Jornal do Algarve

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SEMANÁRIO

FUNDADOR: José Barão I DIRETOR: Fernando Reis

quinta-feira

DE I

MAIOR

EXP ANSÃO EXPANSÃO

10 de dezembro de 2015 I ANO LVIII - N.º 3063

I

DO

Preço 1,10

ALGAR VE ALGARVE www.jornaldoalgarve.pt

PORTE PAGO - TAXA PAGA

Portagens podem ter os dias contados

Sagres:

Promontório integra lista da "Marca Património Europeu" P3

União Europeia:

Comité das Regiões adota parecer de Luís Gomes P7

Olhão: A nova maioria de esquerda no Parlamento abre novas perspetivas para resolver o problema das portagens na Via do Infante. É o que pensam os deputados do BE e do PCP, que esta semana tomaram a iniciativa para acabar com o pagamento de portagens no Algarve. Até agora, o PS apenas admitiu uma redução de 50% no valor da taxa. Mas, recentemente, António Costa já foi mais longe...

Exploração de petróleo e gás "assusta" a Costa Vicentina Os autarcas e população de Aljezur e Vila do Bispo estão aterrorizados com a prospeção em pleno parque natural. No final de setembro, foi assinada uma concessão que abrange estes dois concelhos e que está a causar grande indignação e preocupação na Costa Vicentina. Os autarcas esperam que o novo Governo reverta o processo, uma vez que foram confrontados com um "facto consumado" P6

RADIS Dr. Jorge Pereira

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Câmara vai ampliar marina e criar uma praia urbana P8 P5

BISPO DO ALGARVE AO JA:

"A última década foi muito difícil"

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TEMPOS DE ESPERA SÃO UM DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS NOS HOSPITAIS DA REGIÃO

Projeto inovador quer diminuir sofrimento dos doentes com cancro Reduzir o tempo de resposta à primeira consulta, aumentar a satisfação dos utentes e melhorar o estadiamento no diagnóstico, são os grandes objetivos de um projeto inovador na área da oncologia, que está prestes a ser implementado na região do Algarve, numa parceira entre a Administração Regional de Saúde (ARS), através do seu Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Central, em colaboração com o Centro Hospitalar do Algarve (CHA). “A necessidade de desenvolver este projeto nasce do facto de termos percebido que existiam algumas lacunas relacionadas com a entrada do doente oncológico no hospital, nomeadamente os tempos de espera, e por não haver um processo estruturado de acompanhamento pelos cuidados de saúde primários durante o tratamento e após estabilização”, explica Gabriela Valadas, diretora clínica do Centro Hospitalar do Algarve. Gabriela Valadas salienta ainda que “um dos principais objetivos é aumentar o grau de confiança do doente oncológico através do seguimento integrado em todas as fases da sua doença, garantindo o acesso, a previsibilidade e o acompanhamento de proximidade”. As soluções apresentadas pelas três entidades passam pela criação de um centro de tria-

Turismo algarvio teve o melhor novembro desde 2001 A taxa de ocupação global média/quarto no Algarve foi de 40,5% no último mês de novembro, mais 4,0% que em 2014. Este valor é o melhor registo para um mês de novembro nos últimos 15 anos. Refira-se que o passado mês de outubro também já tinha sido o melhor dos últimos 15 anos e o segundo melhor dos últimos 20 anos. De acordo com os dados da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), o melhor mês de novembro em termos de ocupação tinha acontecido em 2001 (42,7%), sendo que o valor mais alto foi registado em 1999 (55,8%). Refira-se qua a AHETA começou a elaborar estas estatísticas em 1996. Este ano, os mercados holandês (+40,5%), alemão (+25,6%) e espanhol (+22,4%) foram os que registaram as maiores subidas em relação a novembro do ano passado. As maiores subidas foram registadas nas zonas de Monte Gordo/VRSA (+9,3%) e de Lagos/Sagres e Carvoeiro/Armação de Pera (+4,5%). Já a zona de Albufeira, principal zona turística do Algarve, e que foi fustigada por uma forte intempérie no primeiro dia de novembro, registou uma subida de 4,2%.

ciplinar que assegura a confiança e tratamento adequado”.

Reduzir tempos de espera para consultas

gem oncológico no CHA, um canal de entrada no hospital com “rosto humano”, que pretende garantir a previsibilidade de resposta e o acesso à informação por todos os intervenientes, e pela implementação de um pro-

cesso de acompanhamento integrado oncológico, ou seja, “um acompanhamento do doente nos cuidados de saúde primários que permita o acesso a cuidados de proximidade, com intervenção de uma equipa multidis-

“A implementação deste projeto vai permitir reduzir os tempos de espera na marcação de consultas, centralizar a informação sobre a admissão de doentes oncológicos no CHA, disponibilizar mais informação ao médico de família e aos doentes e assegurar um acompanhamento contínuo do médico de medicina geral e familiar desde o diagnóstico”, revela Assunção Martinez, coordenadora da Unidade de Saúde Familiar Ria Formosa, unidade funcional de Faro do ACES Central. “Queremos melhorar o estadiamento no diagnóstico com impacto significativo na redução da mortalidade, diminuição do número de anos de vida perdidos e diminuição do sofrimento evitável, melhorar os cuidados de proximidade, aumentar o grau de satisfação do utente e melhorar o clima organizacional”, conclui. Este projeto, denominado “Humanização dos cuidados ao doente oncológico”, integra-se no programa Boas Práticas de Governação, uma iniciativa da Novartis em parceria com a Universidade Nova de Lisboa.

COMISSÃO DE SAÚDE DECIDE VISITA URGENTE DEPOIS DOS ALERTAS DE PS E PCP

"Os serviços hospitalares estão a claudicar" A falta de médicos está a agravar-se cada vez mais nos hospitais da região e a "amputar" várias especialidades em Faro e Portimão

A Comissão Parlamentar de Saúde aprovou na semana passada, por unanimidade, a proposta do grupo parlamentar do Partido Socialista para uma visita de caráter urgente ao Algarve motivada pela situação de rutura nos serviços de saúde da região. “Os serviços hospitalares no Algarve estão a claudicar. Como é óbvio precisamos olhar com máxima prioridade para o Centro Hospitalar do Algarve onde, apesar de toda a entrega e do brio profissional dos médicos e enfermeiros, vários serviços e especialidades em Faro, Portimão e Lagos estão simplesmente em rutura”, afirma o deputado Luís Graça, primeiro subscritor da iniciativa do grupo parlamentar do PS, com os deputados António Eusébio, Fernando Anastácio e Ana Passos. Os deputados socialistas lembram que várias especialidades estão a atravessar graves problemas, com a sua capacidade de produtividade bastante limitada, nomeando a ginecologia/obstetrícia, anestesia, pediatria “e, mais recentemente, a ortopedia, que no passado mês de novembro viu por decisão da administração do Centro Hospitalar do Algarve transferidos para o Hospital de Santa Maria em Lisboa todos os doentes com necessidades de cirurgia urgente ou emergente, situação que tenderá a piorar com a anunciada demissão, com efeitos a partir de janeiro, de vários médicos daquela especialidade”. “O Algarve já tinha um problema estrutural de recrutamento de profissionais de saúde, nomeadamente médicos, mas que foi agora agravado. O facto é que atualmente não só não conseguimos atrair novos médicos como os que tínhamos estão a sair devido ao modelo e ao estilo de governação do Centro Hospitalar do Algarve”, alerta o deputado Luís Graça, também vereador na Câmara de Faro. A Comissão de Saúde deverá ainda em dezembro e antes do período de Natal efetuar uma visita de trabalho ao Algarve, para reunir com várias entidades e serviços competentes, no sentido de efetuar um levantamento dos problemas e garantir um esclarecimento das causas da

degradação da qualidade da medicina na região, assim como das eventuais medidas a adotar para corrigir a situação.

Comunistas questionam Ministério da Saúde Ainda na semana passada, o grupo parlamentar do PCP questionou o Ministério da Saúde sobre as medidas que serão tomadas para garantir a contratação dos médicos especialistas em falta no Centro Hospitalar do Algarve. “O ataque desencadeado pelo anterior Governo PSD/CDS contra o Serviço Nacional de Saúde agravou a carência de médicos especialistas no Centro Hospitalar do Algarve e a degradação dos cuidados de saúde prestados à população”, advertem os comunistas. O PCP refere que no hospital de Faro o serviço de cirurgia perdeu sete especialistas e cinco internos, no serviço de anestesia só há 12 médicos, quando o respetivo quadro prevê 31, e o serviço de ortopedia perdeu oito médicos desde 2013, restando apenas 12, “passando de 176 horas de utilização de bloco operatório para apenas 72 horas em agosto e 102 em setembro”. “Desde o início de 2015, a cada cirurgião é exigida a realização de 48 horas de urgência por semana, circunstância que conduz ao cansaço extremo destes profissionais”, acrescenta o grupo parlamentar do PCP, alertando ainda para a diminuição do número de consultas externas nos hospitais de Faro e Portimão (de 328.308 em 2011 para 299.987 em 2014). Além disso, os comunistas criticam os tempos médios de espera para essas consultas, que atingem em algumas especialidades centenas de dias. “No hospital de Faro, de acordo com dados disponibilizados pela ARS do Algarve, em março de 2015: 789 dias em oftalmologia, 699 dias em urologia, 663 dias em neurocirurgia, 627 dias em ortopedia e 428 dias em reumatologia)”.


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