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SEMANÁRIO
FUNDADOR: José Barão I DIRETOR: Fernando Reis
quinta-feira
DE I
MAIOR
EXP ANSÃO EXPANSÃO
19 de novembro de 2015 I ANO LVIII - N.º 3060
I
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Petrolíferas adiam exploração mas não desistem do Algarve Ilha da Armona:
Proprietários estão a receber falsos avisos de demolição P8
Está aí mais um Festival do Medronho em Monchique P9
Farol de VRSA encerrado para substituir motores P 10
P7
Construção continua a cair a pique Há dez anos construia-se dez vezes mais no Algarve. O tempo em que os prédios nasciam que nem cogumelos parece que já lá vai e a "moda" do betão afunda-se numa crise sem precedentes P3
Alcoutim é o município que paga mais rápido no país P 10
Casa Caravela, um caso de sucesso no comércio algarvio P 12
RADIS Dr. Jorge Pereira
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MAIS DE 14 MILHÕES DE EUROS DE DANOS COBERTOS PELOS SEGUROS
EDITORIAL
A ameaça terrorista
JA COLABORA NA RECICLA GEM ECICLAGEM O Jornal do Algar Algarvve está a colaborar na reciclagem de papel, reutilizando e utilizando sobras. Desta fforma orma pre ores prettendemos sensibilizar os nossos leit leitores para a luta contra o plástico (utilizado por div er sos jornais e re vistas diver ersos revistas na eexpedição xpedição por correio) e para a necessidade de se def ender o meio ambient e. defender ambiente.
Fernando Reis
O sangrento ataque terrorista que matou 129 pessoa e fez 400 feridos, na passada sexta-feira 13, em Paris, obra de radicais islâmicos, pôs a nú, uma vez mais, a natureza criminosa deste bando de psicopatas que, em nome do Islão, trouxe, de novo, a morte e o pânico ao coração de Paris. Apesar de doutrinados no ódio ao ocidente, os terroristas islâmicos, dirigidos pelo Daesh, auto-denominado Estado Islâmico, cegos pelo fanatismo e pela intolerância religiosa, não poupam nada nem ninguém, quer seja na Síria, na Tunísia, na Turquia, no Iraque, no Líbano, no Egito onde abateram um avião russo com 224 pessoas a bordo, em França ou em qualquer outra parte do mundo, transformando todos e cada um de nós em seus potenciais alvos. Por isso a nossa solidariedade estende-se, não apenas, às vítimas do atentado da última sexta-feira e às famílias dos que morreram, entre os quais se contabilizam dois portugueses, mas a todos os que, nos quatro cantos do mundo sofrem com a violência destes assassinos. Incluindo os que vivem sob a sua autoridade, no Estado Islâmico e sofrem a mais bárbara repressão, com o ressurgimento do esclavagismo, as execuções em massa e os milhares que fogem desta barbárie, procurando refúgio na Europa. Vivemos, assim, um problema de grande complexidade, com o qual a Europa e o ocidente não têm sabido lidar. Desde o fenómeno de segregação social dos emigrantes magrebinos em França aos milhares de muçulmanos espalhados pela Europa, que se deixaram dominar pelo radicalismo, aos erros estratégicos dos EUA e seus aliados europeus nas guerras do Iraque, Líbia e Síria, ao entusiasmo como foi celebrada a “Primavera Árabe” e à hipocrisia com que, ao mesmo tempo, que combatem o EI, lhe fornecem armas, tudo tem contribuído para criar e fortalecer o monstro. Não sendo fácil é um imperativo combater de forma enérgica, planeada e coordenada, não apenas à escala europeia, como também à escala mundial, o fundamentalismo islâmico do Daesh e os seus braços, em África, na Ásia e no Médio Oriente. E não apenas no terreno, como também no mundo virtual, já que a internet e as redes sociais são hoje ferramentas fundamentais da rede terrorista. O EI ensina, a partir de Raqqa, todos os seus membros a usarem mensagens encriptadas no planeamento das suas ações e pensa-se que para a coordenação dos atentados de Paris, os terroristas terão usado a Play Station (PS4). Se no palco da guerra, se impõe a rápida derrota do EI na Síria e no Iraque, é preciso implementar formas de vigilância junto das comunidades islâmicas no estrangeiro, no sentido de isolar e prender os radicais. Enquanto países como a Arábia Saudita, o Qatar e a Turquia fizerem jogo duplo, fazendo de conta que combatem o EI, quando ao mesmo tempo financiam a sua luta, a ameaça terrorista não vai abrandar. Reconhecendo que os fundamentalistas são uma minoria que não representam o Islão, gostaríamos de ouvir, à semelhança do que fez o imã da Mesquita Central de Lisboa, Sheik David Munir, os outros imãs de França, Bélgica, Inglaterra e de outras cidades da Europa e do mundo, condenarem de forma firme e convicta, os atentados perpetrados pelo EI. Têm que ser os verdadeiros muçulmanos os primeiros a combater o radicalismo islâmico, no seu próprio interesse, evitando o agravamento da xenofobia e contribuindo para a paz, a segurança e a liberdade.
Albufeira continua a somar prejuízos enquanto a esperança não vem Segundo o último balanço efetuado pelas seguradoras, o maior número de processos relativos às inundações do passado dia 1 de novembro, na cidade de Albufeira, dizem respeito a danos em habitações, mas os maiores prejuízos foram registados em lojas e restaurantes. Há ainda 160 automóveis cobertos pelos seguros Quase três semanas depois do temporal que assolou a baixa da cidade de Albufeira, já estão contabilizados mais de 1.400 processos de seguro abertos pelos comerciantes e moradores afetados pelas inundações. “Dados ainda provisórios apontam agora para mais de 14 milhões de euros de danos cobertos nas apólices já acionadas”, adiantou esta semana a Associação Portuguesa de Seguradores (APS). “Verifica-se um aumento significativo do apoio da atividade seguradora às vítimas desta catástrofe, quando comparados os dados mais recentes com os apurados há uma semana”, acentuou a mesma fonte, frisando que o número de participações de sinistros cobertos por apólices de seguro atinge já os 1.400, com montantes associados ligeiramente superiores a 14 milhões de euros (entre indemnizações já pagas e provisões constituídas). A associação advertiu, porém, que estes números deverão ainda continuar a aumentar, não só por decorrerem ainda os trabalhos de peritagem e apuramento de danos, mas também porque se suspeita que alguns proprietários afetados pelo temporal não terão apresentado ainda as correspondentes participações às suas seguradoras.
Mais de 800 processos por danos em habitações Segundo os dados apurados pela APS, o maior número de processos de sinistro abertos (acima de 800) diz respeito a danos em habitações, com indemnizações da ordem dos 4,8 milhões de euros. Por outro lado, embora os cerca de 310 sinistros verificados em estabelecimentos comerciais e industriais corres-pondam a menos de metade dos registados em habitação, o montante dos respetivos danos é já superior a 8,5 milhões de euros. Refiram-se também os danos provocados em cerca de 160 veículos automóveis cobertos por apólices apropriadas, cujo montante ultrapassa os 510 mil euros. A APS sublinha que vai con-
tinuar a atualizar esta informação nas próximas semanas, “até que estejam consolidadas as consequências deste temporal ocorrido no Algarve”. Contudo, reconhece a associação, “não será possível aferir os prejuízos sofridos pelos proprietários dos imóveis e veículos que, embora igualmente atingidos por este evento climático, não cuidaram de se proteger financeiramente através da contratação atempada de seguros com a cobertura do risco de inundação”.
Sessão de esclarecimento para empresários afetados Entretanto, esta quinta-feira, 19 de novembro, realiza-se no auditório municipal de Albufeira, uma sessão de esclarecimento dirigida aos empre-
sários da restauração e hotelaria afetados pela intempérie que assolou Albufeira no passado dia 1 de novembro. “Todas as medidas são bem-vindas para ajudar quem precisa e esta é mais uma forma, a juntar à criação do Gabinete de Emergência, da conta solidária, dos fundos disponibilizados pelo Governo para as vítimas do temporal”, sublinhou o presidente da Câmara de Albufeira, Carlos Silva e Sousa, recordando que até ao momento “os prejuízos já ultrapassam os 13 milhões de euros – 10 milhões reportados logo na primeira semana às seguradoras, a que se somam mais três milhões, na sequência dos pedidos de apoio entregues no Gabinete de Emergência criado pela autarquia”. N.C.
Investigadores explicam como se transforma alfarroba em biocombustível No âmbito de um ciclo de seminários organizado pelo Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA) da Universidade do Algarve (UAlg), foram apresentados ontem à tarde os principais resultados do projeto “Soro & Alfaetanol”, na Faculdade de Ciências e Tecnologia, no Campus de Gambelas em Faro. Coordenado por Maria Emília Costa, investigadora do CIMA e docente da UAlg, “Soro & Alfaetanol” é um projeto de investigação que desenvolveu um processo tecnológico que permite transformar a polpa de alfarroba, subproduto da indústria, em biocombustível de segunda geração, usando o efluente das queijarias (o soro) para extrair eficientemente os açúcares da
alfarroba, poupando, assim, água e energia. “Através de um modo de fermentação sequencial inovador, que utiliza diferentes estirpes de leveduras, foi possível transformar totalmente os açúcares da alfarroba e do soro, em álcool com elevada produtividade e rendimento alcoólico”, adiantam os investigadores. Ainda de acordo com os responsáveis da universidade, este processo de inovação e tecnologia mostra que, “simultaneamente, é possível tratar os efluentes e os resíduos agroindustriais de forma mais sustentável, em comparação com os processos de convencionais, podendo ainda tornar-se numa mais-valia econó-