JG_272 Março / Abril de 2022

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reportagem

Jornal da Golpilheira • Março / Abril de 2022

Presidente da República no Dia do Combatente e 104.º aniversário da batalha de La Lys

“Lembrar, celebrar e agradecer” O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, veio à Batalha, uma vez mais, comemorar o Dia do Combatente, 9 de Abril, data da batalha de La Lys (1918), de trágica memória para o Corpo Expedicionário Português na I Guerra Mundial. Também presentes estiveram a ministra da Defesa, Maria Helena Carreiras, o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, almirante António Silva Ribeiro, o chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Henrique Gouveia e Melo, o chefe do Estado-Maior do Exército, general José Nunes da Fonseca, o chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general Joaquim Cartaxo Alves, o presidente da Liga dos Combatentes de Portugal, tenente-general Chito Rodrigues, entre outras individualidades militares e civis. A manhã começou com uma celebração eucarística pelos combatentes falecidos, na igreja do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, presidida pelo Bispo das Forças Armada, D. Rui Valério. Seguiu-se, na praça frontal do Mosteiro, a sessão militar, com as várias forças em parada, incluindo os porta-estandartes dos muitos núcleos da Liga dos Combatentes espalhados pelo País. Coube ao presidente desta instituição a primeira intervenção, em que sublinhou a importância desta memória histórica, mais premente ainda no contexto da actual guerra a acontecer na Europa. “Repudiamos toda a violência contra PUB

Do monumento do Combatente da Batalha avistava-se a parada militar e as muitas dezenas de pessoas que vieram assistir às cerimónias

Marcelo defendeu mais investimento nas Forças Armadas

os direitos humanos e o uso da força antes de esgotados os esforços no caminho da diplomacia”, defendeu Chito Rodrigues, repetindo frases como “que se evite a todo o custo o desastre da guerra e se promova a paz”, “odiamos a guerra” e “apostemos no apoio às vítimas”. Quanto à memória, citou vários testemunhos dados por nacionais e estrangeiros sobre a valentia do soldado português. Quanto ao presente, aproveitou a

presença da ministra da Defesa para defender o reforço da rede nacional de apoio aos ex-combatentes e a revisão, nesse sentido, da recente lei que consagra o seu estatuto. A ministra ouviu e prometeu acolher o pedido, frisando a consideração que tem pela Liga dos Combatentes, pelo papel que tem desenvolvido no apoio e defesa dos direitos dos militares e ex-militares e aproveitando para identificar algumas medidas do último PUB

Governo que considera irem ao encontro dessas pretensões. “Ainda há muito a fazer e o actual contexto exige um plano de acção reforçado na Defesa nacional, tendo em conta as especificidades das novas gerações de combatentes e dos novos cenários de conflito”, sem as tradicionais fronteiras físicas nacionais, considerou Helena Carreiras. “Adequar à nova realidade que decorre da guerra na Ucrânia”, “reforçar o investimento na Defesa, em equipamentos e pessoas”, “atrair os jovens para esta missão e melhorar a relação entre as Forças Armadas e a sociedade” serão algumas das medidas que pretende tomar e “a melhor homenagem que podemos fazer aos combatentes”. “Lembrar, celebrar e agradecer” foram os três verbos usados pelo Presidente da República para justificar a celebração anual desta efe-

méride de homenagem “a todos os que lutaram pela independência de Portugal ao longo de toda a história, desde sempre”. Dos vários cenários da defesa de fronteiras aos dois grandes conflitos mundiais e às guerras coloniais, passando pelos novos palcos internacionais no contexto da NATO, da ONU ou da EU, “continuamos a ter e a ser os melhores”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa. E até em frentes como o combate aos incêndios ou o plano de vacinação para travar a pandemia. O actual contexto da invasão russa veio mostrar que “estava errada a ideia de que estávamos longe da guerra” e obriga-nos a “dar muito mais às Forças Armadas”. “É esse o sentido do dia de hoje”, disse o Presidente: clarificar a escolha de um país que se quer “solidário com quem sofre”, apostando em “Forças Armadas fortes”, que serão também garantia de menos guerras e mais construção de paz, bem como de mais crescimento económico e desenvolvimento social. “Só assim celebraremos o passado, conseguiremos um presente melhor e construiremos o futuro a que temos direito”. Após o desfile das forças em parada, o Presidente da República e demais entidades dirigiram-se à Sala do Capítulo para a tradicional e significativa deposição de coroas de flores no túmulo Soldado Desconhecido, o último acto das comemorações oficiais. Texto e fotos: Luís Miguel Ferraz


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