Jornal do Algarve

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SEMANÁRIO

FUNDADOR: José Barão I DIRETOR: Fernando Reis

quinta-feira

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10 de março de 2016 I ANO LIX - N.º 3076

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FARO: ESCOLA DA LEJANA

Nos próximos dias:

Mais meteoritos podem ser vistos nos céus do Algarve P3

Portagens:

Castro Marim e VRSA explicam alternativas aos espanhóis P7

Vila do Bispo:

Geossítio renaturalizado com apoio da Câmara P8

Albufeira:

150 mil euros para obra escolhida por munícipes P 10

Turismo de natureza:

Alcoutim prepara-se para o Festival de Caminhadas P 11

Pais de alunos desesperam devido à falta de funcionários O que vai acabar primeiro: a sardinha ou a pesca?

Há cinco anos, as capturas de sardinha ultrapassavam as 50 mil toneladas. Em 2015 foram apenas 13.500 toneladas, valor que se repete este ano. Em declarações exclusivas ao JA, o presidente da Organização de Produtores de Pesca do Algarve diz que é preciso urgentemente encontrar um equilíbrio para o setor.

Segundo Miguel Cardoso, a equação é complicada: por um lado, reconhece que "a abundância do recurso tem vindo a sofrer uma redução drástica nos últimos anos", por outro, frisa que "a frota de pesca não vai conseguir sobreviver muito tempo" estando metade do ano parada

RADIS Dr. Jorge Pereira

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REGIONALIZAÇÃO, TURISMO, CENTRO HOSPITALAR DO ALGARVE E MUITO MAIS...

"Temas determinantes" para a região em debate nas Jornadas do Arade As I Jornadas do Arade chegam já no próximo fim de semana, 12 e 13 de março. Neste sábado e domingo, o museu de Portimão será o cenário da discussão sobre o presente e o futuro da bacia do Arade. O programa promete “uma troca de ideias sobre temas determinantes para o destino dos municípios de Portimão, Lagoa, Silves e Monchique”. Às 17h00 de sábado, é o próprio rio Arade quem dá o pontapé de saída nas I Jornadas do Arade, servindo de mote à conferência proferida por José Gameiro, diretor do museu de Portimão.

Logo a seguir, Jorge Botelho, presidente da Câmara de Tavira e da Associação de Municípios do Algarve, e António Covas, professor da Faculdade de Economia da Universidade do Algarve, irão avançar com respostas à questão: “Regionalização – uma oportunidade de desenvolvimento para o Algarve?”.

Depois da conversa, será apresentada a edição de 2016 da Rota do Petisco, pelas 20h00.

Sábado à noite, a organização, a cargo da associação Teia D’Impulsos, convida os presidentes dos quatro municípios da bacia do Arade (Portimão, Monchique, Silves e Lagoa) a fazerem “um ponto de situação sobre o que já foi feito, os planos para o futuro e a cooperação mútua em prol da concertação de respostas aos desafios atuais”.

Reflexão sobre a saúde e o turismo No domingo, os trabalhos começam às 9h00 com uma mesa-redonda dedicada a projetos inovadores e experiências bem sucedidas na divulgação e promoção do património cultural e histórico da bacia do Arade. Pelas 10h30, começa uma nova sessão de controvérsia: “Centro Hospitalar do Algarve: tempo para reflexão”. As perspetivas dos profissionais da saúde e dos utentes, bem como a análise económica da situação terão aqui voz através das posições de Martins dos Santos (Unidade Hospitalar de Faro do CHA), do deputado João Vasconcelos (Bloco de Esquerda) e do professor Luís Coelho (Faculdade de Economia da Universidade do Algarve).

Aberto à comunidade e à academia, o programa das I Jornadas do Arade também dará lugar à apresentação de comunicações livres. Os trabalhos serão apresentados em duas sessões, uma às 11h30 e outra às 17h00 de domingo.

Pelas 12h00, ficar-se-ão a conhecer diferentes soluções empreendedoras para a indústria do turismo do Algarve. Do turismo gastronómico ao turismo de natureza, passando pelo etnoturismo e pelo turismo de saúde – este será um painel que evidenciará como a região algarvia tem muito mais para oferecer além do tradicional “sol e praia”.

A tarde de domingo inclui ainda uma reflexão sobre a idade da reforma, o turismo de golfe e as potencialidades do rio Arade como “um eixo do desenvolvimento económico regional”.

JA COLABORA NA RECICLA GEM ECICLAGEM O Jornal do Algar Algarvve está a colaborar na reciclagem de papel, reutilizando e utilizando sobras.

Desta fforma orma pre ores prettendemos sensibilizar os nossos leit leitores para a luta contra o plástico (utilizado por div er sos jornais e re vistas diver ersos revistas na eexpedição xpedição por correio) e para a necessidade de se def ender o meio ambient e. defender ambiente.

AUMENTO DO CRIME DE BURLAS PREJUDICA IMAGEM DA REGIÃO

Algarve está cheio de casas de férias... que se evaporam A PSP de Portimão deteve na semana passada um casal pela prática de cerca de 50 crimes de burla qualificada, um crime cada vez mais comum na região. Os detidos usavam imagens de casas de férias no Algarve para criarem anúncios fictícios na internet. A situação é tão frequente na região que o Algarve já é ironicamente conhecido como um dos melhores destinos para ser burlado com um imóvel de férias...! A polícia apela aos lesados para apresentarem queixa, pois "só desta forma poderá combater o crime de modo mais eficaz e incriminar os seus responsáveis" > NUNO COUTO Basta perder cinco minutos a navegar na internet para encontrar milhares de anúncios de casas de férias no Algarve. E é assim que muitos turistas nacionais e estrangeiros projetam as suas férias da Páscoa, de verão ou da passagem de ano, à distância. O problema é que nem todos os anúncios são verdadeiros e muitas vezes os turistas acabam por ser vítimas de fraude...!

Foi o que aconteceu no último verão com Samuel Rocha e a sua família, residentes em Gaia, que encontraram uma casa de férias na zona de Albufeira, com uma grande piscina.

Através do banco, Samuel chegou a fazer o pagamento de quase dois mil euros por duas semanas. Mas quando chegou ao local com a mulher e os dois filhos, Samuel não acreditou no que viu: a casa já estava alugada a outras pessoas. E o proprietário nem tinha conhecimento da sua reserva nem do seu pagamento. Como se não bastasse, os números de contactos que constavam no anúncio estavam desligados ou já não estavam atribuídos.

Este é apenas um dos muitos casos em que os burlões copiam os anúncios de casas de férias já existentes e agem como se fossem eles os proprietários.

Uma vez chegadas aos locais, as vítimas percebem logo que foram burladas: as casas não estão para alugar ou não existem mesmo. E o dinheiro da reserva está perdido.

Burlas denigrem imagem da região As autoridades confirmam que têm recebido nos últimos anos cada vez mais queixas de pessoas burladas com imóveis de férias no Algarve, que é de longe a região do país onde se verificam mais crimes deste tipo. Ao ponto de Portugal já ter sido nomeado, no verão passado, como o melhor destino para ser burlado com uma casa de férias, pelos leitores da revista “Travel Scamming”. Num dos

As burlas acontecem quase sempre através de reservas online. As vítimas fazem o pagamento adiantado do alojamento e descobrem, depois, que a reserva não foi feita ou que a casa não existe

depoimentos, um turista britânico explica que reservou pela internet um apartamento de luxo por 20 euros por noite, mas quando chegou ao local não havia nada. “Há um ano fui burlado na Turquia, também foi giro, mas em Portugal os burlões foram mais simpáticos, porque até me deram a morada, estava tudo certo, só não existia aquele número naquela rua”, contou, ironicamente, o turista burlado.

Para ajudar os turistas a não serem enganados por um esquema que “não é exclusivo do Algarve”, a Algarve Safe Communities publicou no seu site alguns cuidados a ter em conta, como a necessidade de os turistas se certificarem de que o site que publica a oferta é de uma entidade legítima. É também importante perceber se há informação sobre a empresa, bem como comentários de anteriores clientes ou contactos credíveis.

Autoridades apertam o cerco aos burlões No ano passado, a maioria dos casos de burlas com casas de férias ocorreu nas zonas de Portimão e Albufeira, onde as autoridades receberam centenas de queixas.

Foi no seguimento dessas queixas que a PSP de Portimão conseguiu, na semana passada, e ao fim de nove meses de investigação, deter um casal, na zona do Porto, pela prática de cerca de 50 crimes de burla qualificada, que consistiram em falsos arrendamentos de apartamentos para férias no Algarve.

Segundo as autoridades, o casal criava anúncios em sites na internet, tipo “OLX” ou “Custo Justo”, de moradias e apartamentos de que não eram proprietários, prometendo o seu arrendamento a preços inferiores aos praticados normalmente, “tendo conseguido ludibriar várias vítimas”.

“Após acordarem os pormenores da transação pelo telemóvel ou pelo computador, as vítimas eram levadas a fazer uma transferência bancária para garantirem o arrendamento.

Após conseguirem os seus intentos, as pessoas ludibriadas deixavam de conseguir contactar os suspeitos”, revela o comandante distrital da PSP, Ricardo Jorge van Zeller Abreu Matos.

O responsável máximo da PSP na região explica ainda que, “não poucas as vezes, só aquando da deslocação das vítimas para o Algarve, para iniciarem as

férias, é que constatavam a inexistência dos imóveis e concluíam que tinham sido enganadas”.

Lesados devem apresentar sempre queixa Para a detenção do casal acusado de cerca de 50 crimes de burla com casas de férias no Algarve, o comandante distrital da PSP realçou que foi fundamental que as vítimas tenham apresentado queixa nas esquadras da PSP e da GNR. Nesse sentido, a polícia apela a todos os lesados para apresentarem queixa por situações idênticas às relatadas, “pois só desta forma poderá combater o crime de modo mais eficaz e incriminar os seus responsáveis”.

Ao mesmo tempo, o responsável da PSP apela “a toda a população para que tenha todo o cuidado na utilização da internet ao fazer compras eletrónicas, certificando-se sempre da veracidade dos anúncios e desconfiando de negócios demasiado vantajosos”.

Já para evitar este tipo de burla, a PSP lançou um alerta com diversos conselhos, entre os quais, “não efetuar qualquer pagamento, seja parcial (a título de reserva) ou total”.