Jornal do Algarve

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SEMANÁRIO

FUNDADOR: José Barão I DIRETOR: Fernando Reis

quinta-feira

DE I

MAIOR

EXP ANSÃO EXPANSÃO

14 de janeiro de 2016 I ANO LIX - N.º 3068

I

Preço 1,10

DO

ALGAR VE ALGARVE www.jornaldoalgarve.pt

PORTE PAGO - TAXA PAGA

SAÚDE:

Cada vez há mais famílias com "a corda na garganta"

80% dos médicos em formação vai sair da região P3

Números da DECO revelam situação preocupante e com tendencia para piorar. Aquela associação recebe mais de três pedidos diários de ajuda para resolver situações de sobreendividamento no Algarve P5

ORDENAMENTO:

Aprovada redução da REN em Alcoutim P9

VILA REAL STO. ANTÓNIO:

"Domingo Branco" quer atrair espanhóis ao comércio local P 10

Recomeça a dança de lugares nas direções regionais

RUBEN FARIA:

Governo socialista já começou a demitir quem tinha sido colocado pelo PSD. Delegados regionais do IEFP forma as prmeiras vítimas. Sociais democratas algarvios dizem que é "o regresso" da política dos "jobs for the boys" P4

RADIS Dr. Jorge Pereira

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"Acabei por ter muita sorte, a queda foi muito violenta" P 20

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JA COLABORA NA RECICLA GEM ECICLAGEM O Jornal do Algar Algarvve está a colaborar na reciclagem de papel, reutilizando e utilizando sobras.

Desta fforma orma pre ores prettendemos sensibilizar os nossos leit leitores para a luta contra o plástico (utilizado por div er sos jornais e re vistas diver ersos revistas na eexpedição xpedição por correio) e para a necessidade de se def ender o meio ambient e. defender ambiente.

CENTROS DE SAÚDE AGUARDAM HÁ VÁRIOS ANOS POR INTERVENÇÕES DO MINISTÉRIO

Ameaça do amianto continua a pairar sobre os algarvios FOZ DE ODELEITE:

Concluída primeira fase da obra de arruamentos A Câmara Municipal de Castro Marim já concluiu a primeira fase da beneficiação de arruamentos na Foz de Odeleite (freguesia de Odeleite). A obra contemplou cerca de 10 ruas e foi realizada por administração direta. A próxima fase respeita ao melhoramento das entradas da povoação com tapete asfáltico, seguindo-se uma terceira e última fase, que contempla o melhoramento dos arruamentos de calçada típica. Esta obra é um anseio antigo da população da Foz de Odeleite, onde muitas ruas não tinham qualquer tipo de pavimentação.

Pescadores e Bloco indignados com instalação da APA de Tavira A comunidade piscatória reagiu indignada às manobras iniciais de instalação da Área de Produção Aquícola (APA) de Tavira. A Associação de Pescadores e Armadores de Tavira e a Associação de Pescadores de Monte Gordo transmitiram as suas inquietações aos dirigentes distritais do Bloco de Esquerda (BE) e ao deputado eleito, João Vasconcelos.

Agora, o grupo parlamentar do BE, dirige várias questões ao Governo. Aquele partido pretende saber se a actual equipa do Ministério do Mar está ao corrente do despacho publicado em Diário da República, a 21 de março, que prevê precisamente a instalação e a exploração de estabelecimentos de culturas biogenéticas marinhas de moluscos bivalves naquela área de produção aquícola (APA).

“O período de consulta pública do concurso desta empreitada foi demasiado curto, houve lugar a apenas uma sessão de esclarecimento, as autarquias não foram ouvidas neste processo, e estão reunidas inúmeras reivindicações do sector em relatório da Direcção Geral de Política do Mar. No entanto, o anterior Governo decidiu avançar com a sua concretização”, contesta João Vasconcelos.

“A área em causa destina-se à comunidade piscatória em geral e aos pescadores do sotavento em particular (Tavira, Santa Luzia, Cabanas, Manta Rota, Altura, Monte Gordo, Vila Real de Santo António)”, defende o deputado.

João Vasconcelos considera ainda que a instalação da APA de Tavira “irá colocar em causa a sustentabilidade da pesca artesanal, local e costeira, originando uma catástrofe social e económica que coloca no desemprego centenas de pessoas”.

“Queremos saber se o Ministério do Mar pretende avançar com este projecto, reduzi-lo ou extingui-lo”, esclarece o deputado.

Há cerca de cinco anos foi dado o alerta de que a maioria dos centros e extensões de saúde do Algarve tem coberturas com amianto. À entrada de 2016, o problema continua a atingir a maioria dos concelhos algarvios, com os utentes a serem expostos diariamente aos riscos dum material que pode provocar cancro. No entanto, contactada esta semana pelo JA, a Administração Regional de Saúde do Algarve desdramatiza a situação e garante que não existe risco acrescido porque o estado de conservação das coberturas dos centros de saúde é "bom" ou "aceitável". Ainda assim, a ARS reconhece o perigo e promete continuar a acompanhar a situação destes edifícios e, em caso de necessidade, remover o amianto > NUNO COUTO

A polémica em torno das telhas de amianto em edifícios públicos algarvios ganhou forma quando, em junho de 2009, o Jornal do Algarve denunciou que cerca de metade das escolas da região apresentava coberturas de amianto.

Desde então, a situação melhorou bastante em vários estabelecimentos de ensino, mas muitos outros edifícios públicos continuam a representar uma ameaça para a saúde das pessoas. É o caso dos centros de saúde do Algarve, que já no início de 2011 eram notícia nas páginas do JA por terem quase todos telhas com amianto. Passados cinco anos, a situação melhorou em vários edifícios, mas as coberturas de fibrocimento continuam a cobrir pelo menos oito centros de saúde construídos no Algarve com aquele material, que já foi banido em toda a Europa.

A polémica questão foi levantada novamente, na semana passada, pelo deputado Paulo Sá, do PCP, que questionou o novo ministro da Saúde sobre “a existência de planos calendarizados quanto à monitorização regular a efetuar e às ações de remoção de amianto a realizar nos centros e extensões de saúde da região algarvia”.

"Situação arrasta-se há vários anos" Segundo o deputado comunista, falta ainda proceder à substituição das telhas com amianto nos centros de saúde de Albufeira, Alcoutim, Aljezur, Castro Marim, Faro, Lagoa, Monchique, Olhão, São Brás de Alportel, Silves, Tavira, Vila do Bispo e Vila Real de Santo António.

Mas, de acordo com Paulo Sá, o problema não se fica pelos centros de saúde do Algarve, já que um levantamento dos edifícios que contêm amianto, divulgado pelo anterior Governo PSD/CDS, inclui também 38 extensões de saúde espalhadas por todos os concelhos algarvios.

De acordo com o deputado comunista eleito pelo Algarve, a situação arrasta-se há vários anos por culpa de “sucessivos governos que incumpriram a lei, atrasando durante anos o levantamento dos edifícios, instalações e equipamentos públicos que contêm amianto nos seus materiais de construção, assim como atra-

sando a elaboração dos planos calendarizados de monitorização regular a efetuar e de ações corretivas a aplicar”.

Oito centro de saúde atingidos pelo amianto Contactada esta semana pelo JA, a Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve esclarece que os dados a que Paulo Sá de refere “são incorretos e desatualizados”, mas confirma a existência de telhas de fibrocimento que contêm amianto em vários edifícios de saúde.

Assim, segundo a ARS, os centros de saúde com coberturas de amianto estão localizados em Albufeira, Alcoutim,

Aljezur, Lagoa, Olhão, Silves, Vila do Bispo e Vila Real de Santo António, assim como na extensão de saúde de Quarteira.

Em relação ao estado de conservação das coberturas, a ARS salienta que estão quase todas em “bom” estado, excetuando em Albufeira, Olhão, Silves e Vila Real de Santo António, que foram classificadas neste último levantamento com “aceitável”.

Em Vila Real de Santo António, a ARS adianta que “está prevista a substituição da cobertura em fibrocimento do centro de saúde durante o ano de 2016”, o que também deverá acontecer em Silves “durante o ano 2016/2017”.

A mesma fonte realça que apenas existe risco acrescido quando o fibrocimento se encontra em mau estado de conservação ou, sobretudo, nos trabalhos de demolição.

Nesse sentido, a ARS do Algarve garante que vai continuar a realizar de forma regular recolhas de amostras de materiais destes edifícios para monitorização e, em caso de necessidade, proceder à respetiva remoção ou reparação, com recurso a uma empresa especializada.