Zé Corisco e seus Amores

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ELCI MARTINS

TERESINA - PIAUÍ 2012


ZÉ CORISCO E SEUS AMORES

ELCI MARTINS

Terra de tantas belezas Que se mostram por inteiro, Como o ipê amarelo, Como o lindo caneleiro Árvore que virou símbolo, Tem porte altivo, altaneiro.

TEXTO Elci Maria da Rocha Martins elcimartins@hotmail.com

DIAGRAMAÇÃO E PROJETO GRÁFICO Marcus Dave evadsucram@hotmail.com

CAPA Jefferson Almeida

Foi aqui que Zé nasceu. Aqui ele quer ficar. Se, porventura, ele sai, É só para passear. E sua maior alegria É sempre a hora de voltar.

corvocartoon@hotmail.com

ILUSTRAÇÕES Jônatas Almeida jonatascartoon@hotmail.com

REVISÃO Nize Paraguassu Martins nparaguassu@yahoo.com.br

ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE PROJETO EDITORIAL Jasmine Soares Ribeiro Malta jasminemalta@ig.com.br

EDITORA Fundação Arine Editora da Universidade Federal do Piauí-EDUFPI IMPRESSÃO Gráfica O Dia

Ficha Catalográfica M386z Martins, Elci Maria. Zé Corisco e Seus Amores / Elci Maria Martins; Ilustração de Jônatas Almeida. – Teresina : Fundação Arine : EDUFPI, 2012. 36 p.

Teresina é uma cidade Que muitos valores tem. De um povo sorridente E hospitaleiro também. Por isso é que nosso herói A ama como ninguém. Zé Corisco, então, sonhando Com a sua capital, Cheia de verde e dosada De uma beleza real, Compreendeu que Teresina É mesmo sensacional. Moderna como Teresa Que o atrai e fascina; Brejeira e cheia de encantos Como a singela Cristina; É uma mulher formosa Com jeitinho de menina!

Organização: Jasmine Soares Ribeiro Malta. 1. Literatura Infantil. 2. História - Teresina. 3. Cultura. I. Título. CDD 028.5

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Dedicatória

Dedico esta pequena obra às minhas netinhas de sangue e também aos netos do coração: • •

Maria Júlia e Maria Beatriz – por encherem meus dias de alegria, realçando em mim um lado lúdico que nunca deixou de existir. Maria Clara, Luiz Carlos, Luiz Fernando, Raíssa, Welson Júnior, Antônio Lucas e João Victor. Netos do coração. Eles provaram que o amor multiplica-se ao ser compartilhado.


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Nossa juventude luta, Faz mesmo um trabalho belo. Na hora de atuar, Tá pronta e bate o martelo. Como o Grupo que compõe O Teatro do Monte Castelo. Teresina é uma capital Onde a generosidade impera. Para ajudar quem precisa, O nosso povo coopera. Tal diga o Padre Tony, Que grande evento lidera. Cada junho, uma caminhada Acontece na cidade. Reunindo um mar de gente da nossa comunidade. É a CAMINHADA do amor Movida à FRATERNIDADE. Povo bom e generoso Que tem grande coração. Teresinense da gema É gentil por vocação. Para ajudar quem precisa, Sempre estende a sua mão. Cidade verde querida Que nos encanta e seduz. É bom viver nesta terra Sob este céu, esta luz! Onde o amor que é plantado Farta colheita produz.

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Agradecimentos

Meus agradecimentos vão para: •

Eldina Soares – minha irmã, pela idéia, incentivo e o admirável dom de ajudar os outros a descobrir e desenvolver seus talentos;

Jônatas Almeida – cuja arte deu vida, graciosidade, cor e alegria aos versos que fiz;

Nize Paraguassu Martins – que, com extrema boa vontade, emprestou os seus conhecimentos na hora da revisão;

Jasmine Malta – de quem recebemos todo apoio, encorajamento e confiança para seguirmos em frente com o nosso projeto;

Finalmente, a todos os repentistas e cordelistas nordestinos, cujos dons e talentos me serviram de inspiração.


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E o progresso vai chegando Cada vez mais apressado, Com empresários de fora Visando nosso mercado. Cada vez mais atraente, Promissor e fortificado. Teresina tem crescido, Aqui não existe ócio, Só trabalho e honradez. Os amigos viram sócios. Teresina é hoje em dia A capital dos negócios. Vencemos na Educação Verdadeiro desafio, Com educadores zelosos E professores de brio. Muitas de nossas escolas Se destacam no Brasil. O incentivo à leitura Aqui é prioridade. A promoção do SALIPI Ganhou notoriedade. Grandes benefícios traz Aos jovens desta cidade. Humor de boa qualidade Isso nós temos aqui. Motivo é o que não falta Pro teresinense rir. Até Salão do Humor Nós temos no Piauí. 31


Apresentação

Teresina faz 160 anos, É uma bela capital, moderna e em crescente desenvolvimento, mas continua brejeira e cheia de singularidades. Acolhe, carinhosamente, seus visitantes, compartilhando suas riquezas naturais e culturais. Na linguagem do cordel, a obra “Zé Corisco e seus Amores” presta uma homenagem a Teresina, por meio de personagens lúdicos, que ganham cor, vida e simpatia com o talento do cartunista Jônatas Almeida. Que os leitores a apreciem, notadamente as crianças, a quem é dirigida de forma especial. A autora


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Assim que o ano começa, Cristina sonha de cedo. Tem paixão por um forró, Disso ela não faz segredo. Mal conseguindo esperar O Encontro de Folguedos. As duas encantam Zé Que sonha até demais. Tanto encanto sedutor Se completam e lhe compraz. As duas mexem e brincam Com o coração do rapaz. E até no Zé Pereira, Zé Corisco delirou. No maior corso do mundo, Seus amores encontrou. As duas estavam lindas.... Onde a alegria imperou. Verdadeira apoteose, É o corso de Teresina. É algo espetacular E o povo todo se anima. Nesta terra que é mulher, Com coração de menina. Nossa capital dispõe De avançada medicina. Por isso é referência, Outros Estados fascina. Muita gente vem de fora Se tratar em Teresina. 29


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Foi lá nos tempos de outrora, Nos tempos que já se vão, O Piauí era outro, Com outra população. A capital era Oeiras, Noutra localização. José Antônio Saraiva, Da Província, o Presidente, Com a capital ali, Não se mostrava contente. Escolheu outro lugar Que achou mais condizente. Numa chapada bonita, Encravada no sertão, Que atraía relâmpago E estrondava trovão, O Conselheiro Saraiva Pôs o seu plano em ação. Entre dois rios, criou Vila Nova do Poti. E na vila se instalou, Não quis mais sair dali. Dando nova capital Ao Estado do Piauí. Na Chapada do Corisco, Nasceu então Teresina, Uma cidade formosa Com jeitinho de menina. Menina de olhos doces Com a cor da cajuína. 9


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E Zé Corisco suspira, Continua a imaginar. Vê Teresina também Com uma doçura sem par, Com a candura de menina Que está a desabrochar. Essa menina que vê Na sua imaginação, Ele a chama de Cristina, Linda como uma canção. Doce e faceira morena Que encanta seu coração. E Cristina é diferente: Tem espírito brejeiro; Curte o folclore, as lendas, A boiada e o boiadeiro; Gosta de tudo que é nosso; Tem um amor verdadeiro. Lá no centro da cidade, Sempre está a passear. Pelas bancas de revista, Nunca deixa de passar. Pão de queijo do Cornélio, Não dá para dispensar. O São João para Cristina É puro encanto e magia. O mês de junho é pra ela, Festa, dança e alegria. Todo ano é a caipira Que mais anima a “quadria”. 27


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Criada entre dois rios De puro encanto e beleza, O Parnaíba e o Poti, Com a sua correnteza, Fizeram de Teresina Bonita por natureza. E se hoje Teresina É assim tão bem traçada, Com as ruas paralelas E muito bem projetadas, Devemos a um grande mestre Que a fez tão ordenada. O mestre que, aqui, falamos Era João Isidoro França Que fez um belo trabalho E nos deixou como herança. Teresina, bela cidade Que a cada dia mais avança. João Isidoro era mestre, Engenheiro e urbanista Das obras do Conselheiro, Foi o grande projetista. Saraiva teve a ventura De contar com esse artista. E o mestre João Isidoro Teve sua obra lembrada. A sua eterna memória Foi bem reverenciada. Seu nome, por tanto mérito, Foi dado à Ponte Estaiada. 11


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O Zé vê em Teresina, Uma mulher bem formosa, Que ele chama de Teresa, Muito moderna e charmosa, Desenvolta e elegante, Sempre ligada a uma prosa. Mas a prosa de Teresa É uma prosa diferente. É um “chat” na internet Que a liga a toda gente. É um “iphone” no ouvido E um “ipad” potente. Ela desfila nas ruas, No seu carrão, bem sentada, Indo da Frei Serafim Até a Ponte Estaiada. Malha nas academias, Por isso é sempre sarada. No devaneio do Zé, Teresa é a modernidade, Condizente com o progresso, Igual à sua cidade. Que cresce e se desenvolve A toda velocidade. Teresa adora um “shopping” E as butiques daqui. Grife de luxo é com ela, Vaidosa que nunca vi. Lá no Teresina Shopping, Sempre aprecia um “sushi”. 25


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Por falar em homenagem, Temos que aqui destacar E dizer porque escolheram O nome deste lugar. Quem não sabe quer saber E aqui vamos explicar. Teresina é uma homenagem A uma dama gente fina. A, então, Imperatriz, D. Theresa Cristina. E foi daí que surgiu O nome de Teresina. E com o passar do tempo, Com as coisas sucedendo, Teresina foi mudando, A cidade foi crescendo O progresso foi chegando, Mudanças acontecendo. Um jovem forte e garboso, Pescador de profissão, Destemido e corajoso, Mas de grande coração, Foi chamado Zé Corisco Pela bravura e ação. Zé Corisco, inteligente, No Poti Velho, nasceu, Conhece, da vida, a lida, Mas nunca esmoreceu. Teresina é seu lugar, Foi aqui que ele cresceu. 13


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E a visita do Né Se deu no mês de dezembro. A noite ia chegando, A cidade escurecendo, Mas as luzes do Natal Iam, aos poucos, se acendendo. Um evento deslumbrante, Né pôde presenciar. Foi o Coral de Mil Vozes Que se juntaram a cantar. Crianças entoavam hinos Pra nossa alma enlevar. Né voltou para sua casa, Feliz com tudo que viu. Mas ele também tem tudo Na terrinha de onde saiu. Lá é um lugar bem formoso Onde a sorte lhe sorriu. Zé Corisco, por sua terra, Tem verdadeira paixão E sempre vê Teresina Com os olhos do coração. É a terra onde nasceu, Daqui, também não sai não. Nos seus momentos de sonho, Vai longe a imaginação. Zé Corisco, então, dá vida A uma doce ilusão. Teresina é para ele Misteriosa visão. 23


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Amigo de Né da Mocha, Vaqueiro trabalhador, Sua Oeiras tão querida, O Né nunca abandonou Só veio a Teresina Quando Zé o convidou. Os dois, aqui, passearam Do ponto baixo ao mais alto. Navegaram pelos rios, Também rodaram no asfalto. E Zé mostrou para o Né Nosso lindo artesanato. Mostrou o Encontro dos Rios E a beleza do lugar. Mostrou o Cabeça de Cuia, A lenda, pôs-se a contar E a piabinha frita, Não puderam dispensar. Viram, no Pólo Cerâmico, Peças de grande beleza. Nosso barro trabalhado Ganha muita singeleza. Os artesãos do Poti Mostram trabalho e destreza. Na Praça Pedro II, Né também se encantou Com as lojas do artesanato E tudo que lá achou. As esculturas de ferro, Ele muito admirou. 15


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Viram o Teatro de Arena E o prédio da Prefeitura. Chegando à Praça Saraiva, Foram à Casa da Cultura, Relíquia da nossa História Que conserva a arquitetura. Seguiram até a Piçarra, No mercado, eles entraram. Das frutas e das verduras, Com a fartura se encantaram. Com as carnes, com os peixes, Com tudo o que encontraram. Caldo, cuscuz, bolo frito, Tudo tinha de montão. O cheiro do rango bom Era uma tentação. Comeram até se fartar A comida da Paixão. Para fazer a digestão, Deram mais uma esticada. Beirando o Rio Poti, Chegaram à Ponte Estaiada. Projeto audacioso De construção arrojada. Subiram lá no Mirante E que visão fabulosa! Teresina é uma cidade Acolhedora e formosa. É moderna, é progressista E, ao mesmo tempo, charmosa. 21


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Viu nossas ruas e praças; Leu “O Meio Norte” e “O Dia”; Viu “O Diário do Povo”, Tudo o que a mídia dizia. Se encantou com este povo De tão grande simpatia. Visitou nossas igrejas E o Museu do Piauí; Viu muita coisa bonita Que nem sabia existir. Prometeu a ele mesmo De sempre voltar aqui. A Igreja São Benedito, No alto da escadaria, Parecendo abençoar A cidade que se via, Que se coração tivesse, Era ali que bateria. Essa Igreja, tão formosa, Muitos fiéis arrebanha. Teve como fundador Frei Serafim de Catânia, Que se tornou muito amado Na terra que o Poti banha. Né da Mocha viu, ainda, O Palácio de Karnak, Em frente à São Benedito, Local de grande destaque. No assunto Teresina Né estava ficando craque. 17


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Viu na Igreja de Lourdes Obras de grande valor. Arte do Mestre Dezinho, Tesouro que nos legou. Com tudo o que foi visto, Né da Mocha se encantou. Continuando o passeio, Foram ao Mercado Central; Viram o Shopping da Cidade, Que coisa fenomenal!! Se encantou com a estrutura E adorou o pessoal. Lá, tomaram cajuína; Comeram castanha assada E muita coisa gostosa, Ali mesmo preparada. Continuando o passeio, Deram mais uma esticada. Viram a Igreja do Amparo Com o cruzeiro em evidência. A cruz que, ali, foi erguida, Um dia, foi referência Ao traçado desta cidade Que cresce em efervescência. Curtiram o Troca-Troca E outra bela construção, A Ponte da Amizade, Servindo de união Entre dois grandes Estados, Piauí e Maranhão. 19


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