Jornal do Algarve

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SEMANÁRIO

FUNDADOR: José Barão I DIRETOR: Fernando Reis

Algarve eleito melhor destino de golfe para 2014 P6

quinta-feira

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21 de novembro de 2013 I ANO LVII - N.º 2956

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Governo aperta o cerco a pequenos agricultores Agora, até quem vende nos mercados apenas o excedente daquilo que produziu para consumo também está obrigado a coletar-se nas Finanças e a passar fatura. Nem que seja por um molho de salsa que custa 30 cêntimos. As novas regras estão a afetar, principalmente, idosos com reformas baixas, que continuam a cultivar as suas pequenas hortas e que levam alguns dos seus produtos ao mercado para tentar compensar as despesas

Lagoa não gasta dinheiro em iluminações de Natal

P5

P8

Castro Marim reduz custos com eletricidade e água P9

Loulé quer renegociar Programa de Apoio à Economia Local P 10

Águas do Algarve nega que exista amianto nas suas infraestruturas P 24

MESSINES, QUARTEIRA, VILA DO BISPO E CASTRO MARIM AFETADOS

Fecho dos serviços da Segurança Social gera contestação em quatro localidades A população e os autarcas foram apanhados de surpresa com mais encerramentos de serviços. Desta vez, foram as tesourarias dos postos locais da Segurança Social que fecharam as portas. Uma medida que os algarvios repudiam por ser lesiva dos interesses regionais P3

RADIS Dr. Jorge Pereira

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EDITORIAL Fernando Reis

A Troika, Portugal e a Irlanda Empenhado numa estratégia que nos pretende convencer da inevitabilidade da pesadíssima austeridade que impuseram à classe média e ao povo - como se näo houvesse outro caminho menos penoso para resolvermos a crise - o governo quer fazer-nos crer, agora, que o país já retomou o caminho do crescimento e que os cortes feitos nos vencimentos dos funcionários públicos e dos pensionistas, até foram inferiores aos que aconteceram na Irlanda, outro dos países resgatados pela Troika, que acaba de recuperar a sua autonomia política e financeira. É óbvio que este paralelismo com o exemplo irlandês, aparentemente bem sucedido, na forma como o país foi intervencionado, visa convencer-nos que os sacrifícios que estamos a fazer não são em vão, porque também os irlandeses os fizeram e, agora, está à vista que valeu a pena. Uma analogia que assenta numa falsa permissa, pois Portugal e a Irlanda são duas ralidades muito diferentes. Mesmo depois da intervenção da Troika, a Irlanda tem um ordenado mínimo de 1500¤ e continua com uma dinâmica económica, que está a proporcionar emprego a muitos jovens portugueses, enquanto o ordenado mínimo em Portugal é de 485¤ e cada vez é maior o número de portugueses forçados à emigração. Como dizia um jovem português, imigrante na Irlanda, ouvido por um canal de televisão português, é que, com a intervenção da Troika, os irlandeses, que viviam muito bem, passaram a viver bem e os portugueses, que viviam mal, passaram a viver muito pior. Se efetivamente, o governo estivesse interessado em seguir o modelo irlandês, como uma referência efetiva de um país que quer caminhar de forma autónoma, sem as muletas da Troika e sem qualquer programa cautelar, não tinha ido, como foi, além da Troika, na política de austeridade, que lançou o país na miséria e condenou milhares de pessoas à pobreza extrema. A grande diferença, já que estamos em matéria de analogias entre os dois países, é que antes de terem aderido ambos, à Comunidade Euopeia - a Irlanda entrou em 1973 e Portugal em 1986 - eram os dois pobres, mais a Irlanda do que Portugal. De lá para cá, a Irlanda cresceu. Ficou mais rica e Portugal, com mais do dobro de habitantes e igualmente bons recursos, liquidou a sua base económica. Hoje a Irlanda continua a alavancar a sua economia na indústria e a contar com a agricultura, a pecuária e as pescas. Portugal, ao invés, pela mão daqueles que defendem que vivemos acima das nossas possibilidades, fomentou o abandono dos campos e a liquidação das pescas e, hoje, é este o país que temos!

JA COLABORA NA RECICLA GEM ECICLAGEM O Jornal do Algar Algarvve está a colaborar na reciclagem de papel, reutilizando e utilizando sobras. Desta fforma orma pre ores prettendemos sensibilizar os nossos leit leitores para a luta contra o plástico (utilizado por div er sos jornais e re vistas diver ersos revistas na eexpedição xpedição por correio) e para a necessidade de se def ender o meio ambient e. defender ambiente.

Águas do Algarve nega que exista amianto nas suas infraestruturas Alerta foi lançado esta semana pelo Bloco de Esquerda, que já questionou o Governo sobre a possível presença daquele material nos tanques que fornecem água ao sotavento algarvio. O amianto é considerado fator de surgimento de doenças oncológicas e de mortalidade A empresa Águas do Algarve garantiu que “não tem amianto nas suas infraestruturas” e que a água fornecida “é de excelente qualidade” e “não coloca em causa a saúde humana”. O Bloco de Esquerda tinha denunciado, esta semana, que os tanques de decantação da Estação de Tratamento de Água (ETA) de Tavira, que serve quase todo o sotavento algarvio, poderiam estar revestidos com painéis de amianto, material que está considerado como fator para o surgimento de doenças oncológicas. Os bloquistas questionaram o Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia sobre a possível presença daquele material nos referidos painéis, bem como se este estaria em contacto com a água. “Confirmando-se esta situação, trata-se de uma clara ameaça à saúde pública”, considerava o Bloco de Esquerda, em comunicado enviado às redações, recordando que “o amianto constitui um importante fator de doenças oncológicas e de mortalidade e um dos principais desafios para a saúde pública a nível mundial, cujos efeitos surgem, na maioria dos casos, vários anos após as situações de exposição”. A ETA de Tavira foi concluída em 1998 e trata água superficial proveniente das albufeiras de Odeleite e Beliche. A infraestrutura está preparada para servir uma população máxima de cerca de 460.000 habitantes através dos subsistemas concelhios de Alcoutim, Castro Marim, Faro, Loulé, Olhão, São Brás de Alportel, Tavira e Vila Real de Santo António. Entretanto, a Águas do Algarve, empresa responsável pelo fornecimento de água aos concelhos algarvios, além de negar a presença de amianto nas suas infraestruturas, explicou que possui “um Plano de Segurança da Água para todo o sistema”, o qual “garante que a água fornecida é de excelente qualidade e não coloca em causa a saúde humana”.

A empresa explicou ainda que se trata de “um sistema de gestão preventivo que tem como objetivo minimizar todos os perigos e assegurar a qualidade da água para a saúde humana, através de um rigoroso controlo que é efetuado em todas as etapas do tratamento da água em sistema contínuo, cuja monitorização é efetuada com recurso a tecnologia de ponta”. A Águas do Algarve acrescenta que, na região, o controlo da qualidade da água da torneira “é efetuado de acordo com os mais exigentes critérios da legislação internacional e nacional, as orientações da Organização Mundial da Saúde, as especi ficações da certificação em segurança alimentar (ISO 22000) e certificação do Produto Água para Consumo Humano (ERP 5001/1) de acordo com a recomendação ERSAR 2/2011 da autoridade competente”.

Casos de cancro são superiores no sotavento O Jornal do Algarve tem alertado, em várias reportagens, para a incidência de casos de cancro no Algarve e, em especial, no sotavento. A última foi publicada na edição do passado dia 29 de agosto e teve como base os números oficiais, que fazem parte do Registo Oncológico Regional. Estes dados vieram confirmar que o Algarve apresenta uma incidência superior à média nacional em vários tumores e que o sotavento apresenta taxas de incidência mais elevadas. A região algarvia totaliza entre 1660 e 2250 novos casos de cancro entre a população residente, numa média de 1850 casos por ano. Os tumores do colo do útero, mama, pele, cólon, brônquios e pulmões apresentam uma incidência mais elevada no Algarve.

Praticamente toda a água que é consumida no sotavento algarvio passa, antes, pela Estação de Tratamento de Água (ETA) de Tavira

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