JG_271 Janeiro / Fevereiro de 2022

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Preço: 2€ | Director: Luís Miguel Ferraz | Bimestral | Ano XXVI | Edição 271 | Janeiro / Fevereiro de 2022

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Edifício continua “às voltas” Foi feito em 1998 para Extensão de Saúde, mas essa fechou em 2011 e (quase) de certeza não voltará. Quase dez anos depois de estar encerrado, esteve para ser Núcleo de Artes e Etnografia do CRG, mas não chegou a avançar. Agora, a Misericórdia e a Câmara da Batalha têm um projecto para Centro de Dia. Os vereadores do PSD votaram contra e a polémica estalou, mas a candidatura vai avançar para o PRR. • P. 3

D. José Ornelas de Carvalho toma posse a 13 de Março • P. 9 B

Reconhecimento a José Travaços Santos • P. 28

LMFerraz

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“Trilho da Raposa” torna a Golpilheira mais pedonal • P. 5

O Homem que merece todas as homenagens

Novo bispo diocesano

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Percursos pedestres


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abertura

Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2022

.editorial.

. cadernomensal .

Em frente

O rio que corre nas freguesias da Batalha e da Golpilheira

José Travaços Santos Etnógrafo e investigador

Luís Miguel Ferraz Director

Vivemos tempos complicados. Esta verdade insofismável talvez o tenha sido em todos os tempos e talvez o seja com mais propriedade noutros contextos da actualidade, noutras geografias do planeta, noutras gentes que terão mais razões do que nós para a proferir. Ainda assim, todos vamos sentindo, com mais ou menos peso, a dificuldade de gerir o dia-a-dia, talvez mais agora do que em anos mais recentes. É a pandemia que não há maneira de nos libertar – ou a ideia dela de que não há maneira de nos libertarem –, é a carestia de vida a tornar-se cada vez mais evidente, é a falta de perspectiva para a resposta a problemas de saúde em condições de mundo evoluído, é um sem número de questões para as quais vemos cada vez menos solução. E assim começamos mais ano. Se não tivermos a capacidade de olhar com esperança, todo esse castelo de cartas poderá desabar-nos na cabeça e soterrar-nos no escuro do desespero. Nunca como agora precisámos tanto de agarrar com todas as forças os sinais de vida que poderão, apesar de todas as complicações, dar-nos algum alento e confiança para

Há poucas semanas tirei esta fotografia (ao fundo) duma garça real pousada no açude da Ponte Nova na primeira enchente, aliás pouco volumosa, do nosso rio, no corrente Inverno. Apesar de todos os descuidos e de todas as patifarias que lhe fazemos e das secas, que se vão acentuando, o nosso rio teima em dar um ar da sua graça logo que cai alguma chuva, reanimando-se por momentos a vida animal no seu leito e nas suas margens. Isto que está a acontecer ao rio devia alertar-nos para a tragédia que seria se ele secasse, e cada vez está mais perto do que seria uma catástrofe irremediável. Os avisos que vêm sendo feitos sobre a destruição da Natureza e a necessidade urgente de se tomarem as providências adequadas contra a sua crescente degradação devem ser tomados muito a sério. Se nada se fizer, o futuro da Humanidade será muito problemático, se chegar a haver futuro. A propósito, é de inteira justiça referir e elogiar o notável trabalho em prol da preservação da Natureza, que o mesmo é dizer: em prol de todos nós, começando pelo seu conhecimento e pelo que representa na salvaguarda da vida no Universo, levado avante com entusiasmo e dedicação pelo Grupo “Aves da Batalha”. Bem hajam!

seguir em frente. Esta edição do seu Jornal da Golpilheira chega com bastante atraso, como vê. Sim, também nós nos debatemos com tempos complicados. Não basta já a dificuldade própria de encontrar tempo e disposição para levar até si estas páginas, entre os muitos afazeres da vida de quem não faz disto profissão, acrescem ainda entraves financeiros cada vez mais difíceis de resolver. O aumento do papel levou a um agravamento substancial do preço de impressão, o custo da expedição pelos CTT, apesar das muitas falhas deste serviço, é cada vez mais pesado, perdemos alguns anunciantes e apoios institucionais... razões que nos levaram a reduzir ligeiramente o formato e as páginas do jornal, bem como algumas ofertas que vínhamos fazendo, sobretudo a instituições. Outros cortes teremos de ponderar no futuro, mas, lá está... não queremos perder a esperança. Haveremos de seguir em frente! Este é o convite que fazemos também aos leitores, nesta primeira edição do novo ano: procurem por aqui alguns motivos de ânimo e de confiança. Haverão de os encontrar! Bom ano a todos!

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Muito gratos pela colaboração, a direcção do Jornal da Golpilheira!

Foto do autor

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Garça Real no rio Lena

Mas a razão deste pequeno artigo tem a ver com um inquérito feito no século XVIII, logo a seguir ao terramoto de 1755, e com a resposta que o pároco batalhense de então, Vigário Paulino da Silva Carvalho, dá em 1758. O inquérito é muito completo e vem publicado no I Tomo do “Dicionário Geográfico” do Padre Luís Cardoso. A parte que nos interessa agora refere-se apenas ao nosso rio, como era naquela época, o que nos proporciona um interessante e elucidativo confronto com a triste realidade do nosso tempo: 1.º - O principal Rio que atravessa a Freguesia e divide o termo da dita vila do de Leiria (naquele tempo o Lena dividia o termo da Batalha, que era pequeníssimo, do de Leiria, então ainda abrangendo a vasta freguesia do Reguengo do Fetal) se chama ou dizem se chamava antigamente Lena, nasce no termo de Porto de Mós. 2.º - Não é arrebatado, no Inverno é caudaloso e corre todo o ano. 3.º - Entram nele dois regatos ou ribeiros que vêm da fonte da Calvaria, que está no termo desta vila, e da fonte dos vales, termo de Porto de Mós na qual tem nascente o curso continuando em todo o ano e se lhe juntam depois de atravessar a vila e passarem

por baixo da ponta chamada da praça. 4.º - Não é navegável nem capaz de embarcações. 5.º - É um curso quieto por vir sempre por uma ribeira plana. 6.º - Corre de sul para norte. 7.º - Cria barbos e bogas. 8.º - O tempo mais próprio de pesca é o tempo em que não há curtimento de linhos porque estes lhe fazem muito dano. 9.º - A pescaria é livre porque o rio só tem senhorio pelo que respeita a engenhos, porque deles pagam foro no distrito de Porto de Mós (este distrito nada tem a ver com os distritos actuais) à Casa de Bragança, e quando entra no termo desta vila e de Cidade de Leiria à sereníssima Casa do Infantado. 10.º - As suas margens se cultivam e em algumas tem árvores silvestres. 11.º - Não se sabe de virtude particular das suas águas. 12.º - Hoje conserva o nome de rio de Porto de Mós e passando desta vila lhe chamam o rio da Batalha e antigamente apelidado por Lena. Temos de ficar por aqui, guardando o restante para o próximo número, se Deus quiser, embora ainda juntando uma nota: em tempos recuados, o nosso rio se chamava Alpentende, o que o nosso Pároco setecentista não refere.


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Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2022

Misericórdia e Câmara querem Centro de Dia. PSD votou contra

O edifício onde funcionou a Extensão de Saúde da Golpilheira poderá ser convertido em Centro de Dia. Pelo menos, é o que defende o executivo da Câmara, proprietária do espaço, depois de cerca de 10 anos de quase completo abandono. Para tal, propôs à Santa Casa da Misericórdia da Batalha assumir a instalação ali deste serviço social, alargando a sua acção para a única freguesia que ainda o não tem. É uma instituição que já “serve utentes desta freguesia em respostas como Centro de Dia, Centro de Convívio e Serviço de Apoio Domiciliário”, pelo que justifica “uma instalação de proximidade, capaz de permitir o acolhimento destas respostas num equipamento funcional, com uma localização privilegiada e que corresponderá às legítimas expectativas da população”, refere a autarquia em comunicado. Recordamos que o edifício foi cedido em 2019 ao Centro Recreativo da Golpilheira, através de contrato de comodato, para a instalação de um Núcleo de Artes e Etnografia, que não chegou a concretizar-se. Segundo a autarquia, esta nova finalidade foi apresentada à direcção da colectividade e “recebeu total apoio”, abdicando do uso que havia sido acordado. Assim, a Misericórdia dispôs-se avançar com uma candidatura a fundos comunitários no âmbito do PRR, tendo em vista o investimento na ampliação e remodelação para permitir a adaptação a este tipo de valência. A proposta de reversão do actual acordo neste novo contrato de comodato foi apresentada nestes termos em reunião de Câmara de 31 de Janeiro passado, bem como a parceria da autarquia na exePUB

LMF

Extensão de Saúde continua “às voltas”

Espera-se que seja desta que o espaço passa a ter uso

cução do projecto técnico e das especialidades, “atendendo à relevância do projecto para a freguesia da Golpilheira e especificamente para a população sénior”. O mesmo acontece, aliás, com outras duas candidaturas de IPSS do Concelho da Batalha ao PRR, com prazo até 22 de Fevereiro, “estando a autarquia fortemente empenhada no apoio técnico à sua concretização”.

PSD vota contra

Os três vereadores do PSD votaram contra esta proposta, alegando desconhecer “qualquer decisão formal dos órgãos sociais do Centro Recreativo a renunciar os seus direitos de cedência sobre aquele edifício”, bem como “qual o projecto que a nova entidade irá realizar em concreto, uma vez que no passado recente a Misericórdia da Batalha foi

A história deste edifício Iniciado em 1997 e inaugurado em 1998, o edifício foi construído de raiz pela Câmara Municipal para acolher a Extensão de Saúde da Golpilheira, sob administração do Posto Médico da Batalha, que funcionava num velho edifício onde é agora a Junta de Freguesia. Em 2011, a remodelação dos serviços de Saúde a nível nacional ditou o encerramento da Extensão e o edifício fechou durante anos. Esporadicamente, foi abrindo para algumas tentativas de serviços básicos de assistência médica, em parceria com o Centro Hospital da Misericórdia da Batalha, mas sem resultados, já que não era ali que estavam os médicos de família, essenciais para dar resposta à maior parte dos problemas dos utentes. Em 2015-2016, até serviu para salas de catequese, enquanto decorriam as obras da igreja…. Em 2019, a Câmara lançou o repto às instituições da freguesia para apresentarem propostas de ocupação do imóvel. Ganhou o projecto do Centro Recreativo, que visava transformar o espaço num Núcleo de Artes e Etnografia, onde seria exposto o espólio do rancho folclórico “As Lavadeiras do Vale do Lena” e promovidos eventos artísticos. Entretanto… veio a pandemia e o não chegou a iniciar-se esse projecto. Agora, o novo executivo municipal decidiu converter o edifício em Centro de Dia, em nova parceria com a Misericórdia da Batalha. Vamos a ver se é desta…

financiada para abrir uma resposta de apoio à saúde à população que encerrou passados alguns meses”. Em comunicado à imprensa, o PSD da Batalha refere ainda desconhecer “quais os meios financeiros municipais a afectar” e “o plano de suporte técnico ao funcionamento da resposta social agora anunciada e que no passado foi abandonada pela mesma entidade”. Exigindo à maioria que governa a Câmara “transparência na gestão dos recursos públicos”, o PSD advoga que “aquele edifício deverá ser colocado à disposição da população local, sobretudo para os mais idosos, através de um projecto duradouro, bem estruturado e devidamente explicado à população”.

Reacções

Estando ausente da votação o vice-presidente, Carlos Monteiro, dadas as funções que tem de provedor da Misericórdia, o voto contra do PSD ditou um empate, resolvido com o voto de qualidade do presidente, Raul Castro. Este considera a opção da oposição como “totalmente desajustada face à realidade” e estranha os argumentos apresentados,

dado terem sido esclarecidos na apresentação. Recordando uma aprovação por unanimidade, já neste mandato, de projecto semelhante relativo à Casa do Mimo, Raul Castro questiona “a que se deverá mais esta posição do PSD da Batalha face a esta freguesia?”. O presidente do Centro Recreativo, Fernando Ferreira, confirmou ao Jornal da Golpilheira ter concordado com a proposta camarária, cedendo os direitos de utilização previstos, dado “ir converter-se numa resposta social importantíssima para a população, sendo esse o primeiro interesse que deve pautar a nossa actuação”. Já a Junta de Freguesia da Golpilheira reagiu, também em comunicado, de forma categórica: “Ao que parece, a única preocupação dos deputados do PSD é continuarem a querer prejudicar e bloquear o desenvolvimento da Golpilheira”. Considerando ser “uma forma vergonhosa de fazer política, colocando os interesses próprios à frente de uma população que também os elegeu”, o presidente, José Carlos Ferraz, argumenta que “estão a pôr em causa o bem-estar dos nossos idosos e a negar o desenvolvimento da nossa população, só porque sim”. E teme que esta posição contra de metade da vereação tire força ao projecto e coloque em causa a sua aprovação pelos gestores do PRR. Também o Movimento Batalha é de Todos emitiu um comunicado sobre o assunto, condenando a “postura do bota abaixo” dos eleitos pelo PSD e considerando que “lesa não só a freguesia da Golpilheira, mas também o Concelho”, pois “o aumento das respostas de apoio à população devia mobilizar a acção política de todas as forças partidárias, ainda mais quando esta freguesia não dispõe de Centro de Dia nem de Centro de Convívio”. LMF

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Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2022

“Trilho da Raposa”

Percursos pedestres avançam

Golpilheira mais pedonal A Junta de Freguesia da Golpilheira, em colaboração com a Câmara Municipal e a empresa “Momentos no Centro”, definiu o traçado do “Trilho da Raposa”, o primeiro de vários percursos pedestres que pretende promover na freguesia, em ordem a levar os amantes das caminhadas pela natureza a conhecer mais do património e das paisagens locais. Este primeiro trilho leva o nome que está ligado à própria designação da freguesia (Golpilheira = Raposeira, do latim vulpes, raposa) e parte do largo do Souteiro em direcção à igreja de Nossa Senhora de Fátima, cemitério, fonte do Casal Benzedor, Carrascal, ruínas do moinho de vento e paisagens das Hortas e Bico Sachos, igreja de São Bento, lavadouro da Cividade, largo de São Leonardo, lavadouro da Golpilheira, igreja do Senhor Bom Jesus dos Aflitos e,

depois, todo o magnífico vale do Lena, até ao regresso junto à colectividade. Segundo nota da Junta, “encontra-se agora a decorrer a fase de marcações do percurso com tinta de água em suportes existentes e, mais próximo da data de inauguração, será colocada a restante sinalética e efectuada a limpeza e reparação necessária em alguns trilhos”. Os interessados já pode realizar este percurso, com ajuda de aplicações móveis como a “Alltrails” (foto), podendo usar o QR Code que publicamos para descarregar este traçado em concreto.

Percurso do Vale do Lena

Também em remodelação está o Percurso do Vale do Lena, desde a vila da Batalha até ao limite com Leiria, obra que estava em curso aquando das eleições autárquicas. Se-

gundo o novo executivo, o projecto existente tinha diversas lacunas, sobretudo pelo facto de se resumir a marcações feitas no asfalto existente, sem condições de segurança suficiente para pedestres e veículos motorizados. Assim, está em estudo o alargamento da via para uma faixa exclusivamente pedestre. Para tal, foi já feita uma primeira reunião com os confinantes, em ordem à cedência de terrenos e os trabalhos deverão iniciar-se em breve. LMF

Depois de conhecer na nossa freguesia a implementação do recém-criado trajecto pedonal “Trilho da Raposa”, podemos pensar – porque não – na criação da “Reserva Natural do Vale do Lena”. Isto, numa altura em que despertamos para a preocupação generalizada de que é necessário mais do que nunca preservarmos o nosso ambiente natural e, talvez devido à fase que atravessamos de pandemia, nos leva a olhar de forma bem diferente, prestando a devida atenção e talvez até de forma mais consciente para a fauna e flora do nosso riquíssimo Vale do Lena. Creio que faria todo o sentido, tanto para a nossa freguesia da Golpilheira em particular, como para o nosso concelho

LMF

DR

Vale do Lena merece ser reserva natural da Batalha, que teriam muito a ganhar com esta medida. Muitos de nós temos certamente pequenas “estórias” sobre o rio Lena. Ou porque lá aprendemos a nadar, a pescar ou até a caçar uns pássaros com armadilhas que eram feitas de forma artesanal para esse efeito. Já pensaram que os nossos filhos ou netos poderiam também ter a mesma oportunidade de usufruir desta mais-valia? Ao acompanhar com muito interesse a actividade do grupo “Aves da Batalha”, que está na minha modesta opinião a desenvolver um trabalho notável, creio que faria todo o sentido e, a fim de dar sequência a este trabalho, criar esta reserva natural.

Adelino Rito

Cada vez mais pessoas a caminhar pelo Vale do Lena

Comissão para o Senhor Bom Jesus dos Aflitos está constituída

Esperamos o regresso das nossas festas... Tudo indica que a pandemia de Covid-19 evolua, nos próximos meses, para endemia, isto é, uma doença como as outras que não estará erradicada, mas não será motivo de pânico ou de especiais preocupações em relação, por exemplo, a outro género de gripe. Assim, há fortes perspecti-

vas de podermos este ano voltar a realizar as nossas festas em condições (mais ou menos) normais. Nesse sentido, está agendada, por exemplo, a festa paroquial da Santíssima Trindade, para os dias 11 a 13 de Junho, organizada pelas pessoas da paróquia nascidas em 1970, 1971 e 1972. Também na Golpilheira

estão a mobilizar-se os “quarentões”, naturais ou residentes, nascidos em 1980, 1981 e 1982, em ordem começarem os preparativos para a grande festa, será, em princípio, nos dias 30 de Julho a 1 de Agosto. O motivo de se juntarem os 3 anos é porque, como se sabe, não houve possibilidade de realização nos últimos dois.

Esta é uma experiência única, que todos desejam fazer, tendo sido esta a forma encontrada para harmonizar a participação de todos. Será, também esse, um sinal de união, de amizade, de bairrismo tão característico da nossa terra. Não sendo um grupo, mas três, será um belo sinal da nossa força enquanto comunidade, ver a

circular pela festa e a trabalhar com alegria em conjunto as três camisolas dos três anos. As pessoas precisam dessa alegria, desse testemunho de que, passada a pandemia, “ficou tudo bem” e estamos prontos para a luta. Será, sem dúvida uma grande e histórica festa na nossa terra!


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sociedade

Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2022

PS alcança maioria absoluta no Parlamento

Batalha continua “laranja” A noite eleitoral de 30 de Janeiro ditou a conquista da maioria absoluta pelo PS na Assembleia da República, com mais de 41,5% dos votos e 119 deputados eleitos. O PSD foi o primeiro dos derrotados, ficando a rondar os 29% e com 78 deputados (já somando os resultados das coligações com CDS e PPM nas Ilhas). Regista-se uma grande subida dos dois partidos mais à direita: Chega (7,28% e 12 deputados) e Iniciativa Liberal (4,88% e 8 deputados), bem como uma quebra enorme nos dois maiores partidos de esquerda, BE (4,42% e 5 deputados) e PCP (4,29% e 6 deputados). Com assento na Assembleia, com um deputado cada, ficam ainda PAN (1,64%) e Livre (1,29%). Pela primeira vez desde 1974, o CDS não conseguiu os mínimos para eleger qualquer deputado (1,60%), ficando de fora do Parlamento.

Note-se que, à data do fecho da nossa edição, ainda não se conheciam os resultados definitivos dos votos dos emigrantes, dada a falha ocorrida no processo, que irá obrigar à repetição de algumas votações. Assim, poderá ainda haver ligeiras alterações a registar. A tomada de posse do novo Governo está marcada para 29 de Março, sendo António Costa o primeiro ministro.

Batalha “laranja”

Todos os distritos do País registaram a vitória do PS, incluindo o de Leiria, um velho bastião do PSD. Mas não aconteceu em todos os concelhos, como foi o caso da Batalha, onde as cores “laranja” foram mais fortes. O mesmo aconteceu, aliás, em todas as suas quatro freguesias, sendo igual a ordem de preferência nos quatro partidos mais votados: PSD, PS, Chega e IL. Na Golpilheira, o PSD conseguiu 41,55% (371

votos), seguido do PS, com 31,80% (284 votos). O Chega atingiu os 6,94% (62 votos) e a Iniciativa Liberal os 5,38% (48 votos). Todos os outros ficaram abaixo dos 5% e houve 4 sem um voto: ADN, MAS, PTP e VP. Como sempre, destacamos a percentagem de votantes na nossa freguesia: 67,04% (893 votantes, num universo de 1332 inscritos). Ficámos acima da média nacional (52,19%), distrital (57,08%) e concelhia (61,90%), sendo a freguesia com melhores valores, acima da Batalha (61,26%), Reguengo do Fetal (60,85%) e São Mamede (61,89%). Confirma-se, assim, este bom índice de participação cívica, como tem sido habitual em todas as eleições nos últimos anos. Deixamos os principais quadros, retirados do sítio legislativas2022. mai.gov.pt, para cada leitor poder fazer a sua leitura e análise.


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Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2022

Grupo Aves da Batalha

DR

No passado dia 23 de Janeiro, o grupo Aves da Batalha meteu mãos à obra e instalou mais uma caixa-ninho, desta vez no Vale do Lena, tendo contado com o apoio da Junta de Freguesia da Golpilheira, nomeadamente do seu presidente, José Carlos Ferraz, que acompanhou o grupo e contactou o proprietário do terreno, a fim de se obter a devida autorização para a instalação. A actividade insere-se no projecto de instalação de caixas-ninho para coruja-das-torres (Tyto alba) e peneireiro-comum (Falco tinnunculus), espécies muito importantes para o equilíbrio ecológico, nomeadamente, no controlo de pragas nas áreas agrícolas. O Vale do Lena foi a zona escolhida por reunir várias condições para o sucesso do projecto. Sendo uma zona agrícola, rica em campos férteis e abertos, constitui o habitat ideal para a coruja-das-torres, cuja presença foi já confirmada, quer pelas suas vocalizações muito peculiares quer por avistamentos nocturnos. No entanto, a condição principal para a fixação da espécie-alvo é a abundância de alimento. Sabe-se que, em média, uma só coruja adulta come 3 a 4 ratos por noite, enquanto uma cria consome 2 a 3 ratos. É, portanto, fácil de imaginar a quantidade de presas que uma

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Caixa-ninho instalada no Vale do Lena

Equipa no terreno

ninhada de 3 a 5 crias precisa para se alimentar. Se a população destes micromamíferos for elevada, mais rapinas nocturnas proliferam e, deste modo, o projecto tem mais hipóteses de ser bem-sucedido. Pode até dar-se o caso de as corujas procriarem mais do que uma vez por ano. Por esse motivo, as corujas-das-torres constituem um im-

Momento da instalação

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portante aliado no controlo de pragas, enquanto “raticida” natural, sendo uma excelente alternativa ao uso de venenos, que acabam por matar não apenas os ratos, mas todos os outros animais que se alimentam dos ratos envenenados. As corujas são, portanto, uma mais-valia para os agricultores, não apresentando qualquer impacto negativo para as suas culturas. Com a Primavera à porta, significa que a época de reprodução começará em breve e, por isso, há que preparar o ninho e fazer figas para que tudo corra bem! O grupo deseja que a caixa-ninho seja ocupada com sucesso e que mais agricultores batalhenses venham a aderir a esta iniciativa!

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eclesial

Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2022

. palavra dopároco .

Missa e convívio na paróquia

Seminário veio à Batalha

P. Armindo Castelão Ferreira Batalha e Reguengo do Fetal armindo.ferreira3@gmail.com

estas e com o seu clero. Mas a nós não são pedidos frutos, a nós é pedido que semeemos. E quando a sementeira é da Palavra, dará sempre fruto. Não sabemos quando, mas sabemos que a Palavra é “como a água da chuva: vem do céu à terra e não volta para o céu sem ter fecundado a terra”. 2 – Ficará no nosso espírito e para o futuro o empenho em dar orientação pastoral com os temas pastorais por biénios. Ao publicar em cada biénio um opúsculo sobre o tema, fez doutrina, animou os grupos de reflexão e estudo e oração. Sabemos que estes foram utilizados e estudados e seguidos, não só pelos diocesanos de Leiria-Fátima, mas também de muitas outras dioceses. Mostrou que o caminho da evangelização era a Palavra. A sua preocupação era semear. Assim claramente o vemos nos temas de cada biénio e no estímulo ao Retiro Popular em cada Quaresma. Estamos à espera de uma publicação dos seus escritos que nos darão possibilidade de estudar e tirar proveito do seu estudo, da sua sabedoria e da sua reflexão teológico-pastoral. Que o Senhor Jesus o acompanhe com a sua Graça, o livre de todos os males. Possa viver a sua nova vida com ânimo, força e sobretudo com a paz interior e a consciência do dever cumprido. Muito obrigado, Senhor D. António Marto, nosso querido bispo e amigo! Quem vem suceder? É o D. José de Ornelas Carvalho. Nasceu em 5 de Janeiro de 1954, em Porto da Cruz, Madeira, foi ordenado bispo em 25 de Outubro de 2015 em Setúbal, onde foi bispo até ao presente. Pertence à Congregação do Sagrado Coração de Jesus, onde foi Superior-Geral. Lema episcopal: “O Filho do Homem veio para servir e dar a vida”. Livro: “Caminho de morte destino de vida: o projecto do Filho do Homem e dos seus discípulos à luz de Mc 8, 27 - 9, 1”. Rezamos pelo nosso novo bispo, D. José Ornelas, e fazemos votos de que possa sentir-se sempre em família na nossa diocese e querido, amado e compreendido como nosso pastor e guia.

No domingo 6 de Fevereiro, os alunos do 2.º ano do Seminário Maior de Cristo Rei-Olivais, do Patriarcado de Lisboa, esteve de visita à paróquia da Batalha. “Pudemos participar na missa dominical, aí tivemos a oportunidade de acolitar e integrar o coro, permitindo à comunidade conhecer melhor os seminaristas e perceber que Jesus continua a chamar rapazes

para a missão na sua Igreja”, conta Miguel Francisco, seminarista da Diocese de Leiria-Fátima, que integra este grupo. Após a Eucaristia, realizou-se um almoço com os padres Armindo e Tiago e os acólitos da paróquia, “onde pudemos, além de saciar a fome, escutar um breve testemunho de como é ser padre, tendo presente os desafios da

actualidade e como foi o seu caminho até esse momento”. Por fim, guiados por Júlio Órfão, ex-director do Mosteiro, o grupo fez uma visita ao monumento. “Continuamos a rezar por esta paróquia, para que o Senhor continue a fortalecê-la e a guiá-la nos seus caminhos, pedindo ainda o dom das vocações sacerdotais que tanto precisamos”, refere no “Ecos” aquele seminarista.

Dias 11 a 13 de Junho de 2022

Festa da Santíssima Trindade A paróquia da Batalha está a preparar o regresso da secular Festa da Santíssima Trindade, a ocorrer nos dias 11 e 12 de Junho deste ano. Espera-se que, por essa altura, sejam já poucas as restrições caudadas pela pandemia…

LMF

No ano de 2021, pediu ao Santo Padre que o dispensasse da missão episcopal na nossa diocese. Motivos de saúde sensibilizaram o Papa Francisco para a situação e agora nomeou para o substituir na missão episcopal da Diocese o até agora bispo de Setúbal e presidente da Conferência Episcopal, D. José Ornelas de Carvalho. D. António Marto foi nomeado Bispo de Leiria-Fátima em 22 de Abril de 2006 e tomou posse em 25 de Junho do mesmo ano. Desde o início da sua missão deu um grande sinal de afecto e carinho pelas crianças, a quem chamava “os meus amiguitos e amiguitas”. Aos seus “amiguitos” escreveu uma carta e em cada celebração não esquecia uma palavra de saudação e amizade a estes. Na minha memória de padre e diocesano ficará essencialmente: 1 – A visita pastoral. Fez a todas as paróquias da Diocese. Fê-la com dedicação, interesse e espírito missionário. Reconheço que foi um momento em que se manifestou nas paróquias aquilo que o Papa Francisco com tanta insistência pede: “uma Igreja em saída”. Foram encontros com forças vivas das paróquias, tanto religiosas como civis. Religiosas: cada comunidade à volta das igrejas, paroquiais e não paroquiais, com os seus movimentos e serviços. Encontro com crianças das catequeses, adolescentes, jovens e adultos. Civis: autoridades civis, membros das autarquias, associações desportivas e culturais e com o mundo empresarial. Numa das assembleias da paróquia com autarcas e associações civis, dizia um presidente de junta da freguesia: “já era o tempo de estarmos de costas voltadas”… Sendo tão exigentes para o Senhor D. António e para as comunidades, posso dizer que foram importantes para as comunidades religiosas: olharam para si mesmas, reconheceram o que eram para se darem a conhecer. Deram-se a conhecer ao seu pastor e melhor conheceram este. Não sei se depois tiveram o devido reflexo nas vidas das paróquias e na relação destas com o Bispo e do Bispo com

DR

O nosso bispo D. António Marto está de saída da Diocese

Para organização destes festejos, era habitual ultimamente convocar os paroquianos que completavam nesse ano os 50 anos de idade. Desta vez, como não houve festa em 2020 e 2021, o pároco está a convidar todos nas-

cidos em 1970, 1971 e 1972. Já houve alguns encontros de preparação e o próximo será no dia 26 de Fevereiro, sábado, às 21h00. Todos os “cinquentões” destes três anos que queiram juntar-se serão bem-vindos.

Esperamos voltar a ter esta imagem este ano...

Contributo Paroquial (Pensão Paroquial) O Fundo Económico Paroquial da Batalha tem uma despesa mensal habitual de cerca de 2.500: nomeadamente com ordenados (sacerdotes, empregada doméstica, empregadas de limpeza), com água, luz, internet, telefone e manutenção dos imóveis. Para pagamento desta despesa conta só com o contributo dos paroquianos: pelo contributo paroquial das famílias, pelo folar por ocasião da Páscoa e pelas ofertas feitas

por ocasião das celebrações. Nem o Estado Português, nem qualquer outra instituição oficial dá qualquer contributo. As famílias que queiram dar o seu contributo poderão fazê-lo utilizando o envelope que se encontra à saída da igreja. Podem colocar no ofertório da missa ou entregar à comissão de qualquer das igrejas da paróquia. Do “Ecos do Domingo”


eclesial

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Exposição no NewsMuseum em Sintra

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Exposição em Sintra assinala os 100 anos da “Voz da Fátima”

Tomada de posse a 13 de Março

D. José Ornelas Carvalho é o novo bispo diocesano No passado dia 28 de Janeiro, o Papa Francisco nomeou D. José Ornelas Carvalho, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), como bispo de Leiria-Fátima, sucedendo no cargo ao cardeal D. António Marto, que apresentou a sua renúncia por estar a chegar aos 75 anos, idade limite para o cargo. Este será o sexto bispo da Diocese de Leiria-Fátima desde a sua restauração, em 1918, sucedendo a D. José Alves Correia da Silva, D. João Pereira Venâncio, D. Alberto Cosme do Amaral, D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva e, desde Junho de 2006, D. António Marto. A tomada de posse será a 13 de Março, pelas 16h00, na Catedral de Leiria. O novo bispo chegará com D. António Marto e será saudado pelos fiéis à entrada da Sé. Depois de lida a carta de nomeação pelo Papa, será assinada a acta que regista o acto e D. José Ornelas irá sentar-se na sua cátedra, presidindo à primeira Missa como bispo diocesano. No final, haverá uma sessão de cumprimentos por quem de-

sejar fazê-lo, com as limitações habituais no contexto de pandemia que ainda vigorarem. A celebração será transmitida pela “Canção Nova”.

Quem é o novo bispo

Nascido a 5 de Janeiro de 1954, no Porto da Cruz (Madeira), José Ornelas Carvalho fez a sua formação religiosa na Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos) e foi ordenado padre na sua terra natal, a 9 de Agosto de 1981. Especialista em Ciências Bíblicas, com o grau de doutor em Teologia Bíblica pela Universidade Católica Portuguesa, foi docente desta instituição académica entre 1983-1992 e 1997-2003. Foi superior da Província Portuguesa dos Dehonianos de 2000 a 2003 e, depois, seu superior geral, até Junho de 2015. Após estes mandatos, tinha sido indigitado, a seu pedido, para uma missão em África, mas o Papa Francisco nomeou-o bispo de Setúbal, a 24 de Agosto de 2015, tendo a

ordenação episcopal ocorrido a 25 de Outubro desse ano, na Catedral da diocese sadina, onde tomou posse. Em Junho de 2020 foi eleito presidente da CEP.

Despedida de D. António Marto

No domingo anterior, 6 de Março, a Sé de Leiria acolhe, pelas 16h00, uma celebração eucarística de acção de graças e despedida de D. António Marto como bispo diocesano. No final da Missa, decorrerá a apresentação de um livro que recolhe as suas cartas pastorais e outros escritos e pronunciamentos, ao longo do ministério em Leiria-Fátima, com o título “Cardeal D. António Marto: Teólogo e Pastor”. Após a celebração, o agora bispo emérito receberá os cumprimentos das pessoas que o desejarem fazer e seguirá para o Seminário Diocesano, onde terá um jantar de confraternização com o clero. Segundo nota da Diocese, D. António Marto passará a residir no Santuário de Fátima.

“Voz da Fátima: 100 anos a contar a história de uma mensagem em Portugal e no mundo” é o mote para a exposição inaugurada no dia 10 de Fevereiro no NewsMuseum, em Sintra. A mostra insere-se no âmbito das comemorações do centenário deste jornal, o mais antigo projecto de comunicação do Santuário de Fátima, parceiro nesta mostra. “Desde a primeira publicação, a 13 de Outubro de 1922, o jornal “Voz da Fátima” destinou-se a divulgar os fenómenos e acontecimentos de Fátima. Tornou-se um meio de comunicação fundamental não só para comunicar com os fiéis, mas também para difundir Fátima como o Altar do Mundo. É um periódico centenário de referência na imprensa nacional, que, com tiragem superior aos 72 mil exemplares, continua a ser o jornal católico

de maior tiragem e expansão no território nacional e por todo o mundo. Através de um formato audiovisual, o visitante poderá acompanhar, pelo olhar do “Voz da Fátima”, as preocupações de Portugal e do mundo em cada época, desde a 2.ª Guerra Mundial, à Guerra Fria ou à Revolução de Abril. Aberto todos os dias, das 10h00 às 18h30, o NewsMuseum é um entretenimento inteligente, interactivo e tecnicamente avançado dedicado ao Jornalismo, Media e Comunicação. Em mais de 25 módulos temáticos são recordados episódios da história de Portugal e do Mundo através da sua cobertura jornalística, sempre numa abordagem interactiva que permite ao visitante não só ver como também participar nas estórias. Info: newsmuseum.pt


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cultura

Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2022

“Fósseis do Mesozóico” no Turismo

Invertebrados em exposição Está patente até 22 de Fevereiro, no Posto de Turismo da Batalha a exposição de invertebrados “Fósseis do Mesozóico”. A mostra exibe uma selecção de fósseis marinhos da Era Mesozóica (250 – 65 milhões de anos),

da vasta colecção reunida por Rui Louro, oriundo do concelho da Batalha, fruto de buscas efectuadas na região ao longo de vários anos. A exposição pode ser visitada diariamente das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00.

16.ª Edição do “Teatremos”

Festival de Teatro em Porto de Mós A 16.ª Edição do “Teatremos” - Festival de Teatro de Porto de Mós está de regresso aos palcos. No próximo dia 12 de Março terá lugar a primeira peça, “Femi quê?”, pelas 21h30, no Cineteatro da vila, protagonizada pelo TEATR’AMBU - Grupo de Teatro de São Jorge. O festival terá continuidade às sextas-feiras, sábados e domingos desse mês, levando a cena peças apresentadas pelos grupos de teatro locais,

Temporada de 2022

Concertos para Bebés Após um 2021 ainda diferente para o sector dos espectáculos, os Concertos para Bebés iniciaram já em Janeiro o seu calendário de apresentações para este ano, que ganha destaque com regressos ao Algarve e ao País Basco. Ao todo, serão 11 programas distintos apresentados nas salas nacionais ao longo de 2022,

mantendo residência no Teatro Miguel Franco, em Leiria, cidade natal do projecto. A programação regular dos espectáculos focados nos bebés dos zero aos três anos de idade segue, também, com programação regular em Coimbra (Convento São Francisco), na Marinha Grande (Teatro Stephens) e regressa

ao Algarve, a convite do Cine-Teatro Louletano. E houve internacionalização já neste mês, na programação da Orquestra Sinfónica de Bilbao. O próximo concerto em Leiria será a 6 de Março, às 10h00 e às 11h30, “Gatinhar de pincel”, com Inesa Markava e Ana Bonifácio (bailarina e artista plástica).

Centro EUSOUDIGITAL na NERLEI

dando, assim, a conhecer o seu trabalho, e ainda por um grupo convidado, o ARTE AGORA – Grupo de Teatro de Ferreira do Zêzere, que apresentará a peça “Como a família é verdade”. O objectivo do festival é promover o acesso gratuito à cultura e à arte, estimulando o público a assistir e participar de forma activa na vida cultural do território. Info: municipio-portodemos.pt

. museudetodos .

Museu da Comunidade Concelhia da Batalha

Iniciar adultos na internet A NERLEI – Associação Empresarial da Região de Leiria celebrou um protocolo para acolher e dinamizar um Centro EUSOUDIGITAL na sua sede, em Leiria. O projecto visa instalar 1500 centros em todo o País, para capacitar adultos para o primeiro uso da internet, com acompanhamento por mentores em contexto familiar ou em locais de proximidade na comunidade, como juntas de freguesia,

escolas, lares, entre outros. Os principais destinatários são todos os cidadãos a partir dos 45 anos de idade que nunca usaram a internet e que pretendem começar a fazê-lo, seja porque precisam de se adaptar a novas realidades de emprego, para aceder a serviços do Estado e das empresas, ou apenas para combater a solidão. Podem voluntariar-se para mentores deste projecto os

maiores de 18 anos que estejam familiarizados com o mundo digital e com vontade de ensinar o que sabem de ajudar a comunidade, bem como ganhar competências e enriquecer o seu currículo. Uns e outros podem inscrever-se em eusoudigital.pt, através da linha gratuita 800 210 397, ou directamente na NERLEI, através do telefone 244 890 200.

Segredos e curiosidades sobre a História e o Património da Batalha • 1

Mosteiro da Batalha recebeu a rainha de Inglaterra há 65 anos No dia 18 de Fevereiro de 1957, há 65 anos, a Batalha acolheu a rainha Isabel II de Inglaterra e o seu marido Filipe, Duque de Edimburgo, no âmbito da sua primeira visita oficial ao nosso país. O governo português não poupou gastos para receber a rainha que tinha, então, trinta anos de idade. Banquetes, desfiles pomposos, ofertas generosas, espectáculos de ópera, estadia luxuosa no Palácio de Queluz, fogo de artifício e a construção de sanitários novos nos monumentos visitados foram alguns dos preparativos para a aparatosa recepção. A visita durou quatro dias e passou por Lisboa, Caldas da Rainha, Nazaré, Alcobaça, Batalha e Vila Franca de Xira. Ao início da tarde de 18 de Fevereiro de 1957, Isabel II chegou à Batalha, onde foi aclamada por uma multidão de pessoas vindas de toda a região. Para a receber encontrava-se um pelotão da Infantaria N.º 7 de Leiria e outros militares, o Ministro da Defesa Nacional, Coronel Fernando Santos Costa, e oficiais combatentes da I Guerra Mundial. A rainha entrou pela porta principal da Igreja do monumento, deslocando-se para o Claustro Real, onde prestou homenagem ao Soldado Desconhecido, oferecendo

uma coroa de louros e papoilas, enquanto se ouvia a Marcha de Continência, protagonizada pela fanfarra do Exército. Esta oferta está em exposição no Museu das Oferendas ao Soldado Desconhecido, antigo Refeitório dos Frades, junto de uma

fotografia que retrata a presença da rainha no monumento. Por fim, Isabel II visitou a Capela do Fundador e os Túmulos de D. João I e D. Filipa de Lencastre. Embora apenas tenha permanecido escassas horas na Batalha, a vinda da rai-

nha terá sido organizada ao pormenor. Nas escolas, as crianças foram instruídas com o hino britânico “God Save the Queen” para o ecoarem quando a rainha passasse diante delas. No mosteiro, atendendo à falta de sanitários em bom estado para uma possível e digna utilização da rainha, foi construído um pequeno compartimento com uma retrete no interior da Sacristia da Igreja do Mosteiro (antiga Casa da Prata dos Frades Dominicanos). Alguns relatos indicam que tal construção não terá sido inaugurada por Isabel II. Recorde esta visita, que celebra este ano 65 anos, e conheça a coroa de flores de papoilas e folhas de loureiro, oferecida pela rainha de Inglaterra, no Museu das Oferendas ao Soldado Desconhecido, no Mosteiro da Batalha. E não deixe de visitar também o Museu da Comunidade Concelhia da Batalha para saber mais curiosidades sobre a nossa história e o nosso património. O museu abre de quarta-feira a domingo, das 10h00 às 14h00 e das 15h00 às 18h00. Siga-nos através das redes sociais (Facebook: MCCB – O museu de todos) e acompanhe as nossas actividades.


cultura • 11

Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2022

Ao encontro do território e dos cidadãos “Este é o momento em que se materializam intenções, se definem eixos de acção e se comprovam as bases de sustentabilidade desta candidatura. O momento em que se diz, orgulhosamente, “somos candidatos”. As palavras do coordenador do grupo executivo da Rede Cultura 2027, Paulo Lameiro, marcam a chegada do momento eliminatório de pré-selecção antes da decisão final, com a defesa da candidatura de Leiria a Capital Europeia da Cultura 2027, a acontecer entre os dias 7, 8 e 9 de Março, em Lisboa. No sentido de envolver o território e todos os habitantes na mensagem da candidatura – “Curate the Commons/Curar

DR

Cultura 2027: “curar o comum”

o Comum” – arrancou uma campanha de comunicação que divulga o mote da candidatura e aponta para os seus eixos essenciais. A campanha acompanha a fase de avaliação e defesa do “bidbook” ao longo de um mês, lançando vários temas.

Partindo deste mote, a campanha desdobra o seu significado e os temas centrais da candidatura em diferentes mensagens, cruzando os meios tradicionais locais com os meios digitais, que inclui mupis, cubos, outdoors, cam-

Agenda cultural • Leiria Cultura 2027

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panha digital, imprensa local, rádio local, autocarros e peças de comunicação exterior. “Esta é uma candidatura de escuta e auscultação do território. Esta é uma candidatura feita em rede, plural, inclusiva, a candidatura de um território de encontro, que acolhe, cuida, cura. Esta é uma candidatura que parte de um património cultural, natural e humano único para afirmar uma Europa participativa, diversa e sustentável. Este é um território capaz de ser protótipo de uma ideia de Europa, o território onde o Menino do Lapedo nos ensinou que neandertais e sapiens coabitaram e criaram juntos”, conclui Paulo Lameiro.

Filmes de 3 minutos com telemóvel

Captar património imaterial Arrancou a segunda edição do concurso “Gentes e Lugares” da Rede Cultura, para crianças e jovens dos 3 aos 18 anos. Depois de, em 2021, terem olhado para as pessoas, em 2022 o desafio é: Captar património imaterial, com telemóvel, em filmes de 3 minutos. Paralelamente ao concurso, haverá módulos activos com alunos e professores de exploração dos patrimónios imateriais da nossa rede. À semelhança da primeira edição, em que participaram 77 turmas de 47 escolas, o concurso integra um programa de formação acreditada para professores na área dos conteúdos. São esperados mais de 150 filmes no final do projecto, em Junho de 2022. Em cada um dos 26 concelhos serão elaborados ao longo do ano lectivo concursos locais de 4 escalões: pré-escolar, primeiro ciclo, segundo e terceiro ciclos, e secundário. Realizado em 3 fases, pré-eliminatória (em cada agrupamento), eliminatória (em cada concelho) e numa grande final (Rede Cultura 2027), a ter lugar no dia 1 de Junho de 2022.


sociedade

Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2022

Mais de 120 mil euros atribuídos

António Lucas preside

Câmara vai ter “Conselho Consultivo” A promessa do Movimento Independente Batalha é de Todos na campanha eleitoral vai cumprir-se, com a constituição de um “Conselho Consultivo”, com a função de “apoiar o executivo da Câmara da Batalha na concretização de políticas e estratégias de desenvolvimento orientadas para o interesse dos batalhenses, com projectos que verdadeiramente sejam alicerce de futuro”. Segundo comunicado do Movimento, foi já decidido que presidirá a este conselho António Lucas, que presidiu à Câmara, entre 1998 a 2013, e à Assembleia Municipal, de 2013 a 2017. “Aceitei este honroso convite porque acredito con-

victamente que o Conselho Consultivo pode contribuir para aproximar a Câmara Municipal dos munícipes e servir como órgão de apoio e de consulta para uma governação mais próxima das pessoas”, aponta o indigitado. Em reunião já efectuada com autarcas e outros munícipes, foram definidas as principais áreas de actuação sobre as quais o Conselho Consultivo se vai debruçar e que incluem a acção social, a economia, o ambiente, a educação, a saúde, a juventude e a cultura. Para tal, terá reuniões trimestrais e contará com a colaboração de “diversas personalidades da sociedade civil”.

Apoio às famílias e empresas

Fiscalidade reduzida Foi aprovada em Assembleia Municipal a manutenção da taxa de IMI de 0,8% para prédios rústicos e de 0,3% para prédios urbanos a cobrar em 2022. No que se refere à Derrama, serão também mantidas as taxas actualmente em vigor, designadamente, de 0,95 % para microempresas cujo volume de negócios seja inferior a 150.000 euros e uma taxa de 1,2 % sobre os restantes sujeitos passivos de IRC. Segundo o presidente da Câmara, Raul Castro, estas são “importantes medidas de apoio à economia, ao estímulo ao emprego e à fixação de pessoas e empresas no

território concelhio”. Ainda quanto ao IMI, as famílias do Concelho terão deduções fixas, conforme o número de dependentes do agregado: 20 euros com um, 40 euros com dois e 70 euros com três ou mais, desde que o imóvel seja habitação própria e permanente. A deliberação, aprovada por unanimidade, contempla outras isenções, como os edifícios urbanos que venham a ser reabilitados, e também majorações para prédios urbanos degradados ou em ruínas e para os rústicos com áreas florestais em estado de abandono.

Câmara apoia associações Na sessão protocolar, Raul Castro, presidente do Município, enalteceu o papel das associações e do trabalho que realizam nas suas mais diversas áreas de actuação e referiu que este programa de apoios será, entretanto, alterado “com o intuito de

A Câmara da Batalha outorgou com as associações do concelho a atribuição de cerca de 23 mil euros para actividades regulares e 86 mil euros para investimento, referentes às candidaturas submetidas ao Programa de Apoio ao Associativismo em 2021.

tipificar, com maior exactidão e critérios tangíveis, os apoios a conceder pelo Município”. Para tal, convidou as associações a enviar contributos e propostas para “enriquecer o novo documento”.

Plano Municipal em discussão pública até Março

Defesa contra incêndios na floresta entidades ao nível da prevenção, sensibilização, vigilância, detecção e supressão no âmbito da defesa da floresta contra incêndios. É de carácter obrigatório e a sua elaboração deve ser sustentada nas características específicas do território, nomeadamente as decorrentes da sua natureza urbana, periurbana ou rural e das funções dominantes

Foi apresentado aos presidentes de Junta de Freguesia e membros do executivo, no passado dia 11 de Fevereiro o Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI) 2021/2030, que se encontra em discussão pública até ao dia 1 de Março. O documento destaca o planeamento integrado das intervenções das diferentes

desempenhadas pelos espaços florestais. Os interessados poderão participar na discussão pública através da consulta dos documentos que se encontram em cm-batalha.pt/areas-de-intervencao/gabinete-tecnico-florestal/pmdfci e utilizando o requerimento aí disponível, bem como pelo telefone 244 769 110.

Valorlis dinamiza acção

“Mercado a Reciclar” A Valorlis, em colaboração com o Município da Batalha e com o apoio da Sociedade Ponto Verde, dinamizou a acção “Mercado a Reciclar”, no mercado semanal da vila, onde uma equipa esteve a sensibilizar e motivar os comerciantes para a correcta separação dos recicláveis e o seu encaminhamento para os ecopontos disponibilizados. Nesta acção, a empresa pretende minimizar o impacto resultante do mercado, promovendo o correcto encaminhamento dos resíduos recicláveis produzidos, também por dotação de equipamentos

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Acção no mercado da Batalha

para deposição selectiva naquele espaço. Após monitorização da iniciativa, a Valorlis pretende atribuir o galardão de “Mercado a Reciclar” aos mercados aderentes, que se destaquem pelo compromisso de redução do impacte ambiental, promovendo a

gestão adequada dos resíduos. Esta campanha surge na dinâmica de proximidade da Valorlis com os seus municípios na resolução de problemas comuns e contribui para uma cidadania activa no domínio do desenvolvimento sustentável.

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sociedade • 13

Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2022

PSD vota contra e IL queria menos impostos

A Assembleia Municipal da Batalha aprovou, no passado dia 20 de Dezembro, o orçamento para o ano de 2022, a rondar os 17,2 milhões de euros. Um orçamento “ainda muito condicionado pela pandemia e pelo cumprimento de compromissos assumidos pelo anterior executivo”, sublinhou Raul Castro, presidente da autarquia. As prioridades de investimento serão as áreas da educação, acção social e apoio ao associativismo, bem como as infra-estruturas, como a manutenção das redes de água e de saneamento, melhoria da eficiência energética e construção de alguns equipamentos tendentes à coesão social e territorial. Na sessão, o presidente da autarquia informou que “este é ainda um tempo de levantamento da situação”, relativamente à herança de tesouraria do mandato anterior, indicando a taxa de execução de 67%

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Batalha aprova orçamento de 17 milhões para 2022

Orçamento passou com votos da maioria BTMI

em relação ao orçamento de 2021, com muitas obras ainda em curso, “umas a continuar e outras a precisar de análise mais cuidada dos respectivos contratos”. Quanto ao orçamento, aprovado por maioria pelos

deputado do Movimento Batalha é de Todos, contou com uma abstenção e 10 votos contra. A bancada do PSD justificou a posição como protesto pela imagem de má gestão financeira que tem sido passada pela Câmara em relação

Projecto vai responder a novas exigências A empreitada de requalificação da antiga Escola Primária Cândido da Encarnação, para a instalação da Casa do Mimo – Centro Lúdico e Ocupacional para Crianças e Jovens com Necessidades Especiais vai ser suspensa pela Câmara, com acordo do empreiteiro. Esta decisão resulta da constatação de que o projecto concebido e em execução, com um valor a rondar os 286 mil euros, não correspondia aos requisitos técnicos funcionais exigidos pela Segurança Social para a resposta de CACI – Centro de Actividades e Capacitação para a Inclusão, que vem substituir o CAO – Centro de Actividades Ocupacionais. O novo projecto, elaborado em articulação com a Casa do Mimo e cumprindo os requisitos técnicos exigidos, vai permitir celebrar o acordo de comodato entre o Município e esta IPSS e será submetido ao PRR neste mês de Fevereiro. A candidatura será ao abrigo de

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Sede da Casa do Mimo suspensa

Explosão em prédio de São Mamede

Gás causa destruição Uma explosão de gás, dia 12 de Fevereiro, provocou danos consideráveis em vários apartamentos de um prédio, em São Mamede, e ferimentos com alguma gravidade em dois moradores. Segundo nota da Câmara da Batalha, valeu “a pronta actuação dos Bombeiros Voluntários da Batalha que empenharam no local diversos

A antiga escola da Batalha

uma rubrica onde são elegíveis obras em espaços sociais, como será este Centro de Actividades e Capacitação para a Inclusão, apoiando intervenções como a remodelação, a ampliação e a adaptação das infra-estruturas com o intuito de promover a autonomia dos cidadãos e das famílias e a qualidade dos serviços prestados. O novo projecto a concretizar, que procede a uma ampliação considerável das áreas a edificar, possibilitará à Casa do Mimo acolher 25 utentes portadores de deficiência,

aos autarcas anteriores e por terem sido “abandonados alguns projectos prioritários nas áreas do ambiente, educação e saúde”, além da previsão de crescimento da despesa com salários superior a um milhão de euros em 4 anos, acusando

perspectivando também o crescimento sustentável desta instituição que se dedica a apoiar jovens portadores de deficiência e respectivas famílias. Ao optar por esta solução, “estamos a precaver o futuro da Casa do Mimo e o seu potencial de crescimento”, esclarece Raul Castro, presidente da Câmara da Batalha, que enaltece o trabalho que vem sendo desenvolvido por esta IPSS concelhia”.

ainda o executivo de “falta de diálogo” e de não ter aceitado as propostas de alteração previamente apresentadas. O deputado da Iniciativa Liberal fez diversas intervenções, sobretudo a reivindicar a redução de IMI, derrama e parte municipal do IRS, propostas que viu recusadas por “falta de cabimento financeiro”. Já depois da ordem do dia, em período aberto ao público, levantou alguma celeuma a recusa do presidente da Assembleia em dar a palavra ao presidente do PSD local, escudando-se no impedimento legal por ter o estatuto de vereador. Em comunicados emitidos posteriormente, tanto o PSD como o CDS defendem que a lei permite essa intervenção e acusam a actual maioria de “retrocesso democrático”, “abuso de poder” e desrespeito pela oposição, com “comportamento sem memória na política local”.

operacionais e viaturas, bem como a Junta de Freguesia de São Mamede”. O Serviço de Protecção Civil Municipal colaborou também na solução de alojamento das 21 pessoas que ficaram impedidas de voltar a suas casas, até que sejam avaliadas “as condições estruturais do prédio e aferir a segurança que o mesmo oferece”.

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sociedade

Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2022

Na Irlanda e na Eslovénia

Centro de testagem na Batalha

Alunos em estágios estrangeiros

Abrandamento de regras relativas à Covid-19 O Centro de Testagem à Covid-19, instalado na zona desportiva da vila da Batalha, vai manter-se em funcionamento nos próximos dias 19 e 26 de Fevereiro, centralizando neste local a testagem concelhia. Esta decisão prende-se com a reduzida afluência que os centros de testagem de Reguengo do Fetal, Golpilheira e São Mamede têm registado, bem como à resolução do Conselho de Ministros, que aprovou o levantamento da situação de calamidade em todo o território nacional continental, já a partir de 8 de Março.

No documento publicado, o Governo decreta o fim de algumas medidas implementadas, com destaque para o confinamento de contactos de risco, o teletrabalho, os limites de lotação em estabelecimentos, equipamentos e outros locais abertos ao público e a exigência de apresentação de certificado digital, salvo no controlo de fronteiras. A testagem ocorrerá aos sábados, das 09h00 às 12h30, mantendo-se inalterado o processo de inscrição, dirigido aos residentes do concelho, através da plataforma batalhaonlife.pt.

Calendário solidário

Sistema4 celebra 30.º aniversário em campanha contra violência doméstica Após mais de 16.000 trabalhos para mais de 1000 clientes, a Sistema4, agência de publicidade de Leiria fundada em 1992, está a comemorar o seu 30.º aniversário com uma palete de iniciativas que serão apresentadas ao longo deste ano. A primeira delas é o lançamento do seu já tradicional calendário de mesa com a novidade de se associar a uma causa social, nomeadamente, a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, em apoio ao projecto “Mulher Século XXI”. Cada página traz uma mensagem, seja sobre a violência doméstica contra as mulheres ou os homens, a violência no namoro, a violência contra os idosos ou a violência contra as crianças e jovens. Os resultados da venda revertem integralmente

Doze alunos do Ensino Profissional do Agrupamento de Escolas da Batalha (AEB) estão, por estes dias, a dar os primeiros passos da sua formação em contexto de trabalho (estágio curricular) na Irlanda (Dublin) e na Eslovénia (Maribor), ao abrigo do programa europeu Erasmus+. Os alunos, 9 do Curso Profissional de Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos e 3 do Curso Profissional de Técnico de Turismo, estão já a estagiar em empresas daqueles países, numa experiência que se espera enriquecedora a nível académico, profissional, cultural e linguístico. Os estudantes frequentam o último ano do seu curso profissional e foram seleccionados segundo critérios rigorosos. Nesta primeira semana, serão acompanhados por dois docentes do AEB, de modo a facilitar a respectiva integração

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O grupo em viagem

na vida local (transportes, alojamentos) e nas empresas. Apesar das dificuldades e restrições impostas pelo período de pandemia que atravessamos, este é já o terceiro ano em que estudantes do Ensino Profissional do AEB têm oportunidade de realizar os seus estágios no estrangeiro.

Para isto contribui o facto de o Ensino Profissional da Batalha ter recebido a certificação EQAVET, de o agrupamento ter a Acreditação Erasmus 20212027 e de desenvolver várias parcerias internacionais com outras escolas e instituições do Ensino Superior.

Resultados escolares de 2020/2021

Alunos da região ultrapassam metas para esta causa. Recordamos que a “Mulher Século XXI” – Associação de Desenvolvimento e Apoio às Mulheres é uma organização não governamental, reconhecida como Instituição de Utilidade Pública, de âmbito nacional, sediada em Leiria. Constituída em 2001, visa promover a igualdade de género e a cidadania, bem como prevenir e combater estes tipos de violência. Mais informações em mulherseculoxxi.com ou sistema4.pt.

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No âmbito do Plano Inovador de Combate ao Insucesso Escolar (PICIE) decorreu, no Teatro Miguel Franco, em Leiria, a apresentação pública dos resultados das intervenções das equipas multidisciplinares, no ano lectivo de 2020/2021. Uma equipa de investigadores da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra elaborou o relatório técnico de avaliação dos resultados da actividade “Leiria team «Sim, (juntos) somos mais capazes!» – Equipas Multidisciplinares”, no qual se destaca uma redução de 9,36% do número de insuficientes no

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1.º CEB, embora na área curricular da Matemática exista um aumento do número de menções de insuficiente, que se julga relacionado com o confinamento das crianças e o processo de aprendizagem online, motivados pela pandemia que estamos a viver, mas também pelas dificuldades das famílias no acompanhamento desta matéria. Relativamente à retenção efectiva, das 48 crianças em risco de retenção no 1.º período e das 38 crianças em risco de retenção no 3.º período, apenas 27 ficaram efectivamente retidas, o que representa um decréscimo de 29%, resultado que ultrapassaram

em 4% a meta estabelecida em sede de candidatura pela CIMRL (redução de 25% da taxa de retenção e desistência nos anos curriculares abrangidos). O PICIE, implementado desde 2017 pela Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria, em parceria com os 10 municípios associados, define-se como um programa integrado de intervenção comunitária, orientado para prevenir o insucesso escolar e promover a qualidade das aprendizagens das crianças a frequentarem o ensino pré-escolar e o 1º CEB. Este projecto mobiliza um total de cerca de 13.131 crianças e alunos.

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AGENTE PRINCIPAL


Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2022

infantil • 15

Jardim-de-Infância da Golpilheira

Olá a todos! Ora vejam lá tantas coisas bonitas que fizemos!


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desporto

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Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2022

Batalha integra rede

O reconhecimento do trabalho que a Câmara da Batalha tem vindo a desenvolver quanto ao fomento e promoção do desporto, nomeadamente através de parcerias e dos apoios às associações, bem como na aposta da requalificação dos equipamentos desportivos municipais, motivaram a adesão da autarquia à rede de Municípios Amigos do Desporto. O programa “Município Amigo do Desporto”, que integra presentemente cerca de 170 municípios, é promovido pela plataforma Cidade Social e conta com o apoio institucional da Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, da Associação Portuguesa de Gestão do Desporto, da Direcção Geral

DR

Rede de Municípios Amigos do Desporto

Momento protocolar

da Saúde, entre outras entidades. “O reconhecimento da Batalha como Município Amigo do Desporto constitui um importante reforço nas responsabilidades que a autarquia atribui ao desporto e às associações concelhias”, destaca Raul Castro, presidente da Câmara da Batalha. “A adesão a este programa permitirá reforçar, ainda no decorrer deste ano, várias iniciativas ligadas à formação dos agentes desportivos concelhios, mas também

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Zelamos pela sua segurança!

à partilha de boas práticas quanto a actividades a desenvolver, tendo por base o desenvolvimento desportivo”, concretiza. No processo de decisão de atribuição deste título, cujo protocolo compreende o quadriénio 2022-2025, são analisadas uma dezena de áreas que incluem aspectos como a organização desportiva e os eventos, as instalações, os programas disponíveis, o desporto solidário e a concretização de parcerias pelos municípios.


desporto • 17

Fotos: JF

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Futsal Feminino Sénior

A luta continua, até ao fim As “Golpilhas” terminaram 2021 sem sorte. Na última jornada do ano, CR Golpilheira 0 / Santa Luzia 1, foi um autogolo já na parte final do jogo a determinar que os três pontos iriam para Viana do Castelo. Mas a divisão de pontos estaria mais de acordo com o que se passou na quadra. Neste ano de 2022, a equipa sénior foi a primeira a entrar em acção, a 8 de Janeiro, 15.ª jornada, no Pavilhão da Luz, para defrontar o SL Benfica 4 / CR Golpilheira 1. As Golpilhas ainda chegaram a assustar as Lisboetas, quando, ao intervalo, o resultado estava 1-1. Mas o Benfica reentrou melhor, fez dois golos de rajada e foi gerindo até ao apito final. A 15 de Janeiro, recebemos na Golpilheira a equipa Águias de Santa Marta, vinda de Penafiel, para a 16.ª jornada. Foi um bom jogo de futsal, equilibrado até poucos minutos do final, onde o resultado desnivelou a favor da equipa visitante. Resultado final algo pesado, tendo em

conta o que se passou na quadra: CR Golpilheira 3 / Águias de S. Marta 7. A 23 de Janeiro, foi a vez da Taça de Portugal de Futsal Feminino. O sorteio ditou que as Golpilhas iriam medir forças com a AD Venda da Luísa 4 / CR Golpilheira 2. Em Condeixa, este foi um jogo onde ficou bem patente a falta de sorte/ eficácia que tem acompanhado esta equipa ao longo de muitos jogos esta época. Depois de várias perdidas flagrantes para marcar, eis que mais uma vez foi um autogolo a ditar o destino da eliminatória. Caricato, mas segue em frente a equipa que teve estrelinha. Depois da Taça de Portugal, segue o Campeonato Nacional da 1.ª Divisão, dia 30 de Janeiro, na 17.ª jornada, com deslocação a Torres Vedras para jogar com a equipa AD Arneiros 2 / CR Golpilheira 1. Este foi um jogo em que as Golpilhas mereciam outro resultado, mas não correu bem e foi já no último minuto que sofreram o golo que ditou

a derrota. Jogo de má memória, por várias condicionantes. De regresso a casa, as Golpilhas receberam e venceram a equipa do distrito de Braga, na 18.ª jornada realizada a 5 de Fevereiro: CR Golpilheira 5 / CD Tebosa 4. Foi um jogo equilibrado, onde a vitória podia ter caído para qualquer dos lados. Felizmente, desta vez, veio para a Golpilheira, que à 18.ª jornada é 13.ª classificada, com 6 pontos. Agenda das próximas jornadas: - 19/02 Deslocação a Lisboa para jogar a 19.ª jornada com Sporting CP, pavilhão João Rocha, 18h00; - 26/02 14.ª jornada (em atraso) CR Golpilheira / Quinta dos Lombos, na Golpilheira, às 18h30. O campeonato vai parar para trabalhos da selecção nacional, de 19 de Fevereiro a 2 de Abril, dia em que as Golpilhas se deslocam a Chaves para jogar com a equipa local a 20.ª jornada. Joaquim Ferraz

Futsal Feminino Júnior

Golpilhas juniores somam e seguem A s jov ens Golpilhas conquistaram o torneio de abertura da AF Leiria com brilhantismo, contando por vitórias todos os jogos realizados. A última jornada da competição realizou-se a 19 de Dezembro: AD Ribeira do Sirol 0 / CR Golpilheira 1. Embora pela margem mínima, foi uma vitória justíssima. Já teve início o Campeonato Distrital de Leiria de Juniores, com as seguintes equipas: CR Golpilheira, Ri-

beira do Sirol, CB Pombal, CP Ribafria e NS Pombal, as mesmas que participam também na Taça Distrital de Leiria. A 1.ª jornada, a 16 de Janeiro, resultou num CR Golpilheira 7 / Casa do Benfica de Pombal 0. Já na Taça Distrital, a pré-eliminatória ditou que as Golpilhas seguem em frente com goleada: CR Golpilheira 10 / NS Pombal 0. JF

Futsal Masculino Sénior

Ano a abrir melhor A equipa masculina do CRG, a disputar o Campeonato Distrital de Leiria de Futsal – 1.ª Divisão Série B, fechou o ano com uma derrota no Moitense 6 / CR Golpilheira 0. As coisas não estavam a sair bem à equipa, mas a entrada em 2022 trouxe melhores resultados: a 14 de Janeiro, o PUB

primeiro jogo do novo ano, 12.ª jornada, CRD Burinhosa B 1 / CR Golpilheira 1; a 23 de Janeiro, 13.ª jornada, CR Golpilheira 7 / Casal S. Mamede 1; a 9 de Fevereiro, 14.ª jornada, UD Serra 2 / CR Golpilheira 2; a 11 de Fevereiro, 15.ª jornada, CR Dom Fuas 3 / CR Golpilheira 4. JF PUB

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. crónicasdeviagem.8 João Miguel Silva / JoMi • instagram.com/joaombbsilva • Youtube: JoMi Silver

De mochila às costas pela Ásia: Hong Kong e Macau igrejas católicas. Um misto de cheiro a incenso no ar com frango de churrasco. Recomendo muito uma viagem a Hong Kong e Macau, dois mundos tão diferentes e tão parecidos, separados por 60 quilómetros de mar e unidos em terra pela grande China. Já sabem, se precisarem de dicas/ conselhos de viagem para este ou outros destinos, estarei sempre disponível a esclarecer e ajudar a planear! Obrigado e boas viagens!!!

Kong não é assim tão caro como dizem (à excepção dos imóveis, mas eu tive a sorte de conhecer uma rapariga de Hong Kong no Vietname e fiquei em casa dos pais dela, o que me permitiu poupar imenso dinheiro em alojamento). Hong Kong é também uma cópia de Londres, uma vez que, durante a colonização pelo Império Britânico, toda a construção feita em Londres era copiada lá, o que por vezes me levava a sentir que estava em zonas de Londres onde nunca tinha estado. Os sinais de trânsito, metro, autocarros e arquitectura de alguns edifícios são extremamente idênticos, só os caracteres chineses é que diferem. Fiz montes de caminhadas pelas selvas densas de Hong Kong, com templos gigante e fascinantes no topo das montanhas, javalis enormes e outros animais selvagens que vivem livres por aquelas encostas. Era fascinante como por vezes, em poucos quilómetros, a silenciosa e densa metrópole se desvanecia em floresta barulhenta e rica, cheia de plantas e animais únicos. Apenas a 1 hora de barco de distância está Macau, a famosa antiga colónia portuguesa, onde ainda se mantém muito da

cultura por nós lá deixada. Ao perder-me pelas ruas, dava a sensação de estar num bairro de Lisboa onde nunca tinha estado. As rotundas, placas de rua em mármore, edifícios e calçada em paralelo… é tão único que só quando viajamos para muitos países e chegamos ali é que percebemos como é linda a nossa cultura! Comi boa comida portuguesa: pastel de nata, bacalhau à Brás, favas com chouriço, pão de ló e moscatel de Setúbal em restaurantes com cachecóis de futebol pendurados, azulejos na parede e montras cheias de bolos... aquele som da máquina de café a bater duas vezes para limpar a borra é algo que só Portugal tem! Macau é também famoso pelos seus casinos e edifícios estupidamente colossais, muito luxo e ouro nesses distritos, com hotéis em que uma noite na suite pode custar 50 mil euros (sim, leram bem, 50 MIL EUROS POR NOITE), é outro nível de luxo. Será que vale mesmo a pena? Foi interessante passear pela zona dos casinos, é difícil de descrever a dimensão e ostentação, mas onde mais gostei de passear foi pelos bairros mais tradicionais onde misturam templos budistas com

Hong Kong - Mercados de rua

Hong Kong – Vendedor de carnes

Hong Kong - Street food deliciosa

Hong Kong - Noite iluminada

Macau – Favas num restaurante português

Macau – Casino “Grande Lisboa”

Macau – Ruas e rotundas “portuguesas”

Macau – Igreja e calçada portuguesa

Fotos do autor

Após 7 meses a viajar por terra, decido marcar um vôo e ir para Hong Kong, um dos locais que mais curiosidade tinha em visitar, não só pela arquitectura e gastronomia, mas também pela história e riqueza cultural do impacto das colonizações chinesa e britânica. Uma cidade fascinante, onde a fusão entre arranha-céus e montanhas acontece de forma quase natural. Uma cidade bem mais verde do que esperava (ainda bem) e que, apesar de ter praticamente a mesma população de Portugal (7,5 milhões) numa área 10 vezes menor (1100 km2), não existe a sensação de claustrofobia na rua. As ruas são largas, coloridas, silenciosas e organizadas, cheira a comida por todo o lado, a cor vermelha predomina e a minha vontade de lá ficar aumenta! Comi espetadas de polvo, sopas de órgãos de porco (sim, com estômago, fígado, intestino, pulmão, coração, rim e tudo mais), buns, muito arroz com pato estaladiço, gyosas, bubble tea, pão de ananás e mais sopas com noodles tão deliciosas que era difícil parar. Cada refeição custava entre 3 a 6 euros, snacks por apenas 1 euro ou menos, levou-me a concluir que Hong

Hong Kong - Templos no meio da montanha


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Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2022

.rumos&andanças. Márcio Lopes • Docente do IPLeiria marcio.c.lopes@ipleiria.pt

A história da floresta é indissociável do desenvolvimento da Humanidade. A relação ancestral do Homem com o mundo vegetal tem delimitado a existência da floresta a uma função predominantemente económica e de suporte da vida civilizacional. Desde a Revolução Neolítica (10.000–3.000 a.C.), com a transição do nomadismo para o sedentarismo, o domínio da agricultura e a domesticação dos animais, que a mão do Homem vem exigindo a desflorestação. É a partir do período da Baixa Idade Média (± ano 1000) que, com o crescimento demográfico e a consequente organização do espaço centrada na aldeia, se verifica uma acentuada redução da densidade arbórea na Europa. Do século XVI até ao século XIX, em função da construção naval, do desenvolvimento urbano, industrial e comercial, a procura intensiva por materiais lenhosos, sobretudo como fonte energética, agudizou o declínio da floresta. Em Portugal, no início do século XX, com um país predominantemente agrário, a área florestal representava apenas 18% do território. No entanto, durante o último século, o País inverteu o seu processo de desflorestação. De acordo com o 6.º Inventário Florestal Nacional (IFN6), realizado pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), em 2015 a floresta em Portugal ocupava 36% do solo, i.e., em aproximadamente 120 anos, o País duplicou a sua área

florestal, mas com uma tipologia incremental de monocultura, conforme a tabela abaixo: Ocupação do solo no País e na Região (2005-2015)

Apesar da floresta nacional ainda se manter autóctone (pinheiro-bravo e manso, sobreiro, azinheira, carvalhos e castanheiro – 65,2% da floresta), a leitura da tabela acima mostra-nos, de forma inequívoca, o incremento da eucaliptização ao serviço da indústria da pasta de papel, em detrimento do pinheiro-bravo. Na Região de Leiria (CIM), no decénio 2005-2015, a mancha florestal ainda é de pinheiro-bravo (não contempla os incêndios de 2017 no Pinhal de Leiria e no norte do Distrito), mas houve um processo de substituição simétrica, em que se perderam 13,7 mil hectares de pinheiro-bravo para a florestação de mais 14,4 mil hectares de eucalipto (Eucalyptus globulus Labill). No que diz respeito ao regime de propriedade, Portugal distingue-se dos outros países europeus por ter 98% da floresta nas mãos dos privados e apenas 2% sob a tutela do Estado. A actividade silvícola é desempenhada por cerca de 24 mil empresas das quais 86% é de reduzida dimensão (menos de 10 pessoas).

Portanto, sendo a floresta dominada pela propriedade privada, a gestão florestal do País acaba por ser acentuadamente orientada para a sua função mercantil e de maximização do lucro, sem ter em atenção a promoção da biodiversidade dos ecossistemas. A Mata Nacional de Leiria (MNL), com cerca de quase setecentos anos de existência, é uma das florestas plantadas mais antigas do mundo. Coloquialmente conhecida como Pinhal do Rei ou Pinhal de Leiria, a partir de 1910, com a implantação da República, passou a denominar-se de MNL. A Mata tem 342 talhões divididos por arruamentos de aceiros e arrifes. Cada talhão tem uma área de cerca de 32 ha e a sua numeração é feita de Leste para Oeste e de Norte para Sul. Tem 8,4 km de largura e 18,7 km de comprimento, totalizando uma área de 11.029 ha e que representa 61% da área total do concelho da Marinha Grande. Historicamente, a MNL é mono-específica de pinheiro-bravo (Pinus pinaster Aiton) introduzido no País nos séculos XII e XIII, apesar de haver estudos de genética molecular que revelam a presença do pinheiro-bravo em solo português desde há milénios. Inicialmente, a intensificação das sementeiras com D. Sancho II, D. Afonso III e D. Dinis tiveram como propósito duas funções da floresta: a função protectora contra a erosão eólica das dunas e a função económica no fornecimento de madeira

.templosdanossaterra. José Eusébio Médico veterinário

Esta igreja está situada na Faniqueira. É também chamada capela do Mosteiro da Visitação. Esta igreja foi construída nos anos 30 do século XX. Estas instalações foram doadas à Ordem da Visitação de Santa Maria, pela senhora D. Júlia Charters Crespo. Esta Ordem de Irmãs tinha vindo de Lisboa e estavam nas dominicanas. A fundação da Ordem da Visitação de Santa Maria foi em 1610.

Fotos do autor

Igreja do Mosteiro da Visitação

Foto do autor

A floresta e o Pinhal de Leiria

para a construção naval. Nos anos posteriores, já na segunda metade do século XVIII, a madeira do Pinhal foi utilizada como fonte energética na indústria vidreira e na produção de cal e, no século seguinte, inicia-se a extracção de resina. Portanto, a identidade histórica da MNL é predominantemente de exploração para fins económicos e expansionistas via marítima e de suporte ao desenvolvimento económico regional. No entanto, com a exploração intensiva que o Homem tem feito aos recursos naturais do Planeta, definindo uma proposta para uma nova era geológica chamada de Antropoceno, exige uma mudança de paradigma da função da floresta, tornando-a multifuncional. A multifuncionalidade da floresta, enquadrada na Estratégia Nacional para as Florestas (2014), na Resolução do Conselho de Ministros n.º 6-B/2015 e na Estratégia da União Europeia para a Biodiversidade 2020, deve ser promotora da biodiversidade e de uma função económica criadora de valor acrescentado, mas sustentável. Recentemente, o ICNF colocou em discussão pública um documento sobre o Plano de Gestão Florestal (PGF) da MNL.

Uma leitura atenta e crítica do documento indica divergências com as metas nacionais e europeias da biodiversidade, na medida em que o processo de reflorestação da MNL, que teve 86% da sua área ardida pelos incêndios de 2017, contempla 84% da mata com pinheiro-bravo com 1.250 árvores/ha. Estando a mata dividida em 342 talhões, o PGF prevê uma reflorestação da MNL com cerca de 11,6 milhões de pinheiros-bravos, perpetuando assim a ancestral função económica da mata. A MNL, coloquialmente conhecida como Pinhal de Leiria, tem uma forte ligação identitária com as populações dos concelhos adjacentes. Essa relação identitária deve ser reconhecida e exponenciada na função lúdica e de fruição da floresta. O PGF deveria contemplar espaços de maior convívio entre o Homem e a Natureza. Em linhas gerais, o PGF pretende regressar ao anterior modelo de gestão da MNL, concentrado no ICNF, em vez de uma governança que envolva as entidades de proximidade, tais como as autarquias, a CIM da Região de Leiria, as associações ambientalistas e a ciência, através do Instituto Politécnico de Leiria.


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temas

Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2022

.política.

.combatentes.

A saúde dos portugueses tem Futuro?

As prisões invisíveis

Coluna da responsabilidade do Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes

Inês Novo Enfermeira e simpatizante da Iniciativa Liberal

Acusam frequentemente os liberais de querer fazer negócio com a saúde e de adoptar um modelo americano, mas será mesmo isso que defendemos? Para nós, é indiscutível que o acesso aos cuidados de Saúde deve ser universal, efectivo e atempado, mas discutível que este seja prestado exclusivamente por entidades públicas. (Na verdade, o SNS já recorre a serviços privados para os meios complementares de diagnóstico, como as análises clínicas, entre outros). São amplamente conhecidos os problemas que o SNS enfrenta há anos, mesmo antes da pandemia, com listas de espera para consultas e cirurgias, desinvestimento nos cuidados de saúde primários, a falta de recursos humanos como os médicos de família, aumento das escusas de responsabilidade, emigração dos profissionais de saúde revelam. Como consequência, o desinvestimento, desorganização

e subfinanciamento do SNS têm levado muitos portugueses, que com os seus impostos já contribuem para o SNS, a ter de recorrer a serviços privados de saúde para terem acesso a cuidados de que precisam e que não obtiveram no serviço público. E continua a deixar-se desprotegido quem não tem possibilidade de recorrer a outros prestadores de cuidados. Então, o que defendem os liberais? Na nossa perspectiva, é urgente dar resposta às necessidades de saúde mais emergentes e que se têm agravado com a conjuntura actual. Entendemos que os cuidados de saúde podem ser prestados pelos serviços dos sectores públicos, privados ou sociais. Entendemos ser essencial que seja dada liberdade de escolha aos utentes, que estes tenham uma palavra a dizer sobre quem e onde lhes são prestados cuidados de Saúde. De forma a garantir que todos têm acesso aos cuidados

de saúde, independentemente da sua condição social e económica, consideramos ser imprescindível manter o financiamento público da saúde. Ao introduzir uma maior oferta de prestadores de cuidados e liberdade de escolha, consideramos que podem advir várias vantagens, como a redução das listas de espera, um incentivo à inovação, eficiência e qualidade, maior confiança na relação profissional/utente. Mas também vemos uma oportunidade de motivar, fixar e captar profissionais de saúde. É urgente repensar o serviço nacional de saúde e desmistificar a ideia de que a Saúde e serviço privado não são compatíveis com uma boa gestão dos nossos impostos. Acima de tudo, não nos importa se é público ou privado, o que interessa é dar resposta ao cidadão e não o deixar à espera de uma resposta.

.política.

André Sousa Presidente da JSD Batalha

Apenas 2% 1 - Num artigo do semanário Expresso, escrito por Yuval Noah Harari, famoso escritor israelita de obras como “Sapiens - História Breve da Humanidade” ou “21 Lições para o século XXI”, é referido que a neutralidade carbónica é atingível com um gasto entre os 2% a 3% da riqueza mundial produzida num ano (PIB global), baseado em estudos do Painel Intergovernamental sobre as alterações climáticas. Este valor seria despendido, sobretudo, na transformação dos principais sectores poluentes da economia mundial, como os transportes, a energia e a indústria alimentar. A título de exemplo, os governos mundiais gastaram no combate à pandemia, só nos primeiros 9 meses de 2020, o equivalente a 14% do PIB Mundial; os EUA esbanjaram 3,5% do PIB para “salvar” as instituições financeiras após a crise de 2008/2009; em 2020, os governos mundiais gastaram com as suas forças armadas 2,4% do PIB Global. Assim, parece-me evidente que o combate às alterações climáti-

ca e atingir a neutralidade carbónica, evitando assim o colapso do planeta terra, é claramente atingível. O principal problema e desafio da nossa geração é possível de resolver caso haja um consenso internacional na implementação de medidas justas e equilibradas, num processo liderado pelos governos, mas também com responsabilidade nas empresas e na sociedade civil. Para isso, não basta passar um cheque equivalente a 2% do PIB mundial, é preciso investir em novas tecnologias e infra-estruturas, incentivar as empresas e organizações a realizar a transição energética e sensibilizar as populações na adopção de comportamentos mais sustentáveis. Além disso, o processo de transição energética criará empregos, riqueza e um efeito multiplicador na economia mundial. 2 - A permanente tensão sobre a possibilidade de uma invasão da Rússia na Ucrânia tem marcado a agenda geopolítica mundial, processo esse em que ninguém é inocente.

Seja pelos interesses militares dos EUA na expansão da NATO, ou a tentativa de estacar a perca de influência do governo de Kremlin nos países do Leste europeu, um possível confronto militar traria enormes consequências negativas para a economia europeia e mundial, quando ainda recupera da económica, fruto da actual pandemia COVID-19 e da possível pressão inflacionista dos próximos tempos. Isto, sem mencionar as óbvias consequências para a Ucrânia, um dos países mais pobres da Europa e que tarda a entrar numa rota de desenvolvimento económico. Não podemos esquecer a China, na minha opinião, o principal beneficiário do aumento de tensão no Leste europeu, que assim “consegue” desviar as atenções sobre os sucessivos ataques à democracia e direitos em Taiwan. Não foi por acaso a reunião entre Vladimir Putin e Xi Jinping antes da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno…

A Convenção Europeia dos Direitos do Homem é a primeira convenção do Conselho da Europa e a pedra angular de todas as suas actividades. É seu objectivo promover a paz, os valores europeus, o bem-estar dos seus cidadãos e, assente nos valores invioláveis do ser humano, proteger o direito à vida, à segurança, à liberdade de pensamento e expressão, ao casamento e proibir a pena de morte, a discriminação e a escravidão. Foi adoptada em 1950 e entrou em vigor em 1953. A sua ratificação é um pré-requisito que todos os países que pretendem fazer parte da União Europeia têm de cumprir, e fazer os outros cumprir. Ficámos recentemente a saber, através de uma reportagem da prestigiada revista New Yorker (www. newyorker.com/magazine/2021/12/06/the-secretive-libyan-prisons-that-keep-migrants-out-of-europe), de 28 de Novembro de 2021, que Aliou Candé, um jovem de 28 anos, saiu da Guiné-Bissau a pedir boleia pelas estradas poeirentas de África, para tentar emigrar para a Europa. Chegou em Janeiro de 2020 a Marrocos e até queria vir para Portugal, onde tinha família. Pediram-lhe três mil euros para fazer a travessia por mar para o continente europeu. Ele que saíra da Guiné apenas com 600 euros no bolso. Quando soube que, na Líbia, se fazia a travessia mais barata, foi lá tentar a sorte, mas acabou por se meter num inferno que lhe custaria a vida. Foi capturado pela “Guarda Costeira da Líbia” e acabou numa cadeia local, onde seria abatido, na sequência de uma revolta de prisioneiros, na qual não estava envolvido. Uma prisão, entre 15 outras semelhantes, instaladas naquele país, gerida por milícias tribais (uma vez que não há um verdadeiro governo Líbio), que são pagas pela UE, através

de um Fundo Fiduciário de Emergência para África, que foi criado em Novembro de 2015, com o “intuito de combater as causas profundas das deslocações forçadas e da migração irregular e de contribuir para uma melhor gestão da migração. O orçamento geral do Fundo Fiduciário de Emergência da UE para África ascende a mais de 4,5 mil milhões de euros”. Uma parte deste fundo irá certamente para projectos de mérito, mas muitas verbas dessa fonte estão a ser usadas de forma corrupta. A reportagem relata, por exemplo, que em 2018 esse dinheiro foi entregue para satisfazer uma “lista de compras”, com presentes para as autoridades do Níger, que incluíam automóveis, aviões e helicópteros, em troca da promoção de políticas anti-imigrantes. Outra parte do dinheiro serviu para criar um centro de espionagem para a polícia secreta do Sudão. Parte pagou estas prisões e estas milícias na Líbia. Ora, a conclusão a que chegamos é a de que os dirigentes europeus têm na boca a defesa dos direitos humanos, mas, com estes actos, procuram apenas esconder (afastar) da Europa o problema das migrações. Naquelas prisões são praticadas as mais ignóbeis torturas, desde choques eléctricos, estupro de menores pelos guardas, extorsão de 500 dólares em troca da liberdade, venda de homens e mulheres para redes de trabalhos forçados. É toda uma panóplia de horrores, cuja ideia é criar um inferno na Líbia, da qual a UE lava as mãos, para dissuadir as pessoas de virem para a Europa. “Faz o que eu digo e não o que eu faço”, ou, como diz o povo em bom português, “pimenta no cu dos outros para mim é refresco”. Só que à mulher de César não basta sê-lo; também tem de parecê-lo.


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Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2022

.doleitor.

.saúde.

Aniversário de casamento de Isabel e José Guerra

Lena Ribeiro

O casamento foi a 29 de Dezembro de 1979. No mesmo dia, 42 anos depois, houve festa, com um jantar de familiares e amigos no Restaurante Etnográfico da Golpilheira. Os “noivos” eram Isabel Maria da Silva Correia Guerra e José Manuel Matos Guerra, que tomaram o centro

das atenções com os dois filhos, Gustavo e João Carlos. Um dos motivos da festa foi, também, a apresentação da esposa do primeiro, casados há cinco meses (ao centro da foto), que, por serem emigrantes, ainda não tinha conhecido a família. A todos desejamos muitas felicidades!

Os noivos com filhos e noras

.impressões. Por Luísa M. Monteiro Lisboa Cliché». Já tinha o livro, de Daniel Blaufuks — devo tê-lo adquirido, sem exagero o digo, no dia ou no dia a seguir em que foi posto à venda; há uns meses, portanto; talvez já no final do Verão. Gosto muito do trabalho de Blaufuks; a forma como ele trata a memória, a memória que tem de si e principalmente a memória (que tem) dos seus; aquela busca incessante pelas raízes, pelo desejo quiçá de entender tudo, o passado, o passado dos seus antepassados, quem é ele afinal, quem são os seus, os sobreviventes. E o seu nome, onde estão os do seu nome?, vivem?, quantos vivem?, depois de tantos a que não foi permitido viver. A memória. Para se encontrar. Quase sempre além da fotografia há o texto, por vezes até mesmo só o texto, belíssimo, emotivo, verdadeiro. Blaufuks tenta ir ao fundo, saber onde está. Quem é. Quem somos nós todos afinal, de onde vimos?, mas ele, quem é?, a dúvida, o chão que lhe falta. Esta exposição, agora, Lisboa Cliché, traz-nos a cidade, a sua cidade (muito, sobretudo) dos anos oitenta. Fotos tiradas por impulso, quase todas, talvez todas mesmo. Sem poses. Não estudadas na sua maioria. São pinceladas da realidade, daquela realidade longínqua, grande parte das vezes. Imagens naturais, que surgem como desejo maior de manter na memória. Vemos amigos (alguns já cá não estão), artistas (e também amigos), lugares: os cinemas (o Éden, o Condes, que já cá não estão, também), cafés, os bares, aquele bar, aquela discoteca a que todos iam, a rua, a rua vista da calçada, a rua vista, ou antevista, da vidraça, aquelas escadas em caracol, que porventura já não existem, o jornal, o táxi, a roulotte, o circo, os palhaços, a feira popular, o dono do carrossel, a rapariga das magias. Tanto que já não existe. Fotos feitas de dia mas talvez quase todas à noite, e também quando a noite já não é noite e a cidade está já e ainda vazia.

Eu tinha o livro, como disse, queria agora ir ver apenas as fotografias, patentes no Museu da Cidade — Museu Pimenta como agora chamam (é que a cidade possui vários museus e Pimenta, palácio, só aquele), ao Campo Grande. Fui a pé. Cada vez podendo ando mais a pé. Sei o tempo médio que demoro a percorrer determinada distância: basta-me portanto fazer as contas ao contrário: o tempo que demoro a ver o que vou ver (terei de chegar a tempo de poder ver tudo antes de o espaço fechar), mais o tempo de ir e vir — tudo somado andando para trás conseguirei estipular a hora da partida. E depois faz-me bem caminhar. Ao corpo e à mente. . Os problemas que já tenho resolvido durante uma caminhada, e do que eu me apercebo quando ando a pé. Quando ando a pé estou impregnada de cidade. De realidade. Vejo a rua; sinto a rua. O carro é um mono; podendo, cada vez mais o seu lugar será a garagem. Como é que eu de carro veria com tempo aqueles miúdos, adolescentes, a escorregarem pelo corrimão das escadas que une o caminho estreito de acesso ao metro ao prédio amarelo?, como se riam com a brincadeira — escorregavam, subiam pela escada, voltavam a escorregar — o mais novo usava uma coroa de rei, uma coroa de papel mas era uma coroa de rei. Ele era o rei. Mais à frente, sentadas no muro junto da farmácia, uma mulher comia da marmita, outra a seu lado descascava uma laranja; conversavam. E junto do terminal dos autocarros, um homem de bastante idade, um velhinho, de chapéu de feltro, comprava uma fartura na roulotte, enquanto uma mulher corria abraçada já a um pacote de pipocas. E lembrei-me de Blaufuks. E das suas fotos dos anos oitenta que dentro de minutos eu iria ver ao museu.

Ana Maria Henriques Médica Interna

Rastreio de doenças oncológicas Após dois anos de pandemia e de alterações no acesso aos cuidados de saúde, é importante relembrar quais são os rastreios adequados a cada idade, para que não se deixe passar a oportunidade. Mesmo com dificuldade de acesso ao médico de família, este é o melhor clínico para o acompanhar e orientar neste campo. Antes de descrever alguns rastreios, é importante relembrar que, por definição, um teste de rastreio aplicado a pessoas sem queixas/sintomas e a frequência e idade de início varia consoante a história familiar. O rastreio do cancro da mama, que consiste na realização de uma mamografia, é indicado a todas as mulheres entre os 50 e os 69 anos. Deve ser realizado de 2 em 2 anos e, na nossa região, é efectuado pela Liga Portuguesa Contra o Cancro numas carrinhas modificadas itinerantes, totalmente gratuito. O rastreio do cancro do colo do útero é recomendado a todas as mulheres com idades compreendidas entre os 25 e os 60 anos. Actualmente, consiste numa citologia em meio líquido, deve ser repetida em 5 anos e este exame é realizado durante uma observação ginecológica. É realizado gratuitamente em

consultas de Planeamento Familiar pelo médico de família. O rastreio do cancro do cólon e recto (intestino) é aconselhado a todas as pessoas com mais de 50 anos. Existem vários métodos, sendo o menos invasivo a Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes. É pedida pelo médico de família e consiste numa colheita de fezes realizada em casa e pode ser entregue no Centro de Saúde para ser processada. É totalmente gratuita e deve ser repetida de 2 em 2 anos. Tendo em conta a história de doenças na família e alguns hábitos de vida, pode ser adequado fazer outros rastreios de doenças oncológicas. Todas as dúvidas e decisões devem ser esclarecidas no médico de família. Ao longo deste ano, vou abordar detalhadamente estes rastreios oferecidos universalmente e também outros rastreios adequados individualmente. O mais importante é tomar a iniciativa e ir a uma consulta para esclarecer a sua situação em particular. Apesar das dificuldades ainda sentidas, acredito que o acesso aos cuidados de saúde primários (centro de saúde) irá melhorar ao longo deste ano e é a oportunidade ideal para pôr a sua saúde em dia.

.JuntaInforma. Coluna da responsabilidade da Junta de Freguesia da Golpilheira

Caros amigos Golpilheirenses, Nas últimas semanas foram executados e projectados alguns trabalhos, de entre os quais gostaríamos de destacar os seguintes: - limpeza de arruamentos diversos na freguesia; - requalificação da parte não pavimentada da Rua Nossa Senhora da Conceição, que se encontrava em mau estado; - intervenção na Rua de S. Bento do Furadouro, de forma a resolver constrangimentos de circulação na mesma;

- conclusão do traçado “Trilho da Raposa”, encontrando-se o mesmo em trabalhos de marcação e limpeza. Trata-se de um percurso pedestre pela nossa freguesia para dar a conhecer a diversidade paisagística e cultural da mesma. O trilho será inaugurado em data a anunciar. A Junta de Freguesia agradece a comunicação de qualquer problema relativo a iluminação pública para que o mesmo seja resolvido o mais rapidamente possível. O Executivo da Junta de Freguesia


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temas

Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2022

. história .

Saul António Gomes Historiador

Quem se interessar pelas coisas antigas, encontrará no magnífico Mapa Topográfico de Rio Maior a Leiria (1791-1793), reeditado, recentemente, com estudo de Ricardo Charters d’Azevedo (Leiria, Textiverso, 2011), boa motivação para a descoberta do passado histórico de Leiria e do seu termo. Bordejando o Rio Lena, topa-se, a certo ponto, nas imediações da Golpilheira e de Azoia, com uma referência ao sítio (casa ou paço ou quinta) do Capitão-Mor da Canoeira, na margem esquerda do rio, e, um pouco mais adiante, mas na margem direita do Lena, alguns outros registos que mencionam a Quinta de D. Inês, a Quinta dos Ceia e o Casal das Rãs. Leiria era, nos séculos de antanho, urbe de numerosa e abastada aristocracia. Alguns nobres tinham paços na cidade, muitos outros, todavia, eram senhores de quintas, numerosas, as quais se dispersavam pelos subúrbios da cidade. Um documento de 1594, mostra-nos D. Violante de Seia, senhora da Quinta da Ribeira da Azoia, abaixo da Venda Nova, a doar esta quinta, justamente, como dote de matrimónio, a uma sua sobrinha, chamada Maria de Seia, com vinculação simultânea dessa mesma propriedade a uma capela de missas instituída no Mosteiro de S. Francisco de Leiria, no altar ou capela do Nascimento (Doc. 1). Essa referida quinta deveria ser a dos Ceia, inscrita no dito Mapa Topográfico. Os Seia foram uma das famílias mais proeminentes na Leiria dos séculos modernos. Foi a Rui Lopes Seia e ao Licenciado Luís Lucas Ribeiro, advogado nos auditórios de Leiria, que, em 1596, D. Inês da Grã e seu filho e nora, António da Grã e D. Filipa, senhores da Quinta das Várzeas (junto ao Souto da Carpalhosa), passaram procuração a fim de que os representassem nas partilhas da fazenda que ficara por morte de Manuel Picanço de Oliveira Morais, marido, pai e sogro dos sobreditos (Doc. 3). O sítio dito da Venda Nova, no documento de 1594 (Doc. 1) era certamente o mesmo que, um outro documento de 1596, refere como Venda Nova ao Furadouro, no qual habitava uma Francisca Rodrigues, viúva de Brandão Dias, a qual vendeu, no referido ano, a Francisco Gonçalves, estalajadeiro, metade de um olival, mato e pinhal situados no sítio chamado Pombal, junto aos Moinhos da Azoia, pelo preço de três mil réis (Doc. 2).

Doc. 1

1594 novembro 6, Leiria – Violante de Seia, senhora da Quinta da Ribeira da Azoia, abaixo da Venda Nova [do Furadouro], dota essa mesma quinta a sua sobrinha, Maria de Seia, filha de António Neto e de Maria Cordeira, moradores no Couto de Tavarede, a fim de que se casasse com Cristóvão Correia. Ao dote ficava obrigada uma capela de missas, a celebrar todos os anos no Mosteiro de S. Francisco de Leiria. Arquivo Distrital de Leiria – Notariais de Leiria: V-59-D-4, fls. 7-9. Dote de Cristovão Corea. Saybam quantos este pubryquo instromento de dote e doação de casamento e instetuyçam de capella virem que no anno do nacymento de Nosso Senhor Jhesu Christo de mil he quynhentos he noventa he quatro anos aos seis dias do mes de novembro do dito anno nesta cidade de Leiria nas casas da morada da Senhora Viollante de Seya moradora nesta cidade estando ella ahi presente, loguo per ella foi dito perante mim taballiam e testemunhas ao diante nomeadas que ella tem em sua casa Maria de Seia sua sobrynha filha d’Antonio Neto e de Maria Cordeyra sua molher, moradores [Fl. 7v] no lugar he Couto de Tavarede termo da vila de Montemor ho Velho. Ha qual sua sobrynha com ajuda e favor do Senhor Deus estava ora comcertada pera aver de casar com consentimento dos ditos seu pay he may com Cristovam Correa morador nesta cidade. He nos concertos que antr’elles avia hera he se contem que ella Viollante <de Sea> digo dotaria como de feito dota e dá a dita sua sobrynha casando com elle Cristovam Correa, he sendo eles recebidos em face da Santa Madre Igreja na forma do Sagrado Consillio Tredintino, ha sua quinta que ella doadora tem honde se chama a Rybeira d’Azoia abaixo da Venda Nova que he termo desta cidade, com todo o que pertence a dita quinta [e] ella dita senhora a pesuy, convem a saber, moinhos, terras, matos, casas e todo ho mais que pertence a dita quinta entrando ollivais he vinha que todo a ella pertence. Com tal condição que ella dita sua sobrynha pesuyra a dita quinta com todos hos usos e frutos della. He isto por morte della doadora e por sua morte lhe fiquara a ella dita sua sobry-

nha ha dita quinta toda imteiramente, lyvre e desembargada. E tendo filhos ou filhas, a poderá nomear no mais velho de modo que avendo macho andara sempre nelle he quando não tever filho antam dará a filha mais [Fl. 8] velha. He não avendo filho nem filha deles contraentes antam a dita quynta fiquara hao parente macho mais chegado della dadora. Ho qual pesuydor sera da parte do pay della Viollante de Seya. E não tendo eles futuros nubentes filhos alguns dantre ambos ho erdeiro a que vier a dita quinta pagara todas as benfeitoryas que elles futuros noyvos tiverem feytas na dita quinta. He seram obrygados eles futuros novicios he os mais socesores da dita quinta seram obrygados a mandarem dizer pella allma della dotadora e de seus antepassados dez mysas, scilicet, huma cantada he nove rezadas e ofertadas com três alqueires de tryguo e meio almude de vinho. He mais tres misas rezadas, scilicet, dia de Pascoa huma, dia de Natall outra, dia do Spirito Santo outra. E estas misas todas lhe diram todas no Mosteyro de São Francisco sito nesta cidade. E ha cantada lhe diram no Altar do Nacimento que está acima da sua sepultura. E todas com seu responso sobre a sua cova. E lhe poram huma allampada no dito alltar que allomie. He as ditas missas se entendera depois do falecimento della doadora. E disse ella doadora que ella declla[ra]ria em seu testamento querer a dita merce e outra aos ditos possuidores da dita quinta se confervem as ditas obrygaçois asima decllradas e que declararya mais os legados de sua allma pera o que deixava huas casas em que ora vyve. Dise que a dita quinta andaria junt [Fl. 8v] juntamente em uma so pessoa e pello modo atras declarado. E pello dito Cristovam Correa seu futuro noivo que presente estava foi dito que elle em nome seu e da dita Maria de Seia aceitava esta doação com as obrygaçois atras declaradas que se obrygou a comprir enquanto elle pesuyse a dyta quinta. He sendo caso que elle Cristovão Correa falleça primeyro que ella Maria de Seia disse que em tal caso querya e hera contente que ella ouvese da sua ametade y diguo de sua fazenda de arras cem mil réis porquanto casava com tal condição que não avendo filhos, cada hum fiquase confynado (?) com ha sua parte com que entrase sem erdar hum no do outro so-

ADLRA

A Quinta dos Seia e a Venda Nova do Furadouro, junto à Golpilheira, em documentos de 1594 e 1596

Doc. 1 - Detalhe do fólio final com as assinaturas dos intervenientes mente. E os ditos cem mil réis e sua ametade dos aqueridos. Por respeito delle Cristovam Correa não poder ser herdeyro da dita quinta pellas condições atras declaradas. E disse elle Cristovam Correa que os ditos cem mil réis de arras se nam entendera senão falecendo elle primeiro e falecendo ella sem erdeiros della Maria de Seia nam avera mais que a sua parte dos dytos aqueridos. E prometeo ella doadora de nunqua em tempo algum ir contra esta doação por sim nem por outrem, mas antes sempre ser autora, defensora dela e pera isso comprir disse que obrygava sua pessoa, bens moves e de raiz, avidos e por aver que pera isso loguo obrygou. [Fl. 9] E assim o outorgou e de todo mandou fazer este estormento de doação de doação [sic] conteudo nesta nota e dela dar hum trelado a eles futuros novycios e os que lhe pertencerem delle. Rui Lopez filho de Joam diguo Cristovam Correa disse obrygava a esto sendo todo como acima dito he e assim o outorgaram. Testemunhas que foram presentes Bernardo de Crasto meyrynho desta comarca e Rui Lopez todos moradores nesta cidade. Joam Rabello ha escrevi. E declaro que ella Violante de Sea assinou por sua mão. Testemunhas as sobreditas. Diz o concertado que está n’antrelinha, de Sea, por verdade. (Assinaturas) Violamte de Sea. – Cristovão Correa. – Ruy Lopez. – Bernardo de Crasto.

Doc. 2

1596 maio, 2, Leiria – Francisca Rodrigues, viúva de Brandão Dias, moradora na Venda Nova ao Furadouro, termo de Leiria, vende a Francisco Gonçalves, estalajadeiro, e a sua mulher, Maria Antunes, metade de um olival, mato e pinhal, que tinha no sítio chamado Pombal, junto aos Moinhos da Azoia, pelo preço de três mil réis. Arquivo Distrital de Leiria – Notariais de Leiria: V-59-D-5, fls. 150-152v. Compra que fes Francisco Gonçalves há Francisca Rodriguez. Saibam quantos este publlico instromentoe carta de pura venda deste dia pera todo sempre virem que no anno do nascimento de Nosso Senhor Jhesu Christo de mil e quinhentos e novemta e seis anos em hos dous dias do mês de mayo do dito anno nesta cidade de Leiria nas casas da morada de mim tabaliam hao diamte nomeado ahi hera presemte Francisca Rodriguez viúva molher que foi de Brandam Dias que Deus tem moradora na Venda Nova ao Furadouro no termo desta cidade e loguo por ell foy dito peramte mim taballiam e testemunhas hao diamte nomeadas que hera verdadade

[sic] que ella presemte e houtorguamte de sua propria e livre vomtade e sem constrangimento de pessoa alguma disse que vendia como de feito loguo vendeo deste dia pera todo sempre há Francisco Guomçallves estalajadeiro e há sua molher Maria Antunes moradores nesta cidade pera eles e seus herdeiros e pessoas que depois eles vierem convem a saber disseram que lhes vem diguo disse que lhes vendia ha metade de huum ollivall e mato e pinhal que ella tem nos Andreos d’Azoya omde se chama ho Pomball que he termo desta cidade. A qual ametade de ollivall e mato e pinhal parte de huma parte cm eles ditos compradores e da outra parte que he da banda de baxo parte com hortas de Pero Francisco d’Azoya e de outra parte, parte com estrada que vai pera ho Buraguall, ho que tudo está marcado e parte mais ha dita ametade de ollival e mato e pinhall com haquellas mais conffrontaçois e divizõis com que de direito deva e haja de partir, dava conto diguo o que tudo assim disse que lhes vendia ha eles compradores [Fl. 150v] for forro, isemto e livre e desembarguado e sem dever cousa alguma há nenhuma pessoa com todas suas entradas e saídas, direitos e pertemças, logradouros e servemtias, hassim e da maneira que lhe pertemce com a creação que de fes da fazemda que ficou por morte do dito seu marido. O que hassi disse que lhes vendia por preço certo e loguo nomeado de três mil réis brancos desta moeda hora corremte de seis ceitis ao reall, os quais há dita vendedora loguo recebeo peramte mim taballiam e testemunhas ao diamte nomeadas todos em dinheiro de comtado sem lhe faltar hum soo reall, pello que disse que se dava por pagua e satisfeita do dito dinheiro. E disse que dava como de feito loguo deo haos ditos compradores e ha todos seus herdeiros presentes e livres do dito preço d’oje pera todo sempre pera que diguo e renunciou loguo de si toda a posse, domínio, senhorio, rezam, auçam e auçois que na dita ametade de ollivall, mato e pinhal athe aqui teve e ter podia e tudo disse que punha, permudava, cedia e trespassava nos ditos compradores e em todos seus herdeiros e lhes deo loguo poder e autoridade há eles ditos compradores e ha todos seus herdeiros pera que eles por sim ou por quem lhes aprover tomem loguo posse reaall, civell, actuall, corproall do dito ollivall, mato e pinhall e fação delle e em elle tudo o que lhes aprouver e por bem tiverem como de cousa sua propria, izenta que he, hobriguando-se loguo ella dita vendedora [Fl. 151] por sim e todos seus bens moveis e de rais havidos e por aver a lhe fazer esta venda sempre boa e de pas

ha eles ditos compradores pera eles e pera todos seus herdeiros e socesores e pessoas que depois eles vierem hasim em juízo como fora delle sob penna de lhes tornar o preço em dobro com as custas e bemfeitorias em tresdobro. A qual venda disse ella dita vendedora que hassim fazia haos compradores pello dito preço em pas e em sallvo de ciza e mais custas pera ella vendedora. E em fee e testemunho de verdade hassim ho outorguou e de todo mandou fazer esta carta de pura venda nesta nota e della dar hum trellado ha eles ditos compradores e hos que lhe comprirem deste theor. E pollo dito comprador estar presemte disse que aceitava e eu taballiam como pessoa publlica estipullamte e haceitamte a aceitei e estipullei em nome da pessoa ou pessoas há que deva ser aceitado aqui absentes. E loguo apresemtou huma certidão em como tinha pagua a cisa da qual certidão ho trellado he ho seguimte: O Licenciado Joam Freire d’Andrade juis de fora com alçada por ell Rei nosso senhor nesta cidade de Leiria e seu termo etc, presidemte na repartição das cisas em ella etc. Faço saber aos que esta certidão virem que Francisco Gonçalvez estalajadeiro morador nesta cidade comprou a Francisca Rodriguez viúva moradora na Venda Nova do Furadouro termo desta cidade, de hum pedaço de ollivall e mato e pinhall que tem aho Pomball jumto d’Azoya no termo desta cidade que parte com ho comprador por preço de três mil réis de que ho comprador pagou de cisa há Guaspar Fernandez depositairo das cisas dos bens de rais desta cidade e seu termo tresentos réis que he sisa devida, hos quais ficam carreguados sobre elle no livro dos depósitos das cisas de que [Fl. 151v] de que se fes termo em que elle depositarop comyguo juis e ho scrivam das sisas assinaram comforme ao Regimento. E por de todo esto me ser pedida esta, lhe mandei passar a presente por mim hasinada e pollo escrivão e depositário. Feita em Leiria em hos dous dias do mês de mayo. Dioguo Ferras escrivão das cisas por ell Rei nosso senhor em esta dita cidade e seu termo há fes. Anno de mill e quinhemtos e noventa e seis anos. Pagou desta vinte e de assinar quatro. Dioguo Ferras. Freire. Gaspar Fernandes Preto. Testemunhas que ha todo foram presemtes que com elle comprador assinaram Balltezar Duarte criado que foy de Fellipa Flores que hassinou polla dita vendedora e ha seu roguo por diser que não sabia assinar e Dominguos Rodriguez Chapineiro moradores ambos nesta cidade e Joam Pirez lavrador ho Moço, morador no Vidiguall termo desta cidade. E eu Matheus Bello taballiam que ho escrevi. (Assinaturas) Asino pola sobredita a seu roguo por não saber assinar: Balltezar Duarte. – Dominguos Rodrigues. – Francisco Gonçalvez. – Joam + Pirez.

Doc. 3

1596 maio, 6, Várzeas (freg. Souto da Carpalhosa, Leiria), Quinta de D. Inês da Grã - Procuração feita por D. Inês da grã, viúva de Manuel Picanço de Oliveira Morais, e por seu filho, António da Grã e pela mulher deste, D. Filipa, ao Licenciado Luís Lucas Ribeiro, advogado em Leiria, e a Rui Lopes Seia, cidadão de Leiria, para que os representassem nas partilhas que deveriam ter lugar relativamente à fazenda do dito Manuel Picanço de Oliveira Morais. Arquivo Distrital de Leiria – Notariais de Leiria: V-59-D-5, fls. 151vProcuração de Antonio da Grã feita há Rui Lopes Sea1. 1 Traçado: Rui Lopes Seia, surgindo, ao lado, Licenciado Lois Lucas Ribeiro.


temas • 23

Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2022

.memória.

Como se construiu a história da nossa colectividade

ADLRA

Saibam quantos este publlico instromento de poder e procuração virem que no anno do nascimento de Nosso Senhor Jhesu Christo de mil e quinhentos e noventa e seis anos em hos seis dias do mês de maio do dito anno no lugar das Varsias [Fl. 152] termo desta cidade na quintam da Senhora Ines da Grã dona viúva molher que foy de Manoell Picanço d’Olliveira que Deus tem em glloria, estamdo ella ahi presemte e bem hassim ho Senhor Antonio da Grã seu filho e há Senhora Dona Fellipa sua molher, filho e nora della dita senhora Ynes da Grã, e loguo por eles todos três yumtamente e por cada hum deles por si in sollido foy dito peramte mim taaballião e testemunhas hao diamte nomeadas que eles no milhor modo, via e forma e maneira que eles devem e pode ser e por direito mais valer faziam como de feito loguo fizeram e ordenavam, constetuiam por seu certo e em todo havindoso procurador com toda sua libera e gerall administração hao Senhor Lecemciado Lois Lucas Ribeiro advoguado nesta cidade ho amostrador da presemte procuração hao qual disseram que davam, comcediam todos seus livres e compridos poderes segundo eles de direito podiam dar por elle e por ellas constetuimtes e em seus nomes como eles mesmos em pessoa possa assistir e estar presemte has partilhas da fazemda assim movell como rais que ficou por morte e falecimento do dito Manoell Picanço d’Olliveira Morais pai e sogro deles constituintes que se fizerem emtre eles e com os mais herdeiros e nas ditas partilhas requerer todo seu direito e justiça e louvar-se pera ellas em partidores e avaliadores e [Fl. 152v] juízes arbitros e partidores e lançar sortes e escolher melhores e d’estar per ho que hos ditos juízes e louvados fizerem e partirem. E que ho dito seu procurador possa requerer sobre has ditas partilhas como haquillo que eles constetuimtes requereram se a todo presentes foram porque no que dito he lhe dão poder pera que elle represemte ha pessoa dellas constetuimtes e em caso que sobre has ditas partilhas hou sobre alguma cousa tocamte ha ellas se mova alguma demanda hou demandas elle dito seu procurador poderá em todo requerer sua justiça indo com libelos, petições e embarguos que quiser e há tudo prova dar e testemunhas das partes ver jurar e por-lhe comtraditas e das provas e jurar n’allma deles constetointes juramento de callunia e qualquer outro juramento que lhe com direito for dado e faze-lo dar as partes se comprir e pudera por sospeiçam e suspeições ha quaisquer juízes, jullguadores e oficiais e louvados e mais pessoas que sospeitas lhe parecerem e em outras de novo se louvar e dos louvamentos hasinar, ficando-lhe esta em sim sempre boa e que possa ouvir sentenças e entrelocutorias e dellas appellar e agravar se lhe parecer e as appellaçõis e agravos espedir e seguir hathe a maior alçada e final sentença e das em seu favor dadas recebe-las e estar por ellas e faze-las tirando processo e da-las há sua devida execução e ysto com poder de poder ho dito seu procurador sobstaballecer houtro e muitos procuradores e desto hos revoguar cada vez que quiser ficamdo-lhe esta sempre em si boa como nella se comtem.

consteuiintes que davam hos poderes que pellos sobstaballecimetos lhe forem outorgados, contheudos nesta procuração, reservamdo pera [Fl. 153] ou pera sim citação de nova aução. E disseram hos ditos Senhores Antonio da Grã e a Senhora Dona Fellipa sua molher que eles faziam seu procurador e davam todo seu comprido poder qual de direito devem e podem com sua libera e gerall administração ho Senhor Rui Lopes Sea cidadão, na cidade de Leiria pera que elle em nome deles constituintes ambos possa requerer sua justiça e direito sobre as legitemas que pertemcerem ha dita Senhora Dona Fellipa de seu pai e mai e de todo ho mais que lhe for devido e possa assistir as partilhas que se fizerem com seus irmãos della dita senhora e requerer se fação e sobre isso avemdo duvidas ou demandas poderá vir com libelos petições embarguos comtra as partes temtes e embargantes e a todo provas dar e testemunhas nomear e vir com comtraditas e jurar n’allma deles seus constetuimtes pera juramento de calumnia e qualquer outro juramento que lhe for com direito dado e fazê-lo dar as partes se comprir e tudo seguir a maior alçada e final sentença. E que possa louvar-se em juízes e juis partidores alvidros e louvados e recusar de sospeitos os que lhe parecerem e nelles tornar a consentir se quizer e lançar sorte e escolher melhorios. E que em tudo o sobredito e dello nascer e depender represente-a pera deles constituintes. E que possa apelar e agravar das sentenças que contra eles forem dadas e seguir as apellaçõis e agravos e receber as que forem em sue favor e fazê-las tirar do processo e da-las a sua execução e a sua mão aver o principal e custas e que posa sobstabellecer a outros procuradores e os revoguar quando quizer, aos quais davam os mesmos poderes. E disseram eles ditos senhores Ines da Grã, Antonio da Grã e Dona Felipa constituintes que todo o pellos ditos seus procuradores dito, feito, alleguado, requerido, procurado que aprovavão e prometiam de ho aver por bom, firme e valioso d’oje pera todo sempre son obriguação de suas pessoas e bens que pera isso obriguarão e de os relevar do encargo da satisdaçam que o direito outorgua e hasim o outorgaram e dello mandaram fazer este instromento nesta nota e della dar hum trellado aos ditos seus procuradores e os que lhe comprissem deste theor. E disseram mais que hos ditos seus procuradores do que receberem poderam dar quitaçõis e hasi ho outorgaram. Testemunhas que foram a todo presentes que com os ditos constituintes hasinaram: Allvaro Nunes do Reguo, moço da camera de Sua Magestade que hasinou polla dita Senhora Ines da Grã e ha seu roguo por não saber assinar. E Pero Lopes alfaiate e Simão Francisco carpinteiro todos moradores no dito lugar das Varsias. E eu Matheus Bello taballiam que escrevi. Risquei seu filho por verdade. Testemunhas sobreditas. (Assinaturas) Antonio da Grã Picanço. – Asino pola sobredyta: Alvaro Nunes do Reguo. – Dona Filipa de Sousa. – Simão Francisco. – Pero Lopes.

Haos sobstaballecidos disseram elesautógrafas Doc.quais 3 - Detalhe das assinaturas

Por vezes nas nossas vidas, para vermos melhor, temos de dar uns passos atrás. E não existe melhor do que ir às memórias de como começou a erguer-se o edifício do Centro Recreativo da Golpilheira, o qual, como podemos verificar, foi construído com muito amor à nossa terra, com esforço e dedicação de muitos conterrâneos nossos, homens e mulheres que se mobilizaram e fizeram com que se tornasse possível. Recordo ainda que este trabalho não era assim tão simpático e as ferramentas de suporte quase não existiam, tudo era manual, como atestamos nas memórias que não podemos dar-nos ao luxo de esquecer. De salientar que estes trabalhos eram efectuados aos domingos, em que as pessoas ajudavam com um sorriso no rosto e, como contrapartida, era servida uma refeição, sendo motivo para mais uma jornada de convívio. PUB

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Ninguém reclamava nada em troca, todos estavam unidos e focados em ajudar a construir algo que nos deve encher de orgulho a todos. Sim, a todos sem excepção. Por isso, temos de fazer por merecer tal legado e cada um de nós fazer o que melhor sabe no sentido de ajudar a concretizar outras valências muito importantes para toda a nossa comunidade, das quais quem sabe um dia poderemos ser nós a necessitar de usufruir delas. Mesmo quem não queira ajudar, que tente, pelo menos, não impedir que outros o façam. Quando há boa vontade, tudo é possível. Adelino Rito


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sugestões de leitura

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Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2022

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O Livro dos Prazeres Inúteis

Dan Kieran & Tom Hodgkinson Nunca é demais dizê-lo: as melhores coisas da vida são realmente de graça. É verdade que o prazer, pelo simples acto de desfrutar do prazer, não contribui para o crescimento da economia e, só por isso, pode ser encarado como um acto de rebeldia. E é a favor dessa rebelião, desse protesto agradável contra a sociedade do trabalho e do consumo que corrói o bem-estar e os momentos de ócio, que a Quetzal recupera aquele que se poderá considerar o livro salvador destes tempos tão stressantes e uma boa receita para entrar com outro espírito neste ano de 2022. Deixe-se levar pelo momento e pelo apelo da natureza e aproveite o que ela lhe oferece, sem culpa nem constrangimentos. “O Livro dos Prazeres Inúteis”, da dupla Dan Kieran & Tom Hodgkinson e com tradução de Vasco Teles de Menezes, poderá bem ser o seu antídoto contra a vertigem de trabalho e velocidade e um belo compêndio para quem acha que perdemos demasiado tempo a perder tempo de vida. Até porque poderá ser nas coisas mais simples e baratas que se esconde a felicidade…

As Sombras de Uma Azinheira Álvaro Laborinho Lúcio

Há um antes e um depois da madrugada que tudo mudou nas ambições e expectativas de um país. São 90 anos separados por uma revolução que servem de pano de fundo para o novo romance de Álvaro Laborinho Lúcio. Na manhã em que Maria Antónia dá à luz Catarina, renasce um país de um longo período de trevas. A almejada revolução e o nascimento da criança perdem todo o significado para João Aurélio, no momento em que se cumprem. Distante da vida dos vivos, o pai mergulha no isolamento e na loucura, na obsessão do passado e da morte. Longe dele, a filha procura saber quem realmente é, no que faz e se propõe fazer, com tudo o que isso implica: liberdade, incerteza, contradição, dúvida, risco. Em paralelo, a jovem vida em democracia do país procura desenvolver-se, libertando-se dos seus atavismos históricos e de um passado idealista. Portugal, nos 45 antes que antecederam o 25 de Abril, contado através da história familiar e política de João Aurélio. E Portugal, nos 45 anos que se seguiram, narrado pelo percurso indagador de Catarina.

Livro de Areia Jorge Luis Borges

«O número de páginas deste livro é exactamente infinito. Nenhuma é a primeira; nenhuma, a última». Assim se descreve o inconcebível livro de areia que dá nome à derradeira colectânea de contos de Jorge Luis Borges – publicada em 1975, há muito esgotada, é agora reeditada pela Quetzal, na colecção que utiliza os elementos do tríptico das Tentações de Santo Antão, de Hieronymus Bosch. «Disse-me que o seu livro se chamava Livro de Areia, porque nem o livro nem a areia têm princípio nem fim», lê-se no último dos 13 contos que compõem este volume imprevisível, enigmático, labiríntico e, ao mesmo tempo, monstruoso: um livro de areia, que tomará o tempo e a memória do leitor para sempre. Um volume de folhas incalculáveis onde, como é hábito de Jorge Luís Borges, não faltam traços autobiográficos. A primeira das histórias, «O Outro», retoma o tema do duplo; depois, há narrativas sobre literaturas que conhecem apenas uma palavra, sobre amores fugazes ou a natureza e a ordenação do cosmos. Um verdadeiro jogo de espelhos…

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À venda em www.pergaminho.pt

Pergaminho Otimismo e Saúde Luis Rojas Marcos

Depois de quase dois anos a viver uma pandemia mundial, todos devíamos ler esta obra do psiquiatra e autor de bestsellers Luis Rojas Marcos, onde demonstra como sentir e pensar positivo é um investimento extremamente rentável para desenvolver a nossa capacidade de sermos felizes e saudáveis. «A confiança nas nossas capacidades para gerir situações imprevistas ou perigosas é um ingrediente importante para a resiliência. Graças a estas funções executivas podemos regular as emoções e gerir as circunstâncias, incluindo procurar informação clara e fiável que nos ajude a estabelecer prioridades e manter os pés assentes na terra. Especialmente importante nesses momentos é a esperança que nos anima a confiar nas nossas capacidades e nos dá o alento de que necessitamos para neutralizar o fatalismo e não desistirmos. Como disse, com razão, em tempos remotos um mestre da medicina: podemos viver três dias sem beber água, sete minutos sem ar mas apenas poucos segundos sem esperança»., partilha o autor.

O Método Easyway para Controlar o Álcool Allen Carr

Certamente já ouviu falar do método Easyway, de Allen Carr, para deixar de fumar: é usado em mais de 40 países e já ajudou dezenas de milhões de pessoas a abandonarem uma das substâncias mais viciantes que existem. Neste livro, o autor dedica a sua atenção e aplica o método a outra dependência socialmente aceite, mas ainda mais viciante e mortífera: o álcool. Com uma visão e abordagem surpreendentes sobre os motivos que levam as pessoas a beber, este é um manual com instruções claras, simples e passo-a-passo que o ajudará a escapar à «armadilha do álcool». Aproveite este novo ano para remover a sua dependência psicológica do álcool, libertando-se para aproveitar a vida ao máximo. E se acha que não é dependente do álcool, faça esta reflexão primeiro: «Se precisa de uma bebida para se sentir melhor, mais seguro, mais confiante ou simplesmente para chegar ao fim do dia, da semana ou do mês… então, é dependente». E esta dependência pode ser controlada, através do método Easyway de eficácia comprovada.

À venda em www.temasedebates.pt

Temas e Debates O mundo segundo a Física

Uma história de extremos

Com uma visão actual das perspectivas mais profundas reveladas pela física moderna, este é um convite a conhecer o que esta ciência crucial nos mostra não só sobre o universo, mas sobre a própria natureza da nossa realidade. De uma forma absolutamente cativante, Al-Khalili começa por introduzir os quatro conceitos fundamentais: espaço, tempo, energia e matéria. Só depois descreve os três pilares da física moderna: a teoria quântica, a relatividade e a termodinâmica. Conceitos absolutamente essenciais para o leitor ter uma visão correcta da realidade. Através de maravilhosos exemplos e provocatórias analogias, o autor percorre todos os campos de estudo, desde os extremos cósmicos e as escalas quânticas às banais experiências quotidianas, dando ao leitor as principais ideias de física. O autor transforma a física num verdadeiro guia de valores fundamentais como a honestidade e a dúvida, tornando acessíveis e cativantes as ideias cientificamente mais enigmáticas e mostrando a importância da física no dia-a-dia e no mundo que nos rodeia.

O criador do internacionalmente famoso e premiado podcast Hardcore History olha para alguns momentos apocalípticos do passado como um enquadramento dos desafios futuros, desde o colapso da Idade do Bronze até aos quase acidentes nucleares que poderiam ter dado à nossa era o destino que todas as anteriores tiveram. Corremos o risco de o nosso mundo se transformar numa ruína que os arqueólogos do futuro irão desenterrar e estudar? O autor combina história e excentricidade, conjugando de forma criativa e fascinante o passado e o futuro e, num tom excêntrico mas profundo, idiossincrático e erudito, escrutina assuntos que raramente são apresentados, tornando o passado imediatamente mais relevante para o nosso turbulento presente. Conseguirá a humanidade lidar com o poder das suas armas sem se autodestruir? Será que as capacidades humanas, o conhecimento e a tecnologia irão regredir? Ninguém sabe as respostas a estas perguntas, mas também ninguém as formula de maneira mais interessante do que Dan Carlin.

Jim Al-Khalili

rh editora

Dan Carlin

À venda em www.editorarh.pt

Educação para a felicidade e o bem-estar

Coord.: Baltazar Martins Jesuíno Para ser feliz em qualquer crise ou adversidade, nada melhor do que reunir vários peritos nessa temática, nacionais e internacionais, e lançar o desafio de darem uma resposta científica e adequada sobre educação para a felicidade e para o bem-estar. O resultado, que podem ver nesta obra, é deveras surpreendente e rico, sendo todos nós, leitores, os grandes beneficiários da enorme contribuição que nos trazem os 20 autores. Tem agora o leitor uma oportunidade de descobrir como conseguir a felicidade plena para cada um(a) e para a próxima geração. Cada autor e cada capítulo apresentam uma contribuição especialmente válida e profunda, abordando também a importância da saúde mental, o optimismo, a empatia, o treino de pais, as virtudes, as relações interpessoais, a ética, a defesa da humanização e da realização pessoal, a que todos têm direito.

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ISAFLORES FLORES E PLANTAS NATURAIS E ARTIFICIAIS

Arranjos • Festas • Casamentos • Funerais

isasoaresflores@gmail.com Rua de Leiria, 586 • Casal de Mil Homens GOLPILHEIRA • 244768160 • 917731417

Bertrand

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O regresso de Robinson Tony Wolf

O Robinson acabou de voltar à sua aldeia depois de mais uma das suas aventuras. Todos os amigos estão contentes com o seu regresso e querem ouvir os detalhes das mais recentes viagens. O que terá o Robinson para contar desta vez? Ninguém sabe por onde ele andou, mas todos os animais da floresta sabem que para este ratinho não há impossíveis: pirâmides misteriosas, palácios imponentes e tesouros escondidos – as maravilhosas aventuras do Robinson não têm limites! Este é um livro fantástico, recomendado para crianças a partir dos 6 anos, que estejam agora a viver as suas primeiras leituras. É o primeiro da belíssima colecção «Aventuras na Floresta», com ilustrações do prestigiado Tony Wolf (Antonio Lupatelli), que vai revisitar os clássicos infantis Contos da Floresta Encantada e Histórias da Floresta Encantada. Uma narrativa rica em personagens por quem se cria uma empatia imediata, com ilustrações e cores apelativas e com uma estética clássica. O livro perfeito para os seus filhos iniciarem a leitura autónoma.

fala, e u q o d u m m u é « O livro nde, um surdo que reuspeoguia, P. António Vieira, um cego q Teólogo/Escritor (1608-1697) » um morto que vive


sugestões de leitura • 25

Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2022

À venda em www.guerraepaz.pt

Guerra & Paz Editores A Pessoa e o Sagrado Simone Weil

Contrária ao conceito de «pessoa» defendido pelo personalismo de Emmanuel Mounier, Simone Weil escreveu este ensaio em 1943, poucos meses antes da tuberculose lhe roubar a vida. Na obra, a filósofa parte das suas mais essenciais assunções filosóficas – a beleza, a justiça e o mal – para este debate sobre a «pessoa», convocando também o direito e a democracia e isolando‑a de qualquer colectividade, partido ou instituição. Depois, centra-se no que é sagrado e conclui que é «aquilo que, num ser humano, é impessoal». Porque o impessoal é a vocação distintiva dos humanos: é essa impessoalidade que nos singulariza perante as outras espécies. Despertando as mais plurais reflexões, este livro reaviva os debates que, em Portugal, marcaram a geração da revista “O Tempo e o Modo”, que marcou os católicos progressistas portugueses, como João Bénard da Costa, Manuel Lucena, Alçada Baptista, Manuel S. Lourenço ou Alberto Vaz da Silva. Oito décadas depois, a obra é finalmente traduzida e publicada em Portugal, país que tanto a inspirou.

Carta à geração que vai mudar tudo Raphaël Glucksmann

É demasiado tarde para mudar? A crise climática é irremediável? A explosão das desigualdades é fatal? E o declínio das democracias, a erosão dos direitos, o crescimento dos ódios? São irreversíveis? Este ensaísta, realizador e eurodeputado francês defende que não e, numa apaixonada e esperançosa carta aberta às novas gerações, exorta os jovens a enfrentar os desafios da sociedade actual, lutando contra os fatalismos, pedindo-lhes que «não sejam velhos antes de serem jovens» e que mudem o mundo. Glucksmann aponta o dedo aos «patriarcas saciados» que se vêem em queda «e querem arrastar‑vos nela», sublinhando que os jovens «não têm culpa» deste alegado mundo em ruínas, mas que estes «podem fazer alguma coisa. São livres. Livres de renunciar à herança. Livres de aprenderem do zero». Crente no futuro, o autor projecta que a irrupção na política pelas novas gerações vai mudar tudo. «Parece que já não há esperança, mas o combate ainda pode ser vencido. Desde que se entre no combate. Com paixão, mas também com método.»

Todos os lugares são de fala Paulo Nogueira

Vivemos tempos perigosos. Uma das principais armas das guerras culturais do século XXI é o cancelamento: a obliteração do interlocutor, a mordaça do «ou és igual a mim ou não és nada». Na realidade virtual, o linchamento é electrónico e persecutório, na realidade física, chega a descambar na «resposta de quem não tem argumentos», a execução biológica. Os ataques à liberdade de expressão parecem ter por base um conjunto de ideias aparentemente benévolas, mas que se tornam autoritárias e fragmentam a sociedade, inviabilizando consensos e fazendo parecer que a ciência se reduz a uma maquinação diabólica. Como chegámos aqui? Para que serve afinal o raio da liberdade de expressão? Ela alguma vez realmente existiu? Estas são algumas das questões lançadas por este romancista e jornalista num livro de combate contra as teorias críticas pós-modernas e a política de censores e censurados. Sim, este livro denuncia a cultura woke, PIM! Mas acima de tudo, é um grito de louvor e incitamento feroz à liberdade de expressão, à liberdade da fala.

Atlas do Antigo Egipto

Breve História da Filosofia Moderna Roger Scruton

Uma visão sintética da história da filosofia moderna numa perspectiva analítica. Foi esta a proposta que Roger Scruton, um dos mais importantes filósofos britânicos das últimas décadas e um pensador tão brilhante quanto polémico, apresentou ao mundo em 1981, com esta obra. Uma notável introdução à história da filosofia, escrita num estilo lúcido e acessível, passa em revista todos os principais filósofos da tradição ocidental, desde René Descartes, o fundador da filosofia moderna, a Ludwig Wittgenstein, um dos mais importantes filósofos do século XX. Entre os mais influentes pensadores dos últimos séculos, contam-se nomes como Espinosa, Leibniz, Locke, Hobbes, Hume, Hegel, Kant, Schopenhauer, Kierkegaard, Nietzsche, Marx ou Sartre. Conciso, mas rico em conteúdo, viria a tornar-se um dos livros mais relevantes do autor e um clássico da história da filosofia, tendo sido elogiado e amplamente traduzido e publicado em todo o mundo. Agora em Portugal, na versão revista e melhorada pelo autor nos anos 90.

História de Juliette ou As prosperidades do vício Marquês de Sade

Donatien Alphonse François de Sade (Marquês de Sade) é uma figura genial e controversa na viragem dos séculos XVIII para XIX, que viria a imortalizar-se pelo violento desprezo que nutria pelos valores religiosos e morais da sua época, tendo o termo «sadismo» passado a figurar nos dicionários, a partir de 1834, graças aos seus romances subversivamente sórdidos e amorais. Entre o seu catálogo, incluiu-se este, publicado sob anonimato entre 1797 e 1801, em seis volumes. A obra centra-se na personagem de Juliette, ninfomaníaca amoral que acaba feliz e bem-sucedida. Tortura, assassínio e incesto são apenas alguns dos ingredientes desta ultrajante obra literária, que provocou um escândalo colossal no seu tempo e foi proibida. Actualmente é vista como a maior e mais ilustrativa obra-prima de Sade e, para alguns, como a personificação da filosofia iluminista. Uma viagem sem limites pelo corpo e pela sexualidade, fixando a relação entre violência e os equilíbrios e desequilíbrios do poder e a estratégia de sobrevivência a que essas relações obrigam.

Poemas eróticos da Antiguidade Clássica: Grécia e Roma Antigas Org.: Victor Correia

Encarado como um licor divino, o erotismo foi talvez o mais íntimo, mas também o mais popular dos tópicos da Antiguidade Clássica. Pioneira na História, esta abordagem da sexualidade tem vindo a manter-se dispersa. Ciente dessa lacuna, o professor e investigador Victor Correia reuniu alguns dos mais sensuais poemas de autores maiores da Grécia e Roma antigas, num único volume. Depois do sucesso que foi a sua antologia de Poemas Eróticos dos Cancioneiros Medievais Galego-Portugueses, esta e mais uma obra inédita na edição portuguesa, incluindo mais de duas centenas de poemas de quarenta autores, entre os quais: os gregos Arquíloco, Anacreonte, Safo, Homero, Píndaro, Sófocles ou Eurípedes, bem como os romanos Lucrécio, Marcial, Juvenal, Catulo, Horácio, Virgílio ou o grande Ovídio. Com notas biográficas de cada autor, esta é uma selecção criteriosa de grandes poemas, que atravessam, fulgurantes, a nossa mente e o nosso coração, e nos convidam para uma celebração, sem preconceitos, do corpo e dos prazeres que nele se oficiam.

Claire Somaglino

Atlas do Holocausto – A execução dos Judeus da Europa, 1939-1945 Georges Bensoussan

Cartografia: Mélanie Marie «Enraizada na história, a destruição dos judeus da Europa está muitas vezes desligada da sua geografia. Cartografar um tal acontecimento permite suscitar questões de outra forma, começando por aquelas no cerne do genocídio». É desta forma que o historiador francês Georges Bensoussan, especializado no Holocausto, no sionismo e na história cultural da Europa, introduz este trabalho rigoroso de divulgação histórica, que reconstrói, de uma forma inédita, com recurso a várias dezenas de mapas legendados com a assinatura da cartógrafa Mélanie Marie, a história de uma das maiores tragédias do século XX. Do teatro mundial ao epicentro europeu, das políticas de Estado aos caminhos individuais, é analisado o cerne do extermínio e a quase coincidência com a antiga «zona de residência» do Império Russo, a expansão geográfica da chacina, a distinção entre o fenómeno concentracionário e o genocídio, os marcos cronológicos e o apogeu dos anos 1942‑1943, assim como a simultaneidade fulminante de um massacre perversamente calculado.

Alzheimer – A verdade sobre a doença do Século Bruno Dubois

O que é exactamente esta doença que nos rouba o nosso bem mais precioso, as nossas memórias e a nossa identidade? O que é que falha no nosso cérebro? Será que esquecermo-nos do nome de alguém ou de uma palavra é suficiente para ficarmos preocupados? E qual é o tratamento? Será possível encontrarmos um medicamento para tratar a doença ou teremos de nos resignar? Qual será o papel do Estado? O professor Bruno Dubois, neurologista e investigador, responde a todas as perguntas num retrato rigoroso e factual desta doença que todos tememos, mas que poucos realmente conhecem: Alzheimer. A obra convida-nos a acompanhar uma epopeia científica ao nosso cérebro, sede do nosso pensamento e identidade, e partilhar a experiência de um neurologista que contribuiu para definir a doença de forma a ser mais fácil combatê-la. É um documento chocante, apaixonado e necessário, mas de fácil leitura, escrito num registo quase dialogante, pontuado de humor e esperança que prende do princípio ao fim.

A intransigente defesa da Arte Oscar Wilde

Pode a transcrição de um julgamento, e de um julgamento sórdido, ser considerada uma peça literária? Se for Oscar Wilde a testemunha e se forem dele as respostas, então, corremos o risco de tropeçar numa peça da mais sublime estética. No livro, recuamos a 1895 e assistimos ao julgamento mais sensacional do século XIX. Da sórdida exposição, na Londres vitoriana, da homossexualidade de Oscar Wilde, nasce o mais articulado e brilhante discurso da vida real do escritor: uma veemente e majestosa defesa da absoluta liberdade da criação artística. Agora, este esplêndido documento histórico é publicado pela primeira vez em Portugal, com tradução de André Morgado, numa edição Livros Negros da Guerra e Paz. Na introdução, o editor Manuel S. Fonseca sublinha a pertinência e a actualidade da obra. Afinal, este é «um manifesto de intransigente defesa da independência da arte, defesa hoje tão válida e necessária como ontem, face aos novos vitorianos que infestam, com a boçalidade e brutalidade da sua pureza, parte dos nossos dias.»

Cartografia: Claire Levasseur A historiadora francesa Claire Somaglino convida à descoberta da vida social, cultural e política do Antigo Egipto, explorando-o para lá do imaginário familiar das pirâmides, dos hieróglifos e faraós. Nesta obra, a especialista no estudo das fronteiras do Antigo Egipto leva-nos a reconstituir, de forma sucinta, mas rigorosa, tanto as origens como os quatro períodos-chave da antiga civilização: o Império Antigo, o Império Médio, o Império Novo e o Período Tardio. Com recurso a dezenas de mapas, infografias, planos e esquemas, criados exclusivamente para esta edição pela cartógrafa francesa Claire Levasseur, acompanhamos o desenvolvimento desta civilização em interacção com o Nilo, desde o coração de África até ao seu delta no Mediterrâneo. Assista à instituição do Império Antigo, conhecido pela edificação das pirâmides. Rigoroso, fascinante e didáctico, este é um documento essencial para a compreensão deste período marcante da história da humanidade.

Âncora Editora A Luar e a Operação Diana – O confisco de armas no quartel-general de Évora (1967) Luís Vaz

O centenário do nascimento do antifascista Palma Inácio, este ano, é marcado pelo lançamento de mais um livro do historiador Luís Vaz, o quarto de cinco em que documenta a acção do líder da LUAR, desta vez sobre o confisco de armas em Évora. A LUAR veio regar as convicções na luta pela Liberdade de muitos jovens que não se reviam nas forças da oposição que gravitavam em redor das superpotências que promoviam a guerra fria. A generosidade e a dedicação dos seus membros na luta pelo derrube da ditadura, veio alimentar os seus sonhos, mas também fazer ressuscitar a esperança que se iria enraizar no imaginário do povo português. Mas o extraordinário nesta organização de resistência armada, é que foi a única que prestou contas da acção política que desenvolveu e foi também a única que, na sua acção de resistência armada contra a ditadura, não conta com um único crime de sangue no decurso da sua existência. Aqui se recordam estes episódios de resistência à ditadura, felizmente derrubada em 25 de Abril de 1974.

À venda em www.ancora-editora.pt


poesia/ /diversas

. Poesia . O Natal Não há dinheiro que pague o amor pois o ano inteiro é ignorado sem valor. Parece mal à sociedade e até passa despercebido mas também a falta de honestidade de muitos se faz esquecido. É triste não ter comer mas o ano inteiro tudo do melhor só quem não abre os olhos para ver depois queixam-se do pior É certo que a vida está má mas há certa gentinha duvidosa andam por lá e por cá tenho pena sim de gente idosa. Há sempre a quem dar há sobras que são boas para comer temos que saber poupar para o dinheiro render. O dinheiro não é de quem o traga mas sim de quem o sabe poupar a vida por si já é tão amarga se formos a estragar!... Que façam do Natal um dia de paz e amor em união só assim será afinal sentido no coração. O Natal vai perdendo o sentido jamais será igual quando o amor não é vivido. Bebo lágrimas de saudade por um Natal melhor já não vivo felicidade solidão é o amor.

Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2022

Espera por mim, no baloiço... Nem sei porque acordado estou. Será insónia ou será que Deus me despertou. Aquela caneta roída, está roída. Quem me roí? Quem me quer destruir? Quem faz mal, à minha amiga...a caneta. Nesta perdição de estar acordado com a cama ao lado; só Deus sabe o meu desejo de colmatar semelhante lacuna. Serão lacunas de Deus propositadas para no aliviar deste sofrimento da lacuna, que eu escrevo. Será que o meu sofrer, seja a felicidade do seu ler? Será que a tentação de escrever, será somente uma tentação... Nem o próprio afirmo resoluções nestes quereres surreais. A Lua lá fora, obedece a um ritmo constante e alternativo. Tivesse eu, essa alternativa de ser alguém que amasse... Espera por mim no baloiço. Diz-me qual o parque de areia aonde estás? Espera por mim, nessa areia, nem que seja no Deserto do Arizona... ou em qualquer zona deste Universo, onde se baloice a felicidade. Espera por mim...

Vaz Pessoa

José António Carreira Santos Natal 2021

AGRADECIMENTO

Maria Júlia Monteiro Pereira

N. 24-11-1928 • F. 20-01-2022 Seus irmãos, sobrinhos e restante família agradecem o carinho e a presença na cerimónia do seu ente querido, apesar de não podermos agradecer individualmente a todas as pessoas que de alguma forma manifestaram o seu apoio neste momento difícil, nenhuma palavra e gesto de carinho foi esquecido e nós queremos expressar nestas sinceras palavras que foi muito reconfortante sentir que vocês estiveram connosco. A todos, o nosso muito obrigado…

AGRADECIMENTO

DesenhodaMelita

26 •

AGRADECIMENTO

. obituário .

Laura Monteiro Vieira

Manuel Monteiro Lopes

N. 23-09-1948 • F. 15-01-2022

N. 12-09-1949 • F. 05-12-2021

Sua esposa, filhas, netas e restante família agradecem o carinho e a presença na cerimónia do seu ente querido, apesar de não podermos agradecer individualmente a todas as pessoas que de alguma forma manifestaram o seu apoio neste momento difícil, nenhuma palavra e gesto de carinho foi esquecido e nós queremos expressar nestas sinceras palavras que foi muito reconfortante sentir que vocês estiveram connosco. A todos, o nosso muito obrigado…

Seus Filhos, Nora, Genro, Netas e restante família agradecem o carinho e a presença na cerimónia do seu ente querido, apesar de não podermos agradecer individualmente a todas as pessoas que de alguma forma manifestaram o seu apoio neste momento difícil, nenhuma palavra e gesto de carinho foi esquecido e nós queremos expressar nestas sinceras palavras que foi muito reconfortante sentir que vocês estiveram connosco. A todos, o nosso muito obrigado…

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

José Henriques Vieira Pequeno

Emília Pereira

N. 14-01-1926 • F. 05-02-2022

N. 17-03-1940 • F. 30-01-2022 Seus filhos, nora, genro, netos e restante família agradecem o carinho e a presença na cerimónia do seu ente querido, apesar de não podermos agradecer individualmente a todas as pessoas que de alguma forma manifestaram o seu apoio neste momento difícil, nenhuma palavra e gesto de carinho foi esquecido e nós queremos expressar nestas sinceras palavras que foi muito reconfortante sentir que vocês estiveram connosco. A todos, o nosso muito obrigado…

Seus filhos, genros, noras, netos, bisnetos e restante família agradecem o carinho e a presença na cerimónia do seu ente querido, apesar de não podermos agradecer individualmente a todas as pessoas que de alguma forma manifestaram o seu apoio neste momento difícil, nenhuma palavra e gesto de carinho foi esquecido e nós queremos expressar nestas sinceras palavras que foi muito reconfortante sentir que vocês estiveram connosco. A todos, o nosso muito obrigado…

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OBITUÁRIO

Informamos que a publicação dos agradecimentos por ocasião de falecimento é gratuita para naturais e residentes na Golpilheira. Publicaremos apenas quando nos for pedido pelos familiares ou agências funerárias.

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a fechar • 27

Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2022

. telefones úteis .

Número europeu de emergência Bombeiros Voluntários da Batalha G.N.R. Batalha Junta de Freguesia Golpilheira Câmara Municipal Batalha Centro de Saúde da Batalha Centro Hospitalar N. S. C. - Brancas Escola Primária da Golpilheira Jardim-de-Infância da Golpilheira Agrupamento Escolas Batalha Mosteiro de Santa Maria da Vitória Águas do Lena (Piquete: 939 080 820) Centro Recreativo da Golpilheira Linha de Saúde Pública Linha de emergência Gás EDP - Avarias (24 horas) SUMA - Levantamento de “monos”

. Tintol & Traçadinho .

112 244 768 500 244 769 120 244 767 018 244 769 110 244 769 920 244 769 430 244 766 744 244 767 178 244 769 290 244 765 497 244 764 080 244 768 568 808 211 311 808 200 157 800 506 506 244 766 007

O Sofismo era uma corrente filosófica da Grécia Antiga que levava ao convencimento das pessoas através da técnica da argumentação...

Carlos Meneses | LMF

...uma técnica tão apurada que era fácil demonstrar como verdadeira qualquer mentira... e vice-versa!

Tens a certeza de que isso era mesmo na Grécia antiga?!...

Sofistiquices

.fotodestaque. LMF

. ficha técnica Registo ERC . 120 146 / Depósito Legal . 104.295/96 Estatuto Editorial: jornaldagolpilheira.pt/about Director . Composição . Luís Miguel Ferraz (CP 5023) Equipa JG . Adelino Rito, Ana Margarida Rito, Ângela Susano, Cristina Agostinho, Diogo Alves, Isabel Costa, Miguel Santos. Colaboradores . Ana Maria Henriques, António Ferraz (assinaturas), Carolina Carvalho (secretária), Cremilde Monteiro, Fernando Vaz Machado, Joaquim Santos, José António Santos, José Eusébio, José Jordão Cruz, José Travaços Santos, Márcio Lopes, Saul António Gomes. Propriedade/Editor . Centro Recreativo da Golpilheira (Instituição Utilidade Pública - D.R. 239/92 de 16/10). NIF . 501101829. Presidente: Fernando Figueiredo Ferreira Sede proprietário/editor/redacção . Centro Recreativo da Golpilheira - Estrada do Baçairo, 856 - 2440-234 Golpilheira . Tel. 910 280 820 / 965 022 333. Composição. Est. do Vale, 100 - 2440-232 Golpilheira Impressão . Empresa Diário do Minho, Lda . - Rua Santa Margarida, 4A - 4710-306 Braga - Tel. 253303170 . Tiragem desta edição . 800 exemplares Sítio: www.jornaldagolpilheira.pt Facebook: www.facebook.com/jgolpilheira Twitter: www.twitter.com/jgolpilheira E-mail: geral@jornaldagolpilheira.pt

Filarmonia

Apesar dos muitos constrangimentos da pandemia, este Natal permitiu algum tipo de animação nas ruas, no comércio e também na cultura. Quem aproveitou o concerto da orquestra Filarmonia das Beiras na igreja do Mosteiro, no dia 17 de Dezembro, deu, com certeza, por muito bem empregue o seu tempo. Magnífico cenário e excelente espectáculo!

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. recordar é viver .

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de Joaquim Vieira

Este será o segundo ano em que não temos Carnaval nas ruas, tal como acontece um pouco por todo o País, graças a este pandemia que teima em não dar tréguas. Para recordar esses dias de alegria, temos as memórias fotográficas de anos que já lá vão. Aqui, o grupo que o Centro Recreativo da Golpilheira levou ao Carnaval da Batalha, em 1998. | LMF


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última

Jornal da Golpilheira • Janeiro / Fevereiro de 2022

O Homem que merece todas as homenagens

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Há pessoas que merecem apreço por alguma qualidade ou obra em que se distinguem; há pessoas cujo mérito é digno de reconhecimento público pelo contributo que dão para uma sociedade mais justa, mais culta ou mais humana; há pessoas que devem ser enaltecidas pela excelência da sua dedicação e serviço aos outros. E, depois, há pessoas como José Travaços Santos, que, sendo tudo isso, o é sem pretensão, sem busca de reconhecimento ou louvor, com total paixão na oferta do muito que é e que tem, para que os outros cresçam e sejam melhores pessoas. Em resumo, foi isso que se disse, no passado dia 19 de Dezembro, no auditório do Mosteiro da Batalha. O pretexto era a apresentação de mais um volume, o 3.º, de “Apontamentos sobre a história da Batalha”, uma colectânea de artigos que este etnógrafo e prolífico investigador tem publicado no Jornal da Batalha, agora editados sob a chancela do Município e do CEPAE – Centro do Património da Estremadura. Mas a sessão, que reuniu cerca de uma centena de amigos e admiradores de José Travaços Santos, acabou por centrar-se à volta da sua dedicação à história, à cultura, à promoção dos valores humanos e da identidade nacional, em que a defesa da língua e da alma portuguesas ganha especial ênfase. A sessão vinha sendo preparada há longos meses pelo Rancho Folclórico Rosas do Lena, que a ele deve grande parte da sua história desde a fundação e da sua identidade

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Reconhecimento a José Travaços Santos

A sessão pode ser revista no Facebook do CEPAE. O vídeo apresentado está em youtu.be/_Af824zGorA

como um dos mais ilustres representantes da etnografia regional e nacional, aquém e além fronteiras. A pandemia foi levando ao protelamento, mas veio em tempo útil e sempre em tempo devido.

Filme ao “super-herói”

A abrir, um filme serviu para apresentar um breve resumo da sua imensa actividade no folclore, nas letras e literatura, na investigação histórica, na museologia, em muitas outras áreas do saber a que se dedica e em que se torna mestre e divulgador de conhecimentos. Sobretudo, frisando o seu carácter genuíno, generoso, humilde, afável e bondoso, que marca todos aqueles com quem se cruza, desde o mais douto catedrático ao mais simples homem da lavoura ou curiosa criança da escola. Os testemunhos inseridos na filmagem frisavam cada uma e todas essas características, com diferentes nuances, mas com o mesmo sentido de admi-

Muitos mais viriam, não fosse o condicionante da pandemia

ração, amizade e gratidão pelo legado cultural e humano que continua a partilhar. Mais uma vez, desde responsáveis de instituições culturais, autarquias ou associações, até aos colegas, amigos e familiares, o mesmo sorriso que o nome Travaços em todos desperta. O vídeo pode ser visto no canal Youtube do nosso Jornal (youtu.be/_Af824zGorA).

Louvor e gratidão

Na sessão, mais alguns testemunhos acrescentaram exemplos que não vêm em livros, mas se vivem na relação directa, em encontros de saber, em eventos de arte e cultura, tal como em simples conversas de rua ou almoços de amizade. Alguns responsáveis regionais e nacionais do folclore, o notável investigador da música tradicional portuguesa Alberto Sardinha, o presidente do rancho Rosas do Lena, António Bagagem, o director do Mosteiro, Joaquim Ruivo,

o presidente do CEPAE, Adélio Amaro, e o presidente da Câmara, Raul Castro, foram alguns dos intervenientes que quiseram sublinhar o contributo inestimável deste homem à cultura e ao património imaterial do concelho da Batalha, da região de Leiria, do todo nacional e, sem dúvida, da humanidade. Por alguma razão o “Óscar Mundial do Folclore” é um dos reconhecimentos que já recebeu. Só falta o justo reconhecimento do Estado português, como lembraram alguns. Nestes testemunhos, mais uma vez, destacou-se a sua capacidade de conhecimento, o seu gosto em partilhar saberes, a sua alma sensível de poeta, a sua amizade aberta e sincera, a sua humildade, generosidade, simpatia e empatia pelo próximo. Exemplo e estímulo para todos, reconheceram outros amigos presentes e as próprias filhas Fátima e Leonor, também intervenientes.

A humildade de sempre

O homenageado agradeceu, ao seu estilo: com simplicidade, humildade e alguma surpresa pelo rumo que levou a sessão que julgava de apresentação do seu livro, mas com uma gratidão sincera e alegre. Sublinhou a importância de alguns dos presentes no seu percurso de vida intelectual e pessoal e aproveitou para recordar algumas das coisas que o fizeram mais feliz, como o trabalho que desenvolveu

longos anos com “os rapazes das cadeias, gente especial de quem nunca tive medo”, precisamente porque os tratava como pessoas que eram, “com respeito e cordialidade”. Outras paixões: o Mosteiro da Batalha, claro, a língua portuguesa, o mar e a história dos Descobrimentos, que vê com mágoa ser denegrida por quem não sabe ver-lhe a grandeza e o que significou para a evolução da ciência, do encontro de culturas e da humanidade tal como a conhecemos. Tal como sempre lamentará outros atentados, de que é exemplo a destruição da Igreja de Santa Maria-a-Velha, no largo do Infante, junto às Capelas Imperfeitas, que era o verdadeiro panteão dos mestres que ergueram o Mosteiro de Santa Maria da Vitória e que a ignorância deixou ruir e deitou abaixo, em pleno século XX. José Travaços Santos é, desde há muitos anos, regular e querido colaborador do Jornal da Golpilheira. A presença nesta sessão e o testemunho dado pelo seu director no filme transmitido são apenas uma migalha da imensa gratidão que lhe devotamos pelo tanto que enriquece os nossos leitores. Mais do que isso, uma admiração transformada em amizade, que nunca é demais sublinhar e reforçar para com este Homem, digno de todas as homenagens e reconhecimentos. Luís Miguel Ferraz


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