Jornal do Algarve

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SEMANÁRIO

FUNDADOR: José Barão I DIRETOR: Fernando Reis

Eni/Galp tem até junho para avançar ou contrato é rescindido P4

Uma IKEA "pensada e adaptada" aos algarvios

Ministério promete "reabilitar" o Centro de Medicina e Reabilitação do Sul

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MAIOR

quinta-feira I 6 de abril de 2017 I ANO LX - N.º 3132

Caixa quer fechar quatro dependências na região

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COMISSÃO DE UTENTES PÕE RESPONSABILIDADE NO GOVERNO

"Coligação negativa" mantém vivas as portagens P 20

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NESTE NÚMERO

UMA INCRÍVEL HISTÓRIA DE GENEROSIDADE EM ALVOR

A benemérita que faz da misericórdia um "estilo" de vida Graça Lopes, de 80 anos, é uma benemérita reconhecida em Alvor, depois de uma vida dedicada a ajudar os mais necessitados. Ela e o marido, que faleceu recentemente, estiveram ligados quase 50 anos à misericórdia local P 21

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PODERÃO SER AINDA MAIS ATÉ 2020

Caixa quer fechar quatro dependências na região Lista das 61 para encerrar este ano inclui Ameijeira (Lagos), Gambelas (Faro), Monte Gordo (Vila Real de Santo António) e Quinta do Amparo (Portimão). Banco público quer fechar 180 em todo o país até ao final de década > DOMINGOS VIEGAS A Caixa Geral de Depósito já entregou no Parlamento a lista com as dependências que pretende fechar em todo o país durante este ano. São 61, quatro das quais no Algarve: Ameijeira (Lagos), Gambelas (Faro), Monte Gordo (Vila Real de Santo António) e Quinta do Amparo (Portimão). Tal como confirmou o presidente executivo da CGD, Paulo Macedo, o plano de reestruturação do banco prevê o encerramento de 180 agências até 2020, mas mantendo, pelo menos, uma dependência em cada concelho. Para já deverão ser encerradas as referidas 61, um número inferior ao que tinha sido anunciado anteriormente e que apontava para 70. No debate quinzenal do passado dia 22 de março, o primeiro-ministro garantiu no Parlamento que "o plano que foi apresentado ao Governo, enquanto acionista, não prevê despedimentos coletivos ou

involuntários". António Costa explicou ainda que "o que haverá é uma redução de pessoal com base no programa de reformas e no programa de negociação de rescisões amigáveis”. Porém, estes encerramentos têm provocado muita contestação por parte do poder político local e dos partidos da oposição, também a nível local, que defendem a importância daquelas dependências no âmbito do serviço prestado às populações onde estão inseridas. A Câmara Municipal de Vila Real de Santo António (VRSA) já enviou uma carta ao Conselho de Administração da CGD, onde alerta que o encerramento do balcão de Monte Gordo “irá agravar as desigualdades territoriais”, fazendo com que os habitantes daquela localidade tenham que se deslocar cerca de 5 quilómetros cada vez que necessitarem dos serviços da CGD”, uma situação que “prejudica as populações mais vulneráveis, em particular os

Dependência da CGD de Monte Gordo

pensionistas”. Por outro lado, a autarquia vila-realense recorda que o encerramento da agência “irá retirar um serviço público essencial àquela que é a principal zona turística do concelho e que, no verão, mais que quintuplica a sua população, aumentando os tempos de espera no balcão de VRSA que se encontra já sobrelotado e com elevadas filas de espera depois de a agência do mercado (também em VRSA) ter encerrado há alguns anos”. Refira-se que o encerramento do único banco público em Monte Gordo deixará a população com apenas uma agência bancária (a Caixa de Crédito Agrícola), uma situação que “se afigura contraditória

com o número de unidades hoteleiras e estabelecimentos comerciais existentes e com a intensa atividade económica associada às dinâmicas turísticas da época alta”, explica a autarquia. Por seu turno, o presidente da Junta de Freguesia de Montenegro, Steven Sousa Piedade, considera que o encerramento da dependência de Gambelas “irá afetar centenas de clientes que usam diariamente aquele balcão”, localizado junto à portaria principal do Campus de Gambelas da Universidade do Algarve. “Trata-se de um serviço de grande importância, sobretudo, para a população sénior, mas também na esfera do campus universitário pelo que, a concre-

tizar-se, o seu encerramento terá um grande impacto na vida de muitas centenas de clientes”, observa Steven Sousa Piedade, para realçar que este é o único balcão da CGD na freguesia. Na passada sexta-feira, o PCP promoveu uma concentração em frente à CGD das Gambelas e recordou que aquela “é a única dependência da Caixa naquela freguesia”, que “tem um elevado número de clientes e de movimentos diários” e que “tem uma grande importância para a população, sobretudo mais idosa, e para a comunidade académica (Universidade do Algarve)”. Os comunistas já repudiaram o encerramento de balcões por parte da CGD em todo o país e o PCP de Lagos consi-

derou que a CGD da Ameijeira (Lagos) “tem um elevado número de clientes e de movimentos diários” e que “tendo em conta os constrangimentos de trânsito e a afluência de clientes no balcão da baixa da cidade, esta é mais uma medida que prejudica os lacobrigenses”. Entretanto, os deputados do PS, incluíndo os quatro eleitos pelo Algarve, querem que o Governo esclareça “quais os critérios para a reorganização territorial da rede de balcões da CGD”, bem como se está “em condições de assegurar, enquanto banco público, a salvaguarda mínima de cobertura da rede territorial da CGD por concelho” e, ainda, “quais os critérios para o redimensionamento dos recursos humanos”. Para o BE, o objetivo da recapitalização da CGD é transformar o banco público num “banco mais forte” e “mais próximo das populações”, por isso o encerramento de balcões “não cumpre com essas obrigações de serviço público”. À direita, o PSD considera que a medida é uma consequência das decisões do atual governo de injetar dinheiros públicos na CGD, enquanto o CDS garante que irá pedir, caso a caso, os critérios que fundamentam as decisões de encerrar balcões.

CUIDADOS PRIMÁRIOS DE SAÚDE

"The Guardian" destaca apoio à Líbia realizado em Vila Real Sto António Missão organizada pela autarquia algarvia decorreu em setembro e incluiu formação e partilha de boas práticas no setor da saúde O diário britânico “The Guardian” destacou recentemente o trabalho realizado pelo município de Vila Real de Santo António (VRSA) no âmbito da missão organizada por aquela autarquia, em setembro, e que visou prestar apoio às autoridades da Líbia na implementação de uma rede de cuidados primários de saúde e na reconstrução da sua rede de infraestruturas, fortemente afetada por episódios bélicos. Aquele município algarvio recebeu e deu formação a um conjunto de entidades líbias (maioritariamente ligadas ao poder local e à gestão hospitalar, para ajudar na criação de uma rede de cuidados de primeira linha), tendo organizado ainda debates e visitas e partilhado um conjunto de boas práticas no setor, facto que é destacado pelo prestigiado jornal britânico. A jornada realizada em VRSA levou, posteriormente, o autarca Luís Gomes a apresentar, na Comissão de Cidadania, Governação e Assuntos Institucionais e Externos (Civex) do Comité das Regiões da União Europeia, os resultados e propostas da missão de apoio da UE, realizada em Portugal, com o objetivo de desenvolver uma rede de cuidados de saúde primários na Líbia. Segundo Luís Gomes, que foi mandatado pelo Comité das Regiões e pela Assembleia Regional e Local Euro-Mediterrânica (Arlem) para coordenar e dirigir a missão, o trabalho realizado em VRSA “tem sido um sucesso e marcou o início de um proces-

so de cooperação para a reconstrução do território Líbio, contribuindo para um mediterrâneo mais seguro e para o reforço da política europeia de vizinhança”. Entre os vários projetos em cima da mesa, foi acordado entre o município de VRSA e as autoridades líbias iniciar a preparação de um conjunto de cartas locais de saúde nos municípios líbios, tendo a Ordem dos Enfermeiros portuguesa demonstrado igual disponibilidade para desenvolver módulos de formação no terreno. Da mesma forma, a autarquia de VRSA colocou-se à disposição daquele país do Mediterrâneo para colaborar na construção de uma rede de cuidados primários de saúde e no desenvolvimento de projetos locais de proximidade, à semelhança do que tem sido concretizado no concelho, nos últimos 10 anos, em particular no campo da oftalmologia. “Este foi o primeiro passo de uma história de cooperação honesta e pragmática entre o País, a cidade de Vila Real de Santo António e a Líbia”, considera Luís Gomes, defendendo que “a reconstrução da Líbia significa um mediterrâneo mais seguro, forte e cooperante”. Além da chancela do Comité das Regiões, a iniciativa teve o apoio do Alto Representante para a Política Externa e Segurança da União Europeia, Frederica Mogherini, e integra-se na estratégia de Nicosia.

O presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António é membro da Assembleia Regional e Local Euro-Mediterrânica (Arlem) desde outubro de 2015, no âmbito do seu trabalho no Comité das Regiões da UE.

Inovação social no combate ao desemprego Entretanto, na passada sexta-feira, Luís Gomes defendeu, em Bruxelas, no Comité das Regiões da União Europeia, que os projetos de inovação social podem constituir importantes instrumentos para o combate ao desemprego jovem, para a inclusão de pessoas com maiores dificuldades em entrar no mercado de trabalho e para a revitalização de territórios mais periféricos. Esta foi uma das propostas do autarca vila-realense ao projeto de parecer “A inovação social como novo instrumento de criação de crescimento e emprego”, apresentado na Comissão da Política Social, Educação, Emprego, Investigação e Cultura (Sedec) do Comité das Regiões, da qual faz parte. Tendo em mente que a inovação social constitui um instrumento decisivo para fazer face aos atuais desafios sociais e para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos europeus, Luís Gomes propõe que os projetos socialmente inovadores sejam combinados com suportes tecnológicos, pois produzem melhores soluções para os cidadãos e têm maiores impactos na sociedade e na economia em geral.


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