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24 de dezembro de 2015 I ANO LVIII - N.º 3065

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JORNAL DO ALGARVE PASSA EM REVISTA OS ACONTECIMENTOS DO ANO

Petróleo, demolições e portagens agitam 2015

UAlg fez 36 anos

Reitor desafia autarquias para criarem programas de bolsas P7 P 11/16

Alcoutim: VRSA:

Delegado de saúde garante que foco de legionella "está controlado"

Autoridades apertam cerco à captura ilegal de aves

Dr. Jorge Pereira

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Parques de VRSA já integram rede de autocaravanismo do Algarve

Treze estátuas vivas dão mais brilho ao Natal em Lagoa

Dois hotéis algarvios considerados os melhores do mundo RADIS

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Câmara dá nova vida ao edifício da Direção Regional de Agricultura

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Loulé garante que vai manter "compromisso com o desporto" P3

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CENTRO DE SAÚDE DE VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO

Legionella tinha sido detetada numa caldeira há três semanas Delegado de saúde já garantiu que a situação “está controlada” e que “não há perigo de contaminação” > DOMINGOS VIEGAS

LITERATURA:

Hugo Pena é o escritor do ano para a Associação Arte Hugo Pena foi o vencedor do prémio “Escritor do Ano 2015”, atribuído pela Arte, associação que, no Algarve, promove e premeia a nível nacional quem se distingue em diversas áreas culturais.

“Foi com enorme orgulho e satisfação que recebi a notícia. Aos outros nomeados quero deixar uma palavra de apreço e consideração pois a minha distinção teve ainda mais valor devido à elevada qualidade dos seus trabalhos. Foi uma excelente prenda de Natal.”, referiu o escritor, nascido no Montijo, mas que reside no Algarve há mais de 25 anos.

A primeira incursão de Hugo Pena pelo mundo da escrita aconteceu em 2013, com o policial “Porquê Eu?”. Em 2014 lançou o seu segundo romance policial, “Justiça Cega”, também com a chancela da Chiado Editora, que relata a história do rapto de Joana Gomes, uma criança de tenra idade, cujo desaparecimento despoleta transtornos diversos. Este último livro acabaria por lhe dar agora aquela distinção.

Joana Gomes, uma menina com apenas 13 anos, é raptada por um indivíduo que a transporta numa carrinha para lugar incerto. Martins e Neves, agentes da PJ, ficam incumbidos de investigar o caso. Joana é vítima de abusos físicos, psicológicos e sexuais e sofre o que nenhuma mulher ou criança merece sofrer. Durante a investigação, ocorrem vários homicídios sem relação criminosa aparente, mas que colocam a dupla de agentes numa corrida vertiginosa para descobrir a verdade e a possível relação com o rapto. Quando os órgãos de justiça não atuam, outros tentam fazê-lo pelas próprias mãos, usando todos os meios para atingirem os fins. A justiça tem de ser feita, nem que seja uma “Justiça Cega”.

Casado, e com duas filhas, o escritor Hugo Pena é instrutor de condução desde 1995. Participa ativamente em vários projetos ligados à cultura e literatura no Algarve. Gosta de escrever e ler vários géneros literários, onde se destacam os ensaios, poesia, romance e, principalmente, o romance policial.

D.V.

O foco de legionella que surgiu no centro de saúde de Vila Real de Santo António tinha sido detetado há cerca de três semanas numa antiga caldeira de aquecimento de água, e pouco usada, no âmbito do programa de vigilância efetuado àquela unidade de saúde.

Entretanto, o delegado de saúde de Vila Real de Santo António, Mariano Ayala, garantiu ao Jornal do Algarve que o foco “está controlado” e que “não há perigo” para os utentes nem para os profissionais que ali trabalham.

Por seu turno, a Câmara Municipal de VRSA garantiu, em comunicado, que a situação “nada tem a ver com a água da rede pública” e que “todas as redes e tubagens de abastecimento público do município encontram-se em perfeitas condições de segurança e qualidade”.

A referida caldeira foi selada e substituída por termoacumuladores, mas, poucos dias depois, a bactéria também foi detetada na rede de água fria, o que levou à selagem de toda a rede externa de águas do centro de saúde.

“Em articulação com a câmara municipal e com a empresa municipal SGU, selou-se toda a rede externa de água, para evitar a passagem para a rede pública, e substituiu-se por uma nova rede de abastecimento. Depois procedeu-se ao tratamento por choque térmico, como é habitual nestas situações”, explicou o diretor

executivo do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Sotavento, Pedro Alves.

Ao mesmo tempo, a Santa Casa da Misericórdia de Vila Real de Santo António, que gere a Unidade de Cuidados Continuados instalada naquele centro de saúde, substituiu toda a rede interna de abastecimento naquela unidade, onde tinha surgido o foco.

“Pode-se dizer que o risco para os utentes e para os profissionais que aqui trabalham é zero, porque a situação foi resolvida de forma atempada.

Mas vamos continuar a repetir as análises, por uma questão de segurança e para garantir a eliminação total do foco”, garantiu o delegado de saúde. À hora do fecho desta edição, no final do dia de segunda-feira, o centro de saúde continuava à espera dos resul-

O que é a legionella?

A legionella é uma bactéria que vive em ambientes aquáticos. Pode ser encontrada em locais naturais, entre os quais lagos, rios, águas termais, mas também em tanques, fontes, duches, sistemas de abastecimento de água, torres de refrigeração, sistemas de ar condicionado ou humidificadores.

Surge em equipamentos que contenham água tépida (entre os 20ºC e os 45ºC) e multiplica-se em temperaturas entre os 35ºC e 45ºC.

Como se transmite?

A bactéria não se transmite de pessoa para pessoa, nem através da ingestão de água contaminada, mas apenas por via respiratória (inalação de gotículas de água contaminada,

tados das últimas análises, mas Mariano Ayala reforçou que “a situação está controlada”. Além da substituição das redes de água e do tratamento por choque térmico, foi também realizada a habitual desinfeção por cloro.

Na altura chegou a ser colocada a hipótese de encerrar o centro de saúde, mas “isso acabou por não ser necessário, já que o risco era muito pequeno e não se justificava.

Apressámos a desinfeção e tomámos todas as medidas de segurança”, frisou Pedro Alves.

O mesmo responsável acrescentou que apenas foi encerrada uma pequena área, onde funcionavam consultas de nutrição, e que aqueles serviços foram relocalizados noutra zona do centro de saúde.

“Há medidas que são sempre tomadas por prudência,

mas a legionella não se transmite por ingestão de água, nem de pessoa para pessoa. Transmite-se apenas por aerossóis [gotículas de água], ou seja, apenas por inalação. E a maioria das pessoas não desenvolve a doença”, explica o médico Mariano Ayala, sublinhando que, no entanto, há grupos de risco, entre os quais os idosos.

A parte mais antiga do Centro de Saúde de Vila Real de Santo António foi construída há mais de 40 anos e a sua requalificação está no Orçamento do Estado desde 2005.

No entanto, as obras nunca chegaram a avançar. O Jornal do Algarve sabe que o projeto de execução está praticamente concluído, o que poderá indicar que a obra possa ser uma realidade brevemente, desde que se mantenha a intensão de financiamento.

aerossóis, que chegam aos pulmões e provocam a infeção).

Refira-se que vapor de água não é o mesmo que aerossóis, já que estes implicam a existência de pressão. Os pontos de maior disseminação de aerossóis são as torneiras de água quente e fria e os chuveiros. As probabilidades de disseminação aumentam quanto maior for a pressão.

Como se trata e quem corre risco?

Os principais grupos de risco são os idosos e os fumadores. Curiosamente, a doença afeta mais homens do que mulheres. Os casos em crianças são muito raros. Não existe vacina contra a legionella e o tratamento é feito através de antibióticos. A manifestação clínica mais expressiva da infeção é a pneumonia.