Jornal do Algarve

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SEMANÁRIO

FUNDADOR: José Barão I DIRETOR: Fernando Reis

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8 de outubro de 2015 I ANO LVIII - N.º 3054

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Algarve penaliza coligação PàF e dá mais dois deputados ao PS

P 12/13

Primeiro parque rural canino do país abre no barlavento P4

Cuidado com os burlões das novas notas de 20 euros P7

VRSA inaugura novo parque de estacionamento gratuito P9

Universidade do Algarve e SPIC criam "mulher holograma" P 14

Região continua a perder população O Algarve foi a região do país que mais cresceu entre 1990 e 2010, mas já vai no quarto ano consecutivo com saldos (natural e migratório) negativos P4

Faro é o segundo distrito com mais infrações por condução com álcool

Negociadores da PSP evitam uma tragédia Sequestro com três reféns termina bem em Lagos

RADIS Dr. Jorge Pereira

P8

P6

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EDITORIAL Legislativas 2015

E agora?

Fernando Reis

O país foi a votos e, apesar das diferentes leituras que se fazem dos resultados eleitorais, em função dos diferentes interesses e posicionamento ideológico, há algumas conclusões, óbvias, que se podem extrair das legislativas de domingo, apenas com base nos números. A coligação PSD-CDS foi, em termos nacionais, a força política que obteve mais votos e o novo Parlamento vai apresentar uma nova composição, onde os partidos da oposição, PS, Bloco de Esquerda e CDU, vão estar em maioria. A coligação perdeu mais de 817 mil votos e 30 deputados, em relação às últimas legislativas, o PS ficou à quem das expectativas, apesar de ter tido mais cerca de 183 mil votos e elegido mais 12 deputados, o Bloco de Esquerda foi o partido que mais cresceu, quase duplicando o número de votos e passando de 8 para 19 deputados, a CDU segurou o seu eleitorado e tem agora mais um deputado. Ao contrário das primeiras projecções, a abstenção, afinal, foi superior à das últimas legislativas. À hora do fecho desta edição ainda Cavaco Silva não tinha anunciado a sua decisão relativamente ao próximo governo, mas tudo indica que o presidente, ao contrário do que tinha dito, irá dar posse a um governo minoritário da coligação. Quanto ao Algarve, seguiu a tendência do sul do país, dando a vitória ao PS, que duplicou a sua representação na Assembleia da República, passando de 2 para 4 deputados. O Bloco de Esquerda, apesar de ter tido mais 10500 votos que em 2011, mantém um deputado. Quanto à CDU, perdeu ligeiramente eleitores mas manteve o seu deputado, enquanto o grande derrotado foi a coligação PSD-CDS, que passou de 5 para 3 deputados, perdendo mais de 40 mil votos. Apesar de ter vencido estas eleições, contra a corrente a coligação faz-se reeleger depois de 4 anos de uma dura política de austeridade que superou, mesmo, nalguns casos, o programa da troika- não podemos ignorar que a significativa perda de votos da coligação , bem como o reforço do Bloco de Esquerda e o ligeiro aumento da abstenção, são uma clara manifestação popular de descontentamento relativamente à política de austeridade prosseguida pelo governo. Duas notas finais de reflexão sobre o futuro próximo. Os tempos que se avizinham não vão ser nada fáceis para a coligação nem de estabilidade para o país. A coligação, em minoria, não vai poder mais governar da forma austera e arrogante como governou e o PS enfrenta um sério desafio em relação ao seu futuro. Ou se encosta à coligação, empurrado pela sua ala direita e viabiliza um novo governo de Passos Coelho e Paulo Portas e deixa passar o orçamento ou encosta-se ao Bloco de Esquerda e à CDU, forçado pela sua ala esquerda - João Soares já deu o mote - inviabilizando-o. Para além da questão da liderança de António Costa, que já começa a ser questionada, o PS arrisca-se, qualquer que seja o lado para que se incline, a sair bastante ferido deste processo. A dúvida do PS, em termos estratégicos, estará em decidir o que será politicamente mais vantajoso, virarse para a coligação ou para a sua esquerda. Isto, tendo em conta, os próximos combates que se avizinham, como é o caso das presidenciais e, muito provavelmente, eleições legislativas antecipadas dentro de um ano. Seja o que for que o futuro nos reserve, a grande conclusão que, mais uma vez, podemos tirar destas eleições é que a nossa democracia está consolidada e funciona, quer estejamos felizes ou descontentes com os resultados.

Imagem do futuro aspeto da frente de mar de Monte Gordo, uma das áreas do concelho que espera investidores

SITE FOI APRESENTADO EM LISBOA

Vila Real de Santo António lança portal para cativar investidores

Objetivo é divulgar oportunidades de investimento e mostrar as principais operações urbanísticas programadas A Câmara Municipal de Vila Real de Santo António (VRSA) apresentou ontem, quarta-feira, no Salão Imobiliário de Portugal (SIL), na Feira Internacional de Lisboa, o portal “VRSA Invest” (www.vrsainvest.pt), criado com o objetivo de divulgar as oportunidades de investimento no concelho. Outra das funções é de dar a conhecer os principais planos, ações e operações urbanísticas e de requalificação programadas ou em curso. De uma forma geral, o “VRSA Invest” pretende ser um facilitador da economia do concelho, permitindo aceder

a um portefólio de projetos em desenvolvimento ou em plano, como são os casos da requalificação da frente ribeirinha e da zona sul de VRSA ou da frente de mar de Monte Gordo. “A página será complementada por um balcão físico de atendimento, onde todos os interessados poderão encontrar um interlocutor que facilitará todas as informações de uma forma personalizada e célere”, explicam os responsáveis autárquicos. Além das oportunidades, são mostrados casos de sucesso ao nível da promoção

económica, com destaque para o Centro Comercial a Céu Aberto, os programas “Realce” e “Jéssica” ou o Centro Médico Internacional de VRSA. A vantagem interativa do site permite a sua constante atualização, o que será levado a cabo à medida que os projetos forem avançando quer em termos de planeamento, quer de execução. Neste sentido, o portal “configura-se como um complemento aos processos de gestão urbanística e às políticas de solos desenvolvidas pelo município, estando as-

sente numa base de informação e transparência”, explicam os responsáveis, dando como exemplo a publicação de um conjunto de planos de pormenor e de outros instrumentos de planeamento. Da mesma forma, o “VRSA Invest” pretende contribuir para um amplo diálogo sobre a construção do futuro urbanístico de VRSA, não só na ótica dos gestores e promotores urbanísticos, mas também na perspetiva dos cidadãos, que encontram neste espaço a informação e documentação associada ao ordenamento municipal.

Ocupação hoteleira de setembro aproxima-se dos valores de 2007 > DOMINGOS VIEGAS

A taxa de ocupação hoteleira (média/quarto) na região algarvia foi de 85,8% no mês de setembro, mais 6,0% em relação a setembro de 2014, um valor que ultrapassa pela primeira vez, desde 2008, a média dos últimos 20 anos (82,3%). De acordo com os dados divulgados esta semana pela Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), este foi o mês de setembro com mais ocupação na hotelaria algarvia dos últimos sete anos. Porém, aquela taxa de ocupação está ainda longe dos meses de setembro com mais turistas, registados no final da década de 1990 e no início da de 2000, com valores de oscilaram entre os 90,3 e os 93,3 por cento. Refira-se que depois da quebra que aconteceu no mês de setembro de 2003, com a taxa de setembro a cair até aos

75,2%, a ocupação voltou a recuperar em quatro anos, atingindo os 88,1% em 2007. A partir daqui caiu a pique, chegando aos 72,4% em 2009. Desde então a subida tem sido bastante lenta, e inversamente proporcional à descida dos preços, e nunca mais se verificaram picos. Segundo a AHETA, todas as zonas geográficas e todas as categorias de estabelecimentos apresentaram subidas no passado mês de setembro e em relação a igual período do ano passado. A zona Portimão/Praia da Rocha foi a que registou a taxa de ocupação/quarto mais elevada (93,7%), enquanto Albufeira, a principal zona turística do Algarve, registou uma taxa de ocupação/quarto de 86,3%. Por categorias, os hotéis e aparthotéis de 4 estrelas registaram a ocupação mais alta, com 88,9%. Os mercados alemão, britânicos e holandês foram os que registaram as maiores subidas. O volume de negócios aumentou 7,5% relativamente ao mesmo mês de 2014.


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