O
SEMANÁRIO
FUNDADOR: José Barão I DIRETOR: Fernando Reis
DE
MAIOR
EXP ANSÃO EXPANSÃO
quinta-feira I 9 de fevereiro de 2017 I ANO LX - N.º 3124
I
Preço 1,10
DO
ALGAR VE ALGARVE www.jornaldoalgarve.pt
PORTE PAGO - TAXA PAGA
O QUE ESVAZIA O CONCELHO MAIS ENVELHECIDO DO PAÍS?
Alcoutim tenta de tudo para contrariar declínio Alcoutim enfrenta um problema muito sério e que tende a agravar-se: o índice de envelhecimento é elevadíssimo e a taxa de natalidade está muito longe de repor gerações. Por cada criança existem quase sete idosos. Os autarcas dizem que fazem tudo, mas não conseguem atrair população jovem. Na prática, nenhuma medida parece resultar P 4/5
JA HONRA O LEGADO DE SANTOS PEREIRA, O “PAI” DA AOA
O homem que deu esperança às vítimas de cancro na região
Aventureira percorre o mundo com pouco dinheiro e ao sabor do vento P3
As reações à morte de Santos Pereira, aos 80 anos, surgiram de todos os quadrantes da sociedade algarvia. Quando o médico fundou a Associação Oncológica do Algarve (AOA), há mais de duas décadas, as vítimas de cancro eram forçadas a percorrer 300 quilómetros para terem acesso a consultas e tratamentos. E muitos morriam pelo caminho. Hoje, o Algarve já dispõe de melhores acessos e armas na luta contra este flagelo, tudo graças ao inestimável legado de esperança que deixa Santos Pereira
P6
2017 será o melhor ano turístico desde o virar do século
Festival do Contrabando honra a história de Alcoutim P8
RADIS Dr. Jorge Pereira
Agora com TAC - Rx - Ecografia - Mamografia RX Panorâmico Dentário Acordos - Convenções ADSE - SAMS - CGD - PSP - CTT - TELECOM - ADMFA ADMG - MÚTUA PESCADORES - MEDIS SAMS QUADROS - MULTICARE Rua Aug. Carlos Palma n.º 71 r/c e 1.º Esq. - Tel. 281 322 606 em frente à farmácia do Montepio (Tavira)
PSD tem dois candidatos à Câmara de Castro Marim P9
Suspeitas de corrupção em Portimão vão a julgamento P 11
Camélias dão cor e charme a Monchique P 12
P 13
www.jornaldoalgarve.pt
REDACÇÃO/ADMINISTRAÇÃO/PUBLICIDADE Tels. 281511955/6/7 - Fax 281511958 e-mail: jornaldoalgarve@gmail.com; ja.portimao@gmail.com Rua Jornal do Algarve, 58 8900-315 VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO
INVESTIMENTO EM PATRIMÓNIO REFORÇADO
4,3 milhões para conservar 5 monumentos algarvios O castelo de Paderne (Albufeira), a sé de Silves, os monumentos megalíticos de Alcalar (Portimão), as ruínas romanas de Milreu (Faro) e a fortaleza de Sagres (Vila do Bispo) são os cinco monumentos algarvios que vão merecer obras de preservação, reabilitação e valorização do património. O investimento nestes cinco monumentos do Algarve atingirá os 4,3 milhões de euros, dos quais 2,3 milhões são investimento nacional e privado. Este reforço do investimento em património classificado surge depois de a Direção Regional de Cultura do Algarve ter promovido estas cinco candidaturas ao Plano Operacional CRESC Algarve 2020. As intervenções agora aprovadas têm como objetivo “conservar e restaurar o património” e vem “recompensar o esforço da pequena equipa de trabalho da Direção Regional de Cultura do Algarve que tem colocado todos os esforços na angariação de financiamentos para a salvaguarda e valorização do património classificado que lhe está afeto”. A direção regional integra também outras candidaturas conjuntas em que a dimensão imaterial assume particular relevância e cuja apreciação decorre, como é o caso da “Semana Cultural dedicada aos Lugares de Globalização” com a Associação Vicentina, estando a preparar também uma candidatura conjunta com vários parceiros da região sob a égide da salvaguarda e valorização da dieta mediterrânica. “Temos vindo anualmente a harmonizar as necessidades de intervenção no património e a identificar prioridades, certos de que a competitividade do território do Algarve está também relacionada com os recursos culturais e patrimoniais, e com a capacidade das várias entidades públicas criarem sinergias de investimento nestes domínios”, salienta a Direção Regional de Cultura.
Ruínas romanas de Milreu (Faro)
FINANCIAMENTO PODE CHEGAR AOS 90% DO CUSTO TOTAL
Olhão facilita reabilitação de edifícios com mais de 30 anos Os presidentes da Câmara de Olhão e do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) assinaram um protocolo, na semana passada, no âmbito do programa “Reabilitar para Arrendar – Habitação Acessível”, com o objetivo de apoiar e financiar a reabilitação de edifícios com mais de 30 anos, sobretudo na zona histórica de Olhão. “Esta é uma excelente iniciativa para quem pretende reabilitar os seus edifícios, muitos de grande valor histórico, mas que não tem possibilidades económicas para o fazer. Agora passa a ser mais fácil”, afirmou António Miguel Pina, durante a sessão de assinatura do protocolo de cooperação entre as duas instituições, que decorreu no salão nobre dos paços do concelho. De acordo com o autarca olhanense, a câmara será um dos veículos de ajuda aos proprietários,
que irá prestar todos os esclarecimentos necessários e ajudar nas candidaturas. Entre outros convidados desta sessão, estiveram agentes imobiliários locais que poderão “transmitir estas informações aos proprietários, para todos ajudarmos a reabilitar Olhão”, apelou António Miguel Pina.
Financiamento atrativo para recuperar prédios Também o presidente do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), Vítor Reis, destacou os benefícios desta medida e a participação dos municípios, neste caso Olhão, na divulgação deste programa em prol da reabilitação urbana para arrendamento. O arquiteto, presidente do conselho diretivo do IHRU, referiu que “pode candidatar-se a este programa qualquer pessoa individual ou coletiva”, apesar de existirem condicionantes, entre elas o prédio não ser uma herança indivisa e o proprietário ter de
provar efetivamente a sua posse. Este programa, que tem uma dotação inicial de 50 milhões de euros, proveniente de um empréstimo concedido pelo Banco Europeu de Investimento, destina-se prioritariamente à reabilitação e/ /ou reconstrução de edifícios cujo uso seja maioritariamente habitacional e cujos fogos se destinem a arrendamento nos regimes de renda apoia-
da ou de renda condicionada, a desenvolver sobretudo em áreas de reabilitação urbana (ARU). As casas a recuperar, cujos financiamentos podem chegar aos 90% do custo total da operação (não inclui aquisições), têm de ser destinadas a arrendamento, estar livres de ónus ou encargos, implicar a reabilitação integral do edifício e as obras devem estar concluídas no prazo de 12 meses (em ca-
sos excecionais 18 meses).
"Muita construção mas poucos edifícios para arrendar" As candidaturas, que podem ser apresentadas no Portal da Habitação, poderão também ter o apoio do município de Olhão, através da divisão de planeamento e ação social. A taxa de juro manter-se-á fixa durante todo o período do
empréstimo, sendo adiantado 20% do valor total da obra logo no início. A única exigência do IHRU, durante esse período, é a hipoteca sobre o edifício em questão. No Portal da Habitação será também possível fazer uma simulação para analisar a viabilidade das operações, relativamente a determinado imóvel, de forma anónima. “Tendo nós um país com muita construção mas poucos edifícios para arrendar, esta será uma forma de os prédios que estão em mau estado de conservação ou devolutos chegarem ao mercado de arrendamento e, mais importante, com rendas acessíveis”, adiantam os responsáveis. A nível nacional, 91 prédios – que correspondem a 258 habitações – já estão a beneficiar destes incentivos, sendo que Lisboa e Porto são os concelhos com mais candidaturas.