Jornal do Algarve

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SEMANÁRIO

FUNDADOR: José Barão I DIRETOR: Fernando Reis

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5 de dezembro de 2013 I ANO LVII - N.º 2958

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ENFERMEIROS DENUNCIAM FALTA DE PESSOAL, MATERIAL E MEDICAMENTOS

Alcoutim reforça apoio à saúde oral

Cortes na saúde "vão matar" P8

Castro Marim salva Associação de Defesa Sanitária

Extensões de saúde e serviços que encerram, falta de materiais e medicamentos, carência de profissionais. Estes são alguns dos exemplos no Algarve dos efeitos dos cortes na saúde, denunciados na semana passada pela direção regional do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses. Segundo os enfermeiros, esta 'razia' de meios humanos e materiais na região algarvia está a provocar grande tensão nas unidades de saúde e até pode "matar" pessoas P 17

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Quarteira celebra festas em honra de Nossa Senhora da Conceição P 12

Cinco noites de festa na passagem de ano de Monte Gordo

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P 13

CRISE DOS BIVALVES DA RIA FORMOSA

COMITIVA DA AMÉRICA DO SUL VISITA A REGIÃO

Empresas algarvias espreitam oportunidades de negócio com países sul-americanos P5

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Reclassificação ambiental põe em causa dois mil postos de trabalho

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EDITORIAL

JA COLABORA NA RECICLA GEM ECICLAGEM O Jornal do Algar Algarvve está a colaborar na reciclagem de papel, reutilizando e utilizando sobras. Desta fforma orma pre ores prettendemos sensibilizar os nossos leit leitores para a luta contra o plástico (utilizado por div er sos jornais e re vistas diver ersos revistas na eexpedição xpedição por correio) e para a necessidade de se def ender o meio ambient e. defender ambiente.

EM CAUSA A RECLASSIFICAÇÃO DE ZONAS DE APANHA DE BIVALVES

Fernando Reis

A crise e as conquistas sociais Hoje vou fazer nossas as palavras da professora Concha Caballero, publicadas no site da Universidade Laboral de Cordoba, sobre a crise atual e as políticas de austeridade e cuja leitura recomendamos, vivamente. Em síntese e no essencial, na sua análise, ela não faz apenas o diagnóstico da situação espanhola, mas põe em evidencia as consequências sociais desta recessão, que diz ter sido, em parte, criada artificialmente, para nos retirar 30 anos de direitos e salários. Um dia qualquer do próximo ano, destruído o Estado Social, aniquilados todos os nossos direitos e conquistas e empobrecido o país, despertaremos com o anúncio do fim da crise! Ainda ficaremos com cara de bobos, agradecidos. Condenarão alguma desconfiança que possa existir. Darão como boas as políticas de ajustamento e voltarão a dar corda ao carrossel da economia. “ Um bom dia de 2014 – diz Concha Caballero – quando os salários se tenham reduzido até limites terceiro mundistas; quando o trabalho seja tão barato que deixe de ser o fator determinante do produto; quando tenham posto de joelhos todas as profissões para que os seus saberes não justifiquem mais do que um baixo ordenando; quando tenham domesticado a juventude na arte de trabalhar quase grátis; quando disponham de uma reserva de milhões de pessoas desempregadas, dispostas a ser polivalentes, deslocáveis e moldáveis, para fugirem ao inferno do desespero... quando se tenha conseguido expulsar do sistema educativo 30% dos estudantes, sem deixar rastro visível da façanha – e acrescentamos nós, no nosso caso, despedido uns milhares de professores – quando a saúde se compre e não se ofereça; quando o nosso estado da saúde se pareça com a nossa conta bancária; quando nos cobrem por cada serviço, por cada direito, por cada prestação; quando as pensões sejam cada vez mais tarde e diminutas; quando nos convençam que necessitamos de seguros privados para garantir as nossas vidas, então a CRISE TERÁ TERMINADO.” Nunca em tão pouco tempo se tinha feito uma devastação tão brutal da paisagem social. Bastaram cinco anos para reduzir a cinzas, direitos que levaram séculos a conquistar e a ampliar. Na Europa, só a través da guerra se tinha conseguido algo semelhante. E o fim da crise, chegará, assim, um qualquer dia de 2014, depois de nos terem tornado mais pobres e desiguais, e mais cobardes e resignados!

PREÇOS IMBATÍVEIS

Deputados querem ouvir autarcas, associações e outras entidades

Os parlamentares pretendem que as audições sejam levadas a cabo em Olhão. Muitas zonas classificadas como B na Ria Formosa, durante os últimos 20 anos, passaram para um nível inferior, o que impossibilitam a comercialização dos bivalves Os deputados Cristóvão Norte (PSD), Miguel Freitas (PS), Paulo Sá (PCP), Artur Rêgo (CDS-PP) e Cecília Honório (Bloco de Esquerda) vão requerer à Comissão de Agricultura e Mar a realização de audições a autarquias, associações setoriais e entidades regionais com a tutela sobre a Ria Formosa, no âmbito da reclassificação das zonas de apanha de bivalves. Os parlamentares, eleitos pelo Algarve, querem que as audições se realizem em Olhão, tendo em conta o “grande impacto que vai provocar na região algarvia” a desclassificação de diversas zonas (estuarinas-lagunares e litorais) classificadas como A (onde os bivalves podem ser apanhados e comercializados para consumo humano direto) para um nível inferior. Miguel Freitas alerta que

“esta reclassificação é uma matéria de grande importância e com impacto regional significativo”, já que “podem estar em causa cerca de dois mil postos de trabalho só na região do Algarve”. O deputado socialista considera que “por isso mesmo é do interesse geral promover um conjunto de audições mais alargadas às

aprovadas em sede de Comissão de Agricultura e Mar”. Na última reunião da Comissão de Agricultura e Mar, realizada na semana passada, foi aprovado por unanimidade um requerimento do PSD para audição do secretário de Estado do Mar e do presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), sobre

esta questão. Os pedidos de audições pelos Grupos Parlamentares foram motivados pelo resultado das ações de monitorização e controlo estabelecidas por regulamentos comunitários e pela legislação nacional, que originaram a desclassificação de zonas anteriormente classificadas com A. Estas zonas passaram a ter a classificação B, ou seja, onde os bivalves podem ser apanhados e destinados a depuração, transposição ou transformação em unidade industrial, ou C, onde só podem ir para a indústria ou até mesmo interditas. Com esta reclassificação, muitas zonas classificadas como B na Ria Formosa, durante os últimos 20 anos, passaram para um nível inferior, o que impossibilita a comercialização dos bivalves.

A CRISE DOS BIVALVES DA RIA FORMOSA

"A área dos viveiros pode ser mais fértil e produzir mais bivalves" Afirmou ao JA António Terramoto, presidente da organização com estatuto ambiental Somos Olhão Os viveiristas e mariscadores da Ria Formosa, grande parte deles residentes em Olhão, estão passando dias difíceis após a recente reclassificação ambiental, nas classes B e C, da sua matéria-prima, os bivalves, o que constitui forte abalo neste sector económico ligado à Ria Formosa, do qual dependem cerca de dez mil pessoas. Para António Terramoto, presidente da comissão com estatuto ambiental Somos Olhão a mencionada reclassificação devia ser suspensa e proceder-se a uma análise mais apropriada dos bivalves em causa, amêijoas e ostras, sobretudo. «O IPIMAR afirma que os coliformes que matam e deterioram os bivalves têm origem na agricultura e que vêm para a Ria com a escorrência provocada pela chuva. Não concordo. A solução quanto a mim está na reutilização das águas resi-

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duais e na sua aplicação nessa mesma agricultura, que ganharia sobretudo em fósforo e azoto». António Terramoto preconiza que deste modo a área dos viveiros seria mais fértil, produziria muito mais bivalves, valorizaria imenso este sector económico. «Com este sistema estamos a matar os bivalves, a condicionar a actividade», acrescenta. António Terramoto lembra que a ETAR poente de Olhão despeja na Ria milhares de metros cúbicos de águas residuais, matando os bivalves, deteriorando os viveiros, o que não devia acontecer. A questão é grave. A solução parece difícil. A reclassificação dos bivalves deve-se à percentagem de coliformes encontrados nos bivalves. António Terramoto afirma que há solução para o caso. Tudo depende do interesse posto na mesma solução.

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