201701 Jornal da Golpilheira 235 - Janeiro de 2017

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P.13 • Resumindo 12 meses

revista do ano

2016

O Banco da (nossa) terra.

Email: geral@jornaldagolpilheira.pt | Preço: € 1,00 | Director: Luís Miguel Ferraz | Mensal | Ano XXI | Edição 235 | Janeiro de 2017

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P.3 • Convento da Visitação

Irmãs dão prenda à igreja da Golpilheira P. 5 • Da Golpilheira no Brasil

Padre João festejou bodas de ouro P. 9 • Agenda do CRG

Volta o “Almoço dos Amigos” P. 17 | Sérgio Artilheiro conta

Saiba tudo sobre os Tolinhos da Corrida

Rastreio do cancro da mama na Batalha P. 24 | Divulgação

Fit&Dance e sopas

Imagem ilustrativa | Mstyslav Chernov/Unframe

P. 19 | Saúde

P.6 • Família do Iraque acolhida há nove meses

Bebé de casal refugiado já nasceu na Batalha

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P.7 • A verdadeira prenda para o Papa Francisco

Drama dos refugiados debatido em Leiria

CAMP . 3 ANHA

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. abertura .

Jornal da Golpilheira Janeiro de 2017

.editorial.

.caderno mensal. Por José Travaços Santos Que formação estamos a dar às novas gerações?

Vida e morte O ano começa cheio de vida, de coisas feitas e a fazer, de projectos e concretizações. Folhear esta edição, dá-nos essa sensação do tanto que está à nossa espera. A verdade é que a vida rola, mesmo quando tudo parece estagnado e, sem darmos conta, vamos crescendo. O importante é que esse crescimento seja feito de passos em frente, de atitudes concretas, de melhoria do mundo em que vivemos e, sobretudo, da nossa própria evolução enquanto humanos. O ano começa com ameaças de morte, também. De muros e fechar de fronteiras, de extremismos violentos e de respostas de “fogo com fogo”. De repente, a tentação de deixarmos esfumarem-se os horizontes de esperança. Torna-se, por isso, cada vez mais importante sublinhar a vida. Cada criança que nasce representa o futuro possível. Um bebé expatriado, após os pais sobreviverem a uma morte certa, representa-o ainda mais. Sobretudo, se nasce numa sociedade que lhe dá acolhimento, carinho, paz e oportunidades novas. Pegámos este mês no tema dos refugiados. Se queremos futuro, comecemos por não lhe fechar as portas.

Mar, o mais vasto território português São dados que, por serem pouco divulgados, passam despercebidos à maioria dos Portugueses. Portugal tem um território marítimo cerca

DR

Luís Miguel Ferraz Director

A agressividade extrema, o ódio desmiolado e uma violência própria de animais selvagens, mostrados nos noticiários televisivos que relatavam agressões cometidas por grupos de adolescentes, ainda agravadas pela cobardia de serem vários a zurzir um único, ou as igualmente cobardes agressões em ambiente familiar, têm deixado toda a gente, com um mínimo de sensibilidade e de humanidade, estarrecida. Como é isto possível num País, considerando civilizado, com formação cristã, e quase cumpridos dois decénios do século XXI? E que culpas nos cabem, pais, escolas, professores, governos, sistemas políticos, neste descalabro da educação? A verdade é que abdicámos da missão de educar, de incutir princípios e valores, de fazer entender aos mais novos que a par dos direitos temos deveres, entre eles o de respeitar todos os outros seres humanos e de contribuir, pela nossa acção generosa e pelo nosso empenho, para o bem geral e para o progresso moral e cultural das nossas comunidades. E o que dizer da influência dos filmes em que a violência gratuita e o terror mais nauseante são temas constantes, passados diariamente e a todas as horas nas nossas televisões?

e explorar o território marítimo, que em grande parte mereceu investigação, que ficou, na oceanografia, histórica pela sua qualidade que atingiu picos de invulgaridade, impulsionada e exercida pelo Rei D. Carlos I nos finais do século XIX e princípios do século XX, correndose o perigo de que outros países, ante a nossa inércia, o venham, pelo menos, a tentar. O que já não é novidade. É bem possível que, entre outras providências, se tenha de reconsiderar a reforma do Ministério do Mar, mais técnico e profissional do que político, sobretudo político partidário, inclusivamente chamando a si e sabendo aproveitar o conhecimento, a experiência e o profissionalismo dos oficiais da nossa Armada.

A extensão marítima do nosso território, legitimada pela História (foram os Portugueses a desbravar este seu Mar e a povoar as suas ilhas) e pelas leis internacionais, deve-se à acção do Infante D. Henrique e dos nossos Navegadores do século XV. Assim a saibamos aproveitar no nosso tempo. Reprodução do Padrão dos Descobrimentos erguido em Belém.

de dezanove vezes maior do que o território continental e insular. Nada menos do que um milhão e setecentos mil quilómetros quadrados. E na legitimação e na manutenção deste extenso espaço desempenham papéis essenciais os arquipélagos dos Açores e da Madeira e, muito principalmente nesta região autónoma, os ilhéus das Desertas e das Selvagens. Infelizmente, não temos sabido aproveitar

Museu da Língua Portuguesa em Bragança A iniciativa da cidade de Bragança, um dos marcos da Portugalidade, de fundar um Museu da Língua Portuguesa, tem de merecer todo o nosso aplauso e o nosso apoio, sendo um passo decisivo no colmatar duma falha inadmissível no país berço do nosso Idioma, um Idioma que hoje é falado por cerca de 250 milhões de seres humanos de oito nações. É possível que o notável propósito de Bragança venha acordar os nossos políticos e os seus governos para a necessidade, urgente, de se empreender com energia a defesa e a valorização, sobretudo expulsando de vez os termos ingleses, deste alicerce essencial da nossa identidade. Voltarei, se Deus quiser, ao assunto.

divulgação/apoio

Centro Recreativo da Golpilheira

Assembleia Geral Extraordinária Convocatória No dia 17 de Fevereiro de 2017, pelas 20h30, reúne-se a Assembleia Geral Ordinária, pelo que convoco todos os sócios a assistirem à reunião com a seguinte ordem de trabalhos: 1 - Alteração de Estatutos; 2 - Sócios a homenagear no dia 05/03/2017 (Almoço dos Amigos do CRG); 3 - Outros assuntos de interesse para a Colectividade. Nos termos dos estatutos, não comparecendo a maioria dos associados à hora marcada, será a reunião efectuada às 21h30 do mesmo dia, com qualquer número de sócios, não podendo os restantes discordar daquilo que foi deliberado. Dada a importância da reunião, agradecemos a comparência de V/ Ex.as. O Presidente da Mesa da Assembleia, Carlos Agostinho Costa Monteiro

José Travaços Santos

.cultura. Batalhense edita livro O batalhense Carlos da Silva Caldas, que foi juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça, vai lançar, aos 86 anos, o seu primeiro livro de Poesia, intitulado “No Tempo e no Espaço”. Editado pela Chiado Editora, a apresentação será no dia e de Fevereiro, às 18h30, no Chiado Café Literário, em Lisboa.

Portal de tradições populares O etnomusicólogo José Alberto Sardinha elaborou uma enciclopédia das tradições populares portuguesas, que está disponível gratuitamente na internet. Além palavras relacionada com a etnografia, tem secções dedicadas a festas e romarias, ervas e mezinhas, gastronomia regional e ainda entrevistas. A visitar no endereço www.terramater.pt.


Jornal da Golpilheira

. campanha . eclesial .

Janeiro de 2017

Carinho da contemplação

Agora que a obra está pronta...

O seu donativo é mais CAMPANHA 200 telhas! necessário do que nunca

A melhor recompensa será a bênção de Deus, que conhece a intenção e o coração de cada um!

Irmãs da Visitação dão prenda à igreja da Golpilheira

Donativos e empréstimos recebidos (objectivo: 200 mil euros)

NOME

Donativos Campanha Telhas

OUTROS

Saldo 2015 Saldo Janeiro 2016 Saldo Fevereiro 2016 Saldo Março 2016 Saldo Abril 2016 Saldo Maio 2016 Saldo Junho 2016 Saldo Julho 2016 Saldo Agosto 2016 Saldo Setembro 2016 Saldo Outubro 2016 Saldo Novembro 2016 Saldo Dezembro 2016 Anónimo Anónimo

24.000,00 €

885,00 €

2.000,00 € 2.000,00 € 2.000,00 € 4.000,00 € 3.000,00 € 3.000,00 € 2.000,00 € 1.000,00 € 1.000,00 €

6.347,87 € 285,00 € 1.180,00 € 24.080,00 € 13.570,00 € 22.266,10 € 370,00 € 1.325,00 € 0,00 € 600,00 € 170,00 € 0,00 € 10,00 € 250,00 €

Totais

44.000,00 €

71.338,97 €

Empréstimo 2.000,00 € 1.000,00 € 60.000,00 € 1.000,00 € LMF

Vamos todos ajudar para garantir os fundos necessários sem recorrer à banca... Ainda precisamos de cerca de 90 mil euros. Temos telhas que sairam do velho telhado por donativos de 1.000 euros. Fique com esta recordação da cobertura que serviu a casa de Deus durante mais de meio século! Estas telhas representam o trabalho dos nossos pais e avós que sob elas rezaram... Cada telha será emoldurada e levará uma dedicatória desta campanha. Como é óbvio, além desta campanha, aceitamos donativos ou empréstimos de qualquer valor. Será passado o recibo, que poderá deduzir nos impostos. A sua ajuda será bem-vinda!

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64.000,00 €

Total Donativos 115.338,97 €

Contactos:

igrejagolpilheira@gmail.com Miguel Ferraz - 910 280 820 José Carlos Ferraz - 914 961 543 Colabore para a construção desta obra comum Carlos Agostinho - 924 106 521 Cesário Santos - 962 343 232 da Comunidade Cristã da Golpilheira! Transferência Bancária - NIB: 0045 5080 4015 2316 6922 2

Precisamos da sua ajuda!

(enviar comprovativo de transferência)

No passado mês de Dezembro, a Comissão da Igreja recebeu o contacto das irmãs do Mosteiro da Visitação, da Faniqueira, comunicando o desejo de oferecer uma prenda à Igreja da Comunidade Cristã da Golpilheira. As irmãs desta Ordem de clausura contemplativa já foram visitadas por alguns grupos de catequese da Comunidade e têm acompanhado o seu dinamismo, sobretudo no que diz respeito às obras de restauração da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, às quais quiseram associar-se. Assim, fizemos a visita, no passado dia 21 de Dezembro e recebemos o presente, entregue com muita alegria e carinho pela superiora, irmã Maria de Lourdes Mendes, e pela irmã Maria Pia, natural da Golpilheira, que haveria de vir a falecer já neste mês de Janeiro de 2017 (ver notícia na página 4). Numa breve conversa, manifestaram o gosto por ler no Jornal da Golpilheira o que vai acontecendo na nossa terra e a dedicação e entusiasmo com que as pessoas trabalham pelo seu desenvolvimento, também no que diz respeito à vida cristã. Saímos com a promessa de que continuarão atentas à nossa caminhada e unidas a nós na oração. Esta prenda foi apresentada a toda a Comunidade da Golpilheira, na Missa do dia de Natal: um conjunto de panos para o serviço do altar e uma estola decorada, tudo confeccionado, bordado e pintado manualmente pelas próprias irmãs. Com um aplauso caloroso, os fiéis da Golpilheira agradeceram a oferta e esta união na oração que os une a este convento vizinho.

LMF

Assaltos

Continuam a sair telhas Na Missa do passado domingo de Natal, foram entregues mais três telhas da campanha que continua em curso: a Cesário Batista, a Marco Paulo Ferraz e a Rui e Cláudia Monteiro, dois irmãos residentes nos Estados Unidos da América, representados pelo seu pai, Armindo Monteiro. Recordamos que, apesar de reinaugurada a Igreja, há ainda alguns pormenores por concluir, como a escadaria de entrada, e há uma dívida de cerca de 100 mil euros por saldar. Assim, será bom que continue a generosidade da população, que tem sido menos frutuosa nos últimos meses.

Apesar de todos os cuidados e da atenção permanente, a Igreja de Nossa Senhora de Fátima já foi assaltada 3 ou 4 vezes desde que reabriu, em Maio de 2016. O furto não será grande, pois as caixas de esmolas são limpas com frequência, mas é o estrago nos equipamentos que mais nos preocupa, como aconteceu da última vez, em que foi danificado o lampadário junto à imagem de Nossa Senhora. É nosso desejo manter a igreja a aberta às pessoas que a queiram frequentar durante o dia, mas não se poderá continua a correr este risco, que poderá vir a ter consequências mais graves. Assim, até nova solução, a igreja ficará fechada, devendo entretanto ser anunciado um horário de funcionamento com guarda assegurada. Comissão da Igreja da Golpilheira


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Jornal da Golpilheira

. eclesial .

Janeiro de 2017

Último desejo foi ver a nossa igreja

No dia 18 de Fevereiro

Vigararia da Batalha em peregrinção a Fátima

A irmã Maria Pia (Matilde Cruz), natural da Golpilheira, esteve presente no encontro em que as irmãs do Convento da Faniqueira ofereceram uma prenda à nossa igreja, no passado dia 21 de Dezembro (ver notícia na página 3). Uma das coisas que disse nesse dia foi que gostaria muito de vir ver como ficou a nossa igreja depois do restauro. Embora tivesse visto as fotos no jornal, “ao vivo era outra coisa”. Ficámos de pensar numa possibilidade de realizar esse desejo, por ocasião de uma sua deslocação ao hospital, agendada para Fevereiro deste ano. Mas já não será possível. No passado dia 26 de Janeiro, recebemos a triste notícia do seu falecimento. O funeral foi no dia seguinte, estando sepultada no cemitério da Batalha. Com certeza, do céu, já terá realizado a sua vontade de ver a nossa igreja e estará a interceder junto de Deus para que todos os que a frequentam sejam cada vez mais felizes e santos, como ela se esforçou toda a vida por ser. Recordamos, a este propósito, a visita que fizemos à clausura, em Junho de 2010, com uma larga reportagem a propósito dos 400 anos da Ordem da Visitação.

Neste segundo ano (2016-2017) do biénio dedicado pela Diocese de Leiria-Fátima a “Maria, Mãe de Ternura e de Misericórdia”, não será realizada a tradicional peregrinação diocesana ao Santuário de Fátima no 5.º domingo da Quaresma. Em vez disso, cada uma das nove vigararias da Diocese farão em separado a sua peregrinação. Assim, a vigararia da Batalha terá a sua peregrinação a Fátima no próximo dia 18 de Fevereiro, sábado. São convidados a juntar-se numa tarde de formação, celebração e convívio os fiéis das paróquias de Aljubarrota, Batalha, Calvaria, Juncal, Pedreiras e Reguengo do Fetal. O programa é o seguinte: - 15h00: Concentração junto à Basílica da Santíssima Trindade, com serviço de Confissões na Capela da Reconciliação. - 16h00: Saudação a Nossa Senhora, na Capelinha das Aparições. - 16h30: Encontro de formação no Centro Pastoral Paulo VI. - 18h30: Celebração da Eucaristia, presidida pelo Bispo D. António Marto, na Basílica de Nossa Senhora do Rosário. - 20h00: Jantar partilhado no Albergue do Peregrino a Pé. - 21h30: Terço na Capelinha das Aparições e procissão de velas. - 23h00: Regresso

Há autocarros As paróquias da vigararia estão a organizar um serviço de transporte em autocarro para quem tenha dificuldade de transporte ou queira fazer o percurso em grupo. Os interessados deverão comunicar ao pároco ou às comissões das igrejas locais, até ao dia 5 de Fevereiro.

LMFerraz

Para jovens Haverá um programa específico para os jovens a partir do 10.º ano da catequese. O acolhimento será às 15h00, no Centro Pastoral Paulo VI, com uma primeira actividade para definir os grupos. Depois da saudação na Capelinha, terão uma actividade em cinco postos, a partir das 16h15, durante os quais poderão visitar os principais lugares do Santuário e aprofundar o conhecimento da Mensagem de Fátima. A partir das 18h30, inserem-se na Eucaristia e no restante programa com os outros peregrinos.

Em 2010, a tratar da horta

LMFerraz

Faleceu a irmã Maria Pia Cruz

Fotografia tirada na visita dos crismandos, em 2015

Foi um dos primeiros contactos com a irmã Maria Pia Cruz, na altura com 75 anos. Quis saber novidades da sua terra, da família e outras pessoas conhecidas e contou que foi aos 20 anos de idade que decidiu viver toda a vida recolhida, longe dos seus, numa entrega total a Deus, porque “foi assim que encontrei o meu caminho de felicidade”. Era na altura uma das mais activas da comunidade. Durante a reportagem, esteve a varrer o claustro, depois

a cuidar das flores do jardim, mais tarde a preparar as mesas no refeitório e, no final da manhã, ainda deu um pulinho ao quintal, para ajeitar as canas dos feijões, confessando que cultivar a horta era uma das suas tarefas favoritas. Vários problemas de saúde deixaram-na, há cerca de dois anos, em cadeira de rodas, veículo que os crismandos da Golpilheira do ano de 2015 ajudaram a pagar com o seu contributo quaresmal e um pequeno-almoço organizado no domingo de Páscoa. Estiveram também eles à conversa com esta irmã, nessa altura, testemunhando a alegria do seu testemunho e a vontade com que estava a adaptar-se à limitação dos movimentos. Foi com a mesma disposição que a encontrámos no mês passado, mas o agravar de problemas respiratórios, obrigando a alguns dias de internamento hospitalar, acabaram por ditar o seu falecimento, na tranquilidade do convento e com o carinho das companheiras de uma vida inteira de entrega a Deus. Luís Miguel Ferraz

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Jornal da Golpilheira

. entrevista . eclesial .

Janeiro de 2017

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Celebração em São João Batista de Jaguarari - Brasil

Jardim onde está o furo

Carta do Brasil

Já há água na paróquia

DR

No passado domingo 18 de Dezembro, na igreja matriz da paróquia de São João Batista de Jaguarari, foi celebrada a festa do jubileu de 50 anos de ordenação sacerdotal do padre João Monteiro da Felícia, natural da Golpilheira e missionário da Consolata nesta paróquia brasileira. O padre João foi ordenado sacerdote em 17 de Dezembro de 1966, na cidade de Turim, na Itália, com 47 outros sacerdotes. Precisamente um ano depois, chegou a Nacala, Moçambique, onde trabalhou até Agosto de 1972. Em 1973, cursou psicologia e pedagogia em Roma, no Pontifício Ateneu Salesiano, e espiritualidade no Antonianum. Em 1974, chegou ao Brasil, Erexim, trabalhando na formação. Em 1979, estava em São Paulo, no seminário filosófico. Em 1981, foi destinado a Portugal, onde trabalhou nos seminários até 1993. Em 1994, estava em Roma para actualização. Em 1995, chegou a São Paulo, Brasil. De 1995 até 2006, trabalhou na Bahia (Salvador e Jaguarari). Em 2006, foi destinado à paróquia de Nossa Senhora Consolata, em São Paulo, onde trabalhou como pároco. Após seis anos de serviço a esta paróquia, obedecendo à determinação da do Instituto Missionário da Consolata, transferiu-se para a paróquia de Nossa Senhora de Fátima, do bairro Imirim, do mesmo sector regional de Sant’Ana. Em 2014, foi destinado novamente para a paróquia de São João Batista de Jaguarari, como administrador paroquial, onde permanece actualmente. Este é um pequeno histórico da sua vida sacerdotal, dedicada

DR

Padre João festejou no Brasil os 50 anos de vida sacerdotal

Missa da festa

ao serviço de evangelização e amor a Deus. Vale salientar que, para toda a preparação do evento, houve envolvimento das pastorais, movimentos e comunidades da matriz, como também dos núcleos que compõem toda a paróquia. Foi uma festa simples, preparada em apenas 15 dias, mas que reuniu dedicação, partilha, fraternidade, colaboração e muito amor. Fruto do carinho, atenção e amor que padre João subtilmente espalha por onde anda. Foi realizado um tríduo na matriz, em preparação da festa. A festa de preparação para o jubileu contou com a participação de diversas pastorais e movimentos, que celebraram o tríduo nos dias 15, 16 e 17, sempre às 19h30, na igreja matriz, com celebração, adoração e acção de graças. A celebração eucarística, ocorrida no dia 18, às 19h30, na igreja matriz, foi presidida pelo pároco e homenageado, padre João Monteiro da Felícia. O bispo diocesano, D. Francisco Canindé Palhano,

não pôde comparecer, mas enviou felicitações através do padre Jarbas. Também esteve presente o padre Robério Crisóstomo da Silva, em representação do padre Aquiléo Fiorentini, superior da Consolata no Brasil. Marcaram ainda presença as autoridades civis do município. A Santa Missa foi bem preparada, recheada de símbolos e significados. Antes de se iniciar a celebração, foi feita uma apresentação com fotos de vários momentos da vida de padre João Monteiro, onde os fiéis puderam recordar momentos valiosos do seu trabalho, assim como de lugares por onde ele passou. A coordenação paroquial fez uma mensagem de agradecimento, onde relatou a importância do sacerdote na vida da Igreja e, principalmente, do cuidado e zelo do padre João pelo espaço sagrado e também pelas pessoas enquanto seres humanos. Ressaltou também que é louvável e motivo de grande alegria celebrar 50 anos de vida sacerdotal num mundo

secularizado e pagão. Vários fiéis vieram de diversos lugares e povoados prestigiar este importante momento na vida de padre João da Felícia. Participavam expressivamente, demonstrando um sentimento de gratidão e alegria, pois foram testemunhas da generosidade deste sacerdote como profeta e mensageiro do Evangelho de Cristo, da paz e do bem que leva por onde passa. No final da celebração, aconteceu uma linda confraternização no centro pastoral, com a presença de muitos fiéis, que foram expressar o seu carinho, com abraços, mensagens e presentes. A confraternização foi abrilhantada com a banda Voz de Capela, da matriz. A paróquia de São João Batista sente-se muito honrada por poder celebrar um jubileu de 50 anos de um sacerdote que veio de tão longe para trabalhar e partilhar um pouco de sua missão evangelizadora no meio do povo. (Enviado de Jaguarari)

Caros amigos, Começo por agradecer a vossa ajuda e contributos para a nossa paróquia, nomeadamente para este último pedido de ajuda para o furo que fizemos junto à casa paroquial. O problema da falta de água está resolvido. Ficou muito caro, cerca de 1.500 euros pela bomba, montagem e canalização, mas pelo menos temos água todos os dias para tomar banho e lavar as mãos. A vossa ajuda foi preciosa! O ano de 2016 aqui no Brasil foi péssimo, péssimo, para esquecer. Os nossos governantes dizem que lá para o meio do ano de 2017 a situação estará bem melhor. Temos esperança, mas há que esperar para ver. Informo que começámos um programa de evangelização na rádio local, com 30 minutos, de terça-feira a sábado. Praticamente, é feito pelos leigos e todos os dias tem uma equipa. O programa tem um custo mensal de 450 euros, o que fica um tanto pesado para a paróquia, mas o povo gosta e nem só de pão vive o homem, também temos de investir no anúncio do Evangelho. As ofertas que me chegam vão também ajudar esta evangelização. Envio uma notícia feita aqui sobre a festa dos meus 50 anos de sacerdócio. Conto com a vossa oração para que Deus me ajude a continuar. Em Julho, espero estar convosco e celebrarmos juntos. Desejo a todos um ano cheio de paz, amor e felicidade. Que Deus esteja convosco e Nossa Senhora de Fátima, nos seus 100 anos de Aparições em Fátima, acolha no seu seio de Mãe cada um de nós. Abraço amigo deste vosso missionário no Brasil,

P. João Monteiro da Felícia

Pão para as crianças do padre João Campanha de solidariedade Este mês recebemos:

- António Ferraz - 50 euros • Total deste ano: 50 euros

Colabore! Seja solidário... Contacte:

• CRG - R. Baçairo, 856 • 2440-234 GOLPILHEIRA • Pe. José Gonçalves (Pároco da Batalha) • António Mont. Rosa (Casal Mil Homens)

...e poupe nos impostos! Os Missionários passam recibo, que poderá deduzir no IRS. Basta que junte o seu nome, morada e o n.º de contribuinte.


Jornal da Golpilheira

. poesia . destaque .

Janeiro de 2017

.poesia. Mário, o Nobre Soares Mário Alberto Nobreza de Nobre Espírito desperto Amado-odiado, alguém descobre? Aguerrido, lutador Sofrimento na coragem Controverso no valor Eterna aprendizagem Mário democrata Laico, socialista Na luta diplomata Na batalha realista Mário de Portugal Mário Panteão Mário Nacional Mário, Europeu de eleição Vaz Pessoa

Recordar na vida Quando a noite cai, A solidão sai Com saudade À rua E recordando imagem tua Os anos deixaram-nos Mas continua a presença Do teu valor Que hoje sinto o vazio. Catorze anos passaram, Mas também marcaram Uma vida na escuridão Vou chorando e sorrindo Mas encontro-me com a solidão. Procuro respirar à janela, Mas a vida já não é tão bela Porque em cada canto Nasceu uma saudade Que será eterna na mente A vida é diferente. A vida continua, Mas a falta é sempre tua A vida não parou E de chorar não me cansou A saudade é tão fria Na hora a presença é vazia Hoje e sempre na mente És pedaço da minha saudade Foste esposa e mãe Restou tua semente E nasceu saudade também A minha homenagem Até sempre. 15-12-2016 José António Carreira Santos

Nome de natal Mãos cheias de nada, Vive em muitos a ilusão Adormecem já de madrugada Sem nada em cada mão. Nome de natal, Aparenta uma quadra linda Mas fico triste afinal Analisando depois de finda. Longos dias no ano, Sem nada para conforto Vai vivendo o desengano Relembra parecer estar morto. É quadra em que há frio, Porque é natal de tanta esperança O ano inteiro é tão vazio É a imagem viva na lembrança. Tu amigo que sentes o bom natal, Tens tudo a teu lado que felicidade Mas tantos sem extracto social Vagueiam pelos cantos da cidade. Há tanto que é preciso, Nesta vida a correr Nem tempo para um sorriso Que é um momento que dá prazer. É este o nome de natal, Que a vida vai reservando É este o natal afinal Que cada um de nós vai esperando. Natal 2016 José António Carreira Santos

G.I. Galopante Inspiração GI; Galopante inspiração Cabelo escuro, clara tez Fiquei sem noção Nem local, nem mês Juventude de regras Postura natural Teorema de Pitágoras Limites do sobrenatural Dialogo sem resposta Locomove-me no éter Caviar ou lagosta Santo ou gangster Dúvida que atormenta Avanço ou congelo Sortilégio ou ave agourenta Cura ou flagelo Augusto Sesimbra

Dados Irenícos Tens os dados Dados lançados por Deus Alma pura de recados O Universo tem achados Beleza linda interior Benefícios seus Madura idade de reflexão Amores trocados Abraços não dados Distância longínquas Fáceis de superar Só eu te saberei amar Vaz Pessoa

LMFerraz

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Estiveram presentes na sessão solene do Dia do Município em 2016, dedicada aos migrantes

Família do Iraque acolhida há nove meses

Bebé de casal refugiado já nasceu na Batalha Chama-se Adam, nasceu no passado dia 19 de Janeiro, no Centro Hospitalar de Leiria, e encontra-se bem de saúde. O recém-nascido é o terceiro filho de um casal de refugiados iraquianos, acolhidos no concelho da Batalha em Abril de 2016, curiosamente, há precisamente nove meses. Ainda com o processo de plena integração a decorrer, esta família – composta agora por nove elementos – diz que “este é mais um motivo para acreditar no futuro”. Quando chegaram, foi arranjado trabalho para os homens, que entretanto já renovaram os respectivos contratos. Também as crianças - com 9 e 7 anos – foram perfeitamente inseridas na escola e já dominam a língua portuguesa. Têm sido ainda disponibilizadas semanalmente aulas de português, através do trabalho voluntário de professoras e de terapeutas da fala, aos restantes elementos do agregado. “É um processo que dá trabalho e obriga a um acompanhamento permanente, mas é muito compensador em termos huma-

nos, profissionais e até pessoais”, comenta ao Jornal da Golpilheira a vereadora Cíntia Silva. Por morar em São Mamede, freguesia em que esta família iraquiana foi instalada, acaba por acompanhála mais de perto e ser chamada para ajudar a resolver pequenos problemas da casa ou da vida diária. Mas “ao saber da sua história, do perigo de morte a que fugiram, do modo como a sua vida ganhou uma nova esperança, do sorriso que nos oferecem em agradecimento, sentimos que vale a pena todo o esforço”, conclui. E refere como o acolhimento da comunidade foi importante para esse sucesso de integração, dando como exemplo a participação das senhoras nas sessões de zumba e ginástica do grupo local. Em nota enviada pelo Município, o presidente considera que também “o nascimento desta criança vem assinalar o sucesso da integração desta família no Concelho”. Paulo Batista aponta o contributo “não só da Autarquia, mas também das empresas e das instituições locais”, aproveitando para agradecer à Liga de

Amigos do Centro Hospital de Leiria e à Loja Social da Batalha a oferta de diversos produtos de puericultura “que serão bastante úteis para o recém-nascido e para a família”.

Experiência partilhada Na cimeira sobre os refugiados organizada no passado mês de Dezembro pelo Vaticano, que aqui noticiámos, o presidente do Município da Batalha defendeu que a comunidade internacional deve assumir um papel mais interventivo nesta matéria, “devendo pugnar pela garantia e protecção dos refugiados, mas também pelos interesses legítimos das comunidades anfitriãs”. Na mesma linha de partilha destas convicções e da experiência local da integração de refugiados no Concelho, a Câmara da Batalha participará, no próximo dia 31 de Janeiro, no auditório António de Almeida Santos, na Assembleia da República, na conferência alusiva ao tema “Refugiados e Migrações: prevenção de conflitos e as soluções duradoiras”.


Jornal da Golpilheira

. entrevista destaque .

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A verdadeira prenda para o Papa Francisco

Drama dos refugiados debatido em Leiria

Privilegiar o fraco Logo na primeira conferência, na noite de sexta-feira, o padre José Manuel Almeida apontou os diversos dilemas entre “pensar e agir” e mostrou como “as coisas têm um preço, mas as pessoas têm uma dignidade”. Defendeu que é preciso “privilegiar o fraco”, neste caso os refugiados, “por uma questão de justiça” e porque “todos somos responsáveis por todos”. Agindo com e como Cristo, partindo da mesa da Eucaristia para a partilha da mesa do mundo – “onde está a salvação” –, devemos procurar “onde está hoje o frágil e oferecer-lhe, não a caridade, mas o que lhe pertence por direito e justiça”. Foi nessa procura que seguiu o painel da manhã de sábado, sobre a Europa como “família de povos”. A eurodeputada Ana Gomes, o economista João Ferreira do Amaral e o alto-comissário para as Migrações Pedro

LMFerraz

ções diocesana, fez uma viagem pela Europa a “necessitar de alma e de Deus”, apontando a sua matriz cristã fundadora como “resposta às crises que a assolam”, entre as quais, “talvez actualmente a mais grave, a dos refugiados” que lhe batem à porta e lhe entram pela casa.

LMFerraz

Quando recebemos uma visita ilustre, é de bom tom oferecer um presente ou lembrança ao convidado. Qual a prenda indicada para o País oferecer ao Papa Francisco em maio? A resposta foi dada no 17.º Encontro Nacional de Animadores Sócio-Pastorais das Migrações, que decorreu no Centro Pastoral Diocesano de Leiria-Fátima, nos passados dias 13 a 15 de Janeiro. Sob o tema “Refugiados: euros ou pessoas?” e inserido no contexto do Dia do Migrante e do Refugiado, assinalado pela Igreja a 15 de Janeiro, o encontro foi organizado pela Obra Católica Portuguesa de Migrações, a Cáritas Portuguesa, o Departamento Nacional da Pastoral Juvenil e a Agência Ecclesia, com a colaboração do Secretariado Diocesano de Migrações e da Cáritas Diocesana de Leiria-Fátima. Na sessão de abertura, os cerca de 70 participantes ouviram D. Joaquim Mendes, bispo auxiliar de Lisboa, lembrar a Mensagem do Papa para este dia, centrada nas crianças que são vítimas deste flagelo, e referir que, ainda que Portugal seja “exemplo da solidariedade europeia”, também é verdade que “não podemos parar”. Eugénio Fonseca, da Cáritas Portuguesa, recordou os 17 anos deste encontro, onde já se falou de imigrantes, de emigrantes e agora do problema mais grave da migração, não pela melhoria da vida, mas pela mera garantia da vida. Apontou uma Europa “tímida” e “desorientada”, mas lançou o repto a encaramos o problema “com espírito vencedor”, de quem está disposto a resolver, apelando à “reanimação das paróquias”. Também o padre Sílvio Litvinczuk, da pastoral de migra-

Presidente da PAR lamenta estar a esgotar-se a oferta de instituições dispostas a acolher refugiados

Calado demonstraram como o potencial da Europa para acolher refugiados é muito superior ao que se apregoa. Numa Europa cada vez mais envelhecida, fechada em si e egoísta, acolher refugiados pode até ser uma resposta à crise demográfica, económica e, até, sociocultural. É “possível”, “viável” e “útil”, concluiu-se. No debate, foram partilhadas algumas experiências concretas de acolhimento, sendo uma das referidas a da Batalha, como exemplo concreto do que deve ser feito, num acompanhamento de proximidade e integração que implica trabalho, educação,

Participaram cerca de 70 pessoas da área social

habitação e envolvimento das populações. Foi também nessa demanda que decorreram os trabalhos de grupos, apresentados com o comentário do ex-ministro e comissário europeu António Vitorino, durante a tarde. “A Europa prometeu mundos e fundos e não cumpriu”, disse, referindo-se aos apenas 7 mil refugiados realojados, dos 160 mil que tinham sido assumidos. São “fracos resultados” que “minam a credibilidade” dos países mais ricos, co-responsáveis pelo problema.

Uma família por paróquia O último painel, sobre o compromisso a assumir pela Igreja, contou com os testemunhos de Rui Marques, Helena Vaz e Margarida Neto, da PAR – Plataforma de Apoio aos Refugiados. Os números da realidade, os casos concretos e os nomes das famílias acolhidas deram uma “cor” especial ao debate. “Parece que já fazemos muito, mas poderemos ter vergonha de nós”, quando verificamos que 70% dos refugiados estão nos países mais pobres e que só o Líbano, com 4

milhões de habitantes, acolheu 1,5 milhões de refugiados, quase o dobro dos que aceitou a Europa, com os seus 500 milhões de cidadãos. É urgente que os portugueses deixem de lado uma “indignação de sofá”, estimulada pelos picos de informação e a exploração de casos dramáticos, para agirem numa indignação plena que leve ao verdadeiro compromisso. Somo um “exemplo anão”, em que apenas 1 por cada 80 paróquias disse “sim” ao convite do Papa Francisco a que cada comunidade acolhesse uma família. “Neste momento, há famílias a querer vir para Portugal, mas a capacidade de resposta está quase esgotada, por não haver quem queira acolhê-las”, referiu a PAR. Essa seria, então, a melhor prenda a dar ao Santo Padre, em maio deste ano: que ninguém estivesse à espera de ser acolhido em Portugal. E é para chegar aí que será lançada, no início deste ano, uma acção de sensibilização a nível nacional. Luís Miguel Ferraz

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CONSTRUÇÕES


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. cultura . sociedade .

Jornal da Golpilheira Janeiro de 2017

. museu de todos. Equipa do Museu da Comunidade Concelhia da Batalha

Peça do mês:

Momento da festa

Centro Infantil Moinho de Vento

O Natal do Sapatinho O Natal é a festa da família e as crianças são as protagonistas desta época festiva. O Centro Infantil Moinho de Vento organizou, uma vez mais, uma festa de Natal, no passado dia 17 de Dezembro, com as suas crianças, para as suas crianças, respectivas famílias e toda a comunidade educativa. Sob o tema “O Natal do Sapatinho”, viveram em palco o Natal do tempo dos seus

avós, onde as prendas eram colocadas no sapatinho, junto à chaminé. A festa realizou-se no salão paroquial da Batalha e, com muito agrado, recebemos alguns elementos da comunidade envolvente que aceitaram o nosso convite e nos honraram com a sua presença. A equipa Moinho de Vento teve consigo o carinho e o envolvimento dos pais e, naquela tarde, o espírito

natalício ganhou uma luz especial. As crianças dançaram, dramatizaram, cantaram, divertiram-se e tiveram um momento de fantasia com a presença do Pai-Natal. A Associação de Propaganda e Defesa da Região da Batalha, através do Centro Infantil Moinho de Vento, deseja a todos um próspero 2017. Bem hajam! Ana Paula Neto, directora pedagógica

Obra infantil sobre a antiga cidade de Collippo

“Vitória: a Romana que viveu na Batalha” Neste Natal, todos os alunos do pré-escolar e do 1.º ciclo da rede pública receberam uma prenda muito especial: um livro que tem como cenário a antiga cidade romana de Collippo, edificada no lugar de São Sebastião de Freixo, freguesia da Golpilheira. “Vitória: a Romana que viveu na Batalha” é o título desta publicação infantil, apresentando a figura central, uma criança chamada Vitória que faz a visita guiada pela sua terra. De forma divertida, em 24 páginas, são divulgadas algumas informações relativas aos hábitos do povo romano,

Capa do livro

Rúben Almeida

Humanos. Andam sobre duas pernas, vivem em sociedade, desafiam a inteligência e deixam marcas no Mundo. Chegam à Terra a reboque de uma longa cadeia de evolução. Há cerca de 4 milhões de anos, tomavam a forma de hominídeos, herdando algumas características dos antecessores primatas. Assim nos relatam os achados do “Australopithecus Afarensis”, encontrados na Etiópia nos anos 70 do século XX, testemunhando a primeira espécie de hominídeo de que há conhecimento. Estes vestígios juntam-se a outros, encontrados em várias partes do planeta, revelando a longa evolução entre as espécies mais ancestrais e o “Homo Sapiens” actual. N e s t a grande árvore genealógica da espécie humana, assinala-se o “Homo Erectus”, hominídeo que apareceu há cerca de 2,5 milhões de anos na África Ocidental. A sua designação classifica a postura mais vertical. O crânio aumentara significativamente e as suas condições psicomotoras e culturais haviam de auxiliá-lo na sua expansão pelo planeta. Crê-se que, evoluindo para outras sub-espécies, tenha chegado à Europa há cerca de 1 milhão de anos e, mais tarde, à Península Ibérica e à Batalha. Destacamos, nesta edição, uma das peças mais marcantes do Museu: o “Homo Erectus” (reconstituição). A peça é feita em tamanho real e encontra na exposição um espaço que é testemunha das primeiras comunidades da Batalha. Colocado propositadamente sobre pedras roladas, revela a capacidade que estes hominídeos do Paleolítico tinham em utilizar elementos da natureza nas suas tarefas diárias. Com as pedras, fazia ferramentas utilizadas, por exemplo, na actividade da caça ou na produção do fogo. Os vestígios encontrados nos anos 80 e 90 do século XX, nas escavações arqueológicas efectuadas na Jardoeira e em Casal do Azemel são disso evidência. Bifaces, unifaces, bigornas, machados, entre outros objectos, reportam-nos para um dos períodos mais longos da evolução humana. O realismo da peça foi conseguido pela utilização de silicone na reconstituição do corpo e no seu aperfeiçoamento com pêlo e pigmento. O “Jaime”, nome pelo qual foi apelidado este hominídeo, é uma das peças mais atractivas do Museu, sendo particularmente apreciado pelos mais jovens. O Município da Batalha, através do MCCB, reforça o convite à visita ao Museu para conhecer de perto o “Jaime” e as peças deixadas pelas primeiras comunidades residentes na Batalha. Relembramos que, ao primeiro domingo de cada mês, às 11h30, tem lugar uma visita guiada para todos os interessados em conhecer melhor o nosso Museu, sendo as entradas gratuitas para todos os munícipes.

DR

Homo Erectus – reconstituição

à extensão e organização da antiga cidade, aos principais ofícios, à importân-

cia de actividades como a agricultura e a caça, bem como à dieta alimentar e

ao legado, que ainda hoje se faz sentir, ao nível da importância do Direito e das leis. A obra conta com desenhos de Luís Taklim e Carla Rotchild, conceituados ilustradores de publicações como a versão portuguesa da revista National Geographic. Para Paulo Batista Santos, presidente da Câmara, esta obra é “um forte motivo de orgulho e um importante contributo para a preservação da memória futura, atendendo à dimensão e à importância que o antigo povoado romano representou para a nossa região”.


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. cultura . sociedade .

Janeiro de 2017

Regresso do convívio

Próximo eventos

Agenda CRG

Almoço dos Amigos do CRG gariar fundos para as suas actividades. Esta iniciativa está de regresso, com um “almoço dos amigos” no próximo dia 5 de Março, exactamente a data do 48.º aniversário do Centro Recreativo, fundado oficialmente, conforme Alvará atribuído pelo Governo Civil de

Há alguns anos, realizaram-se os célebres “almoços dos amigos” do Centro Recreativo da Golpilheira, que juntavam sócios e outras pessoas ligadas à vida da colectividade. Além do convívio, eram momentos para acompanhar a vida da associação, homenagear alguns sócios e, claro, an-

Leiria, em 5 de Março de 1969. Nesta edição, serão assinados protocolos com algumas empresas, que vão colaborar com descontos na aquisição dos seus produtos ou serviços aos sócios do Centro com as quotas em dia, uma novidade a ser apresentada a

todos na ocasião. Outras surpresas se reservam... Espera-se uma adesão dos sócios a esta iniciativa, já que há alguns anos não se realiza, e o objectivo é que seja um grande e verdadeiro convívio de amigos desta associação da freguesia da Golpilheira.

LMFerraz

“Upgrade” nas festas de Santo Amaro

Actuação na Barreira

Amaro, na paróquia da Barreira, fazer o convite para uma actuação breve

no seu programa de domingo à tarde. E as nossas meninas lá foram, dando

14-Fev – Comemoração do Dia de Namorados, com jantar romântico no Restaurante Etnográfico. 26-Fev – Participação no Carnaval na Batalha 05-Mar – “Almoço dos Amigos” do CRG 08-Mar – Dia da Mulher. Jantar convívio no Restaurante Etnográfico do CRG, com algumas surpresas. 18-Mar – Baile da “Pinhata” com a “Banda Kroll” 8 e 9-Abr – 15.º TT “Anjos sobre Rodas” 14 a 17-Jul – Festa do 48.º aniversário do CRG

Corso com associações e escolas

Carnaval na Batalha

Como habitual, a Câmara Municipal da Batalha vai organizar um desfile de Carnaval, no domingo, dia 26 de Fevereiro. Os protagonistas habituais são as colectividades, os centros de tempos livres e escolas do concelho, convidados a trazer os seus carros alegóricos e grupos fantasiados para animar a tarde de alguns milhares de foliões. Haverá prémios nas três categorias de “carros”, “conjuntos” e “escolas”, no valor de 400 euros, 250 euros e 160 euros, respectivamente, para os três primeiros classificados de cada uma. A concentração dos participantes e das viaturas terá lugar junto ao pavilhão multiusos, estando a partida do corso marcada para as 15h00. Na zona da partida estará instalada uma tenda para o conforto do público, sendo também aí o fim do percurso e a entrega de prémios.

Dança do CRG em digressão O grupo “Upgrade”, o mais sénior da Escola de Dança do Centro Recreativo da Golpilheira, já ganhou fama pela sua qualidade e alguns prémios conquistados a nível regional e nacional. Por isso, surgem por vezes convites para actuações, como aconteceu no início do ano lectivo, em algumas festas promovidas por associações de estudantes da região. No passado dia 22 de Janeiro, foi a vez da comissão das festas de Santo

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mais uma prova da sua alegria e qualidade técnica em palco. divulgação

Finalista da Batalha promovem

Festival de sopas na Golpilheira Um grupo de finalistas do Agrupamento de Escolas da Batalha vai promover um festival de sopas, no dia 4 de Fevereiro, a partir das 19h30, no salão da igreja da Golpilheira. A iniciativa visa a angariação de fundos para as actividades dos estudantes. O preço será de 5 euros por pessoa e de 3 euros para crianças dos 3 aos 12 anos de idade.

Casa do Benfica da Batalha Convocatória

De acordo com o artigo 22.º dos Estatutos da Casa do Sport Lisboa e Benfica na Batalha, convoco os Exmos. associados desta Associação para uma Assembleia Geral Ordinária, a realizar no dia 4 de março de 2017 (sábado), pelas 20h30, na sede, sita na Rua D. Filipa de Lencastre – Lote 4 – Célula B, Freguesia e Concelho da Batalha, com a seguinte ordem de trabalho: 1. Apreciar as contas da Gerência do exercício de 2016; 2. Apreciar o Parecer do Concelho Fiscal; 3. Votação do Relatório e Contas do exercício de 2016; 4. Eleição dos Órgãos Sociais para o Triénio 2017/2020; (#) 5. Outros assuntos. Caso não estejam presentes, à hora marcada, a maioria dos sócios efetivos no pleno gozo dos seus direitos, a Assembleia funcionará, meia hora depois (21 horas), com qualquer número de sócios. (#) As listas concorrentes ao ato eleitoral têm que ser entregues ao Presidente da Assembleia Geral até dia 1 de março de 2017. O Presidente da Assembleia Geral, Germano Santos Pragosa


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Jornal da Golpilheira

. sociedade .

Janeiro de 2017

Bolsas de estudo chegam aos 30 mil euros No decurso das candidaturas apresentadas ao programa de Bolsas de Estudo do Município da Batalha, vão ser atribuídos cerca de 30 mil euros a estudantes do concelho que frequentam o ensino superior no presente ano lectivo. Sendo mais 5 mil euros do que no ano anterior, esta verba corresponde à renovação de 32 bolsas e ao início de 28 novas. Para Paulo Batista Santos, presidente da Câmara Municipal da Batalha, esta decisão “expressa o forte empenho da autarquia em auxiliar os estudantes em situação de carência económica e das respectivas famílias”, contribuindo para que a população jovem do Concelho “seja mais qualificada e detentora de ferramentas que auxiliem a enfrentar o exigente mercado de trabalho”. Em contrapartida a este apoio, a Câmara da Batalha convida os bolseiros a integrar a bolsa de voluntariado local, visando a prestação de algum trabalho cultural e social no concelho, especialmente no período de férias.

Câmara reforça apoio às instituições fornecedoras

Refeições escolares ajudam economia local

A Câmara Municipal da Batalha decidiu renovar o apoio atribuído às instituições e associações locais que fornecem refeições escolares, num montante de cerca de 221 mil euros, para o período de Janeiro a Julho de 2017. A previsão é de fornecimento de cerca de 85 mil refeições nestes sete meses, nas cerca de duas dezenas de escolas concelhias. Este é um serviço prestado aos alunos do 1.º ciclo e dos jardins-de-infância do concelho, protocolado com a Irmandade da Santa Casa da Misericórdia da Batalha, o Centro Paroquial de Assistência do Reguengo do Fetal, o Centro Social e Cultural da Paróquia de São Mamede, o Centro Recreativo da Golpilheira e o Agrupamento de Escolas da Batalha. O Município refere ainda que decidiu manter o valor pago por refeição às referidas entidades, apesar da recente redução da taxa de IVA na restauração de 23% para 13%, de forma a beneficiar aquelas instituições com algum reforço do montante líquido recebido. Esta aposta visa garantir “refeições de maior qualidade, confeccionadas com produtos locais seleccionados”, ao mesmo tempo de “dinamiza a economia local e contribui para a sustentabilidade financeira das associações do concelho da Batalha”, refere o presidente da Câmara, Paulo Batista Santos. Isto porque “a qualidade das refeições fornecidas nas escola aos alunos, sobretudo nos níveis de ensino pré-escolar e do 1.º ciclo é um factor de desenvolvimento e garantia para a saúde das crianças”. pub

de Franclim Sousa

Aberto das 9h00 às 13h00 e das 15h00 às 19h30 Telefone 244 768 256 | Telemóvel 917 861 577

Associação nacional reuniu-se na Batalha

Cidades e vilas vivem a cerâmica Defender, valorizar e divulgar o património cultural e histórico cerâmico do País, promover o intercâmbio de experiências entre os associados, nomeadamente, ao nível da conservação do património e garantir a realização de parcerias entre cidades e vilas com vínculos tradicionais a este sector são alguns dos objectivos da Associação Portuguesa de Cidades e Vilas de Cerâmica (AptCC), cujos responsáveis reuniram este mês na Batalha. Com sede nas Caldas da Rainha, a AptCC pretende ainda promover a criação artística e a difusão da cerâmica tradicional e contemporânea, bem como incentivar as relações de cooperação e intercâmbios entre os diversos associados a nível nacional ou no espaço europeu. Para além da Batalha, a associação tem como membros fundadores os municípios de Alcobaça, Aveiro, Barcelos, Caldas da Rai-

DR

Apoio a estudantes carenciados

Decurso da reunião

nha, Ílhavo, Mafra, Montemor-o-Novo, Redondo, Reguengos de Monsaraz, Tondela, Viana do Alentejo, Viana do Castelo e Vila Nova de Poiares. A presente foi estimulada pela visita a Portugal do coordenador europeu e italiano das cidades cerâmicas, acompanhado pelo coordenador espanhol, que executavam uma missão do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial das Cidades Cerâmicas, com vista ao estabelecimento, na maioria dos países europeus, das respectivas associações. Este é um agrupamento com peso institucional no seio da União Europeia,

agregando mais de uma centena de cidades das associações de Itália, Espanha, França, Roménia e Alemanha. A sessão foi presidida por Célia Fernandes, vereadora do Município de Mafra, que assume a presidência rotativa desta entidade, tendo os parceiros confirmado os documentos finais para instituição da associação e identificado um conjunto de projectos imediatos, nomeadamente, nos domínios da valorização e divulgação do património cultural e histórico cerâmico, bem como o intercâmbio de experiências entre os associados, como seja ao

nível da conservação do património. Para Paulo Santos, presidente da Câmara da Batalha, “a integração do Município da Batalha na recente constituição da Associação Portuguesa de Cidades e Vilas de Cerâmica revela a importância que a autarquia atribui ao sector, contando-se presentemente cinco unidades produtivas instaladas na Batalha”. O autarca refere que “são empresas que contribuem, em larga escala, para a exportação da economia local, com enorme capacidade de empregabilidade e que apostam em tecnologia de ponta”.

Município aponta verba de 1 milhão de euros

Investimento em poupança energética A Câmara Municipal da Batalha candidatou ao Programa Operacional Centro 2020 a instalação de mais de um 1.500 unidades de iluminação tipo LED, nas principais vias de comunicação e centros urbanos do Concelho, um investimento superior a um milhão de euros, incluindo também medidas de racionalização das condições energéticas em edifícios e piscinas públicos. Esta intervenção ao nível da iluminação pública vai ser implementada, de forma faseada, nas principais artérias e lugares das quatro freguesias, de modo a promover uma maior eficiência energética da

rede de iluminação pública municipal. Trata-se de um investimento inicial de 600 mil euros, financiado em 85% por fundos europeus (FEDER). A iluminação LED permite obter mais de 70% de poupança de energia eléctrica, comparativamente à tecnologia de vapor de sódio de alta pressão. Para além da redução de custos, este sistema permite obter uniformidade na iluminação pública, originando uma optimização na visualização nocturna e beneficiando as condições de segurança. Também neste projecto, serão aplicados 200 mil euros na redução do

consumo energético do edifício público dos Paços do Concelho, onde funcionam os serviços municipais, espaço e loja do cidadão (em conclusão), auditório e biblioteca municipal. O edifício dispõe de sistemas de ar condicionado com mais de 18 anos e apresenta níveis de consumo muito acima dos padrões de referência. Pretende-se aumentar a eficiência energética ao nível do aquecimento do ambiente em 29% e do arrefecimento do ambiente em 250%, através da integral substituição do actual sistema de climatização. O aumento da eficiência energética nas piscinas

municipais da Batalha, através da implementação de medidas de eficiência energética, representa um apoio FEDER de 200 mil euros, para um investimento de 235.295,00 euros. Segundo a autarquia, estas medidas de eficiência energética promovem poupanças superiores a 275.000 kWh/ano só na iluminação pública, o que representa uma redução da factura energética de cerca de 40 mil euros anuais, perspectivando-se que o investimento seja integramente reembolsado no prazo de 15 anos.


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entrevista . . .sociedade

Janeiro de 2017

Aposta turística em São Mamede

Ano de 2016 com saldo positivo

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Pia do Urso terá hostel temático O Hostel da Pia do Urso, um conceito inovador promovido pelo Município da Batalha, será uma realidade no próximo mês de Março. Este projecto conta a assinatura da arquitecta Joana Marcelino e já é célebre graças ao design, bem como pelo conceito temático em torno do Ecoparque da Aldeia da Pia do Urso e do Centro de BTT da Batalha, instalados nesta aldeia histórica da freguesia de São Mamede. O Hostel da Pia do Urso dispõe de uma capacidade para 32 hóspedes, disponibilizando ainda duas suites, a que se juntam zonas sociais e instalações de apoio de qualidade, num processo de integração da antiga escola primária que está na base

Instalações de alta qualidade

deste projecto turístico. Trata-se de um projecto de iniciativa municipal que representa um investimento de 305 mil euros e que será objecto de concessão por concurso público, potenciando assim a rentabilização do investimento e, sobretu-

do, a dinamização do empreendedorismo local num sector estratégico como é o turismo da natureza. A expectativa criada em torno deste novo empreendimento deve-se sobretudo à sua componente inovadora e proximidade à conhecida Aldeia

da Pia do Urso, projecto ambiental de reconhecido mérito e Prémio Município do Ano, atribuído à Autarquia da Batalha pela Universidade do Minho. Pela proximidade a vários pontos de interesse turístico, como sejam o Mosteiro da Batalha, as

grutas da Moeda e também o Santuário de Fátima, o Hostel da Pia do Urso tem suscitado muito interesse junto dos operadores turístico e amantes da natureza. “Qualificar a oferta turística e ampliar as condições de alojamento na zona da Aldeia da Pia do Urso, foram preocupações chave para a realização deste projecto, que pretendemos inovador no domínio do design e também ao nível da sustentabilidade ambiental do Hostel”, refere o presidente da Câmara Municipal da Batalha, Paulo Batista Santos. “Trata-se também de um projecto inclusivo e que irá privilegiar todos aqueles que são amantes da natureza”, acrescenta o autarca.

Novo recorde de atendimentos

Turismo a crescer na Batalha Também o Museu da Comunidade Concelhia da Batalha registou um crescimento de 9% no número de entradas, face a 2015. Estes resultados, refere o presidente Paulo Batista, “evidenciam um crescimento consolidado do Turismo que se encontra numa trajectória francamente positiva, ficando o ano de 2016 na história como um dos melhores exercícios para esta actividade económica com grande importância no concelho da Batalha e na região”.

DR

Segundo informação da Câmara da Batalha, “o ano de 2016 registou um crescimento consolidado de turistas no Concelho, com expressão significativa na ocupação hoteleira e nos estabelecimentos de restauração”. Esta tendência, verificase também nos atendimentos efectuados no Posto de Informação de Turismo da Batalha (PITB), que contou no ano passado um total de 28.434 atendimentos, mais 4.598 do que em 2015, o que representa um aumento de 19%. Este número volta a posicionar o PITB nos lugares cimeiros dos postos de informação afectos ao Turismo do Centro com maior actividade, num território constituído por mais de 100 concelhos. O mês que registou maior actividade foi o de Agosto, com 4.711 registos. “Verifica-se um crescimento do número de turistas nacionais que visitaram este equipamento, sendo França, Espanha, Alemanha e Brasil as nacionalidades com maior representatividade”, refere a autarquia.

Mosteiro é o monumento mais visitado fora de Lisboa No mesmo sentido apontam os dados da Direcção-Geral do Património Cultural, que dão o Mosteiro da Batalha como o monumento mais visitado fora de Lisboa, em 2016. Com 396.423 visitantes pagos, cerca de 20,1% mais do que no ano anterior, foi o monumento nacional que registou maior aumento de visitantes. No topo da lista dos monumentos mais visitados do País está

Foi o monumento nacional que mais cresceu em visitantes em 2016

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o Mosteiro dos Jerónimos, com cerca de 1 milhão de pessoas, seguindo-se a Torre de Belém, com 685.964 visitas, e logo depois o Mosteiro da Batalha. “Sem juízos de valor sobre os números agora divulgados, não posso deixar de agradecer toda a colaboração e apoio prestados, nomeadamente, na divulgação das actividades dinamizadas neste Monumento”, refere o director do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, Joaquim Ruivo, em nota enviada ao Jornal da Golpilheira. Estes valores também implicam maior responsabilidade na promoção e preservação do Mosteiro. É por isso que a Câmara vai avançar este ano com a concretização de projectos como “a instalação de uma barreira sonora e de um jardim na zona frontal do monumento e contígua ao IC2, bem como a realização de um programa cultural diverso e abrangente, que contemplará congressos científicos de âmbito internacional, concertos, actividades de serviço educativo junto das escolas e representações teatrais”.

Câmara fecha o ano com lucro de 3 milhões de euros “A Câmara Municipal da Batalha registou em 2016 os melhores números de sempre ao nível do saldo de gerência, com um valor positivo no montante de 2.913.865,55 de euros, à data de 30 de Dezembro”. A informação foi veiculada pela autarquia, que aponta o destino deste saldo para “dotar de meios financeiros novos projectos para 2017. Assim, “o ano começa com grande confiança, quer nos indicadores de atracção económica e na criação de mais postos de trabalho, quer na saúde financeira da Câmara que lhe permite fazer face aos grandes desafios dos fundos comunitários do Portugal 2020”, refere o presidente Paulo Batista Santos. A requalificação dos equipamentos educativos, a reabilitação urbana, a formação e empreendedorismo dos jovens, a consolidação das áreas de acolhimento empresarial, a protecção ambiental e valorização do Mosteiro e as medidas de apoio social, são os principais investimentos destacados pela autarquia para 2017.


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. pĂĄgina infantil .

Jornal da Golpilheira Janeiro de 2017

OlĂĄ a todos! Mostramos mais uns trabalhos nossos e desejamos a todos feliz 2017!

Jardim-de-Infância da Golpilheira


Jornal da Golpilheira

. revista .

Janeiro de 2017

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Contamos-lhe... a vida da Golpilheira em 2016 Janeiro Abrimos este ano com uma grande reportagem sobre a Igreja Ortodoxa Ucraniana presente na Batalha. Fomos à Missa com eles e entrevistámos o padre Juvenaliy, responsável da comunidade há cerca de um ano. Noticiámos ainda o primeiro pagamento das obra da Igreja, que estavam a todo o vapor. Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito Presidente da República nesse mês, com a Golpilheira a registar a menor taxa de abstenção do Distrito. E oferecemos um calendário de mesa aos assinantes.

Abril Mais uma vitória fez manchete em Abril, com o 1.º e o 2.º lugares conquistados, respectivamente, pelos grupos Upgrade Kids e Upgrade, da Escola de Dança do CRG, no Torneio Hip Hop School Fitness disputado em Leiria. Também com sucesso, decorreu neste mês o 14.º Passeio de Todo-o-Terreno “Anjos sobre Rodas”. O Presidente da República veio ao Mosteiro comemorar o Dia do Combatente e anunciava-se para Maio a visita da Imagem Peregrina de Fátima à paróquia da Batalha.

Julho Em Julho, o 47.º aniversário do CRG abria o programa de festas de Verão, onde a animação foi espelhada na capa. Falámos também do Gymdance, um espectáculo inovador na freguesia, que juntou dança e ginástica acrobática no pavilhão desportivo. Anunciavam-se, entretanto, as festas em honra do Senhor Bom Jesus dos Aflitos, pela Comunidade Cristã da Golpilheira, e as tradicionais festas concelhias de Agosto, a trazerem à Batalha grandes nomes da música nacional.

Outubro Inevitavelmente, os 20 anos do Jornal da Golpilheira estiveram em destaque nesta edição de aniversário, a maior do ano, com 36 páginas de historia e estórias. Falámos, ainda, do XXVII Festival de Folclore do nosso rancho e do assalto que destruiu o multibanco instalado no CRG. Aqui, houve eleições na assembleia geral mais participada dos últimos 20 anos, com duas listas concorrentes – o que já não acontecia desde 1978. Foi eleito presidente Fernando Ferreira e a sua equipa.

Fevereiro Em Fevereiro, demos conta do prémio conquistado no Carnaval da Batalha pela Comunidade Cristã da Golpilheira, com um carro alegórico a representar as obras da Igreja. Demos também conta de um “Almoço dos Amigos” organizado pela comunidade e da conquista do campeonato distrital de futsal feminino pelas juniores do CRG. Notícia, ainda, para o facto de muitos jornais de Janeiro terem “desaparecido” misteriosamente na expedição. Por isso, repetimos a oferta do calendário.

Maio Foi uma grande edição – 32 páginas – a de Maio, em que se anunciava a conclusão das obras da Igreja de Nossa Senhora de Fátima e a vinda do Bispo diocesano presidir à reinauguração, no final desse mês. Um caderno especial contou tudo sobre a obra efectuada e oferecemos aos assinantes um postal com a imagem mariana que se venera nesta igreja. O grupo Upgrade voltava à capa, por arrecadar o 1.º lugar nos Street Dance Awards. E a freguesia de São Mamede festejou os 100 anos.

Agosto Agosto trouxe a reportagem da festa religiosa da Golpilheira, com ligação a Nossa Senhora de Fátima assinalada pela presidência do vice-reitor do Santuário, padre Vítor Coutinho. Uma reportagem alargada deu também conta das festas da Batalha e anunciava-se a que honraria no final do mês a Senhora da Esperança, em São Bento. Mas trouxe também a reportagem das Bodas de Ouro de ordenação do padre José Ferreira Gonçalves, pároco da Batalha nos últimos 35 anos.

Novembro Em Novembro, ganhou destaque a animação e eventos marcantes da Semana Cultural da Golpilheira, a 22.ª edição a surgir depois de um ano de interregno. O que também esteve de regresso foi a caixa de multibanco, reposta pela Caixa de Crédito Agrícola da Batalha um mês após o assalto. Anunciámos iniciativas natalícias, orçamentos municipais e o triste fenómeno do “hiper-extremismo” revelado no relatório deste ano sobre a perseguição religiosa que continua a crescer pelo mundo.

Março O futsal feminino júnior voltou a ser destaque em Março, com a “dobradinha” de campeonato e taça distrital. Outra notícia boa foi o avanço de dois lares de idosos, para Batalha e São Mamede, promovidos, respectivamente, pela Irmandade da Santa Casa da Misericórdia da Batalha e pelo Centro Social e Cultural da Paróquia de São Mamede. Também a avançar estavam as obras da igreja e a Comissão publicou as contas dos últimos seis anos, para todos saberem que era preciso ajudar.

Junho Em Junho, veio a inevitável reportagem da festa de reinauguração da igreja da Golpilheira, com a bênção do altar que estivera nas últimas décadas na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima. Contámos tudo ao pormenor. Também na capa, a reportagem de mais uma FIABA, da festa de final de ano das escolas da Golpilheira, do VII Torneio da Amizade dos Veteranos e de uma sentida homenagem de antigos alunos à ex-professora primária Cândida Martinho.

Setembro Acabaram-se as festas e as férias e Setembro marcou o regresso às aulas, com a nossa habitual reportagem sobre como correu nas escolas da Golpilheira. Em reportagem, também, as festas de São Bento. Entretanto, uma assembleia geral do CRG ditou a aprovação das contas de 2015 e o adiamento das eleições por falta de listas candidatas. Um pedido especial nesta edição: “escreveme uma carta de amor (ou não)”, pedia o Jornal da Golpilheira, prestes a concluir o seu 20.º ano de edições.

Dezembro E chegaram as “boas festas”, recheadas de presentes: mensagem bonitas e contos infantis, convívios e festas animadas, acções de solidariedade e campanhas comerciais. De tudo um pouco, neste mês de Dezembro em que o Papa confirmou oficialmente que virá a Fátima em Maio de 2017 e o Santuário divulgou o programa do Centenário das Aparições. Também a Batalha foi ao Vaticano, testemunhar como acolheu refugiados, enquanto alguns poderosos anunciam fechar-lhes a porta.


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. economia .

Jornal da Golpilheira Janeiro de 2017

Cristina Agostinho Mestre em Gestão Empresarial e Empresária de Estética e Saúde

Resoluções financeiras para 2017

DR

Um novo ano começa sempre com resoluções pessoais. Para melhorar a sua situação económica, aproveite para definir também as suas resoluções financeiras para 2017! A motivação é fundamental. Comece por definir objectivos de poupança (semanais, mensais e anuais). É importante definir apenas valores que possa cumprir e é necessária disciplina para não deixar passar os objectivos. Defina, por exemplo, uma percentagem dos seus rendimentos que realmente possa poupar (10 a 15%). O conhecimento do seu rendimento disponível é fundamental. Implemente um orçamento familiar para controlo das despesas e dos rendimentos. Organize as suas contas, subtraindo ao rendimento o valor que definiu para a poupança e um valor para os gastos fixos (luz, água, telecomunicações, rendas, prestações de empréstimos, educação, saúde, transportes, etc.). É importante que calcule um valor para alimentação, vestuário e lazer. Depois de organizar o seu orçamento familiar, mais facilmente perceberá para onde vão a maioria das despesas. Analise se pode cortar algumas dessas despesas. Identifique alternativas mais económicas. Renegoceie os contratos. Evite o desperdício. Sempre que possível seja um consumidor consciente e racional. Se, por muito que se esforce, não consegue poupar dinheiro no final de cada mês, então, muito provavelmente, a solução terá de passar pelo aumento de rendimentos. Desenvolva as suas competências profissionais como “freelancer”, aproveite os seus talentos para fazer trabalhos extra (doces, costura, bijuteria…) e – porque não – vender o que já não usa? Não se esqueça, ainda, de cumprir com os pagamentos de obrigações fiscais e dívidas impreterivelmente a tempo e horas. Esteja atento ao seu cartão de crédito. Lembre-se: as dívidas não devem ultrapassar 30/35% do seu rendimento. No fim das contas feitas, procure também investir no seu futuro. Sempre que possível, aplique algum dinheiro, tendo em atenção o seu perfil de investidor. Para melhores rendimentos, a diversificação é sempre recomendada, mas lá chegaremos… Grão-a-grão faça pequenas aplicações seguras, até para acautelar possíveis situações imprevistas. Esteja atento às suas resoluções financeiras e conseguirá o equilíbrio financeiro!

Regresso de restaurante/bar histórico

Circunstância reabre as portas Na passada quarta-feira, dia 25 de Janeiro, teve lugar a reinauguração do restaurante Circunstância, um estabelecimento já com história na vila da Batalha. Neste evento foi oferecido um cocktail aos convidados e, após este, foi a banda de Jazz Cláudia Franco a animar o ambiente pela noite dentro. A primeira noite nesta nova página na história do Circunstância contou com figuras importantes do concelho, como o presidente da Câmara Municipal da Batalha, Paulo Batista, e o presidente da Junta de Freguesia, Germano Pragosa. Em declarações ao nosso jornal, Tiago Gomes, gerente do estabelecimento, em relação a esta reinauguração, referiu que o

RS

.economia.

Dia da reabertura

principal objectivo com o regresso deste espaço consiste em “devolver à Batalha um espaço que dignifique a região e garantir que há mais um local para se poder desfrutar e divertir num ambiente moderno,

qualificado e com serviço de excelência”. O restaurante “Vinhos em Qualquer Circunstância” tinha sido encerrado em 2014, mas, no presente ano, pelas mãos do Hotel Villa Batalha, regressa

para animar as noites da vila. Este estabelecimento funciona como restaurante, mas conta também com serviço de bar e este oferece 500 referências de vinhos no seu reportório. Rafael Silva

Agência de publicidade

“Sistema 4” celebra bodas de prata A agência de publicidade “Sistema 4”, nascida na Batalha e actualmente sediada em Leiria, comemora em 2017 os 25 anos da sua fundação. “Desde 1992 que apoiamos, com comunicação criativa e eficaz, marcas e empresas nacionais e internacionais, com particular enfoque na zona Centro”, refere em nota de imprensa o batalhense Pedro Oliveira, sócio gerente da empresa. Assumindo-se como “agência dinâmica e respeitada”, por onde já passaram “muitos colaboradores que deram origem a outros tantos projectos nas

áreas do marketing, design e publicidade”, a empresa refere que “para além do desempenho técnico e criativo, somos também conhecidos pelo nosso envolvimento com a comunidade, quer em acções solidárias, culturais, lúdicas ou desportivas”. O lema escolhido para o aniversário foi “2017 -

Ano Neon”, porque “se pretende que seja brilhante e luminoso, tal como a competência e a experiência que temos acumulado”. Nessa linha, o logótipo da comunicação visual das comemorações tem por base a luz neon, quer seja de dia ou de noite. Também essa opção vai na linha da “irreverência” que

“convive diariamente com o método e com a organização”, com o qual a Sistema 4 se tem “dado bem”. Essa é a justificação para que “tantos bons clientes se tenham mantido fiéis ao longo dos anos, alguns desde o início”. Até porque “não é comum uma agência de publicidade, fora dos grandes centros, manter-se fiel aos seus princípios, activa, entusiasmada, viva e com energia que chegue para iluminar os próximos 25 anos”, refere Pedro Oliveira, assegurando que “nós temos essa energia e ainda sobra muita para os nossos clientes”.

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Jornal da Golpilheira

. sociedade .

Janeiro de 2017

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Município acautelou riscos

da população para os risco inerentes às vagas de frio, em colaboração com a Autoridade Nacional de Protecção Civil e as unidades de Saúde, nomeadamente junto dos idosos, crianças e pessoas com dificuldades. Ainda neste âmbito,

foi acautelado o riscos de acidentes, com limpeza de algumas vias e espalhamento de sal em troços com sombra permanente, de modo a evitar a formação de gelo. No campo da prevenção rodoviária, foi ainda feito um levantamento dos designados

“pontos negros” da rede viária municipal, onde se registaram um ou mais acidentes, em colaboração com a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR). A lista elaborada identificou os locais onde serão entretanto feitas intervenções de melhoria da aderência do piso e rectificações do traçado. Para estas iniciativas, a Câmara disponibilizou uma verba de cerca de 50 mil euros, um investimento que o presidente da autarquia, Paulo Batista, justifica como “caminho mais seguro na protecção da população, de modo especial dos grupos populacionais mais vulneráveis, crianças, idosos e pessoas portadoras de patologias crónicas”.

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A Câmara Municipal da Batalha implementou várias medidas de prevenção para vaga de frio que se registou a meados deste mês, através da distribuição de lenha e fornecimento de gás para promover as melhores condições de aquecimento das habitações de famílias carenciadas. Foram identificadas cerca de três dezenas de famílias, pelas juntas de freguesia, instituições de solidariedades social e serviços sociais do Município, entidades que acompanham regularmente as situações de intervenção prioritária. Para prevenir a chegada do frio, que chegou a registar valores negativos no Concelho, foram igualmente realizadas acções de informação e alerta

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Prevenção ajudou a combater o frio

A benemérita no momento da oferta

Oferta à secção de São Mamede

Bombeiros recebem desfibrilhador Os Bombeiros Voluntários da Batalha têm ao seu dispor um novo desfibrilhador automático externo (DAE), oferecido por Júlia Fetal, residente em Casal Vieira. O dispositivo está instalado numa ambulância de socorro que se encontra localizada na secção de São Mamede. Um equipamento deste género existia já no quartel da Batalha, sendo 50 os elementos certificados pelo INEM para a sua utilização. Segundo nota enviada pelos Bombeiros, “este desfibrilhador é essencial no socorro atempado em situações de paragem cardio-respiratória, tendo como principal função o restabelecimento do ritmo cardíaco, aumentando assim a probabilidade de sobrevivência nestes casos”. A corporação refere ainda que “a existência deste dispositivo é essencial em São Mamede, pois permitirá um socorro atempado à população num tipo de socorro em que o factor tempo é decisivo”. pub

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Zelamos pela sua segurança!


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. desporto .

Jornal da Golpilheira Janeiro de 2017

Entrevista a Sérgio Artilheiro, um dos “tolinhos da corrida”

“O desporto é um dos principais veículos para combater este cenário” Sérgio Artilheiro é um dos membros do grupo de corridas conhecido como “Os Tolinhos da Corrida”, criado em Novembro de 2015. Desde então, as corridas e o convívio têm estado na ordem do dia para este grupo. Em entrevista ao Jornal da Golpilheira, Sérgio falou do grupo, da sua experiência e do que o futuro reserva para “Os Tolinhos da Corrida”.

Entrevista de Rafael Silva

DR

Em que locais costumam treinar? Por norma, é na Batalha, porque a maioria dos membros habitam neste concelho. Ape-

sar disto, é algo que tentamos equilibrar. Nos feriados, já fomos correr à Serra de Aire, Nazaré e São Pedro. Quais são os objectivos do grupo? Os objectivos passam por praticar desporto, como fuga aos problemas do dia-a-dia. Traz-nos um bem-estar físico e mental, até mais mental. Se andarmos bem psicologicamente, a vida corre muito melhor e isto ajuda, no dia seguinte, a trabalhar melhor. Passa acima de tudo por aí, nada de competição. Apesar disto, o nosso grupo já obteve alguns pódios em provas femininas. No entanto, não é esse o nosso objectivo; se o pessoal lá chegar, é sempre um grande motivo de satisfação e um prémio extra. Quantos membros tem o grupo? Como nós não somos uma equipa oficial, não é muito fácil responder a essa pergunta. O grupo-base anda na casa dos 20 a 25 elementos. São aqueles que vão mais assiduamente aos treinos. Temos outras pessoas que vão de vez em quando, mas não deixam de pertencer ao grupo. Por exemplo, no nosso grupo do Facebook, contamos com 70 pessoas. Estas pessoas

Além do desporto, a descoberta das melhores paisagens

RS

De onde surgiu a ideia da criação deste grupo? A ideia surgiu do nada. Há um ano, o Samuel vinha de uma lesão grave e, entretanto, após iniciar a recuperação, começou a correr. Existem grupos de treino na Batalha todas as quintas-feiras, em Porto de Mós às terças-feiras e às quintas-feiras, e em Leiria às quartas-feiras. O Samuel ia variando nos locais em que corria. Ao longo do tempo, começa-se a ganhar confiança com as pessoas e ele pensou em fazer um treino com as pessoas com quem tinha ganho mais confiança. Nesse treino, marcaram presença 18 pessoas e este correu bem. Depois desse treino, voltaram a marcar outro treino e, à medida que o tempo foi passando, passou a ficar definido um treino semanal. Na altura, eu não treinava com eles ainda, apenas os conhecia de vista. Quando comecei a treinar com o grupo, eles já treinavam juntos há quatro ou cinco meses. Foi assim, surgiu do nada, marcou-se um treino e as pessoas começaram a aderir.

“Se conseguirmos tirar uma pessoa de casa, já valeu a pena”

são aquelas que nós costumamos dizer que experimentam uma vez e, se voltam a aparecer nos treinos, passam a fazer parte dos tolinhos, porque se voltou é porque gostou. Para além disto, chegam a treinar connosco alguns membros doutros grupos, como por exemplo AC Batalha, Burinhosa, entre outros. Embora treine muita gente, a base do grupo anda a rondar entre os 20 e 30 elementos. Que tipo de pessoas podem aderir? Em termos de perfil, há muitos que eu não sei o que fazem na sua vida. É algo a que nós não ligamos. Como a corrida é uma fuga aos problemas, isso acabar por ser o menos importante. É lógico que depois, com o convívio, começam-se a conhecer melhor as pessoas. Para chegar até nós,

essa é a última coisa que interessa. Quem quiser, chega, junta-se, treina e se gostar volta uma próxima vez. Em termos de idades, é muito abrangente. Temos alguns elementos na casa dos 20 anos e temos elementos com mais de 50, mas a grande maioria está entre os 35 e os 45 anos de idade. E há muitos interessados? É lógico que as redes sociais ajudam a divulgar as actividades. A página foi criada no mesmo dia em que ocorreu o primeira treino, dia 8 de Novembro de 2015. Com esta página, apareceram pessoas novas para treinar connosco. Ocorreu um episódio engraçado, na São Silvestre da Batalha, em que estávamos na zona de aquecimento e ouvimos pessoas a chamar o nome do nosso grupo. Isto é um motivo de orgulho. Nos nossos treinos, se for uma pessoa que nunca correu e não tem ritmo, o grupo vai todo ao ritmo dessa pessoa, para não a deixar para trás. Nós não queremos no primeiro dia deixar as pessoas para trás, porque assim elas não voltam. Para essa pessoa é a primeira vez e nós queremos que ela se sinta bem e que possa repetir a experiência. Acha importante a existência destes grupos para a promoção da actividade física? Acho que, em Portugal, o desporto não funciona muito

bem, mas isso já tem a ver com outras políticas. É importante porque, da maneira como a sociedade está hoje, mesmo os miúdos estão sempre na televisão e no computador e ficam desde cedo muito fechados. Isto manifesta-se mais tarde. O desporto é um dos principais veículos para combater este cenário. Por nós, se conseguirmos tirar uma pessoa de casa, já valeu a pena. Ainda há pouco tempo veio treinar um rapaz connosco. Este rapaz está a trabalhar fora do País e veio passar férias. Como conhecia um amigo que treina connosco, foi desafiado a ir a um treino nosso. O rapaz tem mais de 100 quilos e não está habituado a praticar desporto. Por acaso, teve azar nesse dia porque foi um treino mais longo e custou um pouco a fazer, mas chegar ao fim e ver a cara de felicidade que ele tinha por ter conseguido fazer o treino, é motivo de satisfação e valeu a pena. Como nós não temos um sentimento competitivo, acho que ainda tem mais valor. Objectivos para o futuro? Já participámos em alguns eventos e queremos enveredar por aí. Estivemos presentes em alguns eventos solidários como grupo. Por exemplo, participámos num treino no Alqueidão da Serra, em que para entrar tínhamos de levar um bem alimentar para ajudar a Casa do Povo local. A nossa ideia para o futuro passa por aí. Para além disto, continuar a fazer treinos, continuar a participar em provas e tentar ir à procura de pessoas que queiram a nossa ajuda. Por exemplo, ir a uma escola primária e fazer um “trail” de iniciação; ir uma manhã ou uma tarde a um lar de idosos fazer uma caminhada ou outro tipo de actividades. Queríamos, também, tentar interagir com casas de acolhimento e clínicas de ajuda a toxicodependentes e tentar levá-los a um passeio na serra. Vai dar trabalho, mas se conseguirmos a recompensa vai ser maior.


Jornal da Golpilheira

. desporto .

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Equipas do CRG Futebol 11 Veteranos

07-01 – Golpilheira – 0/Caneças – 3 Próximos jogos 28-01, 18h30 – (Batalha) – Golpilheira/”Tricofaites” - Santarém 04-02 (Pilado) – Pilado/Golpilheira 11-02, 18h30 – (Batalha) – Golpilheira/Casal Cambra

FUTSAL

Seniores Femininos - Campeonato Nacional – Série Sul 08-01 – Sporting – 4/Golpilheira – 1 14-01 – Golpilheira – 4/Quinta dos Lombos – 1 22-01 – Povoense – 2/Golpilheira – 1 Próximos Jogos 28-01, 18h30 (Golpilheira) – Golpilheira - Del Negro 04-02, 16h00 (S. Iria Azoia) – S.Iria/Golp. – Taça Portugal (16 avos) 12-02, 15h30 (Lisboa – Pavilhão 2 da Luz) – Benfica/Golpilheira 18-02, 16h00 (Golpilheira) – Golpilheira/Posto Santo – (Açores) 25-02, 16h00 (Louriçal) – Louriçal/Golpilheira 04-01 – Golpilheira – 4/Vidais – 1 07-01 – N. Sporting Pombal – 1/Golpilheira – 2 15-01 – Golpilheira – 5/Caranguejeira – 1 Próximos Jogos 29-01, 16H30 – Caranguejeira/Golpilheira – Taça Distrital (1/2 Final) 04-02, 19h00 (Louriçal) – Louriçal/Golpilheira 11-02, 15h00 (Ilha) – Ilha/Golpilheira 18-02, 15h00 (Golpilheira) – Golpilheira/Ribeira do Sirol

Futsal do CRG

Jantar de Natal Realizou-se no passado dia 14 de Janeiro, no Restaurante Etnográfico do CRG, o tradicional jantar de convívios das equipas de futsal da colectividade. Estiveram presentes atletas

das equipas de iniciados e juniores masculinos, juniores e seniores femininos, directores, treinadores e alguns familiares dos atletas. Este convívio decorreu com muita animação,

tanto dos mais novos como dos mais velhos. O jantar estava óptimo, agradando a todos os presentes. Esta é uma das formas que a nossa colectividade tem de reconhecer a dedicação

que todos estes elementos prestam ao nosso clube. É de realçar a sensibilidade que ainda existe na nossa casa, que permite a organização destas iniciativas. Manuel Carreira Rito

Juniores Masculinos – Campeonato Distrital - 1.ª Fase 07-01 – Juncalense – 2/Golpilheira – 2 14-01 – Golpilheira – 1/Pederneirense – 5 22-01 – Golpilheira – 1/Casal Velho – 8 Próximos Jogos 28-01, 17h00 (Benedita) – Externato Benedita/Golpilheira 03-02, 21h30 (Mendiga) – Mendiga/Golpilheira 05-02, 16h00 (Golpilheira) – Golpilheira/Juncalense 11-02, 19h00 (Pederneira) – Pederneirense/Golpilheira 18-02, 15h00 (Casal Velho) – Casal Velho/Golpilheira 25-02, 15h00 (Golpilheira) – Golpilheira/Externato da Benedita

Futsal Sénior Feminino

Iniciados Masculinos - Campeonato Distrital 07-01 – C. Benfica de Leiria – 4/Golpilheira – 11 15-01 – GRAP – 4/Golpilheira - 1

Campeonato Nacional segue Golpilheira – 4/Quinta dos Lombos – 1 Disputou-se no passado dia 14 de Janeiro este encontro, correspondente à 9.ª jornada da fase de apuramento do Campeonato Nacional de Futsal Sénior Feminino. Para conseguirmos os nossos objectivos, a vitória neste jogo era muito importante.

Cedo procurámos o segundo golo, cuja obtenção, com o passar do tempo, colocava a equipa nervosa. Tanto procurámos, até que conseguimos o golo por intermédio de Tita. No entanto, a equipa adversária chegou ao empate, ainda antes do intervalo. Com este golo, as equipas seguiram empatadas para

os balneários. No segundo tempo, as nossas atletas foram à procura de mais golos. O nosso domínio tornou-se intenso. Devido a esta intensidade, conseguimos o segundo num auto-golo. A diferença mínima não tranquilizava a nossa equipa, pelo que se tornava urgente a obtenção de mais

golos. Conseguimos mais dois, por intermédio de Raquel e Tita, que bisou neste encontro. Missão cumprida neste jogo. Novos desafios, com grau de dificuldade elevada, mas que temos de saber ultrapassar. Força “Golpilhas”. MCR

apoio/divulgação

MCR

MCR

Juniores Femininos - Campeonato Distrital Encheu-se o restaurante com atletas, técnicos e familiares

Momento do sorteio

Sorteio

Cabaz de Natal Realizou-se no dia 6 de Janeiro o sorteio do cabaz de Natal organizado pelo futsal feminino do CRG. O número sorteado foi a rifa 1640. A sorte coube a uma senhora, de nome Maria, que deve ter ficado muito contente, uma vez que o conteúdo do cabaz era bastante valioso.


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Jornal da Golpilheira

. temas .

Janeiro de 2017

. impressões .

. combatentes .

Por Luísa M. Monteiro

O meu filho, movido por aquela curiosidade infantil que faço questão quase sempre de não abafar, dedica-se agora com bastante prazer e de forma regular a tentar passar para o computador a tabela periódica dos elementos - prata, zinco, ouro, cobre, enxofre; ouve falar de sulfatos, nitratos, óxidos, monóxidos; zircónio, cobalto, manganésio; claro que na sua maioria nada lhe dizem tais palavras - mesmo sem saber o seu significado, julgo que o faz pela descoberta, por achar graça à forma e ao som, ver como elas se organizam, se conjugam quimicamente. Deixo-o avançar, abrir caminhos — pode vir a querer usá-las um destes dias numa expressão escrita pedida pelo professor, ou num pequeno conto ou banda desenhado que tente fazer em casa ou à mesa do café — , (e até eu que nunca vivi em grande fascínio pela disciplina, sinto-me de forma leve, motivada pelas circunstâncias, a aprender, a relembrar com prazer o que vou vendo), - mãe, sabes o que é isto? e isto? Apesar de me parecerem tão frias, tão distantes do sentir e da razão, e literariamente tão insignificantes há, confesso, de repente um certo ensejo também da minha parte em libertar estas palavras da tabela, vestir-lhes nova pele, dar-lhes um novo rumo, fazer delas metáforas.

.olival. José Jordão Cruz Engenheiro Téc. Agrário (Insc. 0755 O.E.T)

A oliveira santulhana - III Azeite

Considerado o ouro de Trásos-Montes, o Azeite Virgem Extra possui um aroma incomparável. É obtido unicamente por processos mecânicos de uma única variedade de azeitona conhecida como Santulhana, que é predominante só na região de Trás-os-Montes. O azeite utiliza-se para vários tipos de temperos, como por exemplo: carnes, molhos, frituras, etc. Para além dos seus benefícios para a saúde, o azeite adiciona à comida um sabor e aroma próprios. Este produto é considerado ouro em Trás-os-Montes com uma acidez que varia entre 0.2 e as 0.7 de acidez. Composição em ácidos gordos: Ácidos gordos (%): C14:0 C16:0 C16:1c C17:0 C17:1 C18:0 C18:1c C18:2cc C20:0 C18:3c C20:1 C22:0 C24:0. Santulhana: 0,02 (0,01) 8,93 (0,02) 0,34 (0,00) 0,07 (0,00) 0,08 (0,01) 3,75 (0,01)

73,84 (0,00) 11,71 (0,03) 0,02 (0,03) 0,61 (0,00) 0,31 (0,00) 0,13 (0,00) 0,05 (0,00). Composição em ácidos gordos: Santulhana: AG Saturados 15%, AG Monoinsaturados 79%, AG Polinsaturados 12%. Composição em trigliceridos (%): LLO OLnO LLP LnOP OLO LOP PLP OOO OOP POP GOO OOS POS PPS Outros. Santulhana: 2,21(0,00) 0,37(0,20) 0,09(0,00) 0,02(0,00) 18,98(0,44) 4,48(0,04) 0,09(0,00) 49,21(0,08) 18,54(0,02) 0,68(0,02) 0,05(0,00) 3,76(0,06) 0,28(0,06) 0,17(0,01) 1,15(0,08). Composição em tocoferóis (mg/g): Santulhana (M/d.p.): 49,76/ 0,26 0,77/0,08 7,41/0,08 0,49/0,08 58,43/0,50. As azeitonas são colhidas pelo Inverno, por sacudimento mecânico ou por varejamento quando se pretende um azeite de melhor qualidade. Depois são lavadas,

trituradas e prensadas no lagar, recolhendo-se o azeite. Curtidas em salmoura com a drupa desenvolvida ou descaroçada para alcaparras, são também um complemento importante da gastronomia transmontana. O azeite de Trás-os-Montes está inscrito desde 1996 no registo comunitário das denominações de origem. A freguesia de Izeda, no concelho de Macedo Concelho, no distrito de Bragança, é o lugar aonde compramos este precioso ouro de primeira qualidade. A oliveira é uma das mais antigas referências documentadas. Uma pomba com um ramo de oliveira no bico anunciou a bonança depois do dilúvio. Trazida para a Península pelos fenícios e gregos, a esta região deve ter chegado mais tarde, já pela mão dos romanos, com a generalização da produção do azeite.

Gostou da prenda de Natal na edição de Dezembro?

Nós gostamos de mimar o nossos assinantes!

Coluna da responsabilidade do Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes

Ano velho; ano novo No início de cada ano, é comum fazerem-se balanços sobre a forma como decorreu o ano findo, bem como previsões sobre como irá decorrer o que se inicia. No que diz respeito a balanços, no caso português, ninguém dirá que 2016 foi um “mar de rosas”, mas, no conjunto, não terá sido pior do que 2015 e até terá havido pelo menos dois momentos de exaltação colectiva, primeiro com a conquista do euro, pela nossa selecção nacional sénior de futebol e, já mais para o final do ano, com a vitória do engenheiro António Guterres na eleição para secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas). E sendo certo que nenhum destes acontecimentos colocou pão na mesa de quem o não tem para comer, também não será menos verdade que ambos (embora mais o futebolístico, numa inversão de valores que há muito nos rege) conseguiram, por algum tempo, que até os mais desvalidos tenham sentido orgulho em serem portugueses. Todavia, no panorama internacional, as calamidades continuaram a acumularse, especialmente com o prosseguimento de guerras sangrentas, em várias partes do globo, que, para além de causarem uma destruição de bens imensa, tanto colectiva com individual, pior do que isso, levaram à morte e mutilação de muitos milhares de pessoas inocentes e ao desenraizamento de milhões, causando um movimento migratório cremos que jamais visto à escala mundial. Quanto a previsões para o ano que se inicia, quase sempre têm por base os acontecimentos vividos no anterior. Se, mais uma vez, partirmos desta premissa, no caso português talvez essa continuidade não seja o pior que nos possa acontecer. Porém, ao nível planetário, partindo do mesmo pressuposto, as expectativas gerais não podem ser muito elevadas, porque, pelo menos por agora, não antevemos uma melhoria significativa, ou seja, o planeta Terra parece ir continuar a ser um lugar cada vez mais perigoso para se viver, ao ponto de questionarmos se a ganância e a luta pelo poder do ser humano não virá a contribuir para a extinção da sua própria espécie, bem como para a maioria das outras, animais e vegetais. E isto tanto pode acontecer de uma forma mais lenta, mas quase inevitável, dada a forma como vimos destruindo a natureza; como poderá ocorrer de um modo ainda mais rápido, se a um qualquer dos poderosos que dispõem de recursos para isso, lhe der na “veneta” de, carregando num simples botão, vir a provocar um conflito nuclear. Os mais optimistas poderão retorquir que os homens, por mais loucos que sejam, nunca irão ao ponto de se autodestruírem. Porém, é bom lembrar que se, até há umas décadas, o “clube atómico”

era restrito e os seus membros foram demonstrando algum senso de responsabilidade, hoje em dia esse tipo de armas disseminou-se, pois são cada vez mais fáceis de construir, obter e de utilizar, ao contrário do seu controlo, cada vez mais difícil de fiscalizar. Por outro lado, os ataques terroristas que vão ocorrendo um pouco por todo o mundo, criando um clima de medo e de terror, começa a dar os seus frutos, com o aparecimento, mesmo no seio das democracias, de regimes nacionalistas, xenófobos e extremistas, que inevitavelmente levarão aquelas para outros patamares, numa fase inicial convertendo-se em “democracias musculadas”, mas, por certo, o impulso não parará por aí, enquanto não descambarem em ditaduras radicais, maioritariamente de direita, mas também de esquerda. Tudo isto porque as maiores potências militares e políticas, com meios mais do que suficientes para porem fim aos conflitos que grassam pelo mundo, se unissem esforços nesse sentido, em vez disso, quase sempre são elas as instigadoras dessas guerras, a que depois dizem querer pôr cobro, mas fazendo-o de forma totalmente antagónica, cada qual do seu lado da trincheira, maioritariamente por questões sócio-económicas, mas também ideológicas. Na génese de tudo isto está o ser humano, que tanto é capaz de praticar feitos geniais, como de escravizar o seu semelhante e até caminhar para a sua auto-destruição. Muitos filósofos e pensadores, ao longo dos últimos séculos, se têm interrogado sobre o que leva o homem a cometer tantas injustiças e atrocidades. Daí certas classificações que a este vão atribuindo, tais como, entre outras: “o homem é o único animal que cospe na água onde bebe; que mata para não comer; que corta a árvore que lhe dá sombra e frutos; o homem é o único animal que consegue estabelecer uma relação amigável com as vítimas que ele pretende engolir, antes de engoli-las; o homem considera-se o animal mais inteligente, mas é o único ser da raça animal que destrói a Natureza; a prova de que o homem é pior do que qualquer outro animal é que ele é o único que se auto-destrói, agindo como se não pensasse”. Cremos que a esmagadora maioria de nós estará de acordo com estas considerações, pois o homem, na luta pelo poder e a sua ganância, provoca grandes tragédias, impróprias de um ser humano. Infelizmente, é este o mundo em que vivemos; um mundo em que apenas 2% da população tem tanta riqueza como os restantes 98%. Votos de que 2017 seja um ano muito positivo, para os nossos associados, seus familiares e amigos, bem como para todos os batalhenses.


Jornal da Golpilheira

. temas .

Janeiro de 2017

Junto ao Centro de Saúde da Batalha

.saúde.

Rastreio de Cancro da Mama

Ana Maria Henriques Médica Interna

Etapas da vida Ao longo da vida, as nossas necessidades de cuidados de saúde são diferentes e as recomendações actuais indicam certos exames em determinadas idades. Assim, ao longo deste ano, vamos abordar as necessidades, expectativas e cuidados adequados às diferentes idades. Cada pessoa é única e os cuidados serão sempre adaptados à sua história e à história da sua família, logo, tudo o que aqui for referido é uma generalidade e deve ser recomendado, prescrito e aconselhado pelo enfermeiro ou médico de família. No primeiro ano de vida, as alterações e dificuldades de adaptação serão sentidas pelo bebé, mas também pela sua família. Nesta etapa de completa dependência as visitas aos cuidados de saúde são fundamentais para avaliar o bom desenvolvimento e para detectar e encaminhar qualquer alteração detectada. Os cuidados alimentares, vacinação, segurança e sinais de alarme em altura de doença são conversas comuns na visita ao médico ou enfermeiro. Nos anos seguintes, a criança frequenta o infantário/pré-escola e desenvolve capacidades relacionais. Além da continuação dos cuidados já prestados no primeiro ano de vida, a curiosidade, criatividade e capacidade de brincar fazem parte da avaliação frequente. Nestas idades as questões da segurança são de extrema importância. Enquanto a criança frequenta o 1.º Ciclo, as capacidades cognitivas (as aprendizagens realizadas na escolas, casa ou outras actividades) e o estabelecimento de amizades são um marco para o bom desenvolvimento psicológico. As visitas aos cuidados de saúde são menos frequentes, sendo que a vacinação continua a ser um ponto fundamental. A prevenção de acidentes, a promoção de bons hábitos de vida e a os sinais de alarme quanto ao desenvolvimento devem ser sempre tema de conversa. Durante o 2.º e 3.º ciclos do ensino básico, a criança ou adolescente tem muitos desafios a enfrentar. As decisões tomadas e o empenho em relação ao ensino têm consequências no seu futuro. Além da avaliação do desenvolvimento em todas as suas vertentes, as conversas sobre comportamentos de risco adquirem aqui uma grande importância. Durante o ensino secundário, começam a ser efectuadas decisões importantes quanto ao futuro, podendo o acompanhamento pela equi-

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pa de saúde efectuar alguns esclarecimentos. A avaliação do bem estar psicológico é fundamental em qualquer contacto com esta equipa e a possibilidade de começar a conduzir veículos eleva a responsabilidade e aumenta os possíveis riscos em relação a acidentes. Após o cumprimento do ensino obrigatório, surge a possibilidade de frequentar a faculdade. Caso seja esta a decisão do jovem, muitos são os ensinamentos e novas responsabilidades a transmitir. Os comportamentos de risco devem ser abordados e esclarecidos, os hábitos de vida saudáveis devem ser reforçados e o jovem deve iniciar uma vivência mais autónoma. As consultas com a equipa de saúde devem ir ao encontro das expectativas do jovem, esclarecendo e ajudando na tomada de decisões. Com a integração no mercado de trabalho, a vida independente ou mesmo a formação de família surge uma nova etapa na vida. A vigilância em relação aos estilos de vida, alimentação, exercício físico e comportamentos aditivos devem ser os temas fundamentais a abordar nas consultas de vigilância. O acompanhamento da fertilidade, da gravidez e da adaptação a estes novos desafios podem também integrar o conteúdo das consultas. Dos 40 aos 50 anos, surgem os primeiros rastreios de doenças. Nas consultas, a necessidade de exames é estudada e criado um plano para cada doente. Da mesma forma, os estilos de vida, a fertilidade e gravidez também podem integrar esta faixa etária. A partir dos 60 anos, a vida laboral caminha para a possível reforma e os problemas de saúde surgem mais frequentemente. É fundamental manter um estilo de vida activo (físico e mental), continuar ou iniciar vigilâncias e rastreios. A partir dos 70 anos, o recurso aos serviços de saúde aumenta habitualmente. Devem ser promovidas as actividades em comunidade, detectado o isolamento e manter uma vigilância da saúde. A saúde mental deve ser acompanhada, dado que pode surgir a necessidade de apoios e o aumento da dependência. Os cuidados em fim de vida e o luto são também temas importantes nesta altura da vida. Cada percurso de vida é diferente e estas etapas sobrepõe-se, invertem-se ou são mesmos inexistentes. Assim, estas recomendações e informações devem ser adaptadas individualmente.

O Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro (NRCLPCC) lança o apelo às mulheres do concelho da Batalha, com idade compreendida entre os 45 e os 69 anos, para participarem no Programa de Rastreio de Cancro da Mama a decorrer de 26 de Janeiro até meados de Março. A Unidade Móvel de Mamografia Digital encontra-se estacionada junto do Centro de Saúde da Batalha, estando em funcionamento de segunda a quinta-feira, das 09h00 às 18h00, e à sexta-feira, das 09h00 às 12h30 e das 13h30 às 16h30. As mulheres com inscrição actualizada no Centro de Saúde recebem uma carta-convite com a indicação da data e hora de realização do exame. Segundo a LPCC, constata-se que muitas faltas ao rastreio decorrem da desactualização dos dados de morada nos registos dos Centros de Saúde, motivo pelo qual apela à actualização dos mesmos e à participação no Rastreio. Para marcações ou informações adicionais, deve

contactar-se o Centro de Coordenação do Rastreio, através do telefone 239 487 495 ou do e-mail rcmama.nrc@ligacontracancro.pt. Importante O cancro da mama não pode ser evitado. A melhor resposta é o rastreio. O exame é rápido, gratuito e pode salvar a vida. O exame mamográfico deve ser repetido de dois em dois anos, de forma a garantir uma prevenção eficaz. O cancro da mama é o tipo de cancro mais comum entre as mulheres e corresponde à segunda causa de morte por cancro. Em Portugal, anualmente são detectados cerca de 6.000 novos casos de

cancro da mama e 1.200 a 1.500 mulheres morrem com esta doença. À semelhança de outros países da Europa, em Portugal tem-se observado um aumento da incidência (número de novos casos) do cancro da mama. No entanto, verifica-se uma diminuição progressiva da mortalidade e um aumento da taxa de sobrevivência, o que se deve, por um lado, à introdução do diagnóstico precoce através de programas de rastreio que permitem a detecção de lesões malignas em estádio inicial e, por outro lado, à introdução de tratamentos cada vez mais eficazes e menos agressivos.

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Jornal da Golpilheira

. sugestões de leitura .

Janeiro de 2017 A Senhora de Maio

- Todas as perguntas sobre Fátima

António Marujo e Rui Paulo da Cruz Temas e Debates Um livro revelador sobre Fátima, fenómeno que continua a despertar olhares muito divergentes – quer entre os peregrinos e católicos em geral, quer entre quem o observa ou estuda. Fátima é fruto da imaginação de três crianças e da imposição do clero ou revela uma forte experiência espiritual? Reflecte apenas o catolicismo popular daquele tempo ou celebra o essencial do cristianismo? Quais os contributos opostos da Primeira República e do Estado Novo na sua génese e consolidação? E a Rússia: como emerge numa remota aldeia portuguesa, em 1917, a ideia de a converter? A partir de vários depoimentos recolhidos neste livro, procura-se despertar uma visão o mais completa e abrangente possível sobre um fenómeno controverso e complexo. Maria do Rosário, João Marto, padre Luciano Cristino, António Matos Ferreira, o bispo Januário Torgal Ferreira, frei Bento Domingues, padre Mário de Oliveira, padre Salvador Cabral, padre Luciano Guerra, a psicanalista Maria Belo, o sociólogo Moisés Espírito Santo, o padre Peter Knauer, padre Antonio Nitrola, padre Mihaly Szentmartoni, padre Stefano de Fiores, Maria Emília Santos, a miraculada, padre Paolo Molinari, padre Luis Kondor, cardeal José Saraiva Martins, padre Carlos Manuel Cabecinhas, o antropólogo Alfredo Teixeira, o bispo Carlos Azevedo e o escultor Robert Schad são alguns desses testemunhos.

Nos Passos de Santo António Gonçalo Cadilhe Clube do Autor De Lisboa a Pádua, o escritor-viajante Gonçalo Cadilhe faz uma viagem com muitas paragens e revelações históricas sobre a vida de Santo António, seguindo os passos do santo em plena época medieval. Santo António nasce por volta de 1190; Portugal acabava de ser fundado e, na época, a cidade de Lisboa corria o risco permanente de voltar a cair as mãos dos mouros. Santo António não nasceu António, mas Fernando. Foi baptizado de Fernando Bulhão, da família dos Bulhões, e mais tarde assumirá então o nome de Santo António. Ficou conhecido no entanto como Santo António de Pádua, porque os santos ficavam conhecidos com o nome do lugar onde faleciam. No caso de Santo António, ele falece em Pádua, é aí que começa o seu caminho celestial. Mas a sua viagem terrena foi fascinante e, a par do seu diário de viagem, recria-se nesta obra a vida do Santo e a atmosfera do início do século XIII: a reconquista Cristã, o espírito das Cruzadas, a guerra civil entre o Papa e o Imperador, a amizade com São Francisco de Assis.

Circunstâncias João Aguiar Campos Diário do Minho Esta é a mais recente obra do cónego João Aguiar Campos, ex-presidente do Conselho de Gerência do grupo Renascença Multimédia. Em mais de 300 páginas, o escritor lança um olhar “de espanto” sobre a vida. “Vivo cada vez mais a sensação do espanto. O espanto perante Deus, espanto perante os outros”, explica o padre João Aguiar que, num momento de menor saúde física, fala da “força da fragilidade” e do espanto com o seu “novo olhar” sobre “as pessoas e as coisas”. Olhares “despretensiosos” que o também antigo director do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais quis partilhar com a simplicidade de quem “reúne os amigos à mesa de uma cozinha”. “Escolhi as palavras mais simples para dizer que tudo é importante”, descreve o autor que compara o desprendimento com que recebe as visitas na cozinha de sua casa à escrita das suas reflexões. “Tal como vi, tal como sinto, tal como leio, assim digo”, confessou. Escrita que o leva, em breve, a outra viagem literária. “Rio Abaixo” dá o nome à próxima publicação. Uma “espécie de percurso” pelo rio da terra natal, explica o escritor, que admite que é “um sonho que está pronto”.

História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal – Tomo I Alexandre Herculano 11x17 | Bertrand Editora Em 1846, Alexandre Herculano publica o primeiro livro da sua História de Portugal e, até 1853, seguem-se-lhe mais três volumes. Em 1850 interrompe este trabalho e a sua atenção dirige-se então para um dos mais importantes particularismos da história de Portugal – a política de intolerância religiosa – e, em 1854, publica o primeiro volume da «História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal». Uma importante análise que trata do aparecimento do sistema inquisitorial, na Europa e entre nós, acompanha a situação dos judeus em Portugal e observa as relações que se estabelecem entre a Inquisição e o poder político, especialmente durante os séculos XV e XVI, nomeadamente até ao reinado de D. João III. Como explica o autor: “Podíamos escrever a história da Inquisição, desse drama de flagícios que se protrai por mais de dois séculos. Os arquivos do terrível tribunal aí existem quase intactos. Perto de quarenta mil processos restam ainda para darem testemunho de cenas medonhas, de atrocidades sem exemplo, de longas agonias. Não quisemos. Era mais monótono e menos instrutivo. Os vinte anos de luta entre D. João III e os seus súbditos de raça hebreia, ele para estabelecer definitivamente a Inquisição, eles para lhe obstarem, oferecem matéria mais ampla a graves cogitações. Conheceremos a corte de um rei absoluto na época em que a monarquia pura estava em todo o seu vigor e brilho; conheceremos a corte de Roma na conjuntura em que, confessando os seus anteriores desvios, ela dizia ter entrado na senda da própria reformação, e poderemos comparar isso tudo com os tempos modernos de liberdade”.

Fátima – Milagre, Ilusão ou Fraude? Len Port Guerra e Paz Editores | Clube do Livro SIC Tudo o que sempre quis saber sobre Fátima está reunido neste livro intenso e polémico, destinado a informar e provocar mentes abertas e curiosas. Sem tabus, Len Port, jornalista irlandês residente em Portugal, foi à procura de respostas para as questões que o inquietavam, reunindo dados e opiniões de pessoas envolvidas na história e de especialistas que se debruçaram sobre o seu estudo. Como é que os relatos sobre visitas sagradas de três crianças iletradas, nascidas numa terra perdida no Centro de Portugal, foram aceites pela Igreja e alcançaram uma dimensão internacional ao ponto de transformar Fátima no terceiro local de peregrinação cristã mais visitado no mundo? No centenário das aparições, o fascínio místico de Fátima parece mais forte do que nunca, e nem um céptico como o autor deste livro conseguiu ficar indiferente ao fenómeno. Len Port confessa, no final da investigação, o seu fascínio pelo mistério com que se deparou e pela emocionante experiência de fé que testemunhou em Fátima.

O Rio Triste Fernando Namora Editorial Caminho Depois de reeditar, no final do ano passado, o livro “Retalhos da Vida de um Médico”, que esgotou e está já a ser reimpresso, a Caminho publica agora uma nova edição de “O Rio Triste”, de Fernando Namora, com prefácio de David Mourão-Ferreira e posfácio de Fernando Batista. E está prometida até ao final do ano a reedição de “Domingo à Tarde”, do mesmo autor. Quanto à obra “O Rio Triste”, que chegou às livrarias este mês, David Mourão-Ferreira escreve no prefácio: “Talvez ‘O Rio Triste’ seja o mais polifonicamente ambicioso e o mais arrebatadoramente conseguido de quantos romances Fernando Namora escreveu”. Uma ocasião, portanto, para (re)visitar este romance emblemático de um dos maiores autores da língua portuguesa de todos os tempos.

Dicionário de Competências

A Incrível História Secreta da Língua Portuguesa

Pedro B. da Camara Editora RH

Marco Neves Guerra e Paz Editores

A gestão por competências ocupa hoje um lugar central num modelo integrado de gestão de pessoas. É esta a temática desenvolvida na presente obra, que está dividida em duas partes. Na I parte é feita uma breve introdução à gestão por competências e traçado um itinerário para a construção do modelo de competências de uma organização. A II parte consiste num dicionário de competências, contendo 146 diferentes competências pessoais, interpessoais, de liderança e gestão e técnico-profissionais, com a respectiva definição e matrizes de indicadores comportamentais observáveis. Com este livro pretendemos contribuir para uma melhor utilização das competências como forma de desenvolver os activos humanos nas organizações.

Tudo isto fez parte da vida de quem falou português ao longo dos séculos, uma língua que começou a ser germinada na voz daqueles que, há quase 2000 anos, na Galécia, falavam um latim popular com sotaque celta. A história surpreendente da nossa língua, contada como um romance. Embarque na aventura da descoberta das raízes da língua portuguesa na companhia da família Contreiras e, entre factos reais e muita imaginação, conheça a nossa língua pela perspectiva de gente comum e de grandes escritores. Acompanhe uma celta e um romano aos beijos, um amigo de Afonso Henriques à procura de mouras encantadas, Gil Vicente a perseguir um homem perigoso pelas ruas de Lisboa, uma coleccionadora de livros a fugir numa carroça para Amesterdão, Camões ao murro por causa duma dama da corte e muitas outras aventuras de que é feita esta história da língua portuguesa, recheada de deliciosas surpresas e um toque de humor.

Grandes Histórias de Amor - o Livro dos Amantes José Jorge Letria Guerra e Paz Editores | Clube do Livro SIC Incendeiam este livro histórias de amores arrebatadores como os de D. Pedro I e D. Inês de Castro, Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre, Almeida Garrett e a viscondessa da Luz, Ava Gardner e Frank Sinatra, Oscar Wilde e Lord Alfred Douglas, John Lennon e Yoko Ono, Snu Abecassis e Francisco Sá Carneiro. Afinal, como escreveu Luís de Camões, o amor é «fogo que arde sem se ver». O fogo que arde neste livro pode não se ver, mas queima. Os grandes amores desafiam as barreiras do tempo e do espaço e, muitas vezes, é a sua dimensão trágica que os mitifica e eterniza. Nestas páginas há histórias de amor heterossexual e homossexual, antigas e modernas, famosas e menos conhecidas, mas todas elas capazes de nos fazer suster a respiração.

As Pupilas do Senhor Reitor Júlio Dinis Guerra e Paz Editores Um dos romances mais conhecidos da literatura portuguesa. Daniel, um jovem médico petulante, regressa à aldeia onde nasceu, depois de se ter formado. Margarida, amiga de infância, ali se manteve, ansiando pelo seu regresso. Mas Daniel já não é o mesmo. Esqueceu-se da vida passada. Urbanizou-se. Haverá um reencontro? Este é um romance de um certo Portugal, um Portugal talvez mítico, mas sem dúvida eterno. Todos sonhamos com este país: está em nós. Cantam-se cantigas à desgarrada, fazem-se desfolhadas e encontra-se o milho-rei. Vive-se numa aldeia onde todos se conhecem e todos conhecem a vida de todos. Temos padres bondosos, médicos diligentes e vizinhas de língua viperina. Há uma história de amor, aliás duas, há gente (ligeiramente) matreira, há conflito e espingardas. Mas no fim tudo se resolve com um brinde e um sorriso. É bucólico, é inocente, é admirável. Leia-o! Nesta edição, inclui mais de 70 aguarelas do pinto Roque Gameiro.

Quincas Borba Machado de Assis Guerra e Paz Editores Rubião, modesto professor de província, herda uma fortuna do filósofo Quincas Borba. Mas com a riqueza vem igualmente a loucura do seu amigo. Dissipa a fortuna em ostentação e em ajudas à trupe de oportunistas que o rodeiam assim que chega ao Rio de Janeiro. O amor e a loucura surgem de mãos dadas, entre a ambição social e um amor não correspondido. Perdido num mundo que não entende, Rubião acaba sozinho, e os parasitas ascendem à sua custa. No fim, triunfam os fortes, dando razão ao lema de Quincas Borba: «Ao vencedor, as batatas!» Este é o grande trunfo de Machado de Assis, sugerir as coisas mais terríveis da maneira mais cândida. Um romance essencial na língua portuguesa, um autor injustamente esquecido, que ombreia com Eça e Camilo.

Guia de Intervenção em Neuroeducação

Colecção Guias Educacionais n.º 1

Ana Saldanha & Tomás Ortiz Coisas de Ler Entre diversas definições sobre o conceito, poderá dizer-se que a Neuroeducação é o ensino baseado no cérebro, a fusão entre as neurociências e as ciências da educação. O conhecimento de como aprende o cérebro poderia ter e terá um grande impacto na educação. Compreender os mecanismos cerebrais subjacentes à aprendizagens e à memória, assim como os efeitos da genética, meio, emoção e idade na aprendizagem, poderia transformar as estratégias educativas e permitir-nos idealizar programas que iriam optimizar a aprendizagem de pessoas de todas as idade e de diversas necessidades. Apenas através da compreensão de como o cérebro adquire e conserva informação e destrezas, seremos capazes de alcançar os limites da sua capacidade para aprender.

Guia para uma Pedagogia Diferenciada em Contexto de Sala de Aula

Colecção Guias Educacionais n.º 2

Marco Ferreira Coisas de Ler A pedagogia diferenciada, isto é, as metodologias e as estratégias de ensino utilizadas pelos professores de forma a adequar as experiências educacionais às necessidades individuais de cada aluno, não é nada de novo! Professores diligentes e atentos sempre reconheceram as diferentes necessidades dos alunos, tendo constantemente ajustado o seu ensino para essa diversidade. No entanto, dois importantes factores levam-nos a escrever este livro. Primeiro, a implementação de uma pedagogia diferenciada em sala de aula não é fácil, absorvendo muito tempo ao professor na sua planificação. O aumento do número de alunos por turma, também não facilita procedimentos de diferenciação, tornando a aprendizagem individualizada difícil de alcançar. Segundo, com a multiplicação da informação disponível para consulta acerca do ensino e de diferentes modelos pedagógicos, torna-se essencial re-centrar o conceito de pedagogia diferenciada à luz das teorias educacionais atuais e apontar práticas e metodologias de ensino - aprendizagem testadas pela investigação educacional.

O Patriarcado de Portugal Luís Salgado de Matos ArsLonga Este é um livro que se afirma como “uma introdução em 146 páginas a uma instituição lisboeta, portuguesa e católica que em 2016 atinge os trezentos anos”. Este livro é o único que comemora esse aniversário. Assente em pesquisa extensa, insere-o nas tradições cristã e portuguesa, sintetiza o que sobre ele escreveram os nossos historiadores, evoca-lhe as horas de glória ou de crise entre 1716 e 2016. É uma obra não só para os cristãos mas também quem se interessa pelo nosso futuro como país. Para mais, conclui com uma interpretação de Portugal centrada a relação entre o Patriarcado e o Estado português. Inclui 13 ilustrações de valor documental e um gráfico medindo a variação no tempo da força do Patriarcado. O livro não está à venda em livraria, devendo ser pedido para o email salgadodematoseditor@gmail.com.


Jornal da Golpilheira

. entrevista . história .

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.história. Miguel Portela Investigador

O mestre João Miguéis e as obras setecentistas da capela-mor do Mosteiro de Santa Clara de Figueiró dos Vinhos O Mosteiro de Santa Clara de Figueiró dos Vinhos Em meados de Quinhentos foi fundado em Figueiró dos Vinhos um mosteiro feminino que se chamou primeiramente de Nossa Senhora da Consolação, tendo principiado como recolhimento de mantelatas [terceiras seculares], por volta de 1540, apontando-se essa data como a da sua criação. Fr. Francisco Gonzaga, na sua obra De Origine, Seraphicae Religionis Frãciscanae, editada em 1587, refere, aliás, que existia já nesta vila uma comunidade de irmãs terceiras franciscanas que, precisamente em 1540, se movimentaram para dar origem à nova fundação (GONZAGA, Frei Francisco - De Origine, Seraphicae Religionis Frãciscanae, Eiusque progressibus, de Regularis Obseruantie institutione, forma, administrationis, ac legibus, admirabilique eius propagatione, Roma, 1587, p. 815). O padre António Carvalho da Costa, na sua Corografia Portugueza, e Descripçam Topografica do Famoso Reyno de Portugal, impressa em 1712, particularmente no que se refere à fundação desta comunidade de religiosas, registou que “o Mosteiro de Nossa Senhora da Consolação de Freyras Franciscanas, que fundàrão quatro devotas mulheres Terceyras, naturaes desta Villa, com authoridade de João Sipontino, Nuncio Apostolico neste Reyno, cujos nomes, erão Anna de Jesus, Isabel da Conceyção, Justina do Salvador, & Catherina da Conceyção, & havida confirmação do Papa Paulo Terceyro pelos annos de 1549, se mudàrão do primeyro sitio para outro melhor com tal fervor, que ellas proprias accarretavão os materiaes para as obras com grande edificação do povo, que as favorecia com esmolas, pelo que em breve tempo se acabou o novo Convento, em que residem noventa & quatro Religiosas debayxo da obediencia da Provincia de Portugal, de que he tambem Padroeyro o Conde de Castello Melhor” (COSTA, P.e António Carvalho da - Corografia portugueza e descripçam topografica do famoso Reyno de Portugal, com as noticias das fundações das cidades, villas, & lugares, que contem; varões illustres, gealogias das familias nobres, fundações de conventos, catalogos dos Bispos, antiguidades, maravilhas da natureza, edificios, & outras curiosas observaçoens. Na officina de Valentim da Costa Deslandes impressor de Sua Magestade, & á sua custa impresso em Lisboa, 1712, p. 201). Durante o século XVII a comunidade de religiosas do Mosteiro de Santa Clara de Figueiró dos Vinhos, atravessou um período de profundas transformações, particularmente, no que respeitou a empreitadas artísticas. O contrato de padroado entre as religiosas e a Condessa de Figueiró, D. Ana de Vasconcelos e Meneses, lavrado em 22 de julho de 1643, foi um acontecimento deveras relevante para se poder levar a efeito a execução de um novo retábulo para a capela-mor deste mosteiro. Em 20 de setembro de 1650, nesta vila de Figueiró, procedeu-se ao ajustamento notarial de fiança e obrigação contratual da empreitada do retábulo para a capela-mor deste mosteiro entre o escultor Leandro da Silva e Fr. Filipe do Rosário, confessor das religiosas de Santa Clara (PORTELA, Miguel - O Mosteiro de Santa Clara de Figueiró dos Vinhos. Leandro da Silva arquiteto e entalhador do retábulo da capela-mor em 1650, O Figueiroense, Edição compartilhada com O Ribeira de Pera, Diretor: Fernando C. Bernardo, II Série, N.º 26, 16 de setembro de 2016, p. 8). Todavia, passado quase um século estas religiosas renovaram artisticamente este Mosteiro, especialmente no que respeita à estrutura da igreja e sacristia.

As obras setecentistas no Mosteiro de Santa Clara de Figueiró Reconhecemos que em 18 de setembro de 1747, nesta vila de Figueiró, foi lavrada uma escritura de contrato entre a Reverenda Madre Abadessa Dona Jerónima Jacinta do Precursor, a Reverenda Madre Soror vigária Escolástica Evangelista de Jesus Maria a Reverenda Madre Soror Dona Ana Joaquina Bernarda Evangelista Garrido escrivã e as mais Madres da Ordem e Discretas do Mosteiro de Santa Clara desta vila e o mestre João Miguéis de Tentúgal para serem levadas a efeito obras de remodelação da capelamor, sacristia, casa da tribuna, entre outros áreas que necessitavam de intervenção.

Ajustaram as religiosas com o mestre João Miguéis para este “fazer a obra da capella mor de sua igreja que consta capella mor sancristia caza da tribuna e alcoba do Reverendo Padre Confesor asima nomiado e para os seus vindouros e conserto do refeitorio e concerto da grade do convento tudo por preço e quantia de outocentos e setenta e quatro mil e outocentos reis e tudo pellos apontamentos da maneira e forma seguinte e do risco”. No refeitório ficou acordado fazer de novo o pavimento em madeira, consertando as mesas, fazendo algumas novas caso entendesse necessário, corrigindo os encostos, colocando telha da maneira como se achava na altura e caiando o mesmo. Na capela-mor deveria o mestre a fazer com “comprimento de vinte e sinco palmos e de largo vinte e tres de pé direito vinte e tres seram as paredes de vinte digo seram as paredes de sinco palmos de groso capazes de receber a abobada porque as que não levarem abobada em cima seram na forma do risco, fora a sancristia por de tras da mesma capella de vinte e tres palmos de comprido e quinze de largo e tera o mesmo altare da capella mor em porposam que leve a mesma tribuna por sima, sera a sancristia de aboboda podendose acomodar athe a altura em que hade ficar o pavimento da tribuna para o que se socorrera o dito mestre pelo risco do retabolo”. Prossegue o contrato com outras obras na capela-mor e sacristia, sobretudo, “havera da sancristia hum portal para a escada da serventia que háde vir para o ospicio soa Reverendicimos padres na forma do risco, e do simo desta escada vira outra para a Rua a qual ficara entre as paredes da sancristia e ospicio pora na escada de volta serventia para a escada da tribuna pora na capella mor duas frestas na forma do risco, e huma na sancristia; pora na parede da capella mor duas frestas falsas em correspondencia das outras que comlheser se alizares pella parte de dentro; pora o comungatorio no meio destas fora huma alcoba com comunicação para a sela do padre comfesor na forma e risco”. Constatamos que este convento sendo de clausura e face ao prazo ajustado para execução desta empreitada, o qual mestre acordara terminar ao fim de oito meses, implicava variadíssimos transtornos na vida desta comunidade religiosa. Desde logo nos espaços que teriam de abdicar para dar lugar às obras, particularmente da igreja, refeitório e sacristia, assim como, tiveram que criar zonas provisórias para contornar a privação dessas áreas. Por fim foi dito que se o mestre “principiar á dita obra o podera fazer de oje em diente tapando primeiro o arco da capella mor para evadir os pos ou poeiras na igreja, e na tal tapamento que fizer deixara huma porta para serventia do hospicio para a igreja”.

Em síntese Este contrato, por um lado revela a necessidade que o Mosteiro de Santa Clara de Figueiró dos Vinhos sentiu e procedeu na renovação e transformação dos seus espaços comuns e religiosos da vida desta comunidade de clarissas e por outro demonstra a riqueza descritiva e pormenorizada das obras solicitadas. Trata-se concretamente de um documento verdadeiramente extraordinário para o estudo e compreensão da arquitetura de uma comunidade de clarissas que permitirá novas abordagens de estudo comparativamente a outras casas da mesma Ordem.

Apêndice documental 1747, setembro, 18, Figueiró dos Vinhos - Escritura de contrato que fizeram as Madres do Convento de Santa Clara de Figueiró dos Vinhos com João Migueis de Tentúgal para remodelação da capela-mor, sacristia, casa da tribuna, entre outras obras. Arquivo Distrital de Leiria, Livro Notarial de Figueiró dos Vinhos, Dep. V-54-D-42, fls. 49-51v. [fl. 49] Escritura de obrigação que faz João Migueis da villa de Tentugal as Reverendas Relegiozas desta villa de Figueiró. Em nome de Deos amem. Saibam quantos este publico instromento de contrato e condição firme e valliozo deste dia para todo sempre ou como em dereito melhor poder

Postal ilustrado da Fonte das Freiras do Mosteiro de Santa Clara em Figueiró dos Vinhos. valer e mais firme e valido for virem como no anno // [fl. 49v] no anno do nascimento de Noso Senhor Jezus Christo de mil e setecentos e quarenta e sete aos dezoito dias do mez de setembro do dito anno nesta villa de Figueiró dos Vinhos e caza da grade e lucutorio do convento de Santa Clara desta dita villa de Figueiró aonde eu tabaliam ao diante nomiado fui ahi eram perzentes da banda de dentro da dita grade a Reverenda Madre Abbadesa Dona Jeronima Jacinta do Precusor e a Reverenda Madre Soror vigaria da caza Escolastica Evangelista de Jezus Maria e a Reverenda Madre Soror Dona Anna Joaquina Bernarda Evangelista Garrido escrivã do Mosteiro e as mais Madres da Ordem e Discretas no fim desta asignadas todas da banda de dentro da dita grade e da parte de fora eram tambem prezentes o Reverendicimo Padre Confesor do dito Mosteiro Frei Francisco da Immacullada e Joam Migueis morador em a villa de Tentugal todos huns e outros reconhecidos de mim tabalião que dou feé serem os proprios aqui decllarados e logo pello dito Joam Migueis foi dito a mim tabalião na prezença das testemunhas ao diente nomiadas e no fim desta asignadas que elle se tinha ajustado com as ditas Reverenda Madre Abbadesa e mais Relegiozas delle fazer a obra da capella mor de sua igreja que consta capella mor sancristia caza da tribuna e alcoba do Reverendo Padre Confesor asima nomiado e para os seus vindouros e conserto do refeitorio e concerto da grade do convento tudo por preço e quantia de outocentos e setenta e quatro mil e outocentos reis e tudo pellos apontamentos da maneira e forma seguinte e do risco a saber a obra que o dito Joam Migueis hade fazer no dito refeitorio sera o mesmo solhado de madeira de pino e refromara as mezas do dito refeitorio e sendo nesesario alguma nova a fara e fara os emcostos // [fl. 50] os emcostos nesesarios com seus acentos de madeira de madeira [sic] de castanho e emmadeirara de novo de madeira de castanho forrando da mesma madeira de bolta abatida em forma de tombo liza pondo-lhe sua simalha toda em volta da caza asente e bem feita thelhara da mesma forma em que está, e caira por dentro todas as paredes fora duas janellas de novo de madeira de castanho; Concertará a porta do que lhe for nesario servindo-se o dito Joam Migueis de tudo o que esta dentro do dito refeitorio e por sima delle pois de tudo pode uzar como sua propria comprindo o que fica dito e assim mais fora a obra da capella mor pella maneira seguinte: em comprimento de vinte e sinco palmos e de largo vinte e tres de pé direito vinte e tres seram as paredes de vinte digo seram as paredes de sinco palmos de groso capazes de receber a abobada porque as que não levarem abobada em cima seram na forma do risco, fora a sancristia por de tras da mesma capella de vinte e tres palmos de comprido e quinze de largo e tera o mesmo altare da capella mor em porposam que leve a mesma tribuna por sima, sera a sancristia de aboboda podendose acomodar athe a altura em que hade ficar o pavimento da tribuna para o que se socorrera o dito mestre pelo risco do retabolo; havera da sancristia hum portal para a escada da serventia que háde vir para o ospicio soa Reverendicimos padres na forma do risco, e do simo desta escada vira outra para a Rua a qual ficara entre as paredes da sancristia e ospicio pora na escada de volta serventia para a escada da tribuna pora na capella mor duas frestas na forma do risco, e huma na sancristia; pora na parede da capella mor duas frestas falsas em correspondencia das outras que comlheser se alizares pella parte de dentro; pora o comungatorio no meio destas fora huma alcoba com comunicação para a sela do padre comfesor na forma e risco telhara em madeira toda esta obra; rebocara // [fl. 50v] Rebocara ganersera* [sic] e calera tudo, menos a caza da tribuna por dentro mas nesta se metera huma luz onde melhor se poder acomodar abatera a grade do coro tudo o que poder ser atendendo ao pavimento do dito coro, mas nam pora o dito mestre grade de ferro nem nesta nem outra alguma parte; serviresehá o dito mestre de todos os metriais que

estam da area cruzeiro para dentro pois retabolo e tudo o mais de matriais que se achar e em que se subir lhe fica pertencendi como couza sua propria abrira o dito mestre porta na parede do Mosteiro para a caza do comungatorio e pura na sancristia hum lavatório e outrosim disse o dito mestre se obrigava a dar toda esta obra acabada no fim de outo mezes podendo ser que teram seu principio no dia que se principiar a demulir a mesma obra comesandose outrosim a dita Reverenda Madre Abadesa e sua comunidade a satisfazerlhe os ditos outocentos setenta e quatro mil e outocentos reis dentro no dito tempo de outo mezes em tres pagamentos iguais, hum no principio outro no meio, outro no fim do dito tempo obra e outrosim dise o dito mestre Joam Migueis se obrigava por sua pesoa e beins que no cazo em que faltasse a fazer esta oba na forma estipulada nesta escritura perderia sem mil reis, e no cazo em que esta Santa Comunidade se arrependa de fazer a dita obra ou falte com o estipullado nesta escriptura perdera para elle dito Joam Migueis outros cem mil reis sem que nem a huns nem a outros posam por duvida alguma em juizo nem fora delle e outrosim finda que seja a dita obra e achando a dita comunidade nam esta comforme o estipullado nesta escritura pudera por e sendolhe mandar vir hum mestre para rever a dita ibra a achando // [fl. 51] E achando nam estar comforme o risco e estipullado sera o dito Joam Migueis a repola comforme o dito mestre declarar o que tudo dise prometia comprir em juizo e fora delle sobre a obrigação de suas pesoas e bens e pella dita Reverenda Madre Abbadesa e nais Relleguiozas foram dito que aseitava este contrato e aseite o qual promotiam comprir sobre a obrigasão de seus beins e rendas do dito seu convento em testemunho de verdade asim o otrogaram pedriram digo seu convento e declaram elas otrogantes e que o risco ou planta de que nesta asentara se faz mensão está na mam delle dito Joam Migueis, asignado pella dita Madre Abbadesa e Reverendicimo Padre Confesor e o dito mestre Joam Migueis e outrosim mais que elle dito mestre quizer principiar á dita obra o podera fazer de oje em diente tapando primeiro o arco da capella mor para evadir os pos ou poeiras na igreja, e na tal tapamento que fizer deixara huma porta para serventia do hospicio para a igreja com testemunho de verdade asim o obrigaram pediram e aseitaram e eu tabalião aseito como pesoa publica estipullante e aseitante que a estipullei e aseitei tanto quanto em direito devo e poso em nome dos prezentes e auzentes a quem tocar e foram testemunhas prezentes ante as quais este instromento li antes de por todos asignado de que dou feé o Reverendicimo Padre Mestre Frei Asenço Garrido e o irmão Joze de Santo Antonio e outrosim dise elle dito Joam Migueis se obrigava a fazer a sobredita obra de forma que em tudo se comprise e observace hum escrito que a dita Madre Abbadesa tinha feito e asignado com as Reverendas Madre vigaria e sua irmaã a respeito da caza que tem junto a capella mor e com esta declarasam asi // [51v] Asignaram depois de todo este intromento por mim tabalião lhe ser lido de que dou fé eu Henrique Monteiro da Vide tabaliam proprietario que o escrevi. (a) Fr. Francisco da Immaculada Confessor do Mosteiro (a) D. Jeronima Jasinta do Precrusor Abbadessa (a) Soror Escolastica Evangelista de Jezues Vigaria do Mosteiro (a) Soror Luiza Maria de Santa Rosa Evangelista Madre da Ordem (a) Soror Maria d’Aprezentação Discreta (a) Soror Ignes Maria do Sacramento Discreta (a) Soror Maria Magdalena do Apocalipse Discreta (a) D. Joana Joaquina Bernarda Evangelista Garrido Escrivãa do Mosteiro (a) Fr. Ascenso Garrido (a) João Migueis (a) Irmão Joze de Santo Antonio * Leia-se «guarnecerá».


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Jornal da Golpilheira

. do leitor . obituário .

Janeiro de 2017

Maria Nunes celebrou 80 anos de vida

Agradecimento

José Domingues Rodrigues Vieira

N. 11-01-1950 • F. 19-01-2017 Sua Esposa, Filhos, Nora, Genro Netos e restante família na impossibilidade de o fazerem pessoalmente como era seu desejo, vêm por este meio agradecer de forma muito especial, a todas as pessoas de suas relações e amizade que neste momento de dor e tristeza manifestaram o seu pesar. A todos, o nosso muito obrigado.

LMF

A golpilheirense Maria Carreira Nunes celebrou os seus 80 anos de vida no passado dia 30 de Dezembro, juntando familiares e amigos num jantar de convívio no Restaurante Etnográfico da Golpilheira. A família partilha uma foto do momento, com os parabéns e votos de continuação de vida feliz à “Tia Maria Nunes”, como é conhecida (ao centro da foto, com duas das irmãs).

.obituário.

Agradecimento

Agradecimento

Agradecimento

João Bento Ribeiro “Taxista”

Matilde Henriques da Cruz - Irmã Maria Pia -

Emília Brígida de Jesus Henriques Ferreira

N. 21-02-1933 • F. 23-12-2016

N. 13-05-1933 • F. 24-01-2017

N. 08-10-1930 • F. 10-01-2017

Sua esposa, filhos, nora, genro, netos e restantes familiares, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo, vêm de forma reconhecida agradecer todas as manifestações de carinho nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que acompanharam o seu querido familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz. “As boas memórias e os ensinamentos ficarão para sempre.”

Seu Marido, Filhos, Noras, Netos e restante família na impossibilidade de o fazerem pessoalmente como era seu desejo, vêm por este meio agradecer de forma muito especial, a todas as pessoas de suas relações e amizade que neste momento de dor e tristeza manifestaram o seu pesar. A todos, o nosso muito obrigado.

A Comunidade das Irmãs do Mosteiro da Visitação e sua família, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas amigas que incorporaram o seu funeral, bem como a todos os que se interessaram pelo seu estado de saúde, ou que de qualquer outra forma manifestaram o seu pesar. “Para sempre nos nossos corações. Descansa em paz”

Agradecimento

Agradecimento

Agradecimento

António Pereira Monteiro N. 17-03-1963 • F. 28-12-2016

Maria da Soledade Bagagem Monteiro

N. 01-09-1923 • F. 13-01-2017

Sua esposa, filhos, irmãos e restantes familiares, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo, vêm de forma reconhecida agradecer todas as manifestações de carinho nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que acompanharam o seu querido familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz. A todos, muito obrigado. “Partiste cedo demais mas permanecerás para sempre nos nossos corações”

Seus filhos Manuel Monteiro Grosso, José Monteiro Grosso, Maria de Lurdes Monteiro Grosso Ferreira, Diamantino Monteiro Grosso e Maria Celeste Monteiro Grosso Guerra e restante família, na impossibilidade de o fazerem pessoalmente, como era seu desejo, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas amigas que incorporaram o seu funeral, bem como a todos os que se interessaram pelo seu estado de saúde, ou que de qualquer outra forma manifestaram o seu pesar. “Para sempre nos nossos corações. Descansa em paz”

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Santos & Matias CONSIGO DESDE 1980

SERVIÇO FUNERÁRIO PERMANENTE 244 765764 - 244 768685 96 7027733 - 96 6708993 R. Principal, 141 - Brancas • Est. Fátima, 10B - Batalha AGORA TAMBÉM EM PORTO DE MÓS - LOJA DOM FUAS

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Obituário

Informamos que a publicação dos agradecimentos por ocasião de falecimento é gratuita para naturais e residentes na Golpilheira. Publicaremos apenas quando nos for pedido pelos familiares ou agências funerárias.

Alzira de Jesus Tomaz

N. 28-01-1923 • F. 25-01-2017

Seus filhos, netos, bisnetos e restantes familiares, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo, vêm de forma reconhecida, agradecer todas as manifestações de carinho, nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que acompanharam a sua querida familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz. “As boas memórias são os nossos maiores tesouros e ajudam-nos a suportar a dor da perda… Descansa em paz”


Jornal da Golpilheira

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. a fechar .

Janeiro de 2017

Número europeu de emergência Número de emergência para fogos florestais Bombeiros Voluntários da Batalha G.N.R. Batalha Junta de Freguesia Golpilheira Câmara Municipal Batalha Centro de Saúde da Batalha Centro Hospitalar N. S. C. - Brancas Hospital de Santo André Farmácia Padrão – Golpilheira Farmácia Padrão (Batalha) Farmácia Ferraz (Batalha) Escola Primária da Golpilheira Jardim-de-Infância da Golpilheira Agrupamento Escolas Batalha Segurança Social (Geral) Conservatória R. C. P. C. Batalha Finanças da Batalha Misericórdia da Batalha Correios (CTT) - Batalha Biblioteca Municipal Batalha Cinema/Auditório Municipal Museu Comunidade Concelhia Batalha Mosteiro de Santa Maria da Vitória Águas do Lena (Piquete: 939 080 820) Rodoviária – Agência Batalha Táxis da Batalha Centro Recreativo da Golpilheira Linha de Saúde Pública Linha de emergência Gás EDP - Avarias (24 horas)

112 117 244 768 500 244 769 120 244 767 018 244 769 110 244 769 920 244 769 430 244 817 000 244 767 856 244 765 449 244 765 124 244 766 744 244 767 178 244 769 290 808 266 266 244 764 120 244 765 167 244 766 366 244 769 101 244 769 871 244 769 870 244 769 878 244 765 497 244 764 080 244 765 505 244 765 410 244 768 568 808 211 311 808 200 157 800 506 506

Já viste aquela estupidez do Trump a fechar as fronteiras aos refugiados lá a América?! Vamos todos escrever-lhe cartas de protesto e pôr vídeos no facebook!

Isso! E não te esqueças de dizer que estamos todos prontos para receber uma família cá na nossa comunidade!...

Bem... vou andando... já imaginava que ias estragar este movimento tão bonito com as tuas ideias parvas...

Coerência .fotos do mês.

MCR

Ficha Técnica

Registo ICS . 120 146 / Depósito Legal . 104.295/96 Contribuinte . 501 101 829 Director . Luís Miguel Ferraz (CP 5023) Director-adjunto . Manuel Carreira Rito (TE-395) Composição . Paginação . Luís Miguel Ferraz Colaboradores . Ana Maria Henriques, António Ferraz (assinaturas), Carolina Carvalho (secretária), Cremilde Monteiro, Cristina Agostinho, Fernando Vaz Machado, Joaquim Santos, José António Santos, José Jordão Cruz, José Travaços Santos, Marco Ferraz (publicidade), Rafael Silva, Rui Gouveia. Propriedade/Editor . Centro Recreativo da Golpilheira (Instituição Utilidade Pública - D.R. 239/92 de 16/10) Presidente: Fernando Figueiredo Ferreira Sede . Estrada do Baçairo, 856 - 2440-234 Golpilheira Tel. 965022333 / 910 280 820 . Fax 244 766 710 Composição. Est. do Vale, 100 - 2440-232 Golpilheira Impressão . Empresa Diário do Minho, Lda . - Braga - Tel. 253303170 . Tiragem desta edição . 1200 exemplares Sítio: www.jornaldagolpilheira.pt Google+: www.google.com/+jornaldagolpilheira Facebook: www.facebook.com/jgolpilheira Twitter: www.twitter.com/jgolpilheira Email: geral@jornaldagolpilheira.pt Estatuto Editorial: www.jgolpilheira.wordpress.com/about

“Vamos cantar as Janeiras” .

Na noite de 9 de Janeiro, visitou o bar do CRG um grupo de jovens que alegrou os presentes com cantares alusivos a esta tradição de “Cantar as Janeiras”. Foram escutados com muita atenção e silêncio. É de salientar a forma como estes jovens continuam a preservar esta iniciativa, tão ao gosto do nosso povo. Curiosamente, têm sido grupos de jovens a ressuscitar esta tradição, também porque descobriram nela uma forma de angariar uns trocos para as suas actividades. Assim, no final, um dos elementos do grupo percorreu as diversas mesas, com um saquinho, para recolher as ofertas que cada um fez.

Recordar é viver…

Assinatura anual

Portugal: 10 euros • Europa: 15 euros • Resto Mundo: 20 euros

Nome ________________________________________ Rua __________________________________________ _______________________________ Nº ___________ Localidade ____________________________________ CP _ _ _ _ - _ _ _ ______________________________ Tel. _________________ Data Nasc. ___ / ___ / _____ Email: ________________________________________ Entregar ou enviar para: Centro Recreativo Est. Baçairo, 856 • 2440-234 GOLPILHEIRA

Participação no desfile de Carnaval pelas ruas da vila da Batalha. Neste ano, foram elas que muito bem representaram o CR Golpilheira. Este ano, a nossa associação também vai estar presente, nesta iniciativa do Município da Batalha.| MCR


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. divulgação .

Jornal da Golpilheira Janeiro de 2017

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