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PEDRO
from Edição 1206
PARA REFLETIR - “Encontrou-se, em boa política, o segredo de fazer morrer de fome aqueles que, cultivando a terra, fazem viver os outros. (Voltaire)
Sem comemoração
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Ocomandante do Exército, general Tomás Paiva, divulgou as diretrizes da sua gestão. No documento de 40 páginas, o comandante afirmou que deseja fortalecer a imagem do Exército como uma “instituição de Estado, apolítica e apartidária”.
“Os quadros da Força devem pautar suas ações pela legalidade e legitimidade, mantendo-se coesos e conscientes das servidões da profissão militar, cujas particularidades tornam os direitos e os deveres do cidadão fardado diferentes dos demais segmentos da sociedade”, escreveu o general.
Na linha de buscar apaziguar as relações entre militares e governo, sobretudo após os desdobramentos dos atos golpistas de 8 de janeiro, o comandante do Exército, general Tomás Paiva, decidiu que no dia 31 de março deste ano não haverá leitura da Ordem do Dia relativa ao golpe de 1964, portanto, sem comemorações.
Pacote de maldades
“Eu conheço o Arthur. Se o arqui-inimigo dele no estado (Renan Calheiros) tem um ministério, se não der dois para ele não tem nem conversa”, resume um deputado aliado.
Enquanto isso, é creditada a Lira a migração de três deputados do MDB de Alagoas para o União Brasil, partido que nos próximos dias deve formar uma federação com o PP e o Avante – articulação que vem sendo tocada diretamente pelo presidente da Câmara e que formará a maior legenda da Casa, aumentando ainda mais o poder do parlamentar. Aliados de Lira já preparam um “pacote de maldades” a ser desembrulhado aos poucos, enquanto o Governo Lula não ceder mais espaços para sua base no Congresso.
Fiscalizar que é bom, nada
O leitor já deve ter observado a grande quantidade de “eventos técnicos” realizados, praticamente todos os meses, pelos Tribunais de Contas Brasil afora. São congressos, fóruns, palestras e “rega bofes” de todo tipo. Os conselheiros e seus “aspones” vivem pendurados em aviões e hotéis de luxo, gastando o dinheiro público com passagens de avião e diárias para bancar o público desses “encontros festivos”. Esses são os mesmos tribunais que vivem reclamando de verbas curtas, não valorizam os servidores e não fiscalizam praticamente nada no estado e também nos municípios, que já não sabem mais o que é uma fiscalização ou uma tomada se contas por parte da sinecura, que há muito deveria ser extinta.
Vinho do diabo
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota em que recomenda vigilância sobre as condições de trabalho empregadas na produção do vinho utilizado nas celebrações religiosas. O texto é uma reação à recente descoberta de utilização de trabalho análogo à condição de escravo em empresa que prestava serviço a vinícolas de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul.
Segundo a CNBB, a Igreja tem a responsabilidade de zelar pelo tipo de vinho canônico e não pode compactuar com “qualquer tipo de trabalho em condições que ferem o respeito pela dignidade humana”. “Todas as denúncias devem ser investigadas nos termos da lei”, acrescenta o comunicado, assinado pelo secretário-geral da CNBB, Dom Joel Portella Amado, bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro.
JHC em “walkover”
No ritmo acelerado que está caminhando e se concluir as obras de revitalização do Salgadinho, o prefeito JHC vai ter fila de candidatos a seu vice, já com a renovação de mandato garantida. Com avaliação positiva nas alturas, lançando muitos projetos sociais e inaugurando obras com muita frequência, o alcaide vai se afastando de qualquer candidato de oposição, seja da Assembleia, seja do governo. Para escorar, o prefeito conta com uma mídia comunicativa de qualidade e competência e ainda com o poderoso grupo político de Arthur Lira, que deverá ser seu aliado. Pode colocar a faixa.
Não mudou nada
Entra ano e sai ano, passa uma eleição e passa outra e a Assembleia Legislativa de Alagoas não muda nada. Lá estão sempre os mesmos, os filhos dos mesmos, a apatia por produção de qualidade e muito dos mesmos vícios que não constroem uma boa imagem diante da opinião pública. Quando isso vai mudar, vai demorar muito, pois se eles são os mesmos, os eleitores idem.
Fragoso Elias
O“inimigo” não é a direita nem a esquerda, o inimigo é o raso crescimento que nos assola e atrasa há quatro décadas. É um Estado caro e ineficiente provocador de desigualdades, que fornece serviços de péssima qualidade e sustenta uma casta de privilegiados. É o populismo, que debilita o funcionamento da democracia e avilta os pilares do Estado de Direito e das liberdades individuais.
O inimigo é um país aferrado a um mercantilismo do século XVIII que insiste em “reservas de mercado”. É uma educação pública de rasa qualidade, que destrói a igualdade de oportunidade e trava a nossa produtividade. São aqueles médicos do SUS que não completam seu horário de trabalho ou quando o fazem atendem na base do vapt-vupt, responsáveis impunes pela morte de centenas de milhares de pessoas todos os anos. É o empresário que desvia recursos do SUS e de outros órgãos públicos.
O inimigo é um país cujo extraordinário ativo ambiental pode ser convertido em prosperidade econômica, geração de renda, emprego, mas que não sabe como fazer isso acontecer. O inimigo são empresários chapa branca que só sobrevivem através do dinheiro do Estado, desviado de suas mais nobres finalidades. O inimigo é o político ladrão que desvia o dinheiro público.
É a elite predadora e insensível socialmente que domina e choca este país todos os dias, que não abre mão de suas ridículas viagens a Miami e que tais, onde vão arrastar seus complexos de vira-lata. Boçais idiotizados a gastarem fortunas numa garrafa de vinho, quando próximo de suas casas pessoas passam fome. Inimigo é a fome que assola 30 milhões de nossos irmãos, num país que é um dos “celeiros do mundo”.
Inimigo é essa combinação desastrosa de insensibilidade, de incompetência programada que nos agride todos os dias, de todos os lados. Inimigo é quem provoca tudo isso contra uma população que no geral é ordeira, trabalhadora e que só quer ter direito ao mínimo que lhe é sonegado.
Luiz Felipe D’Ávila, ex-candidato a presidente da República pelo partido Novo e fonte inspiradora deste artigo, afirma que “esta combinação desastrosa de burrice (não aprender com os exemplos que deram certo), ignorância (o misticismo ideológico que prevalece sobre os fatos e as evidências) e o paroquialismo eleitoral (que perpetua os vínculos do corporativismo e do clientelismo para ganhar votos) revela... o Brasil alijado do mundo que dá certo e longe das soluções práticas para combater os verdadeiros inimigos do País”.
Inimigo é quem assiste a tudo isso calado fazendo de conta que não é consigo, votando nessa gente que aí está pronta para assaltá-los, estuprar os seus direitos, vilipendiá-los.
É a elite predadora e insensível socialmente que domina e choca este país todos os dias, que não abre mão de suas ridículas viagens a Miami e que tais, onde vão arrastar seus complexos de vira-lata. Boçais idiotizados a gastarem fortunas numa garrafa de vinho, quando próximo de suas casas pessoas passam fome.
Sensatez
Vieira Cl Udio
n Advogado e escritor
Afinal, o presidente ucraniano tem responsabilidade diante dos seus compatriotas, e ninguém espera, ou acredita, que um país soberano se submeta passivamente às agressões de outro Estado. Com essas opiniões de Lula, devemos temer os nossos vizinhos?
Recentemente
critiquei o presidente Lula por falar demais, o falastrão. Na oportunidade, a crítica se referia às declarações dele sobre a guerra na Ucrânia, propalando que a Rússia esteve errada ao invadir o país vizinho, mas acrescentou a pérola: “Dois não brigam se um não quiser”. Em suma, a Ucrânia não deveria reagir, e passar ao diálogo. Diálogo com quem não quer conversa, mas território através da força é algo inesperado.
O país parece ter-se redimido da parlapatice do presidente. Agora que a ONU realizou reunião para mais uma vez reprovar a Rússia e adotar medidas contra aquele país, o Brasil, representado por profissionais da diplomacia, apresentou sugestões sérias: o país eslavo deveria cessar imediatamente as agressões à vizinha Ucrânia e estabelecer diálogos para o fim da guerra. Aliás, fomos mais além que a ONU, sem perder a sensatez que deve presidir a diplomacia. Infelizmente, mesmo com a firmeza da intervenção brasileira, talvez a Organização mundial, mais uma vez, seja desdenha- da por Putin e seu governo. E será assim, ao que parece, até as nações livres e soberanas realmente demonstrarem ao Kremlin a seriedade e independência de suas posições. Afinal, a desmesurada atitude russa parece ter objetivos maiores, pretendendo o restabelecimento do antigo império. Quem ler a biografia “O NOVO CZAR, Ascensão e reinado de Vladimir Putin”, de Steven Lee Myers (Amaryles), chega à conclusão de que o atual governante russo jamais aceitou as políticas do antigo líder Gorbachev, Perestroika e Glasnost, principalmente por terem desmantelado a União Soviética e tornado soberanas e livres as repúblicas que compunham a denominada Cortina de Ferro. A Ucrânia era uma delas. Essa seria a razão mais profunda pela qual Putin empenha-se no que seria a “retomada” de território. Expansionismo