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Leniência

Vieira Cl Udio

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n Advogado e escritor

Segundo o Dicionário Aurélio - bem conhecido entre nós, até por ter sido criado e desenvolvido pelo filólogo alagoano Aurélio Buarque de Holanda – leniência significa brandura, suavidade, doçura, mansidão. Parecem boas tais significações. A aplicação corriqueira, usual é pejorativa. Ser leniente é ser descuidado, tolerante com o erro, e muito mais nesse sentido. Usualmente é utilizado em política. Nessa aplicação, leniência aplicada ao político que usa o seu cargo para proteger alguns do seu redil, ou que trata com desinteresse a coisa pública. A política brasileira sempre teve agentes lenientes. São aqueles que veem, por exemplo, as comunidades abandonadas pelo poder público, carentes de um tudo, e cruzam os braços ou fazem vista grossa, ou demoram no atendimento às necessidades do Povo.

Recentemente Alagoas tem histórico de leniência dos agentes políticos. Não que isso seja exclusividade dos governos atuais, pois os políticos, daqui e d’alhures, sempre tiveram, e têm em carta medida, desinteresse pela carência dos menos aquinhoados e periferias. Anos passam e, por exemplo, as encostas ficam sob risco no período chuvoso, as autoridades acorrendo apenas quando acontece algum desastre, ou quando o risco de tal é tão grande que não dá para disfarçar. É o caso da Braskem e sua exploração econômica desdenhosa com moradores e proprietários dos bairros cujo subsolo tem servido para a coleta de material que a enriquece, mas empobrece o Estado, o Município de Maceió e adjacências. A propaganda enganosa da empresa ainda hoje circula nos meios de comunicação, sem que governador, deputado, prefeito e vereadores tomem realmente atitudes, a não ser aquelas de aparência. As ruas das periferias – sempre elas – esburacadas, enlameadas na época das chuvas, levando desconforto e doenças aos moradores, sem que nada de efetivo seja feito. Como se vê no noticiário, o poder público sempre declara estar adotando as providências necessárias, e que nunca chegam. Em alguns casos o Estado pensa livrar-se de problemas específicos alienando serviços, contratando empresas privadas, e até privatizando empresas públicas. É o caso, por exemplo, da BRK, sobre a qual discorremos na crônica anterior. Nesse caso, a empresa presta desserviços à comunidade, esburacando ruas

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