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MARCO ZERO

Curitiba, junho de 2010

MARCO ZERO

Paulo Veiga

Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Facinter • Ano I • Número 4 • Curitiba, junho de 2010

Ah! Essas calçadas... Página 5 Estêncil, grafite (foto), sticker e cartaz lambe-lambe são manifestações artísticas presentes nas ruas da cidade

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Ronaldo Freitas

A arte ganha as ruas de Curitiba Uma história de superação

Há seis anos vivendo no Brasil, jovens músicos angolanos com deficiência visual acostumaram-se ao país e fizeram muitos amigos Página 10


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MARCO ZERO

Ao leitor

RESENHA

Como entender as eleições no Brasil e no mundo

Após caminhar pelo centro de Curitiba, nada como parar um instante para observar a paisagem, ainda mais com a proximidade do inverno: algumas árvores já perderam todas as folhas, há dias em que o céu fica nublado, sem sinais de que o clima vá mudar, e alguns curitibanos estão Adriano Gomes agasalhados, tremendo de frio, à procura Para quem quer entender os de uma barraca de quentão ou de um sistemas eleitorais, não só do Brasil, cantinho onde o vento não chegue. Mais do que procurar um lugar mas também de outros países, de maquente, devemos prestar atenção aos camin- neira muito prática e concisa, uma boa hos que tomamos, pois podemos tropeçar leitura é o livro Sistemas Eleitorais. O em algum desnível da calçada e nem perce- autor, Jairo Marconi Nicolau, esclarece ber os desenhos no chão, como os tradicio- diversas dúvidas sobre o tema, prendendo a atenção do leitor até o fim. nais pinhões. As calçadas de Curitiba são Nicolau explica que sistema o tema da matéria de capa desta edição do eleitoral é “o conjunto de regras jornal Marco Zero, em uma reportagem que define como, em uma eleição, que trata tanto dos aspectos culturais das o eleitor pode fazer suas escolhas calçadas como dos problemas enfrentados e como os votos são contabilizados por quem caminha no centro. para serem transformados em manUm dos lugares no qual podemos datos (cadeiras no Legislativo ou esquecer o frio é a Sociedade Garibaldi, chefia do Executivo)”. importante patrimônio de Curitiba, cuja O autor explica a diferença história é contada nesta edição. Mas quem entre as alianças feitas pelos partidos quiser curtir o clima gelado da estação e políticos nos lugares onde há segundo caminhar pelo centro vai perceber que é turno e onde ele não existe, além de tempo de Copa do Mundo, com as ruas e deixar muito bem explicada a diferenmonumentos enfeitados de verde-amarelo. ça entre a representação majoritária E, se observar com um olhar ainda mais e a representação proporcional e traatento, verá que a arte está em todos os es- tar do voto alternativo, dos sistemas paços urbanos. Esses são alguns dos temas eleitorais mistos e do voto em dois turnos e quando passou a valer esse que o leitor encontra nesta edição. Boa leitura!

Expediente O jornal Marco Zero é uma publicação feita pelos alunos do Curso de Jornalismo da Faculdade Internacional de Curitiba (Facinter) Coordenador do Curso de Comunicação Social: • Gustavo Lopes Professores Responsáveis: • Roberto Nicolato • Tomás Barreiros Diagramação: • André Halmata (5º período) Facinter: Rua do Rosário,147 CEP 80010-110 - Curitiba-PR E-mail: assessoria@grupouninter.com.br Telefones: (41) 2102-7953 (41) 2102-7954

sistema no Brasil. Nicolau diz que as eleições no Brasil nem sempre foram como estamos acostumados a ver. Houve tempos em que os presidentes se beneficiavam pelo sistema de maioria simples, forma de votação em que ganhava o candidato que obtivesse o maior número de votos, independentemente de ter aprovação de mais de 50% do eleitorado. Assim, os presidentes Getúlio Vargas, que obteve 49% dos votos, Juscelino Kubitschek (36%) e Jânio Quadros (48%) não teriam sido eleitos e precisariam disputar o segundo turno. Porém, a regra mudou quando a constituição de 1988 passou a vigorar. A Constituição determina que os candidatos a presidente, governador e prefeitos de cidades com mais de 200 mil eleitores devem obter 50% mais um dos votos válidos para serem eleitos no primeiro turno. Não fosse esse o caso, o cargo seria disputado em dois turnos. Somente nas cidades com um número inferior a 200 mil eleitores é que o can-

O que você acha do trânsito na área central de Curitiba? Larissa Glass

Foto: divulgação

EDITORIAL

Curitiba, junho de 2010

O trânsito de Curitiba é horroroso, com motoristas mal educados, que não respeitam as leis e quase passam por cima uns dos outros. As autoridades deveriam fazer campanhas educativas para melhorar o trânsito. Salomão de Oliveira, 54, segurança Muito congestionado. Até mesmo para quem anda de moto, é difícil sair do centro diretamente para os bairros. Acho que devera haver pistas separadas para os motoqueiros.

didato vence a eleição pelo sistema de maioria simples. Um bom exemplo para análise quando o assunto é eleição presidencial são os Estados Unidos. Os eleitores americanos escolhem seu representante por “intermédio de um colégio eleitoral, e não diretamente como outros países”. É possível encontrar na obra comparações do sistema eleitoral brasileiro com os de vários outros países, como, por exemplo, Estados Unidos, Reino Unido, França, Austrália, Alemanha e muitos outros. Um dos exemplos citados é a Espanha, onde os eleitores votam apenas nos partidos e não nos políticos. Os gráficos utilizados pelo autor ao longo de todo o livro ajudam muito na compreensão do assunto, que, sem dúvidas, é um tema que muitas pessoas têm dificuldade para entender. Para o professor e pesquisador do Instituto Universitário de pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj) Gláucio Ary Dillon Soares, “depois da publicação desse livro, ficou muito mais fácil ensinar Ciências Políticas”. O autor Jairo Marconi Nicolau é doutor em Ciência Política e pós-doutor pelo Centre for Brazilian Studies da University of Oxford. Livro: Sistemas Eleitorais Edição: 5ª Edição Autor: Jairo Marconi Nicolau Editora: FGV

Luciane de Oliveira, 35, assistente administrativa Ando de moto e costumo fazer em 30 minutos um trajeto que poderia ser feito em 15. Ricardo de Souza,19, estudante de Administração Precisa de manutenção regular nas vias e maiores investimentos com campanhas educacionais, como já houve no passado. Liane Cristina Barcellos, 23, estudante de Enfermagem Tumultuado, desorganizado e caótico. Falta colaboração e educação entre os motoristas. Uma solução seria o rodízio de carros e a implementação de metrô. Paulo Marcelo, 22, assistente comercial O trânsito é muito ruim e congestionado. Uma solução para isso seria a retirada dos estacionamentos das ruas. Espero que até a Copa de 2014 seja melhorado. Bruno Dias, 20, estudante Muitas ruas na cidade não têm movimento, mas tem somente um sentindo. Se essas vias fossem abertas para os dois sentidos, iria desafogar um pouco o trânsito, deixando-o fluir mais facilmente. Regiane Silva, 23, assessora de imprensa


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PERFIL

Do Paraná para o mundo Izis Cristine

Izis Cristine

Músico extraordinário, Waltel Branco tocou com Nat King Cole e fez trilhas de filmes e novelas famosas Waltel Branco, maestro, compositor e arranjador brasileiro, grande regente e violonista, é um senhor de cabelos brancos, que fala de maneira calma e contagiante. Mestre Waltel, como o chamam, nasceu em Paranaguá (PR) e hoje está com 81 anos. Filho de militar e também maestro, começou a estudar música aos sete anos, em Campo Grande (MS), quando a família foi transferida para aquela cidade, e sempre recebeu o incentivo do pai, Ismael Helmuth Scholtz Branco, saxofonista e clarinetista. Depois, passou a ter aulas de regência com dois outros maestros históricos, Alceu Bocchino e Mário Tavares. Suas viagens pelo exterior começaram cedo. Aos 20 anos, foi para Illinois, EUA, ter aulas com o guitarrista Sal Salvador, que tocava com Nat King Cole. Dava aulas de violão clássico, o seu forte, para sus- O músico Waltel Branco dando uma palinha em sua casa durante a entrevista. tentar o aprendizado de jazz. Tocou em um trio com Nat cendo naturalmente. Acredito no Você acha que antigamente as King Cole, além de ter produzido poder da atração, nunca passei coisas eram mais fáceis ? Eu tinha passe livre em too disco de seu irmão Fred Cole e, necessidade e faço e sempre fiz o mais tarde, o de Natalie Cole, filha que eu gosto”. Conheceu Roberto dos os lugares e, com certeza, foi de Nat. Seu trabalho em estúdios Marinho, em 1963, nos EUA. Re- a música que abriu as portas. Eu foi marcado basicamente por tri- cebeu o convite do jornalista para nasci para isso, eu tenho que vialhas sonoras. Waltel tornou-se o se tornar crítico musical do jornal jar e assim me sinto vivo. As coisas “O Globo”. Wal- acontecem de maneira natural, é a arranjador de uma das mais famosas “Eu nunca planejo nada, tel foi contratado e lei da atração.Eu tinha amizades passou a compor e que também me chamavam para trilhas sonoras da a pior coisa pra mim história do cinema, é planejar. Tudo que é dirigir trilhas sono- esses lugares. ras. A Globo foi o no filme “A Pantera bom vem para você. único lugar que con- O que você fazia nesses lugares? Cor de Rosa”. É só acreditar e ter As pessoas me chamavam seguiu segurar Wal- Com sua volpensamentos positivos” tel por mais tempo: para participar de um projeto, e eu ta ao Rio de Janeiro, Waltel pegou o início da bossa nova, ficou até 1991. Fez trilhas para “O ia sem nem saber direito o que era. que contribui para evidenciar a im- Bem Amado”, “Roque Santeiro” e E sempre me dei muito bem, pois nunca passei necessidade. portância dele como profissional “Morte e Vida Severina”. de talento. Fez todos os arranjos de Waltel Branco continua a “Chega de Saudades”, de João Gil- compor e ainda toca com outros Quando decidiu voltar para Cuberto. Depois, gravou dois discos músicos. Faz apresentações e dá ritiba ? Voltei em 1993. Então comsolos, “Guitarra em Chamas 1 e 2”, aulas de música. Ele encanta com tendo como acompanhante o violão sua voz calma e seu entusiasmo e ecei a dar aula na Oficina de Música de Baden Powell. disposição de uma criança. E suas e no Conservatório de Música Popu O músico viajou para viagens não param. Em entrevis- lar Brasileira, onde fui consultor . vários lugares no mundo, sempre ta ao jornal Marco Zero, ele fala indo atrás da música com uma fa- sobre seus projetos e sua vida, O senhor já recebeu várias homcilidade que nem ele mesmo sabe inteiramente dedicada à busca da enagens. Pode falar de alguma delas ? explicar. “As coisas iam aconte- perfeição.

[Risos] Tenho tantas que quando eu vejo já aconteceu. Tenho de Cidadão Honorário de Curitiba e de Ponta Grossa; uma condecoração do Estado do Paraná, a Ordem Estadual do Pinheiro, e recebi uma homenagem em 2008 da Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Existe até uma rua em Curitiba com meu nome. Você está gravando um novo CD? Já tenho seis CDs gravados, mas que outras pessoas produziram. Nunca me sobrou tempo, pois eu sempre estava envolvido fazendo músicas. Dessa vez, quero gravar minhas músicas, só no violão. Na verdade, nem sei quantas músicas já fiz. Perdi muitas por não ter catalogado. Estou gravando esse cd em um estúdio com laçamento para esse mês de junho. Quando escreveu seu livro sobre partituras para violão ? São obras para violão que foram lançadas em 2008.


TRILHAS DO TEMPO

Palácio Garibaldi é ícone no estado Osvaldo Soares

Osvaldo Soares

Há 126 anos, o Palácio Garibaldi, que é tombado pelo Patrimônio Histórico do Paraná, vem estabelecendo um grande intercâmbio entre Brasil e Itália. A Associação Giuseppe Garibaldi, fundada em 1883, nasceu da idéia de congregar os imigrantes italianos em Curitiba, com o mesmo ideal que levou Giuseppe Garibaldi a lutar na revolução Farroupilha (1839) e pela unificação da Itália. Os imigrantes ainda saudosos da Itália pretendiam homenagear Giuseppe Garibaldi erigindo um monumento ao chamado “herói dos dois mundos”, porém, isso foi impossível, porque o Brasil vivia na monarquia de D. Pedro II, ligado a famílias imperiais da Europa contra as quais Garibaldi lutara. Surgiu então a idéia de organizar uma sociedade que perpetuasse o nome do líder e atendesse a algumas necessidades dos colonos radicados em Curitiba. Em 2 de junho de 1883, foi constituída a Societá Giuseppe Garibaldi di Beneficenza fra gli Italiani dimoranti nel Paraná. Sua legalização demorou ainda um mês, sendo instalada a primeiro de julho de 1883, data considerada oficialmente como de sua fundação. Na prática, a Sociedade permitia compartilhar interesses e necessidades entre os italianos em Curitiba. A sede da Sociedade Garibaldi, na Praça Garibaldi, em Curitiba, foi projetada por Ernesto Guaita, engenheiro e agente consular da Itália. A construção do Palácio, iniciada em 1887, foi concluída em 1904. A fachada em estilo neoclássico, obra do arquiteto João Mio, só ficou pronta em 1932. O prédio sediou o movimento operário paranaense e, em 1906, o I Congresso Estadual que gerou a Federação Operária no Paraná. Durante a Segunda Guerra Mundial, o palácio foi desapropriado pelo governo e teve uso como Palácio da Justiça e sede do Tribunal Regional Eleitoral. Foi devolvido à Sociedade em 1962 e em 1988 foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná. Hoje, o Palácio é um local tradicional e luxuoso, localizado próximo ao Largo da Ordem, em Curitiba. É utilizado para a realização de eventos, como aniversários, casamentos e formaturas, que buscam requinte e qualidade, somados à tradicional arquitetura e seus ricos detalhes internos, com móveis clássicos, lustres de cristal e espelhos exuberantes em molduras com bisotê. O Palácio da Associação Giuseppe Garibaldi fica na Praça Garibaldi, 12 (em frente ao Relógio das Flores).

SERVIÇO: Telefones: (41) 3323-3530 • 3223-6619 www.associaçãogiuseppegaribaldi.com.br

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Vale a pena morar no centro? Moradores relatam vantagens e desvantagens de morar na região central de Curitiba Gabriel Sestrem

Por um lado, a facilidade de acesso a todos os serviços, a economia de gasolina e o transporte público. Por outro, violência, barulho e trânsito caótico. Vale a pena morar no centro da cidade? Segundo o cabeleireiro Ulisses Gomes, de 59 anos, vale a pena enfrentar todos os tipos de revezes para economizar no transporte e ter conforto e acessibilidade aos serviços existentes no centro de Curitiba. Gomes, que possui um comércio na região há quatro anos, revela algumas vantagens de morar na área central. “Tenho tudo à disposição, economizo com gasolina e evito o stress devido ao transporte público. Na verdade, economizo com tempo e dinheiro”. A estudante de publicidade Letícia Glass, de 19 anos, também aprecia a facilidade de acesso aos serviços da região. “No centro, é tudo mais perto e tudo mais prático. Saí do bairro e passei a dividir o apartamento com uma amiga para facilitar o acesso à faculdade e diminuir os gastos com transporte”, conta. Mas nem tudo são flores na vida de quem mora no centro da cidade. O ator e estudante de jornalismo da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Alessandro Ferreira dos Santos, de 28 anos, conta que já é comum assistir a cenas de violência nas redondezas da praça Zacarias, onde mora. Santos, que veio de São Paulo há três anos e mora no centro de Curitiba desde o início de 2010, afirma que, além de ser palco de assaltos e brigas de torcidas, o centro é muito barulhento, o que atrapalha o sono dos moradores da região. “A diferença entre morar em bairros e aqui é que no centro você tem mais facilidades para encontrar serviços 24 horas, supermercados, bares, restaurantes, mas também existem muitas coisas que atrapalham, como a violência e o barulho”, comenta o estudante. Santos, por outro lado, cita outro ponto positivo: o comércio do centro de Curitiba fecha mais tarde, por volta de 20h, difere ntemente dos estabelecimentos de bairros, que encerram suas atividades em torno das 18h. A violência dos bairros de Curitiba se repete no centro da cidade. Ulisses Gomes conta que há algum tempo, quando possuía um programa de rádio no domingo pela manhã, saía de casa logo ao amanhecer. Segundo ele, foram

Gabrierl Sestrem

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O cabeleireiro Ulisses Gomes: economia de tempo e dinheiro

raras as vezes em que não viu gangues em confronto ou grupos de jovens atacando pessoas ou outros grupos. “À noite, não é possível sair aqui no centro. Há muitas zonas de tráfico, muitas brigas e assaltos. Nunca fui vítima, mas já vi um grande número de assaltos e violência. Presenciei até tiro na cabeça, jovens se espancando e gangues de rua. Recordo que interferi em algumas situações. É muito triste ver um grupo de várias pessoas chutando um jovem, sem condições de defesa”, conta. No balanço de vantagens e desvantagens para quem vive no centro da cidade, uma questão parece variar de pessoa para pessoa: o custo de vida. Enquanto as contas de água e luz aparentemente são mais baratas, o aluguel pode ser significativamente maior. Para o cabeleireiro, o custo de vida se tornou mais barato quanto se mudou para centro. Gomes, que morou 30 anos no bairro Capão da Imbuia, diz que sua conta de luz diminuiu de forma satisfatória quando passou a residir na região central. “Para mim, o custo para morar no centro é mais baixo. Até a conta de luz foi reduzida. No bairro, pagava de 180 a 200 reais. Aqui, pago em média 25 reais. Em contraposição a Gomes, Letícia conta que o aluguel pago por ela e amigos seus não é menor do que 700 reais.


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Calçadas nada femininas

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Quem anda de salto alto nas ruas de Curitiba arrisca-se a sofrer acidentes

Rapidinhas

Paulo Veiga

Quem nunca caiu ou viu alguém tropeçar nas calçadas de Curitiba? Não é difícil responder. É só andar pela cidade e ver como elas são precárias. Na rua XV de Novembro, no centro da capital paranaense, é muito comum ver as mulheres presas, com seus saltos, nos pisos irregulares. Elas são as principais vítimas. Moradora de Curitiba há nove anos, a comerciante Loidir Baum, de 28 anos, desabafa sobre a rotina de andar a pé na cidade. “Estou cansada de trocar os taquinhos das minhas botas. Os sapateiros devem lucrar e muito com a manutenção de sapatos femininos”, comenta a gaúcha. Tropeçar e cair não é nada confortável. Quando isso acontece, com certeza as pessoas sentem vergonha e, além disso, o perigo de se machucar é um fator que se deve levar em conta. Segundo a Prefeitura de Curitiba, existe um projeto, chamado “Caminhos da Cidade”, que tem como objetivo melhorar as calçadas, além de garantir as necessidades dos deficientes físicos. Na região central da capital, o material mais usado nas calçadas é o tradicional petit-pavé. Nas calçadas da Rua Marechal Deodoro existe um novo modelo de piso, o paver, considerado mais seguro e mais durável. Bem aceito pelos curitibanos, o resultado está sendo positivo, conforme revela a arquiteta Ariel Stelle, do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) Conforme informações do site da Secretaria Municipal de Urbanismo, a Prefeitura decidiu enfrentar o problema das calçadas por acreditar que se trata de uma questão de interesse público. Com medidas a curto, médio e longo prazo, o importante é garantir o conforto e segurança da população. O aposentado Danilo Valde, de 63 anos, prefere andar de carro na cidade. “Algumas pessoas até me chamam de antipático, mas não é culpa minha. Se eu não andar olhando para baixo, posso cair e me machucar. Não consigo desviar das pedras, dos buracos e ao mesmo tempo cumprimentar as pessoas quando caminho”, reclama. Entre os idosos, existem muitas queixas sobre os pisos irregulares, que dificultam as caminhadas. A Prefeitura, no entanto, informa que o responsável pela construção e manutenção das calçadas, quando a rua é pavimentada, é o proprietário do terreno. Além de as pessoas precisarem cuidar da própria segurança – pois sofrer com um assalto não é novidade hoje em dia –, outra preocupação é não sofrer com uma entorse. Quando chove, o perigo é dobrado. O chão torna-se liso como sabão. As calçadas ficam escorregadias, com inúmeras poças de água. O que é mais importante: manter o tradicionalismo cultural na cidade (argumento dos que defendem as calçadas irregulares de petit-pavé) e aceitar a situação, aprendendo uma nova modalidade esportiva, o “pula buraco”, desenvolvendo habilidades em desviar desses obstáculos a cada metro, ou haver calçadas transitáveis? Segundo o jornalista José Carlos Fernandes, “existe o apego por parte das pessoas na preservação das tradicionais calçadas de Curitiba, pois se trata de algo histórico. Em compensação, ter uma calçada eficiente contribui para que as pessoas andem mais, e isso ajuda até o comércio”. Fernandes explica que a estrutura para os meios de locomoção

Placa no lugar errado Quem passa pela Rua André de Barros, na região central de Curitiba, encontra uma placa de trânsito sinalizando “Proibido Estacionar”. O curioso que a placa está no meio da calçada, dificultando a passagem dos pedestres e mal sinalizada para quem está dirigindo. Esse trecho da calçada foi recentemente modificado pela Prefeitura de Curitiba. Ficou até interessante, pois alivia o trânsito complicado da região. Só falta a PMC acertar a localização correta da placa.

Padrões de calçadas

“Estou cansada de trocar os taquinhos das minhas botas”, diz a comerciante Loidir Baum.

nas grandes capitais foi pensada mais para os carros do que para aqueles que andam a pé. A arquiteta e escritora Lúcia Torres de Moraes Vasconcelos, em seu livro Calçadas de Curitiba, defende o petit-pavé, ou mosaico português, como patrimônio cultural de Curitiba. Ela explica que o material é um referencial da cidade e não pode correr riscos de desaparecer devido à falta de esclarecimento da população em relação ao seu valor. Segundo a arquiteta, o petit-pavé, “pedrinhas” que formam desenhos em forma de pinhões e pinheiros, estão ligados à história do Paraná. Algumas dessas calçadas não existem mais, e a preservação delas é extremamente importante para cidade. Não é de hoje que as calçadas curitibanas são alvo de críticas por parte da população. Se analisado o modelo das calçadas usadas em um tempo remoto, como o achado arqueológico da Praça Tiradentes, pode-se dizer que desde muito tempo os pisos já eram irregulares. Até quando a tradição vai sobreviver? Paulo Veiga

Paulo Veiga

Decreto de 2006 da Prefeitura de Curitiba determina os padrões construtivos e de materiais que devem ser seguidos na pavimentação dos diferentes tipos de calcadas na cidade. Os padrões foram definidos de acordo com os logradouros existentes na cidade (área central, setor histórico, vias estruturantes, unidades de conservação e demais vias). Ao todo, são quatro padrões de materiais com as seguintes características: •Padrão A – executados com blocos de concreto intertravados. O paver, como é conhecido, apresenta uma série de vantagens, como boa resistência, durabilidade, drenagem superficial, boa estética, integrandose aos ambientes, facilidade de aplicação e principalmente de manutenção, reaproveitamento das peças e flexibilidade em cores, possibilitando uma infinidade de combinações. •Padrão B – executadas em CBUQ (asfalto) com fiada de paralelepípedo. •Padrão B1 – CBUQ sem acabamento. •Padrão C – placas de concreto de 40cm x 40cm ou 45cm x 45cm, com rejunte nivelado na superfície do piso.

Riachuelo de cara nova

As calçadas feitas de granito bruto são as mais problemáticas

A Rua Riachuelo está de piso novo. A Prefeitura terminou no fim de abril a troca de calçadas do lado esquerdo da rua, entre a praça Generoso Marques e a Rua Paula Gomes. As obras de revitalização da rua ainda vão incluir uma nova iluminação, com novos postes e luminárias, e recapeamento do asfalto. O novo passeio é feito de lajotas vermelhas, e o piso é antiderrapante. As obras foram bem aceitas pelos comerciantes.


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Textos e fotos Ronaldo Freitas

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Acasa: um novo olhar sobre a arte das ruas Ronaldo Freitas A Arte Urbana vem ganhando espaço no mercado nos últimos anos. A prática, que até algum tempo ficava restrita a muros, paredes, placas e outros objetos presentes na paisagem urbana, agora já é vista em estampas de camisetas, fachadas comerciais e muros de escolas, entre outros locais, como sinal de que a abordagem de vandalismo já não prevalece nesse meio. Entre as manifestações artísticas de rua, o grafite é uma das atividades de maior prestígio. Além de ter seus traços usados por vários designers, também vem sendo abordado em campanhas publicitárias, e ainda é possível encontrar exposições reservadas a esses trabalhos em várias cidades do Brasil. Em Curitiba, o projeto Acasa, fundado em 2008, criou um espaço expositivo com o propósito de promover o encontro de colecionadores, apreciadores, pesquisadores e artistas de múltiplas linguagens - do grafite ao vídeo. Valério Siqueira, ou Cimples, seu nome artístico, é um dos coordenadores do projeto. Ele conta que a idéia de fundar um espaço reservado para a arte urbana surgiu da união de pessoas ligadas ao grafite, ilustradores e designers.

Cimples é o pioneiro do grafite em Curitiba.

Paralelamente, o Acasa trabalha com a produção e promoção das artes visuais e suas interconexões. Entre suas atividades, estão: exposições, eventos, pinturas de espaços variados, ilustrações, palestras, cursos livres, entre outras. Todo seu trabalho tem como finalidade a valorização da arte urbana. “Nosso objetivo é oferecer ao artista urbano um espaço para aprender, discutir e promover sua prática, em um local que ofereça total liberdade para ele se expressar, sem nenhum compromisso”, esclarece Cimples. Coordenador e artista Além de coordenar o projeto Acasa, Cimples produz trabalhos

partindo do grafite. O artista é considerado um dos precursores da prática em Curitiba. Em 1998, ele criou a revista Destroi Mag, cujo objetivo é registrar e divulgar essa arte na capital paranaense. Em relação aos trabalhos desenvolvidos na cidade, ele tem uma opinião peculiar: “O pessoal de Curitiba, que começou antes de 2000, já tem uma identidade definida. Com o ganho de experiência, cada um cria um traço próprio que é reconhecido facilmente em qualquer atividade que ele faz”. Quanto aos seus trabalhos, Cimples explica que costuma usar em suas obras temas que partem de figuras abstratas. “O grafite curitibano possui várias temáticas. Existem aqueles que trabalham as letras, outros abordam a questão social e a desigualdade na distribuição territorial. No meu caso, busco trabalhar com a percepção das pessoas para com o mundo, isso com uso de imagens que mexam com os seus sentidos”, explica. O artista revela que desde 2007 vem fazendo uma ampla pesquisa sobre o grafite, com a intenção de lançar um livro abordando a história dessa arte em Curitiba.

Lin

Manifestações da str

Se você transita pela região central de Curitiba, é provável que tenha observado, sobre muros e paredes, algum tipo de grafite, cartazes com texto ou desenho e adesivos colados em lugares inusitados, como placas e lixeiras. Saiba que essas são manifestações características da street art, mais conhecida no Brasil como “arte urbana” ou “intervenção urbana”. Entre as práticas mais comuns que fazem parte desse movimento estão: o grafite (inscrição caligrafada ou desenho pintado sobre paredes e muros), o estêncil (desenho ou ilustração produzida através de uma matriz fixa), os stickers (adesivos temáticos colados em lugares estratégicos) e os cartazes “lambe-lambes” também chamados de poster-bombs (produzidos individualmente com tinta látex, spray ou guache). Trabalhos relacionados à arte urbana podem ser observados em diversos pontos da cidade. Os frequentadores do centro de Curitiba divergem em suas opiniões quanto ao assunto. Para alguns, a prática implica uma poluição visual e prejudica a região central. “Os adesivos colados nas placas dão a impressão de vandalismo, e os desenhos pintados em paredes deixam a cidade com uma aparência de mal cuidada”, comenta a estudante de direito Ana Paula Gomes, de 26 anos. Já a auxiliar de enfermagem, Sandra de Souza, 27, defende a


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reet art proporcionam o eterno debate: vandalismo ou arte? prática: “Quando você observa um manifestação artística. “Um trabalho grafite bem feito, o desenho é capaz feito na rua pode estar presente dende mexer com seus sentimentos”. tro de uma instituição de arte, assim Ainda segundo a auxiliar, muitos como um trabalho de dentro da instinão prestam atenção ao que está ex- tuição pode circular na rua. Este é um posto nas manifestações: “Muitos trânsito normal”, explica. criticam, mas a verdade é que se as pessoas parassem e refletissem so- Objeto de estudo bre o desenho e os personagens que O jornalista Rodrigo Wolff fazem parte dele chegariam à con- Apolloni, prestes a completar seu clusão de que uma mensagem está doutorado em Sociologia na Universendo transmitida ali”. sidade Federal do Paraná (UFPR), Mas qual seria a finalidade de tem como objeto de estudo prátiquem pratica essas manifestações? Se- cas relacionadas à arte urbana, exgundo o bacharel em gravura da Es- pressões que ele chama de “paper cola de Música e Belas street art”. Para ele, Artes de Curitiba Mai- “Ninguém vai para a rua, manifestações que kel Aparecido da Maia, na calada da noite e sob abrangem o grafite, em cada uma das intera pichação e a paper risco de violência, sem venções feita na capital, street art (estênceis, um bom motivo” há uma mensagem a lambes, stickers e ser passada, cujo tema interferências de varia conforme o executor da prática. objeto) expressam a linguagem de “Tanto na produção do grafite quanto um determinado público das grandes do cartaz ou dos adesivos, cada autor cidades. “É uma expressão típica da opta pelo uso de determinados sím- metrópole, que nasce dentro dela e, bolos. Na confecção do material, são de certa forma, se coloca como reusados signos e linguagens que esta- sistência. Não, porém, como uma rebelecem a ideia que ele quer passar, e sistência ‘clássica’, de esquerda, por essa mensagem é reforçada pelo local exemplo, mas uma resistência estética em que ele expõe sua intervenção”, e subjetiva”. explica o bacharel. Quanto ao que motiva os pratiMaikel da Maia cita que muitos cantes, ele cita que o objetivo prindos praticantes da intervenção ur- cipal é difundir seus próprios conbana têm seus trabalhos catalogados teúdos. “Ninguém vai para a rua, na e expostos em galerias, um indicativo calada da noite e sob risco de violênde que a prática é reconhecida como cia, sem um bom motivo. Nesse caso,

o objetivo é comunicar algo que está no espírito e que não encontra espaço nas formas padrão de comunicação. Porém, em especial no caso do grafite e da pichação, os artistas também buscam se comunicar entre si e demonstrar poder a partir dos sinais nas ruas. Nesse caso, a coisa também assume um aspecto de jogo entre indivíduos que dominam uma mesma linguagem e pertencem a facções distintas de uma mesma tribo”. A arte urbana é discriminada por muitos, e um dos motivos seria o fato de que muitos ligam sua prática ao vandalismo, pois os lugares em que são expostos os trabalhos quase sempre são de propriedade particular ou espaços públicos. Apoloni defende um outro argumento: “Muitas vezes, eles ajudam a população a lembrar das áreas degradadas, quando ‘tomam conta’ de imóveis e áreas abandonadas”. Para finalizar, ele deixa um conselho para aqueles que costumam pré-jugar a arte urbana e suas manifestações: “Sugiro que as pessoas olhem para os lugares da cidade que normalmente acabam esquecidos em meio à correria do dia a dia, em especial no centro da cidade. É lá que essas manifestações estão, e sua principal função talvez seja a de despertar as pessoas para fragmentos cênicos e até mesmo para emoções que acabaram deixadas de lado”. (RF)

urbanas

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William Kasprsak

ACONTECEU

Ética e transparência na política do Paraná

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E mais.... Jéferson Loureiro Andréia Barutot

Acidente com ônibus mata duas pessoas na Tiradentes Na manhã de quinta feira (10/06), um ônibus da linha Colombo-CIC saiu desgovernado da estação tubo na Praça Tiradentes, colidiu com um carro, subiu a calçada e entrou nas Lojas Pernambucanas. O acidente causou a morte de duas pessoas e feriu 32. Duas mulheres ainda estavam em estado grave na segunda feira (dia 14). Segundo o depoimento do motorista, José Aparecido Alves, e das testemunhas, o descontrole do veículo foi causado por alguma falha mecânica, o que a perícia deve apurar em até 30 dias. Segundo Alves, ele buscou deesviar o ônibus para um lugar com menos pessoas.

AL aumentará gastos em até 60%

Curitibanos deixam de lado o estigma de povo frio e vão às ruas para pedir afastamento do presidente da Assembléia Legislativa do Paraná Eliaquim Júnior Uma multidão se aglomerou na noite de terça-feira (08/06) na Boca Maldita, na Avenida Luiz Xavier, para participar do movimento “O Paraná que Queremos”, promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil para pedir mais transparência e respeito na política. “Diziam que o curitibano é frio, que o brasileiro não se interessa por assuntos públicos. Isso não é verdade,” declarou o presidente da Federação das Indústrias do Paraná, Rodrigo da Rocha Loures, surpreso com a presença massiva de jovens, mulheres, trabalhadores e empresários no evento. “Isso demonstra que todos querem participar. É só uma questão de haver espaço, um convite, um mínimo de articulação, e as coisas acontecem”, afirma Loures. Munidos com bandeiras, faixas que diziam “Fora Justus” ou “Ética e Transparência: o Paraná que Queremos”, e cantando em alto e bom som o Hino Nacional, milhares de cidadãos compareceram ao local para exigir, entre outras medidas, o afastamento da mesa diretora da As-

sembléia Legislativa. As irregularidades na Assembléia vão desde contratações de funcionários fantasmas, desvio de verbas e nepotismo a falta de informações corretas sobre os servidores daquela casa. “É um ato marcante da história da nossa cidade e serve para mostrar às pessoas que estão nos governando que tenham mais atenção aos recursos públicos, porque seus atos estão sendo vistos de perto”, comentou o presidente da OAB-PR, Ophir Cavalcante. A organização do evento entregou um projeto a ser analisado pelos deputados que visa maior transparência, não somente no Poder Legislativo, mas também nos poderes Judiciário e Executivo. O projeto, que deve ser votado ainda neste semestre, apresenta um regulamento segundo o qual todos os poderes terão de publicar seus atos em no máximo 30 dias nos Diários Oficiais do governo do Estado, caso contrário, o responsável receberá uma multa e responderá por improbidade administrativa. Ophir alega que acredita que os deputados irão considerar seriamente a possibilidade de aprovar o projeto pois isso

evitará problemas no futuro. Segundo o deputado estadual Ney Leprevost, o povo curitibano não é tão passivo quanto aparenta ser, e há cidadãos que não aceitam desmandos e posturas incorretas. “Hoje os curitibanos demonstraram que sabem exercer sua cidadania na plenitude”, afirmou. Em ano eleitoral, ele também aconselhou os eleitores a buscarem conhecer a ficha do candidato, seu passado, e acrescentou que a pessoa que não usou o dinheiro público com zelo e seriedade terá dificuldades nas eleições deste ano. A estudante de jornalismo Camila Souza de Camargo diz que a manifestação foi uma boa iniciativa e confessa que a população realmente precisa participar da política, tem que saber o que está acontecendo, investigar. Camila, que também integra o Núcleo de Articulação Jovem (NAJ), cujo principal objetivo é defender a participação ativa do jovem na política do Estado, acrescenta que a manifestação serviu para despertar o povo. “A população não deve somente fazer bagunça nas ruas e esquecer, tem que continuar participando da política”, defendeu.

Em meio à maior crise institucional de sua história, a Assembléia Legislativa do Paraná decidiu aumentar o valor que cada deputado pode gastar com o pagamento de funcionários. Pela decisão, publicada no Diário Oficial da Casa, a verba parlamentar de R$ 37.580 por gabinete, usada para a contratação de pessoal, poderá ser elevada em até 60% por meio de gratificações, chegando a um valor de R$ 60.128.

MP vai investigar boleto da URBS A Promotoria de Defesa do Consumidor (Prodec) do Ministério Público do Paraná (MP-PR) instaurou inquérito civil para apurar a cobrança pela emissão de boletos bancários na recarga do cartão-transporte de Curitiba e região. A taxa, de R$ 1,50, é cobrada por meio dos sistemas online de compra de créditos da Urbanização de Curitiba S/A (Urbs) e pela Metrocard, empresa responsável pela bilhetagem eletrônica dos ônibus. A ação dos promotores tem como base informações publicadas no jornal Gazeta do Povo. A matéria mostra que, em um ano, a Urbs arrecada R$ 900 mil por meio da taxa, valor que equivale ao preço de um ônibus biarticulado zero quilômetro.


Larissa Glass

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MARCO ZERO

É de graça!

COPA

Silvana Kogus Visitas orientadas ao MAC

Tudo verde e amarelo

O objetivo é despertar na comunidade o habito de frequentar o Museu e aprimorar o senso estético. Ingresso: gratuito Data(s): de terça a sexta-feira Horários: das 14 às 18 horas Local: Museu de arte Contemporânea do Paraná (MAC) Endereço: R. Desembargador Westphalen, 16. Tel. (41) 3323-5328

“Todos os Sentidos”. Grupo de MPB da UFPR Música Popular

Guilherme Rivarolli

Larissa Glass

Quem passar pelo centro da cidade neste mês vai se surpreender com o colorido estampado na cinzenta, e não menos adorável, Curitiba de inverno. Desde a passagem da seleção canarinho pela capital, no CT do Caju, entre os dias 21 e 26 de maio, para a pré-temporada de preparação para a Copa do Mundo da África do Sul, a Rua das Flores está enfeitada. Os 141 postes coloniais estão com luzes verdes e amarelas, além de flâmulas nas mesmas cores para empurrar os curitibanos na torcida pelo Brasil. Outros detalhes que chamam a atenção são as flores da rua, que agora estão todas amarelas e embelezam ainda mais o local, e os nomes de to-

dos os jogadores campeões mundiais pela seleção pintados no chão da avenida. Na Praça Santos Andrade (foto), está o principal enfeite que celebra a torcida curitibana ao esquadrão nacional: o famoso chafariz (foto abaixo)está pintado de verde, amarelo, azul, branco e dourado, dando um retoque final na bela paisagem da praça, circundada pelo Teatro Guaíra e pelo prédio histórico da UFPR. Na outra ponta da Rua XV de Novembro, está a Praça Osório. Mas, antes dela, fica o “gargalinho” da Boca Maldita. Segundo a Prefeitura de Curitiba, ali é a concentração da torcida para o “Hexa Brasil”. Um telão com mais de 33 metros está colocado no local, com um placar de todos os resultados. Nos jogos do Brasil, a festa rola solta, e muita gente dá uma esca-

padinha para torcer pelo sexto título mundial do esquadrão nacional. Outra atração no centro da cidade é a exposição “Pátria de Chuteiras”, realizada desde o dia 24 de maio no Memorial de Curitiba. A mostra pode ser visitada até o dia 18 de julho. No acervo, estão camisas e objetos de jogadores do passado da seleção brasileira. Fora do centro de Curitiba, mas ainda celebrando a seleção canarinho, há o Memorial Africano, localizado na Praça Zumbi dos Palmares, no Pinheirinho. Os espaços esportivos do local foram todos reformados. A inauguração aconteceu no dia 22 de maio, e as melhorias da praça ficarão para a comunidade. Que tudo isso dê sorte para o Brasil, pois belos espaços para torcer não vão faltar.

Ingresso: gratuito Data(s): 29 e 30 de junho, 1º, 2 e 3 de julho Horário: 20h30 Local: Teatro Experimental da UFPR Endereço: Praça Santos Andrade, 50, 2º andar – Prédio Histórico da UFPR.

“As Aventuras de uma Viúva Alcinada”. Companhia de Teatro Palavração da UFPR Teatro Ingresso: gratuito Data(s): 9 a 25 de junho, de quarta a sextafeira Horário: 17h Local: Teatro Experimental da UFPR. Endereço: Praça Santos Andrade, 50, 2º andar – Prédio Histórico da UFPR.

“A eterna solidão do vampiro”. Nego Miranda. Exposição Ingresso: gratuito Data(s): até 13 de junho Horários: de terça a sexta-feira, das 10h às 19h; sábado, domingo e feriado, das 10 às 16h Local: Casa Andrade Muricy Endereço: Alameda Dr. Muricy, 915, Centro, (41) 3321-4798

3º Salão Nacional de Cerâmica Exposição Ingresso: gratuito Data(s): de 30 de junho a 03 de outubro Horários: de terça a sexta-feira, das 10h às 19h; sábado, domingo e feriado, das 10 às 16h Local: Casa Andrade Muricy Endereço: Alameda Dr. Muricy, 915. Tel. (41) 3321-4798

“Pintura

Quase Sempres”. Curadoria de Fernando Bini.

Exposição Ingresso: gratuito Data(s): até 13 de junho Horários: de terça a sexta-feira, das 10h às 19h; sábado, domingo e feriados, das 10h às 16h. Local: Museu de arte Contemporânea do Paraná (MAC) Endereço: Desembargador Westphalen, 16. Tel. (41) 3323-5328.


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MARCO ZERO

CULTURA

Um exemplo de luta e superação Regiane Silva

Há seis anos no Brasil, jovens do coral “Cantores de Angola” são vítimas da guerra civil Regiane da Silva O número de deficientes visuais no Brasil chega a quase dois milhões. São várias as dificuldades com as quais essas pessoas se deparam no dia a dia, mas, apesar disso, não é incomum encontrar grandes exemplos de que a vida com a deficiência é difícil, mas pode ser muito menos limitada. Os jovens do Coral “Cantores de Angola”, do Instituto Paranaense de Cegos, de Curitiba, são um exemplo de luta contra as dificuldades. Formado por quatro garotas e sete rapazes entre 15 e 21 anos, o Coral está há seis anos no Brasil, país que abriga esses angolanos que deixaram família e amigos na sua terra-natal. Vítimas, direta ou indiretamente, da guerra civil angolana, todos os integrantes apresentam sequelas na Apresentação dos Cantores de Angola durante a III feira de profissões da Facinter visão. Segundo Prudêncio Jefferson, um dos cantores, hoje já está mais fácil ter contato com quem ficou no da guerra civil. O grupo foi acolhido Grupo Uninter, professora Leomar país: “Antes era mais difícil, mas agora pelo Instituto Paranaense de Cegos e, Marchesini, o Grupo precisou tomar que a guerra acabou temos mais facili- algum tempo depois de chegarem ao várias providências para compordade para falar com nossos parentes. país, a fundação angolana responsá- tar os alunos com deficiência visual. Ligamos sempre para eles”. vel pelo encaminhamento dos jovens “Quisemos oferecer um bom atendi Formado no Brasil, o coral ao Paraná suspendeu a bolsa forneci- mento a esses alunos e promover a Cantores de Angola, de acordo com da a eles, decidindo pela repatriação acessibilidade deles ao conhecimenPrudêncio e Isabela Yambi, foi quase antes mesmo de terem concluído os to. Para isso, foi necessário adquirir uma extensão do que já faziam em estudos. novos equipamentos, como scanners Angola. Conforme os integrantes, to- Diante disso, o Ministério e lap-tops, para que eles possam fazer dos cantavam lá, em igrejas. A ideia Público do Paraná entrou com medi- anotações e realizar trabalhos, medide montar um coral surgiu em Cu- da judicial solicitando a permanência ante a utilização de um software leitor ritiba, pois eles faziam sucesso todas dos jovens no Brasil. A Lei Estadual de tela, entre outros”. as vezes que can16.167, de julho Algumas disciplinas também tavam: “Um dia “Antes era mais difícil, mas de 2009, concedeu exigiram modificações dos docentes. nos falaram para agora que a guerra acabou aos jovens uma O professor da disciplina Técnicas de montarmos um temos mais facilidade para bolsa-auxílio. A Fotografia do Curso de Comunicação coral. No começo, bolsa serve para Social, Daniel Oikawa, diz que dar aula achamos estra- falar com nossos parentes. suprir necessi- para Prudêncio está sendo uma exnho... Um coral? Ligamos sempre para eles” dades como mo- periência incrível: “Eu tive que repenNunca tínhamos radia, alimentação, sar minha forma de dar aula. Já tinha pensado nisso! transporte, saúde lecionado para um deficiente auditivo, Mas depois achamos legal, e estamos e demais gastos, além de uma bolsa mas como tinha intérprete na sala, era aí até hoje”, conta Isabela. “A forma- de estudos, com a condição de todos diferente. Agora não posso mais falar ção do grupo nos favoreceu muito, estarem matriculadas em instituições ‘essa imagem que estão vendo’, prepois conhecemos pessoas, arruma- públicas ou privadas de ensino mé- ciso fazer uma descrição da imagem mos novos amigos e nos tornamos dio ou superior, no Paraná. para que ele possa imaginá-la, e ele é conhecidos”, diz. Hoje, além de todos estarem um aluno muito atencioso”. Os jovens vieram para Cu- alfabetizados, quatro deles estão fa- Prudêncio, Isabela, Mauricio ritiba graças a um convênio com o zendo curso superior. Prudêncio e Delfina dizem que estão adorando governo de Angola, que tinha o ob- Jefferson está no primeiro período estudar na Facinter. Eles já tinham jetivo de profissionalizá-los, já que de Comunicação Social – Jornalis- entrado antes em outra faculdade, no país de origem deles o amparo mo, Maurício Chopi Dumbo e Isa- mas, devido à falta de estrutura e aos deficientes visuais é mínimo. bela Yambi estão cursando Direito, também de acolhida, mudaram de inNão há sequer o ensino de Braille. e Delfina Amarilis, Pedagogia. To- stituição de ensino. Eles comentam Por isso, a maior parte do grupo que dos eles na Facinter. que estão muito felizes na Facinter, veio ao Brasil era de analfabetos. Segundo a Coordenadora do pois além da estrutura, os profes Os onze integrantes do grupo Serviço de Inclusão e Atendimento sores e alunos os tratam muito bem. musical estão em Curitiba desde 2001, aos Alunos com Necessidades Edu- Afirmam ainda que encontraram quando saíram de Angola em função cacionais Especiais (Sisanne) do amigos na instituição.

Conflito deixou muitas marcas Foram quase 27 anos de confronto. A chamada Guerra Civil Angolana foi um dos mais duradouros conflitos militares armados da Guerra Fria. Começou em 1975 e terminou em meados de 2002, com a terrível estimativa de 500 mil mortos. Em meio a esse confronto, quatro meninas e sete meninos, entre 7 e 12 anos, tentavam levar uma vida normal junto aos familiares. Para tentar deixa o dia a dia um pouco mais leve, cantavam em igrejas, passeavam e brincavam como qualquer criança. Mas, mesmo assim, a guerra civil mudou o rumo de suas vidas! Devido aos ataques e às epidemias haviadas durante à Guerra, os 11 foram atingidos e ficaram com sequelas na visão. Como em Angola o amparo aos deficientes visuais é mínimo, o governo do país fez um convênio e os enviou ao Brasil, para profissionalizá-los, já que a maioria ainda era analfabeta. Assim, desembarcaram em 2001, em Minas Gerais. Por falta de estrutura, permaneceram apenas quatro meses, mudandose para Curitiba, onde vivem até hoje, no Instituto Paranaense de Cegos. Como já eram acostumados a cantar em igrejas em Angola, os 11 se apresentavam para amigos, e as pessoas que os ouviam se encantavam com a musicalidade e a sintonia dos jovens angolanos. Surgiu, então, os “Cantores de Angola”. Delfina Amarílis, Prudêncio Jefferson, Maurício Chopi Dumbo e Isabela Yambi são integrantes do Coral. Segundo Prudêncio, hoje com 19 anos, a ideia de formar um Grupo a princípio os assustou, mas eles acolheram a sugestão: “Resolvemos tentar, e deu tão certo que nossa estreia foi no Teatro Guaíra”. Os “Cantores de Angola” se apresentam em teatros, festivais e faculdades. Cantando músicas angolanas, o grupo emociona quem os ouve. Segundo Isabela, é muito bom cantar essas músicas, pois, quando canta, se sente mais perto de casa. Como na época em que chegaram ao Brasil o contato com os familiares era difícil por causa da guerra, cantar fazia com que a saudade se tornasse menor. De acordo com Delfina, hoje todos eles têm contato com os parentes, por telefone e e-mail: “Agora que a Guerra acabou, nos falamos quase todos os dias. A saudade é grande, mas ainda temos muito que fazer aqui no Brasil. Só voltaremos para Angola quando concluirmos os estudos”. Prudêncio conta que a adaptação em Curitiba foi difícil: “Saímos de um calor de 45º e viemos para uma cidade que parece ficar cada vez mais fria. No começo, como nunca víamos o sol, tinha dias em que eram três horas da tarde e estávamos dormindo”.


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MARCO ZERO

Crônica

Toda mulher tem TPM

ESTANTE PARANAENSE

Livros que abordam o “sentimentalismo”, o “inusitado” e uma Curitiba sombria

Luís Henrique Pellanda

No livro de estréia do jornalista e roteirista Luis Henrique Pellanda, o escritor apresenta 14 contos que explioram diferentes sentimentos, como angústia, amor, ódio e arrependimento. Os contos podem chegar a 54 páginas, como “Caldônia Beach”, ou podem ter apenas um parágrafo, como “Ingratidão”. É um livro que induz o leitor a refletir sobre suas ações, seus sentimentos, sua vida. Destaque para o conto “Buquê”, sobre um amor proibido entre Ondina e Quitéria. Segue um trecho desse conto, que começa com Quitéria voltando do cemitério: “Acabo de chegar do teu enterro, Ondina. Não foi uma cerimônia bonita. E nem podia ser. Sabe que você me saiu uma defunta feia? Agora vou me livrar de você pra sempre, Ondina. Jogar fora essa tua mecha loira, se é que você me permite.”

No Zoológico de Berlim (2009) Guido Viaro

O livro do paranaense Guido Viaro, “No Zoológico de Berlim”, conta uma história intrigante: a de um homem que foi trancafiado no zoológico para visitação pública, assim como acontece com os animais. O livro narra os dias de confinamento de M´ba Nkrumah, um africano casado e com dois filhos que é capturado e levado para o zoológico de Berlim. Depois de algum tempo preso, para

Foto divulgação

O Macaco ornamental (2009)

afastar as idéias de suicídio, o homem decide escrever um diário contando a sua rotina naquela jaula. A obra se baseia na transcrição desses diários. “No Zoológico de Berlim” é uma obra ficcional baseada em fatos reais. Este e os outros livros do autor estão disponíveis para download na página www.guidoviaro.com.br.

A Eterna Solidão do Vampiro (2010)

Carlos Alberto Xavier Miranda (Nego Miranda) O novo livro do curitibano Nego Miranda apresenta 60 fotos inspiradas no “vampiro de Curitiba”, Dalton Trevisan. A obra contém fotografias noturnas da capital paranaense; outras mostram o amanhecer ou o entardecer, algumas mostram a típica neblina da cidade, outras fazem relação com os ambientes descritos nas obras de Trevisan. São imagens que usam diversas técnicas, como o infravermelho, para atribuir às fotografias um tom sombrio, que remete à figura do vampiro. Foto divulgação

No entanto, a pior fase do ciclo é quando ela se aborrece com tudo, principalmente ao observar que ela está com um olhar fuzilante para você. Percebendo que ela quer ir embora da festa, que está achando um saco, gentilmente você a convida para ir embora, e ela diz sim, querendo dizer não. No caminho para casa, nem um resmungo você escuta, e quando pergunta: “Está tudo bem?”, ela res-ponde com um curto e grosso “está”. E você, em sua inocência, pensa que ela não brilhou como queria na festa de que acabaram de sair. Quando chegam em casa, ela finalmente começa a falar e a praguejar, fazendo com que você se sinta culpado por tê-la tirado da festa; aí você pensa: “Se eu abrir a boca, é morte na certa’’ e diz que concorda com tudo que ela está falando. E as mulheres que parecem estar sempre com TPM? Os dias nunca estão de acordo com o que elas planejam, parece até que uma nuvem negra paira em cima delas, e uma única pessoa na sua frente no caixa rápido do supermercado pode significar para essas mulheres uma fila gigantesca. Na maioria das vezes em que a TPM vem, é causa de brigas e separações. Em alguns lugares dos EUA, se homens forem mortos por mulheres que estão naqueles dias, elas são absolvidas. Porém, devemos lembrar que, quando passam essas fases de raiva, de amor excessivo, de vontade absurda de comer chocolate e elas acharem que estão gordas, as mulheres são seres angelicais, divinos. E apesar desses longos e muitas vezes fatídicos dias, elas fazem com que você, homem, seja dependente e grato por toda a felicidade que proporcionam.

Eliaquim Junior

Foto divulgação

TPM quer dizer Tensão Pré Menstrual, aqueles dias em que a mulher passa por umas coisas estranhas: incha, come um monte de chocolate, fica meiguinha e por fim quebra tudo, quebra tudo e até mesmo sangra. Como pode o homem confiar em um bicho que sangra por três dias e não morre? Todo homem deveria ser canonizado por ter que ficar alguns dias sendo escorraçado por elas e ainda ficar junto com muita paciência. Na TPM, o homem deveria ter o direito de ligar para a mãe sem ser chamado de efeminado e poder contar tudo, desabafar. Só que, para isso acontecer, a mãe não pode ser uma mulher antes da menopausa. Por incrível que pareça, mãe também tem TPM. E o pior de tudo é se ele ligar e ela também estiver naqueles dias. A recompensa de o homem não ter TPM é que, quando chegam os dias, a mulher não vai ao clube, ou seja, a área está livre para que os amigos possam se reunir sem conversas sobre bolsas, sapatos, academia... Mas daí bate a consciência chamada namorada, noiva, esposa ou o que quer que seja mais moderno do que essas classificações, que pode descobrir ou desconfiar justamente no período mais crítico da TPM, e é quando o bicho pega, o couro come, a porca torce o rabo... O homem sabe que, quando a TPM chega, inicialmente elas ficam mais carinhosas, meigas e falando tudo no diminutivo com aquela vozinha de criancinha, depois vem a vontade louca de comer o máximo de chocolate que tenha de estoque em casa, desde um simples Bis a um brigadeiro bem elaborado. Após uma seção muito grande de chocolateterapia, ela vem com uma pergunta fatídica para qualquer homem. Aquela que desconserta desde o cara mais experiente ao mais novato, que faz todos os homens terem vontade de estar no clube, tomando uma cerveja com os amigos. É quando ela o chama novamente para a realidade com a mesma pergunta: “Gatinho, eu estou gorda?” Note que a pergunta o coloca na situação mais difícil de sua vida, pois não é um simples “Estou ficando gorda?’’ Ela já afirma com vontade que você diga que sim, querendo que diga não, e dizendo não querendo ouvir que sim.

Alexsander Ribeiro

Paulo Sguário


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MARCO ZERO

ENSAIO FOTOGRÁFICO

E a cidade muda de cor

Texto e fotos de Larissa Glass

A Copa é o maior campeonato de futebol do mundo. E como o Brasil é o país do futebol, os brasileiros fazem a festa. Nesta época, o patriotismo fica à flor da pele. Casas e estabelecimentos são enfeitados com as cores da bandeira brasileira. Curitiba entrou no ritmo e no embalo da Copa, e a cidade está toda enfeitada de verde e amarelo. Tudo para torcer e ver o Brasil ser hexacampeão!

Curitiba, junho de 2010


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