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Núcleo de Línguas representa oportunidade na periferia de Maceió

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MEIO AMBIENTE

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História do aluno que virou professor pode inspirar jovens promessas

Assessoria

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Há alguns anos, uma criança na periferia de Maceió jamais teria acesso a alguma cultura estrangeira. Idioma, então, nem se fala. Porém, o Núcleo de Línguas Estrangeiras, da Secretaria Municipal de Educação, tem inspiradoras histórias de superação – e realização – para contar.

Uma delas tem o Klérik Laurindo, 29, como protagonista. Nascido e criado no Jacintinho, o bairro mais populoso de Maceió e com alto índice de vulnerabilidade social, o jovem, já aluno do 6º ano da Escola Municipal Kátia Pimentel, com 10 anos de idade ingressou no curso de inglês.

“Nós estudávamos com um material didático e multimídia muito bons para a época. Todas as salas de aula tinham som, VHS, TV, lousa”, lembra Klérik.

Ele recorda que a língua britânica despertou seu interesse porque suas primas, alunas da rede particular de ensino de Maceió, viviam contando suas experiências no ensino da língua estrangeira.

“Tivemos uma excelente professora chamada Maria Helena, que era super dedicada ao aprendizado por parte de todos e cheia de vivências no exterior para nos mostrar que o exercício da língua não era uma realidade impossível”, comentou.

Foi apresentada à oportunidade de cursar inglês, espanhol ou francês de forma gratuita. Parte dos alunos da Kátia Pimentel não hesitou e mergulha- ram em uma nova cultura.

“Fiz muitas amizades e durante os três anos de curso, as aulas eram parte dos melhores momentos da semana. O Núcleo é casa que te dá uma base excelente. Terminei o curso lá e continuei estudando”, explicou o até então aluno.

Os anos se passaram e a base de conteúdo transmitida no Núcleo de Línguas despertou uma vocação. Klérik Laurindo ingressa, aos 17 anos, no curso de Letras/ Inglês da Universidade Federal de Alagoas.

Hoje, formado em Língua Inglesa, o ex-aluno do Núcleo exalta a importância que o projeto teve para ele.

“Meus sonhos, na época, eram ingressar no mercado de trabalho o quanto antes, conseguir independência financeira, começar minha própria história e viajar para o exterior. E consegui”, reconhece o hoje professor Klérik.

O educador e coordenador do Núcleo de Línguas Estrangeiras, Jefferson Simons, destaca que histórias como as do Klérik são muito valiosas para servirem de exemplo para outros alunos. Ele se emociona ao falar como é gratificante observar a iniciativa mudando realidades.

“Os núcleos de línguas geralmente estão localizados em bairros periféricos e os nossos alunos precisam dessas oportunidades. Nós, com certeza, vamos trazer a história do Klérik para a sala de aula, com o intuito de mostrar para eles que também podem alcançar os seus sonhos e mudar sua realidade”, conta o orgulhoso coordenador.

A Secretaria Municipal de Educação dispõe atualmente de dois polos do Núcleo de Línguas. Um fica no bairro do Jacintinho, na Escola Henrique Equelman. O outro fica na sede da Universidade Tiradentes (Unit), no Benedito Bentes.

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