos acontecimentos de 1974 e 1975, mormente a descolonização, são de todos nós bem conhecidos e frequentemente ainda calados ou catalogados no rol das coisas que se devem silenciar. Tantos e tantos silêncios na História… A leitura da história não é consensual, antes muitas vezes contraditória, posto que o historiador deva obediência à verdade. E todos sabemos, também, que a vitória de uns é a derrota de outros, que os heróis de uns são os facínoras de outros, que os deuses de uns são os demónios de outros, que a heroicidade de Mouzinho de Albuquerque, servidor do Império, foi contrariada por alguns influentes no seu tempo, culminando na tragédia da Quinta das Laranjeiras, e que esta figura histórica não tem o significado para os moçambicanos que assumiu para os portugueses; e deveremos saber, ainda, que um suicida monárquico (Mouzinho de Albuquerque), mercê da mudança na História e, nela, dos regimes institucionais, não assume o significado político libertador de um suicida republica-

no (Cândido dos Reis), sem que, para ambos, estou convencido, se possa diferenciar entre o maior ou menor amor pátrio de cada qual; como deveremos atentar que, na própria historiografia, as visões biográficas que se têm construído do Infante D. Henrique são, entre elas, muito diferenciadas nas valorações do “herói”, o mesmo sucedendo, por antítese, aliás, com as biografias do seu irmão, o Infante D. Pedro, o das Sete Partidas, empolados, fora da mesa dos historiadores, por poetas e escritores com ou maior ou menor grau de simpatia pelas figuras em causa, procurando-os, como escreveu Manuel Alegre, no seu livro poema Sete Partidas, “(…) muito mais do que poder / importa a frase certa a escrita nova. (…) E o poema é esse instante e esse não.” (Lisboa, Ed. Nelson de Matos, 2008, p. 36). Não comemoremos, pois, heróis, mas antes atentemos nos homens, também eles heróis comuns, heróis de agora, carregados de tantos sins e de tantos nãos como qualquer personagem de uma mitologia antiga. Mas será compreensível plenamente o significado história do dia 14 de agosto de 1385 e deste monumento maior que o invoca, o Mosteiro da Batalha, sem a consideração ética da heroicidade dos seus mortos, daqueles que combateram e pereceram no campo de S. Jorge ? Que heróis efetivamente repousam eternamente protegidos pelas abóbadas ogivais deste templo da história de Portugal? A resposta a esta questão, se quisermos ser fiéis à verdade, é desconcertante, porque só um desses combatentes, de fato, aqui repousa: D. João I. O outro herói da Batalha, D. Nuno Álvares Pereira, para muitos o principal herói, porque estratega, do triunfo lusitano, nunca se incorporou neste projeto, preferindo Lisboa e os carmelitas para guardiães da sua memória. A estátua de D. Nuno Álvares Pereira, na parada fronteira ao Mosteiro, colocada bem recentemente, se atendermos aos séculos de história que o Mosteiro consagra, reforça e muscula a história dessa Vitória, mas não corresponde à integridade do processo histórico que caracterizou verdadeiramente a fundação e a edificação do mosteiro. Pode Aljubarrota compreender-se sem a heroicidade de D. Nuno Álvares Pereira? A resposta é não; pode o Mosteiro da Batalha compreender-se sem essa heroicidade? A resposta é positiva, não só pode, como a escrita da história dos reis da segunda dinastia, a

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de Avis, sepultados neste monumento, impõe que se separem os percursos históricos das linhagens em causa. Dos que morreram no campo da batalha, vencedores ou vencidos, falarão os seus restos mortais dispersos há séculos por esse mesmo terreno. Alguns, mais afortunados, tiveram túmulos monumentais, com direito a belas lápides epigrafadas em que recordam o acontecimento de 14 de agosto,; outros viram as suas ossadas recolhidas a igrejas ou a mosteiros vizinhos, como sucedeu com Alcobaça, mas não, todavia, com a Batalha. Apenas uma exceção para Martim Gonçalves de Macedo ou de Massada, cujos restos mortais, cremos, o rei D. Duarte terá feito trasladar para junto da entrada da Capela do Fundador talvez por volta de 1434, quando esse panteão foi efetivamente inaugurado. Uma exceção importante pela lição de fidelidade de um escudeiro ao seu senhor e rei que não hesitou de pôr em risco a sua vida para salvaguardar a do seu soberano. Nos demais, todavia, o próprio D. João I foi muito insistente em determinar que não queria que na Capela do Fundador nem na capela-mor da igreja monástica fossem tumuladas pessoas que não tivessem sangue real: reis e filhos de reis, tão somente. Este sentido de exclusão linhagística, por parte do rei da Boa Memória, não traduz, para nós obviamente, falta de sentido político, pelo monarca, do significado da “grei” e dos “leais portugueses” que o serviram em todas as batalhas que travou ao longo da sua vida, bem pelo contrário, como sabemos. Todavia, não pode o historiador deixar de partilhar convosco este exemplo em que se evidencia justamente que a visão da história

do monumento não é linear nem simplista e que uma coisa era a interpretação e os usos que, desse monumento, fizeram os reis seus patrocinadores, outra coisa, totalmente distinta, mas não antagónica, os usos sociais e memoriais que as gerações de portugueses, depois deles e as atuais, nossas contemporâneas, fizeram e fazem deste mesmo marco memorial da História de Portugal e da história dos portugueses. Heróis comuns do nosso tempo e de um Portugal que é o tudo aquilo que os portugueses dele fazem: emigrantes, jovens com formação superior mas sem saídas profissionais adequadas, desempregados, pensionistas, numa sociedade de violências latentes, que se pretende multirracial mas ainda longe de resolver todas as suas contradições sociais endógenas; uma sociedade que se emula na História que diz sua, e que a sente transparente e candidamente como sua, de fato, mas de que nem sempre recorda as faces difíceis para privilegiar a visão somente das parcelas boas e mais glorificantes. A História que a Batalha nos narra não é incolor e sem sal, sequer um conto de fadas. E este 14 de agosto, todos os 14 de agosto, não o pode(m) esquecer: que a História é também o presente e que o Portugal de 1385 é o mesmo Portugal de 2013, diferente, no tempo e nas gerações, mas ainda igual na sua identidade essencial. É esse Portugal de ontem e de agora que este Mosteiro e esta Vila acalentam e sussurram todos os dias aos seus naturais, que o são por direito de nascimento ou por direito de residência, de sangue e de lugar, ou de ambos; um Portugal com uma história com pessoas dentro dela, com uma dimensão humana que é a força e a alma, vitais e inspiradoras, da vida.

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São muitas, bem o sabemos, as histórias que o Mosteiro da Batalha nos narra e continuará a inspirar a narradores futuros. O discursos historiográfico, como referimos, é dinâmico e evolui continuamente, desatualizando-se e atualizando-se constantemente. Há todavia, e é a História de que falamos, que no-lo ensina, uma constante na história do monumento batalhense, verdadeira muralha inexpugnável neste capítulo mor, a qual respeita à questionação e à reflexão, justamente, do que é Portugal, do sentido que tem ser-se português, intrinsecamente português, questão simples e também maior pela complexidade e dificuldade das respostas que têm motivado aos intelectuais que se dedicaram ou entregam ao exercício de refletir sobre esta questão. Portugal está onde os portugueses são e se encontram e referenciam pela partilha de uma mesma língua, património imaterial mas mais possante e primeiro do que todos os outros patrimónios materiais; Portugal é o que os portugueses dele fazem, perpetuando-o pela comunhão de vivências mas também de ideais e de sonhos maiores do que o chão estreito que pisam. Portugal é mais do que a sua dimensão territorial e pátria. A Batalha, na sua escala humana, pequena mas qualificada, demonstra cabalmente, essa simbiose grande que assombrava o Pe. António Vieira, quando pregava, na igreja de Santo António dos Portugueses, em Roma, perante o papa Clemente X, que os portugueses tinham sido e eram “Luz do mundo”: “Nascer pequeno e morrer grande, é chegar a ser homem. Por isso nos deu Deus tão pouca terra para o nascimento, e tantas para a sepultura. Para nascer, pouca terra; para morrer, toda a terra; para nascer, Portugal; para morrer, o mundo.” É esse Portugal, e um Portugal que cumpre ao historiador (re) conhecer, um Portugal “visto desta vila da Batalha”, nas questões maiores da sua história e da sua identidade, que neste 14 de agosto de 2013 comemoramos. Uma data histórica que celebramos porque somos portugueses, porque Portugal e a sua história são um sentido maior, intuído e revelado como ninguém por poetas e escritores insuspeitos, por artistas e criadores fecundos das artes e na cultura lusófonas de ontem e de hoje, por heróis de ontem e de hoje, mas sobretudo porque, como escreveu Alexandre Herculano, queremos ser portugueses.

FIM


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“Batalha – Empreender – Turismo” O Município da Batalha divulgou, na sessão solene do Dia do Município, a 14 de Agosto, os vencedores da primeira edição do concurso “Batalha – Empreender – Turismo”, lançado em Março do corrente ano. O concurso tem como objectivo estimular a capacidade de iniciativa, a criatividade e o empreendedorismo dos jovens residentes do concelho, com idades entre os 18 e os 34 anos, que possuam ideias de negócio inovadoras na área do turismo. Após o processo de análise pelo elementos do júri, constituído por docentes universitários e técnicos do Município, o projecto vencedor da primeira edição designa-se “Ofícios da Batalha – A nossa memória é a sua lembrança”, da autoria de André Silva e Marta Madeira. A ideia consiste no desenvolvimento de uma linha de produtos modernos, alusivos à Batalha, utilizando para o efeito a pedra

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Câmara da Batalha premeia jovens empreendedores

Entrega do 1.º prémio

calcária. Para os autores, é o calcário e o trabalho de cantaria que melhor define a Batalha e a sua história, mas, ao turista e ao visitante, não lhe é dada a possibilidade de aquisição desse tipo de produto. O projecto, de

acordo com os autores, vai permitir o desenvolvimento de uma linha de produtos actuais, de formas e dimensões distintas, potenciando o trabalho dos canteiros da Batalha e colocando à venda as peças nas lojas de arte-

especializados. A promoção online desta oferta assumese como o principal meio de divulgação e colocação no mercado nacional e internacional. O prémio atribuído foi de 500 euros. Para António Lucas, presidente da Câmara Municipal da Batalha, esta primeira edição do concurso “Batalha – Empreender – Turismo” revestiu-se de grande sucesso, tendo a organização registado a participação de seis candidaturas. Na sessão solene, o autarca agradeceu a todos os participantes pelas ideias de negócio interessantes que apresentaram, enfatizando a importância que o empreendedorismo jovem apresenta no momento económico actual. Por esse motivo, “acções como este concurso devem ter continuidade, dado que estimulam a população jovem a reflectir sobre ideias de negócio, potenciando o surgimento de negócios”, concluiu.

Vale do Lena poderá seguir exemplo

Lei também abrange desportistas

Bombeiros voluntários com benefícios no IRS

Aproveitamento agrícola do vale do Lis O Partido Socialista apresentou na Assembleia da República um projecto de resolução que defende o aproveitamento hidroagrícola do vale do Lis. A esse propósito, o deputado batalhense Paulo Batista apresentou uma declaração

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Foi publicada no final do mês de Julho uma lei que tem estado há muito tempo em preparação e que vem oferecer alguns benefícios no pagamento de IRS aos bombeiros voluntários. O texto do diploma refere que “o IRS não incide sobre as compensações e subsídios, referentes à actividade voluntária, postos à disposição dos bombeiros pela Autoridade Nacional de Protecção Civil e pagos pelas respectivas entidades detentoras de corpos de bombeiros, no âmbito do dispositivo especial de combate a incêndios florestais e nos termos do respectivo enquadramento legal”. Traduzido por miúdos, os bombeiros voluntários que prestam serviço durante o período de férias e descanso, no âmbito do dispositivo especial de combate a incêndios, deixam de estar sujeitos a tributação em sede de IRS. Segundo o ministério da Administração Interna, esta lei vem “clarificar as dúvidas que têm existido nos últimos anos”, bem como repor “uma solução de evidente injustiça” e reconhecer “o papel insubstituível dos bombeiros voluntários”. A mesma lei inclui ainda uma isenção de IRS para as bolsas recebidas por atletas de alto rendimento desportivo e pelos seus treinadores.

sanato, mosteiro, museus e noutros espaços comerciais. Os vencedores receberão 2.000 euros para integrar, em exclusivo, no capital social da empresa a constituir. Em segundo lugar, o júri classificou o projecto “Ca-

rícias – Rituais Naturais em Aromas de Prazer”, da autoria de Luísa Patrício. A ideia consiste na criação de uma marca de sabonetes utilizando na sua produção artesanal os aromas e os cheiros característicos desta região, associando-lhes nomes consagrados da história de Portugal. A empresa a constituir receberá 1000 euros deste prémio. Foi classificado em terceiro lugar o projecto “IN Batalha.Com”, que assenta num conceito inovador de prestação de serviços na área do turismo, agregando no mesmo portal conteúdos de informação turística, prestação de serviços e loja online. Segundo os autores do projecto, todos eles estudantes do Agrupamento de Escolas da Batalha, é missão do site potenciar comercialmente a oferta cultural e da natureza da região da Batalha, criando uma rede de parcerias económicas e oferecendo serviços turísticos

de voto favorável, defendendo que o mesmo deverá ser estendido ao vale do rio Lena, por ter “igualmente terras agrícolas com elevado potencial e que hoje padecem de um conjunto de problemas que afectam as condições de trabalho e o

desenvolvimento do exercício da actividade agrícola”. Segundo uma comunicação enviada à imprensa, o deputado social democrata, que também é membro da Comissão Parlamentar de Agricultura e Mar, é possí-

vel a viabilização das explorações agrícolas do vale do Lena, com a “reabilitação das infra-estruturas rurais e incentivos ao emparcelamento rural nas áreas com potencial agrícola”.


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Separadores e rotunda são há muito reclamados pelo Município da Batalha Tem sido recorrente a reclamação do Município da Batalha junto da empresa Estradas de Portugal (EP) e do Governo para a realização de obras no troço do IC2 que passa junto da vila. A cada novo acidente, o presidente da autarquia, António Lucas, tem pedido a construção de separadores entre a zona da Amieira e da Jardoeira, bem como de uma rotunda neste local, no cruzamento para a estrada da Maceira. Ta m b é m o d e p u t a d o batalhense Paulo Batista tinha levado o assunto à Assembleia da República, no passado mês de Dezembro, questionando o ministro da Economia e do Emprego sobre a possibilidade de uma solução para este problema. A resposta surgiu finalmente, no final do mês de Julho, com a indicação por parte daquele ministério de que, após “estudos sobre a evolução da procura de tráfego no IC 2”, já tinha dado indicações à EP para a “execução interna do projecto para a implementação de uma intersecção giratória, vulgo rotunda, a qual irá substituir a solução viária existente no local”.

A resposta enviada a Paulo Batista Santos, que é coordenador da comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas, indica ainda que a decisão já foi comunicada à Câmara da Batalha e que a EP “prevê que o projecto esteja concluído no final do 3.° trimestre deste ano e que a obra seja executada em 2014”. Mais de 8 milhões para o distrito Entretanto, a EP fez saber em comunicado que lançou um concurso público no valor de 8,35 milhões de euros para a conservação corrente das estradas que integram a rede rodoviária a seu cargo no distrito de Leiria. Este concurso visa a contratação de trabalhos de requalificação e manutenção, no decorrer do triénio 2013-2016, a executar nos 682 quilómetros de vias e das 302 obras (pontes, viadutos e outras travessias) que constituem esta rede. Segundo a EP, “as intervenções consistem na requalificação e manutenção de pavimentos, bermas e valetas, passeios, nós, intersecções, ilhéus e separadores, reposição e adequação da sinalização e ou-

tros equipamentos de protecção e segurança rodoviária, na estabilização e conservação de taludes e da rede de vedação, na reparação e manutenção de obras de arte, diversas actividades ambientais como poda de árvores e limpeza de terrenos adjacentes à plataforma rodoviária”. Este é um dos 18 concursos públicos lançados pela EP, um por cada distrito, com um valor global base de 141 milhões de euros, para um âmbito de cerca de 14 mil quilómetros da rede rodoviária nacional sob sua jurisdição, incluindo cerca de 660 quilómetros que estavam em regime de subconcessão e regressaram à administração pública. O mesmo comunicado refere que “o valor total destes concursos corresponde a um custo médio de 3.327 euros por quilómetro/ano, o que representa uma redução de 17% relativamente ao valor actualmente contratado”. A empresa sublinha ainda que “a contratação da conservação corrente da rede vai permitir à EP maior rigor na gestão dos recursos, maior capacidade de resposta face às necessi-

LMFerraz

Melhorias no IC2 prometidas para 2014

Trânsito junto ao Mosteiro continua intenso

dades de intervenção e o controlo permanente dos resultados tendo em vista a contínua melhoria da qualidade do serviço prestado aos cidadãos”. Relativamente ao concurso em vigor, do triénio 2010-2013, foram já executados no distrito de Leiria

trabalhos num valor superior a 7,3 milhões de euros, um investimento justificado com o “incremento permanente das condições de circulação e segurança dos utilizadores da rede rodoviária nacional”. LMF

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Garantimos o profissionalismo do nosso serviço. Porque cuidamos da sua segurança.


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. foto-reportagem .

Jornal da Golpilheira Agosto de 2013

Nos dias 3 a 5 de Agosto, a comunidade cristã da Golpilheira esteve em festa, em honra do seu padroeiro mais antigo, o Senhor Bom Jesus dos Aflitos. Como sempre, a Missa dominical e a procissão entre as duas igrejas foram muito concorridas, com as imagens dos Santos, as ofertas e o acompanhamento da Banda do Bombeiros Voluntários da Batalha. O arraial abriu às 15h00 de sábado, com bares, petiscos, quermesse, jogos populares e um restaurante sempre apinhado. Grupos convidados foram LF Music (dia 3), Vergílio Pereira, Fernando Moreira e Manuel Monteiro (dia 4) e Aparipasso (dia 5). Actuou ainda o rancho “As Lavadeiras do Vale do Lena”, na tarde de domingo. A novidade deste ano foi uma tenda com música de dança para

os mais jovens, com o DJ Guerra no dia 3, o DJ Miguel Chagas no dia 4 e o DJ Oliver N. no dia 5. Apesar das reservas manifestadas antecipadamente por algumas pessoas quanto ao ambiente menos “saudável” que poderia criar-se nesta tenda, acabou por se revelar um espaço interessante e diferente, que ajudou a melhorar a festa. Por um lado, permitiu a integração dos mais novos, que por vezes se afastam destas festas populares por não terem iniciativas de animação ao seu gosto. Por outro lado, foi um espaço frequentado por “jovens” de todas as idades, desde as crianças aos mais velhos, proporcionam um verdadeiro encontro de gerações e de convívio entre todos. Que o digam as cozinheiras, que foram das mais animadas com a música dos anos 80!

Fotos: LMFerraz

Festa em honra do Senhor Bom Jesus dos Aflitos

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O padroeiro na procissão

Arraial animado

A tenda recebeu jovens de todas as idades...

A comissão dos nascidos em 1973

Estão de parabéns os festeiros, nascidos em 1973, pelo decorrer de toda a festa, que foi um verdadeiro sucesso. O momento de celebração foi bastante húmido, com a ida de todos à pia, após a sempre fantástica e desastrada

corrida de cântaros. No momento de passar a bandeira, a alegria foi tão contagiante que rapidamente subiram ao palco os quarentões do ano que vem, nascidos em 1974, prontos para fazer igual ou melhor fim-de-semana de 2 a 4 de Agosto

A famosa corrida de cântaros

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Quinta da Fonte Velha 2440-234 GOLPILHEIRA Tel. 244767375 • Tlm. 919854478

de 2014. Deixamos algumas fotos, mas há mais de mil para verem nas galerias fotográficas do Jornal da Golpilheira, que podem ser acedidas na página www.jornaldagolpilheira.pt.


Jornal da Golpilheira

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Agosto de 2013

No fim-de-semana de 17 a 19 de Agosto, decorreram as festas em honra de Nossa Senhora da Esperança, em S. Bento. A Missa de domingo e a procissão pelas ruas da Cividade receberam um mar de gente, bem como todas as noites de arraial, como é já apanágio dos festejos realizados nesta pacata ermida. “Banda Rytmos” (dia 17), “Made in Portugal” (dia 18) e “Zé Café e Guida” (dia 19) foram os grupos em palco. Restaurante, Café da Avó, Bar Caipirinha e Quermesse foram os atractivos principais do arraial, A novidade deste ano foi a decoração a técnica do origami, as célebres construções com dobragem de papel. Assim, mais de 12 mil pássaros de vários tamanhos, cores e feitios invadiram o espaço, proporcionando um belo e inova-

dor efeito decorativo, a completar o tradicional cordão de murta. Foi uma boa ideia dos jovens de 1993 que assumiram a organização da festa, e que, apesar dos seus 20 anos de tenra idade, mostraram estar à altura dos acontecimentos para levar por diante toda a grande empreitada. A festa foi um verdadeiro sucesso! Para o ano, lá estarão novas caras a dar a cara… subiram ao palco para agarrar a bandeira as senhoras que costumam estar lá sempre e raramente se vêem: as cozinheiras e outras voluntárias dos serviços de restauração. 2014 promete… Deixamos algumas fotos, mas há várias centenas para verem nas galerias fotográficas do Jornal da Golpilheira, que podem ser acedidas na página www.jornaldagolpilheira.pt.

Fotos: LMFerraz

Festa em honra de N.ª Senhora da Esperança

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A comissão dos nascidos em 1993

FOTOREPORTAGEM Por Rui Gouveia Chapéus nos céus

O “Umbrella Sky Project” colocou o mundo a olhar para o céu das ruas de Águeda, com mais de três mil chapéus-de-chuva a cobrirem de sombras algumas ruas da cidade. Pudemos observar uma explosão de cores, com vários padrões cromáticos, onde a luz conduz a sombras geométricas pelas paredes e calçadas, num realce artístico inovador e criativo, a encher de alegria as ruas e os visitantes. Recordamos que já o ano passado foi um êxito mediático e de visitas e, por isso, a chuva de chapéus voltou este ano e foi uma das atracções do festival AgitÁgueda 2013. É de salientar, ainda, o destaque dado por diversos media internacionais, nomeadamente, com o jornal britânico Daily Mail a chamar-lhe “uma ideia brilhante” e órgãos especializados em viagens como o Ethno Traveler a sugerirem a visita.

A Missa no arraial

Um bonito recinto, cheio de pássaros

. foto-reportagem .

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. cultura .

Jornal da Golpilheira Agosto de 2013

Um dos 4 concertos da estreia, em Setembro

DR

Orquestra XXI apresenta-se no Mosteiro da Batalha

De 7 a 29 de Setembro na Batalha

Exposição de Cruzeiro Seixas Após receber obras de artistas consagrados como Júlio Pomar, Júlio Resende e Vieira da Silva, a Galeria Mouzinho de Albuquerque apresenta, de 7 a 29 de Setembro, uma grande exposição de pintura da autoria de Cruzeiro Seixas. Pintor, ilustrador e escritor, Cruzeiro Seixas é hoje um dos nomes mais cotados no plano nacional e internacional das artes plásticas, com uma herança plástica e heróica legada pelo surrealismo dos anos 30. Nas obras de sua autoria, procura aprofundar a realidade por meio do sonho. O próprio artista estará presente na inauguração desta importante exposição na Batalha.

No Mosteiro da Batalha

Exposição Emílio Biel Até 29 de Setembro, está patente ao público no Claustro de D. Afonso V, no Mosteiro de Santa Maria da Vitória, a exposição “Emílio Biel e o Mosteiro da Batalha”. Mostram-se reproduções das 40 imagens fotográficas da Batalha publicadas pela casa Biel, na primeira década do século XX, e explora-se o seu interesse para a história do monumento e da vila, no contexto do projecto de Emílio de Biel “A Arte e a Natureza em Portugal” e da história da fotografia de património do seu tempo. A exposição dispõe de catálogo.

No Museu da Batalha

“Turista na Própria Terra” No âmbito das comemorações do Dia Mundial do Turismo, o Museu da Comunidade Concelhia da Batalha volta a lançar o programa “Turista na Própria Terra”, com o objectivo de promover as atracções turísticas da Vila. Descobrir os encantos da Vila, sem a luz do sol, mas com a tranquilidade e o sossego nocturnos é a proposta do MCCB para a comemoração deste dia, realizando assim um percurso turístico nocturno pela Batalha, no dia 27 de Setembro, às 21h00. No dia seguinte, às 15h00, nova iniciativa será promovida pelo Museu, podendo os detalhes destes programas ser consultados em www.museubatalha.com.

Na Biblioteca da Batalha

Ciência Divertida Nos dias 21 e 28 de Agosto, às 15h00 e às 16h30, a Biblioteca Municipal da Batalha recebe duas sessões da actividade “Ciência Divertida”, que tem como base o ensino experimental, criando programas educativos e de entretenimento que abordam as áreas do conhecimento científico, social e ambiental, de uma forma diferente, informal e divertida. As sessões envolverão a temática da água e da sua importância, no decurso das recomendações da UNESCO. As inscrições são gratuitas e limitadas a 12 crianças, com idades compreendidas entre os 6 e os 12 anos. Informações através de biblioteca@cm-batalha.pt ou 244 769 871.

As Capelas Imperfeitas do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha, vão acolher, no próximo dia 6 de Setembro, pelas 19h00, um concerto da Orquestra XXI. Este espectáculo vale por si, “mas também pela qualidade do projecto que o motiva”, considera Joaquim Ruivo, director do monumento, explicando: “o jovem maestro português Dinis Sousa, a trabalhar e estudar em Inglaterra, decidiu juntar numa orquestra jovens músicos portugueses que estão também a trabalhar e a estudar no estrangeiro, a maioria deles com um currículo internacional que nos deve orgulhar a todos”. De facto, “numa conjuntura económica de grandes dificuldades que tem obrigado milhares de jovens a procurar emprego lá fora, este é um projecto de grande valorização cultural, que recebeu o alto patrocínio da Presidência da República

e um prémio da Gulbenkian”. A Orquestra XXI apresenta-se como “uma iniciativa inédita na história da música portuguesa”, reunindo uma grande parte dos músicos que optaram por seguir os seus estudos e carreira fora de Portugal, a fim de “criar uma orquestra que, numa semana, se apresente numa digressão por Portugal”. A pluralidade das experiências de cada músico servirá para garantir “um trabalho de grande qualidade e exigência, trazendo a Portugal o testemunho que estes jovens têm conquistado – a música ao mais alto nível – criando as bases para um projecto que se pretende a longo prazo, com grande visibilidade, e com um impacto real na cultura musical portuguesa”. O programa, que combina música portuguesa com incontornáveis do grande repertório, abre com uma nova peça do jovem compositor Manuel Durão, que em

2010 viu a sua obra “Diário de um Louco” encenada na Ópera de Lepzig. Segue-se o sombrio Poema de Dezembro de Lopes Graça, o mais importante compositor português da primeira metade do século XX. À Orquestra junta-se a soprano Susana Gaspar, desde 2011 jovem artista residente na Royal Opera House em Londres, para interpretar as Rückertlieder de Mahler. Por fim, a primeira sinfonia de Brahms, que este levou mais de 20 anos a completar, mas que rapidamente ganhou um lugar de destaque na história do repertório sinfónico. Esta será sua digressão de estreia, com quatro concertos agendados para Setembro de 2013: dia 4 no Mosteiro de Tibães (Braga), dia 5 na Sala Suggia da Casa da Música (Porto), dia 6 no Mosteiro da Batalha e dia 7 no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém (Lisboa).

Jornadas Europeias do Património em Setembro

Celebrar “Património/Lugares” As Jornadas Europeias do Património são uma iniciativa anual do Conselho da Europa e da União Europeia, envolvendo cerca de 50 países, tendo como objectivo a sensibilização dos cidadãos para a importância da protecção do Património. Em cada país é promovido, anualmente, um programa de actividades a nível nacional, de acesso gratuito na sua grande maioria. A Direcção-Geral do Património Cultural, entidade responsável pela coordenação do evento a nível nacional propõe, para as Jornadas Europeias do Património de 2013, o tema “Património/Lugares”, com o qual pretende chamar a atenção para a dimensão humana de que o património se reveste, expressa materialmente em espaços e paisagens – urbanos e não urbanos

– que nos marcam, que exploramos e com que convivemos numa relação de proximidade. Os lugares estruturam o desenvolvimento pessoal e social,

sustentam identidades, exprimem a dimensão cultural da sociedade, interessando conhecê-los para além do aparente, para os podermos estimar e proteger; a importância dos lugares é a importância da nossa identificação e o nosso sentimento de pertença a algum sítio, tornandose fundamental sensibilizar os cidadãos para a sua protecção através de acções que estimulem a aproximação física e emocional ao património. Como tem sido usual, haverá acções dedicadas a esta efeméride no Mosteiro de Santa Maria da Vitória e no Museu da Comunidade Concelhia da Batalha. A iniciativa também pode ser seguida através da página do Facebook “Jornadas.Europeias. do.Patrimonio.2013”.


Jornal da Golpilheira

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. cultura .

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Agosto de 2013

No dia 5 de Outubro

XXIV Festival de Folclore da Golpilheira

LMFerraz

Organizado pelo rancho “As Lavadeiras do Vale do Lena”, do Centro Recreativo da Golpilheira, o XXIV Festival de Folclore da Golpilheira vai realizar-se no dia 5 de Outubro de 2013, a partir das 21h30, no salão de festas da colectividade. Para além do nosso rancho, vão participar os seguintes grupos: Rancho Folclórico de Vinhó – Gouveia (Serra da Estrela), Rancho Folclórico da Freguesia de Fráguas – Rio Maior (Ribatejo) e Rancho Folclórico de Penacova – Coimbra (Mondego). Na próxima edição do nosso Jornal daremos o programa mais em pormenor. | MCR

31.ª digressão ao estrangeiro

Ambiente delicioso

Veio em Agosto e volta em Setembro

Mercado do Século XIX Integrado nas tradicionais festas de Agosto da Batalha, pela primeira vez, teve lugar na praça D. João I uma edição do tradicional mercado do século XIX. Para além dos ranchos folclóricos do nosso concelho (Rebolaria, Quinta do Sobrado e Golpilheira), participaram quatro de lugares vizinhos. Apesar do sol, registou-se a presença de muitos visitantes,

mormente turistas, que puderam apreciar as belas danças e cantares, assim como usos e costumes e gastronomia regional. Para uma melhor reconstituição do ambiente típico destes mercados, participou ainda o grupo “Te-Ato”, de Leiria, com quadro e personagens característicos. No dia 22 de Setembro, esta iniciativa vai voltar à Batalha,

desta feita à praça Mouzinho de Albuquerque, das 15h00 às 19h00. Assim, na data em que tem sido habitual nos últimos anos, surge nova oportunidade de adquirir produtos tradicionais e ter contacto com algumas profissões da época, destacando-se a peixeira, o dentista, o fotógrafo e a bordadeira. A entrada é gratuita.

XXX Festival de Folclore de Folgosa

Rancho do CRG em digressão

Rosas do Lena na Rússia O rancho folclórico Rosas do Lena, da Rebolaria, vai participar, de 28 de Agosto a 9 de Setembro, em dois grandes festivais na Rússia: o Festival Internacional de Folclore Buranovo, em Izhevsh, no leste da Rússia europeia, e o 8.º Festival Internacional de Moscovo. Ambos são promovidos pela Casa das Artes Folclóricas do Estado Russo, departamento do Ministério da Cultura da Federação Russa, e considerados dos maiores eventos do folclore internacional naquele país. Sendo o primeiro grupo português a ser convidado para estes festivais, “trata-se duma grande honra e distinção para este agrupamento, bem como para o folclore português”, sublinha a direcção deste agrupamento. De referir que esta é a 31.ª deslocação do Rosas do Lena ao estrangeiro, somando-se a um rol de digressões em que este grupo tem divulgado o que de melhor o nosso país tem para oferecer na área do folclore e do etnografia, representando fidedignamente os usos e costumes dos nossos antepassados.

Dias 22 e 29 no anfiteatro da Batalha

Serões musicais com “O Penedo” O recém formado grupo de música popular “O Penedo” está a promover serões musicais nas quintas-feiras de Agosto, no anfiteatro da Batalha, junto ao pelourinho. A iniciativa pretende dar a conhecer ao público o seu trabalho e pode ainda ser apreciada nos dias 22 e 29 de Agosto, às 22h00. O grupo, originário da Quinta do Sobrado, Batalha, é constituído por 11 elementos com grande apetência para a música popular. Os serões têm entrada livre e são abertos a toda a população.

MCRito

Na Feira de São Bernardo (Alcobaça) em directo na SIC

“Portugal em Festa” regressa à região

Actuação de “As Lavadeiras do Vale do Lena”

Realizou-se no passado dia 27 de Julho, na freguesia de Folgosa, concelho da Maia, o festival de folclore promovido Rancho Regional S. Salvador de Folgosa, um grupo com mais de cinquenta anos de vida. O rancho folclórico “As Lavadeiras do Vale do Lena”, do Centro Recreativo da Golpilheira, teve o

privilégio de estar presente. Para além dos grupos acima indicados, participaram ainda: Grupo Folclórico de Gumirães – Viseu, Rancho dos Campinos de Azinhaga – Golegã, Rancho Folclórico do Centro Beira Mondego de Santo Varão – Montemor-oVelho e Grupo Folclórico de Nine – V. N. Famalicão.

Foi um excelente serão de folclore, onde todos os grupos tiveram oportunidade de apresentar as suas danças, cantares e tradições de cada uma das regiões etno-folclóricas. De realçar ainda a forma e a simpatia com que fomos recebidos. Um bem haja à organização e até breve. MCR

Depois do Bodo, em Pombal, no passado dia 28 de Julho, o programa da SIC “Portugal em Festa” regressa à região, desta vez, na Feira de São Bernardo, em Alcobaça, no próximo dia 25 de Agosto. O programa promete música, animação e humor, transmitido em directo a partir das 14h00. Com apresentação de Rita Ferro Rodrigues, José Figueiras, Fernando Rocha, Raquel Strada e José Castelo Branco, “a festa promete não deixar ninguém de fora desta animação numa tarde de alegria, risadas e muita música”, refere a organização, adiantando que “a cultura portuguesa, a gastronomia e as tradições também estarão presentes durante toda a emissão”.


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. sociedade .

Jornal da Golpilheira Agosto de 2013

No 116.º aniversário da Batalha de Macontene Decorreu no passado dia 21 de Julho mais uma homenagem a Joaquim Augusto Mouzinho de Albuquerque, com a evocação do 116.º aniversário da Batalha de Macontene, pretendendo homenagear o nascimento deste ilustre militar, considerado um dos batalhenses mais destacados de todos os tempos, que a Arma de Cavalaria adoptou como patrono. Nesta iniciativa da Câmara Municipal e da Escola Prática de Cavalaria estiveram presentes as escolas de cavalaria de todo o País e ainda da GNR, comandadas pelo tenente coronel Zagalo. Não faltou também uma banda do exército, cujos elementos acompanharam os diversos passos da cerimónia. Foram depositadas junto ao busto de Mouzinho de Albuquerque duas coroas de flores. Como não podia deixar de ser, houve também os discursos normais nestas cerimónias. O capelão presente enalteceu a bravura dos portugueses que deram a vida pela Pátria e que estavam aqui, neste dia, a ser homenageados na pes-

MCRito

Homenagem a Mouzinho de Albuquerque

Forças em parada

soa de Mouzinho de Albuquerque. “Temos de honrar todos os que lutaram até à morte em defesas do nosso Portugal e da democracia no continente Europeu”, afirmou. O presidente do Município, António Lucas, lembrou em traços

largos a figura deste ilustre militar, as suas raízes e os seus actos heróicos, em que muitas vezes colocou a sua vida em perigo, sendo mesmo ferido numa batalha. Toda esta dedicação à Pátria não evitou que fosse ignorado, sentindo uma

. mensagem . Avós, queridos avós! Hoje é o vosso DIA (25 de Julho) e a APFN quer prestar-vos esta pequena homenagem! Antigamente, depois da 2ª Guerra Mundial, aí pelos anos 50, aqui nas cidades da velha Europa, num tempo também de austeridade, a nossa infância estava recheada de avós de cabelos brancos, velhinhos, roupas escuras e compridas, que passeavam os netos pela mão, ou empurravam carrinhos de bebé…eram elas e eles que recebiam os netos ao regressarem da escola; eram elas e eles que os levavam ao parque, à praia, a passear de eléctrico, ao teatro ou ao cinema, faziam doces com receitas conventuais e bolos com receitas de família que eram de comer e chorar por mais; faziam “milagres” com as suas economias e davam pequenas semanadas ou chocolates (às vezes), a premiar os bons e muito bons na escola; ensinavam a rezar e a fazer o presépio; levavam à catequese; sabiam imensa coisa (da Medicina ao Desporto e à Agricultura e Arte), eram excelentes contadores de histórias e mais tarde, ao chegar a adolescência e os primeiros namoricos e desentendimentos com os pais, eram eles e elas os intermediários experientes, ouvintes e conselheiros ideais, …eram eles e elas quem ensinava a fazer as pazes, quem contava aos netos

as histórias e segredos de família, quem ensinava a dançar a valsa, o tango e o chacha-cha, ao som do rádio, do gira-discos (ou mesmo da velha “grafonola”) e enfim, eram eles e elas quem dava colo e abrigo em momentos de maior aflição… E tudo se passava numa velocidade diferente, num clima de natural harmonia, sem pressas, nem grandes sobressaltos, porque em todas as famílias, havia sempre um, dois, ou três, ou quatro, avós e avôs, e muitas vezes, algum deles vivia com os filhos e netos…com eles e elas aprendíamos um dia, mais tarde ou mais cedo, a suportar dores e doenças, e a ver a morte chegar de mansinho, ou de repente, para nos levar aqueles que julgávamos serem nossos para sempre… Hoje, tudo mudou muito: as famílias reduziram o seu tamanho, são poucas as que têm crianças, e muitas estão desmembradas e divididas; nas casas não há lugar para mais um; os avós vivem noutras casas e vivem mais anos, é verdade, mas quando já não servem para tomar conta dos netos e já não são autónomos porque adoecem, vão na, maioria dos casos, para o lar; ao sábado e domingo, pouco ou nenhum tempo há para os visitar (já ninguém visita os mais velhos…), porque o tempo livre é gasto nos centros comerciais, em telemó-

grande angústia e isolamento, que acabaria por levar a que colocasse termo à vida, em circunstâncias ainda desconhecidas, no dia 8 de Janeiro de 1902, apenas com 46 anos, em Lisboa. António Lucas utilizou um ditado popular para

veis, computadores, i-pads, i-pods, televisão, ou surf, rugby, ou futebol, e as famílias pouco ou nada comunicam por palavra, olhar, gesto ou convívio. Quando se encontram é frequentemente, a correr, entre dois outros encontros, agendas cheias e com falta de tempo e de ternura para poderem estar juntos. As novas tecnologias e redes sociais ocupam hoje, o espaço da comunicação em família, substituindo-a por amizades virtuais ou conversas superficiais à distância de um click . É como se estivéssemos mais juntos, mais próximos, mas tornamo-nos todos, sem dar conta, mais distantes, mais frios e menos humanos… Os avôs e as avós de hoje também são diferentes: têm um ar mais bem-parecido, são bem mais novos e modernos, cuidamse mais e são talvez, mais desenvoltos e activos; fazem ginástica, aprendem coisas novas nas universidades de terceira idade, (até mandarim e como usar as novas tecnologias), e entretêm-se em workshops sem fim, quando se reformam e enquanto não chegam as doenças graves; muitos outros, porém, ainda trabalham, porque se sentem bem e ainda não atingiram a idade da reforma, ou porque têm mesmo de continuar a ganhar a vida e o sustento, pois chegaram de novo, as vacas magras e têm que apoiar filhos e netos…

ilustrar este drama: “da glória à angústia, vai um passo de anão”. Por fim, discursou o general Medeiros, que descreveu em pormenor as datas dos feitos do herói Mouzinho de Albuquerque. Destacou as qualidades deste nosso conterrâneo, não só na área militar, mas também nas áreas de organização e gestão. “Devemos ter em Mouzinho de Albuquerque um exemplo para a nossa vida”, sublinhou. Após o habitual descerramento dos sabres de bronze junto ao busto do homenageado, seguiu-se o desfile da força a cavalo, sempre imponente. De registar que a população da Batalha marcou presença numerosa nesta cerimónia, o que justifica a sua continuidade. Esta parece estar comprometida com a reorganização em curso nas Forças Armadas, mas não são conhecidos ainda dados concretos quanto ao desfecho do assunto, nem quanto à prossecução desta homenagem a Mouzinho de Albuquerque. Manuel Carreira Rito

Mas os avôs e as avós de hoje, são frequentemente chamados a uma nova e mais profunda função, cada vez mais premente: preencher a ausência de pai ou mãe(efectivamente ausentes, ou apenas muito ocupados, ou imaturos), compensar os traumas de infância dos seus netos, marcados pela separação, discórdia, divórcio, ou emigração. São os “novos pais” da retaguarda: recebem em sua casa, sustentam, acarinham, animam, acompanham, dão segurança, estabilidade e preparam para a vida. E nada pedem em troca. São eles quem lhes pode e deve ensinar a resiliência e o optimismo necessários em tempos de crise, quando o dinheiro falta e é preciso viver com pouco e com menos. São eles que transmitem fé, sabedoria, força, e carinho, e ensinam os valores mais necessários no mundo de hoje: carácter, trabalho, esforço, honestidade, solidariedade, generosidade, amizade, perseverança e bom uso da liberdade. Avós, queridos avós, que falta nos fazem e que bom é tê-los ainda por perto! Um abraço grande e agradecido em nome das famílias da APFN Lisboa, 25 de Julho de 2013 APFN - Associação Portuguesa de Famílias Numerosas


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Jornal da Golpilheira

. eclesial .

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Agosto de 2013

O calor do último dia convidou ao banho em grupo

“Os meus escuteiros são um espectáculo”, disse o Bispo no encerramento

Dois mil escuteiros acamparam na Batalha A Quinta do Escuteiro, na Quinta do Sobrado, freguesia da Batalha, acolheu de 7 a 11 de Agosto, mais de dois mil escuteiros no XX ACAREG - Acampamento Regional de Leiria do Corpo Nacional de Escutas. Com idades entre os 7 e os 60 anos, foram 34 agrupamentos de escuteiros católicos da diocese de Leiria-Fátima estiveram reunidos com o lema “São Nuno – Em nome do Reino”, em múltiplas actividades e jogos pedagógicos, em que se destacou a recriação histórica da batalha de Aljubarrota, no Campo Militar de São Jorge, o conflito que marcou definitivamente o fim das pretensões de Castela sobre Portugal e a independência do jovem reino mais ocidental da Europa. Também da Golpilheira foram alguns escuteiros, entre as largas dezenas que representaram o Agrupamento da Batalha. Podem ser descobertos em algumas das cerca de duas mil fotos de reportagem do jornal Presente LeiriaFátima, colocadas nas galerias fotográficas da página da Diocese na internet (www.leiria-fatima.pt). D. António presidiu à Missa O último dia deste ACAREG, domingo 11 de Agosto, amanheceu com indicações de calor intenso. Não apenas pelo sol vivo que já se sentia quando D. António Marto entrou na Quinta do Escuteiro, pelas 09h00, mas também

pelas emoções à flor da pele que estavam patentes nos rostos dos “habitantes”. “Cansados, mas felizes”, diria o Bispo de Leiria-Fátima, nas primeiras palavras que dirigiu à multidão de escuteiros dispersos pelas sombras do campo onde se celebrou a Eucaristia. “Não apenas um campo de férias, mas de vida, de cultura e de fé”, sublinhava D. António, revelando as impressões que reteve no périplo dessa manhã pelo acampamento e nas conversas com quem se cruzava, desde os chefes aos pequenos Lobitos. Foi a sua primeira visita ao espaço. “É muito bonito e agradável”, confessou o Pastor, apreciando a natureza calma do recinto e as diversas infra-estruturas que ali estão a cimentar-se para futuro uso dos agrupamentos da Região

LMFerraz

LMFerraz

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e outros visitantes. Partindo dessa boa imagem, foi natural a sua expressão, na homilia da celebração: “os meus escuteiros são um espectáculo”! Mas a mensagem foi também de apelo a uma vivência exigente do compromisso escutista e, no fundo, do ideal cristão. No Evangelho desse domingo, Cristo pedia aos seus discípulos que estivessem sempre vigilantes, na oração e na vida. No Escutismo, o lema é “sempre alerta para servir”. No fundo, “são uma mesma coisa estas expressões, um mesmo convite de Jesus a termos os sentidos despertos para a vida com Ele e para o serviço aos irmãos, sobretudo, aos mais desfavorecidos”, frisou o Bispo. Concretamente, “o sentido da visão na sua expressão mais profunda, que nos leva a

Grupo da Batalha a cantar o seu hino de ACAREG

ver com o coração”, o da audição “que ajuda a ouvir o outro e a ouvir Deus interiormente”, o tacto “para podermos estender e dar a mão a quem precisa de solidariedade”, o gosto “que nos permite saborear a vida com o tempero especial da fé” e o cheiro “de quem tem uma vida limpa e pura, com o bom odor da fé, como foi a de S. Nuno”, o herói que é patrono do CNE e que foi a inspiração temática deste ACAREG. Festa de encerramento Se todo o acampamento foi vivido em clima de festa, movimento e alegria, o encerramento não podia ser diferente. O padre José Henrique Pedrosa, assistente regional, começou por sublinhar a importância destes dias para o crescimento de cada um dos participantes, “tal como se constrói um monumento de celebração da vitória”, igual ao Mosteiro que visitaram por diversas vezes na vila da Batalha e em cujo adro se realizou a vigília nocturna de quinta-feira. “Tal como numa construção, podem por vezes cair algumas pedras, mas, com o cimento da fé que aqui recebemos, ficamos mais fortes e firmes para a reconstrução”, afirmou o padre José Henrique, terminando com o desafio: “S. Nuno conta connosco e o mundo espera por nós para essa obra”. Coube ao chefe regional, Pedro Ascenso, fazer as “honras” da

despedida. Houve prémios para algumas das dez famílias do campo (a 11.ª era a dos serviços e coordenação), que se destacaram na reciclagem e defesa ambiental, ou em jogos e concursos que decorreram ao longo daqueles dias. Mas “o mais importante foi o contributo que deu cada um para que tudo corresse bem”, frisou o chefe regional, nomeando os diversos serviços garantidos por chefes, pais e voluntários, como sejam alimentação, comunicação, protecção civil, socorrismo e enfermagem, ambiente, creche, estruturas de campo ou orientação de cada uma das secções. Uma palavra especial foi dirigida a um numeroso grupo vindo do Luxemburgo e que participou em todo o acampamento, bem como às representações dos Estados Unidos da América e da Guiné. Também a eles, como a todos os outros, Pedro Ascenso agradeceu a forma “exemplar e correcta como correu a actividade”. E deixou o alerta final: “recriámos num destes dias a batalha de Aljubarrota, que D. Nuno e os valorosos combatentes portugueses venceram; mas a guerra continua, uma guerra pela paz e pelos valores de S. Nuno que aqui aprendemos e vivemos: a humildade, o serviço, a coragem e a justiça; uma guerra para a vida!”. Luís Miguel Ferraz


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Jornal da Golpilheira Agosto de 2013

A Junta de Freguesia dos Parceiros e os cinco clubes desportivos locais trabalharam nos últimos meses para apresentar, no dia 24 de Agosto, uma nova pista para a final do Campeonato Nacional de Supercross. O evento ocorre por ocasião das comemorações dos 300 anos da freguesia. Hugo Santos e Hugo Basaula vêm para esta última ronda empatados em pontos. Desta forma, apenas dependem de si para discutir o título de campeão nacionais, prevendo-se uma luta acesa nas duas finais decisivas neste Supercross de Leiria. Paulo Alberto e Joaquim Rodrigues Junior, respectivamente, campeão e vice-campeão da época passada, estão fora desta corrida, estando actualmente a disputar campeonatos no Brasil, mas vão marcar presença nesta ronda, aproveitando uma pausa nas suas competições. Será reforço importante para o espectáculo, já que são apontados como os melhores pilotos portugueses nesta modalidade. Para completar o programa, haverá ainda um Pedicross (corrida a pé), onde pode participar qualquer pessoa do público. Para os vencedores, haverá uma bicicleta como prémio. Ainda nesta noite, haverá Mini-SX para crianças entre os 5 e os 10 anos, com motos de 50cc e 65cc. A animação não vai faltar e o espectáculo está garantido. Os treinos começam às 19h00 e a última manga será por volta das 00h00.

Atletismo nas Festas da Batalha Manhã de 15 de Agosto muito animada na Vila da Batalha, com a realização de mais uma edição da já carismática prova de atletismo Mestre de Avis, antecedida da VI Batalha Jovem e da caminhada. A prova Batalha Jovem é já igualmente um sucesso, continuando a verificar-se um aumento do número de praticantes. Considerando a soma de jovens atletas que concluíram as várias provas, em 2012 foram 61 e na presente edição registou-se um total de 72. Concluíram a prova Mestre de Avis de 2013 um total de 288 atletas, quando na competição do ano passado se classificaram 303. O melhor somatório total pertence ao ano de 2012, com 364 atletas a concluírem todas as provas, apesar de no presente ano se terem contabilizado 360. Estabilizou em 43 o número de senhoras a participar nos 6,4 km desta competição. Importa ainda registar que estas provas e a corrida de resistência estão definitivamente implantados no concelho da Batalha, tal é a adesão dos clubes (Atlético Clube da Batalha, Agrupamento de Escolas da Batalha, Atlético Clube de S. Mamede e Sociedade Recreativa Jardoeira) e de muitos cidadãos batalhenses que optam por correr individualmente. O AC Batalha participou com 7 benjamins na prova Batalha Jovem e o AE Batalha com 8 no total dos escalões que faziam parte deste evento jovem. Batalha Jovem Os vencedores das provas Batalha Jovem, no escalão de Benjamins A foram Lara Duarte (CA Óbidos) e Xavier Silva (CB Abrantes). Os segundos classificados foram Magda Aleixo (CAO) e Joel Alonso (AC Batalha) e na 3.ª posição ficaram Ana Matilde Reis

Rui Gouveia

Supercross de Leiria

Prova Mestre de Avis e Batalha Jovem

Rui Gouveia

Parceiros acolhe

Momento de entrega de prémios

(Juventude Vidigalense) e João Alves (CBA). Nos Benjamins B, as vitórias couberam a Laura Ramos (CPR A-do-Barbas) e Miguel Matias (CBA), seguidos de Andreia Morgado (CBA) e Rafael Anunciação (Agrupamento de Escolas da Batalha) e de Leonor Reis (CAO) e Diogo Silva (CBA). Em Infantis, os melhores foram Joana Miranda (CT Torres Novas) e Paulo Martinho (CBA). No 2.º lugar chegaram Sofia Duarte (CAO) e Miguel Silva (AEB) e no 3.º posto ficaram Micaela Sereno (AEB) e Fábio Rosa (ADR Águas Belas). Saíram vitoriosos no escalão de Iniciados Carolina Serra e André Cruz (ambos do CTTN), sendo a 2.ª posição para Rita Camponês (GA Caranguejeira) e Ricardo Margarido (CTTN) e os 3.ºs foram Soraia Simões (individual) e Bernardo Coelho (AEB). Em juvenis, Diana Pina (CAO) e Francisco Sousa (CPRAB) foram os mais rápidos, seguidos de Laura Ruivo (individual) e Bruno Vieira (CBA), chegando no 3.º lugar Eduarda Pedro (individual) e André Ingrês (CPRAB).

Mestre de Avis Na prova Mestre de Avis, os vencedores foram Cláudia Pereira (A Moinho Vermoim) e Carlos Silva (Sporting CP). Na 2.ª posição ficaram Emília Kumos (individual) e Filipe Rosa (GA Fátima) e no 3.º lugar classificaram-se Mónica Vieira (CDR Arrudense) e José Sousa (GD 3 Santos Populares), logo a seguir Milene Santos (NDA Pombal) e José Gaspar (Dalkia) e depois Tânia Pereira (individual) e Bruno Gaspar (AC Vermoil). Milene foi ainda a melhor leiriense. Nos escalões de juniores, as três primeiras posições foram ocupadas, em femininos, por Eduarda Vidigueira (JV), Joana Oliveira (individual) e Susana Rosa (CBA), e em masculinos por João Pais (CBA), Luís Albino (CBA) e António Barros (ACDR Arneirense). Em juvenis masculinos, os melhores foram Cristiano Scutaru (Maratona CP), Edgar Manso e Bruno Reis (ambos GAC). Em Masters F40, a vitória pertenceu a Fátima Silva (CD Póvoa), a 2.ª posição foi para Ana Vieira (CBA) e no 3.º posto ficou Isabel Fernandes (CR Amieirinhense).

Mesa de troféus

Nos Masters M40 venceu Alex Scutaru, seguido de Vítor Dinis e Jorge Marcelino (ambos do ID Vieirense). Em M45 os melhores foram João Vaz (CCD “O Alvitejo”), António Silvino (AC S. Mamede) e Gabriel Rodrigues (GAF Vidais). Ocuparam as posições cimeiras em M50 António Velha (GD3SP), Alexandre Sousa (Boavista do Pico) e Amílcar Duarte (SCP). Nos M55, a vitória pertenceu a Licínio Pereira (IDV), seguido de Paulo Félix (Boavista do Pico) e depois Arménio Pereira (CRA). No escalão M60, o pódio foi para Fernando Chamusca (Odimarques Alumínios), sendo António Miranda (CAO) o 2.º classificado e João Próspero (CRA) o 3.º. Na classificação colectiva deste Grande Prémio, o clube vencedor foi o Atlético Clube de Vermoil, com 48 pontos, ocupando a 2.ª posição o Industrial Desportivo Vieirense, com 57, pertencendo o 3.º lugar ao Clube de Atletismo da Barreira, que somou 80 pontos. Pontuaram um total de 24 clubes. Fonte: Carlos Carmino (DTR - ADAL)

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1.º aniversário da Casa do Benfica da Batalha Sport Saudade e Benfica – 0 CR Golpilheira – 2 A equipa de veteranos do Centro Recreativo da Golpilheira foi convidada a participar no 1.º aniversário da Casa do Benfica da Batalha (CBB), através do seu presidente, António Caseiro. Tratava-se de um jogo com a equipa de veteranos Sport Saudade e Benfica, no dia 17 de Agosto. Com todo o gosto aceitou, pois não é todos os dias que se tem a possibilidade de defrontar antigas glórias do Benfica. A nossa equipa não tem muitos anos, mas já teve oportunidade de defrontar algumas com jogadores que já militaram na primeira divisão nacional. Normalmente, são equipas com jogadores com uma determinada idade, mas todos eles “tratam a bola por tu”, como se diz na gíria. O nosso treinador, Miguel, disse à equipa o que devia fazer. Não tentar jogar de igual para igual, mas proteger muito bem a área, para não deixar entrar o Benfica. Depois, colocar na frente dois jogadores rápidos que apanhassem a defesa adversária em contra-pé. Foi o que aconteceu. Aguentámos o jogo, com alguma sorte, até ao intervalo sem sofrer golos. Na segunda parte, quanto mais o Benfica atacava, mais subiam os nossos índices de concentração e mais dificuldades lhes criávamos. Num rápido contra-ataque, o inevitável Tiago marcou o nosso primeiro golo. A partir deste momen-

MCR

Golpilheira vence ao Benfica e ganha amigos

O cumprimento antes do jogo

to, o Benfica subiu ainda mais no terreno. No entanto, uma soberba exibição do nosso guarda-redes Rui Fernandes, em particular, e dos defesas, em geral, bem como, aqui e ali, o poste, permitiram-nos levar a água ao nosso moinho. Noutro rápido contra-ataque, que colocou na frente os nossos avançados Daniel e Bruno, este, com um toque subtil, marcou um excelente golo. Estávamos já perto do final e a equipa adversária não conseguiu inverter o resultado. Justiça seja feita: por tudo aquilo que fizeram, mereciam pelo menos um golo. Ficará para um próximo encontro.

Mais importante: amizade Sobre o jogo não vou escrever mais, porque há outras coisas muito mais importantes que ficaram. Depois dos cumprimentos tradicionais destes jogos, encaminhámo-nos para o Restaurante Etnográfico do CRG, a fim de aconchegarmos o estômago com o merecido jantar. Neste jantar, para além dos componentes e directores das duas equipas, também estiveram presentes o presidente e o tesoureiro da CBB, António Caseiro e José Manuel Guerra, respectivamente, e o presidente do CRG, Belarmino Almeida. Este jantar serviu para conhecermos melhor os nossos visitantes, demonstrando todos

eles enorme simpatia. Depois dos aperitivos, seguiu-se a sopa, acompanhada de bom vinho da região e outras bebidas ao gosto de cada um. E o diálogo não parava, para bem deste inesquecível encontro. Depois seguiu-se o já tradicional bacalhau “à Ti Júlia”, que todos apreciaram. Para terminar, os doces, café e bebidas espirituosas. No final, os discursos da praxe e a troca de lembranças. Pela nossa equipa, falou o Carlos Agostinho, homem dos sete ofícios e que não se nega a nenhum. Começou por agradecer a presença a todos os visitantes. Quando recebemos alguém em nossa casa, procuramos recebê-los o melhor que podemos

e sabemos, para assim criarmos novas amizades. Quem nos visita deve ficar sempre com a vontade de voltar e não esquecer que numa determinada altura estiveram numa pacata mas hospitaleira aldeia perto da Batalha, chamada Golpilheira. Procurámos dentro do campo cumprir os Estatutos dos Veteranos, e no jantar acompanhar os amigos num são convívio. A troca de lembranças fez-se com uma antiga, mas conservada glória do Sport Lisboa e Benfica, o campeão europeu Artur Santos. Lá do alto dos seus 82 anos, tem a lucidez da importância destes encontros, convívios e do papel das Casas do Benfica. Antes de terminarmos este encontro, foi entregue pela CBB a cada um dos elementos de ambas as equipas uma garrafa de vinho Real Batalha, da Adega Cooperativa da Batalha. Ainda houve tempo para visitarmos as nossas instalações, que causaram boa impressão aos nossos convidados. Mas o serão ainda não tinha acabado. Os nossos amigos do Benfica foram informados de que se estava a realizar uma festa em São Bento, para a qual estavam desde já convidados. Eles aceitaram o convite para beber um café da avó e tragar uma filhós. A visita foi rápida, porque o horário do motorista estava a esgotar-se. Fizeram-se as despedidas, com a promessa dum futuro encontro, lá para as bandas de Lisboa... Manuel Carreira Rito

Futebol inter-freguesias do concelho

Freguesia da Batalha ganhou o caneco

MCR

Inserido nas tradicionais Festas da Batalha, o torneio de futebol “S. Nuno de Santa Maria”, disputado entre equipas das quatro freguesias do concelho da Batalha, foi novamente organizado pelo Município. Nos primeiros jogos realizados no dia 10 de Agosto, os resultados foram os seguintes: Golpilheira – 0 / Reguengo do Fétal – 1; Batalha – 1 / S. Mamede – 0. As finais realizaram-se no dia 15, com os seguintes resultados: para os 3.º e 4.º lugares: S. Mamede – 4 / Golpilheira – 2; para os 1.º e 2.º lugares: Batalha – 3 / Reguengo do Fétal – 0. O torneio este ano decorreu num clima de grande cordialidade e a freguesia da Batalha foi uma justa vencedora. Depois da final, foram entregues os troféus correspondentes a cada um dos lugares conquistados, pelo presidente do Município, António Lucas, e pelos vereadores Carlos Henriques, Cíntia Silva e Horácio Francisco. MCR

MCR

Batalha vence torneio “S. Nuno de Santa Maria”

Golpilheira, este ano, ficou em 4.º


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Jornal da Golpilheira

. temas .

Agosto de 2013

. saúde .

Ana Maria Henriques Enfermeira

Quimioterapia e radioterapia Estes são dois tipos de tratamento que associamos sempre a doenças muito graves e sobre as quais não gostamos de falar. A verdade é que estes são tratamentos muito agressivos, usados em doenças cancerígenas e a sua utilização está sempre associada a graves efeitos secundários. O cancro é uma doença que resulta de alterações no DNA de algumas células. Estes tratamentos são usados para alterar ainda mais, ou para alterar a transmissão de informação, de maneira a que estas células não consigam sobreviver. A quimioterapia pode ser administrada em forma de comprimidos ou através de uma solução introduzida no sangue. Nas duas vias de administração, são introduzidos no organismo fármacos citotóxicos, isto é, que lesam e matam células. Os comprimidos podem ser tomados em casa, a duração varia de meses a anos, normalmente com intervalos, e o seu manuseamento deve ser muito cauteloso. A maioria da quimioterapia inibe o crescimento do tumor, alterando as células que estão em rápida divisão. No entanto, o cabelo, as mucosas e a medula também estão em rápida divisão, sendo assim também afectadas. Como consequência, o cabelo pode cair, podem surgir infecções e lesões na boca e a medula produz menos células do sangue, levando a anemias e a defesas baixas, entre muitos outros efeitos secundários possíveis. A radioterapia consiste na emissão de raios ionizantes através de uma máquina ligeiramente parecida com a máquina de realização de TAC. O doente fica deitado e a radiação é emitida para o local a tratar. Os efeitos secundários são reduzidos ao local que foi irradiado, sendo o principal queimaduras na pele. No entanto, dependendo do local de irradiação, também variam os efeitos secundários. Existe uma outra radioterapia, aplicável apenas a alguns tipos de cancro, em que é implantado no local alvo do tratamento uma fonte que vai libertando a radiação terapêutica. O estudo e desenvolvimento de novas terapias para o cancro está sempre na conversa do dia e em quase todos os telejornais, mas as terapias mais utilizadas ainda são a quimio e radioterapia.

. vinha .

José Jordão Cruz Engenheiro Téc. Agrário

Casta Cachorrinho Esta casta de uvas Cachorrinho, de uvas brancas, nunca foi multiplicada por nós, nem sabemos a sua sinonímia, por isso reproduzimos o que os enólogos sabem acerca do seu vinho: “O vinho desta casta fica para sempre na memória de quem o bebe, justificando a fama de que desfruta. É um vinho encorpado, moderadamente alcoólico, de uma linda cor amarelo palha e uma frescura notável. Na boa tradição da Beira, deixa-se envelhecer em garrafa durante alguns anos antes de ser consumido. A grande riqueza em ácidos desta casta, aliada a uma boa graduação alcoólica, muitas vezes conseguida à custa de um pouco de Assario Branco ou de Borrado das Moscas, permite uma evolução muito favorável dos vinhos ao longo do envelhecimento em garrafa, tornando-os surpreendentemente frescos e substanciosos. No dizer de alguns entendidos, a percentagem de Cachorrinho a utilizar num lote de vinho branco depende do tempo de envelhecimento que se lhe queira dar; quando se usam 10%, o vinho ganhará em ser consumido ao fim de 4-5 anos; quando se utilizam 20%, o seu consumo só deverá fazer-se ao fim de 10 anos. Esta casta do Dão, que tem a particularidade curiosa de apresentar, em regra, apenas uma grainha por bago, é das mais serôdias e menos produtivas da região. No entanto, assume a 4.ª posição entre as castas brancas mais cultivadas, a seguir ao Assario Branco, Borrado das Moscas e Dona Branca. A sua principal incidência é nos concelhos de Carregal do Sal, Nelas e Tondela, sendo especialmente indicada para zonas bem expostas ao sol e pouco húmidas, onde a plena maturação é mais fácil de se atingir.”

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. combatentes . Coluna da responsabilidade do Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes

Grilhetas quebradas… Entre 1961 e 1974, cerca de um milhão de jovens portugueses foi mandado combater para as ex-colónias portuguesas de África. A esmagadora maioria desses jovens, quase completamente apolítica, não tinha noção das razões por que ia travar tal guerra, para além de lhes ter sido inculcada a ideia, pelo poder político de então, de que iam defender e preservar a Pátria, o que representava um sagrado dever para todo o patriota que se prezasse de o ser. Finda a guerra, com as consequências de todos conhecidas, quando os jovens que regressaram com vida pensavam que os sacrifícios que lhes haviam sido exigidos iriam, finalmente, ser reconhecidos, mais que não fosse em termos morais, não tardaram em cair numa nova realidade, que era a de, de forma insidiosa, quase serem considerados criminosos de guerra, como se tivessem sido eles os principais responsáveis pela mesma! Votados ao ostracismo, se não mesmo ao opróbrio, começaram a fechar-se sobre si mesmos, como que envergonhados de terem estado na guerra, praticamente deixando de falar desta, mesmo com os amigos mais chegados e até com a própria família. O despertar começou a dar-se, talvez cerca de uma década depois, quando alguns deles começaram a tomar a iniciativa de tentar reunir, em convívios, os elementos de cada companhia, Pelotão, Batalhão e afins, sendo que hoje não haverá fim-de-semana em que se não reúnam dezenas de grupos de ex-combatentes, um pouco por todo o País. Outro significativo estímulo foi dado pela Liga dos Combatentes, em particular nos derradeiros 20 anos, e em especial por impulso de dois dos seus três últimos presidentes, em que o penúltimo (GEN Altino de Magalhães) conseguiu pôr de pé, em Belém, o Monumento aos Combatentes caídos pela Pátria nas guerras de África; e o actual (GEN Chito Rodrigues), em pouco mais de uma década, entre outras significativas iniciativas, conseguiu fazer dobrar o número de Núcleos de Combatentes espalhados pelo País, que hoje já são mais de 100! Os Núcleos, para além dos benefícios, convívios e outros eventos que propiciam aos seus sócios, fizeram crescer exponencialmente a auto-estima dos Combatentes que, entretanto, começaram a sentir que nada tinham feito de mal, para além de terem obedecido, como era seu dever, às ordens recebidas em nome da defesa dos superiores interesses da Pátria, pelo que se houve culpados da guerra, não foram eles, mas sim quem lhes ordenou que fossem combater. Por fim, como último acto da sua emancipação e até do justo orgulho finalmente sentido por terem combatido em defesa da Pátria (mesmo com o sacrifício da própria vida, como aconteceu com muitos milhares deles), os Combatentes, um pouco por todo o País, nas freguesias e até nas suas aldeias, andam a tomar iniciativas para que sejam erigidos monumentos ou memoriais, quer em honra e memória dos que pereceram, quer dos que sobreviveram, para que os vindouros não esqueçam os seus feitos em defesa da Pátria. De há três ou quatro anos a esta parte, o Núcleo da Batalha tem sido convidado para tomar parte na inauguração de vários destes monumentos nos concelhos vizinhos, tais como Alcobaça, Leiria, Rio Maior, Porto de Mós e Santarém, a maioria deles fora das sedes dos concelhos. Para além destes, sabe que outros estão já na “calha”, designadamente, aqui bem perto de nós, um na Calvaria de Cima (Porto de Mós) e outro em Alcanadas, no nosso concelho; este para além do que está previsto construir na nossa vila, por iniciativa do Núcleo local. Estas iniciativas merecem toda a nossa simpatia e apoio e, em particular no nosso concelho, exortamos todos os Combatentes de outras localidades a tomar iguais iniciativas, de preferência tendo como parceiros as respectivas autarquias e outras forças vivas locais. Tais actos significarão, sem dúvida, que, finalmente, os Combatentes ganharam consciência de que, para além de serem cidadãos de corpo inteiro, ainda por cima nada têm que se envergonhar do seu passado. Pelo contrário, dele se devem sentir particularmente orgulhosos! Em frente, companheiros!


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. temas.

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. correio do leitor .

. museu de todos.

Carta ao director

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. livros . Uma Espia no Meu Passado Lucinda Riley ASA | Leya

Acessibilidades No dia 24 de Julho, por volta das 13h00, quando me dirigia ao contentor do lixo situado no cruzamento da rua padre Joaquim Coelho Pereira e a estrada das Abrunheiras, vejo chegar duas carrinhas do CERIA, Alcobaça. Fiquei a observar a saída dos passageiros; claro que estes são pessoas diferentes, alguns dos quais com dificuldades de mobilidade, outros usando mesmo a cadeira de rodas para a sua locomoção. Estava à espera de um dia observar a falta de sensibilidade dos responsáveis para a não acessibilidade para todos. As pessoas para subirem até à rampa que os levaria ao Restaurante Etnográfico da Golpilheira, após várias tentativas para subirem o ressalto, não o conseguiram, pelo que tiveram que ir à estrada do Baçairo para que as cadeiras e os com mais dificuldades pudessem aceder ao passeio e, por conseguinte, à dita rampa. Lamento que quando se fazem obras os técnicos não se ponham na pele dos utilizadores, e os responsáveis não se sentem numa cadeira de rodas para sentirem as dificuldades. Fica aqui o meu reparo, aguardado que o actual executivo, ou o novo, façam uma pequena viagem de cadeira de rodas para chegarem até ao Restaurante Etnográfico da Golpilheira. Maria Irene de Sousa

Bodas de Prata Matrimoniais No passado dia 6 de Agosto, Maria Gorreti Santos Silva, filha de Luís Vieira da Silva e de Aurora Bernardes, do Picoto, festejou com o seu marido, Michael Santos, os 25 de anos de casamento. A residirem nos arredores de Londres desde que casaram, com dois filhos, Jason e Leo, vieram festejar com a família e amigos as suas bodas de prata. A cerimónia decorreu na igreja da Golpilheira, pelas 19h00, e a festa continuou no salão de festas de S. Bento, com comes e bebes e animação a cargo da A karaoke, de André e Vanessa. No mesmo dia esteve de parabéns a D. Aurora Bernardes, a mãe da “noiva”, que festejou 80 primaveras. Aos noivos, os nossos votos de que venham mais 25 anos! Parabéns! VS pub

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António José Teixeira Geólogo/Arqueólogo

Taça Imperial Romana – cerâmica de luxo

A peça escolhida para este mês de Agosto do acervo do Museu da Comunidade Concelhia da Batalha, exposta no espaço dedicado a Roma, é uma lindíssima taça imperial fabricada numa pasta cerâmica especial, chamada “Terra-Sigillata-Sudgálica”, encontrada na estação arqueológica de Pombalinho – Golegã – Santarém. Dentro das cerâmicas de época romana, a Terra Sigillata afirma-se como um dos principais indicadores cronológicos. O seu nome deriva do selo (sigilum) com que eram marcadas. Este sigilo era usado como referência e propaganda da qualidade do oleiro ou da oficina onde era feito o recipiente. Apresentam-se cobertas por um engobe (fina camada de argila decantada diversas vezes) quase vitrificado (após a cozedura), o que lhe dá características ímpares de beleza, resistência e impermeabilidade. A sua abundância nas estações arqueológicas transforma-a num espólio de importância crucial. A enorme diversidade de centros de fabrico, de tipologias e de cronologias desta cerâmica de luxo atravessa várias centúrias, desde os primeiros tempos de ocupação romana até à alta Idade Média. São um importante índice para o comércio e retrato de uma mentalidade, de usos e costumes. Podem ser classificadas de acordo com a sua origem em: Terra Sigillata Oriental; Terra Sigillata de Tipo Itálico; Terra Sigillata Sudgálica; Centros de produção: La Graudesenque e Montans Terra Sigillata Hispânica; Centros de produção: Andújar e Tritium Magallum Terra Sigillata Hispânica tardia; Terra Sigillata Africana; Terra Sigillata Foceense tardia. Quanto à nossa taça, ela é classificada como uma Terra Sigillata Sudgálica – Tipo Dragendorf 29. A peça agora publicada é, como se disse, sudgálica e pode ser proveniente do centro produtor de La Graufesenque, mas também pode ser do centro produtor de Lezoux. Só através dos padrões decorativos se pode ter a certeza e um deles está em falta. A cronologia pode ser balizada entre os séculos I e II d.C. Tanto assim é que esta taça até pode ser uma das primeiras produções de hispânicas de Tritium Magallum, muito parecidas com as gálicas, mas aí só se pode verificar pelo cruzamento de pastas cerâmicas, no intuito de verificar se esse padrão decorativo aparecer; e, sendo assim, seria Hispânica das primeiras produções, ou seja, de inícios do século II d.C.

Côte d`Azur, 1998. Émilie lutou sempre contra o seu passado aristocrático. Agora, com a morte da mãe, é obrigada a confrontá-lo pois é a única herdeira do imponente castelo da família. Mas com a casa vem uma pesada dívida e muitas interrogações: qual era a finalidade do quarto secreto que descobre por baixo da adega? Quem é a misteriosa Sophia, que assina um comovente caderno de poemas? Quem foram os protagonistas da trágica paixão que mudou o curso da história da família? Londres, 1943. Em plena Segunda Guerra Mundial, a inexperiente Constance Carruthers é recrutada pelos serviços de espionagem britânicos e enviada para Paris. Um incidente separa-a do seu contacto na Resistência Francesa, obrigando-a a refugiar-se junto de uma família aristocrata que entretém membros da elite de Hitler ao mesmo tempo que conspira para libertar o país. Numa cidade repleta de espiões e no auge da ocupação nazi, Constance vai ter de decidir a quem confiar o seu coração. Constance e Émilie estão separadas por meio século mas unidas por laços que resistiram à força demolidora do tempo. Os segredos que o passado encerra pulsam ainda em busca de redenção.

Um Pouco Mais de Fé Patrícia Costa Dias Oficina do Livro | Leya

Verídica e contada na primeira pessoa, Um Pouco Mais de Fé é uma história de sofrimento, fé e amor. Quando uma jovem se vê imersa num comportamento compulsivo totalmente fora de controlo, os pensamentos de suicídio instalam-se, misturados com uma veia cínica perante a sociedade. Ao ser apanhada em flagrante pela família, a opção da morte torna-se verdadeiramente clara. Afinal, como viver sem a máscara de «linda menina», de «boazinha», que todos pensavam que era? Como revelar não ser uma força da natureza, mas tão-só humana, com erros cometidos e segredos terríveis por revelar? Nos reveses de fugazes encontros, duas conversas inusitadas e repletas de mistério, cinco desejos lançados a Deus numa igreja que nem conhecia e uma viagem longa e confusa marcam o início de uma lenta mudança que tem lugar entre amores, desamores e personagens caricatas. E no meio de todos eles estará aquele chuvoso dia de Novembro, aquela sala suada e abafada que ela jamais esquecerá. O leitor não ficará indiferente a este convite para partilhar uma vida que poderia ser a sua, a de um filho, familiar ou amigo. Porque nunca conhecemos realmente as pessoas, mas apenas aquilo que elas nos permitem conhecer...

O Professor do Futuro Jorge Rio Cardoso Guerra e Paz|Clube do Livro SIC

Não há sociedades evoluídas sem conhecimento. A figura do professor é um elemento chave na transmissão do conhecimento. Jorge Rio Cardoso, o autor de «O Professor do Futuro», coloca a figura do professor no centro do processo de aprendizagem. Que professor queremos na sala de aulas dos filhos? Como se ensina? Como se inova? Como se conquista o respeito e admiração dos alunos? Que erros devem ser evitados? Com a participação e testemunho de mais de 50 docentes, numa obra que reúne o consenso de todas as associações e instituições ligadas ao ensino em Portugal, «O Professor do Futuro» é a reflexão que faltava sobre questões pedagógicas fundamentais e é um manual prático que dignifica a função e apresenta o professor de excelência. Marcelo Rebelo de Sousa, Adriano Moreira, Eduardo Marçal Grilo, Jorge Braga de Macedo, Leonor Beleza e Paulo Guinote são apenas algumas das inquestionáveis personalidades que colaboram neste guia. Este é um livro que junta todos os que admiram, respeitam e apreciam a figura do professor. Feito em diálogo com sindicatos e associações de professores e de pais, pensado para professores, pais e alunos, o novo livro de Jorge Rio Cardoso – autor de «O Método – Ser Bom Aluno ‘Bora Lá» - apresenta-se como uma ferramenta indispensável para assegurar o futuro do nosso País. A sessão de lançamento será no dia 10 de Setembro, às 18h30, no El Corte Inglés, em Lisboa. Com apresentação do administrador da Fundação Calouste Gulbenkian, Eduardo Marçal Grilo, e a presença de representantes das principais associações e instituições que se preocupam com o sucesso do ensino em Portugal.


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Jornal da Golpilheira

. culinária . poesia . diversas .

Agosto de 2013

. mãos Curso de culinária no CRG namassa. No dia 2 de Julho de 2013, um grupo de cerca de 20 pessoas iniciou um curso de noções básicas de culinária, que decorreu, durante 4 semanas, no Centro Recrea-

tivo da Golpilheira. Nas várias sessões práticas, foram feitas muitas receitas trazidas pelo chefe António Manalvo, que também ensinou muitos truques

da cozinha portuguesa. Deixamos aqui uma das receitas elaboradas pelo grupo. Deliciem-se com a fabulosa mousse de limão.

Sofia Ferraz

Mousse de Limão Ingredientes 1 Lata de leite condensado 1 Lata de leite evaporado 3 Limões Método de execução Prepare todos os ingredientes. Misture os dois leites, envolva nesta preparação a raspa dos 3 limões. Inicie a bater o conteúdo com a batedeira eléctrica no máximo e, em simultâneo, junte o sumo dos 3 limões. Bata apenas durante 5 segundos. Reserve no frigorífico e na hora de servir decore a gosto. Sugestão: Na hora de servir, decore com chantilly, polvilho de canela e uma folha de hortelã. Bom Apetite!

Cartório Notarial de ourém Notária: Alexandra Heleno Ferreira CERTIFICO, para fins de publicação e em conformidade com o seu original, que por escritura de Justificação lavrada neste Cartório, no dia nove de Agosto de dois. mil e treze, de folhas cento e dezassete a folhas cento e dezoito verso do respectivo Livro de Notas, para Escrituras Diversas número CENTO E NOVENTA E SETE, Maria de Fátima Carreira Vicente, NIF 270.728.350, divorciada, natural de S. Mamede, concelho de Batalha, onde reside no lugar de Casal Suão, declarou: Que é com exclusão de outrem, dona e legítima possuidora do seguinte prédio: Rústico, composto de pinhal, com a área de mil duzentos e cinquenta metros quadrados, sito em Morrial, freguesia de S. Mamede, concelho de Batalha, a confrontar do norte com José Carreira Germano, do sul com Manuel Carreira Pedro, do nascente com António Vieira da Conceição e do poente com baldio, inscrito na matriz sob o artigo 13502, com o valor patrimonial de € 3,27 e a que atribui valor igual ao patrimonial. Que o indicado prédio não se encontra descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha e veio à sua posse por doação verbal feita por Olinda do Fetal e marido Manuel Vieira Vicente, residentes em Casal Suão, S. Mamede, Batalha, em mil novecentos e oitenta e seis, sem que dela ficasse a dispor de titulo suficiente e formal que lhe permita fazer o respectivo registo. Que, possui o indicado prédio em nome próprio, há mais de vinte anos, sem a menor oposição de quem quer que seja, desde o seu início, posse que sempre exerceu, sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente da freguesia de S. Mamede, lugares e freguesias vizinhas, traduzida em actos materiais de fruição, conservação e defesa, nomeadamente usufruindo dos seus rendimentos, cultivando e recolhendo os respectivos frutos, limpando-o de mato, pagando os respectivos impostos e contribuições, agindo sempre pela forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, sendo, por isso, uma posse pública, pacífica, continua e de boa fé, pelo que adquiriu o dito prédio por USUCAPIÃO. Cartório Notarial de Ourém; a cargo da Notária Alexandra Heleno Ferreira, nove de Agosto de dois mil e treze. A Colaboradora autorizada pela Notária em 02/01/2012, Cláudia Vieira Arrabaça, n.º 260/4. Jornal da Golpilheira, n.º 194, 19 de Agosto de 2013 apoio / divulgação

. poesia . Um pensamento apenas iludido Linda moça encantadora, Hospedeira profissional Um sorriso de bela senhora Em nada levava a mal. Um dia ao entrar no avião, Sua linda voz reconheci Por ela ganhei grande paixão Que no meu peito ainda hoje sorri. Em mim senti um enorme desejo, Mas ali nem sequer um beijo Pelo ambiente disfarcei olhando a janela. Não me podia manifestar, Tive que analisar com sentimento Era hora de saber respeitar Vive esse momento no meu pensamento. Foi uma viagem de respirar fundo, Nada mais podia eu fazer Naquele momento pareceu parar o mundo Chorar não era capaz, Não queria ouvir mais ninguém Naquele momento queria paz E que me deixassem sozinho também. Tantos anos passaram, Mas quis o destino me chamar atenção Os momentos dessa ilusão voltaram A iludir o frágil do meu coração. Um olhar longe apenas sorria, O silêncio no meu coração Apenas permanecia Não queria voltar a pensar no avião. Mas tudo o que tem princípio tem fim, Com que intenção Não parava de sorrir para mim Seria apenas ilusão. Esperei e até sonhava, Mas um dia acordei E sem resposta já não me lembrava O que na minha mente imaginei. Vivi a ilusão da esperança, Sonhei chorei e disse adeus Perdi com longo desgosto a confiança E ainda hoje os ais são meus. José António Carreira Santos

CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala

Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas sessenta e cinco a folhas sessenta e seis verso, do Livro Cento e Noventa e Um - B, deste Cartório. João Jordão Moreira, NIF 105 495 034 e mulher Maria do Rosário Monteiro da Silva Bagagem Moreira, NIF 109 394 070, casados sob o regime da comunhão geral, ambos naturais da freguesia e concelho da Batalha, residentes no lugar de Bico Sacho, freguesia de Golpilheira, concelho da Batalha, declaram que com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios: Um - rústico, composto de terra de semeadura e vinha, com a área de mil metros quadrados, sito em Ribeiro do Carvalho, freguesia de Golpilheira, concelho da Batalha, a confrontar de norte com António Ferreira Antunes, de sul com António de Sousa Jordão, de nascente com Manuel Moreira Vieira e de poente com José de Oliveira Guerra e outros, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 471, com o valor patrimonial para efeitos de IMT de €423,53; Dois - rústico, composto de terra de vinha, com a área de mil quatrocentos e noventa metros quadrados, sito em Ribeiro do Carvalho, freguesia de Golpilheira, concelho da Batalha, a confrontar de norte com António Ferreira Antunes, de sul com Joaquim Vieira Jordão, de nascente com António Ferreira Antunes e outros e de poente com Manuel Moreira Vieira, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 473, com o valor patrimonial para efeitos de IMT de €595,51; Três - rústico, composto de terra de pinhal e eucaliptal, com a área de mil quatrocentos e oitenta metros quadrados, sito em Sasquina, freguesia e concelho da Batalha, a confrontar de norte com Afonso C. Marto, de sul com José da Silva Ribeiro, de nascente com Manuel Vieira Moreira e de poente com José Sousa Ligeiro e caminho, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 1.088, com o valor patrimonial para efeitos de IMT de €171,98. Que, adquiriram os identificados prédios no ano de mil novecentos e oitenta, por partilha verbal de João Moreira Caseiro e mulher Júlia de Jesus, residentes que foram no lugar de Rebolaria, Batalha, não dispondo os justificantes de qualquer titulo formal para os registar na Conservatória, mas desde logo entraram na posse e fruição dos mesmos. Que em consequência daquela partilha verbal, possuem os identificados prédios em nome próprio há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos actos habituais de um proprietário pleno, com o amanho da terra, recolha de frutos, conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa fé durante aquele período de tempo, adquiriram aqueles prédios por usucapião. Batalha, trinta de Julho de dois mil e treze. A Notaria (assinatura ilegível) Jornal da Golpilheira, n.º 194, 19 de Agosto de 2013


Jornal da Golpilheira

. a fechar .

Agosto de 2013

Bombeiros Voluntários da Batalha G.N.R. Batalha Junta de Freguesia Golpilheira Câmara Municipal Batalha Extensão de Saúde da Golpilheira Centro de Saúde da Batalha Centro Hospitalar N. S. C. - Brancas Hospital de Santo André Farmácia Padrão – Golpilheira Farmácia Padrão (Batalha) Farmácia Ferraz (Batalha) Escola Primária da Golpilheira Jardim-de-Infância da Golpilheira Agrupamento Escolas Batalha Segurança Social (Geral) Conservatória R. C. P. C. Batalha Finanças da Batalha Misericórdia da Batalha Correios (CTT) - Batalha Posto de Turismo da Batalha Biblioteca Municipal Batalha Cinema/Auditório Municipal Museu Comunidade Concelhia Batalha Mosteiro de Santa Maria da Vitória EDP - Avarias (24 horas) Águas do Lena (Piquete: 939 080 820) Rodoviária – Agência Batalha Táxis da Batalha Rádio Batalha Centro Recreativo da Golpilheira

244 768 500 244 769 120 244 767 018 244 769 110 244 766 836 244 769 920 244 769 430 244 817 000 244 767 856 244 765 449 244 765 124 244 766 744 244 767 178 244 769 290 808 266 266 244 764 120 244 765 167 244 766 366 244 769 101 244 765 180 244 769 871 244 769 870 244 769 878 244 765 497 800 506 506 244 764 080 244 765 505 244 765 410 244 769 720 244 768 568

Olá netinho! Onde tens andado? Devias ter ido ver aqui o avô a jogar nos veteranos contra o Benfica... 2-0 que a gente lhes deu!!!

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Tás aqui, tás a levar o 3-0... tás, tás!!!

Eia, avô... ganda malha! E como conseguiram isso?... Com essas barrigas de cerveja e joelhos cheios de artroses?!...

2-0 . foto do mês. LMFerraz

Ficha Técnica

Registo ICS . 120 146 / Depósito Legal . 104.295/96 Contribuinte . 501 101 829 Director . Luís Miguel Ferraz (CP 5023) Director-adjunto . Manuel Carreira Rito (TE-395) Composição . Paginação . Luís Miguel Ferraz Colaboradores . Ana Maria Henriques, António Ferraz (assinaturas), Carolina Carvalho (secretária), Catarina Bagagem, Célia Capitão, Cremilde Monteiro, Cristina Agostinho, Filomena Meneses (assinaturas), Joaquim Santos, José António Santos, José Jordão Cruz, José Travaços Santos, Marco Ferraz (publicidade), Pedro Jerónimo, Rui Gouveia, Sofia Ferraz. Propriedade/Editor . Centro Recreativo da Golpilheira (Instituição Utilidade Pública - D.R. 239/92 de 16/10) Presidente: Belarmino Videira dos Santos Almeida Sede . Estrada do Baçairo, 856 - 2440-234 Golpilheira Tel. 965022333 / 244 768 568 . Fax 244 766 710 Composição. Est. do Vale, 100 - 2440-232 Golpilheira Impressão . Empresa Diário do Minho, Lda . Tel. 253303170 Tiragem desta edição . 1500 exemplares Sítio: www.jornaldagolpilheira.pt Blog: www.jgolpilheira.blogspot.pt Facebook: www.facebook.com/jgolpilheira Twitter: www.twitter.com/jgolpilheira Email: geral@jornaldagolpilheira.pt

Benfiquices. Na primeira foto, Artur Santos, devidamente equipado, acompanhado pelo presidente da Casa do Benfica da Batalha,

António Caseiro. Um campeão europeu de futebol na festa de S. Bento é coisa que não se vê todos os dias! Na segunda foto, alguém que se diz anti-benfiquista a servir todo simpático os “gloriosos”. Assim é que é bonito... e é pena não se ver todos os dias! Resta acrescentar que maior do que o Benfica, só mesmo a Golpilheira, que derrotou estes “meninos” com dois golos sem resposta.

Recordar é viver …

Assinatura anual

Portugal: 8 euros • Europa: 12 euros • Resto Mundo: 15 euros

Nome ________________________________________ Rua __________________________________________ _______________________________ Nº ___________ Localidade ____________________________________ CP _ _ _ _ - _ _ _ ______________________________ Tel. _________________ Data Nasc. ___ / ___ / _____ Email: ________________________________________ Entregar ou enviar para: Centro Recreativo Est. Baçairo, 856 • 2440-234 GOLPILHEIRA

Marchas Populares do início dos anos oitenta. Nesta altura a nossa Juventude ainda tinha tempo para ter estas iniciativas. Observem com atenção e vejam se os conhecem ou se se reconhecem. | MCR

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Informamos que a publicação dos agradecimentos por ocasião de falecimento é gratuita para naturais e residentes na Golpilheira. Publicaremos apenas quando nos for pedido pelos familiares ou agências funerárias.

Agência Funerária Santos & Matias, L.da SERVIÇOS

FÚNEBRES

Brancas (Residência e Armazém) –  244 765764 Batalha (Escritório) -  244 768685 fune_santosematias@sapo.pt • 96 702 7733


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