Ho m
en ag em
ao
mê
s d as m ulh e r e s
Locomotiva Puxando o assunto, trazendo o debate, levando informação 17 de março - sábado - nº58 - Distribuição Gratuita
Moradores de Franco da Rocha fazem ‘procissão’ para cruzar linha de trem Sem nova estação, cidadãos usam trilhos da Linha 7-Rubi da CPTM para atravessar até o outro lado da cidade | Pág 3
Descaso com saúde feminina: mamógrafo de R$ 150 mil fica sem uso | Págs 4 e 5
Assim não dá: ladeira sem asfalto e luz na Vila Olinda| Pág 7
Uma mulher que não foge à luta pelo Juquery | Pág 6
2
17 de março - sábado - nº58 - Distribuição Gratuita
NOS TRILHOS
Locomotiva
EDITORIAL
Q
ual a importância da mulher em nossa sociedade? Antes frágil e submissa, hoje ela é responsável pela administração e pelo sustento de um grande número de lares pertence. Quando percebeu brasileiros. A mulher atual tem competência e Mais um? o erro, a prefeitura tentou direito de fazer a sua própria história. Toninho Lopes (PSD), O instinto feminino de querer cuidar e a capapresidente da Câmara, no culpar o governo federal pela discurso de encerramento paralisação, sem se preocupar cidade das mulheres em fazê-lo tornou uma delas em esclarecer a verdade da sessão de quintapresidente de nosso país. E isso é apenas o começo. (confira na página 3). feira, jogou no ar uma Mas, diante de tudo que uma mulher faz (entre afirmação: “a terceira via sua jornada de profissional, mãe, esposa, dona vem aí”. Alusão à entrada E aí,CPTM? de casa), é triste ver que pouco é feito por ela. de mais um candidato a Enquanto isso, Franco da A mulher franco-rochense há algum tempo prefeito, para se somar aos Rocha saiu na primeira espera não apenas pelo reconhecimento de seu dois já colocados, Kiko e página da Folha de S.Paulo, valor, mas por uma retribuição de seus cuidados. Pinduca. na edição do dia 16 (veja A história de Dona Margarida Carcelen Castro na pág. 3). Na matéria, que fala da falta de investimento Um pulo na do governo do Estado na capital... Toninho e os vereadores CPTM, que transporta 2,7 milhões de usuários por dia e Pablo (PTB) e Tenório apresenta muitos problemas, a (PV) foram a Brasília, companhia disse: plataforma onde visitaram 11 gabinetes, dentre os quais nova em Franco só em 2014. o do senador Suplicy. Foram buscar recursos Satisfação de para a cidade, mas podem papel ter trazido o esboço de Panta (PSDB) defendeu o uma nova coligação para modo PSDB de governar, disputar as eleições. afirmando que o povo está satisfeito, que a Prefeitura dá duas camisetas para cada ...Sem aluno. E que a maternidade dinheiro está voltando. Será que ele público O presidente da Câmara se refere ao ofício que o prefeito conseguiu entregar ao afirmou que a viagem a Brasília foi custeada com secretário da Saúde? recursos próprios dos vereadores. Problemas nas estradas Nova estação: Pablo (PTB) pediu moção de repúdio ao DER por quando desrespeito à população, com mesmo? Enquanto alguns se limitam ao protesto virtual, outros saem de casa para A sessão foi agitada, com obras mal feitas e falta de sinalização, que ocasionam George Juventino (PT) solucionar problemas, que deveriam ser acidentes. TG (PSDB) defendendo o modo resolvidos pelo poder público. Quem mora achou melhor convocar petista de governar. E nos arredores do ponto de ônibus na rua o engenheiro João Paulo, atacando a CPTM, que Sete de Setembro, na altura da Honoré de responsável da empresa na decidiu construir uma Balzac, vive incomodado com mato alto que nova estação sem se dar região, e foi acatado pela invade o ponto, o entulho da obra da UBS maioria. Depois que já estava ao trabalho de verificar do Parque Lanel e o mau cheiro oriundo decidido, Toninho Lopes se a possibilidade de usar disse a favor da moção. terrenos que não lhe
que, aos 86 anos, cansada de esperar pelo poder público, ‘colocou a mão na massa’ e carpiu em volta de um ponto de ônibus da avenida Sete de Setembro, é um exemplo que nos indigna e nos faz questionar a respeito das prioridades deste governo municipal. Um mamógrafo há anos sem utilização, jogado em uma sala qualquer, mostra mais do que descaso, expõe um desprezo pela vida de milhares de mulheres que diariamente morrem de câncer de mama. Está mais do que na hora de cuidarmos de quem sempre cuidou de nós. As mulheres não podem ser lembradas apenas no dia 8 de março. Elas não querem frases bonitas expostas em outdoor. Querem seus direitos respeitados e o dinheiro de seus impostos investidos no que realmente importa.
Do Facebook ao ‘Foicebook’
Expediente Locomotiva é uma publicação semanal da
Editor: Ricardo Barreto Ferreira Filho
Editora Havana Ltda. ME.
Reportagens: Valéria Fonseca e Mateus do Amaral
Circula em Franco da Rocha, Caieiras, Francis-
Projeto gráfico: Feberti
co Morato e Mairiporã.
Diagramação: Vinícius Poço de Toledo
E-mail: jornallocomotiva@gmail.com
Todos os artigos assinados são de responsa-
Impressão: LWC Gráfica e Editora
bilidade de seus autores e não representam,
Tiragem: 50 mil exemplares
necessariamente, a opinião do jornal.
da água da chuva parada no local.O caso ganhou repercussão virtual na rede social Facebook com muitos internautas indignados. Mas, no mundo real, dona Margarida Carcelen Castro, 86 anos, que mora diante do problema, atravessou a rua e há uma semana capina o mato. Na última terça-feira (dia 13), ela podia ser vista trabalhando no local. #FICAADICA.
Locomotiva
Falta atrav
Atraso da CP
Não é fácil d transporte públic co da Rocha. Mas da Companhia de Trens Metro (CPTM) para ter estação parece um maior. Na última dia 16, Franco foi estampada na página do jorna S.Paulo. Uma “p de moradores atr os trilhos do trem 7-Rubi para chega lado da cidade. A travessia no trilhos não é o ún ma da estação. A uma nova plataf deveria ocorrer n está atrasada. A 2014, segundo p Locomotiva em e teriores e segund comentou com a A empresa afir prazos estão sen tos e as obras e foram suspensa teração no proje queda de investi sistema ferrovi governo estadua evidência. Diante disso, se vira como pod até com auxílio d nários que, para o fluxo, improvis cerca com tapu quanto guarda controlar as can postas no local reportagem da A Folha ilu capa, com a im Franco da Roch tagem sobre a d
ocomotiva
esperar pelo poder massa’ e carpiu em da avenida Sete de e nos indigna e nos s prioridades deste ógrafo há anos sem a qualquer, mostra um desprezo pela es que diariamente . cuidarmos de quem ulheres não podem a 8 de março. Elas postas em outdoor. ados e o dinheiro de e realmente importa.
ook’
o local.O caso na rede social autas indignana Margarida ue mora diante a e há uma sema terça-feira rabalhando no
Locomotiva
3
17 de março - sábado - nº58 - Distribuição Gratuita
Falta de estação adequada faz morador atravessar linha de trem em Franco Atraso da CPTM na nova plataforma causa transtorno e cidadãos se arriscam nos trilhos para cruzar a cidade
Não é fácil depender de transporte público em Franco da Rocha. Mas depender da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) para ter uma nova estação parece um problema maior. Na última sexta-feira, dia 16, Franco da Rocha foi estampada na primeira página do jornal Folha de S.Paulo. Uma “procissão” de moradores atravessando os trilhos do trem da Linha 7-Rubi para chegar do outro lado da cidade. A travessia no meio dos trilhos não é o único problema da estação. A entrega de uma nova plataforma, que deveria ocorrer no fim 2010, está atrasada. A previsão é 2014, segundo publicou o Locomotiva em edições anteriores e segundo a CPTM comentou com a Folha. A empresa afirma que os prazos estão sendo revistos e as obras em Franco foram suspensas para alteração no projeto. Mas a queda de investimento no sistema ferroviário pelo governo estadual ficou em evidência. Diante disso, o cidadão se vira como pode. E conta até com auxílio de funcionários que, para controlar o fluxo, improvisaram uma cerca com tapumes, enquanto guardas tentam controlar as cancelas dispostas no local, segundo reportagem da Folha. A Folha ilustrou na capa, com a imagem de Franco da Rocha, reportagem sobre a decisão do
governador Geraldo Alckmin (PSDB) de paralisar a Linha 9-Esmeralda aos domingos, após uma série de incidentes no sistema de trens metropolitanos, para intensificar manutenção na parte elétrica. A CPTM transporta 2,7 milhões de passageiros em dias úteis. O aumento de demanda neste ano, em relação a 2011, é de quase 9% no Metrô e de mais de 20% na CPTM. Mesmo assim, houve contingenciamento de quase 20% da verba da CPTM feito pelo governador.
Nova estação
Enquanto isso, o terreno que será utilizado pela CPTM para a nova estação ferroviária vive um imbróglio jurídico. Portaria da Superintendência do Patrimônio da União em São Paulo (SPU-SP) revogou, em 28 de fevereiro, a cessão provisória para a Prefeitura das áreas ocupadas por comerciantes na rua Cavalheiro Ângelo Sestini. O procedimento inicial para a cessão não foi o normal: a primeira portaria da SPU foi expedida antes do parecer jurídico da Advocacia-Geral da União, quando deveria ser o contrário. A expedição deveu-se à pressão política de deputados da bancada paulista com influência no governo federal para destravar as obras em benefício da população. Como a Prefeitura não
desocupou a área no período, a SPU não teve como manter a cessão em oposição ao parecer jurídico, ao contrário do que Prefeitura divulgou, insinuando que o governo federal teria cancelado a cessão para atrasar o projeto de urbanização.
Parq conv
Prefeitura não procura SPU
A superintendente da SPU procurou a administração municipal para comunicar a revogação, mas nem o prefeito nem o vice estavam na Prefeitura no dia 27, véspera de carnaval. “Ainda estou aguardando a Prefeitura me procurar. Nem a Câmara Municipal me procurou, foram direto a Brasília, que me pediu para encaminhar o processo. Se os vereadores tivessem me procurado teriam resposta em curto prazo”, disse Ana Lucia dos Anjos, superintendente do SPU.
Reclamam fa
Reprodução da capa da Folha de S.Paulo do dia 16 com foto de Franco da Rocha que ilustra reportagem sobre a falta de investimento do governo do Estado no sistema ferroviário
Entenda o caso O terreno em questão tem 3.529 metros quadrados e havia sido transferido à União por Lei Federal 11.483, que em 2007 extinguiu a Rede Ferroviária Federal S. A. (RFFSA) e transferiu seus bens imóveis para a União. A revogação da cessão do terreno pela SPU-SP não é definitiva. Grande parte da área pertence à União, mas a SPU-SP
aguarda inventário feito pela CPTM para responder às dúvidas da Advocacia-Geral da União sobre a titularidade da área e qual exatamente é a metragem que pertence à União e se há possíveis interfaces com particulares e governo do Estado. A expectativa da SPU é que o processo seja concluído em poucas semanas e não deve influenciar no andamento das obras.
Os morad Parque Montre quilômetros do afirmam que o b possui saneament que a água suja é la ruas, trazendo tr como mau cheiro ratos e insetos. O L va visitou o local e um cenário com ruas de terra e e corre a céu aberto parte da paisagem de 10 anos –, situ evidencia a falta mento básico. A dona de casa Fátima da Silva, ra há cinco anos que a solução ma
4
17 de março - sábado - nº58 - Distribuição Gratuita
Locomotiva
No mês da mulher, ‘novela do mamógrafo parado’ continua
nado
Depois de três anos na caixa à espera de uma sala, justificativa agora é falta de licitação para operar o equipamento na Praça da Saúde
Aparelho está sem uso, mesmo com demanda na cidade pelo exame de rotina de mamografia
O mês de março é dedicado internacionalmente à mulher e suas lutas por autoafirmação. Entretanto, neste mês, continua parado o mamógrafo da Praça da Saúde – responsável por um dos principais exames ligados à saúde da mulher na cidade e que custou aos cofres públicos quase R$150 mil, adquirido por meio de emenda parlamentar do deputado estadual Enio Tatto (PT). A “novela do mamógrafo” começou no primeiro mandato do prefeito Marcio Cecchettini. O Jornal Locomotiva divulgou na edição 31, setembro de 2011, que o mamógrafo fora transferido da UBS Central para a Praça da Saúde, depois de sofrer com enchente, e havia ficado três anos dentro da caixa por não ter sala adequada para sua montagem e operação. Em outubro de 2011, o Locomotiva visitou a Praça da Saúde juntamente com o vereador George Juventino
dos Santos (PT) e se deparou com uma equipe montando a sala em pleno processo de finalização. “A sala fica pronta hoje”, declarou na época o engenheiro responsável. Na última sexta-feira (dia 16), a reportagem voltou à Praça da Saúde, novamente com o vereador George, e encontrou a sala pronta. Segundo Sebastião Franco da Rocha, responsável pela manutenção e zeladoria da Praça, o que falta é a finalização do processo licitatório que fará a contratação da empresa responsável pela operação do equipamento. “Detalhes com o secretário, mas posso adiantar que a contratação da empresa está em processo licitatório”, afirmou. Sebastião comentou que a demanda por mamografia na Praça da Saúde é zero.
Sem fundamento
Marcos Cruz, responsável pela Central de Vagas, afirma que a procura emergencial é sanada pela Casa Rosa,
Hospital Carlos Lacas (Francisco Morato) e Santa Casa (São Paulo), mas acredita ser indispensável um aparelho no município para os exames de rotina. “Quando a mulher suspeita de algum problema ela se desespera e quer ter o exame imediatamente. Não é possível oferecer algo tão rápido, mesmo porque a Casa Rosa só tem um equipamento para a mamografia. Além disso, segundo as usuárias, o Lacas oferece um atendimento melhor”. A Casa Rosa é um serviço estadual, que atende mensalmente de 250 a 300 mulheres. Para o vereador George, a situação não tem fundamento e uma cobrança intensa será necessária até que a população possa utilizar o serviço. “Nós temos acompanhado e cobrado, mas esbarramos nesse tipo de justificativa. Nosso empenho será manter a cobrança para que o serviço seja efetivamente entregue a população”.
Locomotiva
Cân mul
Exame de ma
O câncer de segundo tipo de c frequente no mun comum entre as m cada ano, aproxi te 22% dos novo câncer em mulh mama, segundo zação Mundial da câncer de mama é primeira causa de câncer em mulher segundo estimati tituto Nacional d principalmente na entre 40 e 69 ano Por isso, exam cológicos são d importância pa feminina, como contra determinad ou para controle de A rotina de ir ao médico deve faz
PRINCIPA EXAMES GINECOLÓ
ATENDIMENTO DE SAÚDE PÚBLICA, SEGUNDO AS MULHERES
“Hoje faço meus exames com regularidade, pois possuo convênio particular. Quando usava o serviço público fiquei enojada com a falta de higiene e aten-
dimento ruim oferecidos, além de médicos que ‘te tocam’ de qualquer jeito e nem trocavam o papel-lençol da maca, usados em atendimentos anteriores”
Talita dos Santos Camargo, 25 anos, estudante e mãe de 2 filhos
“Do atendimento até a forma como cadastram está realmente péssimo. A burocracia torna tudo mais difícil. Apesar disso, acho que a falta
de um hospital que funcione bem e que esteja pronto quando acontece uma emergência ainda é a pior coisa por aqui”
Karina Silva Maia, 26 anos, dona de casa e mãe de 2 filhos
“Eu cheguei a brigar na Praça da Saúde quando uma enfermeira tratou de qualquer maneira uma amiga que levei às pressas pra lá. A demora
e o descaso fazem c a gente se sinta um realmente somos mas merecemos um mento melhor”
Luzia M. da Silva Pereira, 44 anos, comerciante e mãe d
5
ocomotiva
Locomotiva
a
Câncer de mama é um risco para mulheres entre 40 e 69 anos
ua
cativa agora da Saúde
arlos Lacas (Franato) e Santa Casa ), mas acredita ser vel um aparelho io para os exames Quando a mulher algum problema spera e quer ter o diatamente. Não é erecer algo tão rámo porque a Casa m um equipamenamografia. Além undo as usuárias, erece um atendihor”. A Casa Rosa ço estadual, que nsalmente de 250 heres. reador George, a o tem fundamencobrança intensa ssária até que a possa utilizar o Nós temos acome cobrado, mas os nesse tipo de a. Nosso empenho r a cobrança para viço seja efetivaegue a população”.
17 de março - sábado - nº58 - Distribuição Gratuita
Exame de mamografia e visita periódica ao ginecologista são importantes para a saúde feminina
O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres. A cada ano, aproximadamente 22% dos novos casos de câncer em mulheres são de mama, segundo a Organização Mundial da Saúde . O câncer de mama é também a primeira causa de morte por câncer em mulheres no Brasil, segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer, principalmente na faixa etária entre 40 e 69 anos. Por isso, exames ginecológicos são de extrema importância para a saúde feminina, como prevenção contra determinadas doenças ou para controle de natalidade. A rotina de ir ao consultório médico deve fazer parte da
PRINCIPAIS EXAMES GINECOLÓGICOS
vida de toda mulher, ao longo de sua vida. A periodicidade de cada exame ginecológico relaciona-se, diretamente, às fases de sua vida. Aproximadamente 80% dos tumores são descobertos pela própria mulher ao apalpar suas mamas. Porém, um dos fatores que dificultam o tratamento é o estágio avançado em que a doença é descoberta. Cerca de 50% dos casos são diagnosticados em estágios avançados, gerando tratamentos muitas vezes mutilantes, causando maior sofrimento. Toda mulher deveria realizar anualmente a mamografia (exame capaz de detectar lesões não palpáveis) a partir dos 50 anos e, mais precocemente, em
Praça da Saúde em Franco da Rocha: reclamações de atendimento com desleixo e falta de educação
o autoexame de mamas é a melhor saída. O câncer de mama atinge principalmente mulheres em idades em torno da
caso da existência de caso de câncer de mama em mãe ou irmã (antecedente familiar de primeiro grau). Na impossibilidade dessa rotina,
Mamografia
Ultrassom pélvico
Deve ser feita a cada dois anos após os 35 anos. A partir dos 40, anualmente. O Sistema Único de Saúde (SUS) cobre a maioria deles
Examina útero e ovários em busca de qualquer alteração (pólipo, mioma, cisto, nódulo)
Colposcopia Visualiza colo do útero e vagina, podendo acusar lesões (benignas e malignas)
Papanicolau Localiza infecções vaginais e identifica alterações que podem virar câncer (no colo do útero e na vagina)
menopausa (entre 45 e 55 anos), mas podem aparecer nódulos benignos em outras faixas etárias, que precisam ser tratados. Citologia e microflora vaginais Diagnosticam eventual câncer antes de se instalar. Também auxiliam na prevenção de tumores na mama, ovários, útero e trompas.
Rastreamento infeccioso Detecta sífilis, hepatites e HIV
ERES
cheguei a brigar na Praa Saúde quando uma enmeira tratou de qualquer eira uma amiga que levei ressas pra lá. A demora
e o descaso fazem com que a gente se sinta um lixo. Nós realmente somos pobres, mas merecemos um tratamento melhor”
a M. da Silva Pereira, 44 anos, comerciante e mãe de um filho.
“A consulta demora e gente acaba desanimando. Não posso dizer que seja falta de informação, mas realmente perdi o interesse diante de
tanto contratempo.As visitas ao ginecologista são até regulares, pelo uso do DIU, mas os exames ficam para segundo plano”
Ana Maria Ramos de Araujo, 26 anos, balconista, mãe de um filho.
“Encontro problemas para fazer meus exames e levar meu bebê para as consultas de rotina na cidade. Eles chegaram a pedir uma carta da dona
da casa que alugo para fazer meu cadastro e não há ponto de ônibus em frente à UBS. E ainda tem a grosseria e a falta de educação no atendimento”
Ivanir Regiane da S. Ferreira, 36 anos, dona de casa, mãe de 4 filhos.
Bef ded
pontos
em con-
ma boa eventos
6 AQUI TEM
17 de março - sábado - nº58 - Distribuição Gratuita
Locomotiva
Esta nova seção do Locomotiva é dedicada ao comércio de Franco da Rocha, o mais forte da região. Em cada edição, vamos mostrar um produto ou serviço que é prestado aqui, do lado de casa.
Pequenos reparos, grande obras e prestação de serviços na região Com a falta de estrutura de muitas prefeituras da região, um empreendimento tem desempenhado importante papel: pequenos reparos em instalações e áreas públicas. Criada há 20 anos, a Oliveira Ramos Comércio e Serviços Ltda., além de tudo, é conduzida por uma mulher, uma história que lembra a da personagem Pereirão, da novela Fina Estampa, da Rede Globo. Paranaense de Cambira, Rosa de Oliveira Ramos veio com o marido para Franco da Rocha em 1980, acreditando no crescimento da cidade. Ela começou revendendo produtos que comprava em São Paulo, como roupas, carne e madeira, e despertou sua vocação de empreendedora. Em 1992, abriu a empresa, que presta serviços de jardinagem, de manutenção em geral e de construção. O prédio do Serviço Municipal de
Previdência Social (Seprev) de Franco da Rocha é obra da Oliveira Ramos. Serviços de capinação, limpeza de calçadas e pequenos reparos são outros exemplos do trabalho da empresa, que já prestou serviço para prefeituras da região, como Francisco Morato e Embu das Artes. Atualmente, a equipe tem 10 funcionários e um encarregado. Em 20 anos de empresa, Rosa ofereceu trabalho a diversas pessoas que se encontravam em situação ruim, como catadores de rua e analfabetos. “Eu os contratei para que tivessem uma oportunidade. Como a cidade não tem nada a oferecer, eu me sensibilizei”, afirma. Rosa conta que não é fácil para uma mulher tocar um negócio nesse ramo. “Para conquistar meu espaço, tive que fazer melhor que os outros. Eu era tratada como homem e tive de me superar”, lembra.
luta diária, utilizando transporte coletivo sempre lotado, sem ter sua condição de mulher respeitada. Quando retornam da primeira jornada, outras a esperam: afazeres domésticos e educação dos filhos. No mês de março, dedicam-lhes um Dia Internacional da Mulher, conquistado por companheiras em busca de melhores condições de trabalho. Às vezes ganham flores, bombons e até um cari-
Via ato
Trecho sem asfal para veículos, alé
Oliveira Ramos Comércio e Serviços Ltda. Estrada da Olaria, 65, Chácara São José, Franco da Rocha Telefone: (11) 4819-4231
Coisas de mulheres Mirem-se no exemplo dessas mulheres que cruzam o seu caminho pelas ruas da cidade, vindas dos bairros, apressadas com várias jornadas a cumprir. Ainda sofrem preconceito e sua valorização no emprego não é a mesma dos homens, mesmo realizando o mesmo tipo de serviço. Frequente arrimo de família, têm filhos e muitas não têm mais o companheiro, mas seguem incansáveis na
Locomotiva
nho especial do marido ou namorado, mas a partir de 9 de março percebem que era somente uma data no calendário dessa sociedade, ainda machista. Sua saúde é relegada ao último plano. Programas de prevenção de doenças que afetam as mulheres ainda são insuficientes. Mas haverá o dia – e intuitivamente elas sabem disso – em que será reconhecida sua importância na sociedade,
afinal temos uma presidenta. Dedico este texto a três mulheres, que contribuíram para que minha vida fosse melhor: Amália de Oliveira Pelizari, minha avó, Luzia Ivone Pelizari Silveira, minha mãe, e uma grande amiga, Jô (Maria Jussinelda Alencar da Silva). Três grandes mulheres que cumpriram suas múltiplas jornadas: trabalhadoras, donas de casa, mães e avós. Saudades de todas!
Fátima Pelizari, professora da E.E. Benedito Fagundes Marques
ocomotiva
ras ião
identa. a três mulheres, a que minha vida e Oliveira Pelizari, e Pelizari Silveia grande amiga, Alencar da Silva). s que cumpriram s: trabalhadoras, e avós. Saudades
Fagundes Marques
Locomotiva
7
17 de março - sábado - nº58 - Distribuição Gratuita
Via sem pavimentação atormenta Vila Olinda
Trecho sem asfalto nem iluminação é intransitável para veículos, além de inseguro para pedestres
Rua Euclides da Cunha sofre com erosões por causa da água de chuva, que invade as casas; moradores reclamam esquecimento
Moradores da Vila Olinda estão insatisfeitos com a péssima qualidade da rua Euclides da Cunha, nas proximidades do Jardim Alice. A via, em formato de “U”, é cortada pela rua Rio Formoso, que a divide em duas partes. A pavimentação foi feita apenas em um dos trechos e o outro – sem a menor condição de tráfego de veículos – sofre constante erosão por causa da chuva. A falta de pavimentação e de iluminação impede a travessia segura dos moradores. A moradora Fernanda Almeida afirma que,
quando a rua Euclides da Cunha foi pavimentada, não havia moradores do outro lado, então deixaram sem asfalto. “Quando comecei a construir, procurei as autoridades para resolver o problema. Na época, em 2006, chegaram a dar um jeito para que pudéssemos passar, mas nunca resolveram. Não posso sequer usar minha garagem, pois o carro não desce. Aliás, na época da construção, descíamos o material com carrinho de mão, já que o caminhão não chega aqui”. Fernanda comenta que nenhum tipo de transporte tem condições de descer a rua. Nem coleta de lixo, nem a entrega de compras dos supermercados. “Só o IPTU chega em casa, sem atrasos”, diz. Uma das residentes mais antigas da rua, Antonia F. P. da Silva, desanima com
a situação e não se ilude com promessas políticas. “Luto há 15 anos e cansei de ouvir políticos dizendo que iriam resolver a falta de pavimentação”, diz. Para ela, é lamentável que o socorro não chegue em sua residência. “Quando meu filho passou mal, teve de ser carregado no colo porque a ambulância não passa na rua”. Por se tratar de uma ladeira, em dias de chuva a água entra nas residências erguidas abaixo do nível da rua. “Em dias de chuva forte, a água invade a casa. Além disso, o mato e a possibilidade de animais peçonhentos deixam a gente em estado de alerta com as crianças”, afirma Antonia. Procurada pelo Jornal Locomotiva por meio da assessoria de imprensa, a Prefeitura não retornou contato até o fechamento desta edição.
Ente
Uma c cialm Oliveir está c ou de c a pé pe em fa transi Alé
8
17 de março - sábado - nº58 - Distribuição Gratuita
NOSSA GENTE
Locomotiva
Nesta seção vamos registrar as histórias, os “causos”, a vida dos homens e mulheres que fizeram e fazem, a cada dia, a nossa cidade.
Raquel Alves Massinelli, algo mais que liberdade Nascida em sua casa em 1958, na então pacata rua Dr. Hamilton Prado, Raquel Alves Massinelli teve uma infância “gostosa”. “Fui moleca, brincava no rio, jogava bola, andava de carrinho de rolemã. A boneca passava longe”, conta. Mãe de dois filhos, ela hoje reclama da falta de espaços de lazer. Aos 11 anos, para enfrentar a timidez, decidiu atuar no movimento estudantil no Befama. Com um grupo de colegas, fundou o Movimento Democrático Estudantil, cuja sigla era “MoDEs”, provocativa referência à marca de absorventes femininos, na época em que as mulheres lutavam por sua afirmação na sociedade. “Mulher não podia entrar de calça comprida na igreja, fumar ou falar de política na rua”, lembra. O MoDEs tratava de
SOCIAIS
pequenas demandas da escola, mas foi o primeiro passo de Raquel em sua vocação para a atuação política. Em 1978, depois do casamento, mudou-se com o marido para o Rio de Janeiro, onde o casal foi testemunha da história em 30 de abril de 1981: estavam no show em comemoração ao Dia do Trabalhador, no centro de convenções Riocentro, marcado pelo frustrado atentado. A bomba explodiu antes e matou dois militares – ato da ditadura, que queria responsabilizar radicais de esquerda e endurecer a repressão. “Achamos que as explosões eram fogos de artifício”, recorda. Depois de cinco anos no Rio, Raquel se separou e retornou para Franco. Em 1985, ingressou no Hospital Psiquiátrico do Juquery como atendente de enfermagem
Atendente de enfermagem e diretora sindical luta pela recuperação do Juquery
e fazia um pouco de tudo. “Cheguei a ficar sozinha num pavilhão à noite, com dezenas de pacientes”, conta. Desde então, Raquel milita no Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde (SindSaúde). “Em 2003, ouvia boatos de que o Juquery acabaria e virei delegada do sindicato”, conta. A entidade
fez um movimento junto com a população para impedir o fechamento do hospital. Como atual diretora regional do sindicato, Raquel luta por conquistas salariais para a categoria e pela recuperação do Juquery. Ela é entusiasta do projeto de criação do câmpus de uma universidade federal no antigo hospital.
Raquel acredita que a sociedade ainda não está preparada para encarar a mulher independente. “Por ser uma mulher ativa, acho que eu incomodo – inclusive nos relacionamentos. Mas me mantenho firme. Como disse Clarice Lispector, ‘Liberdade é pouco; o que eu desejo ainda não tem nome’.”
Nesta seção, traremos sempre as pessoas, lugares e eventos que brilham na vida social de nossa cidade e região.
Aniversariantes
Valter Cesarino,
8 de março
Maria Paixão,
8 de marco
Paula Barreto,
12 de marco
Francieula Barros,
13 de março
Greg Miller,
14 de março
Bruna Polido,
15 de março