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SEMANÁRIO
FUNDADOR: José Barão I DIRETOR: Fernando Reis
quinta-feira
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14 de novembro de 2013 I ANO LVII - N.º 2955
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PORTE PAGO - TAXA PAGA
ARS ALGARVE PRIVILEGIA PROTOCOLO COM ASSOCIAÇÃO DE LISBOA
Diabéticos sobrevivem sem apoios
Eurico Gomes lamenta, em entrevista ao Jornal do Algarve, que a ARS tenha um protocolo com a Associação de Diabéticos de Lisboa, em vez de apoiar a sua congénere do Algarve, que sobrevive com grande dificuldade. Se existisse um protocolo, o Estado poupava dinheiro e os diabéticos algarvios beneficiavam de outras condições sem necessidade de sair da região P 12/13
Crise e portagens continuam a afastar turistas portugueses e espanhóis
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Ocupação hoteleira sobe, mas receitas não acompanham
Plano de saúde transfronteiriço em estudo na Eurocidade
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RADIS Dr. Jorge Pereira
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Monchique não quer perder tribunal P6
CASA quer dar um Natal mais feliz aos carenciados P 11
P 14
Loulé recorda vítimas da I Guerra Mundial P 16
Algarve sem exames de medicina nuclear P 24
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EDITORIAL Fernando Reis
"Cada homem rico, abastado, custa centos de infelizes, de miseráveis"
Numa altura em que, por força da austeridade que nos é imposta, há cada vez mais pobres em Portugal – provavelmente o seu número já ultrapassa os dois milhões – um relatório do banco suíço UBS, agora divulgado, conclui que existem em Portugal mais 85 milionários do que em 2012 – indivíduos com fortunas superiores a 22,4 milhões de euros. Somando estes novos multimilionários, aos 785 contabilizados o ano passado, a fortuna acumulada por esta gente, aumentou, apesar da crise, 7,5 mil milhões de euros, totalizando agora 75 mil milhões. Se tivermos em conta que, também, na Grécia, outro dos países sob intervenção da Troika, a fortuna dos mais ricos cresceu dos 50 para os 60 mil milhões de euros, fica evidente, para quem ainda tivesse dúvidas, que o enriquecimento de uns poucos é proporcional ao aumento da miséria e da pobreza, de muitos. Já dizia Almeida Garret, que "cada homem rico, abastado, custa centos de infelizes, de miseráveis" e o escritor moçambicano Mia Couto, que "a maior desgraça de uma nação pobre é que em vez de produzir riqueza, produz ricos." Após dois anos e meio de intervenção da Troika, de tanta austeridade e sacrifícios impostos ao povo, é esta a realidade portuguesa; mais 300 mil desempregados, 350 pessoas a emigrarem diariamente, mais fome e miséria, um PIB que vale menos 6% e um déficit que continua incontrolável, enquanto os mais ricos, que são poupados a sacrifícios, engordam com a crise e vão levando o dinheiro para fora do país. Pela sua atualidade, deixamos aqui o pensamento do grande escritor Almeida Garret que, de forma magistral, via já na sociedade portuguesa do século XIX, os mesmos defeitos, desigualdades e injustiças, que ainda hoje imperam. Mudaram os tempos, a ditadura deu lugar à democracia, mas não mudaram as mentalidades dos nossos governantes, nem dos grandes senhores!
Mais umas poucas dúzias de homens ricos Não: plantai batatas, ó geração de vapor e de pó de pedra, macadamizai estradas, fazeis caminhos de ferro, construí passarolas de Ícaro, para andar a qual mais depressa, estas horas contadas de uma vida toda material, maçuda e grossa como tendes feito esta que Deus nos deu tão diferente do que a que hoje vivemos. Andai, ganha-pães, andai; reduzi tudo a cifras, todas as considerações deste mundo a equações de interesse corporal, comprai, vendei, agiotai. No fim de tudo isto, o que lucrou a espécie humana? Que há mais umas poucas dúzias de homens ricos. E eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar a miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico? - Que lho digam no Parlamento inglês, onde, depois de tantas comissões de inquérito, já devia andar orçado o número de almas que é preciso vender ao diabo, número de corpos que se tem de entregar antes do tempo ao cemitério para fazer um tecelão rico e fidalgo como Sir Roberto Peel, um mineiro, um banqueiro, um granjeeiro, seja o que for: cada homem rico, abastado, custa centos de infelizes, de miseráveis. Almeida Garrett (1799-1854) in 'Viagens na minha Terra'
O exame PET é aproximado à TAC (Tomografia Axial Computorizada) mas muito mais completo e preciso, sendo frequentemente utilizado em oncologia. Portugal tem 12 equipamentos deste tipo, mas nenhum está localizado nas regiões mais a sul
Algarve sem exames de medicina nuclear Os doentes residentes no Algarve e no Alentejo não têm acesso facilitado a exames PET - aproximados à Tomografia Axial Computorizada mas muito mais completos e precisos, frequentemente utilizados em oncologia - como os outros portugueses do continente. Dos 12 equipamentos disponíveis nenhum está localizado naquelas duas regiões mais sul do país. O retrato é feito pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS), que afirma que a disparidade pode pôr em causa a equidade no acesso à saúde. Os auditores calculam que, no ano passado, "13% da população total não estava abrangida pelas áreas de influência até 90 minutos de viagem", pelo que, "estima-se que 1560 precisaram de percorrer distâncias com tempos de viagem (ida e volta) superiores a 180 minutos. Tal estima-
tiva poderá revelar uma realidade não só incómoda para o utente, como poderá concretizar um custo de transporte considerável e um baixo nível de acessibilidade", lê-se no relatório. A maioria dos PET está na região de Lisboa e Vale do Tejo, com seis equipamentos embora apenas um de natureza pública. Contas feitas, em 2012 foram realizados 63.678 exames, quase todos (63.160) na área de oncologia. As unidades públicas asseguraram 36.720 e os privados 26.440. Ainda assim, há dados que indiciam outras falhas. O tipo de exame PET mais realizado em cancro é o do estudo de corpo inteiro e em 2012 ascendeu a 12.029 exames efetuados, um número que os auditores garantem estar abaixo do previsto. "Comparando os exames efetivamente efetuados com as
previsões realizadas, tendo por base os pressupostos assumidos no documento da Rede de Referenciação Hospitalar de Medicina Nuclear, constatou-se que o número total de exames PET, na área de oncologia, ficou aquém da necessidade da população em termos das previsões epidemiológicas." A ERS destaca ainda 'buracos' na própria rede de referenciação dos doentes. Alguns hospitais tidos como sendo de 'fim de linha', mais diferenciados e com a obrigação de darem resposta ao utente, não têm PET. São disso exemplo, São João, IPO de Coimbra, Santa Maria e Garcia de Orta, "devendo ademais destacar-se a situação particular do 'Novo Hospital Lisboa Oriental', também identificado na rede como prestador de último destino, que, no entanto, não se encontra em funcionamento". Ou ainda, "o facto da rede in-
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dicar o Centro Hospitalar do Algarve e o Hospital Espírito Santo de Évora como estabelecimentos de último destino, quando, até à data, nem nos referidos estabelecimentos, nem em quaisquer outros pertencentes à ARS Alentejo e à ARS Algarve, existem equipamentos PET". Quanto a preços, há valores para todos os bolsos. Este ano, as unidades públicas estão a cobrar um valor médio de 699 euros, enquanto o sector privado faz o PET - estudo de corpo interiro -, em média, por 658 euros. E mesmo entre hospitais do SNS há diferenças: os do Centro têm os valores mais baratos, a rondar os 486 euros em média, e os de Lisboa o preço médio mais caro: de 725 euros. Ainda assim, em todos houve uma redução do 'preçário' face a anos anteriores.
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(Rede Expresso)