Jornal do Algarve

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SEMANÁRIO

FUNDADOR: José Barão I DIRETOR: Fernando Reis

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6 de fevereiro de 2014 I ANO LVII - N.º 2967

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Praxes no Algarve já são "controladas" mas há represálias

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Associação académica apertou regras depois de reitor tentar abolir "práticas irracionais". Numa semana em que ganha cada vez mais força a teoria de que as praxes estão relacionadas com a morte de seis estudantes, entre os quais uma jovem algarvia, na praia do Meco, o JA analisou detalhadamente as 27 páginas do código de praxes da Universidade do Algarve para descobrir quais os rituais praticados pelos alunos na região. Segundo apurámos, o código está longe dos excessos vindos a público e os alunos até podem solicitar o estatuto anti-praxe. Porém, os caloiros que tomem esta decisão sofrem consequências, como perderem o direito a usar o traje académico e a participar em jantares de curso e convívios

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RECOLHA DE MEDICAMENTOS DECORRE ESTE SÁBADO EM VÁRIAS FARMÁCIAS

Há cada vez mais algarvios sem dinheiro para os remédios

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Oceana divulga imagens inéditas do banco submarino de Gorringe RADIS Dr. Jorge Pereira

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Castro Marim quer apostar no autocaravanismo para desenvolver economia P9

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Projeto algarvio que leva filmes às escolas dá nas vistas P 13


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Centenas manifestam-se pela defesa do Serviço Nacional de Saúde

EDITORIAL A propósito das praxes

JA COLABORA NA RECICLA GEM ECICLAGEM O Jornal do Algar Algarvve está a colaborar na reciclagem de papel, reutilizando e utilizando sobras. Desta fforma orma pre ores prettendemos sensibilizar os nossos leit leitores para a luta contra o plástico (utilizado por div er sos jornais e re vistas diver ersos revistas na eexpedição xpedição por correio) e para a necessidade de se def ender o meio ambient e. defender ambiente.

Fernando Reis

A morte de seis jovens estudantes da Universidade Lusófona na praia do Meco, entre os quais se encontrava a louletana Andreia Revez, de 21 anos, alegadamente vítimas de uma praxe, abriu o debate, na sociedade portuguesa, acerca destes rituais a que são sujeitos os caloiros. As dúvidas e a contestação a este tipo de práticas, que os grupos que as promovem apelidam de “integradoras” dos alunos na vida académica, são antigas, mas só são faladas entre os responsáveis e trazidas ao debate público sempre que ocorre uma tragédia, como a que se verificou agora. Depois tudo volta à normalidade e o perigo fica à espreita de fazer mais vítimas e traumatizar mais umas centenas de jovens, para além da pobreza dos valores morais e civilizacionais que lhes são transmitidos, na linha, aliás, daquilo que nos “ensinam” os “big brother” e outros “reality shows” televisivos. Que tipo de jovens é que se pode formar com um ritual de atividades irracionais, de humilhações pessoais e tratamentos degradantes, como as televisões têm mostrado? Será que estamos a contribuir para a formação de jovens aptos a viver em democracia, respeitanto o outro e encarando-o como seu igual ou, antes, a contribuir para a reprodução e a aceitação de comportamentos violentos, de submissão ao chefe e de intolerância? Felizmente, pelo que podemos perceber da reportagem que hoje editamos, na Universidade do Algarve as praxes não terão uma carga tão violenta como acontece na Lusófona e noutras universidades portuguesas. Muito por ação dos seus reitores, particularmente, o Professor João Guerreiro que impôs que, no interior do campus universitário, essas iniciativas não perturbassem o ambiente de trabalho, nem fossem usados trajes menos dignos, nem linguagem grosseira, mas também, o que é justo que se sublinhe, por ação da respetiva associação académica que, em 2009, aprovou um novo código de praxe que aboliu abusos e violências que ponham em risco a integridade física dos alunos, responsabilizando quem as pratica. E há, até, um estatuto anti-praxe que os alunos podem requerer, mas que, acreditamos, poucos farão uso dele, pelas consequências que isso acarreta para os caloiros. Quem o fizer, perde o direito a usar o traje académico e a participar em jantares de curso e convívios. Uma medida discriminatória e anti-democrática que pressiona os estudantes, na hora de decidirem. A mensagem que gostaríamos de aqui deixar, como nosso contributo para este debate é que os estudantes tivessem a vontade e a imaginação suficientes para adaptarem o modo como recebem atualmente os caloiros, a formas mais humanas de se promover a integração dos que acabam de chegar à universidade, que assentem nos valores universais da liberdade, igualdade e fraternidade.

Manifestantes exigiram, em Faro e Portimão, a demissão do presidente do CHA e do Governo Cerca de uma centena de pessoas manifestou-se no passado domingo no Hospital de Faro, tal como tinha acontecido no dia anterior em Portimão, para exigir mais qualidade no Serviço Nacional de Saúde, bem como a demissão do diretor do Centro Hospitalar do Algarve (CHA), Pedro Nunes, e do Governo PSD/CDS. O denominado Movimento de Cidadãos pela Defesa dos Serviços Públicos de Saúde do Algarve entregou, nas urgências do Hospital de Faro, um ramo fúnebre com a inscrição “Pedro, vaite embora”. João Semedo, coordenador do Bloco de Esquerda, participou na iniciativa iniciando no Algarve um roteiro de saúde que o partido vai fazer pelo país. No sábado, e numa organização do mesmo movimento, cerca de meio milhar de pessoas tinha-se manifestado pelos mesmos motivos junto ao Hospital de Portimão. A ação contou com a presença de vários autarcas, entre os quais os presidentes de câmara de Portimão (Isilda Gomes), Aljezur (José Amarelinho) e Loulé (Vítor Aleixo). “Pedro Nunes deixa o Algarve em paz e vai para Lisboa”, “Pedro Nunes, demite-te e leva o Paulo Macedo contigo” ou “Senhor Pedro Nunes, a dignidade do ser humano sofredor está em primeiro lugar. Desapareça, vá para a sua terra” foram algumas das frases inscritas nos cartazes. Os manifestantes levaram vários presentes ao presidente do CHA, entre os quais uma almofada, gaze, ligaduras, fraldas des-

cartáveis, luvas, agulhas, desinfetante e uma caixa de primeiros socorros. Durante a ação de protesto foi ainda lida uma carta aberta dirigida ao Primeiro-ministro, ao ministro da Saúde e ao presidente do Centro Hospitalar do Algarve. Na missiva é referido que “o SNS encontra-se em degradação acelerada na região, devido às políticas destrutivas impostas pela troika e pelo governo PSD/ /CDS, sentindo-se particularmente nos Hospitais públicos de Faro, Portimão e Lagos e que compõem o atual Centro Hospitalar do Algarve”. Na carta, aquele movimento recorda que “não se conhece qualquer estudo que fundamente a existência deste Centro Hospitalar” e desafiam Pedro Nunes a mostra-lo, “se tem coragem para tal”. “Trata-se de uma política cega de destruição do Serviço Nacional de Saúde e que só irá favo-

recer os privados deste setor”, lê-se no mesmo documento.

ARS refuta críticas A Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve garante que o Ministério da Saúde, ao longo dos últimos três anos, tem vindo a dar especial atenção à Região do Algarve para “reforçar e melhorar a capacidade de resposta dos cuidados de saúde”. A posição do Conselho Diretivo da ARS surgiu, em comunicado enviado esta semana às redações, na sequência de recentes notícias sobre o Centro Hospitalar do Algarve (CHA) e a contestação sobre a alegada “degradação” e “desinvestimento” no Serviço Nacional de Saúde na Região do Algarve. No que diz respeito aos cuidados de saúde hospitalares, a ARS recorda a criação do Centro Hospitalar do Algarve, que integrou as unidades hospitalares de Faro, Portimão e Lagos. “Reforça-se a articulação da atividade assis-

tencial destes hospitais, pretendendo promover-se a complementaridade entre eles, melhorando a eficiência e a eficácia dos recursos humanos disponíveis na Região, sem prejuízo do acesso dos utentes a cuidados de saúde de qualidade”, explica a ARS. O aumento da capacidade de resposta dos cuidados de saúde primários e a implementação do alargamento da rede de cuidados continuados integrados na Região do Algarve, apesar do actual contexto que o país atravessa, “têm permitido aos cuidados hospitalares reforçar as condições de prestação de cuidados de saúde com melhor qualidade e de forma sustentável a toda a população”, acrescenta a mesma entidade. O Conselho Diretivo da ARS Algarve exlica ainda que “desde o primeiro momento” tomou oficialmente conhecimento de uma carta assinada por um grupo de médicos assistentes hospitalares do Centro Hospitalar do Algarve, contestando a atual situação de gestão daquela unidade hospitalar. A ARS Algarve “realizou no âmbito das suas competências, todas as diligências, enquanto mediador, com vista a promover o diálogo entre ambas as partes para, em conjunto, alcançarem um entendimento. E, deste modo, por termo à situação de conflito, criando as condições necessárias para que o Centro Hospitalar do Algarve continue a assegurar a prestação de cuidados de saúde de forma efi-ciente e de qualidade a todos aqueles que necessitem”, acrescenta a mesma entidade.

Águas do Algarve leva autarcas a visitar ETAR A empresa Águas do Algarve convidou na passada sexta feira o presidente da Câmara Municipal de Faro, Rogério Bacalhau, para visitar as duas estações de tratamento de águas residuais (ETAR) do concelho (Nascente e Noroeste), ambas exploradas por aquela mpresa. Esta visita teve o acompanhamento da administradora da Águas do Algarve, Isabel Soares, dos diretores Joaquim Freire e João de Sousa, além de vários técnicos que laboram nestas instalações. A iniciativa permitiu dar a conhecer as instalações de ambas as ETAR, e o modo de funcionamento destas, bem como o esclarecimento para algumas questões que foram colocadas pelo edil farense. A Águas do Algarve está a promover visitas com os autarcas de todos os concelhos da região às suas infraestruturas (água e saneamento). O objetivo é promover um melhor conhecimento acerca daquilo que a empresa está a realizar no Algarve, com o consequente investimento já realizado de várias centenas de milhões de euros. Os Sistemas Multimunicipais de Abastecimento de Água e de Saneamento do Algarve, foram concebidos para assegurar a regularidade do fornecimento e melhorar a qualidade da água de abastecimento público. Têm ainda como missão contribuir para a gestão integrada dos recursos hídricos da Região, mediante a construção e exploração adequada das infraestruturas de tratamento e destino

final previstas e a reutilização das águas residuais depuradas em fins adequados. “Estes dois sistemas tem um papel fundamental para a melhoria da qualidade de vida das populações e para o desenvolvimento económico da região algarvia”, explicam os responsáveis da Águas do Algarve, frisando que a água abastecida pela empresa na região “é de elevadíssima qualidade, recomendando-se o seu consumo”.


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