201711 Jornal da Golpilheira 245 - Novembro de 2017

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Festa de

Nata no CR l G

15 d P. 24ez.

O Banco da (nossa) terra.

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P. 3 • “Hora do Chícharo”

P. 6, 7 e 13• Reportagem da 23.ª Semana Cultural da Golpilheira

Almoço pagou relógio da torre

Um espaço de partilha comunitária

P. 5 • Arte Sem Fim promove

Foi sobretudo isso, mais esta edição do evento que marca o calendário anual de quem gosta de sentir e viver a Golpilheira como terra onde acontecem coisas. Foram variadas as propostas e diversas as respostas, desde a multidão ao vazio.

CRG acolheu 1.ª “noite com arte”

P. 14 • Com pista de gelo

Batalha pronta para brilhar no Natal P. 17 • Futsal Feminino Júnior

LMF

Golpilheira vence torneio de abertura

P. 8 a 10 • Grande entrevista a Fernando Bastos, comandante dos Bombeiros Voluntários da Batalha

Foi a primeira comunicação que ouviu, quando chegou ao Pedrógão Grande. Esse colega viria a falecer. Além de partilhar essa experiência, fala-nos do dia-a-dia e das necessidades da sua e nossa corporação.

RS

“Ajudem-nos, que já estamos queimados” PUB

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atelier Rua do Choupico, 129 • GOLPILHEIRA 244 765 498 • 965 170 426 • nelson.c.gomes@hotmail.com


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. abertura .

Jornal da Golpilheira Novembro de 2017

.editorial.

.caderno mensal. Por José Travaços Santos

Luís Miguel Ferraz Director Para bom entendedor...

Conta e tempo Deus pede estrita conta de meu tempo. E eu vou, do meu tempo, dar-lhe conta Mas, como dar, sem tempo, tanta conta Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo Para dar minha conta feita a tempo, O tempo me foi dado, e não fiz conta. Não quis, sobrando tempo, fazer conta. Hoje, quero fazer conta, e não há tempo. Oh, vós, que tendes tempo sem ter conta, Não gasteis vosso tempo em passatempo. Cuidai, enquanto é tempo, em fazer conta! Pois, aqueles que, sem conta, gastam tempo, Quando o tempo chegar, de prestar conta, Chorarão, como eu, o não ter tempo... Frei António das Chagas, “Antologia Poética”

E é este o editorial deste mês.

A Orquestra Típica e Coral da Batalha foi uma instituição que dignificou o nosso concelho. Não obstante não ter tido longa duração chegou a revelar inquestionável qualidade e a ter alguma projecção nacional. Fundada pelo saudoso Joaquim Saraiva do Nascimento Ceiça (na fotografia a tocar o contrabaixo de cordas), um batalhense que dedicou os seus tempos livres à Música, sempre desinteressadamente, além do contrabaixo executava com mestria o violão e o bandolim. Em Luanda, onde viveu largos anos, teve um agrupamento musical e, no retorno à Batalha, além de fundar e dirigir a Orquestra foi componente do Rancho Folclórico Rosas do Lena. Na sua juventude integrou um curioso conjunto batalhense – “Os Pencudos” –, nos finais dos anos 30 e princípio dos anos 40, praticamente constituído pelas famílias Ceiça e Barros.

divulgação

DR

Orquestra da Batalha de que um golpilheirense foi o primeiro regente

Fotografia gentilmente cedida pelo conterrâneo e amigo Orlando Saraiva Mendes Antunes, primo dos Ceiças

A Orquestra Típica teve como primeiro regente, e também grande impulsionador, o golpilheirense Arnaldo Carreira Monteiro, que lhe imprimiu as características que haviam de acompanhá-la ao longo do tempo. Mais tarde foi regida pelo Prof. Mário Ferreira Neto e pelo portomosense Carlos Pinção. Nos últimos anos esteve integrada na Associação de Propaganda da Batalha. O Arnaldo Monteiro, que o Padre Dr. Carlos Silva, inesquecível professor de Música do Seminário Diocesano de Leiria, considerava um aluno particularmente dotado, chegando a dizer-me que fora o seu melhor aluno, é com muita pena que vejo que abandonou a sua vocação. O seu trabalho, competente e generoso, faz imensa falta à nossa comunidade. À orquestra pertenceram, entre muitos outros, os saudosos Joaquim Pinheiro Trovão, o Amadeu e o Armando Saraiva Ceiça.

“Perseguição aos Cristãos atinge níveis históricos” A excelente revista “Fátima Missionária”, do Instituto dos Missionários da Consolata, chama mais uma vez à atenção para a situação trágica, e cada vez mais, dos Cris-

tãos no Mundo, apontando como os casos piores os que se vivem no Médio Oriente onde “os ataques são protagonizados normalmente por grupos jihadistas”, acrescentando que “na China e na Coreia do Norte é o próprio Estado a promover a perseguição”. O bem elaborado texto do jornalista Francisco Pedro alerta-nos para “a violência contra os Cristãos” que “nos últimos dois anos aumentou”, havendo “países onde o Cristianismo corre riscos de sobrevivência”. A Europa, com tantos pruridos em relação a actos de somenos importância, está-se marimbando, é o termo, para os horrores cometidos contra os Cristãos. Isto num continente cujos princípios, constantemente proclamados, da liberdade, da igualdade e da fraternidade, brotaram dos ensinamentos evangélicos.

O cinema, meio de divulgação da violência Já aqui o disse há tempos. Devia avaliar-se quão nefasta é a influência do cinema que se faz, sobretudo em Hollywood, na propagação e na banalização da violência. As imagens que a Comunicação Social

divulga, cada vez com mais frequência, da brutalidade de agressões cometidas um pouco por todo o lado e dos mais bárbaros homicídios, fazem lembrar-nos passagens de filmes que todos os dias correm nas televisões, que é impossível evitar serem vistos por jovens e crianças. Mais do que a ficção copiar a realidade, parece-me que é a realidade a copiar a ficção, uma ficção aliciante em que a 7.ª Arte é hábil. Em Hollywood puseram de lado tudo o que dignifica e eleva a Humanidade para exaltar morbidamente, é o termo, o lado mais negro da alma humana.

Ainda os nossos Bombeiros Pelo atraso inesperado do nosso jornal, a sugestão para mimarmos os Bombeiros, verdadeiros Heróis do nosso tempo, aproveitando o Dia de Todos os Santos, só em Novembro pôde ser publicada. Passemos a sugestão para o Natal, altura bem apropriada para manifestarmos, à corporação do Concelho da Batalha e a todas as outras em que o leitor resida, o nosso carinho, a nossa admiração e o nosso apoio, presenteando-os com o que pudermos e acharmos que possa exprimir a nossa gratidão.

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Jornal da Golpilheira

. eclesial .

Novembro de 2017

CAMPANHA de donativos

Vamos todos ajudar para garantir os fundos necessários sem recorrer à banca... Ainda precisamos de cerca de 80 mil euros. Temos telhas que sairam do velho telhado por donativos de 1.000 euros. Fique com esta recordação da cobertura que serviu a casa de Deus durante mais de meio século! Estas telhas representam o trabalho dos nossos pais e avós que sob elas rezaram... Cada telha será emoldurada e levará uma dedicatória desta campanha.

Como é óbvio, aceitamos donativos ou empréstimos de qualquer valor. Será passado o recibo, que poderá deduzir nos impostos. A sua ajuda será bem-vinda!

A recompensa será a bênção de Deus, que conhece a intenção de cada um! Donativos e empréstimos recebidos (objectivo: 200 mil euros)

NOME

Donativos Campanha Telhas

OUTROS

Empréstimo

Saldo 2015

24.000,00 €

885,00 €

2.000,00 €

Saldo 2016 Saldo Janeiro de 2017 Saldo Fevereiro de 2017 Saldo Março de 2017 Saldo Abril de 2017 Saldo Maio de 2017 Saldo Junho 2017 Saldo Julho 2017 Saldo Agosto 2017 Saldo Setembro 2017 Outubro e Novembro

20.000,00 €

70.193,97 € 260,00 € zero zero 20,00 € 20,00 € 20,00 € zero 10.100,00 € 630,00 € zero

62.000,00 €

Totais

1.000,00 € 1.000,00 €

46.000,00 €

82.128,97 €

“Hora do Chícharo”

Almoço pagou relógio da torre Desde há alguns anos que o relógio da torre da igreja de Nossa Senhora de Fátima tem vindo a revelar o desgaste da idade, com avarias frequentes a motivar a assistência técnica. Nos últimos meses, os problemas agravaramse, até que se tornou inviável a sua reparação. Como todos terão reparado, as horas batem certo no sino, mas os ponteiros não acompanham o ritmo. A empresa responsável indicou como solução a substituição integral do sistema, desde os ponteiros à caixa que controla o respectivo movimento. Inicialmente, tínhamos indicação de que custaria cerca de um milhar de euros e o primeiro orçamento que recebemos era, de facto, no valor de 1.200 euros. Tendo em conta a actual situação de défice financeiro, com uma dívida a rondar os 50 mil euros, a Comissão da Igreja decidiu organizar um almoço para angariação de fundos para esta finalidade. A Rosário Leal avançou com a oferta de chícharos e logo surgiu o nome para o almoço: “Hora do Chícharo”.

LMF

Igreja de Nossa Senhora de Fátima

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O almoço aconteceu no passado dia 6 de Novembro e foi um verdadeiro sucesso. Cerca de 150 pessoas, da freguesia e não só, quiseram aproveitar para provar esta iguaria muito apreciada pelos nossos antepassados e que, entretanto, caiu em desuso nos nossos hábitos alimentares. Foi comer “e chorar por mais”… tanto que, no final, nem as sobras ficaram, com muitos interessados em levar para casa mais um pouco desse saboroso repasto. Ficou no ar, também, a ideia de repetir o evento no início do ano. Quanto ao resultado financeiro, superou também as ex-

pectativas, juntando-se uma quantia de cerca de 1.600 euros. E a esta boa notícia juntou-se uma outra: depois de negociar vários orçamentos, conseguimos uma proposta de equipamento de qualidade, pelo valor de 750 euros mais IVA, pelo que ainda sobrará algum do resultado para as obras da igreja. Agradecemos a todas as pessoas que compareceram, algumas delas com ofertas acima do valor do almoço, o que diz bem do espírito de colaboração e interesse das pessoas pela sua comunidade. Bem hajam! A Comissão da Igreja

Advento é o tempo da caminhada para a gruta do coração

O Presépio é o Protótipo da Ipseidade (Eu) e de toda a Vida 64.000,00 €

Total Donativos 128.128,97 €

Contactos: igrejagolpilheira@gmail.com Miguel Ferraz - 910 280 820 José Carlos Ferraz - 914 961 543 Carlos Agostinho - 924 106 521 Cesário Santos - 962 343 232 Transferência Bancária - NIB: 0045 5080 4015 2316 6922 2 (enviar comprovativo de transferência)

Colabore para a construção desta obra da Comunidade Cristã da Golpilheira!

Precisamos da sua ajuda!

Advento quer dizer chegada, é o tempo de espera e de esperança. Liturgicamente, o tempo de espera é o tempo grávido que vai até ao dar à luz: o natal acontece hoje e sempre na gruta do coração, onde se dá a revelação d’Aquele que é, que era e que vem (Ap 1, 4-8). Ele não foi nascer no templo nem no parlamento, nasceu e nasce numa gruta da terra ainda virgem e aberta a tudo e todos, onde se pode encontrar pobre e rico, crente e céptico, toda a pessoa de boa vontade, aberta e disposta a deixar-se surpreender para dar oportunidade à criatividade. A caminhada de Maria e José para Belém é o símbolo da caminhada histórica e mística da vida de cada um; é a caminhada para nós mesmos, a ida ao encontro do nosso centro e ao mesmo tempo o início e a meta de nós mesmos e do universo. José e Maria sabiam para onde ir, tinham um objectivo: Belém e dar à luz Jesus nas suas vidas e para o mundo. O Advento é uma caminhada, um percurso com altos e baixos, com ven-

tos e acalmias. Séneca dizia: “Nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde ir”. Todos nós andamos na barca da fragilidade e da insegurança, mas das velas da nossa vontade depende o aproveitamento do vento para a levar ao trajecto do que fica e não passa. Na gruta de Belém, longe do bulício da cidade, o divino infante nasceu na companhia dos animais e da família, onde razão e coração se encontram unidos, onde não há oligarquia nem tirania. Hoje o presépio de Belém simboliza também a gruta do nosso coração. Se descermos os degraus da caverna do nosso interior, chegaremos ao íntimo do coração onde borbulha a água viva, tudo o que é divino e ultrapassa o tempo; nessa gruta, no limiar do nosso espírito, brota a vida e brilha a luz, o Deus-Menino. Vale a pena tentar; a vida é uma tentação contínua, toda ela tricotada de bem e mal numa espiral ascendente! O que fica e mais nos caracteriza é o caminho feito e o aroma do amor que o cobre.

Para se nascer e acordar para a vida não é suficiente ficar-se pela superfície seguindo caminhos já feitos; é preciso arrotear o próprio para vivermos e não sermos vividos. Para isso é preciso entrar-se numa gruta, lá onde se encontra o tesouro enterrado. Esse tesouro é o nosso eu no nós, a nossa ipseidade que participa da natureza divina, um mistério que envolve matéria e espírito, que une a “realidade” ao sonho, o todo e o particular numa relação de complementaridade. Aí poderemos ressurgir na criança que ao ser acariciada provoca em nós uma nova consciência e uma mudança na vida. O presépio é o protótipo da vida e da Ipseidade (eu integral), é a fonte do eu a brotar do nós. Natal é a matriz (padrão) da vida individual, comunitária e cósmica e Advento é o tempo histórico e místico da sua realização. Jesus Cristo é o protótipo da realização pessoal, comunitária e cósmica equacionada na fórmula trinitária. António Justo


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Jornal da Golpilheira

. eclesial .

Novembro de 2017

Formação para a vigararia

Que é o Diaconado Permanente? O Serviço para o Diaconado Permanente na Diocese de Leiria-Fátima está a organizar encontros nas vigararias, para ajudar a reflectir, esclarecer e promover esta vocação ministerial. Pretende-se aprofundar o que é o diaconado, a sua missão e as razões da sua instituição, bem como o perfil requerido aos candidatos e os critérios de admissão. O encontro para a vigararia da Batalha será no dia 15 de Dezembro.

Agrupamento 194 Batalha

No domingo 15 de Outubro, o Agrupamento de Escuteiros da Batalha deu início a mais um ano de actividades. Reunidos debaixo de um sol tórrido e quente, tudo indicava um bom e tranquilo começo de ano escutista. Foram chegando calmamente, com pais e amigos que com eles têm a sorte de partilhar ideais, histórias e aventuras. Foi com uma celebração e a bênção do pároco, padre José Gonçalves, que começou a tarde de atividades em equipas verticais. Não sem antes dar a conhecer as equipas de animação de cada unidade, que sofreram ligeiras alterações. Depois de vários reencontros de amizade, as passagens de secção, a entrada de novos elementos, os pais ansiosos, os escuteiros a querer experimentar, a querer ser, a querer descobrir... Aconteceu um jogo de vila, com um pequeno “raid”, em que os mais pequenos e mais velhos puderam conhecer-se e trocar experiências. E a tarde terminou com uma guerra de balões de água, bastante divertida e um tanto molhada. A alegria esteve presente como força da união do grupo e o espírito que perdurou ainda depois do acampamento nacional (Acanac), no Verão passado.

LMF

Início do ano escutista

Crismados em Abril passado “apadrinharam” meninos do 1.º ano

Catequese vive tradição

Acolhimento com bolinhos No passado dia 1 de Novembro, a Comunidade Cristã da Golpilheira celebrou a Festa do Acolhimento com as 14 crianças que iniciaram este ano a catequese. Integrando a procissão de entrada, entraram acompanhadas pelas catequistas e por alguns dos jovens da Comunidade crismados no ano passado.

mente participada por todas as crianças deste centro de catequese. Dado ser a solenidade de Todos-osSantos, todas participaram no ofertório, levando um saquinho com o “bolinho para Jesus” até ao altar. À saída da celebração, esses bolos foram distribuídos por todos os miúdos e graúdos que nela parti-

Cada um deles recebeu, assim, como que um “padrinho” que lhe testemunhou a alegria de ter recebido a fé durante o percurso catequético que estes agora iniciam. E assim se apresentaram, diante do altar, a todos os fiéis que enchiam a igreja de Nossa Senhora de Fátima. A Missa foi especial-

Missa e romagem ao cemitério

Diversão é constante desde o primeiro dia

Como habitual em Novembro, Mês das Almas, a Comunidade Cristã da Golpilheira celebrou a Missa com Ofício de Defuntos, no passado dia 19. A igreja encheu- se para a missa das 17h00, já que quase todos os cristãos da comunidade se sentem sensibilizados para vir celebrar a eucaristia por alma dos seus familiares e amigos já falecidos. Uma celebração, aliás, muito enriquecida pelo canto, já que inclui a oração de

Vésperas da Liturgia das Horas, própria desta solenidade. No final, todos rumaram em procissão de velas até ao cemitério, onde se fez uma última oração pelos que já partiram, com as pessoas junto da sepultura dos respectivos entes queridos. E sobre as campas ficaram as velas acesas, iluminando a noite, representando a memória sempre presente de quem os não esquece, confiante no reencontro da eternidade.

LMF

DR

Pároco abençoou início do ano

DR

Celebração de defuntos

Final da oração foi no cemitério

ciparam, assinalando esta bonita e antiga tradição de pedir e oferecer o “bolinho”, que se mantém bem viva nesta aldeia. Prova disso foi o facto de as crianças terem vindo de casa já prevenidas com os seus sacos, partindo logo da igreja, de porta em porta, a espalhar o célebre “ó tia, dá bolinho?”.


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entrevista . . .sociedade

Novembro de 2017

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. autarquia .

Jorge Serafim mostra o seu livro “O Afinador de Memórias”

Associação Arte Sem Fim veio à Golpilheira

Primeira “noite com arte” no CRG Algumas dezenas de pessoas aceitaram o convite e compuseram o salão do CRG, onde os mais novos tiveram também um espaço privilegiado, animado pela empresa golpilheirense “Happy Happy”. Pintura espontânea e outras áreas das artes estavam ao dispor de todos os que as quiseram experimentar. Depois, o palhaço Palhatiko fez a abertura da festa, com as magias trapalhonas e arrancar muitas risadas entre miúdos e graúdos.

No passado dia 25 de Novembro, a “Arte Sem Fim”, associação cultural sem fins lucrativos com sede na Batalha, veio ao Centro Recreativo da Golpilheira realizar a primeira sessão do evento “Noite com Artes”. Trata-se de uma proposta que visa “divulgar diversas vertentes artísticas” junto da população do Concelho e que, nesta primeira edição, contou com a presença de Jorge Serafim, conhecido humorista e contador de histórias.

Por fim, o palco foi de Jorge Serafim. Natural de Beja, iniciou a sua carreira como contador de histórias e animador cultural na biblioteca municipal da sua cidade. A participação em programas televisivos de “stand up comedy” deramlhe visibilidade e, nos últimos dez anos, a sua vida passa por espalhar humor e cultura literária pelo país, em escolas, bibliotecas e eventos corporativos e associações e empresas. Na Golpilheira, o humorista correspondeu às

expectativas, em cerca de duas horas de boa disposição, brincando com as cenas dos dia-a-dia que são, muitas vezes, marcadas pelo caricato. Mas não deixou de mostrar com um belo conto pode transmitir os mais belos valores do ser humano e servir de meio de transmissão e sublimação da cultura. Estão de parabéns os artistas e animadores presentes, a associação promotora e as pessoas que aproveitaram esta magnífica noite cultural.

Festa temática com clientes e amigos

Café S. Bento dá as boas-vindas ao Outono O Café S. Bento, situado na localidade que lhe dá o nome, na freguesia da Golpilheira, organizou uma festa de boas-vindas ao Outono, no passado dia 5 de Novembro. Durante toda a tarde e pela noite dentro, muitos clientes e amigos passaram pelo local, onde não faltaram bons petiscos e bebida a acompanhar a festa. Basta ver que foram cerca de 570 as sandes de porco no espeto que saíram em oferta aos presentes. Sendo já uma tradição anual desta casa, começa a ganhar importância no calendário deste tipo de convívios, tendo contado este ano com a presença do director comercial da

DR

LMF

Coluna da Responsabilidade da Junta de Freguesia da Golpilheira

Convívio durou pela noite dentro

Sagres na zona centro e do director da Delta. “Foi fantástico ter um evento destes na Cividade e receber os parabéns de pessoas com relevo no comércio

regional”, consideram os proprietários do Café São Bento, Isabel e Paulo Rito. Os empresários têm investido na renovação da imagem do local e inovado

na promoção de eventos temáticos, procurando assim fidelizar clientes e atrair novos públicos.

Prezados golpilheirenses, A Junta de Freguesia da Golpilheira vem agradecer a toda a população pelo voto de confiança prestado a este novo executivo e assembleia, com a convicção de que iremos servir a nossa Freguesia de acordo com as expectativas que em nós foram confiadas. Vimos também informar a população que, face ao apuramento da conjuntura actual da Junta de Freguesia da Golpilheira, cingiu esta a sua actividade à execução mínima de serviços, até que seja possível o devido esclarecimento sobre as inconformidades verificadas. Neste âmbito, informamos também que, não havendo vínculo laboral, ou, à data, condições legais que permitam manter os serviços prestados pelo trabalhador que tem realizado a manutenção, nos termos em que ocorria, se decidiu abdicar, por ora, dessa mesma prestação. Ainda assim, no que à manutenção dos espaços da freguesia diz respeito, por força do que se entendeu prioritário e por nós praticável enquanto grupo de trabalho, foi realizada parte da manutenção prevista para o cemitério da Golpilheira, no sentido de cuidar condignamente deste local, atendendo ao que este representa para cada um de nós individualmente. Sobre estes pontos acima referidos, informamos ainda que se encontra um dossier informativo disponível para consulta na Junta de Freguesia, que dispõe as inconformidades assim identificadas.

Boas festas Cumpre-nos ainda, no devir da quadra festiva que se aproxima, endereçar, a vós golpilheirenses uma mensagem de esperança, solidariedade e renovação. Este será o tempo próprio para a reflexão sobre o nosso papel individual no seio comunitário, mas também sobre a comunidade a que pertencemos, independentemente da fé que cada um possa expressar. Desta forma, concordamos que esta comunidade que nos envolve e da qual fazemos parte tem vindo a demonstrar um renovado espírito de solidariedade, de participação activa na vida pública e no associativismo, entre outros, caminho este que é preciso continuar a trilhar e vincar cada vez mais. São, na maioria das vezes, actos simples e genuínos que afiançam o bem-estar individual, bem como a vida dos nossos próximos, da nossa comunidade, da nossa freguesia e do nosso concelho. Ao agirmos crítica e construtivamente, estamos a contribuir para uma sociedade melhor e mais justa. Vimos também remeter a todos os emigrantes golpilheirenses uma saudação especial, dizer-lhes que, apesar de se encontrarem fisicamente distantes, são presença assídua nos corações dos seus familiares, amigos e conterrâneos. Esperamos que, passada esta quadra festiva, se proporcionem as condições necessárias para iniciarmos um novo ano com confiança e uma renovada energia para os desafios que se avizinham! Votos de Boas Festividades e de um 2018 pleno de desafios construtivos. A Junta de Freguesia da Golpilheira


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. cultura . sociedade .

Novembro de 2017

23.ª edição da Semana Cultural da Golpilheira

Um espaço de partilha comunitária A 23.ª edição da Semana Cultural da Golpilheira decorreu de 9 a 19 de Novembro e, uma vez mais, mobilizou grande parte da população da freguesia em torno do Centro Recreativo. A abertura contou, este ano, com a novidade de uma exposição colectiva de artistas e artesãos da freguesia. Com o mote “Golpilheira é cultura”, a mostra instalou-se no Restaurante Etnográfico, onde ficou patente durante os restantes dias, com quadros, livros, desenhos, trabalhos manuais e algum artesanato local. Na sessão de abertura, cerca de duas dezenas de pessoas puderam ouvir uma partilha de ideias por parte dos autores presentes. Foram palavras sobre as obras expostas, mas também histórias de vida e dos motivos que levaram cada um a decidir escrever um livro, dedicar-se à pintura ou empenhar-se na construção de objectos de artesanato ou de arte. O denominador comum é o facto de as várias formas de cul-

tura expostas serem, sobretudo, um veículo dos valores interiores de quem as produz. No fundo, mais do que a qualidade do produto final, interessa o conteúdo que expressam e os sentimentos que podem despertar em quem as observa. Na noite de sexta-feira, um filme e algumas animações infantis foram o mote para encher a colectividade com as crianças, pais, avós e outras pessoas que com elas gostam de se divertir. E na noite seguinte, o São Martinho deu continuidade à festa, com a castanhada a realizar-se no largo cimeiro de Bico Sachos. A animação esteve a cargo do rancho folclórico “As Lavadeiras do Vale do Lena”, mas acabou por ser feita por todos os presentes. As castanhas e a água-pé foram só o pretexto para o convívio de mais de uma centena de pessoas que aceitou o convite a sair nesta noite de clima bastante ameno. No domingo dia 12, de novo se encheu o salão, desta feita com

os “jovens” maiores de 60 anos e outras pessoas a quem a colectividade quer sempre dedicar uma homenagem especial nesta semana cultural. Sendo uma forma de lembrar e homenagear aqueles que no passado mais se dedicaram ao desenvolvimento social e associativo da nossa terra, é também uma forma de integrar alguns idosos e doentes que vivem mais sozinhos e, por vezes, com algumas dificuldades. Após uma pausa de dois dias, a quarta-feira foi dedicada à Saúde, com uma equipa do Centro Hospitalar de Nossa Senhora da Conceição, da Santa Casa da Misericórdia da Batalha, a vir orientar um colóquio sobre o tema “O cuidador – técnicas de mobilização e cuidados a pessoas dependentes”. Foi uma interessante apresentação, com exemplos práticos de como se devem acomodar e movimentar os doentes acamados, as posições que se podem adoptar e como fazer para evitar ferimentos e outras

mazelas. Conselhos úteis, também, para os familiares e outros cuidadores quem tem de desempenhar essas tarefas, de modo a não prejudicarem a sua própria saúde. Só foi pena apenas duas dezenas de pessoas terem aproveitado estes conhecimentos. Para o dia seguinte estava prevista uma formação sobre regras de trânsito e prevenção rodoviária, mas neste caso nem esse número compareceu, pelo que não se realizou. Casa cheia teve a noite de sábado, com o Restaurante Etnográfico adaptado a “casa de fados”. Cerca de duzentas pessoas apreciaram o humor do fadista Emanuel Moura, acompanhado por bons e variados petiscos. Foi, sem dúvida, uma sessão bem divertida, onde as gargalhadas foram acompanhando a actuação do músico natural de Alcobaça. Uma noite também tradicional é a da apresentação de moda, cuja reportagem apresentamos na página 13.

O encerramento desta 23.ª Semana Cultural, como habitual nos últimos anos, juntou as diversas forças vivas da terra, desde a Junta de Freguesia ao Centro Recreativo, comissões das igrejas, associação de pais e escolas. Começou com um passeio pedestre, com algumas dezenas de “corajosos” e terminou com um almoço para retemperar forças, em que muitos mais se juntaram. E o convívio prolongou-se pela tarde, com as tendinhas a venderem produtos agrícolas e tradicionais, e com o comes e bebes a funcionar. A Missa pelos defuntos, de que falamos noutra notícia deste jornal, foi o corolário de uma semana que pretende ser espaço de partilha e vivência comum de toda a comunidade golpilheirense. Neste caso, até os que já faleceram são recordamos como membros que ficam perpetuados na memória colectiva dos seus familiares e amigos. LMF

Cinema infantil tem sempre casa cheia

No dia 9 de Novembro, no Centro Recreativo da Golpilheira, houve a inauguração da exposição colectiva de artistas, escritores e artesãos. Por este meio, venho agradecer a amabilidade da Helena Piparel, por ter o cuidado de me ir buscar. Não sei também como agradecer as palavras simpáticas do Luís Miguel a meu respeito, bem como a todos os que apresentaram as suas artes e a todos os que colaboraram nesta iniciativa. O meu bem-haja a todos.

Cremilde Monteiro

LMF

LMF

Sessão de inauguração da exposição “Golpilheira é cultura”

MCR

Agradecimento

Rancho folclórico ajudou à animação do São Martinho


Jornal da Golpilheira

entrevista . . cultura . .sociedade

Novembro de 2017

Inauguração na Semana Cultural

Parque de Lazer do Souteiro

LMF

A estilista Fátima Cruz agradece às modelos e ao público uma fantástica noite (ver pág. 13)

LMF

O humor de Emanuel Moura conquistou o apinhado Restaurante Etnográfico (ver foto na 1.ª página)

Presidente do Centro Recreativo da Golpilheira, Fernando Ferreira, ajudou o presidente da Câmara da Batalha, Paulo Batista, a descerrar a placa

Antes da caminhada, o aquecimento

LMF

LMF

No colóquio da Saúde, o Helder foi a “cobaia” para todos verem como mover um acamado

LMF

Almoço dos “+60” prolongou-se em tarde de convívio

LMF

MCR

Aproveitando decurso da 23.ª Semana Cultural da Golpilheira, nomeadamente a caminhada programada para a manhã do último domingo, o Município da Batalha promoveu o acto inaugural do novo parque de lazer do Souteiro. Trata-se de um equipamento municipal constituído por zonas de passeio e alguns aparelhos de ajuda ao exercício físico, situado junto ao Centro Recreativo da Golpilheira, ao Jardim-de-Infância e ao Pavilhão Desportivo.

Dia da Freguesia foi ocasião para convívio e brincadeiras

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Jornal da Golpilheira

. entrevista .

Novembro de 2017

Fernando Bastos, comandante dos Bombeiros Voluntários da Batalha

“Ajudem-nos, que já estamos queimados” Foi a primeira comunicação que Fernando Bastos ouviu, quando chegou ao Pedrógão Grande, no fatídico dia 17 de Junho deste ano. Em entrevista ao nosso jornal, o comandante da corporação dos Bombeiros Voluntários da Batalha falou sobre como foi viver essa experiência no local. Depois de um dos anos mais trágicos em termos de incêndios, Fernando Bastos partilhou também o trabalho regularmente desenvolvido pela corporação.

não pode ser só dos bombeiros. Para as pessoas, os bombeiros demoram muito tempo, mas o trabalho é muito e os meios são escassos. Também pode haver situações como excesso de meios no terreno, quando o fogo já está controlado, e esses meios podiam ser desmobilizados ou mesmo ser mandados para casa.

O incêndio de Pedrógão Grande foi a grande catástrofe deste Verão. Como foi a experiência de viver o incêndio no local? Nós estivemos no incêndio do Pedrógão desde o primeiro dia. Perguntaram-nos se tínhamos disponibilidade para enviar algum elemento de comando; eu e o meu segundo comandante chegámos por volta das 19h00. A caminho, havia já uma grande extensão ardida, muito vento, muito calor, muito fumo… parecia noite. O meu segundo comandante foi para o terreno com um grupo e eu fui incumbido pelo segundo CODIS, que era o responsável pelas operações, de montar o sector Eco para socorro às vítimas. Portanto, a minha função foi ir para o quartel do Pedrógão, com alguns meios à minha disposição, com o objectivo de prestar socorro a vítimas que iam aparecendo por meios próprios ou que eram trazidas. Entretanto, no centro de saúde do Pedrógão, montámos um posto de emergência médica, com o apoio do INEM e com cerca de 40 ambulâncias ao dispor, que íamos enviando conforme os pedidos de socorro que vinham do posto de comando. Neste posto médico fazia-se uma primeira

Nota Esta entrevista foi realizada antes dos trágicos incêndios que assolaram o País no dia 15 de Outubro. Quem

RS

Entrevista de Rafael Silva

Que percepção teve da situação? Foi um incêndio fora do normal, com vários factores a contribuírem para isso, como as condições climatéricas e a falta de limpeza da floresta. Numa situação destas, em que o fogo se propaga a uma grande velocidade, andando quilómetros em minutos, não há meios capazes de a combater. Mesmo com uma boa organização, pode-se planear colocar meios numa zona, mas, quando se chega ao local, já o fogo vai muito mais à frente. A evolução foi muito rápida e quando começámos a ter conhecimento de aldeias completamente destruídas e muitas vítimas, quer queiramos quer não, gera-se confusão e pânico para socorrer vítimas, a necessidade de ajudar aldeias em perigo, tudo isso cria uma confusão normal nestas situações.

Ficou fora de controlo… Na minha opinião, estas coisas controlam-se é antes de acontecerem. Durante a época de Inverno, ou nos primeiros meses do ano, é importante que as autarquias preparem as coisas e previnam com limpeza da floresta e preparação de acessos. Não é fácil ir para um terreno e não haver caminhos para os carros. Depois, a população tem que estar sensibilizada para isto. Há alertas na comunicação social para não se fazerem queimas de produtos, não fazer fogueiras nem lançar foguetes… e continuamos a ver isso. O tempo está mais fresco, faz-se a fogueira e, segundos depois, perde-se o controlo. Portanto, tem que haver uma penalização das pessoas que fazem isto, para que não volte a acontecer. Se não limpam os terrenos, têm de ser responsabilizados por isso, porque, se eu limpo o meu terreno e o meu vizinho não tem essa preocupação, o fogo pode atingir a minha casa. Tem de haver responsabilidade, porque a culpa

diria que seria possível repetir-se o cenário dantesco do início do Verão e elevar o número de vítimas mortais para mais de uma centena? Na nossa região, o dano mais grave seria perda

de mais de 80% do Pinhal de Leiria, uma das pérolas naturais e patrimoniais da mata nacional. Estávamos também longe de imaginar que nessa data o próprio concelho da Batalha

triagem, enviando depois os mais graves para os hospitais. Tivemos outros meios no terreno, nomeadamente carros de combate a incêndios.

Ainda recorda esses dias? Foi um incêndio nunca visto no nosso país e para quem viveu no terreno, como eu, isto mexe connosco. É traumatizante para os bombeiros terem visto pessoas queimadas nas estradas e nas aldeias. No início, tivemos algum apoio por parte de psicólogos, o que ajudou a ultrapassar um pouco esta situação. Mas não esquecemos que também morreu um bombeiro e ficaram quatro gravemente feridos, e quando há bombeiros envolvidos ainda nos emociona mais. Aliás, a primeira comunicação que eu ouvi no posto de comando foi a desse bombeiro que morreu, a pedir socorro. Lembro-me perfeitamente do seu tom de voz: “Ajudem-nos que já estamos queimados!”. Que lição retira dessa experiência? Espero que sirva de lição para o futuro. Existem investigações para tentar perceber as causas, mas penso que o governo se devia preocupar com a prevenção. Em zonas que não arderam, havia muito mato; se alguém for ali a passar e for apanhado pelo fogo, não tem por onde fugir. Os presidentes dos municípios são os primeiros responsáveis pela protecção civil e, no caso do Pedrógão Grande, nem existia um Plano Municipal da Floresta aprovado. Da parte dos bombeiros, dentro das condições possíveis, fez-se um excelente trabalho. viria a sofrer dois incêndios de grandes dimensões, em São Mamede e no Reguengo do Fetal. Também nestas ocorrências andaram envolvidos os Voluntários da Batalha. No caso do

Houve outros cenários de incêndio onde actuaram? Este foi o pior, mas estivemos envolvidos noutros, sobretudo no nosso distrito, mas também em distritos vizinhos como Santarém, Castelo Branco e até na Covilhã. Durante estes meses, os bombeiros da Batalha participaram com vários meios, apesar de serem escassos. Sempre que fomos solicitados, tivemos presentes. Foi um ano com muitas saídas para fora. No distrito de Leiria, auxiliámos em Pombal, Figueiró, Pedrógão e Mira de Aire. Tivemos uma grande ajuda dos nossos voluntários, com a sua grande disponibilidade, porque não é fácil estar a combater o fogo durante três ou quatro dias seguidos. Foram muito importantes para a vigilância, combate a pequenos fogos mais quentes e reacendimentos. Dentro do concelho da Batalha, registaram-se apenas pequenos focos, que controlámos rapidamente, felizmente. A população também se mobiliza na ajuda? Quando as pessoas tiveram conhecimento, houve muitas a trazer comida, roupa e coisas como bacias de plástico, utensílios para cozinhar, etc. Quando íamos fazer rendição de pessoal no incêndio, chegámos a levar muitas coisas para lá. Quando começaram a surgir, na comunicação social, notícias de que havia excesso de angariações, as coisas acalmaram. De facto, eu verifiquei no local que os bombeiros estavam cheios de material e isso implicou uma grande logística de triagem de produtos para não se estragarem e para se entregarem às pessoas. Quando há grandes incêndios, as pessoas têm sempre a preocupação de perguntarem se precisamos de alguma coisa. concelho, conseguiram resolver o problema em cerca de 24 horas. Estes acontecimentos só vieram reforçar a actualidade desta entrevista e do apelo a que acarinhemos a corporação.


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Novembro de 2017 Fala-se muito nos bombeiros nestas ocasiões, mas a corporação trabalha noutras áreas, durante todo o ano… Sim. A nossa principal actividade é a saúde, com transporte de doentes para ginásio, fisioterapia e consultas. Para além disto, temos a parte da emergência médica, que também nos ocupa muitos meios e tempo. Situações de doença súbita é o que nos ocupa mais tempo. A segunda grande área serão os incêndios, sobretudo no Verão. Como está constituída neste momento a corporação dos Voluntários da Batalha? Em termos de pessoal, temos actualmente cerca de 110 bombeiros. Temos agora um curso, que começou antes da época de incêndios, com cerca de 12 pessoas que estão a fazer a formação inicial. Esperamos que o curso esteja concluído pelo mês de Abril de 2018, para serem promovidos por ocasião do nosso aniversário. Para esta actividade é preciso aprender e por isso apostamos em formações em primeiros socorros, desencarceramento, combate de incêndios urbanos e florestais, bem como em áreas como hidráulica, manuseamento de matérias perigosas, química do fogo, construção civil… falamos um pouco de tudo, porque é importante que o bombeiro seja polivalente. E é fácil angariar voluntários? É sempre difícil arranjar pessoas, pois existem diversos outros interesses e actividades e nem todos estão dispostos a vir para um voluntariado que se dedica a ajudar outros. Talvez falte motivação, porque o que se leva daqui não é dinheiro nem bens materiais. Mas levamos o bemestar interior e a satisfação de podermos ajudar outras pessoas. Para cativar voluntários, temos feito algumas campanhas junto dos jovens, mas também é preciso fazer uma selecção. Alguns vêm pela mão de um amigo, mas desistem quando vêem que é exigente e tem de haver disciplina. Nós temos um regulamento interno que tem de ser cumprido. É importante as pessoas serem pontuais, comparecerem às formações e, após serem bombeiros, fazer o piquete à noite pelo menos uma vez por semana, que ocupa sempre uma

dezena de horas, além das quais têm os seus empregos e outros afazeres… Era importante entidades como a câmara fornecerem incentivos para as pessoas se sentirem mais motivadas a virem e para os que já cá estão se sentirem agraciados e reconhecidos pela população. Sabemos que há câmaras que dão benefícios, por exemplo, isenção de algumas taxas ou apoio para colocar os filhos na escola. Até o apoio aos estudantes, embora exista o Estatuto Social do Bombeiro, muitas vezes é uma migalha no oceano. Eu estou aqui há 31 anos. O que é que eu tenho recebido por isso? Eu não venho aqui à espera disso. Sou voluntário, tenho uma profissão, não ganho nada por ser comandante; muitas pessoas pensam que temos ordenado por sermos bombeiros.

Mas há quem tenha… Sim, destes 110 bombeiros, temos cerca de 25 que, além de voluntários, são assalariados. Isto porque é preciso garantir um grupo durante o dia, para garantir o socorro mais rápido e eficaz. Mas temos aqui, hoje, bombeiros que estão de folga. Eu comecei uma semana de férias e vim para aqui voluntariamente. Venho fazer coisas que preciso de fazer e ninguém me paga, gasto do meu combustível, pago o almoço com o meu dinheiro. Os bombeiros têm poucas regalias. Dão muito mais do que aquilo que recebem. É verdade que nós não vimos para receber, vimos para dar, mas era importante que as instituições públicas também reconhecessem o valor e o tra-

balho que os bombeiros fazem, não só durante o Verão, que é a altura em que os bombeiros são mais lembrados e saem na comunicação social. Era bom que houvesse algum reconhecimento e benefícios, pois poderia haver mais voluntários. Apesar de ter 110 homens, poderia reforçar os piquetes nocturnos se tivesse mais. Durante a noite, tenho piquetes de cinco a sete bombeiros e a resposta é algo limitada. Aqui é tudo voluntário, mas existem associações a pagar.

E como está a corporação quanto a meios materiais? No que toca a veículos, temos uma necessidade muito grande, porque os carros têm um grande desgaste. Temos agora um novo veículo de transporte de doentes oferecido pela Caixa Agrícola da Batalha, que permite que haja apenas o condutor para transportar pessoas para irem a consultas. É um carro económico. Temos outros tipos de veículos em que é necessária a presença de dois bombeiros. Se for mandado parar pela polícia e tiver apenas um bombeiro, somos multados. Este veículo é mais rentável, porque conseguimos gerir melhor os meios humanos e materiais. No que toca ao socorro, vamos ter uma nova ambulância do INEM. A que estava ao serviço vai ficar para nós. Eles colocaram aqui a viatura com o equipamento e nós temos de fornecer o pessoal. Todas as despesas do veículo eram imputadas ao INEM, como o combustível e a manutenção, mas agora, com o novo protocolo, o INEM dá 50 mil euros e nós temos que comprar o carro. De-

pois, o INEM vai dando alguns subsídios relacionados com os serviços que fazemos. A viatura já foi entregue a uma empresa que equipa o carro para, entretanto, termos o carro disponível. As outras têm já alguns quilómetros, mas com esta ambulância vamos ficar com seis viaturas de emergência. Relativamente às viaturas de incêndio, naquelas destinadas a ocorrências urbanas, temos duas viaturas que já têm bastantes anos. O carro que está em São Mamede já tem quase 30 anos, aqui temos outro carro com 20 anos. O seu estado não é mau, tem poucos quilómetros, mas, mesmo estando parado, tem gastos. Nessa área, não estamos mal. Podíamos ter um veículo urbano com uma plataforma para socorrer as pessoas, mas este vai servindo para as necessidades. No que toca aos incêndios florestais, temos também algumas necessidades. Há dois veículos de combate a incêndios, um dos quais foi o primeiro que tivemos e já tem 30 anos. Se este fosse abatido, teríamos apenas um carro de combate a incêndios aqui na Batalha. Em São Mamede, temos outro florestal, mais pequeno, e um veículo especial de todo o terreno, que pode também combater incêndios urbanos.

Não há financiamento público? O ano passado, os bombeiros candidataram-se para ter mais um carro florestal e um veículo ligeiro de combate a incêndios e foi rejeitada a nossa candidatura, porque existem vários critérios e alguns diziam que nós não

Planalto Motor Clube ajuda Bombeiros

Calendário solidário O Planalto Motor Clube, núcleo de desportos motorizados da freguesia de São Mamede, editou um calendário solidário para 2018, que visa a angariação de fundos para os Bombeiros Voluntários da Batalha. Em grande formato (A3), o calendário de parede está ilustrado com fotografias de jipes e motos em cenários de floresta queimada e que antes foram as belas paisagens tantas vezes percorridas em provas promovidas por esta associação. Pretende-se, assim, sensibilizar as pessoas para a devastação dos incêndios e ajudar os bombeiros que, ainda assim, foram essenciais para que este cenário não seja ainda mais negro.

O Planalto Motor Clube tem como principal objectivo a organização de eventos motorizados, sendo famoso o passeio de todo o terreno turístico “Rota dos Montes”, que há seis anos tem vindo a dar conhecer a vila de São Mamede e o concelho da Batalha em geral. A associação realiza, ainda, perícias automóveis, passeios de todo o terreno de “geocaching”, eventos de trial, entre outros. Desta feita, apresenta esta iniciativa solidária e convida todos a colaborar, adquirindo o calendário por 5 euros, nos quarteis dos bombeiros da Batalha e de São Mamede. Mais informações na pagina de facebook “planaltomotorclube”.

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tínhamos áreas florestais muito grandes e que tínhamos meios suficientes para essa área. Por outro lado, não têm em conta que os bombeiros da Batalha têm um quartel sede e uma secção em São Mamede e os meios estão dispersos. Se um destes carros sair, como foi habitual este Verão, ficamos apenas com um carro florestal para o concelho todo. Muitas vezes, acontece um incêndio e perguntam se podemos ir ajudar no combate. Se ajudarmos, fico com um carro com 30 anos, um carro lento. Esta realidade não é tida em conta nestes concursos. Sem grandes apoios, temos que arranjar soluções. A população em geral, e até mesmo os políticos, não têm a noção de quanto custa um carro florestal. Custa entre 150 mil a 250 mil euros. O carro que temos aqui custou 250 mil euros. Depois, há gastos com material que as pessoas não têm noção. As botas que nós usamos podem custar 200 euros. Uma mangueira de 25 milímetros custa 94 euros. Um capacete para um bombeiro pode custar 200 euros e é um material que desgasta rapidamente. Estes equipamentos têm um prazo de validade para manterem as mesmas garantias de segurança. Estão para chegar equipamentos respiratórios cujo preço de um só conjunto pode rondar os 2.000 euros.

Quais são as maiores necessidades, então? Além do permanente equipamento pessoal, temos necessidade de mais um veículo florestal e de um veículo ligeiro de combate a incêndios. Nós pretendíamos >>


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Novembro de 2017 >> que esse veículo pudesse ser utilizado em incêndios florestais e urbanos. É um jipe, pode levar 500 litros de água e seria um carro para uma primeira intervenção. Por exemplo, se tiver um caixote do lixo a arder, podia enviar este veículo. Depois, tem a vantagem de poder ser conduzido por uma pessoa que tenha carta de ligeiros, enquanto que para os carros existentes tem de ter carta de pesados. Estas são as duas maiores necessidades. Muitas vezes, este Verão, tinha homens, mas não tinha carros... o deixa descontentes os próprios bombeiros, que têm aquele “bichinho” de ir ajudar. Mas, se já tenho um carro na Sertã, não possa mandar outro para Oleiros, não posso desproteger o meu concelho.

Como é o dia-a-dia no quartel? Durante o dia, temos dois turnos em funcionamento. Um das 07h00 às 14h00 e outro das 14h00 às 21h00. Temos um chefe em cada turno e procuramos equilibrar com pessoas de várias valências, como dois ou três motoristas de pesados e dois tripulantes de ambulâncias de socorro. As funções dos piquetes são diversas. Temos marcações para consultas, para diálise, para fisioterapia. Portanto, temos sempre um ou dois meios e, por vezes, temos de recusar por não termos veículos ou pessoal. Antigamente, as pessoas ligavam para aqui e nós íamos busca-las. Agora é tudo gerido por uma plataforma, o SGTD, e só aceitamos os pedidos conforme a disponibilidade. Isso, por vezes, complica o nosso trabalho, porque temos de fazer vários percursos indicados e ficamos sem meios para fazer outros serviços em que podíamos ir buscar algum dinheiro. Depois, temos sempre um motorista e um socorrista vinculados à ambulância do INEM, que tem de estar operacional 24 horas por dia. Têm de ter formação específica, como o curso de tripulante de ambulância de transporte (TAT) e o curso de tripulante de ambulância de socorro (TAS). O primeiro pode ser feito aqui no quartel, mas o segundo tem de ser tirado na escola nacional de bombeiros ou no INEM. Estes cursos custam entre 600 e 700 euros. O bombeiro é voluntário e vem desde o dia 5 de Outubro até ao

Natal, todos os fins de semana. Trabalha durante a semana e ao fim-de-semana vem para aqui para conseguir fazer o curso. Isto implica um grande esforço, dedicação e interesse em saber para poder ajudar. Muitas vezes conseguimos ter dois TAS para uma segunda intervenção. Quando não temos essa alternativa, existe uma grande articulação com outras corporações de bombeiros. Por exemplo, se ocorrer um acidente e houver quatro vítimas e nós só temos duas ambulâncias, tenho que dar a informação ao CDOS a dizer que preciso de mais ambulâncias. Se ocorrer um incêndio, temos a vantagem de ter a uma unidade de cinco elementos das 09h00 às 18h00, podendo este horário ser adaptado em alturas de maior risco de incêndio. Esta equipa é permanente e tem como função o apoio a combate de incêndios, mas também para acidentes. Se tiver um acidente, estes elementos podem ir auxiliar. Podem ajudar na manutenção do quartel também, arranjar material, entre outras coisas. A partir das 21h00, entra o pessoal voluntário até às 07h00. Estes piquetes diários nocturnos funcionam de forma rotativa, garantindo todas as situações de emergência, desde acidentes a emergências médicas. Quando é necessário, reforça-se o piquete. Durante o Verão, de 15 de Maio a 1 de Junho, tivemos aqui o ELAC, que é uma equipa de apoio logístico. É um tanque com dois homens, que funciona como apoio de abastecimento aos carros de combate. A partir de 1 de Junho até 30 de Setembro, tivemos uma equipa de combate a incêndios (ECI), que esteve 24 horas permanente. De 1 a 15 de Outubro, voltámos a ter só uma ELAC. Garantir isto não é fácil, porque é muito à base das pessoas que são voluntárias. Muitos são estudantes ou estão de férias e é este pessoal que garante estes serviços.

Há remuneração nos piquetes? Estas pessoas ganham 1,70 euros à hora; se fizerem 24 horas, ganham 45 euros. Ainda têm a alimentação e a deslocação por conta deles, o que acaba por abater nestes ganhos. Durante a fase “Charlie”, passa-se a ganhar mais um euro à hora. Claro que um bombeiro que está de férias

começa a pensar se não seria melhor estar na praia. Só o espírito de solidariedade justifica a vinda para o quartel. Segundo o secretário de Estado da Administração Interna, o bombeiro ganha 1.300 euros por mês; isto é, se trabalhar 24 horas durante 30 dias, a ganhar 35 euros. Mas trabalha nas suas férias, de forma voluntária, para ajudar o País. Ele disse isto e acrescentou que os bombeiros andavam “bons carros”. Esquece-se da realidade dos bombeiros da Batalha.

Uma palavra final aos leitores… Peço às pessoas que colaborem com os seus bombeiros. Nós precisamos sempre de ajuda, porque os gastos são permanentes. Como as necessidades são muitas, entramos em alguns eventos, como por exemplo a Fiaba ou as festas de Agosto, para angariar dinheiro para comprar equipamento. Por vezes, realizamos outros eventos, no quartel ou fora. Uma forma de ajudar os Bombeiros é vir a estes eventos. Pagar uma quota de associado, que é um euro por mês, é outra forma de ajudar. Sinto que, por vezes, as pessoas pensam que os bombeiros têm obrigação de tudo. Temos entidades que organizam uma festa ou outra iniciativa e pedem a presença de uma ambulância ou de um carro de incêndios. Nem perguntam se podemos enviar. Se tirar daqui uma ambulância e depois ocorre um acidente, fico sem meios e posso ser acuado de negligente, mas a população não pensa nisso. Além disso, tenho de chamar bombeiros voluntários para irem, normalmente ao fim-de-semana, para esses serviços. Como têm de deixar o seu descanso ou a família, há cada vez mais dificuldade em arranjar voluntários, pelo que começámos a pagar cinco euros à hora. No entanto, se enviamos um orçamento de 200 euros, por exemplo, as associações dizem que já não precisam… O meu apelo é que tentem perceber as necessidades dos Bombeiros, a importância do seu lema de ajudar a todos “sem olhar a quem” e lhes manifestem carinho e reconhecimento. No fundo, ao ajudar os Bombeiros, as pessoas estão a ajudar-se a si próprias, porque estão contribuir para que tenham mais meios para as servir.

Câmara investe cerca de 414 mil euros

Pela protecção civil e a floresta A Câmara da Batalha vai investir 414 mil euros na protecção civil e na floresta, de acordo com o Orçamento aprovado para 2018, com destaque para a gestão dos espaços florestais, através de acções de silvicultura preventiva em vias municipais (faixas de contenção), com uma verba disponível de 120 mil euros, seguindose a beneficiação e a manutenção da rede viária florestal. “A exemplo dos anos anteriores, a protecção civil e a floresta continuam a ser uma preocupação da Câmara Municipal, contando dar continuidade a acções de prevenção como o projecto ‘Prevenir Já’, uma acção inovadora em desenvolvimento no Concelho da Batalha e realizada em parceria com a Base de Reserva de Alcaria do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS) da GNR”, esclarece, Paulo Batista Santos, presidente do Município da Batalha. Recorde-se que o projecto “Prevenir já” materializa-se numa fiscalização intensiva e completa de todas as áreas inseridas nas faixas secundárias de gestão de combustível e uma estratégia de patrulhamento, assente no policiamento de proximidade e na sensibilização das populações, em estreita colaboração com autarquias e comunidades locais, com o objectivo último de prevenção de incêndios florestais. Nesse âmbito, está também previsto o apoio à formação em operações de fogo controlado, bem como a aquisição de “kits”/ pontos de água de apoio ao combate de 1.ª Linha, para reforço de meios das juntas freguesia e a instalar junto das populações. Também as operações de ref lorestação e campanhas sensibilização e vigilância móvel são rúbricas que conhecem um forte investimento para os próximos anos. Para o autarca da Batalha, “o desafio principal que temos de ganhar para o futuro é o desafio da prevenção, do planeamento e da gestão da floresta, aspectos que não podem continuar subordinados a regras desajustadas, com a manifesta falta de empenho do Estado e o generalizado esquecimento dos privados”. Os Bombeiros Voluntários da Batalha contarão com o reforço de apoio ao funcionamento e investimento, para além do financiamento da Equipa de Intervenção Permanente, no valor global de 145 mil euros. “Nada poderá ser como antes. Ao longo das últimas décadas, os investimentos na prevenção dos incêndios florestais foram descurados. Ficou agora claro para todos, com a enorme destruição provocada pelos incêndios neste último Verão, todos somos necessários na prevenção e combate desta calamidade nacional que são os fogos florestais”, conclui Paulo Santos em nota enviada à imprensa.

Campanha mobiliza população

“Reflorescer Batalha”

A Câmara Municipal da Batalha, em conjunto com diversas entidades do sector privado da hotelaria e da restauração, está a promover, até 31 de Dezembro, a campanha “Reflorescer Batalha”. Trata-se de uma iniciativa que visa proceder à reflorestação das áreas ardidas nos últimos incêndios de Outubro nas freguesias de São Mamede e do Reguengo do Fetal, através da aquisição de árvores cujas espécies integram a flora característica da região, designadamente o carvalho, o sobreiro e a azinheira. A campanha pretende motivar a adesão gratuita da população, tendo em vista consciencializar o maior número de pessoas para a importância da floresta e da preservação do ambiente e dos ecossistemas naturais. Recorde-se que o concelho da Batalha tem um assinalável património florestal, com algumas áreas protegidas inseridas na Rede Natura 2000.


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Novembro de 2017

Tradições de São Martinho

O Magusto na Escola No dia 10 de Novembro, alguns meninos da escola levaram castanhas para fazermos o magusto. De manhã, os alunos ficaram nas salas, enquanto alguns dos nossos professores começaram a fazer a fogueira. Depois, nós saímos e fomos também colocar uns paus na fogueira. Mais tarde, começámos a assar as castanhas e a pô-las nos tabuleiros, enquanto os meninos do jardim-de-infância chegavam. Logo começámos a comer as castanhas, a fazer cartuchos e a brincar com os meninos do jardim-de-infância. Quando a fogueira já estava mais baixa, juntámo-nos e fomos saltá-la, a seguir fomos almoçar e depois entrámos para a sala de aula. Enquanto estávamos na sala, falámos sobre a lenda de São Martinho e pintámos desenhos sobre o magusto e foi muito divertido. Ao fim do dia, quando a fogueira já estava apagada, nós pegámos nas cinzas e borratamo-nos todos e… foi muito engraçado! Mara Oliveira – 4.º ano

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Escola do Paço ( 1.º Ciclo)

O Magusto na minha Escola No dia 10 de Novembro, celebrámos o S. Martinho, fazendo o Magusto na minha escola. Nós, os alunos, levámos as castanhas, lenha e caruma para fazer uma enorme e gigantesca fogueira. Acendemos a fogueira e cada aluno pôs um pau, ou seja, lenha. Os professores assaram as castanhas em recipientes de barro, mas também assaram no forno. As castanhas, depois de assadinhas, estavam tão quentinhas e boas… Os meninos do jardim-de-infância juntaram-se a nós, brincámos, saltámos e corremos, foi superdivertido. Quando estes foram embora, voltámos à fogueira, para mim foi a parte mais divertida, porque saltámos a fogueira, o que é muito fixe. Este foi o dia do Magusto na melhor escola do mundo. Constança Mirão – 4.º ano

A Lenda de São Martinho Martinho era um valente soldado romano que estava a regressar da Itália para a sua terra, algures em França. Montado no seu cavalo, estava a passar num caminho para atravessar uma serra muito alta, chamada Alpes, e, lá no alto, fazia muito, muito frio, vento e mau tempo. Martinho estava agasalhado normalmente para a época: tinha uma capa vermelha, que os soldados normalmente usavam. De repente, apareceu-lhe um homem muito pobre, vestido de roupas velhas e rotas, cheio de frio, que lhe pediu esmola. Infelizmente, Martinho não tinha nada para lhe dar. Então, pegou na espada, levantou-a e deu um golpe na sua capa. Cortou-a ao meio e deu metade ao pobre. Nesse momento, de repente, as nuvens e o mau tempo desapareceram. Parecia que era Verão! Foi como uma recompensa de Deus a Martinho, por ele ter sido bom. É por isso que todos os anos, nesta altura do ano, mesmo sendo Outono, durante cerca de três dias o tempo fica melhor e mais quente. Chamam-lhe o Verão de São Martinho e vem para nos lembrar da importância que tem a bondade para os outros. Camila Fernandes e Lucas Ferreira – 4.º ano (Pesquisa no sítio www.junior.pt)


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Olá a todos!

Mais desenhos bonitos que fizemos! Ora adivinhem lá os temas deste mês...

Novembro de 2017

Jardim-de-Infância


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>> Galerias fotográficas em www.jornaldagolpilheira.pt

Novembro de 2017

FC..IN apresenta “Moda Golpilheira 2017”

Proposta de bem vestir para todas

Fotos: LMFerraz

Integrado no programa da 23.ª Semana Cultural da Golpilheira, decorreu no sábado 18 de novembro, mais um desfile de moda organizado pela estilista Fátima Cruz, sob a chancela das lojas FC..IN. “De mulher para mulher” foi o lema das propostas para este ano, procurando ir ao encontro de todas as idades e condições e não apenas do “estereotipo da mulher moderna, nova e magra que vemos normalmente nos desfiles”, refere a criadora em declarações ao Jornal da Golpilheira. Nesse sentido, este ano, as cerca de centena e meia de pessoas presentes tiveram a surpresa de ver desfilar pela passarela quatro modelos mais adultas – Cristina Agostinho, Lurdes Almeida, Paula Rito e Sílvia Sousa – que mostraram como “se pode ser elegante em qualquer idade” (fotos à direita). Claro que as mais jovens reinam nestas ocasiões e foi isso que fizeram Adriana Sofia, Bárbara Ribeiro, Beatriz Amorousso, Cátia Costa, Cristiana Carreira, Daniela Vieira, Diana Azevedo, Mariana Monteiro,

Mariana Rito, Patrícia Caldas, Patrícia Ferraz e Sara Salgueiro. “A moda e a sua evolução tem um papel fundamental na sociedade actual”, considera Fátima Cruz, referindo que continua a organizar estes desfiles anuais na sua terra para “proporcionar às pessoas a oportunidade de acompanharem as tendências e irem formando o seu gosto pessoal”. Isto porque “quem quiser andar bem vestido sem gastar muito dinheiro precisa de conhecer algumas técnicas e propostas que ajudem nesse sentido”. A estilista golpilheirense dá como exemplo a diferença que deve estabelecer-se entre “as roupas mais formais que alguns trabalhos exigem” e outros ambientes mais descontraídos, ou de festa, “onde podemos escolher cortes mais arrojados e sofisticados”. Assim, defende que “os registos básicos, com apontamentos de tendências actuais e os acessórios certos” ficam sempre bem para o diaa-dia, enquanto que “os brilhos, as sedas e os pelos podem ser a com-

binação perfeita para uma ocasião mais especial”. E, para uma saída à noite, “pode arriscar-se um pouco mais na sensualidade, mantendo sempre a correspondência com o estilo de vida com que cada pessoa se identifica”. No fundo, o importante é “conseguir uma postura com equilíbrio, conforto e elegância”. E, nas suas lojas, procura “ter a resposta a essa procura de ‘looks’ para todas as ocasiões e idades”. O desfile deste ano mostrou essa versatilidade e encantou os presentes, também com a animação musical ao vivo, pelo violinista Nuno Santos. Grata às manequins que desfilaram, ao apoio de Bárbara Castro nos bastidores, e a todas as pessoas que compareceram e contribuíram para que este evento fosse um sucesso, Fátima Cruz está confiante de que “no próximo ano cá estaremos de novo”. Enquanto esperamos, deixamos algumas das muitas fotos desta noite, que poderá consultar na secção de fotografia do sítio jornaldagolpilheira.pt.

. cultura . sociedade .

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Jornal da Golpilheira Novembro de 2017

Pista de gelo será novidade deste ano

Batalha a postos para o Natal Uma pista de gelo natural com 200 metros quadrados, espectáculos de circo, sessões de cinema infantil e um grande concerto natalício no Mosteiro da Batalha são os principais destaques do programa “O Natal na Batalha tem brilho” para este ano. Além das iluminações natalícias que já funcionam no centro da vila e se prolongam até 7 de Janeiro, o programa festivo de animação da quadra natalícia compreenderá diversas acções de animação de rua, actividades para crianças, iniciativas desportivas de cariz solidário e uma exposição de animais da quinta, a que se juntam diversas promoções a realizar pelos comerciantes. A programação decorre durante todo mês de Dezembro, com especial incidência junto dos mais pequenos e respectivas famílias. À semelhança de anos ante-

riores, também o Museu da Comunidade Concelhia da Batalha realizará, de 19 a 22 de Dezembro, uma semana de actividades nas férias escolares, com a dinamização de oficinas temáticas, visitas a monumentos da região e diversas actividades de âmbito solidário. Também a “Casa do Pai Natal” volta a instalar-se no edifício da Galeria Mouzinho de Albuquerque, onde decorrerão ao longo de todo o mês de Dezembro diversas actividades para os mais pequenos, com destaque para as diversas oficinas temáticas como a escrita de cartas ao Pai Natal, a construção de porta-chaves natalícios ou ainda a realização de espectáculos de magia, karaoke infantil ou palhaços. Instalada nessa praça ficará a pista de gelo, a funcionar diariamente ao longo do mês, de segunda a sexta-feira, das 14h00

às 20h00, aos sábados e feriados das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 21h00, e aos domingos das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 20h00. Por cada ingresso vendido de acesso à pista, no valor de dois euros, 0,50 euros serão destinados aos Bombeiros Voluntários da Batalha. A aposta na execução deste programa pela Câmara Municipal da Batalha, que conta com o apoio da ACILIS, “expressa o significado que a autarquia atribui a esta quadra festiva, que é também uma importante altura do ano em que se regista a circulação de turistas, quer portugueses quer estrangeiros”, refere Paulo Santos, presidente da Câmara Municipal. A programação da iniciativa pode ser consultada no portal www.cm-batalha.pt.

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. sociedade . cultura .

Novembro de 2017

Assembleia Municipal reclama política restritiva

Dia da Pessoa com Deficiência

Batalha quer usufruir do Mosteiro

Mosteiro, Museu e CIBA unem-se para assinalar a data na Batalha

A Assembleia Municipal da Batalha aprovou, por unanimidade, expressar ao Governo, através do ministro da Cultura, forte preocupação e elevada reserva face às recentes declarações daquele governante no âmbito da polémica em torno do jantar de encerramento da “Web Summit” no Panteão Nacional, em Lisboa. Em entrevista ao jornal Expresso, Luís Filipe Castro Mendes afirmou que pretende vedar, de forma restritiva, “os três panteões a utilizações festivas e qualquer serviço de refeições ou catering”. Na mesma entrevista, o governante defende que os valores das tabelas de aluguer destes espaços são muito baixos e que serão aumentados. Atendendo a estas declarações, que enunciam de forma evidente o condicionamento de eventos a realizar nos panteões nacionais, onde se inclui o Mosteiro da Batalha, a Assembleia Municipal tornou expressa a sua preocupação quanto à eventual interdição de actividades a realizar no Mosteiro da Batalha, com consequências nefastas para o trabalho colaborativo que

vem sendo desenvolvido pela Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC), direcção do Mosteiro e Câmara Municipal. No documento submetido à votação, lê-se que o Mosteiro da Batalha engloba múltiplos espaços, alguns dos quais com forte simbolismo e que devem naturalmente ser valorizados e mesmo condicionados no seu uso, como a Sala do Capítulo, a Capela do Fundador ou a Capela Mor. Contudo, “existem vários outros espaços sem qualquer significado consagrado, tal como o Claustro Afonso V, que tem dois pisos, onde actualmente funcionam os serviços administrativos e o auditório, que se encontram despojados de quaisquer referências memoriais e onde funcionaram já serviços públicos”. Os deputados enaltecem ainda as várias realizações de âmbito cultural, científico e académico que o Mosteiro tem recebido nos últimos anos, contribuindo para a projecção nacional e internacional do mesmo e que, face às declarações do ministro da tutela, poderão estar em causa. Face ao exposto, a propos-

ta aprovada delibera transmitir ao ministro da Cultura que as restrições no uso dos panteões nacionais, incluindo o Mosteiro da Batalha, devem excluir os espaços dos monumentos que são destituídos de qualquer relevância memorial ou fora de espaço de sacralização. O documento alerta ainda para os diversos protocolos e contratos de parceria subscritos pela DGPC com outras entidades, nomeadamente municípios, universidades nacionais e estrangeiras, embaixadas, devendo as actividades previstas ser salvaguardadas no âmbito do despacho que procederá à revisão do Regulamento de Utilização de Espaços. Por fim, e não menos importante, que os projectos co-financiados pelo programa Portugal 2020, designadamente nas redes culturais que a DGPC integra e de que é beneficiária, sejam integralmente cumpridos nos termos dos protocolos de parceria remetidos no Quadro Operacional da Região Centro – Centro 2020, evitando, por esta via, a perda de fundos europeus.

“Paisagens da Nossa Terra”

Sons do Lena vence festival O grupo batalhense “Sons do Lena” ganhou o 1.º prémio do Festival de Música Tradicional “Paisagens da Nossa Terra”, de homenagem a Alfredo Keil, promovido pelo Grupo de Cantares Tradicionais do Instituto Superior Técnico de Lisboa. O festival decorreu no passado dia 18 de Novembro e contou com a participação dos agrupamentos Flor do Trevo (Vila

Franca de Xira), Sons do Lena (Batalha), Cantares Despertar Alentejo (Campo Maior), Cantares Tradicionais de São Miguel de Acha (Idanha a Nova), Rancho Folclórico Flor do Sabugueiro (Tarouca), O Alborca (Alverca do Ribatejo) e Cantares Tradicionais do IST. Assinalando os 110 anos da morte de Alfredo Keil, esta tarde cultural incluiu ainda uma exposição de

trabalhos deste compositor e pintor e uma exibição do jogo do pau, arte marcial tradicional portuguesa, pelo Ginásio Clube Português. O grupo Gaitilena – Gaiteiros da Batalha foi o convidado a encerrar o evento, tocando em gaita de foles o Hino Nacional, uma das obras mais emblemáticas do autor homenageado.

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Celebra-se a 3 de Dezembro o Dia da Pessoa com Deficiência. Para assinalar esta data, o Mosteiro da Batalha, a Câmara Municipal da Batalha, através do Museu da Comunidade Concelhia (MCCB), e o Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota (CIBA) reforçam as relações de vizinhança, na dinamização de um programa conjunto, com iniciativas nos três espaços culturais. Assim, nesse domingo, tem lugar uma visita sensorial no CIBA, destinada ao público em geral e que conta com a especial colaboração dos associados da ACAPO – Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal. Com a iniciativa, pretende-se explorar o espaço onde se travou a Batalha de 1385 e partilhar experiências sensoriais que apelem aos sentidos. No mesmo sentido, será servido um almoço a evocar os paladares medievais. Na mesma data, os associados da ACAPO e da ASAE – Associação de Surdos da Alta Estremadura visitarão os terraços do Mosteiro, numa actividade que incluirá experiências tácteis e interpretação em Língua Gestual Portuguesa. O dia culmina com uma performance de dança, às 16h30, no MCCB, protagonizada pela Associação Casa do Mimo, centro lúdico-pedagógico da Batalha que trabalha com crianças e jovens com e sem necessidades educativas especiais. No seguimento desta proposta, o auditório do Mosteiro acolhe, no dia 6, quarta-feira, uma palestra sobre acessibilidade cultural e comunicação acessível, apresentada por Célia Sousa, docente do Instituto Politécnico de Leiria, e por Virgínia Gomes, técnica do Museu Machado de Castro, de Coimbra. No mesmo dia, haverá ainda uma oficina de Língua Gestual Portuguesa, com a colaboração da Escola Superior de Educação de Coimbra. Estas iniciativas destinam-se, sobretudo, a técnicos de museus e de instituições culturais e sociais, bem como a estudantes. Esta semana de actividades envolverá também outras instituições, entre as quais IPSS dos concelhos da Batalha e de Porto de Mós, com a realização de visitas especiais para estes públicos, nos três equipamentos culturais referidos. Inscrições e informações sobre as iniciativas a decorrer poderão ser obtidas através dos serviços educativos dos dinamizadores: geral@museubatatalh.com, servico.educativo@fundacaoaljubarrota.pt e servicoeducativo@mbatalha.dgpc.pt.

Teatro em Leiria, Missa e almoço na Marinha Grande A Delegação Distrital de Leiria da Associação Portuguesa de Deficientes anunciou um conjunto de actividades que visa a comemoração do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência. Assim, irá participar no “Torneio Teams 3x3 BCR”, em Sintra, e na peça de teatro “Olívia e Eugénio – Uma lição de Amor”, de Filipe la Féria, promovido pela Câmara de Leiria, a 2 de Dezembro. No dia 8 de Dezembro será celebrada uma Missa pelos sócios falecidos, às 11h00, na igreja da Marinha Grande, seguindo-se um almoço de convívio, no restaurante “Buddhi”, na cidade vidreira. pub

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. sociedade .

Novembro de 2017

Barreiras acústicas e ajardinamento

Inauguração do furo da Torre

Investimento em captação de água

Batalha no combate à seca A Câmara Municipal da Batalha procedeu à abertura de um furo de abastecimento de água para as actividades agrícolas e protecção civil, com capacidade de 20 mil litros/hora, no lugar da Torre, no Reguengo do Fetal, e irá reforçar o sistema de captação e reserva de água para consumo humano, na zona dos Pinheiros, na Batalha, num investimento global superior a 50 mil euros. O Município está também a monitorizar as reservas hídricas, especialmente as destinadas ao abastecimento público e ao regadio, uma vez que se regista uma situação de seca meteorológica em todo o território do Concelho. Segundo nota ada autarquia, “as principais consequências verificam-se na forte redução das massas de água subterrâneas e à superfície, com impactos negativos para a exploração agrícola e qualidade ambiental do rio Lena e linhas de água, no entanto, ainda sem afectar significativamente a capacidade de captação de água para o consumo humano”. Mas como a ameaça de seca é efectiva, foi constituída uma reserva de água em depósitos desactivados do IVV, à entrada da vila, em ordem a poder-se regularizar o ciclo hidrológico com a descarga dessa reserva para o rio Lena. “O concelho da Batalha está a sofrer os efeitos da seca como o resto do País, mas desde Julho que estamos a implementar medidas preventivas e essa opção garantiu-nos um forte reforço das reservas e a minimização das consequências da falta de água, estando mesmo a Batalha em condições de apoiar algum município vizinho que precise”, esclarece o presidente da câmara, Paulo Batista Santos. E defende que “a melhor resposta ao problema da seca passa por uma correcta gestão dos recursos hídricos e a implementação de medidas preventivas para garantir disponibilidades suficientes nos períodos atípicos de falta de precipitação, através da adopção de boas práticas de uso eficiente da água”. O Município esclarece que a Batalha regista “um consumo anual superior a 1,5 milhões de metros cúbitos e, descontando as perdas do sistema, cerca de 75% deste caudal de água reporta-se ao abastecimento doméstico e os restantes 25% relativo a consumos não-domésticos (indústria, comércio, camara municipal, IPSS, etc.)”. pub

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Joaquim Vieira Reciclagem e comercialização de consumíveis informáticos

Já se iniciaram os trabalhos previstos na empreitada “Operação Urbanística de Salvaguarda aos Impactos de Ruído e Poluição sobre o Mosteiro Santa Maria da Vitória”, orçada em 485,8 mil euros e que conta com o apoio de fundos europeus do programa Centro 2020. A intervenção, ambicionada há mais de duas décadas, consiste na requalificação urbanística e paisagística na frente do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, através da criação de uma barreira acústica a ser instalada em toda a frente do monumento, que minimizará os impactos ambientais relacionados com a poluição sonora e contribuindo, por esta via, para a melhorar o ambiente urbano. Prevê ainda uma in-

DR

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Obras de protecção ao Mosteiro avançam

Obra em curso

tervenção de arborização e acessos pedonais, como forma de requalificar a zona frontal do monumento e assim minimizar os impactos da via rodoviária. A empreitada prevê que os trabalhos decorram ao longo de três meses, assumindo particular importância, atendendo a diversos indicadores relacionados com o ruído e vibrações captadas no

monumento num estudo realizado pelo Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ) e que revelaram valores muito acima dos permitidos por Lei, devido à influência da passagem do tráfego rodoviário na Estrada Nacional 1. Trata-se de um projecto desenvolvido em parceria técnica com a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) e

a Infraestruturas de Portugal, contando ainda com o acompanhamento técnico de vários especialistas em preservação do património. No entender de Paulo Batista Santos, presidente da Câmara da Batalha, “esta intervenção, da máxima importância para a preservação do Mosteiro, vai permitir consolidar e proteger o monumento, representando o maior investimento das últimas décadas na valorização do monumento património da Humanidade”. O autarca ressalva que a obra já iniciada “é uma prioridade nacional e representa um objectivo estratégico na óptica da protecção da memória e do património edificado de excelência, partilhado pelo Município da Batalha e pela DGPC”.

Ano de 2018 com investimento reforçado

Câmara com orçamento de 15,8 milhões Foi aprovado pela Câmara e pela Assembleia Municipal o orçamento para 2018. São 15,8 milhões de euros com destino preferencial “à reabilitação urbana, à promoção da economia local, à requalificação da rede escolar, à mobilidade social e à qualidade de vida”. Destes valores, destacamos que 9,9 milhões de euros provêm de receitas correntes e 5,9 milhões de receitas de capital. Quanto às despesas, serão 9,1 milhões em funcionamento (corrente) e 6,7 milhões em investimento (capital). Em nota à imprensa, a Câmara adianta que as Grandes Opções do Plano prevêem investimentos na ordem dos 31 milhões euros até 2021, valor que cresce em 8 milhões ao aprovado em 2017. Nele se inclui a conclusão das

obras na Escola Básica e Secundária da Batalha, os projectos de valorização ambiental, novas redes de saneamento e o reforço das funções sociais, “que representam mais de 50% do investimento municipal para os próximos quatro anos”. No próximo ano, o município vai renovar a sua “política amiga das famílias”, mantendo as taxas mínimas nos impostos municipais, como é o caso do IMI. “Entre 2014 e 2017, esta política de fiscalidade levou a uma poupança para os munícipes superior a meio milhão de euros”, refere a autarquia, cujo presidente afirma estar “num quadro de prudência e rigor, com os pés perfeitamente assentes na terra, aproveitando bem os fundos comunitários e a sustentabilidade proporcionada pelos resultados

orçamentais muito favoráveis dos últimos anos, em especial as poupanças efectivas adicionadas, na casa dos 3 milhões de euros por ano”. Política fiscal Em relação com o orçamento municipal, foram também aprovados os valores a aplicar em termos de impostos em 2018. Assim, o IMI irá manter-se no mínimo legal de 0,3%, bem como a tabela de deduções crescentes conforme o número de dependentes do agregado familiar. Ainda no campo das “ajudas”, foi aprovada a redução de 50% para os imóveis de interesse público das colectividades, organizações não governamentais e associações não lucrativas. No entanto, definiu-se o aumento para o triplo do valor da taxa nos prédios

urbanos em ruínas, bem como uma majoração em 50% para prédios rústicos com áreas florestais em situação de abandono. Quanto à derrama, foi aprovada uma taxa reduzida de 0,95% sobre o lucro tributável para empresas com volume de negócios inferior a 150 mil euros, que representam a maioria do tecido económico local, e fixar a taxa em 1,2% para as restantes empresas. O executivo adianta que “vigoram nas Áreas de Reabilitação Urbana (ARU) delimitadas no concelho um conjunto de incentivos fiscais”, com destaque para a isenção do IMI por 5 anos para prédios que tenham sido reabilitados, a isenção do IMT, o IVA reduzido a 6% em obras e a taxa autónoma de IRS a 5% sobre mais-valias e rendimentos.


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. entrevista desporto .

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Equipas do CRG FUTSAL

Seniores Femininos - Camp. Nacional - 1.ª fase Sul

MCR

23-09 – Golpilheira – 2/Universidade de Évora – 3 30-09 – Golpilheira – 2/Quinta dos Lombos – 1 07-10 – Venda da Luísa – 1/Golpilheira – 4 14-10 – Golpilheira – 4/Arneiros – 3 21-10 – Povoense – 2/Golpilheira – 5 28-10 – Golpilheira – 1/Sporting – 3 04-11 – Benfica – 3/Golpilheira – 2 11-11 – Universidade de Évora – 0/Golpilheira – 2 18-11 – Quinta dos Lombos – 4/Golpilheira – 0 Próximos Jogos 16-12 – 18h30 – (Golpilheira) – Golpilheira/Venda da Luísa 30-12 – 19h00 – Arneiros/Golpilheira Primeiro troféu da época já é nosso

Juniores Femininos - Torneio de Abertura – Série – B

Futsal Feminino Júnior

Golpilheira vence torneio de abertura Golpilheira – 5/Pombal – 4 Disputou-se no passado dia 11 de Novembro, no pavilhão dos Barreiros, a primeira final da presente época, no torneio de abertura da competição distrital. Não tive possibilidade de assistir à primeira parte, mas pelo resultado que se verificava ao intervalo (33), deve ter sido um jogo equilibrado. No segundo tempo, começou a acen-

tuar-se o nosso domínio e foi com naturalidade que chegámos ao quarto golo. A vencer pela margem mínima, era uma situação que não nos dava muita tranquilidade. Contra a corrente do jogo, a equipa de Pombal empatou o jogo. Daqui até final, fomos à procura da vitória, aliás, o que tínhamos procurado desde o início do jogo. As oportunidades de golo

surgiam, mas a eficácia na concretização teimava em não acontecer. A cerca de quinze segundos do final do encontro, conseguimos o quinto golo, que nos deu a vitória nesta final. Estão de parabéns as duas equipas, que se empenharam na disputa do jogo com lealdade. Após o final do jogo, com as duas equipas perfiladas a meio do pavilhão, um elemento da

Associação de Futebol de Leiria entregou uma medalha a cada uma das intervenientes. Para terminar, foi entregue à nossa capitã de equipa o respectivo troféu, brilhantemente conquistado. Terminou em festa, com a taça a passar de mão em mão, para a fotografia, registando assim, mais um feito da nossa equipa. Manuel Carreira Rito

Apresentação das equipas

Futsal Júnior Masculino

Sandra Silva Treinadora

Nuno Bagagem Treinador Adjunto

22-10 – Vidais – 1/Golpilheira – 12 01-11 – Ribeira do Sirol – 1/Golpilheira – 9 05-11 – Golpilheira – 6/Vidais – 2 11-11 – Golpilheira – 5/Pombal – 4 (Final) Campeonato Distrital Juniores Femininos de Futsal – 2017/2018 18-11 – Pombal – 2/Golpilheira – 6 Próximos Jogos 26-11 – 16h00 – (Golpilheira) - Golpilheira/Louriçal 02-12 – 19h00 – (Bajouca) - Ilha/Golpilheira 08-12 – 16h00 – (Vidais) – Vidais/Golpilheira 17-12 – 16h00 – (Golpilheira) – Golpilheira/Ribeira do Sirol

Juniores Masculinos – Campeonato Distrital 1ª. Fase 22-04 – Juncalenses – 0/Golpilheira – 2 25-04 – Golpilheira – 5/Mendiga – 1 06-05 – Arnal – 6/Golpilheira – 4

Iniciados Masculinos - Campeonato Distrital Grupo B – 1ª. Fase 30-09 – Louriçal – 1/Golpilheira – 2 07-10 – Golpilheira – 3/Vidigalense – 1 14-10 – S. Bento/Arrabal – 1/Golpilheira – 4 21-10 – Golpilheira – 6/Pombal – 1 28-10 – Dino Clube – 3/Golpilheira – 2 01-11 – Golpilheira – 0/GRAP – 8 05-11 – Telheiro – 3/Golpilheira – 1 11-11 – Golpilheira – 5/Louriçal – 4 18-11 – Vidigalense – 6/Golpilheira – 5 25-11 – Golpilheira/São Bento/Arrabal Próximos Jogos 01-12 – 17h00 – (Pombal) – Pombal/Golpilheira 03-12 – 16h00 – (Golpilheira) – Golpilheira/Casal Velho – 1ª. Eliminatória da Taça Distrital 08-12 – 16h00 – (Golpilheira) – Golpilheira/Dino Clube 10-12 – 15h00 – (Pousos) – GRAP/Golpilheira 16-12 – 17h00 – (Louriçal) – Louriçal/Golpilheira

João Matos Treinador/Guarda-Redes

Carlos Patrício Director

Manuel Rito Director Adjunto

Alexandre Carvalho 16 anos - Ala

Alexandre Ferreira 18 anos - Ala/Pivô

Daniel Dias 17 anos - Ala

David Matos 18 anos - Ala/Fixo

Dinis Silva 17 anos - Ala/Pivô

Gonçalo Henriques 16 anos - Ala

Henrique Ferraz 18 anos - Ala

João Carlos 19 anos - Ala/Pivô

João Ferraz 16 anos - Fixo/Ala

Miguel Jorge 17 anos - Ala/Fixo

Pedro Almeida 17 anos - Ala

Simão Bagagem 16 anos - Guarda Redes


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. temas .

Novembro de 2017

. Curiosidades do passado . #7

Joaquim Santos Jornalista e investigador

Ermida do Senhor dos Aflitos da Golpilheira Foi publicado no jornal “O Mensageiro” de 21 de Julho de 1965, um artigo dedicado à ermida do Senhor dos Aflitos, da Golpilheira. Transcrevemos o interessante texto, assinado com as iniciais de José Travaços dos Santos: “«Templo duma nave com um arco triunfal, de volta perfeita, lavrado em estilo renascentista. No altar único está um Calvário, com o Crucificado, S. João e a Virgem e um Santo António, escultura de pedra rude. O nicho de pedra do altar-mor é lavrado na moldura. A capela-mor é coberta de abóbada artesonada, com uma Cruz de Cristo no bocete central. Cobre o corpo do templo uma abóbada simples, caleada. Há uma sepultura aos pés do altar-mor, com inscrição que diz jazer ali Pedro Guomes da Roza. O letreiro é em letra romana. No pavimento do corpo da ermida está uma jazida também, mas esta com letreiro em caracteres góticos. É do filho de Pedro Guomes, chamado Joham Afonso, que se finou em 15 de Fevereiro de 1493. Talvez fossem os edificadores da Ermida.» Com estas palavras o ‘Inventário Artístico de Portugal’, volume respeitante ao Distrito de Leiria, dá-nos notícia da Ermida do Senhor dos Aflitos, também chamada de Santo António, erguida na aldeia da Golpilheira umas escassas dezenas de anos após o início das obras do Mosteiro de Santa Maria da Vitória. Pois esta Ermida não foi demolida por um triz. Salvou-a do camartelo, que tanto se usa e de que tanto se abusa por cá, o antigo Prior da Batalha, Revº. Padre Manuel Gonçalves. E lá está a Ermida (com quanto carinho um templo quatrocentista não seria tratado em certos países!) coberta de telha ‘marselha’, os vidros ‘inevitavelmente’ estilhaçados, os anexos duma casa de habitação colados e um regueiro correndo junto à parede norte. Ante a desdita da Igreja de Santa Maria, a Velha, da Batalha, tudo nos leva a temer pela sorte da Ermida da Golpilheira, embora não queiramos acreditar que haja alguém capaz de cometer ali idêntico atentado. Acuda-se-lhe, restaure-se e enquadre-se o velho templo num cenário cheio de simplicidade, como o requer a sua modéstia exterior, mas desafogado, limpo e arrumado. J.T.S.”

O Mensageiro, nº 2532, de 21 de Julho de 1966

. Carta do Brasil.

. combatentes .

P. João já está em São Paulo

Os “amigos” dos combatentes

Olá a todos! Como sabem, tive este ano umas férias magníficas em Portugal, com a oportunidade de conviver com os meus conterrâneos e amigos, aí na Golpilheira. Ainda trago na memória os momentos lindos de celebração, das festas e do bonito convívio que organizaram para as minhas Bodas de Ouro sacerdotais e 80 anos de vida. Muito obrigado a todos pela amizade, pela companhia emocionada, pelas conversas e também pelas ofertas que me deram para ajuda na minha missão. Continuarei a acompanhar a nossa terra, através do Jornal, que leio sempre com muita atenção e carinho. Agora, já no Brasil, cá estou ao serviço pastoral nos subúrbios da grande cidade de São Paulo. Os primeiros dias foram para arranjar condições na habitação, arrumar tudo e ambientar-me a esta nova missão. A casa é grande, mas estava em obras quando cheguei. Estamos cá 3 padres e um seminarista, sendo 2 do Quénia, um Brasil e eu de Portugal. Fui bem acolhido aqui na paróquia. Já começo a conhecer e a ajudar as pessoas das favelas, a visitar os doentes e a celebrar com todos a nossa fé. Mas nem sempre é fácil, pois a vida nestes bairros tem realidades sociais muito complicadas. Mas vamos evangelizando aos poucos. Irei enviando algumas notícias e continuo sempre a agradecer as ajudas que queiram enviar-me, pois são muito importantes para podermos apoiar as famílias mais carenciadas. O meu abraço a todos, P. João Monteiro da Felícia

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CONSTRUÇÕES

Coluna da responsabilidade do Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes

Em plena euforia do “25 de Abril”, os militares eram os maiores! Tinham derrubado a ditadura; tinham acabado com uma guerra injusta em África, de mais de 13 anos, que provocara milhares de mortos e ainda mais feridos e estropiados e um número com stress pós-traumático tão mais elevado, que, não só, até hoje, ainda não foi devidamente escrutinado, como também ainda continua a fazer vítimas. Mas não foram precisos nem dois anos para a euforia se esvair, quando os novos poderes, que rapidamente substituíram a ditadura, e que mais visavam defender os seus próprios interesses do que os de Portugal e da sua população, concluíram que, salvo raras excepções, afinal, os militares, apesar de não terem a “sabedoria” dos políticos, não se deixavam manobrar nem instrumentalizar com a facilidade com que estes pretendiam. Começou então uma subreptícia e insidiosa campanha, devidamente orquestrada em muitos órgãos de comunicação social que, em pouco tempo e, no limite, conseguiu transformar os “heróis” em quase criminosos de guerra… Ao anátema, não conseguiu ser imune a grande massa anónima de quase um milhão de humildes portugueses que, durante 13 anos, foram sendo arrebanhados, quase todos, por esse Portugal profundo, empobrecido, ignorado e desprezado pelas elites caciqueiras desses tempos para, literalmente “sem saberem ler nem escrever”, irem, como mera “carne para canhão”, defender os interesses de uns quantos e não exactamente os da Pátria, como lhes inculcaram no espírito para melhor os convencerem. Passaram-se quase duas décadas para os combatentes começarem a sair da sua letargia e a compreender que apenas inte-

resses obscuros os haviam feito vítimas duma tremenda injustiça. Daí que, com o passar do tempo, foram deixando de ter vergonha do seu passado de combatentes; incrementaram os encontros entre si, estreitando cada vez mais os seus laços de camaradagem e mútua solidariedade, algo que, infelizmente, só quem viveu a guerra parece saber o verdadeiro significado. Diga-se ainda, por ser verdade, que para essa abertura de espírito também bastante contribuiu alguma mudança de mentalidades na sociedade civil, em geral, incluindo em parte daqueles que os haviam ostracizado e daí hoje sentirem-se mais integrados nessa sociedade, embora muitos dos poderes sucessivamente instituídos nunca lhes tenham feito a justiça que mereciam e merecem. Do conjunto destes factores, acrescido do indispensável apoio do poder local, resultou que, nos últimos 20 anos, o número de Núcleos de Combatentes quase triplicou, geralmente sedeados em instalações cedidas pelas autarquias ou em que estas contribuíram para a sua aquisição; do mesmo modo que, no presente, se contarão pelos dedos de uma só mão os municípios que, quer na sua sede concelhia, quer mesmo ao nível da maioria das suas freguesias e, em certos casos, até em aldeias, não tenham um monumento de homenagem aos seus “filhos”, que combateram, tanto na 1.ª Guerra Mundial, como nas guerras do “Ultramar”. Por acaso, a nossa Batalha, como sede do concelho, é uma dessas excepções, não só no que se refere às instalações do Núcleo, mas também à não existência de qualquer monumento de homenagem aos seus munícipes, que combateram nas referidas guerras, mas estas são as tais excepções que confirmam

as regras e, como a esperança é a última coisa a morrer, pode ser que ainda um dia… E por falarmos nas instalações do Núcleo da Batalha, virá a talhe de foice referir que alguns dos tais “amigos” dos combatentes de vez em quando ainda nos dão uma prova dessa velha “amizade”, como recentemente aconteceu connosco e essa prova foi tão “bonita” que não resistimos em divulgá-la. Perante a impossibilidade de, pelo menos a curto prazo, mudarmos das nossas mais do que inadequadas instalações, vimo-nos na necessidade de, há escassos meses, nas mesmas, levar a cabo algumas obras, especialmente tendo em vista a sua segurança e, na oportunidade, aproveitámos para, ao menos, também lhes “lavarmos a cara”, identificando melhor o espaço, através da colagem, no exterior dos janelões e da porta, de 4 emblemas bem vistosos, em tamanho significativo e a cores, da Liga dos Combatentes. Pois não passou muito tempo para que um desses nossos “amigos”, pela calada da noite e fazendo o melhor aproveitamento do sítio ermo onde estamos, tivesse decidido “contemplar-nos” com a inutilização de um daqueles emblemas. Naturalmente que participámos a ocorrência às autoridades competentes, mas sabemos que estas não fazem milagres. Sendo certo que o prejuízo não foi grande, nem a perda irreparável, é, no entanto, caso para perguntarmos o que ganhou o autor com este acto de malvadez e também, afinal, a quem incomodamos nós, para nos considerarem indesejáveis? Enfim, com “amigos” assim, é preferível termos inimigos, porque, destes, pelo menos, já sabemos o que esperar.


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Novembro de 2017

Ana Maria Henriques Médica Interna

A saúde dos idosos Com o avançar da idade, as experiências de vida acumulam-se, as boas memórias ocupam grande parte do pensamento e a sabedoria adquirida transforma o idoso em alguém a quem se pode recorrer e confiar. Por outro lado, algumas actividades físicas, que antes eram simples, são agora difíceis de completar, a memória continua fantástica para os momentos da juventude, mas não para o recado importante de ontem. Os dois versos da medalha estão presentes neste processo a que se chama de envelhecimento. Uma das tarefas mais importantes durante o envelhecimento é a manutenção de um nível máximo de saúde. Durante estes anos, actividades estimulantes e mesmo novas aprendizagens garantem a função cerebral em toda a sua potencialidade. A leitura de jornais e livros dos quais se gosta faz com que as ligações entre as células do cérebro se mantenham activas e podem mesmo surgir novas ligações. A actividade física é essencial para manter o corpo robusto e capaz de lidar com algumas doenças. Esta actividade deve ser recomendada e prescrita pelo médico de família, de forma adequada à capacidade de cada um. Na maioria dos casos, um plano de exercício físico adequado consiste numa caminhada a passo acelerado de 30 minutos, 3 a 5 dias por semana, em conjunto com alguns exercícios de força e alongamentos. Uma das melhores formas de fazer este tipo de exercício são as caminhadas em grupo, de preferência na natureza, em que além do exercício das pernas, também se exercita o cérebro com as conversas que se estabelecem entre os participantes. Com o envelhecimento e com a inerente diminuição de algumas capacidades, surge também a dificuldade em lidar e aceitar todo este processo. A procura do médico de família deve ser encorajada para que o idoso seja acompanhado neste processo natural, mas também para tratar alguns problemas de saúde simples, vigiar problemas crónicos e referenciar para outro especialista problemas específicos. O médico de família tem um papel fulcral nesta etapa de vida, já que a maioria dos idosos tem várias doenças diagnosticadas e vários medicamentos prescritos. Assim, o papel de gerir a medicação

e doenças deve ser centrado neste médico. As consultas devem ser anuais (ou mais frequentes), o idoso deve ter sempre a lista de todos os medicamentos que toma e, se possível, ser acompanhado por um familiar. Se o idoso for mais dependente e não tiver capacidades para se deslocar ao Centro de Saúde, existem consultas domiciliárias que devem ser pedidas ao médico de família. Um grave problema que se levanta em alguns idosos é o isolamento. Quer sejam habitantes numa zona rural ou cidade, a viuvez e o afastamento de familiares próximos levam a um isolamento dos idosos em suas casas, com poucas saídas e, por vezes, com dificuldades graves que passam despercebidas. A distância física não deve diminuir as conversas nem a atenção dada a um idoso. Para aqueles idosos que não têm família, a ajuda de vizinhos pode ser preciosa. Aos vizinhos cabe o papel de ajudar na medida do possível e de alertar as entidades competentes para o isolamento e dificuldades com que os idosos se deparam. Nesta etapa, o planeamento de uma vida mais dependente deve estar presente e algumas alterações devem ser iniciadas. A casa onde os idosos habitam deve ser adaptada para a diminuição da mobilidade, sendo que a prevenção das quedas começa pela organização da mobília e tapetes da casa. Colocar alguns apoios na casa de banho e escadas pode ser adequado. Além das possíveis dificuldades arquitectónicas, as dificuldades organizacionais devem ser precavidas. Entre elas, está a dificuldade em organizar os medicamentos, sendo que algumas farmácias ajudam os idosos com a preparação de caixas semanais com a medicação. Com a sabedoria adquirida ao longo de uma vida preenchida por vitórias e dificuldades, o idoso sabe como quer viver esta nova etapa. Para planear e conseguir viver como desejado, alguns assuntos devem abordados. Questões financeiras, partilhas, testamento vital, desejos finais, funeral… são questões difíceis de pensar, difíceis de abordar, difíceis de executar, mas importantes para todos os que partilham as memórias, as dificuldades e principalmente as alegrias dos idosos.

. conceitos . Aires Gameiro Padre e Médico

Padroeira de Portugal Marcos de propriedade e doações à Imaculada Em criança ouvia conversas de partilhas e marcos de propriedades, arrancados ou mudados. E agora na festa da Imaculada Conceição fui pegar num livro que comprei em Paris em 2008 que fala dos seus marcos e propriedades de soberana. Recebeu doações e entregas de pessoas autorizadas. Agora nem o diabo conseguirá roubá-las. O autor fala da França (“La Vierge Marie dans l’histoire de France”. Editions Resiac, 5e Édtions -10e mille, 2007) de que Lurdes é um caso curioso. Antes da Imaculada aí aparecer já os terrenos tinham sido doados pelo príncipe muçulmano Mirat, no século VIII, como propriedade ao seu santuário de Notre Dame de Puy, dos mais antigos de França. Os rendeiros de Lurdes começaram a ir todos anos levar a renda a Puy. E porquê Lourdes (Lorda, Lorde)? Na sua história, muito documentada, o autor do livro “Marquis de la Franquerie”, relata (p. 37) que o sarraceno invencível no seu castelo de Lurdes resistiu a Carlos Magno, disposto a antes morrer do que capitular. A pedido do bispo, aceitou doar a sua propriedade a Santa Maria do Puy, receber o baptismo e assumir o nome de Lorda (donde terá vindo Lourdes e Lorde). E assim, em 1858, a Imaculada Conceição apareceu em Lurdes na sua propriedade. Mas nós temos cá mais perto a bela e longa história em que Portugal foi entregue inúmeras vezes a Maria, a cheia de graça, a Imaculada Conceição. São incontáveis os marcos de propriedade de Nossa Senhora: alminhas, capelas, igrejas, catedrais e basílicas dedicadas a esta Senhora da Terra e do Céu; levantadas por sucessivas gerações e milhões de maiorias democráticas. Afinal, todos são sinais e marcos das suas propriedades. Num congresso internacional realizado em Maio passado na Faculdade de Letras em Lisboa, foi apresentado um esboço histórico de que a autora se propõe fazer um livro que ilustra e passa por exame crítico as maravilhosas tomadas de posse sucessivas dos territórios lusitanos consagrados a Maria, em que abundam os títulos de Nossa Senhora da Conceição e Imaculada Conceição. Na Madeira, a catedral e as muitas capelas e igrejas marianas são igualmente marcas das propriedades de Maria. Nem venha algum diabo pretender apropriar-se delas. Nos 500 anos da Sé do Funchal, vamos celebrar esta pertença. Convém, porém, esclarecer já que Nossa Senhora pede e aceita igrejas e capelas, não para si, mas para o seu Filho, como em Lurdes, Fátima, Guadalupe (México); e aprecia mais aceitar a consagração de pessoas. Esta onda de doações e consagrações foise estendendo desde o século XV a todas as terras descobertas e colonizadas por Portugal. Todas têm sido consagradas a Nossa Senhora. Como narrei no meu livro “40 dias…”, impressionou-me muito o caso de Timor. Pretenderam apagá-lo e fazê-lo calvinista e

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.saúde.

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Imagem de Nossa Senhora da Conceição, coroada Padroeira de Portugal, em Vila Viçosa

muçulmano. Esqueceram que Nossa Senhora do Rosário, a Imaculada Conceição, e o seu Filho, o Coração de Jesus, já por lá tinham numerosos marcos de propriedade. A professora que apresentou o esboço a que me referi acima veio lembrar e documentar, entre outras, uma consagração menos conhecida. No Verão Quente de 1975, a Revolução dos Cravos deu em sobressaltos, que também vivemos. Foi nesse clima de assalto revolucionário ao poder que muitos temeram o pior. Por isso, algumas pessoas, após um milhão de terços rezados por milhares de portugueses, decidiram lembrar e repetir a consagração do País a Nossa Senhora. No maior segredo, a irmã Áurea Soares, da Aliança de Santa Maria, pintou o pergaminho com a consagração e conseguiram uma audiência do Presidente da República, Costa Gomes, por intermédio da sua sobrinha, para lhe fazer o pedido de ele consagrar Portugal à Imaculada Conceição de Maria. E ele, como está documentado, na presença do secretário geral da Presidência e de sua esposa, de joelhos, leu de forma solene, a consagração e assinou o pergaminho no domingo 14 de Setembro de 1975. O texto é maravilhoso e pode ser visto no site: http://www.amen-etm.org/ConsagracaodePortugal. htm. Lembrar este facto é boa maneira de celebrar a festa da Padroeira no dia 8 de Dezembro. pub

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Consultas de Segunda-Feira a Sábado


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Jornal da Golpilheira

. sugestões de leitura .

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Paulus Editora . Espiritualidade .

Escravatura – perguntas e respostas

Gotas de água para todos os dias

João Pedro Marques Guerra e Paz Editores

Paulo Costa

Que sabemos nós sobre a história da escravatura dos africanos? E sobre o envolvimento de Portugal nessa história? Este livro traz até ao leitor português alguns dos resultados da mais recente investigação histórica. Não pretende ser uma história geral da escravatura, mas clarificar vários pontos que são frequentemente mal-entendidos e responder, de forma tão simples quanto possível, a algumas perguntas sobre tráfico de escravos, escravidão e o envolvimento português nessas práticas. O livro constrói-se à volta de 24 questões e respectivas respostas, que irão permitir ao leitor ver que a história da escravatura é muito menos linear do que parece à primeira vista, que é mais surpreendente do que lhe fizeram crer e que não se dá bem com apressadas e vesgas culpabilizações.

Este livro é composto por 365 pensamentos de cariz cristão. Pensamentos que acompanham o ritmo da liturgia, sobretudo as grandes celebrações cristãs durante o ano: Natal, Dia de Todos os Santos. Reflexões com base nas verdades da fé e inspiradas pela Sagrada Escritura.

Novena de Natal - Rezar com as personagens do Natal Pe. Luiz Miguel Duarte Danilo Alves Lima O tempo do Advento e Natal está repleto de modelos de oração. A começar por Maria, mulher de profunda comunhão com Deus. Há ainda outras pessoas, homens e mulheres que por ocasião da vinda de Jesus ao mundo tornaram-se testemunhas fiéis da sua comunicação com a Santíssima Trindade: José, Zacarias, Isabel, João Baptista e os pastores. A fileira dos amigos de Deus chega ao exemplo máximo de intimidade com o Pai: Jesus Cristo, que rezou sem cessar e nos ensinou a rezar.

Momentos Sénior - Diálogos com Deus sobre como envelhecer com graciosidade Bernardette McCarver Snyder Este livro inspirador apresenta-lhe sugestões de reflexão e oração onde quer que esteja. Todos os seres humanos envelhecem, independentemente da sua idade. Portanto, junte-se ao clube. Aprecie as vantagens da terceira idade. Agradeça a dádiva de cada dia. E quando tiver um “momento sénior” pare, desfrute e reze um pouco!

Deus é mais belo que o diabo - Testamento espiritual Gabriele Amorth Este livro é o resultado de uma entrevista, por sinal a última, feita ao Pe. Gabriel Amorth. Ao longo destas páginas, o Pe. Gabriel narra o seu percurso, desde a política à Igreja. Ao longo deste percurso, percebe-se o homem que estudou mariologia, o autor de inúmeras obras de espiritualidade e, por fim, o mais famoso de todos os exorcistas dos nossos dias.

“Ao Sabor da Bíblia” Luís Lavrador Alêtheia Editores Este livro apresenta-se como um duplo convite: primeiro, a um percurso pela história da comensalidade, desde os primeiros tempos até ao início do Cristianismo, e, de seguida, como uma convocação à experiência gastronómica da confecção e degustação de menus onde imperam alimentos, temperos e sabores que marcam o itinerário da história judaica e cristã. É, portanto, um livro de receitas, mas também um livro de história e de antropologia. Da autoria de Luís Lavrador, docente na Escola de Hotelaria de Coimbra, primeiro chefe português a tirar o doutoramento em Portugal e chefe da Selecção Portuguesa de Futebol, “Ao sabor da Bíblia” revive alguns dos banquetes, ceias e bodas retirados dos principais relatos escritos da história humana; apresenta e reflecte os intervenientes, os motivos e os objectivos que levaram à realização destes episódios. Com base na Bíblia Sagrada, a obra evidencia as marcas diferenciadoras e também a base comum entre as mesas dos judeus e dos cristãos e, antes disso, a vivência da refeição como experiência de paixão e de afecto, de bênção e de punição, isto para mostrar também a sua componente simbólica e espiritual.

O Novo Aluno Tracy Chevalier Bertrand Editora Este é o quarto título de uma série que tem sido publicada como forma de celebrar a obra ímpar de William Shakespeare. Tracy Chevalier reescreve «Otelo» e, à semelhança dos autores que recriaram os anteriores títulos da série, utiliza os ingredientes originais da obra como ponto de partida, adaptando-o aos nossos tempos. A autora bestseller transporta a tragédia de Otelo para uma escola dos subúrbios de Washington nos anos 70, explorando de forma brilhante as relações impulsivas e ingénuas dos seus alunos, que revolucionam as salas de aula e as vidas dos envolvidos. Com uma narrativa intensa e cativante, Chevalier perpetua a mensagem de Shakespeare, construindo personagens que denunciam a malícia do racismo, do medo, da inveja e da traição.

Saudação a Walt Whitman | Canto de Mim Mesmo

A Estrela Watoto

Álvaro de Campos, Fernando Pessoa | Walt Whitman Guerra e Paz Editores

Ilust.: Sílvia Lopes Sopa de Letras

Este é o encontro de dois grandes poetas, Fernando Pessoa, ou o seu heterónimo, Álvaro de Campos, e Walt Whitman. Disse Harold Bloom que Pessoa era o maior herdeiro português de Whitman. Pessoa não desmente essa filiação. Jerónimo Pizarro, mestre-de-cerimónias do encontro entre ambos, recorda-nos uma declaração pessoana: «O heterónimo de monóculo sentese um Whitman “em Brooklyn Ferry dez anos antes de eu nascer”.» Pessoa nunca negou a influência de Whitman e, como se diz na apresentação, «toda a sua produção de 1914-1916, e não só, torna-se-nos mais compreensível se a aproximarmos de Whitman». Os dois admiráveis poemas, que aqui se juntam, reforçam essa comunhão poética. Este livro, escreve Jerónimo Pizarro, «vem precisamente convidar-nos a uma leitura dupla, permitindo, neste caso, revisitar Whitman para reler Pessoa, ou, como sugeria Jorge Luís Borges, ler o segundo para afinar e desviar sensivelmente a leitura do primeiro, até porque Pessoa leu e sublinhou Song of Myself antes e depois de escrever a Saudação a Walt Whitman.»

De que cor é o medo – biografia de Paulo Teixeira Pinto Sílvia de Oliveira Prefácio de Pedro Abrunhosa Bertrand Editora Versátil. Polémico. Enigmático. Jurista, empresário, pintor, editor, monárquico, ex-Opus Dei, se é que tal coisa existe… quem é e quem foi Paulo Teixeira Pinto? A biografia autorizada, da autoria da jornalista Sílvia de Oliveira, conta com prefácio de Pedro Abrunhosa e posfácio do próprio biografado. Nesta obra, Paulo Teixeira Pinto promete revelar os segredos da sua vida profissional, a devoção que encontrou no Opus Dei, a dor da perda de um filho, a desilusão da perda de fé, a inesperada segunda oportunidade no amor, como lida com a doença de Parkinson e o exame forçado de consciência que é ver a sua vida abreviada. É também neste livro que se quebra o silêncio de dez anos sobre os confrontos com Jardim Gonçalves pela liderança do BCP. Uma biografia sem segredos, sem tabus, sem desculpas.

A Caminho do Céu… com os Amigos de um Padre P. Marco Luís Fundação AIS Este é um livro ilustrado com meditações sobre quatro dezenas de santos, cujas receitas de venda revertem para a formação de seminaristas para a Igreja iraquiana. Com chancela da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), vem no seguimento do livro “Os Amigos de um Padre”, do mesmo autor, pároco em Almada e director do Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar de Setúbal. A acompanhar o texto, a obra apresenta um conjunto de ilustrações sobre cada um dos 40 santos, da responsabilidade da artista plástica Leonor Wemans. Na apresentação do livro, a directora do secretariado nacional da Fundação agradeceu a generosidade do autor, que uma vez mais associa uma obra a um projecto concreto da AIS, na linha da campanha de Natal em curso, com o grande objectivo de auxiliar a comunidade cristã do Iraque a voltar a suas casas. De facto, só com ajuda poderão refazer as suas vidas, interrompidas brutalmente no Verão de 2014, quando se deu a invasão da Planície de Nínive pelos jihadistas do auto-proclamado “Estado Islâmico”.

Marta Marques

«É com imensa alegria que envio esta mensagem, a propósito do lançamento do livro “Estrela Watoto”, porque ela significa que o projecto “Vamos Cuidar – cuidados paliativos pediátricos” da aTTitude IPSS, que apoiei desde o primeiro momento, continua a motivar iniciativas e a produzir resultados. “Estrela Watoto” lança um desafio. Um desafio tão duro quanto emocionante, porque permite conhecer o outro lado, a realidade das crianças internadas, através dos seus próprios testemunhos.» Estas palavras do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, dizem tudo sobre o que esperar deste livro. A actriz Vera Kolodzig comenta: «Este é um livro repleto de amor, cheio de magia e esperança. Um livro que pretende alertar-nos para a necessidade de melhorias nos cuidados paliativos pediátricos e acessibilidade a todas as famílias.» E o futebolista Carlos Martins testemunha: «Mas a doença acontece e acontece não só aos outros. Foi uma realidade para mim, é e será uma realidade para muitos pais. Uma realidade dura e crua que nos faz questionar quem somos.»

Comércio e Serviços de Leiria com História Joaquim Santos O jornalista Joaquim Santos, director do Notícias de Colmeias e colaborador de várias publicações regionais, entre as quais o Jornal da Golpilheira, volta a presentear-nos com uma obra em livro. Agora, trata-se da apresentação de um conjunto de recolhas históricas de estabelecimentos comerciais e de comerciantes da cidade de Leiria, os mais antigos e que ainda se encontram em actividade. Assim, é uma obra que retrata o passado dessas casas comerciais, mas também aborda o presente, identifica os principais problemas dos empresários do comércio de Leiria, abrindo as “janelas” do futuro destas lojas que são muito mais que locais de negócio: são património da cidade leiriense. Profusamente ilustrado com fotografias de Fernando Rodrigues e algumas de Sérgio Claro.

Rio abaixo – tenho uma aldeia dentro de mim João Aguiar Campos Empresa Diário do Minho Segundo o autor, ex-presidente do conselho de gerência da Renascença, este livro é “uma mensagem de esperança”. Padre bem conhecido pela sua carreira na comunicação social e – sobretudo pelos que têm o privilégio de com ele privar – pelo humor contagiante e pela profundidade da reflexão, João Aguiar faz transbordar em pequenas crónicas a riqueza da sua história. “Reflexões em torno da vida, deste e de outro lado, em torno da amizade, em torno da esperança que nos habita”, como disse na apresentação deste seu novo livro. Mas é também uma memória de valores que parecem ir desvanecendo, como que levados pelas águas do rio do tempo. “Por onde andamos, há um conjunto de valores que nos enformam, que connosco vão. Tenho uma aldeia dentro de mim e esta aldeia é o bilhete de identidade que apresento em qualquer das partes onde estiver. Numa altura de globalização em que somos todos iguais, manter a nossa identidade na diversidade das coisas é sermos instrumentos de uma orquestra e não ficarmos todos a tocar o mesmo instrumento”. Essa aldeia é São João do Campo, em Terras de Bouro, a terra natal onde tem passado os últimos meses em luta contra a doença, sem perder o sorriso, o humor e, sobretudo, o imenso coração que facilmente encontramos nesta obra.


Jornal da Golpilheira

. entrevista . história .

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.história. Miguel Portela Investigador

Novos dados para uma biografia de Felix da Costa Meessens A vida e obra de Felix da Costa Meessens têm vindo a ser estudada por reconhecidos autores, destacando-se entres vários estudos, os redigidos por Cyrillo Volkmar Machado, Sousa Viterbo, Ayres de Carvalho, George Kubler, Joaquim Oliveira Caetano, Vítor Serrão e Sofia Braga, Susana Cavaleiro Gonçalves, Isabel Mendonça, Susana Varela Flor e Pedro Flor, e Francisco Biblou (Bibliografia geral). Felix da Costa Meessens filho do pintor Luís da Costa e de Francisca Jorge nasceu em Lisboa, em 29 de julho de 1639 e foi batizado em 5 de agosto desse ano, tendo tido como padrinhos André dos Santos e Maria de Almeida, esposa de João Soares, Meirinho da Corte. Seu pai, Luís da Costa veio a falecer na rua dos Calafates, em 3 de fevereiro de 1676 (docs. 1 e 2). Sabemos que Felix da Costa Meessens acompanhou a comitiva de D. Catarina de Bragança a Londres, para celebrar o casamento desta com Carlos V, tendo desembarcado em Portsmouth em 14 de maio de 1662 (KUBLER, 1967, fl. 115). Em 11 de novembro de 1674, foi admitido na Irmandade de S. Lucas, passando logo a desempenhar a função de mordomo. São dele os registos de admissão nesta Irmandade, de Manuel de Andrade (1691), Lourenço de Sousa (1691), João de Araújo (1697), e Pedro Peixoto (1704) (TEIXEIRA, 1931: 70-74; 124). Pouco depois, em 1677, surge num processo do Tribunal do Santo Ofício da Inquisição de Lisboa contra Pedro Serrão, estudante, natural de Lisboa, ficado arrolado no seu depoimento, que “estando ahi na dita tarde o senhor Inquisidor Estevão de Britto Foios, mandou vir perante sy a Feliz da Costa, pintor, natural, e morador desta cidade na Rua dos Calafates (…) disse ser Christão velho, e de trinta e seis [sic] annos de idade (…) Disse, que algumas conheçia, e entre ellas nomeou o reo Pedro Serrão, ao qual diz conhece desde minino por se crearem ambos e se tratarem sempre com amizade” (documento publicado por SOUSA VITERBO, 1911: 70-75). Anos mais tarde, em 4 de abril de 1688, Felix da Costa Meessens, morador na freguesia do Alecrim, casou com Maria de Sousa da Silveira, viúva do alferes João d’Afonseca que falecera no Brasil. Atestaram esse consórcio, o padre José Ferreira Barroso, António da Silva, cirurgião, e Francisco Morato, luveiro da rainha (doc. 3). A presença de Felix da Costa Meessens pode ainda ser encontrada, no consórcio de Pascoal Rodrigues com Maria Ferreira, celebrado em 12 de dezembro de 1696, enquanto testemunha no mesmo (A.N.T.T., Livro de Casamentos da Encarnação [1694-1708], Liv. 4, Cx. n.º 15, assento n.º 1, fl. 48). Felix da Costa Meessens, por alvará régio datado de 2 de outubro de 1705, recebe a mercê de ofício de pintor da Casa de Sua Majestade, cargo que já exercia desde 1687 (documento publicado por FLOR, 2014: 437-438). Não o devemos confundir com um mesmo homónimo, também pintor, filho de Francisco Ferreira de Araújo que casou em 9 de junho de 1704 com Maria Ferreira, filha de António de Araújo e de Maria Gonçalves (documento publicado por FLOR, 2014: 437-438). Nem com um outro homónimo, moço da Real Capela da Rainha da Grã-Bretanha, filho de António da Costa, e a quem em 2 de dezembro de 1705, foi passado um alvará régio para recebimento de um moio de trigo em cada ano (A.N.T.T., Registo Geral de Mercês, Mercês de D. Pedro II, Livro 16, fl. 382). Em 15 de novembro de 1707, Felix da Costa Meessens havia mandado lavrar o seu testamento, o qual foi aprovado em 2 de janeiro de 1708 (documento já citado por FLOR, 2014: 438). Pouco antes de morrer é redigido um codicilo e respetiva aprovação datando ambos de 19 de novembro de 1712 O seu testamento revela que Felix da Costa Meessens tinha ligações muito próximas à Ordem do Carmo, deixando expresso que desejava que fosse sepultado no “Convento da May de Deos e Senhora Nossa do Monte do Carmo”, por ser irmão terceiro, e que fosse “levado a sepultura na tumba da Caza da Santa Mizericordia”. Manifesta intenção de seu corpo ir “no habito da Virgem Nossa Senhora

do Monte do Carmo de seus Religiozos dandosse reccado a Irmandade das Chagas de S. Francisco para que me acompanhem e a Irmandade de S. Lucas dos Pintores e a de Santo Andre de S. Domingos na Cappella da Santa Crus dos Flamengos (…) se mandará depois de sepultado aprezentara minha carta do Reverendo Geral dos Cartuxos á Cartuxa do Laveiras para que o Reverendo Padre Prior a veja e me faça esmolla e caridade de se me dizer em os sufrágios pela minha alma como della consta (…) Mandarmehão mais dizer pela minha alma des mil reis de missas aonde lhe parecer a minha molher e no Colegio de Santo Antão dos Padres da Companhia na Irmandade de Nossa Senhora do Socorro se darão de esmolla dous mil reis para se me dicerem des mizas” (doc. 4). Cumpre referir, neste testamento, a relevância da entrega de uma carta do Reverendo Geral dos Cartuxos, nomeadamente do Prior da Grande Chartreuse. Efetivamente os Estatutos da Ordem evitavam que os seus mosteiros aceitassem obrigações de missas autonomamente, contudo, como aqui verificamos esta carta visava autorizar a Cartuxa de Laveiras a aceitar esse encargo. Um ano antes da sua morte, em 21 de outubro de 1711, foi eleito como definidor da Irmandade de S. Lucas, tendo também sido nomeado eleitor ad perpertuam, partilhando este estatuto com António de Oliveira Bernardes, Francisco Coelho e Pascoal da Silva (FLOR, FLOR, 2016: 80). Felix da Costa Meessens morreu dias depois, em 28 de novembro de 1712, após 24 anos de matrimónio, deixando como testamenteira sua esposa, Maria de Sousa da Silveira, a qual veio a falecer em 3 de abril de 1730, ou seja, mais de 27 anos após a morte de seu marido (docs. 5 e 6).

Fac-símile da assinatura de Felix da Costa Meessens. Bibliografia geral CYRILLO, Machado Volkmar, Collecção de Memorias relativas ás vidas dos pintores, e escultores, architetos, e gravadores portuguezes, e dos estrangeiros, que estiverão em Portugal (1823). Coimbra, Imprensa da Universidade, 1922, p. 66. SOUSA VITERBO, Noticia de alguns pintores portuguezes e de outros que, sendo estrangeiros exerceram a sua arte em Portugal. Memoria apresenta á Academia Real das Sciencias de Lisboa. Terceira Serie (Publicação Posthuma). Coimbra: Imprensa da Universidade. 1911, pp. 70-75. AYRES DE CARVALHO, D. João V e a Arte no seu Tempo. Mafra, Edição do autor, 1962, volume II, pp. 159, 176, 213-218. KUBLER George,The Antiquity of the Art of Painting by Félix da Costa, New Haven, London, Yale Univerity Press, 1967. “Félix da Costa Meesen”, Dicionário da Arte Barroca em Portugal, Dir. José Fernandes Pereira e Coord. Paulo Pereira), Editorial Presença, Lisboa, 1989, pp. 288-289. SERRÃO, Vítor, A Cripto-História de Arte, Análise de Obras de Arte inexistentes, Livros Horizonte, 2001. BRAGA, Sofia, SERRÃO, Vítor. “Um Tratado Desconhecido de Félix da Costa Meesen (1639-1712): Descoberto na Biblioteca da Ajuda” in ARTIS, Revista de História da Arte e Ciências do Património. Lisboa, Instituto de História da Arte da Universidade de Lisboa, 2014, nr. 2 (2ª série), pp.194-195. GONÇALVES, Susana Cavaleiro, A Arte do Retrato em Portugal no Tempo do Barroco (1683-1750). Conceitos, Tipologias e Protagonistas, Tese elaborada para a obtenção do grau de doutor no ramo de História, especialidade de Arte, Património e Restauro, Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, Departamento de História – Instituto de História da Arte, Lisboa, 2012, Vol. 1, pp. 206-222. MENDONÇA, Isabel, “Desenhos para Artes Decorativas em Portugal. O contributo de Brás de Almeida (1649-1705)”, Dibujo y Ornamento. Trazas y dibujos de Artes Decorativas em Portugal, España, Italia, Malta y Grecia, (Org. e dir. Sabian de Cavi,), Universidad de Córdoba, 2013,

pp. 57-67. FLOR, Susana Varela, “A Presença de Artistas Estrangeiros no Portugal Restaurado”, A Herança de Santos Simões, Lisboa, Edições Colibri, 2014, pp. 413-438. FLOR, Susana Varela e Flor, Pedro, Pintores de Lisboa (Séculos XVII e XVIII): a Irmandade de S. Lucas, Scribe, 2016. BIBLOU, Francisco, “O pintor e tratadista Felix da Costa Meesen (https://independent.academia.edu/ FranciscoTeófiloAlfaiateBilou consultado em 23 de julho de 2017). TEIXEIRA, Francisco Augusto Garcez, A Irmandade de S. Lucas. Corporação de Artistas. Estudo do seu Arquivo. Lisboa, 1931, pp. 70-74; 124.

APÊNDICE DOCUMENTAL Doc. 1 1639, agosto, 5, Lisboa – Registo de batismo de Felix da Costa Meessens filho de Luís da Costa, pintor e de sua mulher Francisca Jorge. A.N.T.T., Livro de Batismos do Sacramento [1638-1654], Liv. B1, Cx. n.º 3, assento n.º 2, fl. 10. < Felix> Aos sinco dias do mês de agosto do prezente anno de seisçentos, trinta e nove baptizei eu o Padre Estevão de Monterroyo, que sirvo de Cura nesta Igreja Parrochial da Santíssima Trindade a Felix filho legitimo de Luís da Costa, pintor, e de sua mulher Francisco Jorze, moradores na rua de D. João Coutinho (?) nasçido a vynte e nove de julho do ditto anno as duas horas, e meya ante menhã segundo declarou seu pay, foi padrinho André dos Santos cazado morador a S. Jozeph em a rua Direita, madrinha Maria de Almeida cazada com João Soares meirinho da Corte, e moradora na mesma rua do baptizado o que fiz por verdade, diz o emendado vinte, e nove dia ut supra. (a) Estevão de Monterroyo. Doc. 2 1676, fevereiro, 3, Lisboa – Registo de óbito de Luís da Costa, pintor, pai de Felix da Costa Meessens. A.N.T.T., Livro de Óbitos da Encarnação [1672-1680], Liv. O7, Cx. n.º 26, assento n.º 3, fl. 48v. < Luiz da Costa > A três de fevereiro de mil e seiscentos e setenta e seis foi sepultado na Igreja do Carmo Luiz da Costa cazado com Francisca Jorega moradores na rua dos Calafates, não fes testamento. (a) O Cura Manoel Ferreira Lobatto. Doc. 3 1688, abril, 4, Lisboa – Registo de casamento de Felix da Costa Meessens com Maria de Sousa da Silveira. A.N.T.T., Livro de Casamentos da Encarnação [16381654], Liv. 3, Cx. n.º 5, assento n.º 2, fls. 64-64v. Abril 1688 Aos quatro de abril de mil e seissentos e oitenta e oitto na Igreja da Senhora do Alecrim de Lixboa com banhos correntes estando o Padre Brás Ribeiro Cura da freguezia da Senhora do Alecrim // [fl. 64v] Prezente e por testemunhas o Padre Jozeph Ferreira morador na Rua Larga de S. Roque rezidente nesta Igreja e Antonio da Silva sergião morador ao Corpo Santo freguezia dos Mártires, e Francisco Morato luveiro da Rainha morador na Rua Direita das Portas de Santa Catharina freguezia do Sacramento se cazarão por palavras de prezentes Felix da Costa Meesens filho de Luís da Costa e de Francisca Gorge morador na freguezia do Alecrim desta cidade, baptizado na freguezia do Sacramento, e Maria de Souza da Silveira, viúva do Alferes João d’Afonseca que faleceo no Estado do Brazil moradora nesta freguezia na Rua das Gaveas e por verdade fis este assento que assinei e declaro que a justificação que fez por certidões de viuves estão na mão do contrahente e despacho que ouve do Juiz dos Cazamentos fica em meu poder e asinou o contranhente como levou as ditas certidões. Lixboa dia mês e anno ut supra. (a) O Cura Bras Ribeiro (a) O Padre Jozeph Ferreira Barrozo (a) Felix da Costa Meessens (a) Francisco Morattos (a) António da Silva. Doc. 4 1707, novembro, 15, Lisboa – Testamento de Felix da Costa Meessens filho do pintor Luís da Costa. A.N.T.T., Registo Geral de Testamentos, Liv. 134, fls. 69v-72v. Testamento de Felix da Costa Messen. Testamenteira sua molher Maria de Souza da Silveira. Jezus Nasarenus Rex Judaeorum miserere mei: Em Nome da Santíssima Trindade Pater Filius Espirito Sancto três pessoas distintas e hum só Deos verdadeiro todo poderoso em criado e criador dos Ceos e da terra em quem eu Felix da Costa Messen creyo bem e verdadeiramente e em cuja feé sempre vivo e quero viver e morrer como verdadeiro Chrystão debaixo da obediência de tudo o que creio e ensina a Santa Madre Igreja Catholica Romana com cuja crença espero como favor devino salvar minha alma da pus he só a Ley em que há salvação pelos merecimentos

da Sacratissima Paixão de meu Senhor Jhesus Christo Unigénito filho de Deos Pater Segunda pessoa da Santíssima Trindade que foi concebido do Espirito Santo nas puríssimas entranhas da Virgem Maria Sua Santíssima May em quem a Humanidade. E porque sou mortal e não sei a era nem a hora em que Deos Nosso Senhor me chamará desta vida prezente para a Eterna determino fazer este testamento e asim o faço para descargo de minha alma e bem de minha consiencia o qual faço em meu entendimento juízo pelo efeito que Nosso Senhor foi servido darme hé pela maneira seguinte // Primeiramente emcomendo a minha alma a Nosso Senhor Jhesus Christo que a criou e remio com o seu preciozo sangue e rogo e peço a Virgem Maria Nossa Senhora que ella e todos os Santos da Corte do Ceo queirão ser meus intercessores e advogados diante da Magestade Divina e mais em primeiro lugar a puríssima Virgem Maria May de Deos e o Arcanjo S. Miguel o Anjo da minha guarda a Senhora Santa Anna o Santo do meu nome ha glorioza Santa Barbara de quem sou muito devoto aos quais // [fl. 70] torna a pedir de novo queirão interceder e rogar per mim a Nosso Senhor Jhesus Christo agora e quando minha alma sahir de meu corpo lhe sejão perdoados muis pecados para que seja digna e merecedora de posuhir a gloria e sua divina prezença para que foi criada // Declaro que sou natural desta cidade de Lixboa baptizado na freguezia que hé hoje da Encarnação do Santíssimo Sacramento filho de Luís da Costa e de Francisca Jorge já defunctos nem tenho herdeiro algum forçado ascendente nem descendente a quem de direito lhe poção [sic] pertencer os meus bens. E que sou cazado em fasce de Igreja como manda a Santa Madre Igreja minha legitima molher do qual matrimonio não tive della filhos e porque quando cazou comigo trouxe de seu dotte seiscentos mil reis em dinheiro de contado que tinha herdado de seu defuncto marido e com elles comprei as cazas que posuhimos cittas na Rua das Gavias ao Bairro Alto pertanto a constituo por minha universal herdeira de todos os meus bens havidos e per haver asim do que está das mesmas portas adentro como de tudo o quillo que me possa pertencer perquanto queria que seja e poderá por e dispor como senhora abesoluta de tudo com declaração que de todos este meus bens e pertençes tomará o que adiente direis e declareis e per extenço e do restante ficara senhora como asim a tendo como couza sua. E porque faço e tenho feito a minha molher Maria de Souza da Sylveira minha Universal herdeira de todos meus bens ettecentra quero que meu corpo depois da separação da minha alma seja sepultado em o Convento da May de Deos e Senhora Nossa do Monte do Carmo que a mesma Ordem 3.ª [Terceira] me fara esmola quererme admittir em seu enterro // [fl. 70v] e acompaharme como terceiro que sou e lhe peço a meus irmãos 3.os [terceiros] me emcomendem a Deos em suas orações porque me perdoe minhas culpas e pecados e elles me perdoem a pouca asistencia que fui dando aos Relegiozos e esmola costumada como hé estillo dar em os terceiros // Quero que meu corpo seja levado a sepultura na tumba da Caza da Santa Mizericordia a quem se dará de esmolla sinco tostões e aos meninos orphanos a esmolla costumada acompanhandome 20 clerigos entrando os da freguezia neste numero que se lhe dará de esmolla o que e estillo e uso e ao meu Parocho da freguezia aonde eu falecer se lhe dará de offerta 4 000 digo de fabrica e offerta quatro mil reis // Meu corpo hirá no habito da Virgem Nossa Senhora do Monte do Carmo de seus Religiozos dandosse reccado a Irmandade das Chagas de S. Francisco para que me acompanhem e a Irmandade de S. Lucas dos Pintores e a de Santo André de S. Domingos na Cappella da Santa Crus dos Flamengos a quem se dará de esmolla huma moeda de ouro de 4 400 para o dispêndio da sera digo 4 800 reis da conta que for falecido me mandarão dizer 50 missas de corpo prezente pagas a cem reis cada huma e se mandará depois de sepultado aprezentara minha carta do Reverendo Geral dos Cartuxos á Cartuxa de Laveiras para que o Reverendo Padre Prior a veja e me faça esmolla e caridade de se me dizer em os sufrágios pela minha alma como della consta e se relhecahir outra ves a minha molher por estar incluza tambem nella e participar dos mesmos sufrágios depois de falecida e se dará aos mesmos Padres da esmolla dês mil reis // Mandarmehão mais dizer pela minha alma des mil reis de missas aonde lhe parecer a minha molher e no Colegio de Santo Antão dos Padres da Companhia na Irmandade de Nossa Senhora do Socorro se darão de esmolla dous mil reis para se me dicerem des mizas // [fl. 71] pela minha alma per ser irmão assentado no livro há muitos annos por gozar dos sufrágios geraes de todas as Congregações. As minhas duas escravas Ignes e Francisca deixo forras da minha parte da ametade que me toca para minha molher da sua parte as tem já forras com condição que sirvão a sua senhora emquanto for viva sempre isto lhe pagar solidade alguma e porque esta he a minha ultima vontade quero e peço se me cumpra na forma que digo com o mais que ao diante se segue tocante a alguas duvidas qividas que devo e me devem que hirão em outra folha da mesma letra e signal em Lixboa oas 15 de novembro de 1707 annos de minha letra e signal comum. Felix da Costa Meesen. Aprovação Saibão quantos este instromento de aprovação virem que no anno do Nascimento de Nosso Senhor Jhesus Christo de 1708 em 2 dias do mês de janeiro na cidade de Lixboa na rua das Gavias freguezia de Nossa Senhora no Alecerim e apozentos de Felix da Costa Meesen estando elle ahy parte doente em cama mas em seu juízo e entendimento logo de sua mão e de mim tabaliam perante as testemunhas ao diante nomeadas me foi dado o testamento asima e atras escrito e hum rol junto a elle de sua letra e signal e respondendome as preguntas lhe fiz na forma da lei que ao diante se declararão me dice a todas que sem a saber se hera seu se o escrevera elle mesmo e o dito rol e ser o signara e os lera se estavão a sua vontade e pertende a prova e rectifica o dito testamento e o rol como parte delle per ser bem e verdadeiro testamento e delle codicilo que em o testamento mais for me seja e per este revogo aquelles para outros que antes delle haja feito per asim ser sua ultima e derradeira vontade sendo testemunhas // [fl. 71v] prezentes chamadas e rogadas por partes delle testador João de Araujo Procurador dos Reziduos e Cappellas morador as Fangas da Farinha, Bento dos Santos Pereira morador a Cutelaria, André Rodriguez morador ahy junto, Jozeph da Costa marceneiro morador na rua da Paz, Domingos Jorge, guarda da Ribeira da Junta morador na Bica de Duarte Bello, Manoel Barboza, sapateiro morador na rua do Trombeta que todos conhecemos e elle testador ser o próprio que neste instromento asignou com as tes-

temunhas o qual eu António Nugueira da Crus tabaliam publico de nottas por ElRey Nosso Senhor na cidade de Lixboa e seu termo fiz e asignei em primeiro lugar do signal publico. Felix da Costa Meesen // Jozeph da Costa // João de Araújo // De Manoel Barboza testemunha huma crus // De Domingos Jorge testemunha huma crus // Bento dos Santos Pereira // André Rodriguez. Abertura O Padre Francisco Rodriguez Vigário da freguezia de Nossa Senhora da Encarnação certifico que eu abri este testamento a que me foi entregue fechado e lacrado e continha em sy 5 laudas escritas donde entrava a aprovação do tabaliam António Nugueira da Crus e juntamente hum rol que constava de 4 laudas e no fim dellas o signal do defunto Felix da Costa Meesen não tinha o dito testamento couza qualquer que duvida faça em feé do que pasei a prezente. Lixboa 28 de novembro de 1712, o Vigario Francisco Rodriguez. Codicillo do mesmo testador Jhesus Maria Jozeph. Consta de que eu Felix da Costa Messen tenho feito meu testamento e aprovado pelo tabaliam Antonio Nugueira da Crus em 22 de janeiro de 1708 em o qual tinha metido hum Rol que conthem varias couzas per este codicillo declaro que ao dito Rol senão dô feé credito e o heis per revogado e o dito testamento aprovo // [fl. 72] e ratifico como nelle se conthem em esta declaração que quero se cumpra e guarde que roguei a António Nungueira da Crus tabaliam nesta cidade se fizesse e eu asignei e a fiz em Lixboa 19 de novembro de 1712 Felix da Costa Meessen. Aprovação Saibão quantos este instromento de aprovação virem que no anno do Nascimento de Nosso Senhor Jhesus Christo de 1712 em 19 dias do mês de novembro na cidade de Lixboa na Rua das Gavias nos aposentos de Felix da Costa Meesen estando elle ahy prezente de cama mas em seu juizo e entendimento logo de sua mão e de mim tabaliam perante as testemunhas ao diante nomiadas me foi dado o codicillo asima e respondendome as perguntas que lhe fiz na forma da lei me dice a todas que sim a saber se hera seu se lho escrevera eu tabaliam se lho lera se o asignara e portanto dice o aprova e rectifica e o dito seu testamento e que tem feito e aprovado per mim e revoga quaisquer outros que antes delle haja feito per asim ser sua ultima vontade sendo testemunhas prezentes chamadas e revogadas por parte delle testador João da Rocha Calheiros morador aos Martires, João Teixeira morador na ria da Vera a Seé, António Jorge Carvalho morador na dita rua das Gavias, Manoel Henriques a Pechelaria, Manoel da Costa Ramos morador na dita rua das Gavias que todos conhecemos e elle testador ser o próprio que neste instromento asignou e testemunhas o qual eu António Nugueira da Crus tabaliam publico de nottas per ElRey Nosso Senhor // [fl. 72v] na cidade de Lixboa e seu termo o fiz e asignei em primeiro lugar do signal publico Felix da Costa Meessen // João da Rocha Calheiros // João Teixeira // António Jorge // Manoel da Costa Ramos // Manoel Henriques. Abertura O Padre Francisco Rodriguez Vigário da Igreja de Nossa Senhora da Encarnação certifica que eu abri este codicillo com que faleceo Felix da Costa Messem consta de dez laudas em que entra a aprovação do tabaliam Antonio Nugueira da Crus não tem couza que duvida faça em fé do que pasei a prezente Lixboa 28 de novembro de 1712. O Vigário Francisco Rodriguez // E não disse mais os dittos testamento e codicillo aprovações e aberturas delles o que me reporto que concertei com os proprios e com o escrivam abaixo asignado e me forão apresentados por Ignes de Souza que o recebeo e asignou comigo em Lixboa 3 de fevereiro de 1713 annos // E eu Carlos António escrivam do Reziduo dos Testamentos desta cidade de Lixboa e seu termo por Sua Magestade que Deos guarde o escrevi. Concertado por mim escrivam (a) Carlos António. E comigo escrivão (a) João Viegas de Brito (a) Ynes de Soiza Doc. 5 1712, novembro, 28, Lisboa – Registo de óbito de Felix da Costa Meessens. A.N.T.T., Livro de Óbitos da Encarnação [1698-1718], Liv. O9, Cx. n.º 27, assento n.º 2, fl. 135. < Felix da Costa Mesem > Aos vinte e oito do mês de novembro de mil e settecentos e doze faleceo na rua das Gaveas Felix da Costa Mesem cazado com Maria de Souza da Silveira que foi testamenteira, e foi sepultado no Convento de Nossa Senhora do Carmo. (a) O Vigário Francisco Rodriguez. Doc. 6 1730, abril, 3, Lisboa – Registo de óbito de Maria de Sousa da Silveira, viúva de Felix da Costa Meessens. A.N.T.T., Livro de Óbitos da Encarnação [1718-1736], Liv. O10, Cx. n.º 27, assento n.º 1, fl. 144. < Maria de Sousa > Aos três dias do mês de abril de mil e settecentos e trinta faleceo com todos os Sacramentos na rua das Gaveas Maria de Sousa viúva de Feliz da Costa Mesem foi sepultada no Convento do Carmo por pobre. (a) O Cuadjutor Francisco de Dios.


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Jornal da Golpilheira

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Novembro de 2017

.poesia.

A macacada dos Poetas

Corria veloz No céu, no firmamento Nas ruas da ribeira Num canto desprezado Felicidade Chuva, sol e ventos Existe um compartimento A todos acenava Um pouco isolado Tantos anos te procurei, Corre, corre, corre Lá estão poetas rejeitados Quase que desesperei! Rosinha da cidade O Pessoa a escrever Mas com mente serena Portuense tua liberdade O Bocage e a Florbela embrulhados Valeu a pena. Tu foste a primeira O Camões a ler Temos que viver a verdade, Rainha dos nossos alentos A Natália a reclamar Sorrir cada momento Alegria nos nossos lamentos Orson Welles cor-de-rosa Só se encontrará a felicidade No atletismo feminino emanava António Aleixo a ensinar Se usarmos o puro pensamento. Declamaste a tua voz Ernest Hemimgway com uma jeitosa A esperança pode estar no fundo, Cervantes no seu cavalo Mas viver um pouco de ilusão Vaz Pessoa Agatha Christie no mistério É sentir aos nossos pés o mundo Sancho Pança seu vassalo E é sentir o verdadeiro valor no coração. Virginia Wolf no adultério Se houver a unidade com fortaleza, Impaciente Thomas Mann concentrado De certo vivemos a felicidade Goethe pensante E sendo a saúde a maior riqueza Quando o idoso se vê só Machado Assis aliado Vivemos a justiça da verdade. Ou tem uma dor infernal, ...um dia Vaz Pessoa Só a fé me ensinou a acreditar, Deve pedir alguém para o socorrer / e um Augusto errante Que o mundo é belo sabendo viver Ele nem sabe explicar o que sente afinal. É saber semear amor e amar Augusto Sesimbra Alguém o levou à urgência E como gratidão algo de bom colher. Para o médico o examinar, É esta a minha justiça da verdade, Ele não encontrou nada de anormal É a minha verdadeira caminhada Para saber como o havia de tratar. Pode até não valer nada A enfermeira viu-lhe a febre Mas a confiança dita-me felicidade. Viu que não era preciso o assustar, Tu pensamento és a minha razão, Deu-lhe suavemente todas as meiguices Que me dás força de continuar a viver Era isso que ele estava a precisar. Fortaleces o valor do meu coração Com medo de si próprio Tu és o meu sincero renascer. O enfermo assustado deu um ai! José António Carreira Santos Diz alguém a sorrir do lado Ainda não é desta que vai. No hospital deram-lhe alta, Pediu alguém para o informar CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA O que disseram? Tivesse calma! Notária: Sónia Marisa Pires Vala Para o paciente é bom relaxar. Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada É dócil chegar a esta idade, de folhas cento e quarenta e seis a folhas cento e quarenta e sete, do Livro Duzentos e Vinte e Quatro - B, deste Cartório. Agora o que é necessário é aguentar, Adelino Cordeiro Pereira, NIF 168 529 491 e mulher Ermelinda Albina É conveniente ser alegre e sorrir, Duarte da Silva, NIF 158 443 365, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele da freguesia de Barreira, ela da freguesia de O que vier, temos que se contentar. Pousos, ambas do concelho de Leiria, residentes na Estrada das Hortas, Cremilde Monteiro n.º 1152, Andreus, Leiria, declaram que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores do prédio rústico, composto de vinha e semeadura com oliveiras, com a área de mil duzentos e setenta e nove metros quadrados, sito em Hortas, freguesia de Golpilheira, concelho da Batalha, a confrontar de norte com serventia, de sul, de nascente e de poente com Loftdynamic, Lda., não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz sob o artigo 3249 da freguesia da Batalha, com o valor patrimonial para efeitos de IMT e atribuído de €489,40. Que, os justificantes adquiriram o referido prédio, no ano de mil novecentos e noventa, por doação verbal de Joaquim Pereira Júnior e mulher Maria do Carmo Cordeiro, pais do justificante marido, residentes que foram em Andreus, Barreira, Leiria, não dispondo os justificantes de qualquer título formal para o registar na Conservatória, mas desde logo entraram na posse e fruição do mesmo. Que em consequência daquela doação verbal, possuem o identificado prédio em nome próprio há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos actos habituais de um proprietário pleno, com o amanho da terra, recolha de frutos, conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa fé, durante aquele período de tempo, adquiriram o identificado prédio por usucapião. Batalha, dezoito de setembro de dois mil e dezassete. A funcionária com delegação de poderes Lucilia Maria Ferreira dos Santos Fernandes - 46/5

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Rosinha da Foz Agradecimento

Matilde de Jesus Monteiro Natural de Golpilheira Residia em Faniqueira N. 21-12-1931 • F. 23-11-2017

Seu marido Joaquim Carreira Jorge, filho José Luís Monteiro Jorge, nora, neto e restantes familiares, na impossibilidade de o fazerem pessoalmente, como era seu desejo vêm por este meio agradecer todo o apoio e carinho que lhes foi dedicado nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que acompanharam a sua querida familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz. A todos, muito obrigados. Mesmo depois da partida, aqueles que amamos estarão sempre presentes através das boas lembranças….

Agradecimento

Emília Vieira Martins

Santo Antão – Batalha N. 17-06-1943 • F. 26-11-2017 Seu marido João Carreira de Sousa, filho João Paulo Martins Sousa e restantes familiares, na impossibilidade de o fazerem pessoalmente, como era seu desejo, vêm desta forma agradecer todo o apoio e carinho nesta altura de profunda dor e sentimento de perda. A todos, muito obrigado. “ Saíste da nossa vista, mas vives nos nossos corações para sempre”

Agradecimento

Agradecimento

Henrique Vieira de Sousa Pereira

N. 17-12-1934 • F. 23-11-2017 Sua esposa, filhos, nora, genro, netos e restante família, na impossibilidade de o fazerem pessoalmente como era seu desejo, vêm por este meio agradecer de forma muito especial, a todas as pessoas de suas relações e amizade que neste momento de dor e tristeza manifestaram o seu pesar. A todos, o nosso muito obrigado.

Maria Júlia da Piedade Carreira

N. 14-03-1927 • F. 26-11-2017 Seus filhos, noras, genro, netos e restante família, na impossibilidade de o fazerem pessoalmente como era seu desejo, vêm por este meio agradecer de forma muito especial, a todas as pessoas de suas relações e amizade que neste momento de dor e tristeza manifestaram o seu pesar. A todos, o nosso muito obrigado.

Jornal da Golpilheira, n.º 245, 20 de novembro de 2017

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Obituário

Informamos que a publicação dos agradecimentos por ocasião de falecimento é gratuita para naturais e residentes na Golpilheira. Publicaremos apenas quando nos for pedido pelos familiares ou agências funerárias.

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SERVIÇO FUNERÁRIO PERMANENTE 244 765764 - 244 768685 96 7027733 - 96 6708993 R. Principal, 141 - Brancas • Est. Fátima, 10B - Batalha AGORA TAMBÉM EM PORTO DE MÓS - LOJA DOM FUAS

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. a fechar .

Novembro de 2017

Número europeu de emergência Número de emergência para fogos florestais Bombeiros Voluntários da Batalha G.N.R. Batalha Junta de Freguesia Golpilheira Câmara Municipal Batalha Centro de Saúde da Batalha Centro Hospitalar N. S. C. - Brancas Hospital de Santo André Farmácia Padrão – Golpilheira Farmácia Padrão (Batalha) Farmácia Ferraz (Batalha) Escola Primária da Golpilheira Jardim-de-Infância da Golpilheira Agrupamento Escolas Batalha Segurança Social (Geral) Conservatória R. C. P. C. Batalha Finanças da Batalha Misericórdia da Batalha Correios (CTT) - Batalha Biblioteca Municipal Batalha Cinema/Auditório Municipal Museu Comunidade Concelhia Batalha Mosteiro de Santa Maria da Vitória Águas do Lena (Piquete: 939 080 820) Rodoviária – Agência Batalha Táxis da Batalha Centro Recreativo da Golpilheira Linha de Saúde Pública Linha de emergência Gás EDP - Avarias (24 horas)

112 117 244 768 500 244 769 120 244 767 018 244 769 110 244 769 920 244 769 430 244 817 000 244 767 856 244 765 449 244 765 124 244 766 744 244 767 178 244 769 290 808 266 266 244 764 120 244 765 167 244 766 366 244 769 101 244 769 871 244 769 870 244 769 878 244 765 497 244 764 080 244 765 505 244 765 410 244 768 568 808 211 311 808 200 157 800 506 506

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Registo ICS . 120 146 / Depósito Legal . 104.295/96 Contribuinte . 501 101 829 Director . Luís Miguel Ferraz (CP 5023) Director-adjunto . Manuel Carreira Rito (TE-395) Composição . Paginação . Luís Miguel Ferraz Colaboradores . Ana Maria Henriques, António Ferraz (assinaturas), Carolina Carvalho (secretária), Cremilde Monteiro, Cristina Agostinho, Fernando Vaz Machado, Joaquim Santos, José António Santos, José Jordão Cruz, José Travaços Santos, Marco Ferraz (publicidade), Rafael Silva, Rui Gouveia. Propriedade/Editor . Centro Recreativo da Golpilheira (Instituição Utilidade Pública - D.R. 239/92 de 16/10) Presidente: Fernando Figueiredo Ferreira Sede . Estrada do Baçairo, 856 - 2440-234 Golpilheira Tel. 965022333 / 910 280 820 . Fax 244 766 710 Composição. Est. do Vale, 100 - 2440-232 Golpilheira Impressão . Empresa Diário do Minho, Lda . - Braga - Tel. 253303170 . Tiragem desta edição . 1200 exemplares Sítio: www.jornaldagolpilheira.pt Google+: www.google.com/+jornaldagolpilheira Facebook: www.facebook.com/jgolpilheira Twitter: www.twitter.com/jgolpilheira Email: geral@jornaldagolpilheira.pt Estatuto Editorial: www.jgolpilheira.wordpress.com/about

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Finalmente, o Natal à porta! Este ano quero conhecer essa personagem fantástica que é o Pai-Natal. Vou fazer uma expedição ao Pólo Norte!

Isso é brutal! Então não te esqueças de levar um trampolim...

Trampolim?!... Para quê?!...

Então... para o urso pular...

Polar

.fotos do mês.

AC

Adeus “irmão”! Ele apontou para o Jornal da Golpilheira. Nós apontamos para o seu sorriso. E recordamos a entrevista publicada em Agosto de 2003, feita pelo André Carvalho, que pode consultar no facebook do Jornal da Golpilheira. Conhecido como “Zé Pedro dos Xutos”, não precisa de grandes apresentações. Uma figura incontornável da música rock nacional, foi também um homem bom, de que muitos recordam a generosidade, a simpatia e a humildade. Deixounos no passado dia 30 de Novembro. Na referida entrevista, o Zé Pedro dizia: “Há uma troca de energia, o facto de cantarem as músicas connosco torna-nos uma família”. Portanto, até breve “irmão”!

divulgação


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. divulgação . pub .

Jornal da Golpilheira Novembro de 2017

Centro Recreativo da Golpilheira

15 de Dezembro de 2017

21h00

Participação das escolas de

Música e Dança do CRG

as Supres para todas as s! criança Adelino Bastos

Licença de Exploração Industrial N.º 50/2010 SEDE: TRV. DO AREEIRO, 225 • ZONA IND. JARDOEIRA • 2440-373BATALHA FILIAL: CASAL DE MIL HOMENS • 2440-231 GOLPILHEIRA TELS: 244 768 766 • 917 504 646

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