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Justiça suspende penhora do estádio do CSE

Técnico Luiz Carlos Cruz processou o clube após ser humilhado por prefeito

BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

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Foi suspenso o mandado de penhora do Estádio Juca Sampaio, do CSE, para pagar dívidas trabalhistas junto ao ex-técnico Luiz Carlos Cruz. A suspensão do processo foi determinada na terçafeira, 7, pelo juiz Luiz Henrique Cândido da Silva, que atualmente exerce a função como substituto na Vara do Trabalho que considerou divergências na documentação do local.

“Considerando a documentação apresentada pelo Município de Palmeira dos Índios, verifico haver dúvida quanto ao direito real de propriedade do imóvel objeto da ordem de penhora de #id:9927573, determino a suspensão da expedição do mandado de penhora”, escreveu o magistrado na decisão.

A notícia da penhora do estádio na última semana, no entanto, não foi bem recebida pelos torcedores da equipe que logo trataram de apontar um culpado: o prefeito Júlio Cezar da Silva (MDB), que teria “demitido” o treinador após uma sequência relativamente razoável no Campeonato Alagoano do ano passado.

De acordo com relatos do próprio técnico à época, feito por meio das redes sociais, ele foi constrangido pelo prefeito que não é nem nunca foi presidente do clube, ao sair do vestiário após uma partida na qual o CSE perdeu para o Jaciobá, de Pão de Açúcar – dentro de seus domínios, o Estádio Juca Sampaio.

O fato inusitado ocorreu após 30 dias da contratação do técnico quando a equipe mantinha regularidade na disputa do campeonato.

Vale ressaltar que a Prefeitura Municipal de Palmeira dos Índios ao lado do Governo de Alagoas são os principais patrocinadores do clube.

À época, Luiz Carlos deixou o CSE em quinto lugar no estadual, com quatro pontos. O time venceu apenas um jogo, empatou outro e perdeu duas vezes. O detalhe é que a equipe liderava o Grupo B da Copa Alagoas, com 10 pontos. Atualmente o técnico comanda a equipe do Cascavel, do Paraná.

O treinador chegou ao CSE em janeiro após a saída de Marcelo Buarque. Ele comandou o time em seis partidas, foram duas vitórias, um empate e três derrotas antes deste ser demitido. Na conta do Instagram do CSE, torcedores que cobravam do treinador mais empenho foram surpreendidos pela declaração do próprio técnico de que havia sido “demitido” pelo prefeito, desejando boa sorte ao clube.

Antes de entrar na Justiça do Trabalho para cobrar o que lhe era devido, o técnico qualificou o ato como “ditatorial”. Após a demissão, o treinador Luiz Carlos Cruz revelou em entrevista a uma emissora de rádio que ele e alguns jogadores não receberam os salários a que faziam jus.

Anteriormente, a medida determinada pelo juiz estabelecia que, para evitar que o estádio fosse a leilão, o clube na pessoa do presidente José Barbosa deveria honrar a dívida trabalhista com o antigo treinador. O valor da dívida não foi revelado.

Embora os valores não tenham sido revelados, a equipe pode enfrentar um pouco de dificuldade para pagar tais dívidas.

Isso porque o CSE não poderá contar com uma possível premiação do Campeonato Alagoano por chegar nas fases finais, pois foi eliminado ainda na etapa de grupos e depende por enquanto da Copa Alagoas para concluir um bom primeiro trimestre, mas essa ainda não tem um valor de premiação definido.

Penhora não é inédita

Avaliado em aproximadamente R$ 600 mil, em 2018 o clube ficou mais uma vez ameaçado de perder o Estádio Juca Sampaio num leilão em razão de dívidas trabalhistas com ex-atletas. O trâmite do processo foi suspenso após a direção do CSE conseguir uma solução para o caso e com apoio da Prefeitura de Palmeira dos Índios.

À época, a Vara do Trabalho em Palmeira dos Índios promoveu uma audiência de conciliação entre os ex-atletas do CSE, a direção do clube e a prefeitura na qual ficou acordado que a prefeitura repassaria parte do patrocínio previsto em lei, destinado ao CSE para que a Vara do Trabalho efetuasse, dentro das possibilidades dos valores repassados, o pagamento das execuções em trâmite na Vara do Trabalho palmeirense, bem como das cartas precatórias existentes de processos de outras localidades.

O acordo responsabilizou o Município pelos valores discriminados, sob pena de bloqueio judicial nas contas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

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