2016 - R$ 10,00 Ano 7 - Edição 7 Campos Novos/SC
Revista
Celeiro do agronegócio
Cereal com valor Estoques baixos de milho elevam preços e medidas são tomadas para aumentar área plantada. Pág. 40
O momento do boi Pecuária da região acompanha evolução do estado e produtores conseguem bons lucros com comercialização do rebanho. Feiras na região estimulam comércio democrático. Pág. 34
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Celeiro do agronegรณcio
Sumário Entrevista
Mato Grosso
Uma vida dedicada ao direito
Sem fronteiras para produzir grãos
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Pecuária
Soja
Na busca pelo padrão racial
Ele quer produzir mais
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Copercampos
Unoesc
Maior faturamento da história
Compromisso com a região
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Editorial
Produzir com lucratividade
Parece que foi ontem que lançamos a primeira
O Brasil passou vários anos por uma turbulên-
edição da Revista Celeiro do Agronegócio e já se vão
cia, mas agora estamos vivendo um novo momento po-
sete edições falando desta ferramenta responsável pelo
lítico e econômico, que irá favorecer a todos nós pro-
progresso da economia de Campos Novos e região, que
dutores. Aos agricultores resta produzir e isso sabemos
é o agronegócio. Para mim que sou diretamente ligado
fazer com excelência e qualidade.
ao setor, é sempre um prazer comentar sobre os resulta-
dos conquistados ao longo do ano.
e produzir mais. São duas contas, uma para baixo e ou-
2016 foi um ano de muitos acontecimentos e im-
tra para cima. Este é o grande desafio do momento e o
portantes mudanças políticas no país, que resultaram na
produtor é competente e vai fazer com que isso acon-
retração de investimentos, escassez de recursos e alta
teça por meio do seu trabalho.
de juros, que desafiam o agricultor a buscar alternativas
para aumentar a sua produtividade e lucratividade.
com o objetivo de mostrar o trabalho e os resultados
Há vários anos o Brasil trabalha com os mesmos
que o setor do agronegócio agrega à economia, con-
números quando se fala em produtividade, temos que
tribuindo sobremaneira com o PIB e a arrecadação de
aumentar e existem tecnologia e opções para isso. Acre-
Campos Novos e municípios vizinhos. Na sua sétima
dito que este deve ser o foco do agricultor nesta nova
edição, nos apresenta não só os resultados da safra de
fase do agronegócio, aumentar a sua produtividade e
grãos, mas o valor agregado e o bom momento vivido
consequentemente a lucratividade, porque o importante
pela pecuária.
é quanto sobra.
Com a saída de Dilma Rousseff e a entrada do
politico do nosso município. Acredito muito nos novos
presidente Michel Temer, houve um novo ânimo para a
governantes de Campos Novos e tenho certeza que
agricultura, tendo o Senador Blairo Maggi à frente do
irão fazer com que o município cresça cada vez mais no
agronegócio, uma pessoa que conhece o setor e todas
agronegócio. Nós produtores vamos contribuir com a
as dificuldades que o agricultor enfrenta. Blairo Maggi
nossa parte.
é um vendedor do Brasil, ele viaja o mundo procurando
negócios, abrir mercados e novas oportunidades para o
res o nosso muito obrigado por mais um ano vitorioso.
produtor brasileiro.
Um Natal repleto de bênçãos e que em 2017 a colheita
seja farta. Boa leitura.
Estamos vendo, por exemplo, o potencial da
soja. Neste ano nos Estados Unidos, um senhor produziu
A preocupação agora é enxugar nossos custos
A Revista Celeiro do Agronegócio se mantém
Um novo momento também para o cenário
Aos nossos anunciantes, clientes e colaborado-
190 sacos por hectare, claro que essa não é média, mas
Alexandre Alvadi Di Domenico
um exemplo de potencial produtivo.
Produtor Rural e Diretor da Revista Celeiro do Agronegócio
EXPEDIENTE Diretor: Alexandre Alvadi Di Domenico. Editora Chefe: Antonia Claudete Martins - 0002305SC Jornalista e Fotógrafo: Felipe Götz - JP 03410 SC Produção, Projeto Gráfico e Diagramação: Wilhiam Rodolfo Peretti. Comercial: Wilhiam Rodolfo Peretti. Financeiro: Ana Carolina Pereira Foto da Capa: Felipe Götz
Ed. 7 / Dezembro 2016
Celeiro do agronegócio
E-mails: Redação: celeiro@brturbo.com.br / redacaooceleiro@gmail.com
Comercial: oceleicomercial@gmail.com Contatos: Fone/Fax: (49) 3541 0597.
Colaboração e Agradecimentos Especiais: Ademir Paulo Bebber, Arseni José Raysel, Arildo Santos, Aristides Cimadon, Beatriz Cadore, Cássia França, Cristiane Gavazzoni, Eliane Lopes, Emilio Cassaniga, Fernando Hatano, Fernando Rosar, Jailson dos Passsos,
Rua: São João Batista, 131, Centro, Campos Novos (SC)
CEP: 89620-000. CP: 96
João Carlos Di Domenico, Josoé Roveda, Juliana Rosar, Laércio Zanchetta, Luiz Carlos Chiocca, Marilene Salete Titon,
Impressão:
Maiara Gonçalves, Mauro Schuh, Nazira Mansur Elias, Nelson Serpa, Patrício Fontoura, Rafael Carboni, Roberto Richter,
Tiragem: 4000 exemplares.
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Celeiro
Roberta Nohatto Cassaniga, Silvio Alexandre Zancanaro, Tiago de Matia, Vanessa Barcarolo, Vanessa Soccol, Vanessa Gomes, do agronegócio Vânia Maria Sacapini Lemos, Waleska Anita Fagundes da Silva.
A Revista “Celeiro do Agronegócio” é um produto do Jornal O Celeiro com tiragem anual.
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Artigo
Cooperativismo de crédito e jovens juntos para um mundo mais colaborativo e melhor Foto: Divulgação/Sicredi
Por Edson Nassar CEO do Banco Cooperativo Sicredi
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m 2015, 223 milhões de pessoas, de 109 países, integravam as mais de 60,5 mil cooperativas de crédito, verdadeiras comunidades mundiais adeptas à cultura cooperativista para suprir suas necessidades financeiras. No Brasil, são mais de 8,9 milhões de associados e, se somadas às cooperativas de crédito no País, o segmento ocuparia a 6ª posição entre as maiores instituições do Sistema Financeiro Nacional. Instituição financeira cooperativa pioneira no Brasil e referência internacional pela organização em sistema, o Sicredi atualmente com mais de 3,3 milhões de associados e 1.500 pontos de atendimento, em 20 estados – tem observado nos últimos anos a necessidade de, cada vez mais, engajar os jovens que logo serão responsáveis por incrementar a perenidade do cooperativismo de crédito também nos quadros sociais. Mais conhecida pelo termo millennials, esta nova geração já nasceu inserida em um mundo globalizado – os jovens estão sempre conectados e usam os novos recursos como facilitadores da vida moderna – e que tem dominado o cenário das tecnologias. Segundo estudo global realizado pela Goldman Sachs (2015), mais de 84% da nova geração possui smartphone, e com isso, espera que – assim como os jovens por ela integrados – as marcas estejam igualmente conectadas. Além disso, cerca de 41% deles disseram que estão dispostos a pagar mais por produtos que facilitem suas vidas, o que revela um outro traço desse público: eles investem quando percebem que vale a pena. No entanto, diante de tantos facilitadores, alguns processos ainda são um verdadeiro mistério para os millennials, como mostrou a pesquisa Geração da Conectividade, do Methodus, na qual 69% dos jovens entrevistados não sabem para que servem as tarifas
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Edson Nassar
bancárias. Mesmo assim, 92% deles possuem conta em banco e 82% têm cartão de crédito, ressalta um outro levantamento, o Saintes 2016. Tais fatos demonstram a necessidade desses jovens de estarem inseridos no cenário econômico, porém, eles têm almejado cada vez mais que esses processos, seja por meio de um simples extrato, uma transferência ou concessão de crédito, aconteçam na velocidade que eles estão acostumados: com um simples toque na tela do celular. Portanto, é fundamental que os millennials recebam orientação financeira e que isso venha de instituições transparentes e confiáveis, que apoiem o empreendedorismo e a chegada desse novo público. Ao mesmo tempo que esses jovens continuam a sonhar com realizações pessoais que envolvem viagens, produtos tecnológicos e cursos, os millennials estão muito focados em questões que refletem bem-estar para a sociedade, como o consumo consciente e a busca por produtos sustentáveis, diferenciando-se das gerações precedentes. Neste sentido, não é casualidade que o modelo e os princípios do cooperativismo coincidam com os ideais dos jovens de hoje. E, de fato, o cooperativismo de crédito se originou e ainda se desenvolve levando em consideração muitos dos conceitos que os millennials acreditam ser essenciais: a colaboração e o compartilhamento de conhecimentos, expe-
riências e resultados. As cooperativas de crédito constituem-se em alternativa moderna e sustentável para os jovens viverem sua vida financeira. É nesta fase da vida que eles precisam mais que um agente financeiro, mas sim um parceiro nesta área, compartilhando conhecimentos, produtos e serviços financeiros adequados, bem como orientando sobre a utilização deles. O lado empreendedor dessa geração é bastante estimulado nas cooperativas de crédito, que criam sempre oportunidades de negócio, visando promover o crescimento e a educação financeira – e no Sicredi não é diferente. Para atrair e atender melhor a demanda dos jovens, há a Sicredi Touch, a conta que reforça a ideia do cooperativismo entre este público – em que todos são “donos” do negócio –, além de participarem das decisões e compartilharem os resultados. O público pode acessar o Sicredi Touch por meio do canal Mobile Sicredi: o aplicativo possibilita acesso a um portfólio de serviços com 55 funcionalidades disponíveis. Os jovens associados também podem estar próximos, esclarecer dúvidas e receber orientação financeira por meio de canais nas redes sociais, como o perfil no Facebook, fanpage do Sicredi Touch, vídeos e blogs, além de ações de engajamento local e de capacitação. Apostar cada vez mais no público jovem não é somente uma tendência, mas uma realidade para que o legado das cooperativas de crédito não só se mantenha, mas se consolide por gerações e gerações. Os jovens combinam e compartilham valores, objetivos e sonhos que podem e devem ser apoiados pelo cooperativismo de crédito, na construção de um mundo mais colaborativo e melhor. As ferramentas para isso – comunicação e tecnologia – já estão sendo usadas. Podemos aguardar em breve resultados ainda mais expressivos e uma participação mais forte da nova geração, com atuação das cooperativas de crédito do Sicredi, que estarão sempre se modernizando com o objetivo de oferecer todo o suporte para jovens empreendedores e com vontade de transformar a sociedade.
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Artigo
Agricultura de Precisão: Adubar sim, mas com inteligência e estratégia Por Silvio Zanon Técnico em Agropecuária – Coocam
O
termo agricultura de precisão é ainda recente no nosso meio e tem gerado muitos questionamentos e mal-entendidos. Há quem o associe a algum pacote de soluções mágicas que chegam até nós via satélite para resolver todos os problemas da agricultura atual. Reportagens descrevem a simplicidade eletrônica de todo o processo e num toque de automação o agricultor resolveria todos seus problemas de fertilidade no solo. A ideia básica é que o agricultor possa inicialmente identificar as manchas de altas e de baixas produtividades dos talhões e depois possa fazer a correção e administrar essas diferenças. Com a agricultura de precisão passou-se a entender um pouco melhor a variabilidade existente nas lavouras, por meio de geração de mapas que identificam e subdividem o talhão de área do produtor. Para que isso seja possível, é necessário um certo grau de automação na propriedade, que depende de tecnologias modernas, muitas delas adaptadas para o meio agrícola, que é o caso do GPS, da informática e muitos dos sensores e controladores utilizados nas máquinas agrícolas. Hoje a agricultura de precisão é uma nova forma de gestão ou gerenciamento da produção agrícola, sendo um agente gerador de bases de dados de elevado valor gerencial, utilizados para que as lavouras e os sistemas de produção sejam otimizados, tendo como elemento chave o gerenciamento da variabilidade espacial da produção e dos fatores nela envolvidos. Para muitos agricultores, nas principais regiões produtoras de grãos do país, o investimento contínuo em adubação a cada safra é sinônimo de altas produtividades. A prática também é responsável por altos custos, já que corretivos e adubos representam 30% ou mais dos gastos em sistemas de pro-
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Foto: Felipe Götz/O Celeiro
Silvio Zanon
dução, que envolvem as culturas de soja e milho. É comum que os agricultores continuem adubando com quantidades fixas de nitrogênio, fósforo e potássio, por temerem possíveis reduções de produtividade. Apesar de o nível de fertilidade do solo ser alto ou até muito alto, essa prática tem resultado em adubações desnecessárias ou superdimensionadas, com baixa eficiência de uso dos fertilizantes. Após investimentos sucessivos o agricultor deve seguir estratégias como o monitoramento do solo e ter conhecimento das taxas de exportação de nutrientes pelas colheitas das culturas e avaliar o balanço de nutrientes no sistema para depois definir a necessidade de adubação. Essas estratégias, relativamente simples e que podem ser incorporadas à rotina das fazendas, são decisivas quando se busca eficiência de gestão para maior competitividade na produção de grãos, com ganho de rentabilidade. O monitoramento do sistema de
produção por meio de análises de precisão e a avaliação econômica indicam a necessidade de se reavaliar o manejo da adubação em solos de fertilidade construída, visando o uso mais eficiente de fertilizantes. Na prática e no dia a dia, os agricultores fazem suas adubações por meio de “adivinhações” e por motivo cultural, ou seja, “se não adubar não produz”. A agricultura de precisão é apenas uma ferramenta que serve para sua mais nobre finalidade que seria diagnosticar o “paciente” e fornecer uma recomendação segura e eficiente para que se tenham melhores safras num sistema mais sustentável. Para a classe agronômica que trabalha na área de assistência técnica, acredito que devemos estudar mais, dominar a interpretação das análises, se informar nos livros, com o objetivo de usar esta ferramenta com mais eficácia, pois é na adubação que se encontra a chave do sucesso para obter lucro das lavouras de forma eficiente, científica e sustentável.
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Entrevista
Uma vida dedicada ao direito
Com 35 anos de carreira e tendo no Tribunal do Júri a sua vitrine, Dr. José Patrício Neves da Fontoura afirma que não vai deixar Campos Novos.
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ma história de vida dedicada ao direito e ao amor por Campos Novos, considerada sua Terra Natal, o advogado José Patrício Neves da Fontoura, se divide entre o seu escritório no município e a sua atuação em Florianópolis, onde mantem junto a outros três sócios, entre eles seu filho Pedro Augusto Neves da Fontoura o Teske, Lara & Neves da Fontoura Advogados Associados. Atuando em todas as áreas do direito, é formado em advocacia pela Universidade Federal de Santa Catarina- UFSC, em 1983, com especialização em Direito Civil pela mesma universidade e em Direito Processual Civil pela Universidade do Rio Grande do Sul – URGS. Recém-formado Dr. José Patrício chegou para advogar em Campos Novos em 20 de outubro de 1984, com o desejo de atuar no Tribunal do Júri. Foram 30 anos atuando em júris, a maioria como advogado dativo, o que lhe proporcionou além de experiência,
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uma grande vitrine em sua carreira. “Eu vim para Campos Novos para realizar um anseio, que era de trabalhar no Tribunal do Júri. Fiz júris durante 30 anos. Tenho centenas de júris feitos, a grande maioria de graça, como advogado dativo. Logo que eu cheguei me apresentei aos dois juízes que atuavam em Campos Novos, a Dra. Ana Maria Leal Mendes e o Dr. João Pacheco Filho, da segunda vara e titular do júri. Disse a ele do meu desejo de fazer júri, não sabia eu que havia mais de 150 processos conclusos para sentença, para júris no tribunal, réus já pronunciados e na época eles tinham que estar presentes na sessão plenária, hoje isso não se faz necessário. Comecei a fazer júri e foi ótimo porque serviu como vitrine, porque a população considerava naquele tempo como advogado somente os que atuavam no Tribunal do Júri”, recordou o advogado. José Patrício Neves da Fontoura foi advogado da Copercampos na gestão de Athos de Almeida Lopes e por um período em que Vilibaldo Éric Schmidt atuou como
presidente da cooperativa. Foi advogado do município de Campos Novos nos mandatos de Romildo Titon e de Athos de Almeida Lopes, assessorou Alexandre Alvadi Di Domenico, na época em que foi presidente da Câmara e respondeu pela prefeitura por 30 dias, além de advogar no legislativo quando Iderney Titon presidiu a casa. O advogado também foi o segundo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, subseção de Campos Novos, vice-presidente da OAB de Santa Catarina aos 29 anos, Conselheiro da OAB no Estado e por duas vezes, foi membro do Tribunal de Ética da OAB/SC. No Direito Cooperativo representa hoje a Cooperativa Agropecuária Camponovense – Coocam e a Cooperativa Agropecuária Caminsk. “O direito cooperativo é bem diferente, a advocacia consultiva dentro de cooperativa tem leis especiais que a regem”, comentou Patrício. Dr. José Patrício também atuou com professor de direito por 10 anos na Universidade do Oeste de Santa Catarina – UNOESC.
Teske, Lara & Neves da Fontoura Advogados Associados Em 2010, com a formatura do filho Pedro, junto com outros dois advogados, se formou a sociedade do Teske, Lara & Neves da Fontoura Advogados Associados em Florianópolis. O escritório conta com os serviços de José Patrício Neves da Fontoura, Pedro Augusto Neves da Fontoura, Daniel Teske Corrêa e Karula Lara Corrêa nas áreas de atuação do Direito Empresarial, Direito Tributário, Direito Administrativo, Direito Civil, Direito Eleitoral e Direito Trabalhista Empresarial. Com uma equipe de apoio de vários outros advogados contratados, o escritório presta assessoria a diversas empresas e atua também em Florianópolis no segundo grau de jurisdição. “A gente atua lá principalmente fazendo o segundo grau de jurisdição. O que acontece é que quando os processos são jugados nas Comarcas vão para o Tribunal de Justiça em segundo grau e lá, geralmente, é comum os advogados das Comarcas contratarem escritórios especializados na capital só para cuidar de segundo grau no TJ”, acrescentou José Patrício. Distribuídos em áreas de especialização que cobrem todas as disciplinas estratégicas para o atendimento corporativo, empresarial e pessoal, os advogados têm como foco a eficiência do serviço jurídico para produção de resultados e oportunidades consistentes para clientes e suas empresas.
José Patrício Neves da Fontoura
Campos Novos – A Terra que escolheu para viver Desde 2011 Dr. José Patrício se divide entre Campos Novos e Florianópolis, uma semana em cada cidade, a fim de atender as demandas da profissão. Ele reafirma seu amor por Campos Novos, que considera como sua Terra Natal, onde já recebeu da Câmara de Vereadores, o Título de Cidadão Honorário. “Eu não vou me mudar daqui,
estou nesta vida desde 2011. Vou continuar residindo e advogando no município. Foi espalhado que eu vou embora, mas não é verdade. Primeiro porque a minha advocacia base é aqui, segundo por questões familiares, meus sogros estão com mais de 80 anos e ainda residem aqui. Aqui eu já sou cidadão camponovense, a Câmara me concedeu o Titulo de Cidadão Honorário. Aqui é minha ci-
dade, minha terra, aqui eu me sinto em casa”, finalizou José Patrício Neves da Fontoura. O advogado veio para Campos Novos em 1972, aos 11 anos de idade, quando o pai abriu no município uma Concessionária da Massey Ferguson. É casado com Tania Calgaro Fontoura, com quem tem os filhos Pedro Augusto Neves da Fontoura e Isadora Fontoura.
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Mato Grosso
Sem fronteiras para produzir grãos
Foto: Felipe Götz/O Celeiro
Terra do boi que se transforma em área de grãos, Ribeirão Cascalheira é o município sede da Agrocam, uma empresa agrícola formada por produtores rurais de Santa Catarina.
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om vocação para criação de gado, o município de Ribeirão Cascalheira, vive uma transformação. As pastagens destinadas ao rebanho bovino são hoje cortadas por lâminas afiadas do progresso. Vizinha da cidade de Querência, que conta com aproximadamente 360 mil hectares de lavouras de soja todo ano, Ribeirão Cascalheira está situado no Nordeste do estado de Mato Grosso e foi escolhido por um grupo de agricultores camponovenses para ampliar suas áreas de produção de grãos. A Agropecuária Camponovense – Agrocam, conta com seis famílias, que são associadas à Cooperativa Agropecuária Camponovense – Coocam, que também está presente na cidade de Ribeirão Cascalheira com uma moderna unidade de armazenagem de grãos. Na Fazenda Floresta, propriedade sede, a Agrocam iniciou na safra 2014/2015, o projeto de expansão agrícola proposto pelos seus associados. As áreas de pastagens se transformaram em lavouras, pois o propó-
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sito do grupo de agricultores é investir para garantir uma produção eficiente e lucrativa. Correções de solo e cuidados com a topografia das áreas foram necessários, além de aquisição de máquinas e implementos para atender as exigências. Na safra 2015/2016, a área cultivada de soja foi de 5.700 hectares, e para a safra que se iniciou em outubro já houve ampliação deste número. De acordo com Alexandre Di Domênico, coordenador da Agrocam no MT, além da soja, os associados da agropecuária investem em milho safrinha, no inverno milheto para semente e braquiária para cobertura. Com a estratégia definida de chegar a uma área de 20 mil hectares na região de Ribeirão Cascalheira, os associados da empresa investem para aumentar a produtividade das áreas e assim, aumentar a atuação. Além do conhecimento dos associados, a Agrocam conta com uma equipe de consultoria técnica na condução das áreas agricultáveis. De acordo com o Engenheiro Agrônomo Felipe Saud, da empresa Impar, a região tem grande potencial de crescimento, já que conta com apenas 90 mil hectares de
área de soja no município que tem mais de 126 mil km² de extensão. “Nós visualizamos um crescimento da agricultura em Ribeirão Cascalheira, principalmente na conversão de pasto degradado em lavoura, pois há bastante área para ser aberta, mas é preciso tomar cuidado com fatores climáticos e correção de solo adequado”, afirmou. Para o consultor, a região em que a Agrocam está localizada é diferenciada. “A região é muito boa, por estar entre Ribeirão Cascalheira e a cidade de Querência, e a Agrocam vem investindo bastante em conservação e fertilidade de solo e a ideia é válida para o início do negócio, pois quanto antes se buscar renda, se evitam gastos ou perdas acentuadas no futuro e com exceção da adversidade climática deste ano que pesou para todo mundo, o caminho certo para a produtividade foi adotado e assim se estabelecer o sistema de produção que a Agrocam deseja. Já é investido bastante em cobertura de soja, com braquiária, milheto e nesse ano tivemos o primeira safra de milho safrinha e essa rotação, as tomadas de decisão, buscam as melhores práticas e produtividades para frente.
É preciso investir bem e com consciência, é isso vem sendo feito”, destacou o profissional. A agricultura que vem sendo adotada na Agrocam e por alguns agricultores de Ribeirão Cascalheira transforma e muda
os conceitos naquela região. Segundo Felipe Saud, investir em conhecimento e tecnologia para produzir grãos é fundamental e isso vem sendo feito. “É uma região promissora e que tem muitas áreas para serem abertas. O
vale Araguaia tem grande potencial e há uma tendência de aumento na região e ela não vai deixar de ser pecuária por conta da agricultura, pois há muita condição de integração entre soja e boi”, finalizou.
Cooperativa próxima do produtor Coocam adquire unidade em Ribeirão Cascalheira e gerente da filial fala sobre a primeira safra na região.
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om capacidade de armazenagem de 1,1 milhão de sacos/60kg, ou 66 mil toneladas, a Unidade 08 da Cooperativa Agropecuária Camponovense – Coocam, em Ribeirão Cascalheira, no estado de Mato Grosso impressiona pelo tamanho do silo de fundo plano e pela modernidade dos equipamentos instalados. Com um sistema moderno e eficiente de descarga, com duas balanças de pesagem da produção, dois tombadores e um sistema de elevadores e máquinas de pré -limpeza de 200 ton/hora de serviço e com secador diferenciado, a unidade é referência na região. “O secador é um dos maiores e mais modernos do mercado com capacidade de secagem de 240 ton/hora e que agiliza o processo de armazenagem e retirada dos produtos da unidade. Temos uma unidade muito eficiente e capaz de atender aos associados e clientes com a maior qualidade possível”, destacou o gerente da Unidade, Engenheiro Agrônomo Gustavo Drum. Com 35 funcionários atuando na filial no período de safra, o objetivo da Coocam, desde sua instalação na região, é de promover o desenvolvimento da agricultura para seus clientes e associados e facilitar a vida destes profissionais do agronegócio. “Nós estamos trazendo a confiança, marca que a Coocam traz consigo desde sua fundação e a agilidade em suas negociações comerciais, facilidade no descarregamento dos caminhões da lavoura e assim promovendo o desenvolvimento de toda esta região que até poucos anos atrás era uma região, apenas de boi, ou seja, parada no tempo. A maioria dos criadores morava em outras regiões e tinha aqui apenas sua criação, sendo essa região pouco desenvolvida, tendo como exemplo outras cidades aqui, como Querência, Canarana e Água Boa, que com a imigração da pecuária para a agricultura deram um salto
Foto: Felipe Götz/O Celeiro
em crescimento e desenvolvimento”, afirmou Gustavo. O gerente da unidade lembra que a aceitação dos produtores foi extremamente positiva. “A chegada da Coocam aqui na região foi muito além do esperado, pois os produtores comemoram muito a vinda de mais uma empresa para competir em preços na região, diminuindo assim custos de frete para levar os grãos para outras cidades, como por exemplo, em Querência, que concentra o maior número de empresas de recebimento de soja na região. Outro fato é que o produtor não precisa levar a produção para fora do município e também tem fácil acesso à empresa aqui na cidade”. A transparência nos negócios e no atendimento ao produtor tem fortalecido e sustentado o elo entre produtor e cooperativa. “Digo todo dia a meus superiores e funcionários, que neste curto período que estamos na região, já conseguimos ter uma recepção dos produtores e uma confiança além das expectativas. Acreditamos que isso se deve a uma transparência que a Coocam oferece para seus clientes, além de atenção a seus clientes e funcionários. Estou há oito anos na cooperativa e o que mostro para
meus funcionários e clientes é o respeito, um ditado que sempre usamos e que vem dando muito certo é o de não enrolar o produtor, "o certo é o certo", você tem apenas uma chance de ganhar a confiança do produtor, então faça sempre o correto”, enfatizou o Engenheiro Agrônomo Gustavo Drum, que coordenava anteriormente a Unidade da Coocam, em Barracão, no Rio Grande do Sul. O crescimento agrícola da região de Ribeirão Cascalheira é positivo e Gustavo Drum destaca que a evolução não para por aí. “Acreditamos que Ribeirão Cascalheira terá um salto em seu crescimento nos próximos anos. Com o a chegada da agricultura e empresas de grande porte na cidade, vemos que em cinco anos, as áreas que ainda não migraram para a agricultura irão migrar. Outro fator é que na região ainda encontramos terras com preços acessíveis para investidores, ou seja, essa região é muito promissora e irá se desenvolver muito nos próximos anos”. O gerente da unidade 08 da Coocam finaliza lembrando que o trabalho está apenas no começo. “O trabalho na região ainda está só no começo como em outras filiais da Coocam, temos muito a crescer aqui no Mato Grosso”, finalizou.
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MODA FEMININA E MASCULINA
VERÃO 2017
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Fecoagro
Novo fertilizante granulado agrada produtores rurais
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á estão no mercado duas novas marcas de fertilizantes granulados da Fecoagro, importados prontos da Espanha. Fruto da parceria com a empresa Fertinagro, chegou o primeiro lote da linha NOBRE destinado às culturas de soja e milho. A sociedade firmada entre a Fecoagro e a espanhola Fertinagro visa modernizar o sistema de produção de fertilizantes granulados na planta atual, a fim de adequar as necessidades da agricultura de precisão que está se expandindo em Santa Catarina. A Granuladora da Feocagro, pelo seu sistema de produção não estava atendendo essa exigência, nem em granulometria, nem em volume de produção economicamente rentável. Por essa razão foi acertada a importação do produto pronto, e apenas embalado na fábrica de São Francisco do Sul. A parceria firmada prevê que em no máximo três anos, sejam substituídos os equipamentos da atual Granuladora para
Indústria de Fertilizante Nobre
adequar a qualidade e a apresentação exigida pelo mercado de alta tecnologia e produção local. A atual Granuladora continuará produzindo a linha SOMA para hortifrutigranjeiros e o FECOGRAN, uma matéria prima complementar para a mistura de grânulos na Unidade Misturadora. Os fertilizantes granulados com NPK no grão são mais eficientes, pois asseguram distribuição uniforme nas lavouras, garantindo melhor aproveitamento dos nutrientes pelas plantas e, consequentemente, melhorando a produtividade. Os agricultores que já utilizaram a linha NOBRE e SOMA ficaram satisfeitos e esperam que para esse próximo plantio haja
maior volume de oferta para atender a todas as demandas. O Diretor da Área Internacional da Fertinagro, Ismael Penhart, retornou ao Brasil e participou de reunião das cooperativas da Fecoagro, informando que a direção da empresa espanhola está interessada em antecipar os investimentos necessários para produção local dos fertilizantes granulados. Para adequar a Granuladora da Fecoagro ao novo sistema de produção em volumes expressivos, precisarão ser investidos cerca de US$ 20 milhões. A participação na sociedade firmada estabelece que 55% são da Fecoagro e 45% da Fertinagro.
Fecoagro amplia atividades da sua central de compras A partir do mês de outubro a Central de Compras da Fecoagro, instalada na cidade de Palmitos, teve suas atividades ampliadas. A nova regulamentação operacional foi aprovada em reunião realizada naquela cidade, com a presença dos presidentes das cooperativas associadas, assim como, dos Comitês de Compras das duas áreas de atuação, setor de insumos agrícolas e setor de supermercados. O regulamento sobre o funcionamento da Central foi estruturado em conjunto com os setores de compras das coope-
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rativas e agora passa a ser a “Constituição” da Unidade, disse Ivan Ramos, Diretor Executivo da Fecoagro, e todas as cooperativas precisarão cumprir. A nova atividade a ser realizada a partir de novembro será a do Centro de Distribuição - CD, onde a Fecoagro passa a adquirir diretamente as mercadorias e repassar às cooperativas filiadas, na forma de atacado, sem margens de lucro, para que possam se beneficiar dos descontos que fornecedores concedem nas compras com volumes de escala. Até agora a Central de Compras tem
sido apenas centralizadora de negócios, isto é, faz as compras em conjunto e os faturamentos e as entregas são diretamente para as cooperativas participantes. O novo sistema permite faturamento e destinação diretos a Palmitos para uma Central de Distribuição, já instalada, e de lá, para as cooperativas, entrando em outro patamar de descontos, e com isso buscando melhores preços para os associados e clientes das cooperativas, com uniformização de valores e qualidade. Isso proporcionará um expressivo aumento em movimenta-
ção econômica na Fecoagro e ao município de Palmitos. Segundo Jairo Loose, Gerente da Central de Compras, a implementação desse novo modelo operacional, está acontecendo de maneira gradativa, dependendo de acordos com os fornecedores que oferecerem diferenciação de preços e se espera que até o final do ano sejam poucos volumes, estimados em R$ 5 milhões com 20 empresas fornecedoras, mas a partir de 2017, pretende-se atingir no mínimo R$ 70 milhões, contemplando pelo menos 100 fornecedores. Na modalidade atual de compras centralizadas e entregas descentralizadas, o planejamento desse ano é de chegar R$ 600 milhões, com redução média de custos de 4%. A Fecoagro anunciou ainda um novo serviço da Central de Compras. Está em estudo, a implantação na sua unidade em Palmitos de uma câmara climatizada, para preparar a banana a ser distribuída nos su-
Fotos: Divulgação/Fecoagro
Central de Compras em Palmitos-SC
permercados das cooperativas. O engenheiro agrônomo Delcio Macarini, da Cooperja de Jacinto Machado, apresentou o projeto de viabilidade de abastecimento das lojas da Rede Fecoagro com banana produzida na região sul de Santa Catarina. Esse novo serviço
comprovará mais uma área de intercooperação da Fecoagro, onde uma cooperativa da Região Sul fornecerá produtos para as outras cooperativas do Oeste, a exemplo do que já acontece com a distribuição do arroz Caçarola, da Região Sul do Estado.
Programa de incentivo ao plantio do milho deve ampliar produtividade em Santa Catarina Santa Catarina estancou a queda de área de plantio de milho neste ano. Nos últimos 10 anos a área plantada no estado caiu em média 6% ao ano. Isso provocou a necessidade de importação do grão de outros Estados e outros países para atender a demanda das agroindústrias e dos criadores catarinenses. O Estado produz três milhões de toneladas por ano e consome seis milhões. Objetivando reduzir essa dependência, a Secretaria de Agricultura do Estado e as cooperativas, por meio da Fecoagro, implementaram nesse ano o Programa de Incentivo ao Plantio de Milho. A proposta oportuniza ao agricultor obter os insumos para fazer a lavoura, para pagamento com o produto da colheita, e obter uma garantia de preço no mínimo de R$ 34,00 por saco, assegurando uma margem de lucro mínimo de 30% no volume destinado ao pagamento dos insumos. O Governo do Estado assegurou aos compradores de milho – as cooperativas
Renião com Secretário - Plantio do Milho
ou agroindústrias - um subsídio de R$ 1,00 por saco para o pagamento do seguro, uma vez que a venda é antecipada na época do plantio e as lavouras precisam ser seguradas. Dessa forma, o comprador poderia pagar um real a mais por saco. Houve pouca adesão ao programa. Se esperava estimular pelo menos 100 mil hectares, mas o número reservado pelas cooperativas chegou a apenas 35.000 hectares. Para a Secretaria da Agricultura, esse número já foi importante, pois apesar do preço do mercado neste ano estar muito elevado e isso gerou expectativa de venda somente na colheita, registrou-se expressiva participação em tecnologia mais avançada em sementes e fertilizantes. O primeiro levantamento feito pela Epagri mostrou crescimento de área de apenas 1,6%, entretanto a produtividade devido a melhor tecnologia, estimou colheita de cerca de 10% a mais. As cooperativas têm expectativas de números ainda melhores, tanto em área, como em produtividade. O levantamento inicial feito pela Fecoagro, baseado na venda de sementes e fertilizantes, estima que houve avanço de 15% no plantio. Já com a produtividade maior, se estima que haverá colheita mais abrangente. Esse número somente será confirmado no desenvolver da cultura. O secretário de Agricultura, Moacir Sopelsa, disse que o programa foi positivo, pois criou um mecanismo para ser aplicado nos próximos plantios e estimulou a adoção de maior tecnologia e, consequentemente, maior produtividade, motivando o agricultor a plantar mais milho em Santa Catarina.
Foto: Divulgação
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Equinocultura
Cavalos Crioulos de excelência Cabanha Nova Burity realiza venda de 100% dos animais. Fotos: Felipe Götz/O Celeiro
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Cabanha Nova Burity, de propriedade de Alexandre Alvadi Di Domênico (Xande), produz animais da Raça Crioula com o mais alto padrão genético. Com reprodutores renomados na fazenda, a Cabanha realiza a cada dois anos, a venda de animais da marca. Durante a realização do 15º Rodeio Nacional do CTG Tio Duda, realizado nos dias 28, 29 e 30 de outubro de 2016, em Campos Novos, a Nova Burity ofertou 10 animais e comercializou todos no evento. Os animais vendidos neste leilão são filhos dos machos Maneador Carnavalito e BT Mano a Mano. Nove fêmeas e um macho foram ofertados aos apreciadores de cavalos crioulos, que em sua maioria, utilizam os animais para o esporte do Laço Comprido. De acordo com Xande, os clientes puderam levar o melhor da raça crioula para suas propriedades. “Participamos de um grande evento e lá pudemos disponibilizar animais com a mais alta genética da raça crioula. Quero aqui agradecer a toda família Zortea pelo apoio e disponibilidade para que pudéssemos realizar o evento dentro do 15º Rodeio Nacional do CTG Tio Duda. Quero agradecer em especial ao patrão Juliano Zortea, pela amizade e companheirismo”, afirmou. Belo e de temperamento dócil, o Cavalo Crioulo tem na rusticidade, inteligência e versatilidade grandes diferenciais. A
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adaptação ao trabalho com gado e resistência para diferentes trabalhos são outras marcas da raça que é melhorada constantemente na Cabanha Nova Burity. Xande falou sobre a genética do
Tradição renovada O tradicionalismo gaúcho aproxima, emociona e tem em sua identidade, o respeito, o amor e a honra. Ser tradicionalista é mais que cultivar ou manter a chama dos antepassados. Ter esta cultura presente em sua vida, o faz saber quem tu és e o que desejas. O tradicionalismo do rodeio é mais que uma festa, é a demonstração da união e da paixão de um povo. O 15º Rodeio Nacional do CTG Tio Duda, reuniu amantes da tradição gaúcha. Laçadores de diversas regiões do
reprodutor Maneador Carnavalito. “A Nova Burity oferece animais com seu mais alto padrão genético, filhos e filhas de Maneador Carnavalito, reprodutor que em 2010 foi insuperável na Argentina, ganhando as principais exposições morfológicas do país e nós tivemos o privilégio, em parceria com outras cabanhas em trazer este cavalo para o Brasil. Neste ano, esse reprodutor fez o campeão em Esteio, no Rio Grande do Sul, onde é a meca do cavalo crioulo, e todos os amigos tem a oportunidade de ter exemplares filhos desse cavalo que vem apadrinhando no Brasil pela Nova Burity e por outras cabanhas associadas”, afirmou Xande. Durante o rodeio do CTG Tio Duda, aconteceu uma competição entre os animais adquiridos no leilão de 2014 da Cabanha Nova Burity. Os animais concorreram a R$ 15 mil em prêmios durante o rodeio. Os campeões foram:1° e 2° Anderson Gonçalves e Rudah dos Passos; 3° Lugar Rodrigo Moretto e 4° Rodrigo Souza Neto.
país estiveram presentes, com o objetivo de pegar o boi e sair vitorioso nas mais distintas disputas de laço comprido do rodeio. Neste ano, o rodeio contou com 100 equipes de laçadores presentes, além de mais de 100 participações de peões e grandes disputas, como nas laçadas da Taça Tio Duda, onde foram distribuídos R$ 6 mil para os campeões das duplas, da Taça Cabanha Estância Modelo, com R$ 2.500,00 em prêmios para as duplas e na laçada da Cabanha Nova Burity, onde os compradores do leilão de cavalos de 2014, disputaram R$ 15 mil em prêmios, no individual.
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Educação
Ano Internacional das Leguminosas é tema de projeto no Centro Educacional Potencial Fotos: Felipe Götz/O Celeiro
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m novembro do ano passado, definiu-se 2016 como sendo o Ano Internacional das Leguminosas (AIL). Na ocasião, todos os 193 estados-membros participantes da Assembleia Geral das Nações Unidas - um dos principais órgãos da Organização das Nações Unidas (ONU) - foram alertados para a necessidade de se despertar as consciências sobre o benefício das leguminosas no contexto do desenvolvimento sustentável. Sob o lema “grãos nutritivos para um futuro sustentável”, o ano veio para destacar o papel que as leguminosas podem desempenhar nos esforços para acabar com a fome no mundo. Nesse contexto, o Centro Educacional Potencial, como faz desde 2010, se colocou voluntariamente como uma das instituições educacionais do país a divulgar e promover o estudo do tema da campanha da ONU. Neste ano, portanto, a escola fez das leguminosas as protagonistas do seu projeto anual. Intitulado “Alimentar o mundo, cuidar do planeta”, ele veio com o objetivo geral de conscientizar os educandos sobre a importância das leguminosas para a promo-
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ção da saúde, da nutrição, assim como o seu papel na segurança alimentar e na sustentabilidade ambiental. Para tanto, buscando contemplar tal objetivo, todos os educadores, desde o berçário até o 9º ano, estudaram o tema e desenvolveram ações interdisciplinares em sala. Tais ações caracterizaram-se por atividades que deram o devido destaque às leguminosas, inserindo-as nas diferentes disciplinas do currículo escolar. Além disso, seguindo a metodologia do ano anterior, oficinas pedagógicas tiveram um papel fundamental na ampliação de conceitos. Iniciadas
em julho, as oficinas foram executadas por professores e acadêmicos do curso de Agronomia da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) – Campus Aproximado de Campos Novos – sob a supervisão da Professora Doutora Tamara Pereira, e tiveram um papel importante na fundamentação teórico-prática dos estudantes do 5º ao 9º ano. Para a Diretora Vânia Maria Scapini Lemos, a grande responsável por criar na escola a cultura dos projetos com as temáticas das campanhas da ONU, “[...] as atividades em sala, as oficinas pedagógicas, as palestras
e demais práticas relacionadas ao contexto escolar permitem aos educandos a conquista do conhecimento de forma com que eles ajam como multiplicadores do saber”. Pensamento corroborado por Sonia Bortoloso, Coordenadora Pedagógica e uma das gestoras do projeto, que acrescenta: “Agindo como agentes multiplicadores do saber, a escola e os educandos se colocam a serviço da comunidade e atraem mais parcerias para o projeto”. A educadora Nazira Mansur Elias, por sua vez, também gestora do projeto e professora da disciplina Ciências, acredita no poder transformador dos projetos educacionais, pois eles facilitam o aprendizado e garantem aos envolvidos a possibilidade de melhor interpretar a realidade. Ainda, sendo mais específica sobre as leguminosas, a professora complementa: “[...] as leguminosas,
plantas que possuem como frutos as vagens, estão presentes no nosso cotidiano alimentar - são os feijões, a soja, o grão-de-bico, a lentilha e a ervilha, por exemplo, além de estarem disseminadas nas paisagens naturais, entretanto não nos damos conta da sua grandiosidade e riqueza nutricional, tampouco atentamos para seu potencial para sanar a fome no planeta e para promover a saúde dos solos e a recuperação de áreas degradadas. Por isso, pela necessidade de sensibilização das pessoas quanto a esses aspectos, que o projeto “Alimentar o mundo, cuidar do planeta” se mostrou tão necessário”. Como culminância do projeto, ou seja, como ponto alto de um ano movimentado na escola, realizaram-se as VIII Olimpíadas Potencial (Olipot), ocorridas em outubro para os alunos do 1º ao 9º ano, com o envolvimento de todos os educadores e par-
ticipação especial da educadora Risoní Dias na Comissão Organizadora, juntamente com as gestoras do projeto anual. Em novembro, ocorreram as Olipot da Educação Infantil, com atividades planejadas pelas gestoras, educadoras e apoio especial do Educador Físico Cristiano Fortes. E aconteceu a primeira edição das Olipot da Creche Potencial, planejadas pela Coordenadora Pedagógica da creche, Celia Martinson. Durante essas vivências, atividades culturais, artísticas, recreativo-desportivas e de curiosidades garantiram a abordagem do tema leguminosas de forma leve e dinâmica, mas não menos informativa. Foram acontecimentos que vieram para coroar um projeto abraçado, executado e experienciado por cada um dos educadores e colaboradores da escola, fortalecendo mais ainda o coleguismo, o respeito e a devoção à educação. Fotos: Divulgação/Potencial
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Crédito
Sicoob dobra seu tamanho nos últimos cinco anos
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Sicoob já é considerado o maior sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil e contribui para o desenvolvimento econômico de 3,2 milhões de brasileiros e atinge recordes históricos em diversos indicadores financeiros. O Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil, Sicoob, há duas décadas trabalha como instituição financeira propulsora do desenvolvimento econômico e social de seus 3,2 milhões de associados. Presente em todos os estados brasileiros, disponibiliza um amplo portfólio de produtos e serviços financeiros por meio de 2,4 mil pontos de atendimentos. É a 7ª maior instituição financeira do País do Sistema Financeiro Nacional em patrimônio líquido. Integrado ao Sicoob opera o Bancoob, Banco Cooperativo do Brasil, responsável por apoiar e gerir os recursos das cooperativas de crédito com transparência, rentabilidade, gestão de controle e de riscos. Viabiliza também as soluções financeiras para as cooperativas do Sicoob. Atualmente, qualquer pessoa pode se associar às cooperativas de crédito de livre admissão ou, às segmentadas (cooperativas de empregados de empresas privadas, de profissionais liberais, de produtores rurais, de pequenos empresários, microempresários ou microempreendedores, e de empréstimos), estas desde que atenda os critérios de admissão. Nos últimos cinco anos, o Sicoob registrou aumento de 101% em ativos totais, saindo de R$ 28,6 bilhões em 2011 para alcançar R$ 57,6 bilhões em 2015. O patrimônio líquido atingiu R$ 13,9 bilhões em 2015 ante R$ 7,2 bilhões em 2011, um salto de 93%. As operações de crédito alcançaram R$ 33,3 bilhões, avançando 102% desde 2011. Já depósitos totais ascenderam em 108%, com R$ 36,1 bilhões em 2015 contra R$ 17,4 milhões em 2011. “O crescimento apresentado nos últimos anos deve-se a busca da população por alternativas mais rentáveis, somado aos diferenciais oferecidos pelas cooperativas, entre os quais taxas menores de juros nas operações de crédito, atendimento humani-
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Foto: Divulgação/Sicoob
zado e personalizado, e ampliação da oferta de serviços”, explica Henrique Castilhano Villares, presidente do Sicoob. Nas cooperativas de crédito os associados são donos do negócio, tem direito a voto nas decisões e participam da distribuição dos resultados da instituição. Para se ter uma ideia, somente em 2015, as sobras (equivalente ao lucro dos bancos) somaram R$ 2,3 bilhões. O Sicoob remunerou, ainda, em R$ 562 milhões o capital social (somatório de todas as quotas-partes dos associados) dos associados no mesmo período. Deste total, R$ 60,9 milhões foram creditados direto na conta corrente, gerando recursos imediatos para os cooperados. O papel desempenhado pelo Sicoob, tanto em grandes metrópoles quanto em áreas mais remotas do Brasil, representa um importante vetor de desenvolvimento das economias locais, movimentando e reciclando seus recursos financeiros nas próprias comunidades onde atuam. Além disso, as cooperativas oferecem a mesma segurança proporcionada pelos bancos porque é fiscalizada pelo Banco Central e conta com o Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito, similar ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC). O Sicoob é formado, ainda, por 15 cooperativas centrais, pela Confederação Nacional das Cooperativas do Sicoob (Si-
coob Confederação), além do Banco Cooperativo do Brasil do Brasil (Bancoob) e suas subsidiárias (empresas de cartões, consórcios, DTVM, seguradora, previdência) provedoras de produtos e serviços especializados para cooperativas financeiras.
Na região O Sicoob Campos Novos inaugura no dia 31 de outubro um novo Ponto de Atendimento (PA) na cidade de Zortéa, Planalto Sul de Santa Catarina. Com isso, a instituição financeira cooperativa passa a atuar com 6 agências, mais a sede administrativa em Campos Novos. O Sicoob se instala no município para somar força para bons negócios. A cooperativa conta todos os produtos e serviços das instituições financeiras tradicionais, entretanto, o associado é o dono e, por isso, os resultados são divididos entre os cooperados. Os recursos captados são reinvestidos na comunidade o que proporciona o desenvolvimento da cidade e região. A cooperativa quer ser reconhecida como a principal instituição financeira propulsora do desenvolvimento econômico e social nas regiões onde está inserida. O Sicoob acredita que o crescimento só acontece quando todos trabalham em conjunto.
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Economia
Gestão contábil e tributária que faz a diferença Orcatéa Escritório Contábil tem na experiência e credibilidade os diferenciais nos seus negócios. Foto: Felipe Götz/O Celeiro
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ma empresa familiar com experiência, credibilidade, tradição, inovação e especialização. Com sua Mariz localizada em Campos Novos/SC, a Orcatéa Escritório Contábil conta com sede própria totalmente equipada, com colaboradores treinados e especializados nas áreas de contabilidade, planejamento tributário fiscal, administração de pessoal e gestão de terceiros para pequenas, médias e grandes corporações. Com uma filial em Itapema/SC,
também instalada em sede própria, o Escritório oferece uma gama completa de serviços na gestão tributária e consultoria com abertura e regularização de empresas, regularização de obras, condomínios, parceria com assessoria jurídica, gestão contábil, imposto de renda, recursos humanos e contabilidade rural. Fundada em 1970, a empresa passou por duas gestões, do pai Hilário Zancanaro e desde 2007, sob a administração do filho Silvio Alexandre Zancanaro. Além de atender as exigências do fisco, o Escritório
de Contabilidade está cada vez mais próximo dos empresários, também suprindo necessidades de adaptação ao mercado. “O Escritório de Contabilidade está cada vez mais próximo do empresário, não somente na parte fiscal, mas também oferecendo ferramentas de gestão, aliadas com as necessidades de atender as exigências do fisco e de adaptação do mercado. O Orcatéa vem ao longo dos anos se especializando e mais de 90% dos colaboradores tem formação na área contábil e alguns, especialização na parte gerencial. RH também é uma das
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grandes ferramentas que nós trabalhamos focada para as empresas, mas também oferecendo serviços desde domésticas e área rural”, salientou Zancanaro. Especializado em gestão e consultoria, o Orcatéa Escritório de Contabilidade oferece a possibilidade de acompanhamento por meio de consultoria com elaboração de um plano de negócios, caso seja esse o de-
sejo do cliente, que terá sempre a decisão final. Silvio Alexandre Zancanaro salienta que atualização é necessária, à medida que o fisco vem ampliando cada vez mais suas ferramentas de fiscalização. “Essas são as visões novas que exigem a modernização dos serviços, sem contar que hoje a fiscalização está tão moderna quanto os empresários, é cada vez mais atuante e atualizada”.
Gestão contábil do agronegócio Com um trabalho de excelência voltado à gestão contábil, o Orcatéa Escritório Contábil também chega à área rural e de acordo com o contador e consultor Silvio Alexandre Zancanaro, os administradores rurais estão cientes desta necessidade. “Muitos empreendedores rurais já estão cientes desta necessidade. Cada vez mais as informações gerenciais na atividade rural são importantes e aí entra a possibilidade do contador auxiliar na administração da geração dos impostos e seus resultados. Hoje muitos empresários rurais já se preocupam antes da comercialização final, em consultar o contador e estudar o impacto da venda antecipada ou acumulada de todos os produtos”. Seja na indústria, comércio ou no campo, o profissional da área contábil é responsável por informar o empresário sobre a situação de sua em-
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O Orcatéa Escritório de Contabilidade atua há 46 anos e conta com uma equipe de 29 colaboradores, com permanência média de 8 a 9 anos no tempo de prestação de serviço na Matriz em Campos Novos e de 2 anos na Filial em Itapema, o que para Zancanaro também é considerado um diferencial. O Escritório atende mais de 400 clientes e presta serviços em vários municípios do estado. Há dois anos o Escritório vem se reorganizando com objetivo de suprir a ausência de Silvio Alexandre Zancanaro prefeito eleito de Campos Novos para a gestão 2017/2020, a fim de que os serviços prestados não sofram descontinuidade.
Imagem: freepik
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presa, demonstrando o crescimento e os fatores de risco, possíveis dificuldades e soluções. O planejamento é ferramenta imprescindível e a contabilidade contribui ainda, avalia Zancanaro, para o desenvolvimento socioeconômico do município. “A importância do contador não está somente frente ao empresário, mas também em relação ao desenvolvimento socioeconômico do município. Este profissional tem a visão e informações necessárias, que podem ser relevantes para o empresário. O contador hoje tem um papel fundamental tanto numa gestão, quanto aos fatores de risco que podem ajudar ou atrapalhar em qualquer ramo de negócio, além do planejamento. Nenhuma empresa consegue mais sobreviver se pensar somente no dia, tem que visualizar a longo prazo, para estar sempre um passo à frente, serviço que o contador pode oferecer”.
A estrutura do Esritório Contábil
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Foto: Felipe Götz/O Celeiro
Pecuária
Na busca pelo padrão racial
Pecuaristas Leandro e Leonardo Durigon investem em genética para obter animais diferenciados no mercado.
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ordem na propriedade da família Durigon é produzir animais de alto padrão racial, que apresentem genética e principalmente, mexam com os números da balança do abatedouro. O trabalho realizado pelo avô de Leandro e Leonardo Durigon, o senhor Antero Durigon, serve como espelho para que os jovens pecuaristas desenvolvam a atividade e principalmente, busquem a evolução do plantel de animais da raça Simental. Os jovens administradores da pecuária, que assumiram as rédeas, ou melhor, as cordas do manejo da atividade na propriedade há aproximadamente 12 anos, desejam obter terneiros e terneiras de excelência. Com foco na produção e comercialização de animais com até 10 meses de idade, a dupla de pecuaristas Leandro e Leonardo obtém reconhecimento pela qualidade do rebanho apresentado em feiras e leilões de toda a região. Mas o maior objetivo dos gêmeos, filhos de José Eugênio e Mariângela Terezinha Durigon, é produzir animais com características semelhantes, ter uma padro-
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nização de animais e assim, uma qualidade diferenciada na produção de gado de corte. “Nós sempre ouvimos do nosso avô, que o sonho era ter 40 vacas na propriedade, porque naquele tempo que ele se mudou para cá, com esses animais ele estaria vivendo bem. Hoje nós produzimos cerca de 100 animais para comercialização em feiras, terneiros e terneiras, com alto padrão genético e com bom peso, graças aos ensinamentos e a evolução da pecuária. Mas nós não damos importância para a quantidade produzida, aqui nosso foco é desmamar animais com peso e que respondam a conversão alimentar no momento de engorda”, afirmou Leandro Durigon. Acompanhando a tendência da pecuária brasileira, os irmãos trabalham com planejamento e com o sistema de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), a eficiência obtida no nascimento dos bezerros e possibilitando um ganho genético nos animais, tem sido fundamentais para o sucesso da atividade na propriedade localizada na Linha Guarani, interior de Campos Novos. “Nós trabalhamos em cima de qualidade e
o número que importa é a porcentagem de prenhes e produção. Se nós não tivermos peso dos animais a desmama, o processo está errado”, lembrou Leandro. Na propriedade, o ciclo completo de produção e confinamento já foi realizado no passado, porém, desde que assumiram os trabalhos, os irmãos primam em produzir terneiros para comercialização. “Nós priorizamos as matrizes por não ter uma área tão grande para produzir os terneiros até a engorda. Temos pastagens em grama para atender essa nossa demanda de animais e no inverno, esse gado vai para as pastagens de cobertura das áreas utilizadas para produção de grãos”, informou Leandro. A mão de obra da atividade é 100% executada pelos irmãos e isso está relacionado à falta de qualificação de pessoas para executar a atividade. “Todo o trabalho é feito por nós dois. Não visualizamos pessoas qualificadas para o serviço, porque exige dedicação o dia todo. Quando os bezerros estão nascendo, temos que estar todos os dias cuidando se o terneiro mama ou tem algum problema. Nós cuidamos muito para ter ani-
mais de qualidade”, ressaltou Leonardo. O animal perfeito é buscado a cada nascimento. A perfeição para os irmãos vem com a padronização dos animais. “Se eu chegar na mangueira e olhar os animais, depois olhar na aveia e não ver nenhuma diferença entre os terneiros, é aí que vejo o trabalho realizado. A padronização é nosso desejo. Quando chegar para apartar, levar em uma feira e utilizar o critério de ter que levar para a balança pra poder diferenciar os animais, essa perfeição está próxima. Esse é nosso sonho e estamos buscando isso. Poder ver uma foto dos animais todos iguais, e ter que diferenciar pelo brinco (número de registro), aí sim, estaremos satisfeitos”, projetaram os irmãos. Quanto à evolução genética, Leonardo comenta que na produção de terneiros, o que importa é ter peso e desmama. “Muitos falam que nossos animais têm muito peso na feira. Comentam que vamos desmamar terneiros com 400kg. Tomara que consigamos isso porque animais pesados são reflexos de boa comida e padrão racial, que vão refletir em ganho para o criador e confinador”, considerou o pecuarista. A valorização do mercado está relacionada a esse padrão e é neste trabalho de elevar a qualidade genética dos animais, que os esforços são concentrados. “Nós tra-
balhamos com a raça Simental a mais de 20 anos e a raça tem algumas particularidades que gostamos muito como a habilidade materna, fertilidade alta e precocidade. Não discutimos nunca raça, porque todas têm seus diferenciais”, lembrou Leonardo.
Triângulo da atividade Na pecuária, o triangulo do sucesso está relacionado à sanidade, genética e nutrição, e é nesse último quesito que os irmãos apresentam outro diferencial. “Esse é o primeiro critério para produzir animais. Ter pastagens é essencial. Sem comida não se produz nada. Faltam várias coisas nessa área, como empresas de pesquisa do governo que auxiliem o produtor a identificar os melhores tipos de pastagens. Hoje o produtor precisa errar para aprender e essa demora pode fazer com que ele saia da atividade. Quem devia errar eram as instituições de pesquisa, mas no Brasil o produtor só paga. Com exceção a isso, nós precisamos investir muito em pastagens. Aqui nós investimos nas pastagens como o agricultor investe para produzir soja, porque é só assim que as matrizes tem eficiência e os terneiros se desenvolvem bem”,
ressaltou Leandro. Sobre essa nutrição dos animais, Leandro e Leonardo destacam que o principal não é a quantidade de animais, mas sim, quantos quilos de animais são desmamados por ano. “Muitos querem saber quantas matrizes temos, mas essa não é a pergunta. O correto é saber quantos quilos de gado saem daqui da desmama. É isso que demonstra a qualidade dos animais”, reforçou o pecuarista.
Valorização de matrizes “Temos uma história de mais de 60 anos trabalhando na pecuária, buscando evolução e não estamos perto do que queremos. Quem trabalha com melhoramento genético sabe que a fêmea, a matriz, está desvalorizada. Pelo tempo que você demora pra fazer a matriz, investimento genético em cima desse animal, deve fazer com que a matriz sempre valha mais que o macho. Você compra uma terneira para matriz, por exemplo, e ela fica dez anos produzindo, mas você compra um terneiro para engorda e em seis meses ele vai pra gôndola do mercado, então você tem que ter qualidade de matriz”, finalizou Leandro.
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Pecuária
O momento do boi Fotos: Felipe Götz/O Celeiro
Pecuária da região acompanha evolução do estado e produtores conseguem bons lucros com comercialização do rebanho. Feiras na região estimulam comércio democrático.
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pecuária brasileira vive um bom momento e a catarinense, mesmo com um rebanho menor que em outras épocas, possui diferenciais no mercado. A sanidade dos animais é um fator relevante, pois o estado é livre de vacinação de febre aftosa desde 2007. Além disso, a genética dos animais, o capricho dos pecuaristas e os cuidados no manejo, elevam a qualidade do rebanho de Santa Catarina. De fato, a pecuária vive seu melhor momento. Em 2015, os preços já eram satisfatórios e com a demanda se mantendo, 2016 iniciou com o mercado aquecido. Nas feiras do primeiro semestre, os preços atraentes garantiram lucros para o pecuarista e também ao comprador. Na região de Campos Novos, as tradicionais feiras demonstraram sua qualidade e novos eventos foram realizados, como nos municípios de Vargem e Abdon Batista, onde os pecuaristas, com apoio do poder público, realizaram grandes eventos,
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principalmente com referência a qualidade do rebanho apresentado em pista. O pecuarista Fernando Rosar, Presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Campos Novos – SPRCN, é mais que um entusiasta dos leilões e feiras. Incentivador do comércio democrático de animais, Fernando destacou que a demanda é grande e há pouca oferta de animais na região. “A demanda de animais é menor que o ofertado e isso é reflexo do abate de fêmeas, que por muitos anos foi praticada na região, e, neste ano, se viu o pecuarista buscando terneiros e terneiras para reposição, e com isso, há um plus no aquecimento do mercado. Eu sempre falo que a feira é algo mais democrático que existe. Pois na feira, você pode levar animais bons e ruins, mas você deve estar ciente de que o bicho ruim, vai ter um preço inferior, porém, hoje, nós vemos um alto padrão racial do rebanho catarinense”, reforçou. O melhoramento genético dos últimos anos também movimentou o mercado
Fernando Rosar
e os frigoríficos estão pagando a mais para o produtor. “Os cruzamentos de animais como Angus, Charolês e Hereford, raças precoces, tem proporcionado ganhos ao produtor, porque tem um incentivo do estado de 3% por ser precoce e mais o plus das raças que são de 4 a 10%. Somado a isso, há um ganho maior de até 13% e esses são alguns dos motivos
deste momento vivido na pecuária”, lembrou Fernando. A exportação de animais fez com que o mercado brasileiro buscasse a evolução e se não é possível aumentar o rebanho, a genética existente hoje, possibilita ganhos diferenciados ao produtor. “Os Estados Unidos da América abriu as exportações, além de África do Sul e China e isso reflete no país como um todo. No Rio Grande do Sul, os preços dos animais eram menores do que aqui, mas hoje eles estão exportando animais vivos e isso reflete pra nós também, porque eles podem vir buscar animais em Santa Catarina. Com isso tudo nós vemos um cenário muito bom para os próximos anos e os dados existentes reforçam essa estabilidade no mercado”, explicou. O custo para produzir terneiros é alto e por isso, os preços dos animais estão superiores aos praticados em anos anteriores. “O pecuarista, e eu me incluo, tem um custo na melhoria da genética, nutrição de animais e manejo dos animais, por exemplo, é alto. Para produzir silagem, hoje, há um custo elevado, então, são fatores que auxiliam nesse preço mais alto e que reforçam a manutenção de valorização dos animais”. A padronização de animais das feiras de gado foi comentada por Fernando Rosar e isso foi visto também nos eventos da região. “Nós vemos hoje nas feiras, um rebanho homogêneo, com padrão de pelagem, carcaça. Uma qualidade diferenciada, isso é possível graças à genética, manejo profissional e qualidade na alimentação dos animais. O produtor sabe disso e investe”, complementou. A profissionalização dos pecuaristas faz com que todo o setor se mantenha informado e busque a evolução e a realização de feiras, permite que este pecuarista tenha subsídios para comercializar seus animais, no preço do mercado. “Com as feiras, existe o nivelamento do mercado, e nós vemos que mais feiras são realizadas, até mesmo na região e com isso, quem tem a ganhar é o pecuarista, por ter um incentivo a mais e novas possibilidades de comercializar o rebanho”, afirmou. Durante a realização da Feira do Terneiro e Terneira de Campos Novos, o Presidente da Federação da Agricultura de Santa Catarina, José Zeferino Pedroso, destacou que a valorização dos animais nas feiras no estado está correspondendo às expectativas. “A valorização está ótima. Nós temos acompanhado as feiras e nos dividido dentro da federação para participar de todas e para nossa alegria e satisfação dos produtores, apesar da crise do país, não sentimos crise na pecuária. Os preços estão satisfatórios, valeu a pena todo o nosso esforço de atingir o status diferenciado que Santa Catarina tem (livre de febre aftosa sem vacinação)”, ressaltou Pedroso.
O Presidente da Federação da Agricultura lembrou que em 2012, recebeu uma missão de italianos que desejavam adquirir terneiros do estado. “Nós começamos conversações, mas o dólar na época estava desvalorizado e nossa moeda forte e não se conseguiu fechar negócio, mas para nossa alegria, em maio, estivemos carregando os primeiros 4.300 terneiros para a Turquia e depois desse embarque a intenção é conseguir mais 5 mil terneiros. Lógico que para nós não é o ideal, pois queríamos estar vendendo carne ao invés de animais vivos e temos encontrado algumas contestações das indústrias porque Santa Catarina é deficitária em carnes, mas eu defendo isso porque o Brasil produz carne em abundancia, então nós podemos vender nossos produtos que são valorizados, podemos adquirir carnes de outros estados e essa conquista movimentou mais ainda as feiras”, finalizou.
Fotos: Felipe Götz/O Celeiro
Resultados das feiras camponovenses
Feira da Primavera em Campos Novos
A 32ª edição da Feira do Terneiro e da Terneira, realizada pelo Sindicato dos Produtores Rurais de Campos Novos – SPRCN, em maio, no Parque de Exposições Leônidas Rupp, foi mais uma vez sucesso em qualidade de animais e comercialização. Com 380 animais em pista e vendidos, a tradicional feira teve receita de mais de R$ 619 mil. As médias de preços dos animais da feira, em quilo, fecharam em R$ 7,43 para terneiras. Já os terneiros tiveram média de R$ 7,29, novilhas a R$ 7,07, vacas de cria a R$ 6,69 de média e bois a R$ 6,06. A média em quilos de co-
mercialização geral do evento ficou em R$ 7,22. Um lote de novilhas Hereford foi o mais valorizado do leilão, com preço de R$ 9,28/kg dos animais. Já na Edição 2016 da Feira da Primavera a comercialização de animais foi de 80% do rebanho disponível no evento – 380 animais –. Realizada em 10 de setembro, a média geral de venda do leilão foi igual à obtida na feira de 2015, com R$ 5,70/kg do animal. A média de terneiros foi de R$ 6,14/kg. Já os bois tiveram média de R$ 6,85/kg, terneiras com média de R$ 7,72 e novilhas R$ 5,89/kg.
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Primeira feira em Vargem Formada em 2016, a Associação de Produtores Rurais de Vargem, com apoio da Prefeitura Municipal, realizou sua 1ª Feira do Terneiro (a) e Gado Geral. Com a construção da arena de remates no Parque Municipal de Eventos, houve possibilidade da realização do evento. Promovida no dia 22 de maio, a feira contou com animais de diversas raças europeias, como Hereford, Angus, Devon e Charolês, além dos indianos Nelore e Brahman e também animais puros. Na feira foram disponibilizados 420 animais, divididos em 60 lotes. A receita do evento foi de R$ 712 mil. No evento, o Prefeito de Vargem, Nelson Gasperin Júnior (Peixe), destacou a importância da pecuária para a economia do município. “A pecuária é responsável por 30% do movimento econômico do nosso município e é por meio do agronegócio
1ª Feira do Terneiro (a) e Gado Geral é realizada no Parque Municipal de Eventos em Vargem
que tudo se desenvolve na nossa cidade e no país. Trabalharmos muito para desenvolver a atividade e temos um rebanho excelente em Vargem, com uma genética de ponta e vamos
Angus: Para pecuaristas exigentes Já a Fazenda Renascença, localizada no interior de Vargem, realizou em 13 de agosto, a 7ª edição do Remate Destaques Angus. Organizado pela família de Nelson Antônio Serpa, o evento contou com a presença de cerca de 300 pessoas e comercializou animais considerados de alto valor genético no Estado. Os reprodutores PO (puros de origem) foram vendidos na média de R$ 9 mil, enquanto os machos CA (cruzas Angus) saíram pelo valor médio de R$ 8.040,00. Foram comercializadas fêmeas PO na média de R$ 8 mil e as CA por R$ 4.800,00. Foram disponibilizados ainda lotes de terneiras e novilhas cruzas Angus, vendidas na média
Fotos: Felipe Götz/O Celeiro
de R$ 7,35 o quilo e R$ 7,31 o quilo, respectivamente. No leilão, o governador do Estado, Raimundo Colombo, destacou a qualidade da pecuária em Santa Catarina. “Queremos
trabalhar cada vez mais para que esse setor continue a se desenvolver e a crescer, visando à promoção de renda ao pecuarista”, destacou Peixe.
Foto: Fagner Almeida
valorizar todo esse esforço e também reconhecer o empenho genético, o avanço que vocês têm conseguido alcançar a cada ano, o que beneficia todo o setor produtivo de Santa Catarina”, disse Colombo.
5º Remate em Abdon Batista Em Abdon Batista, o 5º Remate da Pecuária Abdonense, movimentou cerca de R$ 900 mil. A feira aconteceu no dia 24 de maio, durante a programação da 27ª Festa do Município. A organização foi da Administração Municipal, por meio da Secretaria de Agricultura e Associação dos Pecuaristas de Corte de Abdon Batista (Apecorte). Foram postas à venda e negociadas mais de 600 cabeças de gado com valores acima do mercado. O preço médio do quilo vivo do terneiro ficou em R$ 6,45, da terneira em R$ 6,25, da novilha em R$ 6,73 e do boi em R$ 5,28. Os valores de venda ficaram um pouco abaixo dos praticados no ano passado,
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mas mesmo assim, o resultado foi comemorado pelos pecuaristas e também pelos organizadores do evento. ”O apoio ao produtor é fundamental, por isso, vamos seguir com o objetivo de fortalecer a pecuária local, por
meio de ações que possam melhorar as condições de trabalho e ganho de cada pecuarista abdonense”, comentou na feira o secretário de agricultura do município, Juliano Mecabô.
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Soja
Ele quer produzir mais Foto: Felipe Götz/O Celeiro
Aumentar a média produtiva das lavouras é o objetivo do produtor João Alexandre Di Domênico. Na safra passada, ele colheu em uma área de 3 hectares, 99,31 sacos/ha e ações adotadas no manejo da lavoura serão difundidas para os 630 hectares com soja nesta safra.
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o que tudo indica, a safra de soja 2016/2017 será de grandes produtividades na região de Campos Novos. Com previsões de que os riscos climáticos serão menores, os produtores se concentram em fazer o dever de casa no plantio e manejo para comemorar na colheita. A área com a oleaginosa, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, será recorde no município, chegando aos 60 mil hectares com a cultura, contra 58 na safra anterior. Na Fazenda São João, o Produtor Rural e Economista João Alexandre Di Domênico, aumentou a área com soja nesta safra em 10%. Com 630 hectares destinados a cultura, João Alexandre tem nesta safra um alvo a atingir. Ele produziu na safra anterior, 99,31 sacos/ha em uma área de 3 hectares,
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mas a média produtiva foi menor, ficando em 65 sacos/ha. A alta produção daquela área foi por meio do Programa “Top Produtividade”, realizado pela Syngenta na Cooperativa Agropecuária Camponovense – Coocam. Nesta safra, porém, os ensinamentos, ou melhor, a receita da produtividade daquela área, serão colocados em prática em todas as áreas de soja da fazenda. “Nós aumentamos a área, não por diminuir o plantio das outras culturas, mas sim pela rotação nas áreas. A expectativa é de que tenhamos um ano normal, sem tanta interferência do La Niña, e com a colaboração do clima, devemos ter uma safra cheia. Com a participação do programa, vimos que o que influenciou a produtividade daquela área foi de entrar com fungicida na hora certa. Nós antecipamos a aplicação de defensivos e diminuiu o espa-
çamento entre aplicações. Muitos produtores entram na segunda aplicação com 20 dias após a primeira e nós fizemos com 14 dias e repetindo na terceira, então não se viu nenhuma doença na lavoura e esse foi um dos principais fatores para essa produtividade”, destacou João Alexandre. Para o sojicultor, o manejo preventivo da área foi essencial para obter os resultados e a adoção de ações como adubação correta deram resultado. “Investimos em estimulantes foliares que agora existem no mercado e em uma adubação eficiente. Não fugimos muito do habitual e estamos investindo sempre com consciência. Investir 10 para colher 10, não vale a pena e você deve conhecer a área”, ressaltou. Para o técnico em agropecuária da Cooperativa Agropecuária Camponovense – Coocam, Silvio Zanon, o produtor que
“...o que
influenciou a produtividade daquela área foi de entrar com fungicida na hora certa. João Alexandre Di Domênico
”
deseja aumentar sua produtividade precisa mudar seus conceitos quanto ao manejo das lavouras. “Aquele produtor que está contente com sua produtividade faz o mesmo manejo, mas se ele não está satisfeito e quer mais, nós vamos buscar as técnicas mais eficientes. Esse diferencial é fazer com que se aplique produtos mais técnicos, dentro de um inter-
valo de aplicação mais curto, usando alguns produtos diferenciados. Um dos exemplos que temos, é de que para produzir 60 sacos/ ha, não é difícil pela genética das variedades disponíveis, mas se ele quer produzir 80 sacos/ha, ele deve investir mais. Nós devemos estar atentos a lavoura sempre, fazer aplicações de fungicidas com intervalo menor ou fazer até quatro aplicações, por exemplo”, informou. A adoção de técnicas de Agricultura de Precisão também tem apresentado resultados na produtividade da soja. Silvio ressalta que o potencial produtivo das variedades é alto, e melhorando a eficiência dos nutrientes que a planta necessita absorver, os resultados são obtidos. “A Agricultura de Precisão tem mostrado as deficiências, por exemplo, das áreas, e o sabendo o que precisa fazer, fica mais fácil. As correções de solo, aplicações de gesso, de micronutrientes, equilibra o sistema. Nós temos feito alguns micronutrientes foliares para compensar essa deficiência de solo e é nisso, que acreditamos que o resultado é diferente. O Departamento Técnico da Coocam preza por acompanhar as lavouras e nesta área que tivemos uma produção maior, houve um manejo de limpeza antecipado, para não ter competição, foi feito tratamento no estado vegetativo e repetidas aplicações de forma antecipada do habitual”, finalizou Zanon.
Estabilidade
Em sua segunda safra coordenando os trabalhos na fazenda, João destaca a busca pela eficiência com a tecnificação. “A nossa agricultura é familiar e o que se busca é que o maquinário, por exemplo, se mantenha eficiente para 10 anos. Nós vemos um investimento alto nesta área e com bom material, se tem essa eficiência. Estou na segunda safra e temos muito o que aprender, mas com apoio da família e dos técnicos, conseguimos evoluir na agricultura”. Quanto ao mercado da soja, o produtor sai de cena e entra o economista João Alexandre. “A safra americana está boa, mas mesmo assim, o preço da soja está se mantendo porque a demanda chinesa está aquecida. Nós vemos a China comprando cada vez mais, com sua economia retomando o crescimento e isso acaba mantendo a estabilidade dos preços, com tendência a subir o preço. Eu acredito que a safra do Brasil será cheia também e o que vai manter preço é a demanda”, completou. A soja é o carro chefe da agricultura do país e em Campos Novos não é diferente. “A economia camponovense gira em torno da soja e uma safra de soja cheia representa um bom ano para o município. Nós estamos semeando agora esta safra com muita esperança de ter um grande ano”.
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Milho
Cereal com valor Estoques baixos de milho elevam preços e medidas são tomadas para aumentar área plantada.
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ano de 2016 é do milho. O cereal foi amplamente comentado e sua valorização é explicada por vários fatores. A queda na área plantada ano após ano, associada ao aumento do custo de produção e ao crescente consumo do produto, fizeram com que os estoques baixassem e com pouca oferta, o milho subiu e foi considerado a preço de ouro, principalmente pela escassez vivenciada nos silos de armazenagem. As projeções apontadas ainda no início de colheita da safra 2015/2016 de que os preços do milho se manteriam elevados foram confirmadas. Os baixos estoques do cereal garantiram a alta e com isso, os produtores da região de Campos Novos aproveitaram o momento para comercializar seus produtos. Para o Diretor Executivo da Copercampos e operador de mercado, Clebi Renato Dias, o que fez o preço do milho chegar a estes valores foi decisão tomada pelos produtores ainda em 2015 de plantar ou não
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a cultura, pois em agosto e setembro, os preços estavam entre R$ 22,00 a R$ 24,00 o saco, com custo de produção na faixa de R$ 3 mil a R$ 3,5 mil dependendo da tecnologia adquirida. “Com isso, o custo da lavoura ficou muito alto e o produtor optou pela soja, mesmo que a cooperativa ofertasse na época vendas futuras a R$ 30,00 e no decorrer disso veio um fator determinante em nível de Brasil, que foram alterações que ocorreram no milho safrinha. Quando a agroindústria contava com milho safrinha em bons estoques e na realidade as empresas exportaram um bom volume em Goiás, Mato Grosso e do Paraná e esse milho acabou não vindo, fechando de janeiro de 2015 a janeiro de 2016 em 31 milhões de toneladas do produto exportado e naturalmente faltou o grão no mercado interno, com pressão grande em março e abril, porque as empresas se viram sem produto com estoques curtos, precisando de milho em uma semana e com isso o preço que se pedisse, vendia. Foram comercializados assim, milho até R$ 53,00 o saco
Fotos: Felipe Götz/O Celeiro
Clebi Renato Dias
e ao produtor R$ 46,00. Historicamente em reais são valores altos e em dólar também, sendo assim, preços excelentes”, ressaltou Clebi a reportagem. Como nesta safra, a segunda safra de milho praticada nos estados do Centro -Oeste e Paraná também teve um bom volume exportado, as agroindústrias precisaram mudar fórmulas e investir em outros grãos primários para produzir rações, como no trigo, por exemplo. “As indústrias de ração e de alimentação tem uma dependência muito grande da segunda safra de milho, a chamada safrinha. Empresas compraram trigo e trigo bom para suprir a demanda de rações”. Para Clebi Renato Dias, alguns produtores mudaram de opinião em relação ao plantio de milho devido às oportunidades do mercado. “O detalhe é a oportunidade de mercado, mas com visão no custo de produção, pois temos sementes com alto custo e o produtor deve optar por tecnologia. Eu acho que as empresas devem fazer algo bem feito e ter um preço remunerador ao produtor de milho”, reforçou.
Programa de incentivo ao plantio Com o objetivo de estimular o plantio de milho, a Secretaria de Agricultura do Estado de Santa Catarina, em parceria com a Fecoagro, lançou o Programa de Incentivo ao Plantio de Milho. Na contratação do programa, o produtor recebeu sementes e insumos de alta tecnologia para plantio e manejo das áreas. O produtor que aderiu ao programa nesta
safra 2016/17 contou com a garantia de receber os insumos necessários para plantar e comprometer até 80 sacos/hectare, pagos na colheita, incluindo despesas como Funrural e o seguro da lavoura. De acordo com o Presidente da Coocam, João Carlos Di Domênico, o programa estimulou o plantio de milho. “Esse programa estimulou o plantio, porque existe um financiamento disponível e o produtor vem até a cooperativa e leva o pacote completo, com sementes de alta tecnologia tratada, todos os insumos, como fertilizantes e agroquímicos, seguro rural, tem o Funrural. Tudo isso, com um custo de 80 sacos/ha. Isso estimula o plantio, porque se o produtor colher 160 sacos/ha ele terá 100% de produção acima do custo, para pagar outras despesas e assim, ter um lucro viabilizado com a cultura”, destacou João Carlos. A Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca, divulgou que haverá um crescimento na produção de 9,65%, chegando a 2,9 milhões de toneladas de milho na próxima safra, mas mesmo assim, Santa Catarina ainda se mantém como grande importador do grão. O estado é um polo da suinocultura e avicultura e consome aproximadamente 6 milhões de toneladas de milho por ano, são mais de 16 mil toneladas consumidas todos os dias pela cadeia produtiva da proteína animal. Em área, houve incremento de mais de 30 mil hectares na safra que se desenvolve. Em Campos Novos, segundo dados do IBGE, que realiza levantamentos em parceria com as cooperativas do município, a área plantada de milho será igual à última safra, com 7 mil hectares e 1 mil hectare de área para silagem. Na Cooperativa Agropecuária Camponovense – Coocam, porém, houve um incremento de área plantada em 10%.
Fotos: Felipe Götz/O Celeiro
De acordo com o Técnico em Agropecuária da cooperativa, Silvio Zanon, este incremento está relacionado ao aumento do produto, rotação de culturas e incentivo por meio de programas, como o desenvolvido pelo estado em parceria com a Fecoagro e cooperativas filiadas. “Se compararmos com a safra do ano passado, nós temos um aumento em 10% a área. Neste ano temos algumas vantagens para investir na cultura, com uma expectativa de bons preços, um ano de La Niña não tão forte, com veranicos não tão longos e o potencial de produção de milho sempre é alto na nossa região. Nós acreditamos também que é um ano para realizarmos rotação de culturas, pois aquele produtor que busca produzir bem todas as culturas deve fazer a rotação para quebrar ciclos de pragas e doenças e nesta linha de trabalho, o produtor investe no milho porque temos um preço bom e apesar de ter custo alto de implantação, dos últimos anos eu vejo que é o melhor para plantar milho”, afirmou Silvio.
Motivado pelo preço Um exemplo de produtor que volta a investir no milho é o associado da Coocam e vice-presidente da cooperativa, Riscala Miguel Fadel Júnior. Júnior não semeou milho na última safra e devido à rotação de culturas e valorização do cereal, implantou 128 hectares da cultura nesta safra 2016/17. Segundo ele, a rotação de culturas nas lavouras e a valorização do milho no mercado interno estimulam o produtor a investir. “Temos uma boa expectativa nesta safra. Ano passado não plantamos milho, mas neste ano decidimos investir para realizar o manejo de rotação de culturas e esperamos ter uma boa safra tanto em produção como
Riscala Miguel Fadel Júnior e Silvio Zanon
um bom preço do produto no mercado”, afirmou. Silvio Zanon ressalta que para realizar o plantio de milho, o produtor tem tomado algumas precauções, como ter uma boa
cobertura de palhada, ter um solo sem compactação e com correção, sementes de boa qualidade e fertilizantes com fórmula adequada.
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Investimento
Em ritmo de crescimento
Matriz Copercampos em Campos Novos/SC
Copercampos deve fechar 2016 com faturamento histórico
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Copercampos ultrapassou pelo segundo ano o faturamento de um bilhão de reais, atingindo a marca histórica de 1 bilhão e 250 milhões de reais, mais um recorde em faturamento. A marca foi atingida no dia 14 de outubro. Segundo o Diretor Presidente, Luiz Carlos Chiocca, o resultado superou as expectativas e agora a projeção da cooperativa é fechar o ano com o total do orçamento de R$ 1 bilhão e 400 milhões. “Consideramos 2016 mais um ano memorável para a Copercampos. Se manter na casa do bilhão é muito importante, especialmente dentro da economia do Brasil, onde nesse último ano enfrentamos inúmeros desafios, convivendo com incertezas no clima e na economia, porém graças ao cooperativismo obtivemos esses resultados positivos”. Para chegar a esta marca, Chiocca explica que a Copercampos trabalhou com estratégia e planejamento durante o ano, com investimentos nas áreas de atuação da cooperativa. “O resultado é reflexo do planejamento realizado pela diretoria da cooperativa, que investiu na ampliação e compra de novas unidades, aumentando a comercialização de sementes e insumos, assim como a redução de despesas através de treinamentos
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e programas de segurança, qualidade e na valorização dos cereais”, enfatiza o Diretor Presidente. Hoje a Copercampos figura no ranking das maiores e melhores do agronegócio do País e chega aos 46 anos com um quadro de 1.437 associados, mais de 1.200 funcionários e 50 unidades espalhadas pelos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A cooperativa também é destaque no Prêmio Valor Carreira, onde é apontada como a melhor empresa na Gestão de Pessoas.
Expandindo negócios Nos últimos doze meses a Copercampos investiu e ampliou sua capacidade de armazenagem e produção de sementes. Um dos maiores investimentos na área sementes, foi na construção de uma ampla e moderna UBS localizada às margens da BR-470 em
Campos Novos. Já na área de recebimento de cereais, destaque para a nova unidade implantada no município de Cerro Negro, onde foram investidos aproximadamente R$ 7 milhões. A nova unidade, conta com duas linhas de recebimento, duas máquinas de limpeza, secador, dois silos pulmão com capacidade de 1.200 toneladas cada e dois silos de armazenagem com capacidade de 6 mil toneladas. No município de Lagoa Vermelha, localizado no Rio Grande do Sul, a Copercampos adquiriu uma nova Unidade pelo valor aproximado de R$ 15 milhões. A estrutura conta com a capacidade de armazenagem de 660 mil sacas e está localizada às margens da BR-470, sentido Lagoa Vermelha/ Vacaria (RS). Já na cidade de Sananduva, também no Rio Grande do Sul a Copercampos passou a atuar com uma unidade que tem a capacidade de recebimento de 15 mil sacos de 60kg por dia, com armazenagem estimada em 12 mil toneladas.
Unidade de Beneficiamento de Sementes localizada às margens da BR-470 em Campos Novos
Fotos: Divulgação/Copercampos
Investimentos em Lojas com produtos e serviços diferenciados Com os padrões de qualidade da cooperativa, além de amplo espaço adaptado para melhor atender os clientes e associados, a Copercampos inaugurou em 2016 três novas Lojas. Localizadas nos municípios de Zortéa, em Santa Catarina, e nas cidades de Lagoa Vermelha e Sananduva, no Rio Grande do Sul, as lojas contam com variedades de produtos, suporte em insumos e produtos para todas as atividades agropecuárias, além de materiais para construção. Nesse sentido o Diretor Presidente da Copercampos, Luiz Carlos Chiocca, reforça o compromisso da cooperativa em
Loja Copercampos em Sananduva/RS
oferecer alternativas econômicas para o produtor. “As Lojas contam com uma estrutura inovadora, moderna, funcional, onde temos estocagem de produtos. Além de oferecer aos
clientes uma variedade em itens, pois o diferencial da Copercampos não é só vender os insumos e receber a produção, mas estar junto ao produtor”, destacou Chiocca.
Ampliação da rede de supermercados O crescimento da Copercampos e a visão de empreendedorismo motiva a busca constante pela diversificação e satisfação de seus associados e clientes. Pensando nisso a cooperativa adquiriu o Hipper Center Copercampos, mais uma opção em Campos Novos para que os clientes possam adquirir produtos de qualidade em horário diferenciado. Já o mais recente investimento da Copercampos no ramo supermercadista está localizado na cidade de Capinzal. O novo empreendimento recebeu investimentos de aproximadamente R$ 15 milhões e conta com o padrão e a qualidade das demais unidades, além de amplo espaço de vendas e estacionamento coberto. De acordo com Luiz Carlos Chiocca, o setor supermercadista é um ramo que está em constante crescimento e a cooperativa precisa acompanhar esta evolução. “Investimento no setor supermercadista foi uma das metas da nossa diretoria para este ano, e acredito que estamos no caminho certo,
Supermercado Copercampos em Capinzal
pois a cooperativa precisa expandir e atuar em novos ramos. Com a ampliação da rede de supermercados e a central de distribuição, estamos investindo com segurança e buscando trazer os melhores resultados. Sabemos que estes investimentos são frutos do exce-
lente trabalho que a Copercampos desenvolve em todas as suas atividades e demonstram o perfil de uma cooperativa sólida, que destaca-se pela qualidade e compromisso com seus associados, funcionários e clientes”, disse Chiocca.
Suinocultura com genética de qualidade Seguindo com seu cronograma de investimentos para 2016, a Copercampos iniciou as obras de construção de uma nova e moderna granja de suínos no município de Santa Cecília com capacidade de 1.500 matrizes em
parceria com a Agroceres Pic, o que proporciona a produção de animais com genética de altíssima qualidade. A produção de suínos da Copercampos conta com sistema de rastreabilidade dos animais, pelo qual é possível acom-
panhar todo o processo, desde a criação até o mercado consumidor. Os suínos rastreados também são exportados para países da Ásia, como China, Japão e Rússia.
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Compromisso
Ensino da Unoesc focado no agronegócio
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m dos setores mais promissores da economia brasileira é o agronegócio, que abrange atividades comerciais e industriais da produção agrícola e pecuária. Neste cenário, Santa Catarina é o maior produtor nacional de cebola e o segundo de arroz, fumo e maçã. Na pecuária, o estado se destaca como o maior produtor nacional de carne suína e o segundo em abate de frangos. Conforme dados da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), o sucesso destas atividades se deve a um eficiente sistema de integração entre empresas agroindustriais e produtores rurais. Nesse sentido, a Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), comprometida com o desenvolvimento regional e presente em todo o Oeste Catarinense, está atenta à necessidade das diversas áreas do conhecimento, às demandas criadas pelo setor produtivo, e apresenta uma série de cursos que podem contribuir com a qualificação voltada ao agronegócio. Este compromisso se materializa, seja por meio do estudo de graduação, como os cursos de Agronomia e Medicina Veterinária, seja com o desenvolvimento de pesquisas ou atividades de extensão junto ao pequeno produtor rural.
O pró-reitor de Graduação da Unoesc, professor Ricardo Marcelo de Menezes, destaca que a possibilidade de incremento científico e profissional das pessoas que moram no Oeste de Santa Catarina cer-
tamente aperfeiçoa o desenvolvimento social e econômico, com o emprego de novas técnicas, a melhoria de processos e o desenvolvimento de modelos diferenciados. “Em todos os campi da Unoesc Fotos: Divulgação/Unoesc
Sede da Reitoria da Unoesc, localizada em Joaçaba
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a atenção ao desenvolvimento em todos os seus aspectos, ambiental, econômico e social, é algo que nos motiva e impulsiona nossas atividades”, ressalta Menezes. O pró-reitor de Pesquisa, Pósgraduação e Extensão da Unoesc, professor Fábio Lazzarotti, afirma que, na área da pósgraduação, a Unoesc também tem trabalhado para o desenvolvimento do agronegócio em Santa Catarina e no Brasil, tanto no lato sensu como no stricto sensu. No lato sensu, que incluem as pós-graduações em nível de especialização, a universidade tem ofertado diversos cursos com ênfase no agronegócio, ente os quais estão Produção Leiteira e MBA em Gestão Estratégica do Agronegócio. “Os aspectos técnicos na atividade agropecuária, passando pela produção, industrialização, logística e comercialização, a gestão de toda a cadeia do agronegócio, além de estudos do segmento e desenvolvimento do empreendedorismo rural, são alguns dos temas e componentes curriculares desenvolvidos pela pós-graduação lato sensu”, comenta o pró-reitor Lazzarotti. Em nível de stricto sensu, destacase o mestrado profissional em Administração, oferecido em Chapecó, que tem uma de suas linhas de pesquisa voltada para a competitividade no agronegócio. Segundo o pró -reitor, por ser um mestrado profissional, os estudos devem apresentar implicações práticas, ou seja, os mestrandos devem desenvolver seus trabalhos visando à aplicabilidade no segmento estudado. Um exemplo disso é o estudo de um dos egressos do mestrado, Milton José Melz, orientado pela professora doutora Simone Sehnem, que desenvolveu uma ferramenta gerencial para a tomada de decisão dos gestores de granjas suinícolas, da qual derivou uma startup, a COOPIG - Sistema web de gestão de granjas suinícolas de cooperativas, contemplada no programa Sinapse da Inovação.
A serviço da comunidade e da produção científica Fazer a análise do solo é fundamental para o trabalho do agrônomo. Pensando nisso, a Unoesc Campos Novos, que oferece o curso de Agronomia desde 13 de fevereiro de 2006, conta em sua estrutura com o Laboratório de Solos. Além de ser utilizado pelos acadêmicos e professores
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para aulas práticas, o espaço presta serviços à comunidade, por meio da realização de análises dos solos. O local recebe amostras de produtores da região e do Rio Grande Sul, assim como da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), das cooperativas e das empresas privadas do estado. A professora doutora do curso de Agronomia, Analu Mantovani, responsável técnica pelo Laboratório de Solos, explica que oito análises distintas são efetuadas: química completa do solo, química básica do solo, química básica mais cobre e zinco do solo (licenciamento ambiental), física do solo, tecido vegetal, grãos, calcário e resíduos orgânicos. “Desde 2010, quando o laboratório iniciou as análises físicas, foram recebidas mais de 10 mil amostras. Já as químicas, que começaram em 2011, atingiram a marca de 17 mil análises. O número vem crescendo ano a ano, sendo que de 2014 a 2015 o crescimento foi de 15,4%. Para 2016, a expectativa é encerrar o ano com um número ainda maior de análises realizadas”, relata a responsável técnica.
Laboratório de Solos Unoesc, Campos Novos
A precisão nos resultados obtidos é certificada pelo selo de qualidade da Rede Oficial de Laboratórios de Análise de Solo (ROLAS), o qual o Laboratório da Unoesc conquistou duas vezes consecutivas, ao atingir o conceito “A”. Essa avaliação indica que, ao enviar as amostras para a análise, o cliente poderá confiar no trabalho que é feito nesse laboratório.
Pesquisa avalia a qualidade da cinza para uso na agricultura O campus de Xanxerê, através do curso de Agronomia, desenvolve pesquisas em solos. Uma dessas pesquisas, que teve uma de suas etapas recentemente concluída, envolve a “Avaliação da cinza como material secundário para aplicação na agricultura e análise de risco do solo, subsolo e água”. Em parceria com a Celulose Irani, a pesquisa revelou interessantes resultados. A Celulose Irani, em abril do ano passado, entrou em contato com o campus local para desenvolver a pesquisa. Através da parceria, a empresa financiou três bolsas de estudos para os acadêmicos Andressa Chagas e Welynton Candido, da 6ª fase, e Dioni Martinelli, da 7ª fase, todos do curso de Agronomia. Orientada pelo professor Maurício Vicente Alves, a pesquisa objetivou avaliar a qualidade da cinza gerada pela combustão de biomassa vegetal em
Pesquisa realizada em Xanxerê
termos de composição de minerais e seu desempenho na utilização na agricultura. Assim, após sete etapas, realizadas em diferentes momentos e envolvendo variados experimentos em culturas de trigo e milho (um deles em parceria com o egresso de Agronomia, Everson Sbruzzi, hoje mestrando na Udesc, e dois outros com o Colégio Agrícola La Salle, do município), os pesquisadores avaliaram que a cinza tem potencial para ser utilizada na agricultura, não causando prejuízos às culturas avaliadas e podendo melhorar a qualidade do solo. “A pesquisa foi concluída em julho deste ano, com a apresentação dos relatórios. Agora, seguiremos com ela em outras culturas. A Unoesc Xanxerê está sendo cadastrada como instituição de pesquisa junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que verificará se a universidade segue os padrões para ser uma instituição de pesquisa. Já houve inclusive a vistoria in loco e o Mapa deve emitir parecer. Caso positivo, teremos liberação do ministério para comprovação da utilização de produtos na forma de fertilizantes”, explica o professor Maurício. Também estiveram envolvidos na investigação os acadêmicos Aline Rodrigues (6ª fase, com bolsa do Pibiti), Gabriela Naibo (5ª fase de Engenharia Florestal) e Jaqueline Gaio Spricigo (6ª fase de Agronomia), ambas com bolsa do Fundes.
Análises apontam melhoria da qualidade da água A Unoesc São Miguel do Oeste tem desenvolvido diversas ações com o objetivo de contribuir para melhoria da qualidade da água da região do Extremo-Oeste de Santa Catarina. O laboratório de Microbiologia desenvolve atividades desde 2003, e o resultado das análises de água, aponta uma melhoria na sua qualidade na região Extremo-Oeste catarinense. O resultado é reflexo das ações de conscientização realizadas pela Unoesc na comunidade. Segundo a professora doutora Eliandra Mirlei Rossi, o controle da contaminação da água está diretamente relacionado com a proteção à saúde, à garantia do meio ambiente ecologicamente equilibrado e à melhoria da qualidade de vida. “Faz-se necessário o monitoramento constante da qualidade da água. O Laboratório de Microbiologia realiza um
Fotos: Divulgação/Unoesc
Laboratório de Microbiologia em São Miguel do Oeste
trabalho de orientação com o objetivo de manter a qualidade microbiológica e evitar a disseminação de doenças”, afirma Eliandra. No período compreendido entre 2003 a 2009, o número de amostras impróprias para o consumo foi igual ou superior ao número de amostras próprias. O ano de 2004, foi o período em que o Laboratório de Microbiologia mais recebeu amostras impróprias para o consumo – foram 223 amostras. A professora Eliandra Mirlei Rossi explica que, naquele ano, o laboratório recebeu um número elevado de amostras provenientes de mananciais hídricos superficiais. Além disso, em 2004, poucas pessoas da região conheciam ou faziam a análise da água que consumiam, não adotando práticas para melhorar ou manter a qualidade. A partir de 2010, graças a um intenso trabalho de conscientização da Unoesc, os dados começaram a apontar uma nova realidade. A população do Extremo -Oeste começou a ficar mais preocupada em cuidar da qualidade da água e essa mudança de comportamento refletiu no resultado das análises feitas pelo laboratório. Desde 2010, o percentual de amostras próprias para o consumo é superior ao de amostras impróprias. Em 2015, o percentual de amostras próprias para o consumo chegou a quase 80%. Somente no primeiro semestre, deste ano, 72% das análises eram consideradas próprias para o consumo. Na busca pela melhoria da qualidade da água, é imprescindível proteger os mananciais hídricos
de qualquer tipo de degradação. As pessoas devem manter poços fechados para impedir a entrada de resíduos e, se possível, manter mata ciliar aos redores. O local também deve ser cercado, impedindo a entrada de animais. Os animais devem ter, ao longo da propriedade, cochos para abastecimento de água, evitando assim que transitem junto às nascentes e córregos. Os produtores também devem construir fossas para os rejeitos animais, principalmente, quando há criação de suínos na propriedade. “O acesso à água potável é uma necessidade humana básica e essencial para a saúde e o bem-estar da população. Desse modo, a sua qualidade torna-se muito importante, já que a água contaminada pode conter micro-organismos patogênicos e, consequentemente, causar diversas doenças”, conclui a professora Eliandra Rossi.
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Associativismo
Acircan comemora 35 anos
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umprindo a missão de promover o fortalecimento empresarial e buscar o desenvolvimento regional, a Associação Empresarial, Rural e Cultural Camponovense – Acircan, comemora neste ano de 2016, 35 anos de serviços prestados em Campos Novos e região. Fundada em 7 de dezembro de 1981, a associação está filiada a Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina – Facisc, que soma forças para o fortalecimento do empresariado local, da indústria, do comércio, da agricultura, turismo, das instituições financeiras, das prestadoras de serviços e dos profissionais liberais, priorizando ações eficazes e inovadoras, sempre representando os empresários e associados na busca do desenvolvimento e na resolução de problemas pertinentes às empresas ou à comunidade. Uma das prioridades da Acircan é oferecer e facilitar que a informação chegue ao empresário, disponibilizando capacitação por meio de cursos, treinamentos e troca de experiências, que também geram negócios. Conta com uma equipe interna profissional e preparada para atender as dúvidas dos seus associados. Uma extensa programação em comemoração aos 35 anos foi aberta em outubro e se estende neste mês de novembro, com a realização da ExpoAcircan, tendo a participação do Sebrae que realizou o Bazar de Campos Novos, com a adesão de 24 empresas em 25 estandes montados, que expuseram e venderam produtos. Os descontos chegaram a 70% gerando grande movimentação de público. Em torno de 3.000 pessoas de diversos municípios da Região como Brunópolis, Vargem, Otacílio Costa, Correia Pinto, Zortéa, entre outros, circularam nos dois dias do evento o que gerou um faturamento superior a R$ 300 mil em vendas e mais de 500 prospecções de negócios futuros. Outra novidade na ExpoAcircan foi a Feira da Agricultura Familiar em parceria com a Epagri e produtores rurais do município. A comemoração dos 35 anos também contou com a capacitação sobre Gestão da Inovação e com o lançamento do Núcleo da Mulher Empresária – Acircan Mulher, lançamento de um vídeo institucional com resgate histórico da associação e o Selo 35 anos, e ainda, o Baile do Empresário, mo-
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Foto: Wilhiam Peretti/O Celeiro
mento de confraternização de empresários e de todos os Núcleos Setoriais da Associação.
Sobre a Acircan Fundada em 07 de dezembro de 1981, a Associação Empresarial, Rural e Cultural Camponovense conta com 340 empresas associadas e uma equipe técnica de quatro funcionárias e um consultor terceirizado, oferece serviços da Junta Comercial com Escritório Regional da Jucesc e o Case Sebrae, que também funciona no mesmo espaço da Associação. Recentemente foi lançado por meio da Acircan o Programa de Desenvolvimento Local – DEL, que conta com 09 câmaras técnicas e já tem três projetos aprovados e viabilizados, entre eles, o Novo Plano Diretor para Campos Novos. A Associação oferece o Programa Empreender, com 10 Núcleos Setoriais envolvendo 150 empresas, com capacitação empresarial, formação de lideranças, geração de negócios e envolvimento com a comunidade. Os Núcleos são de Autorreparadores, Empreendedores em Odontologia, Empreendedores em Turismo, Jovem Empreendedor, Contabilistas, de Mercados, Empreendedores Individuais, Psicologia, Empresários de Brunópolis e Empreendedores da Barra do Leão. Uma das bandeiras dos 35 anos é a Acircan Regional, com a criação de Núcleos nos municípios vizinhos, a exemplo de Brunópolis. A Diretora Executiva da Acircan, Eliane Lopes, destaca o papel da entidade
de classe. “A Acircan em Campos Novos, é a primeira titular a representar os interesses do meio empresarial do município e da região, representa todos os setores da economia é uma entidade de classe e existe para isso. Trabalhamos firme na promoção da cultura associativista e fazemos isso muito bem por meio dos nossos núcleos empresariais. Oferecer soluções de desenvolvimento das empresas é outro objetivo. A Acircan tem uma gama de soluções empresariais, todas visando a melhoria da gestão e competitividade, além de produtos que oferecemos para toda a comunidade, principalmente no que tange a capacitação pessoal e profissional. A Acircan tem uma linda história, construída a muitas mãos de todos os líderes que por aqui passaram e deixaram sua marca, não tenho dúvidas que nossa entidade tem um futuro repleto de desafios e sucessos em prol do desenvolvimento da classe empresarial de Campos Novos e Região”. Para o presidente da Acircan, Luiz Angelo Fornara (Loli), os 35 anos de serviços prestados mostram a força da Associação. “35 anos é uma história, a Acircan tem a representatividade e a gente busca o que é ideal para nossos associados, principalmente o pequeno. É uma entidade sólida, com 340 associados e 10 núcleos formados, interagindo com a Associação e a comunidade. Trabalho voluntário, o que é muito importante. E o grande projeto do momento é o Del, onde já foram apresentados os primeiros projetos e o que vai trazer para o município é fantástico. Pessoas e lideranças, independente de política buscando o mesmo ideal que é Campos Novos”, enfatizou o presidente.
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