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Militar autor do disparo não renovou credenciamento como instrutor de tiro

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MEIO AMBIENTE

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BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

Ocabo Jilfran Santos Batista, comandante da viatura Pelopes 1 da Polícia Militar de Alagoas que em novembro do ano passado disparou um tiro de fuzil contra o carro do empresário Marcelo Barbosa Leite, em Arapiraca, atingindo as costas da vítima, não renovou junto à Polícia Federal de Alagoas seu credenciamento como instrutor de tiro, embora ainda se apresente como tal em seus perfis nas redes sociais.

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De acordo com a PF, Jilfran Batista tinha autorização para exercer a função apenas entre 2018 e outubro de 2022, um mês antes do ocorrido e não finalizou o processo de renovação do credenciamento que é exigido no país para quem deseje ministrar aulas de tiro.

O edital lançado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública estabelece que os inscritos na seleção deveriam, em agosto do ano passado, ou seja, antes do acontecido, apresentar certidões negativas de antecedentes criminais fornecidas pelas Justiças Federal, Estadual (incluindo juizado especial), Militar e Eleitoral além de declarar formalmente não estar respondendo a inquérito policial ou a processo criminal. Jilfran não respondia até então pelo crime contra Marcelo Leite, mas foi citado como testemunha em três denúncias do Ministério Público de Alagoas em casos de ameaça, crimes contra a vida e corrupção passiva.

Jilfran foi indiciado pela Polícia Civil pela prática de homicídio doloso, denunciação caluniosa e fraude processual. De acordo com o delegado geral Gustavo Xavier, no momento em que efetuou os disparos contra o carro do empresário Marcelo Leite, ele assumiu o risco de matar.

“Nunca existiu arma de fogo dentro do veículo do condutor. Ela teria sido colocada logo após os policiais perceberem que o condutor tinha sido atingido e essa arma seria necessária para simular uma legítima defesa para que as testemunhas que visualizaram a ocorrência pudessem corroborar a versão”, explicou o delegado Gustavo Xavier durante coletiva na última terça-feira, 7, e na qual em nenhum momento foi citado o nome dos militares envolvidos.

Competi O De Tiro

Durante uma competição de tiro realizada em Arapiraca em 2020, o cabo que foi o primeiro colocado da edição chegou a dar uma entrevista à assessoria de Comunicação da PM falando sobre o feito e a prática de tiro em Alagoas.

“Esta conquista representa muito, sobretudo se tratando de habilidades com tiro, que é algo que venho me dedicando e os resultados têm vindo ao longo do tempo. Me preocupo com esta área e incentivo meus companheiros, pois como profissionais de segurança pública, precisamos ter boas habilidades com tiro, pois é algo que faz toda a diferença na nossa atividade fim”, comentou.

Relembre O Caso

O empresário Marcelo Leite foi atingido por um tiro de fuzil efetuado por Jilfran Santos Batista após supostamente terem avistado uma arma durante uma abordagem policial na cidade de Arapiraca na madrugada do dia 14 de novembro do ano passado. Um revólver calibre 38 foi apresentado pelos militares posteriormente na delegacia afirmando que estava em posse do empresário. Marcelo morreu no dia 5 de dezembro, em um hospital em São Paulo, para onde foi transferido.

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