FoCA - 4ª Edição

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Distribuição Gratuita

Ano 2 Edição 3 Março/2011 Distribuição Gratuita

Jornal UniversitÁrio

Ano 2 - 4ª Edição. Março/Abril 2011

ESSE TAL ROCK AND ROLL:

Andre Scavacini/FoCA

Que se inventa, reinventa e está novo... de novo

Google Imagens

Beatriz Tavernaro/FoCA

Moisés Teles/FoCA

E MAIS:

Vida on line ponto com: Os brasileiros definitivamente, da internet.

renderam-se, aos encantos

Sim! Há vida depois dos 40 Quarentões decididos a mudar de vida invadem as universidades, na FCA não foi diferente.

Às Terças

Tudo sobre as palestras que movimentam as terças da FCA.


2 GIRO FCA Mariane Vieira/FoCA

Caros leitores, Após três edições em que o FoCA provou ser “mais que apenas um trabalho universitário” (como disse Caio Dellagiustina no editorial da 2ª edição), estamos de volta. Novo e melhorado. Se 2010 foi o ano em que o FoCA nasceu, em 2011 ele atingirá sua maioridade. Para isso contamos com uma equipe que tem, como maior compromisso, realizar jornalismo sério e de qualidade. Equipe essa em que, veteranos e calouros, se uniram em busca de um objetivo em comum. A 4ª edição do FoCA apresenta um projeto gráfico novo, primando, principalmente pela qualidade das imagens e dos textos. Para tanto, parcerias foram formadas e nossos colaboradores se mostraram de grande valia. Nesta edição, fomos a caça dos quarentões que invadem os corredores da FCA. Também nos deliciamos num caloroso debate musical: afinal, existe música boa? Além disso, descobrimos que Kadafi e o futebol brasileiro (pasmem!) tem muito mais em comum do que poderíamos imaginar. Nossos repórteres também estiveram por dentro de tudo que rolou na FCA nas últimas semanas e ainda foi a caça do que há de mais estranho no mundo esporte. Ou seja, o FoCA está imperdível! Boa leitura e até a próxima. Gisele Gutierrez EXPEDIENTE FoCA - 2011 Professor Orientador - Pedro Courbassier Editora chefe - Gisele Lourenço Gutierrez Editoras assistentes - Adla Machado e Bianca Binotto Repórteres e assistentes - Aline Costa, Daniela Ventura, Jessica Santana, Joyce do Carmo, Juliana Vassão, Leandro Mello, Marcela Cortez, Murilo Denardi, Nathali Ruiz, Otavio Pavão, Paulo Amorin, Tamara Horn, Tatiane Galvão, Viviane Andrello Fotógrafos: Adriele Proença, Alex Furquim, Andre Scavacini, Beatriz Tavernaro, Erica DalBello (edição de imagem), Fabiana Ritta, Mariane Vieira, Moises Teles de Medeiros Colaboradores: Blog Sinergia K (sinergiak.blogspot.com), Graziela Scudeler (www.grazielascudeler.com.br), Pedro Henrique Santos (blog H2B Charges - bloghb2b.blogspot. com) O FoCA é um produto da Agência Experimental de Comunicação e Arte (AECA), da Faculdade de Comunicação e Artes (FCA) - CEUNSP Contato Email focafca2011@gmail.com Twitter - @jornalfoca Os textos publicados são de responsabilidade de seus autores.

http://focafca.blogspot.com/ Dicas culturais, informes e muitas novidades.

Moisés Teles/FoCA

Acesse o blog do jornal FoCA, confira

Moda, cinema, mulheres e drinks

Combinações perfeitas para as noites de terça da FCA

Marcela Cortez e Daniela Ventura

Está oficialmente aberta a temporada de palestras da FCA, e Moda e Cinema foram os temas da primeira delas. Realizado pela Faculdade de Comunicação e Artes (FCA) e intitulado As Terças, os eventos são realizados uma vez por semana, através da Agência Experimental de Comunicação e Artes (Aeca).

de 1977, direção de Woddy Allen, em que as mulheres aparecem em trajes masculinos. No dia 1º de março, inaugurando o circuito de palestras Questão Jovem (organizado pelos alunos de Eventos), foi a vez de Marlene Cafello conversar com os estudantes. Marlene é responsável pela Coordenadoria da Mulher, da secretaria de Ação Social e Cidadania, na cidade de Salto. Com o tema A mulher no século XXI, Marlene contou, a partir de sua própria história, a evolução nas relações entre homens e mulheres no decorrer dos últimos 50 anos. “Antes, a mulher era criada, educada, para casar, cozinhar, lavar, passar, ter filhos e calar a boca!”, afirma Marlene. Mas essa realidade mudou. E isso só aconteceu, pois mulheres, assim como Marlene Cafello, não se permitiram viver a margem de uma sociedade patriarcal. Foram mulheres como ela que permitiram hoje, que tantas outras, pudessem almejar muito mais do que uma cozinha nova. Mariane Vieira/FoCA

EDITORIAL

VIDA UNIVERSITÁRIA

Quarentões universitários, sim senhor!

Também no mês de março, no dia 15, Questão Jovem literalmente brindou os estudantes com a palestra Ícones Empresariais de Sucesso. O tema, voltado para o entretenimento, contou com a presença dos irmãos Marcelo e Ricardo Valentim Pires, proprietários da danceteria Zoff Club, em Indaiatuba. Marcelo contou sobre a trajetória dos irmãos no mundo empresarial e os desafios que hoje um empreendedor enfrenta para obter o sucesso tão esperado. Para fechar a noite o barman Fernando, também da Zoff Club, apresentou um workshop sobre drinks, em que preparou as bebidas mais pedidas nas baladas. Vale lembrar que, além dos alunos da FCA, qualquer estudante do Campus V, em Salto, pode participar das palestras. O evento ocorre todas as terças-feiras, no auditório do bloco K.

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Tamara Horn e Tatiane Galvão

Impiedoso, passa por todos, sem restrições. Com ele, mudamse perspectivas, pontos de vistas que juntos trazem maturidade. O tempo, realmente é um grande brincalhão. Pode vir a ser bom ou mau, contudo não tem se tornado uma barreira para os mais velhos, que anseiam voltar para a faculdade. Segundo o Ministério de Educação e Cultura (MEC), o número de pessoas com mais de 40 anos que presta vestibular, ou seja, que querem ingressar no ensino superior, aumenta em cerca de 2% a cada ano. Existem três motivos fundamentais para este recomeço: há os que buscam uma atividade intelectual, os que querem trabalhar por conta própria e os que precisam de aperfeiçoamento profissional. É provável que os jovens - maioria nas universidades - não reconheçam o esforço que os mais velhos fazem para estar numa sala de aula: é necessário se readaptar a rotina, horários, provas, assumir novas responsabilidades, conter o medo ou a vergonha de se inserir numa comunidade dominada por uma geração diferente e até mesmo vencer o preconceito da própria família. Uma pesquisa realizada pela Universidade de Londres garante que o primeiro efeito positivo “dessa volta” diz respeito à construção de uma nova rede de amigos numa fase da vida em que muita gente se queixa de solidão. O outro se refere ao fato de que o ambiente acadêmico ajuda a manter as pessoas atualizadas, sobretudo em relação ao mundo digital, que até então ignoravam. O exercício intelectual tem impacto positivo também na saúde, pois contribui para a manutenção da memória e inibição de certas doenças neurológicas, como já foi comprovado cientificamente.

No dia 22 de fevereiro, os estudantes puderam assistir a palestra, cujo tema versava sobre moda no cinema, ministrada pelo professor Flavio Roberto Lotufo, mestre em artes visuais e professor do curso de Moda. Segundo Flavio, o estudo da moda no cinema mundial é um tema muito importante. Para se ter uma ideia, a indústria da moda recebe grande influência das produções culturais e movimenta, atualmente no Brasil, cerca de R$ 136 milhões de reais. As produções cinematográficas baseiam-se em estudos do cotidiano para desenvolver os figurinos e compor cenários. “Falamos nesta palestra em como os figurinos de cinema, em Hollywood, contam a história da moda”, explica. “E, principalmente, como foi feita a interpretação do figurinista para esse momento histórico”, conclui o palestrante. É o que observa-se no filme Noivo neurótico, noiva nervosa,

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O que mais impede este retorno é o medo do desconhecido. O mundo se atualizou e, de alguma forma, grande parte dos mais velhos não se encaixou. Alguns acreditam que não possuem mais capacidade para absorção de determinados assuntos, que o manuseio de um computador é difícil e que nunca acompanharão as novas tecnologias. É o caso de Jucilene dos Santos, estudante de Direito das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Ela decidiu retornar à faculdade aos 42 anos, buscando por crescimento pessoal e intelectual, escolheu Direito para “botar o cérebro pra funcionar mesmo”, diz a paulistana que já é formada em Gastronomia. Ela relata as dificuldades que teve com os mais jovens, que a excluíram de algumas atividades, mesmo de maneira involuntária. “Ao entrar na sala, percebi olhares indiscretos e interrogativos; devem ter pensado ‘Seria

ela a nossa nova professora?’. Ao me sentar na carteira do fundo, a sala ficou quieta. Por três semanas não fiz nenhuma amigo, por mais que me esforçasse. Sentia que estava sendo um incômodo para a turma”, relembra Jucilene. Mas ela não desanimou. Persistiu no curso. “Tive que me virar, busquei professores particulares, me inscrevi em um curso de informática, tenho que me aperfeiçoar cada vez mais. Só assim vou ganhar destaque ao lado de pessoas mais novas”, conta. Ela garante que recomeçar, neste momento da vida, é revigorante e rejuvenescedor. Para Nilson Rogério as motivações foram outras. Sua meta é o aperfeiçoamento profissional. Nilson tem 44 anos, é casado, atua como presidente do Centro de Apoio Pedagógico (CAP) do CEUNSP e atualmente está cursando Administração, em Itu. Buscou a formação superior por recomendação da própria instituição em que trabalha, assim, além de obter o diploma universitário, visa aprimorar, ainda mais, o seu trabalho, aliando conhecimento teórico e prático. Os “tios e tias”, por terem outras preocupações, também não têm mais paciência para determinados atritos, afinal, já têm um trabalho fixo, que suga energia e tempo. Além, é claro, das responsabilidades em casa e com a família. Quanto a esse assunto Rogério é categórico “Na minha turma existem jovens e pessoas não tão jovens. Nós, os não tão jovens, não aceitamos certas brincadeiras. Isso fez com que o restante da turma se enquadrasse ao nosso modelo, cessaram as brincadeiras inconvenientes. Dessa maneira as aulas ficaram mais produtivas e a qualidade dos assuntos discutidos é maior”, fala Rogério sobre seu relacionamento com os alunos mais jovens. Já Paulo Bernadinno, 37 anos, declara que enfrentou um drama muito maior. E não foi o medo de se adaptar a um grupo de pessoas mais jovens, que têm a tecnologia borbulhando e pulsando em suas veias e sim o preconceito familiar: “Minha esposa pediu para escolher entre ela e o curso”, relembra. Para realizar o sonho e driblar o preconceito da mulher, Paulo precisou fazer um curso

técnico em Edificações antes. “O curso técnico foi muito bom, como sou marceneiro, ele me auxiliou no aprimoramento do meu trabalho, mas eu queria mesmo era fazer um curso voltado para a área de comunicação. Minha esposa achava que se eu fizesse alguma coisa na minha área profissional seria mais proveitoso e lucrativo”, e acrescenta orgulhoso, “fiz o curso de Edificações e agora estou realizando um sonho.” Hoje Paulo é estudante de Rádio e TV, na FCA - Ceunsp. Pretende continuar trabalhando por conta própria como marceneiro (microempresário). Mas também tem outros objetivos, almeja alçar voos mais altos. Deseja ter um programa humorístico. Questionado sobre o relacionamento com os colegas mais jovens, ele é objetivo. “Escolhi esse curso por causa dos jovens. Fiquei em dúvida entre RTV e Jornalismo, mas não me arrependo”, diz Paulo. “Pretendo ter um programa humorístico e informativo, ao estilo do programa Pânico na TV e continuar interagindo com os jovens. Me sinto um molecão”, afirma. Se você, como eles, faz parte da estatística do MEC e está entre os 2% de vestibulandos quarentões, parabéns! Você faz parte de uma minoria que está mudando a cara das universidades país afora. Então, vá em frente e diga aos jovens de plantão: “nós vamos invadir a sua praia”.

Os mais procurados Um levantamento com base em dados do Ministério da Educação em 2008 apontou os dez cursos mais procurados pelos quarentões: 1-Direito 2-Pedagogia 3-Administração de Empresas 4-Formação de professor de letras 5-Psicologia 6-Ciências Contábeis 7-Enfermagem 8-Teologia 9-Serviço Social 10-Comunicação Social


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CULTURA

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Esse tal de rock and roll

Adla Machado

Graziela Scudeler

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ense rápido: está presente no cotidiano de milhões de pessoas, indo e vindo do trabalho, na fila do banco, no carro ou no ônibus lotado. É presença certa em academias, festas, nas tardes ensolaradas ou em noites de insônia. Não adivinhou? Aposto que neste momento ela está preenchendo seus ouvidos. Sim é ela: a boa e velha música. As vezes nem tão velha… se é boa ou não, basta você gostar do que está ouvindo, afinal, gosto não se discute, ou como diz o professor Pedro Courbassier, “no máximo, se lamenta”.

Mariane Vieira/FoCA

Breve histórico - Quando até pensar era proibido, ela já causava tumulto e mandou cantores como Caetano Veloso e Gilberto Gil para fora do país. Tudo por que nos anos 60 eles inovaram a música brasileira. Inseriram, de vez, a guitarra elétrica no cenário musical, sendo os responsáveis por uma nova fase na música no Brasil: a Tropicália. Inovador e radical, suas letras continham profundas críticas a política do país e, se pensar era proibido, o que aconteceria se essas críticas viessem em verso e acompanhadas no que havia de mais novo no mundo da música? Tudo isso se transformou em um grande problema para um governo ditador. Caetano e Gil, considerados uma ameaça, foram mandados para Londres. Ficaram exilados por um bom tempo.

Neste estilo, bandas como Restart, dominam e fazem sucesso com suas canções amorosas e seu visual colorido. Seguem arrancando suspiros de adolescentes por onde passam.

Os anos de 1970 foi capaz de dividir gerações. A nova disco music motivou noitadas e passos sincronizados, com características bem diferentes do rock. Tinha como principais precursores bandas como Bee Gees, Abba, The Jacksons. Mas foi o rock and roll, com a batida pulsante do heavy metal, que imperou no cenário musical com nomes de peso: Led Zeppelin, Deep Purple, Pink Floyd, Queen. Na década de 1980 não foi diferente e nomes como U2, The Police, The Pretenders e Metallica ajudaram a construir e consolidar a história do rock pelo mundo. Os brasileiros do Legião Urbana, Titãs, Paralamas do Sucesso e RPM não ficaram de fora. Propagaram o estilo no Brasil e tornaram-se ícones nacionais.

A música, tal como a língua, é um organismo vivo que está em constante transformação. Essas modificações geram discussões e dividem opinões. Afinal, se música é uma questão de gosto, como definir o que é música boa e o que é música ruim? Nem sempre bom gosto e qualidade se misturam em se tratando de música. Para que haja esse feliz encontro, o radialista e produtor Ronny Viana acredita que a população tem que ter uma reeducação musical, sabendo assim, distinguir uma música pela qualidade. “Música boa é aquela que faz bem para sua alma, para seu corpo e que te acrescenta algo, além do puro entretenimento” afirma Rony.

Porém, entre 1990 até meados de 2000, houve uma mistura de todos os ritmos. Algumas bandas pop viraram pop/rock; a música eletrônica ganhou força, lotando boates; os bailes funks ganharam mais adeptos e a americaníssima black music misturou-se com o hip hop. E o velho rock de guerra ganhou uma nova roupagem, com toques do funk, rap e reggae. Prova disso são bandas como Red Hot Chili Peppers, Nirvana, Pearl Jam e Alice In Chains. No Brasil, o gênero é representado por bandas como Raimundos, Pato Fu e Skank.

Na cabeça dos brasileiros Dani Ventura

O ano começa sempre com muitas novidades e uma delas são as músicas de verão que serão os hits da estação. Em 2011 não foi diferente. Conheça o que os brasileiros estão ouvindo (pesquisa realizada entre os dias 12 e 19 de janeiro, pela revista Época, em rádios nos 26 estados brasileiros e Distrito Federal). - Em 25 estados, as músicas sertanejas são as preferidas. Luan Santana foi o cantor que emplacou mais canções neste começo de ano: ele aparece 17 vezes

na lista dos mais tocados. Velhos de guerra, como Zezé de Camargo e Amado Batista, também aparecem na lista. - O rock colorido garantiu seu espaço com Restart: suas músicas são as mais tocadas no estado do Rio de Janeiro e Sergipe. A banda Cine, com a música Cores, é terceira música mais executada em Tocantins. Em São Paulo, o primeiro lugar do pódio ficou com a banda Nx Zero, com a música Onde estiver. - O axé de Claudia Leite e Ivete Sangalo apareceram em 20 estados. O grupo Parangolé, criador do Rebolation, com a música Tchubirabirom, acompanhada com coreografia e tudo, já é sucesso em vários estados do Nordeste. - Mas nem tudo é axé e sertanejo.

Fabiana Ritta/FoCA

Camaleão - Ainda hoje, a música brasileira é bombardeada com diferentes influências, criando novas misturas e, como consequência, surgem novos estilos. Apesar de grupos fiéis, seguidores do estilo orginal, diferentes ritmos musicais ganharam novas caras e fãs fervorosos. No novo sertanejo universitário, Luan Santana é o principal representante. E no rock, surgiu um movimento denominado happy rock ou, literalmente, o rock feliz. Maria Gadú, revelação da MPB, tem várias canções entre as mais tocadas em 2011. No estado do Ceará a música Tudo Diferente é uma das mais pedidas. - O ídolo teen Justin Bieber não poderia ficar de fora desta. Paraíba, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul estão escutando exaustivamente os refrões de U smile, Baby e One time. - Os integrantes de Black Eyed Peas voltam com um sucesso do final dos anos 80: uma versão de The time of my life, trilha sonora do filme Dirting Dance, de 1987, rebatizada como The time. A batida eletrônica pode ser outra, mas o refrão inesquecível continua o mesmo. A música foi a mais citada entre as internacionais.

Nem sempre é o que parece - Assim como na ditaduta militar, em que as músicas foram usadas como forma de protesto, ainda hoje ela se apresenta cheia de significado. Encontramos de tudo: amor, separação, ou os dois juntos. Verdadeiros desabafos sentimentais. Retratos da nossa sociedade, letras fáceis, que não saem da cabeça, termos pejorativos e de duplo sentido. Para o estudante de Jornalismo Márcio Paixão, 37, a qualidade das letras musicais estão caindo independente dos ritmos. “O que me preocupa são as letras que fazem apologia ao sexo e ao uso de drogas e a violência”, comenta Márcio. Ele ainda completa dizendo que essas músicas tem entrado nas casas e influenciado crianças que ainda não tem maturidade suficiente para diferenciar o que estão ouvindo. “Um exemplo é o funk carioca”, diz o estudante sobre o estilo que é muito criticado por suas letras, “seu ritmo faz uma alusão errada a sensualidade da mulher e incentivam a violência”, completa Márcio. Há um tempo, uma música, para ser sucesso, deveria ter uma boa letra e um ritmo que agradasse. É claro, que a música sempre dependeu muito da sua capacidade de ser comercializada, mas hoje, música e

sucesso estão atrelados a outros fatores, como a influência da internet, lucro rápido e publicidade. Com a facilidade de acesso a rede e rápida divulgação, qualquer coisa pode ser gravada e postada na rede e pronto. Desse ato, surgem os sucessos repentinos e a única peneira que existe para separar o que é bom do ruim, fica por conta do ouvinte. Além disso, as gravadoras parecem muito interessadas exatamente nestes sucessos. São garantia de lucro rápido. Por conta disso, há altos investimentos em publicidade, deixandose a qualidade um pouco de lado. Maurilio Pravatti Junior, graduado em Música pela Faculdade de Música Carlos Gomes (FMCG), acredita que “hoje em dia as pessoas ouvem com os olhos”. Maurilio ainda citou artistas que se encaixam neste esquema, “bandas como NxZero, Restart e Fresno não são bandas de conteúdo, porém, por trás disso tudo, existe um grande investimento em produção, tanto musical quanto visual”, conclui o músico, afirmando que esse investimento justificaria o sucesso quase que instantâneo dessas bandas. Chiclete do mal – Sem falar nas músicas chiclete, que infestam as rádios Brasil afora. São sucessos porque, com suas letras fáceis e refrões repetitivos, tocam exastivamente em festas e rádios. É quase impossível ficar imune a ela, pois atinge um grande número pessoas. Para alguns, isso prova que a música deixou de ser uma ideologia, mas um produto de mercado. “A música está muito desvalorizada”, afirma a universitária Andressa Kaam. “É o que lucra que vira sucesso”, declara a estudante que é fã dos Guns N’ Roses. Mas não tem jeito, velha ou atual, ideológica ou chiclete, boa ou ruim, a música sempre vai agradar a alguns e a outros não, gerando grandes debates. Uma coisa, porém, é certa: ela estará sempre presente. E como não é possível andar com tampões nos ouvidos, aprenda a lidar com as diferenças. Curta seu som, sempre respeitando o gosto alheio. E lembre-se, o lixo musical de hoje, pode ser o clássico de amanhã.

Quem é esse happy rock?

Nathali Ruiz

Cine e Restart, com visuais multi-coloridos, apresentam um novo estilo do rock, que virou têndencia entre os adolescentes em todo país. Mas afinal o que é esse happy rock e como explicar tanto sucesso? Para as bandas precursoras, o visual emo clássico (com adolescentes usando roupas pretas e escutando músicas depressivas) é muito triste. As roupas coloridas celebram a alegria da adolescência. As letras das músicas abordam o amor de um jeito leve e colorido. Muito colorido mesmo. Numa relação de amor e ódio, Restart foi o grande vencedor do Vídeo Music Brasil 2010 (VMB), evento que premia os artistas que mais se destacaram segundo votação do público. A febre colorida a cada dia ganha mais adeptos. Não há como negar. “Antes de Restart ninguém nunca sonharia em comprar uma calça laranja”, afirma o estudante Fábio Ibiapina, de 12 anos. Para ele é algo diferente, por isso chama a atenção. Para Ingrid Cristine, cursando Psicologia, os adolescentes gostam de inovar e “a atitude das bandas ajuda para esse sucesso”, diz. “Além disso, os integrantes da banda são engraçados e sabem dar atenção e carinho para os fãs”, declara a estudante. Com roupas e músicas cada vez mais coloridas, esse tal rock feliz vem ganhando cada vez mais espaço no cénario nacional. E se antes o visual colorido era considerado brega, agora você pode tirar do armário aquela calça amarela e aquela blusa vermelha sem medo.


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GIRO

Leia, veja e ouça

Alex Furquim/FoCA

VIDA ONLINE

FoCA Especial Oscar

2011

The Downward Spiral, Nine Inch Nails

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s

Não é nada disso que você, caro leitor, está pensando. Não pretendemos fazer uma lista dos filmes que concorreram ou ganharam a 83ª edição do Oscar. Estamos aqui para resgatar o que talvez você ainda não conheça sobre alguns dos nossos ilustres ganhadores.

G

eI o ogl

Trent Reznor e Atticus Ross arrebataram o prêmio da Academia com a melhor trilha sonora do ano com o filme A Rede Social. O que talvez você não saiba, é que Reznor é líder da banda Nine Inch Nails, que ganhou notoriedade com seu segundo álbum, The Downward Spiral, de 1994. Dele saiu a música Closer e um polêmico vídeo clipe que sofreu diversas adaptações por parte da MTV - por suas de cenas de religião, sexo e bestialidade Leandro Bidola e Otávio Pavão extremamente perturbadoras - para ir ao ar. Se isso o campeonato é disputado em julho. ainda não o deixou curioso, saiba que, em 2003, o álbum foi considerado, pela Rolling Stones, um dos melhores de todos os tempos. Se não ouviu, ouça. Curling

Ser membro das redes sociais mais famosas do mundo deixou de ser luxo e passou a ser necessário, ao menos para uma parcela considerável da população no mundo todo. Das grandes empresas, celebridades e até crianças, o acesso a redes como o Twitter, Facebook, Orkut, entre outras, tem aumentado significativamente. A questão é: será que os brasileiros têm tempo para isso? A resposta: se não tem, arrumam! Com tanta tecnologia, não deixam de estar conectados e atualizados com o que rola na web.

Não é muito difícil provar que os brasileiros (e todo o resto do mundo) se tornaram dependentes do mundo on, basta conferir resultados de algumas pesquisas, como a que estudou o número de internautas que acessam o Orkut (maior site de relacionamento do mundo). E quem alcançou o primeiro lugar? Os brasileiros! Em 2004 o cargo era ocupado pelos norte

Ainda assim encontramos pessoas que odeiam as redes e suas armadilhas, como Joelma Barbieri, 37 anos, que afirma: “A internet e tudo o que tem nela não fazem diferença na minha vida. Trabalho, como, bebo e durmo sem precisa acessar nada e principalmente: não tenho minha vida exposta para milhões de desconhecidos.” A questão da exposição para desconhecidos ainda é a maior preocupação para os usuários das redes sociais, porém existem alguns casos que se expor foi totalmente

positivo, como para certas celebridades repentinas que aparecem a todo o momento na mídia e ganham a vida muitas vezes com apenas uma frase ou uma foto. Para quem adora as mídias sociais, participar é essencial na roda de conversa com os amigos, pois é através delas que os jovens ficam informados do que acontece no mundo na música, ou em qualquer que seja o motivo atrativo na internet. Para Murilo Denardi, 19 anos, as redes sociais influenciam na personalidade e nas atitudes das pessoas. “Sempre vejo alguém que muda sua postura depois de ler determinada notícia no twitter, por exemplo. Vejo que todas as pessoas se tornam dependentes deste mundo virtual, mas acho que esse grande número de usuários são resultados da grande tecnologia pelo qual o mundo passa”, explica. Na dúvida, sobre como se comportar na web, fica a dica: bom senso sempre.

Beatriz Tavernaro/FoCA

São dois lados da mesma moeda. Para cada rede de acesso existem mil motivos para amá-la ou odiá-la. As redes sociais tem tido participação ativa na vida dos brasileiros tanto para lazer quanto para reclamações e situações inusitadas. Há algumas semanas, por exemplo, o Youtube foi usado como serviço de reclamação para um consumidor descontente com seu eletrodoméstico e o problema foi solucionado em algumas horas Do mesmo modo que a rede foi utilizada para divulgar mais um vídeo de alguém fazendo alguma palhaçada em casa. Ou seja, proveitosas ou não, as redes permitem que as pessoas exponham (sem limite algum) o que pensam e infelizmente, tanta exposição acaba gerando uma confusão imensa para um público de milhões de conectados.

americanos com 51,36% de orkuteiros, seguidos de longe pelo Japão e Brasil. Em 2011, o Brasil assume o primeiríssimo lugar com pouco mais de 50% de usuários, seguido pela Índia (Os indianos também adoram web!) e EUA. São 44 milhões de brasileiros super conectados, que gastam em média dez minutos a cada visita que fazem ao site que é o terceiro mais utilizado perdendo apenas para o Google Brasil e o Google.

Nova mania: entre uma aula e outra, alunos aproveitam para twittar nos corredores da FCA.

alar sobre esportes na terra do futebol é fácil. Até mesmo quando o assunto é sobre os esportes menos populares, como hipismo e tênis. Mas, e se alguém falasse que pratica boxexadrez ou carregamento de esposa? “Eu nem sei o que são”, disse o estudante de Jornalismo, Jean Lucas. O mais estranho é dizer que isso existe. Se você, assim como o Jean não sabe do que estamos falando, prepare-se, pois preparamos uma lista com os dez esportes mais esquisitos e que são praticados em vários países que não são tão estranhos assim. Vale a pena conferir. Corrida de cadeira de escritório Office Chair Race Essa é para quem trabalha em escritório. Faça de sua seção uma pequena pista de fórmula 1. Espere seu chefe dar uma saída e aposte uma corrida com seus colegas em sentado em uma cadeira de escritório. Aquelas, com rodinhas mesmo. Ótima opção para dias tediosos. Na cidade Bad König-Zell, na Alemanha, esse esporte é levado super a sério. O ultimo campeonato contou com 58 participantes. Boxe-xadrez Popó e Mike Tyson são competidores renomeados do boxe. Agora imaginem se, no meio da luta, eles parassem para jogar uma partida de xadrez? Estranho? Mas existe. Boxe-xadrez é uma mistura entre esforço físico e intelectual. São seis rodadas de xadrez, intercalados com cinco rounds de boxe. O vencedor deve ganhar nas duas modalidades. Também vence quer der xeque mate ou nocautear o adversário. Regata de lata de cerveja Quem curte uma cervejinha vai adorar essa! Os competidores constrói um barco com latas de cerveja ou refrigerante. Não vale testá-la antes da prova, senão perde a graça: ver muitas delas afundando na largada. Cada barco deve ter no mínimo dois tripulantes. Quem cruzar a linha de chegada leva o prêmio. A grande questão? “As latas são cheias ou vazias?”, perguntou o carteiro José Iorio. Para saber, é só dar uma voltinha pela Austrália ou Grã Bretanha, onde

Enjoado de limpar o chão? Saiba que isso é um esporte olímpico. O curling parece uma limpeza de chão misturado com bocha. Uma pessoa lança uma pedra de granito em direção ao alvo no chão gelado, duas pessoas com vassouras ajustam a trajetória da pedra e um quarto elemento guia a ação dos “vassourinhas”. Quer conhecer mais sobre o esporte? Acompanhe a próxima Olimpíada de Inverno, provavelmente, você nunca mais verá uma faxina com os mesmos olhos. Mountain Monociclo Não sabe andar de bicicleta? Então agora vai passar vergonha. Os competidores desse esporte andam na metade de uma. Eles montam uma bicicleta de uma roda só, um monociclo, e aceitam qualquer desafio. Passam pelo mato, terra, água, lama e onde se sentirem bem. Encara esse desafio? Passada de Ferro Extrema Lavar roupa, enxugar e passar. Se essa rotina te incomoda a solução chegou. Faça como algumas senhoras do lar espalhadas pelo mundo afora. Depois de seca, vá passar roupa em uma montanha, caverna ou até mesmo em uma bela cachoeira. Quanto mais inusitado o lugar, mais extrema será a passada de ferro. Caçando o Queijo Comer um bom queijo pode se transformar em uma grande aventura na Inglaterra. Lá os queijos são jogados de cima de uma colina bastante irregular e descem rolando. Os competidores saem correndo, literalmente, atrás dos queijos. Quem chegar primeiro leva uma graninha, mas o prêmio principal, com certeza, é o queijo. Tem algum mineiro aí? Carregamento de esposas Não tem nada o que fazer com a sua esposa? Convide seus amigos e apostem uma corrida de carregamento de esposa. É exatamente isso que finlandeses fazem aos fins de semana. Mas cuidado, sua esposa não pode estar muito acima do peso.

V de Vingança, com Natalie Portman Não há como negar: Cisne Negro é incrível. Isso só acontece porque a personagem de Natalie Portman nos envolve totalmente em sua insanidade. “O diretor nos conduz a ponto de não sabermos mais o que é ilusão, loucura ou realidade”, diz o aluno de Cinema Jader Francis. Mas não é de hoje que Portman nos surpreende com suas atuações, vai de Woddy Allen a Tim Burton em um piscar de olhos, além interpretar, com graça e determinação, a senadora Amidala, em Star Wars. Mas, sem sombra de dúvida, vemos a entrega ilimitada dessa atriz no papel de Evey Hammond, em V de Vingança, de 2006, baseado nos HQs de Alan Moore e David Lloyd. Anarquismo, revolução, liberdade e um herói pouco convencional fazem parte dessa trama cheia de significados. E Natalie Portman está incrível. Imperdível!

Google Im agens

Os dois lados da vida virtual Jéssica Santana

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A Era dos Extremos: O Breve Século XX: 1914-1991, de Eric Hobsbawm

Google Imagens

AME OU ODEIE

Adriele Proença/FoCA

Os esportes mais bizarros do mundo

O drama O Discurso do Rei desbancou, nada mais nada menos que o psicodélico e surpreendente A origem, o perturbador Cisne Negro, o aclamado A Rede Social, entre vários outros filmes.

Tudo isso (pasmem!) contando a história de um rei gago. Mas o diferencial deste filme não está na gagueira do personagem principal, nem o fato de que é tudo (ou quase tudo) uma história real. O que o torna fascinante é o período em que ocorre. George VI viveu um dos momentos mais conturbados da nossa história recente: a 1ª e 2ª Grande Guerra Mundial (1914 a 1918 e 1939 a 1945, respectivamente). E se o filme não o inspirou, convido-o a conhecer mais a fundo a história do século XX através de A Era dos Extremos: O Breve Século XX: 1914-1991, de Eric Hobsbawm. Do início da 1ª Guerra Mundial, até a queda do muro de Berlim, em 1989, um retrato dos acontecimentos mais importantes do período. Um daqueles livros que nos deixam mais inteligentes só em pensarmos em ler.


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MEMÓRIA FCA

Depois da tragédia Entre os dias 7 de dezembro e 19 de janeiro de 2010, moradores de Capivari sentiram a fúria das chuvas de verão. Onde estão essas pessoas pouco mais de um ano depois?

Viviane Andrello

Um ano depois...

pela prefeitura, por ser uma região de risco. Foram 3500 pessoas atingidas na cidade.

Há um ano, toda população capivariana sofreu com a estação das chuvas. Com metade da cidade alagada era difícil a locomoção para alguns bairros. Algo parecido só havia acontecido em 1970, mas a dor de perder tudo, em pouco minutos pouco mudou. Familiares e amigos desalojados, abrigados pela prefeitura, em escolas e no estádio municipal, fez parte da rotina da cidade durante meses.

A moradora Larissa Silva, 21 anos, estudante, relembra o acontecido: “foram momentos inesquecíveis, que jamais imaginei passar, só via pela televisão e nunca pensei que ocorreria aqui, no nosso bairro”, enfatizou. No começo de 2011, voltou a chover. Dessa vez, 35 famílias foram atingidas pelas enchentes. Destes, grande parte se recusou a sair de suas casas. O número de desabrigados diminuiu, mas ainda paira uma pergunta no ar: nas próximas chuvas, quem serão os protagonistas da vez?

Aline Costa/FoCA

Com toda imprensa focada no município, um problema ficou em evidência, não só na região, mas também pelo Brasil: milhares de pessoas vivendo em condições precárias, famílias inteiras morando em pequenos cômodos, acomodados em morros e outras áreas de risco.

Com ocorrido “houve um salto em relação à valorização do trabalho do profissional do Serviço Social”, enfatizou Geovanna Amorim Cardoso, de 39 anos, assistente social da cidade. Pois, num momento tão delicado, foram os profissionais dessa área que acolheram as vítimas, dando-lhes apoio necessário para superar um momento tão delicado.

Mesmo com todas as dificuldades, “juntos fomos buscar forças para a superação do grande problema”, diz a assistente social, que há 18 anos atua na profissão. “Aprendi a não julgar as pessoas, que qualquer um de nós poderia estar vivenciando aquela situação, aprendi o quão difícil pode se tornar a convivência com pessoas que mal conhecemos” continuou ela.

Após um ano, algumas mudanças ocorreram na cidade de Capivari. Um novo bairro foi entregue: Santa Tereza D'Avila. Construído para ser um local seguro das enchentes, com 323 casas cedidas pelo CDHU. Os habitantes do novo bairro são os antigos moradores dos bairros Moreto e Vila Balan, bairros mais atingidos pelas enchentes de 2010, que tiveram suas velhas casas demolidas POLITIKALIZANDO

Bairro Moreto logo após as chuvas de janeiro, em 2010: destruição e medo de novas enchentes.

A tirania no futebol

Com as manifestações e a crise no norte da África e Oriente Médio se alastrando, com violência nas ruas e tentativas dos rebeldes de conter a tirania dos governos, a população busca a liberdade e redenção por um país melhor. Enganam-se quem pensa que no Brasil não existe isso. No futebol existe. A Fifa (Federação Internacional de Futebol Associado), instituição que dirige o futebol, paixão mundial, tem 208 associados. É mais que a ONU (Organização das Nações Unidas) e o COI (Comitê Olímpico Internacional), ambos com 192 membros. Desde a criação do órgão, em 1904, já foram oito presidentes. Sendo que Jules Rimet governou por 33 anos (19211954), João Havelange por 24 anos (19741998), Stanley Rous por 13 anos (19611974), Daniel Burley Woolfall por 12 anos (1906-1918) e Joseph Blatter, atual presidente, está no cargo desde 1998. No Brasil, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) é a entidade que controla o esporte. Desde sua criação, em 1919, passaram pela presidência 19 pessoas, tendo João Havelange governado por 17 anos (1958 – 1975). E Ricardo Teixeira, que esta mandando desde 1989 no cargo. Mera coincidência? A modalidade esportiva mais popular entre os brasileiros é reinado, desde 1989, por um homem que impõe as suas vontades. Todas

as decisões do futebol brasileiro passam por ele. Não importa se outra pessoa tem uma teoria melhor. Tomou uma decisão, está tomada. Quase nada é questionado, a não ser de um ou outro jornalista desobediente, que denúncia suas decisões. Não importa se o que decide tem, ou não, base técnica. Tomou uma decisão, está tomada. Assim como alguns governos do Oriente Médio, a CBF convive cercada de acusações. O governo de Ricardo Teixeira tem enfrentado diversas denúncias, como compra de votos na eleição do Clube dos 13, oferecendo dinheiro para os times opositores, cargos a parentes e amigos, uso do dinheiro da entidade para consumo próprio, sendo inclusive investigado. Prestou depoimento na “CPI do futebol” em 2000, por causa de um contrato com a Nike. Sau livre do inquérito. Para o estudioso de futebol Antonio dos Santos, existem muitas pessoas envolvidas por trás dos escândalos. “Têm muita gente por trás disso: Globo, Nike, políticos. Por isso que sempre acaba em pizza, porque nunca vai sobrar para somente uma pessoa, e sim para várias”, afirma Antonio. Atualmente, uma discordância entre os clubes assola o futebol brasileiro, confrontando grandes equipes em busca de mais dinheiro e poder, sendo todos observados pela CBF. Para o estudante de jornalismo Leandro

Pedro Henrique Santos

Ricardo Santos

Bidola quem perde com essa briga são os torcedores e os amantes do futebol. “Os clubes deveriam se unir, criar sua própria liga, assim como o NBB (Novo Basquete Brasil) e parar de depender da CBF. Eles não sabem o poder que tem em mãos, porque se continuar assim, todos sairão perdendo. O cada um por si nunca deu certo em nada da vida”, afirmou Bidola. O futebol brasileiro tem muitas semelhanças com as manifestações que estão acontecendo no Oriente Médio. Com toda a discussão e política envolvida, nossas noites de quarta-feira podem nunca mais serem as mesmas, e nosso domingo vai ser um pouco mais triste. Quem perde? Nós torcedores, que ficaremos sem assistir jogos e curtir um esporte que amamos. Em parceria com Sinergia K http://sinergiak. blogspot.com


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