Distribuição Gratuita
Ano 2 Edição 3 Março/2011 Distribuição Gratuita
JORNAL UNIVERSITÁRIO
Ano 3 - 5ª Edição. Março 2012 Google Imagens
O outro lado de quem ganha a vida nas ruas
Paula Godinho/FoCA
Na onda dos remakes
FCAD:A INVASÃO
Alexandre M. Tikamori/FoCA
Gisele Gutierrez/FoCA
O VERDADEIRO SEXO FRÁGIL
FoCA
2 GIRO FCA+D
Bianca Truzzi/FoCA
EDITORIAL Caros leitores, A 5ª edição do FoCa demorou, mas chegou, trazendo as novidades deste começo de ano na FCAD.
FoCA
3
VIDA UNIVERSITÁRIA
A invasão dos biXos
Fotos de Alexandre Massaharu Tikamori
Que o filme O Doce Veneno do Escorpião foi sucesso de bilheteria não é segredo. Segredo mesmo é a vida de duas garotas de programa que nos deixaram espiar um pouco essa realidade que não é nem um pouco glamourosa. Sem maquiagem e sem falsos pudores, o FoCA convida à uma viagem nesse mundo nada colorido. E não vamos esquecer dos novos habitantes dos corredores do bloco mais animado do Ceunsp: a bixarada tá solta. Confira a sessão Vida Universitária e descubra o que a galera aprontou nos primeiros dias do semestre. Tambéme conheça um pouco mais sobre a AECA, a nossa agência experimental e tudo o que rola por lá. E não para por aí: relembre o melhor e o pior remake de todos os tempos, entenda porque o número de cirurgias plásticas aumenta a cada dia no Brasil (inclusive entre a ala masculina) e, já que o assunto é beleza, descubra quem é o verdadeiro sexo frágil. É isso mesmo, o FoCA está imperdível! Boa leitura Gisele Gutierrez
O QUE É MESMO ESSA TAL DE AECA? Saiba como funciona a agência experimental da FCAD
Adla Machado
P
rimeiras semanas de aula, corredores lotados na FCAD, veteranos se reencontrando, calouros se conhecendo, professores apresentando suas disciplinas. O mesmo acontece também com na Agência Experimental de Comunicação e Artes, a Aeca. Ela desperta a curiosidade e a ansiedade dos alunos, principalmente daqueles que estão iniciando sua vida universitária na Faculdade de Comunicação, Artes e Desing do Ceunsp. E dentro deste
EXPEDIENTE FoCA - 2012 Professor Orientador - Pedro Courbassier Editora chefe - Gisele Lourenço Gutierrez Editora assistente - Daniela Ventura
Fotógrafos: Alexandre Massaharu Tikamori, Bianca Truzzi, Moises Teles de Medeiros e Paula Godinho, Gilson Moreira. O FoCA é um produto da Agência Experimental de Comunicação e Arte (AECA), da Faculdade de Comunicação e Artes (FCA) - CEUNSP
Também para os veteranos que já estão engajados, a Aeca representa um grande aprendizado. A estudante do 5º semestre de Jornalismo, e também editora chefe deste jornal universitário, Gisele Gutierrez, diz que a vivência nessa atividade é uma grande oportunidade para os alunos terem um contato maior entre si e também com os professores. “Vejo esse momento como uma oportunidade de colocar em prática tudo aquilo que aprendemos em sala de aula”, completa a universitária. Mais do que uma atividade complementar, a Aeca prepara o aluno para o que ela vai enfrentar no mercado de trabalho.
http://focafca.blogspot.com/
A Aeca é uma atividade extra classe, que acontece todas as terças envolvendo todos os cursos da FCAD. Os alunos participam de projetos diversos junto aos professores que coordenam os mesmos. Ao final de cada semestre o aluno tem a sua nota somada junto a nota da PO2. Mas será que só a nota é importante? Mais do que obter nota, os professores relatam a importância de lembrar que participar é uma chance única que os estudantes têm de apresentar suas ideias, trocar experiências, vivênciar e praticar,
Bianca Truzzi/FoCA
de
O jornal FoCA está na rede! Confira :
@jornalfoca
Para o professor do curso de Jornalismo e cordenador de alguns projetos da Aeca, Pedro Courbassier, a agência experimental serve para simular o mercado de trabalho. “O estudante recebe um desafio de construir um produto ou fornecer um serviço na área que atua”, relata Pedro. Ele completa dizendo que esse desafio deve ser executado da maneira mais parecida que ocorre no mercado e cita alguns exemplos: “Podemos ver as filmagens feitas tanto pelo grupo de Rádio e TV, quanto pelo grupo de Cinema. Eles tem a missão de editar produtos audiovisuais”.
contexto, os calouros se perguntam: O que é essa tal de Aeca? Para que ela serve?
Contato Email focafca2011@gmail.com Twitter - @jornalfoca Os textos publicados são responsabilidade de seus autores.
Gilson Moreira/FoCA
Repórteres - Adla Machado, Daniela Ventura, Filipe Gatti, Juliana Vassão, Nathali Ruiz, Tatiane Galvão.
ainda dentro da faculdade, aquilo que eles encontrarão em suas futuras profissões.
O
s primeiros dias letivos de 2012 no bloco K foi em clima de descontração. Bixos e veteranos encontraram-se nos corredores da FCAD e a festa estava garantida. Além dos trotes prá lá de criativos, rolou excursão pelo bloco e luau, com direito a professor soltando a voz. Isso só acontece aqui: porque aqui é mais legal!
P r o s t i t u i ç ã o A realidade de quem ganha a vida nasTatiane ruas Galvão
E
las não viraram estrelas de cinema, nem escreveram livros, mas descrevem a dureza do dia-a-dia nas ruas como nenhuma outra poderia. Aqui não existe glaumor, apenas a necessidade de sobreviver. Na calada da noite - Algumas vezes, nos vemos na obrigação de repetir alguns autores, embora esta não seja a minha predileção, tenho de ceder e parafrasear Paulo Coelho: em alguns momentos, o universo conspira a nosso favor. Após uma longa reunião da Agência Experimental de Comunicação e Artes (AECA), fui para a casa decidida a terminar o trabalho que me foi confiado. Por ironia do destino, fui à pé e no meio do caminho, ao invés de uma pedra, havia a personagem necessária para continuar o trabalho: Gabriela*
Nas semanas seguintes tentei encontrála, tanto por telefone como no seu local de trabalho. Mas, para minha frustração, não consegui localizá-la mais. Porém o trabalho (o meu) não foi em vão. Passados alguns dias, soube de uma moça que poderia me ajudar a concluir esse trabalho.
Vilã ou mocinha? - Garotas de programa estão mais próximas do que imaginamos e os motivos que as levam às ruas são vários: desde necessidade financeira a prazer. Stephannye Sophya* mora em Santana de Itararé, Paraná. Tem 25 anos e é mãe de um menino de três anos. É garota de programa há 11 anos e com o dinheiro que ganha, sustenta a família. Em entrevista, por e-mail, ao FoCA, abriu sua vida e o seu coração e contou um pouco de como é a sua vida.
Stephannye começou a se prostituir aos 14 anos para comprar drogas. Sua primeira experiência foi com um amigo que, segundo ela, já estava a fim e promoveu o seu trabalho aos outros amigos. Afirma que não sentiu remorso, principalmente porque fez desta uma atividade financeira, mas após passar o efeito da droga, chorou. Por morar numa cidade interiorana, Stephannye não via possibilidades de ter sucesso profissional. Não tinha estudo (parou no Ensino Fundamental), era viciada e a própria cidade não oferecia muitas oportunidades de emprego aos habitantes. Ela encontrou na prostituição a possibilidade de ganhar dinheiro para sustentar o vício e a família. A mãe sabe, mas não comenta nada. E o filho ainda não entende, pois tem apenas três anos. Stephannye disse que só vai contar ao filho, sobre seu trabalho, caso não consiga outro emprego até ele ter idade suficiente para compreender o que ela faz.
Gisele Gutierrez/FoCA
Marcamos para falar com ela numa terçafeira, no local que ela escolheu. Mas, desta vez, o destino não estava ao nosso lado e caiu o maior pé d’água. É claro que a chuva não seria nenhum empecilho se ela trabalhasse num lugar coberto, mas para quem trabalha nas ruas, até o ganha-pão foi afetado.
Gisele Gutierrez/FoCA
Gabriela é uma garota de programa, ou melhor, um travesti de programa. É casada e está nas ruas da cidade há algum tempo. Já fez programas em Itu e agora trabalha em Salto. Muito descontraída e desinibida, disse que adoraria ser entrevistada novamente (já foi entrevistada por um jornal de Itu), e que contaria tudo, absolutamente tudo, sem pudor. Sua única exigência: que no dia da entrevista nenhum homem estivesse presente.
Já tentou sair da vida nas ruas. Trabalhou como vendedora em uma loja, mas como o salário era baixo, não abandonou a prostituição. Sua patroa não sabia dessa atividade e um dia, um de seus clientes foi à loja e fez um escândalo. Ao saber da história, foi demitida e, como a cidade é pequena, ela não conseguiu, desde então, outro emprego com carteira assinada. Para complementar a renda, vende bijuterias e catálogos.
5
assim, tem que fazer o que está combinado, Os programas, por sua vez, são variados, e o mas tem gente que não quer nem saber. preço, pode-se dizer, são surpreendentemente, acessíveis. Tudo depende, é claro, do que Stephannye Sophya é uma mulher o cliente quer, “se for só sexo, tipo ‘papai vaidosa. Antes de sair às ruas, para trabalhar, e mamãe’, eu cobro uns 20 reais. Agora se toma banho, se maquia e está sempre ele [o cliente] quer mais coisa, que nem sexo anal, daí ficam mais caro, uns 70 reais”, conta Stephannye, “mas se eu olho prá cara do cliente e vejo que ele tem dinheiro daí eu cobro mais”, conclui. Seus principais clientes são homens casados, pais de família, às vezes é procurada por jovens solteiros. “Tem pai que paga pra tirar a virgindade do filho, tem filho que não gosta e o pai faz o serviço pro filho ver como que é. Quando é assim, pai e filho, eu cobro uns 50 reais”. Mulheres também fazem parte da clientela de Sthephannye, com menos regularidade, “com mulher não tem segredo é só uns ‘chupão’ (sic) e passar a mão”, revela sem muito pudor, “é até melhor, mas eu não dei beijo na boca porque deu nojo.” Apesar de estar nas ruas há alguns anos, Stephannye diz que já sofreu abusos “uma vez um cliente não tinha combinado nada de fazer sexo em grupo mas quando cheguei no lugar combinado ele estava acompanhado de mais dois amigos”, relembra “eu não queria sexo anal, mesmo assim eles me obriga-ram. Fiquei com muita raiva e queria matar todo mundo”, desabafa. Mas depois, com a “cabeça fria”, percebeu que não tinha muito que se fazer, “essa não era a melhor solução”, diz, afinal todo trabalho tem seu lado bom e ruim. Prefere acreditar que foi um acidente. Agora está mais prevenida: combina tudo antes, desde o que vai fazer, quanto vai custar e quem participará do programa. “As pessoas acham que só porque eu sou garota de programa tenho que fazer tudo o que eles querem, mas não é bem
impecável. Dessa maneira atrai mais a atenção dos seus possíveis clientes, “fico cheirosa, de cabelo arrumado e com uma roupa bem sexy, daí vou pra rua”, conta. Stephannye teve e tem uma vida sofrida. Agarrou a única oportunidade que a vida lhe deu para ganhar dinheiro e cuidar de sua família. Como qualquer pessoa, tem sonhos e planos para o futuro. Voltou a estudar e pretende cursar uma faculdade. Sabe que será difícil, mas garante que não vai desistir e busca forças para batalhar, cada vez que olha para seu filho. Não ficou rica, não escreveu livros autobiográficos e nunca fizeram um filme sobre a sua vida. Provavelmente nunca farão. Mas sua história é real e chocante, pois mostra que não há fantasias para quem está nas ruas batalhando o pão. O que existe são pessoas de carne e osso, que tentam incansavelmente mudar a história da sua vida. Algumas conseguem, outras tentam e passam a vida tentando. Stephannye está ai, pela ruas, tentando, e deixa seu recado: “Nunca achem que a garota de programa quer ganhar a vida fácil, porque às vezes a gente trabalha mais do que um trabalhador comum e enfrenta gente de tudo que é tipo: sem tomar banho, sem escovar os dente e a gente tem sentimento também,
Breve história da prostituição
Gisele Gutierrez
Nenhum documento prova que, realmente, a prostituição é a profissão mais antiga do mundo, como dizem. A verdade é que não é de hoje que o corpo é utilizado como moeda de troca. Passou pela história e foi encarada de formas diferentes: na Grécia Antiga, um legislador grego defendia que as prostitutas eram, na realidade, sacerdotisas de Vênus que tinham por missão livrar a cidade do homossexualismo e defender a castidade das donzelas. Com a ascensão da Igreja Católica, a Vaso grego, datado do século V - Dinheiro (representado conversa mudou, na prática, nem tanto. As pela bolsa pendurada acima do casal) e sexo é uma mulheres que se dedicavam ao meretrício relação bem antiga. eram consideradas impuras. Mas mesmo sendo repudiada pelo cristianismo, a prática mulheres cada vez mais jovens e bonitas. era vista como um mal necessário, como Filmes foram produzidos, livros escritos, defendeu Santo Agostinho: era uma maneira personagens de novela ganharam espaço. para os homens satisfazerem seus apetites O que antes ficava escondido, mostrousexuais sem recorrer a relacionamentos se. A imagem da mulher que se prostitui com outros homens ou ao estupro. faz parte do imaginário masculino e não Pouco a igreja pode fazer para acabar é dificil entender por que isso acontece. com a prostituição, mesmo com a "Existem homens que são impotentes perseguição durante a Idade Média, com as mulheres que eles estimam e que se justificava: a mulher, serva do respeitam e só conseguem cumprir o ato diabo, é quem era responsável por sexual com prostitutas", afirma a psicóloga seduzir o homem, este pouco podia fazer Chiland no livro O sexo conduz o mundo, contra o desejo incutido pela mulher. publicado em 2005. Independente das Na década de 1960, porém, com a justificativas, uma coisa é certa: não será liberação sexual, acreditou-se que seria o tão cedo que a prostituição sairá de cena, fim da profissão. Mas não, ela continuou ao menos não enquanto houver quem firme e forte, passou a ser personificado por venda e, principalmente, quem compre.
Gisele Gutierrez/FoCA
COMPORTAMENTO
FoCA
Gisele Gutierrez/FoCA
4
Google Imagens
FoCA
tem família pra cuidar, filho pra sustentar e tem sonhos”. Esperamos apenas que essa realidade, que não é fácil de ser encarada, não arranque de Stephannye e tantas outras como ela, a capacidade de sonhar e de acreditar que o amanhã poderá ser melhor do que o hoje. * Nome fictício para preservar a integridade da entrevistada.
CULTURA
Daniela Ventura
Porém, algumas sofrem muito com essas alterações ou diferenças, que acabam abalando muito a vida de algumas pessoas. Como conta a estagiária Keith Façanha, que desde os onze anos sofre com os quilinhos a mais. Por conta desse desconforto, fez duas cirurgias: uma lipoaspiração e uma mamoplastia redutora. Hoje, aos 21 anos, conta que sua autoconfiança está lá em cima graças as duas cirurgias. “Depois que eu fiz a cirurgia, minha vida mudou completamente, hoje acredito que a autoestima é tudo na vida de uma pessoa, e se existem formas para mudar aquilo que te incomoda, a melhor coisa é fazer’’, afirma Keith. Segundo a SBCP-SP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Regional de São Paulo), alguns cuidados pré e pós-cirúrgicos são essenciais: não acreditar em propostas de cirurgias simples, rápidas, sem preparo pré-operatório e em locais inadequados; além de checar se o local onde será realizado o procedimento tem o aval da Vigilância Sanitária; também é imprescindível conhecer e manter uma relação de confiança com o seu médico, buscar todas as informações possíveis sobre o profissional que irá realizar a operação, se ele possui especialização e se está ligado a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Mais que uma correção estética, o paciente se submeterá a uma cirurgia, por isso o local tem que contar com uma estrutura hospitalar, como UTI e centro operatório adequado.
Estar em busca de uma aparência mais bonita não é um problema, principalmente quando o O importante é ter, antes da cirurgia, tudo foco é se sentir melhor consigo mesma e com muito bem pensado, conhecendo todas as as pessoas a sua volta. “Se um procedimento consequências e sabendo que a primeira cirúrgico pode contribuir para a melhoria da impressão, depois da cirurgia, não será muito relação do paciente consigo e com o social, animadora: o inchaço e hematomas no local o mesmo deve ser feito”, afirma a psicóloga da operação podem assustar num a primeiro Dra. Vana Bedaque, mas alerta “o mais grave é momento, por isso, o repouso é necessário. “A pior colocar uma expectativa inatingível na cirurgia.’’ parte são os primeiros dias pós-cirúrgicos, senti Quando esse é o caso, a cirurgia não trará muitos uma dor insuportável na primeira semana, mas benefícios, ao contrário, deixará uma sensação na segunda semana já estava ótima.’’ Diz Keith. de insatisfação na pessoa que se submeteu a ela. Mesmo assim, para ela, o resultado fez todo esforço valer a pena: “quando você acorda e vê que correu tudo bem, depois vem o momento de se olhar no espelho e se sentir realizada, é uma sensação maravilhosa.”
A busca pela auto-estima é um conjunto harmonioso entre a satisfação física e mental. Algo que nenhuma cirurgia conseguira proporcionar. O cirurgião é responsável por mudar o corpo, e dar uma ‘’mãozinha’’, mas a responsabilidade de mantê-lo saudável é exclusiva do paciente.
A
CADÊ A IDEIA QUE ESTAVA AQUI? Hollywood apela para receitas de sucesso
Nathali Ruiz
ssistiu algum filme novo esse mês? Espere aí: Ele era realmente novo? Dos últimos filmes que você viu, quantos eram refilmagens? Ou era aquela velha história, que você já conhecia, que ganhou uma versão moderna? Será que a fonte cinematográfica secou? Afinal, como já dizia Lavoisier (francês considerado pai da química, viveu entre 1743 a 1794) que “nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Será que ele tinha razão? Estamos falando de remakes (do inglês, refazer) ou filme reciclado, que é quando se produz novamente uma história já conhecida do público. E isso é bom ou ruim? O FoCA foi
conversar com quem entende do assunto. Para o crítico de cinema e diretor de conteúdo do site Adoro Cinema, Francisco Russo, remakes são questões comerciais. Ele explica que fazer um filme é sempre caro e por isso quem produz sempre quer resultados. “Fazer um filme baseado em outro que já fez sucesso dá uma garantia maior de que o novo também se saia bem nas bilheterias, sempre se aproveitando da fama do original”, afirma Francisco. E ainda completa que a falta de criatividade não existe de fato. “O problema é justamente que roteiros originais têm sido deixados de lado”.
Reciclagem de sucesso Vários remakes fizeram sucessos, não há como negar. Em 1933, foi produzido King Kong. Dirigido pelos americanos Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack, é um clássico do gênero dos filmes de aventura. Com efeitos especiais simples e engraçados, passa despercebido pela nossa geração, já acostumada a grandes produções em 3D
Alfred Hitchcock dirigindo Janet Leigh, em cena de Psicose, clássico do suspense e com vários remakes no curríclulo.
Reciclagem Fail Mas nem todos os cineastas possuem a mesma sorte. Psicose, filme original de 1960 e dirigido por Alfred Hitchcock, é considerado, pelos críticos, o ícone dos filmes de suspense. Recebeu ótimas críticas e criou polêmica em uma das cenas mais famosas do cinema: a protagonista é esfaqueada durante o banho.
Google Imagens
Os motivos que levam as pessoas a se aventurarem no mundo das cirurgias plásticas são variados: um corpo totalmente diferente do original depois de uma gravidez, uma curva indesejada ou até mesmo a ação do tempo, vilão implacável do corpo.
Gisele Gutierrez/FoCA
1
“Clínica não é um lugar para se proceder uma cirurgia” alerta Fábricio Veloso, diretor clínico da Dream Plastic, Mestre em Medicina pela USP e especialista em Segurança para Cirurgia Plástica. Segundo ele, em uma clínica não há os recursos necessários para garantir a segurança do paciente. “Porém, há algum tempo, houve uma banalização desse assunto”, explica o Dr. Fabrício, “e muitos pacientes são operados em clínicas. Na maioria das vezes, contra as normas da Vigilância Sanitária e isso acarreta uma quantidade enorme de acidentes”, conclui.
Que as mulheres sempre foram vaidosas não é segredo. Mas o tempo passou, e hoje os homens também estão cada vez mais preocupados com a aparência. Segundo pesquisa feita pelo IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística), 18% das cirurgias plásticas realizadas por ano no Brasil são feitas por homens. As operações mais pedidas por eles são: pálpebras, lipoaspiração isolada e face em geral. Uma dessas intervenções é bem curiosa: o implante capilar, que representa 7% das cirurgias, prova de que os homens não acreditam naquele velho ditado que diz: que é dos carecas que elas mais gostam. "Diferente de alguns anos atrás, hoje o homem tem a mesma preocupação com a aparência que as mulheres. Culturalmente falando, a sociedade mudou e não tem mais preconceito em relação a isso’’, diz o cirurgião plástico Alexandre Nunes de Andrade. O preconceito ficou para trás, e, apesar dos homens não conversarem abertamente sobre o assunto, alguns garantem que muita coisa mudou depois da cirurgia. “Por muitos anos me incomodei com minhas orelhas", conta Guilherme Santos, estudante de 18 anos, "elas eram as famosas ‘orelhas de abano’, com 10 anos fiz a cirurgia de correção. Não me arrependo por ter feito e indicaria para as pessoas o procedimento, se isso for te ajudar a deixar para trás um trauma, faça", conclui Guilherme.
Outras versões foram lançadas em 1983, 1986 e 1990, todas sem sucesso. Mas o que mais chama atenção é o remake de 1998, no qual cenas, diálogos e situações são quase as mesmas do filme original. Mesmo sendo fiel ao clássico, é considerado pelos fãs da versão original, um filme desnecessário.
Em 1976, a história do macacão peludo, é refeita. Com algumas alterações no roteiro e dirigido por John Guillermin, levou dois Oscars (Efeitos Especiais e Fotografia).
Google Imagens
Gisele Gutierrez/FoCA
Homens x Cirurgia plástica
778. Este é o número de cirurgias plásticas feitas por dia no Brasil. Segundo estudo feito pelo Ibope, os brasileiros só perdem para os americanos em número de cirurgias plásticas no mundo inteiro.
7
Google Imagens
plásticas: aliadas da autoestima?
FoCA
Google Imagens
SAÚDE
6
Google Imagens
FoCA
Mas nada supera a produção de 2005. Peter Jackson, o mesmo que produziu o Senhor dos Anéis, arrepia com a nova versão do gorila. Recebendo ótimas críticas, três Oscars (Efeitos Visuais, Edição de Som e Mixagem de Som) e com uma bilheteria invejável, ainda é considerado o mais fiel ao original de 1933.
Cartaz de Psicose, de Gus Van Sant. A película de 1998 é considerada, pelos fãs do original, uma obra desnecessária
FoCA
8
Qual o verdadeiro sexo frágil?
MULHERICES
As mulheres provam que de frágeis não tem mais nada Juliana Vassão
O
Paula Godinho/Foca
Profissionalmente as mulheres já provaram que exercem, tão bem quanto os homens, funções de grande responsabilidade. Hoje em dia, é cada vez mais comum se deparar com mulheres no poder. Elas são diretoras, presidentes de grandes empresas. Afinal, até a presidente da república é mulher.
acidentes de trânsito e por envolvimento em brigas, enquanto os homens são os grandes campeões nesses dois casos. Tudo isso sem falar em gravidez, coisa que um homem jamais teria condições psicológicas de enfrentar.
POLITIKALIZANDO
Som politizado
Filipe Gatti
Simples e eficiente: a música com teor político contagia e faz refletir
C
olocar o dedo na ferida e expor uma opinião contrária: é assim que política e música vêm se misturando. Guerras, genocídios, ditadura e corrupção parecem temas muito complexos, que podem ser discutidos durante horas. Mas há músicas que, com muita criatividade, mostram que é possível falar sobre esses assuntos delicados de forma clara e objetiva, em poucos minutos. E assim, canções formam opiniões, transformam-se em hinos e defendem ideais. A criatividade dos músicos brasileiros foi colocada a prova durante a Ditadura Militar. Iniciada em 1964 - com o Golpe Militar que depôs João Goulart do poder e colocou Ranieri Mazzilli e, posteriormente, o Marechal Castelo Branco - foi um período de intensa censura, que só teve fim em 1985 com a eleição de Tancredo Neves. Na época surgiram vários nomes importantes da música brasileira como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Elis Regina, entre outros. Protesto - Músicas com temática de protesto eram comuns, porém, por causa da censura a manifestação tinha que ser feita de maneira discreta, subliminar, caso contrário poderia ser barrada e nunca chegaria ao público, como aconteceu com muitas de fato. Chico Buarque compôs Cálice, que abusava da ambiguidade óbvia com a palavra cale-se, fazendo clara objeção a censura da época. Ele foi aconselhado a não tocar a música, mas, junto com seu coautor Gilberto Gil, Chico decidiu tocá-la em um show. Assim que iniciaram a apresentação, seus microfones foram cortados. Vários músicos ficaram exilados em razão da Ditadura, passando longos períodos fora do país, mas,
Todo homem precisa de uma mulher, senão ele não funciona direito. Seja ela sua mãe, irmã, prima, namorada ou qualquer amiga. Os homens ainda não aprenderam a viver sozinhos, por isso a grande necessidade de ter sempre uma mulher ao seu lado. Isso tudo mostra que os homens são o verdadeiro sexo frágil. São completamente dependentes e influenciados pelas mulheres, o que nos torna o sexo dominante!
Google Imagens
pensamento machista a respeito do sexo frágil ainda existe. Homens são criados desde pequenos com a ideia de que devem cuidar das mulheres, que por natureza são delicadas. Será que as mulheres mantêm-se tão frágeis como no passado, ou isso mudou ao longo dos anos? O desenvolvimento das mulheres é mais rápido que o dos homens. Desde crianças notamos as diferenças. As meninas começam a falar, andar, ler e escrever antes dos meninos. Na adolescência, tornam-se mulheres de uma maneira sutil e graciosa, enquanto os meninos tornam-se homens “monstruosamente” sem nenhum encanto. Quando adultas, as mulheres tornam-se flexíveis a várias situações, lidam melhor com mudanças no cotidiano e estão menos sujeitas a morte por
o mais importante, é que não se calaram. "Mesmo nesse contexto atual, é lindo escutar Cálice e imaginar a porrada (sic) que era na cara do regime militar, é muito corajosa e deve-se muito respeito a ele e a outros intérpretes da nossa música", afirma Ana Clara Galindo, estudante de Ciências Sociais. Mas, episódios como o que Chico e Gil passaram, não impediu que outros músicos usassem a música para expressar seu descontentamento. “Legião Urbana é, até hoje, super atual, sempre trouxe em sua música severas críticas a nossa sociedade”, diz Gisele Lourenço, estudante de Jornalismo. Renato Russo e a Legião Urbana compuseram várias músicas de protesto como Que país é este e Faroeste Caboclo. Além deles, outras bandas que faziam música com teor político, como Ultraje a Rigor, Titãs e Capital Inicial. Eles expuseram, além de suas opiniões, as diferenças sociais do Brasil. Outros países – E não é só por aqui que música e política andam de mãos dadas. Um bom exemplo é a banda norte-americana System of a Down, formada por descendentes de armênios. A banda sempre relembra, em seus shows, o não reconhecimento do genocídio armênio, que, especula-se, matou 1,5 milhão de armênios entre 1915 e 1917, sendo o segundo maior genocídio da história, atrás apenas do Holocausto. A banda é tida como ativista e politizada, porém, seus integrantes não comentam as letras de suas músicas. "Nós não gostamos muito de explicar as letras das nossas músicas. Cada forma de arte deve ser interpretada pela pessoa que observa, ouve ou vê, e se nós explicarmos
a nossa definição de arte, que nem sequer é a mesma para cada um de nós, poderiamos dificultar a concepção de uma ideia própria", afirmou Jonh Dolmayan, integrante da banda. Entre as músicas da banda que mais repercutiram estão Boom (uma crítica sobre a guerra dos Estados Unidos no Iraque) e Chop Suey, que foi banida das rádios americanas pela grande semelhança com os ataques que aconteceram no 11 de setembro de 2001. “Acho que as letras do System of a Down são excelentes e libertadoras. Não gosto desse imperialismo americano. E os caras tocam as músicas lá, debaixo dos olhos do Tio Sam. Acho isso demais” afirma o universitário Rodrigo Rocatto. A música pode e deve ser usada como forma de protesto político. É uma forma inteligente de se fazer ouvir em uma linguagem universal. “Sinto falta de bandas que tinham realmente o que dizer, sinto muita falta das letras que nos fazia pensar. Acredito que é isso que tem falta aos adolescentes de hoje: pensar mais”, completa Gisele.