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Implantação de hortas agroecológicas em uma escola estadual
Coordenadora: Elisa Martins Belém Vieira Bolsista: Karolina Gonçalves Brito Voluntária: Camila Rodrigues Rocha Colaborador: Geraldo Magela Matos Texto: Elisa Martins Belém Vieira Campus: Januária
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Este projeto objetivou oferecer um suporte pedagógico a docentes do IFNMG, para trabalho com alunos(as) Xakriabá interessados(as) em prestar o ENEM. Para isso, propuseram-se metodologias participativas para desenvolver as atividades do projeto, tendo em vista os processos próprios de aprendizagem do público. Entre vários resultados positivos, ressaltamos que o projeto proporcionou o aumento do interesse do público pelo ENEM, incentivou outros(as) jovens que cursavam o Ensino Médio e aproximou os conteúdos abordados a suas realidades.
Aexpansão da escolarização nas aldeias trouxe, à Terra Indígena Xacriabá (TIX), um novo movimento: a busca pelo Ensino Superior. São jovens indígenas que cursaram ou estavam cursando o Ensino Médio em variadas instituições, públicas e privadas, que enfrentaram grandes desafios e passaram por variados processos de seleção, sendo, na maioria dos casos, a prova do Enem. Como o currículo da escola indígena é pautado pelos interesses locais e os conteúdos das áreas do conhecimento são desenvolvidos em consonância com esses, é compreensível que esse público tenha dificuldades, ao se deparar com exames como o Enem.
Dada a proximidade do IFNMG/ Campus Januária com o município de São João das Missões e com a terra do povo Xacriabá, foi solicitado um suporte pedagógico, por parte dos(as) professores(as) do IFNMG, para a orientação de alunos(as) Xakriabá interessados(as) em prestar o Enem. É preciso ressaltar que há uma dificuldade evidente de deslocamento do povo Xakriabá para outras localidades, incluindo a cidade de Januária, devido à falta de transporte público. Por esse motivo, o Neabi do IFNMG/Campus Januária
considerou que a forma mais eficaz de oferecer o requerido suporte pedagógico seria planejar seis oficinas, das diversas áreas do conhecimento relativas ao Ensino Médio, a serem ministradas por docentes de seu quadro permanente.
Foram propostas metodologias participativas para desenvolver as atividades do projeto, tendo em vista a complexidade da empreitada: tratava-se de atuação com uma etnia indígena com processos próprios de aprendizagem e que tinha, como aspiração, apropriar-se de ferramentas da sociedade nacional em favor de suas lutas, qual seja, a dinâmica do Enem, para ingresso no ensino superior regular. Foi um projeto interdisciplinar, considerando a complexidade na formulação das questões das provas. Neste sentido, contou com a participação de professores(as) de diferentes disciplinas. Tratou-se também de um projeto intercultural, uma vez que garantiu o diálogo entre os(as) professores(as) do campus e os(as) docentes indígenas no que se refere ao trabalho desenvolvido com o Ensino Médio.
Foram promovidas 6 oficinas de estudo, contemplando as áreas do conhecimento requeridas pelo Enem, com o objetivo de colocar os(as) jovens em contato com os diversos tipos de questões objetivas formuladas, explicitando a forma como os conteúdos do Ensino Médio são tratados nas provas. Durante as oficinas, foi possível a obtenção de esclarecimentos sobre as dinâmicas das escolas indígenas, sobre a matriz curricular, além de fatos históricos e aspectos da luta Xacriabá. Também foram trabalhadas as disciplinas: português e redação; geografia, história e sociologia; química e matemática; biologia, espanhol e inglês; física e artes. O projeto também contou com palestras e workshop.
Concluímos que o projeto de extensão Fortalecimento da luta dos jovens Xakriabá na busca pelo ensino superior: preparando para o ENEM foi realizado com êxito.