Jornal Oficina Brasil DIESEL - junho 2010

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EDIÇÃO 25 • JUN 2010

Iveco Daily ganha cabine dupla Além disso, modelo passa a ter PBTC de 7 mil kg, 400kg a mais do que a versão anterior, e um sobrenome: Daily Massimo

Entrevista

Mercado

O diretor de pós-vendas da Iveco, Maurício Gouveia, fala sobre aftermarket e o novo Centro de Distribuição de Peças

Pesquisa inédita no setor de Pesados e Comerciais revela as marcas preferidas dos reparadores


ARTIGO

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CADERNO PESADOS | JUNHO DE 2010

Nem tudo que é bom para Brasil é bom completamente

Vicente Pimenta Vice-diretor do Comitê de Máquinas Agrícolas e Construção do Congresso SAE BRASIL 2010 Os ventos do progresso sopram vigorosos no Brasil em tempos de euforia econômica, Olimpíadas e Copa do Mundo. Pensar na conjunção desses três fatores simultâneos nos leva à conclusão de estarmos vivendo um novo ciclo de prosperidade para o segmento de máquinas fora de estrada e agrícola. Muitas obras a serem feitas, muito dinheiro circulando, mais gente com acesso à comida... O que mais se pode desejar? No entanto, é preciso cautela. Os bons ventos podem muito bem se transformar em tempestade, pois a oportunidade existe para todos e não apenas para o produtor brasileiro. Essa pode ser a ‘deixa’ para que alguns oportunistas, de todas as partes do globo, venham oferecer ao empresário brasileiro suas máquinas, muitas vezes de baixa tecnologia. Mas há algo que se possa fazer para a preservação dos investimentos das empresas do segmento de máquinas, sempre presentes no desenvolvimento do País? Analisemos as principais dificuldades que o setor tem pela frente. Em primeiro lugar, um dólar defasado - que deve terminar este ano em torno de R$ 1,70 -

Expediente DIREÇÃO Presidente: Cássio Hervé Secretária: Solange Ferreira Roberto Tel: (11) 2764-2895/ 2898 solange.roberto@grupogerminal.com.br DIRETOR COMERCIAL Eduardo Foz Tel: (11) 2764-2873 eduardo.foz@grupogerminal.com.br

e custos de produção em Reais crescentes. Isso atrapalha as vendas de produtos brasileiros para o exterior e aumenta o atrativo para o internacional. Outra situação que traz desequilíbrio é o preço dos equipamentos. Não se conhece a carga de impostos que essas máquinas trazem de sua origem, nem que incentivos podem ter ou a condição de trabalho e salário dos funcionários. Porém, infelizmente, é sabido que muitos empresários por aqui trocam parcerias com empresas brasileiras, que lhes asseguraram garantia, assistência técnica e qualidade durante longos anos, por descontos que poderão custar muito caro mais tarde. Por conta da ilusão de salvarem alguns trocados, arriscam seu negócio entrando de cabeça na incerteza. Porque a qualidade, aliás, é outra incógnita nos equipamentos ‘alienígenas’. Será mesmo que vai sair mais barato lá na frente? E o que dizer do meio ambiente? Em qualquer lugar do mundo civilizado as máquinas têm de se enquadrar às leis de emissões, e essa é uma barreira para os nossos equipamentos serem comercializados lá fora. Mais uma vez, o Brasil anda em descompasso com o restante do planeta: sequer possuímos legislação de emissões que regulamente o setor. Esse pequeno detalhe faz grande diferença porque ao exigir o cumprimento de uma legislação de emissões, o Brasil poderia impedir que máquinas poluidoras fossem utilizadas, ao mesmo tempo em que coibiria a entrada de equipamentos de baixa qualidade no País. Hoje qualquer escritório pode vender

REDAÇÃO Jornalista responsável: Alexandre Akashi - MTB 30.349 editor@grupogerminal.com.br Consultor Técnico: Arthur Gomes Rossetti redacao@grupogerminal.com.br Tel: (11) 2764-2862 PRODUÇÃO/INTERNET Coordenadora: Daniela Pelosi Assistente: Eduardo Muniz Analista Web: Tiago Lins (11) 2764-2860 producao@grupogerminal.com.br

livremente equipamentos importados no Brasil. Mas para o produtor brasileiro vender seu produto lá fora é bem mais complicado. Este é o cenário: o produtor pressionado pelo dólar baixo, apostando na engenharia brasileira e oferecendo ao empresário das obras civis e agrícolas um produto de qualidade com garantia e rede de assistência técnica, compete, muitas vezes, com produtos de baixa qualidade, que podem entrar livremente no País e com custos bastante baixos. O desequilíbrio é flagrante. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq), a China deve se converter na segunda maior exportadora de máquinas ao Brasil, em 2010, ultrapassando a Alemanha. E tem mais um detalhe. Depois de um período de recessão no setor, as vendas voltaram a subir, o que pode induzir o produtor nacional a negligenciar esse momento delicado pelo qual passa o segmento. Por isso, o momento para se fazer algo é agora. É evidente que é urgente regulamentar o setor, seja pela via da legislação de emissões, pela exigência da certificação da qualidade, que restringirá equipamentos inseguros e ruidosos, ou pela via da taxação diferenciada ao produto alienígena. Ninguém é contra a competição. O empresário nacional tem o direito de comprar o melhor produto que seu dinheiro puder adquirir. Mas um pouco de regra, assim como caldo de galinha, não faz mal a ninguém. Seria a contrapartida das autoridades a esse segmento que ajudou a construir o Brasil que temos.

CONTATO COMERCIAL Alessandra Macedo alessandra.macedo@grupogerminal.com.br Tel: (11) 2764-2872 CENTRAL DE ATENDIMENTO AO LEITOR Luana Cunha e Talita Araújo De 2ª a 6ª, das 9h às 17h30 leitor@oficinabrasil.com.br Tels: (11) 2764-2880 / 2881 PRÉ-IMPRESSÃO E IMPRESSÃO Log & Print Gráfica e Logística S.A.

Índice 03 Entrevista O diretor de pós-vendas da Iveco, Maurício Gouveia, comenta sobre aftermarket

04 Mercado Pesquisa inédita do setor de pesados e comerciais revela as marcas preferidas do reparador

05 Lançamento O Iveco Daily ganha capacidade de carga e sobrenome: Massimo

06 Técnica O colaborador Humberto Manavella explica o pós-tratamento em motores diesel

Tiragem desta edição: 20 mil Distribuição nos Correios por meio de qualificado database: 17.917 O Oficina Brasil e o Caderno Pesados oferecem garantias exclusivas para total segurança do investimento dos anunciantes: Auditoria IVC (Instituto Verificador de Circulação) e BDO Trevisan (custos com distribuição).

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CADERNO PESADOS | JUNHO DE 2010

ENTREVISTA

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“Com o COPI, agilizamos em até 30% a velocidade de entrega de peças” Divulgação

Ao inaugurar o novo Centro de Operações de Peças Iveco, o diretor de pós-vendas da montadora, Maurício Gouveia, concedeu entrevista exclusiva ao Caderno de Pesados para falar sobre o crescimento da marca que nos últimos três anos duplicou o número de veículos vendidos Alexandre Akashi Desde 2007, quando decidiu que o Brasil era um país estratégico para o crescimento da marca, a Iveco tem investido em novos produtos e, consequentemente, engenharia e linha de produção. Ao mesmo tempo, tem ampliado a rede concessionária, assim como os pontos de assistência técnica. Para o aftermarket, estas são boas notícias, pois mais cedo ou mais tarde, grande parte desta frota estará se abastecendo dele, seja via distribuição tradicional ou concessionária. Se depender da montadora, 100% deste abastecimento será feito via concessionária. Para tanto, investiu R$ 30 milhões em um novo centro de distribuição de peças, batizado de COPI (Centro de Operações de Peças Iveco), localizado em Sorocaba, interior de São Paulo. Confira abaixo a entrevista com o diretor de pós-vendas da Iveco, Maurício Gouveia, concedida com exclusividade para o Caderno de Pesados do jornal Oficina Brasil, sobre a importância do aftermarket para a Iveco. Caderno Pesados – A Iveco este ano dobra o número de veículos comercializados desde 2007, quando a marca retornou definitivamente ao Brasil. Hoje, qual o percentual dos veículos comercializados conta com algum tipo de contrato de manutenção Iveco? Maurício Gouveia – Todas as vendas de 2006 para cá estão sendo atendidas pela nossa rede. O avanço do crescimento da Iveco no Brasil vem de três anos para cá o que representa 50% do nosso parque circulante, que hoje é de mais de 30 mil caminhões, que geram

técnica chamada teleserviço. Trata-se de um software, uma infraestrutura tecnológica que nos permite nos comuniCP – Que tipo de planos de manu- car remotamente, por internet, aonde tenção os grandes frotistas têm dispo- o veiculo está. Independente do local, nossa base em Sete Lagoas (MG) conseníveis? MG – Temos planos de manutenção gue se comunicar com o caminhão do e reparação tanto para grandes quanto cliente, interconectando sistemas. Com para médios frotistas, que dão tranqüi- isso posso fazer diagnósticos avançados, lidade para eles não se preocupar com verificar o funcionamento do veículo, todo o sistema de serviços. Não preinjeção, se está cisam ter oficina Hoje, com o COPI, panes elétriprópria, nem memelhoramos em três com cas, e consigo corcânicos, muito mevezes a qualidade do rigir à distância vános estocar peças. rias destas panes, O nosso contrato item despachado dando inclusive é muito abrangenvelocidade no servite, tem vantagens econômicas de não precisar nenhum ço e mantendo este caminhão o maior ativo, pois está tudo a cargo da Iveco. tempo possível em funcionamento. Nosso interesse é de que este contrato CP – Junto destas novidades tecnodê tranqüilidade, baixo custo operacional e alto nível de utilização dos veículos. lógicas, a Iveco tem investido também na distribuição de peças, com a CP – Ano passado você lançaram um inauguração do COPI. Que tipo de beserviço novo, de manutenção via in- nefício este investimento trará para a marca? ternet. Como ele funciona? MG – Esta infra-estrutura que inauMG – É uma atividade de assistência

17 mil passagens na nossa rede de concessionárias, por mês.

guramos agora é para suportar o crescimento vertiginoso da Iveco. Temos aqui o que há de mais novo em logística, para trazer vantagens aos clientes. Investimos em novo sistema para dar mais velocidade à entrega, assim como entender todos os cenários de demanda, sejam para cima ou para baixo. Hoje eu posso dizer com certeza que melhoramos em três vezes a qualidade do item despachado e estamos melhorando em quase 30% a velocidade de entrega nas concessionárias. CP – Como funciona o COPI? Ele é abastecido pela fábrica de Sete Lagoas? MG – Nós temos hoje cerca de 30% vindo das nossas fábricas, outros 30% vem de fornecedores locais, brasileiros, 7% de fornecedores argentinos e o restante trazemos da Europa. CP – Um nível de importação bem grande... MG – Não. Temos uma gama de produtos tão nova, recém-lançadas, que é comum dentro do grupo Fiat ter este tipo de sinergia. Eu vou onde a peça é mais barata. Se é mais barata na Europa, eu a busco na Europa. Se é no Brasil, busco aqui. CP – Como vocês enxergam a concorrência do aftermarket tradicional? MG – Por a Iveco ser tão jovem, ainda não sofre tanto com peças piratas, clonadas, mas esta é uma preocupação que temos sim, pelo alto padrão de qualidade dos nossos componentes. Nos preocupamos com os nossos clientes, advertindo, informando, comunicando e criando processos que nos possibilite informar ao cliente se a peça é genuína ou não. O cliente é o único que não pode ser enganado.


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MERCADO

CADERNO PESADOS | JUNHO DE 2010

CINAU revela marcas preferidas no aftermarket de veículos comerciais A pesquisa foi realizada com 313 visitantes da Automec Pesados que ocorreu entre os meses de abril e maio, em São Paulo Alexandre Akashi A segunda edição da Automec Pesados & Comerciais, realizada em São Paulo entre os meses de abril e maio, foi palco da primeira pesquisa CINAU – Marcas Preferidas / Melhor Caminhão e Implemento Rodoviário. Realizada com 313 participantes da feira, o resultado mostra que no geral, a melhor peça para veículos comerciais é Bosch, o melhor caminhão é Mercedes-Benz, e o melhor implemento rodoviário é Randon. Além disso, a CINAU perguntou aos visitantes da Automec Pesados & Comerciais quais marcas eles consideram melhores em nove categorias: acessórios, câmbio, embreagem, filtro, junta/ retentor, lona de freios, lubrificante, rolamento e pneu (veja tabelas). Fonte Do total de entrevistados, o número de reparadores é o predominante (59,8%), entre proprietários de oficina mecânica, auto elétrico, bombista, troca de óleo, funilaria e pintura e truck center. 25,3% atuam no comércio de autopeças (distribuidora e varejo), e 14,9% em empresas de frotas, ou como motorista autônomo. Com estes dados, a CINAU realizou interessante estudo sobre qual a melhor marca de peça de veículo comercial, por ramo de atividade (reparador, comércio e frotista). No geral, a Bosch é a melhor para 4,5% dos reparadores, 8,6% dos comerciantes e 6,5% dos frotistas. Esta mesma proporção de frotistas (6,5%) também consideram as peças Originais, Sabó e Scania como as melhores. Para todos os ramos de atividade, a qualidade é o fator mais importante para uma peça ser considerada a melhor (reparador, 11,2%; comércio, 6,9%; e frotista, 6,5%). Os frotistas consideram, na mesma proporção (6,5%), a durabili-

dade do componente. Categorias Por categoria, os resultados que mais chamaram atenção foi melhor câmbio, com Eaton e Sachs empatados tecnicamente entre reparadores e comerciantes. A Eaton tem a preferência de 18,4% dos reparadores e 15,5% dos comerciantes, enquanto a Sachs recebeu 17,3% dos votos dos reparadores e 13,8% dos votos dos comerciantes. Já entre os frotistas, a Eaton vence com folga, com 29% da preferência, ante 16,1% da Sachs. Já em embreagem, a Luk é a preferida do reparador, com 26,3% dos votos, porém a Sachs é a melhor para o comércio e frotista, com 37,9% e 41,9%, respectivamente. Isso indica que a Sachs ainda tem trabalho a fazer junto os reparadores, assim como a Luk, porém junto ao comércio e aos frotistas. Nas demais categorias há, praticamente, uma predominância dos primeiros colocados em todos os ramos de atividades, com algumas exceções, como lubrificantes, em que Petrobras e Shell disputam votos entre reparadores e comerciantes; já entre frotistas, a predominância é para a Petrobras. Em rolamentos, a SKF segue líder, porém não no comércio, onde divide opiniões com FAG, assim como Pirelli e Michelin aparecem praticamente empatados na preferência dos reparadores. Já no comércio e frotistas, a Pirelli lidera com folga. Metodologia A pesquisa Marcas Preferidas dos Pesados é um estudo realizado durante a AUTOMEC PESADOS 2010, com base em uma amostragem aleatória, por meio de entrevistas pessoais junto ao público presente ao evento. O plano amostral foi calculado para atender a um número mínimo de entrevistas,

Automec Pesados & Comerciais supera expectativa de público Com 28.517 visitantes, a segunda edição da Automec Pesados & Comerciais, realizada entre 27 de abril e 1º de maio, superou as expectativas de público da organização, que era de 27 mil pessoas entre empresários e compradores da indústria automotiva nacional e do exterior, comerciantes de autopeças e acessórios, re-

presentantes de oficinas mecânicas, frotistas, profissionais do segmento de logística, entre outros. Com 480 marcas de expositores nacionais e internacionais, a feira se destacou pela realização de negócios com clientes do Brasil e do Exterior e a presença de um público altamente qualificado, de acordo com a Alcântara Machado.

Congresso anual do Sindirepa-SP foca inovações tecnológicas Como já é tradição no aftermarket automotivo, o Sindirepa-SP realizou seu congresso anual durante a Automec, sendo que este ano o tema abordado foi o futuro da reparação Deisel frente às novas tecnologias. Para debater este assunto, um grupo de experts dos setores de produtos de equipamentos foram convocados para explanar sobre as tendências do segmento, que começa a encarar de os sistemas eletrônicos de controle e gerenciamento de injeção de combustível Foram destaque do evento a participação de especialistas como o consultor técnico da Robert Bosch, Nilson Souza, que falou sobre as tendências e a evolução das bombas injetoras mecânicas para o sistema eletrônico, os representantes de fabricantes de equipamentos como Miguel Margarido (Tecnomotor) Klaus Marques e Raffaele Ventierfi (Alfatest) e Rodrigo Iglesias e Nilson Souza da Robert Bosch, que com perguntas diretas e respostas diretas e abertas. A pesquisa foi realizada sem estímulo, incentivos ou promessa. Não houve premiação nem aos entrevistados nem às marcas vencedoras. O estudo tem caráter investigativo e informativo sobre a preferência do Mer-

debateram sobre a importância de investimento em equipamentos para redução da hora de trabalho, agilidade no diagnóstico e também a oportunidade criada com a implantação da inspeção ambiental veicular na cidade de São Paulo, entre outros assuntos. Outro debate contou com a participação do vice-presidente do SINDIREPA-SP, José Arnaldo Laguna, diretor da AEA, Harley Bueno, do diretor da Brasil Automático, Carlos Napoletano, do diretor da Elring Klinger, Luiz Mirara e do diretor da Nakata, Jair Silva que falaram sobre normas ABNT para procedimentos e capacitação profissional que garantem a qualidade dos serviços. O diretor do SINDIREPA-SP, Sérgio Alvarenga, que mediou o painel, afirmou que por meio de um convênio da entidade com a ABNT e o Senai as normas técnicas serão distribuídas gratuitamente aos reparadores, facilitando o acesso às informações cado de Pesados. Os trabalhos técnicos ficaram a cargo do estatístico Alexandre Carneiro. CINAU e o estatístico responsável possuem registro no Conselho Regional de Estatística, com número CONRE3ª/5616/06 e CONRE-3ª/6991-A/SP, respectivamente.


LANÇAMENTO

CADERNO PESADOS | JUNHO DE 2010

05

Daily fica mais pesado Divulgação

Com pequenas alterações de projeto, o modelo 70C16 carrega agora 400 kg a mais que o antecessor, e recebeu sobrenome Daily Massimo

Alexandre Akashi A Iveco apresentou o novo Daily 70C16, caminhão leve para uso urbano e intermunicipal, com pequenas alterações de projeto que conferiram ao veículo capacidade de carga ampliada para 7.000 kg, ante os 6.600 kg da versão anterior. C o m isso, recebeu o sobrenome Massimo e algumas outras variações, como caA novidade é o bine dupla, GPS, opcional; única no já o motor de segmento 155 cv não a oferecer mudou esta facilidade. Uma ideia bem bacana, principalmente para uso com plataforma de reboque de automóvel. Segundo a montadora o segredo para o aumento da capacidade de carga útil foi a adoção de novos pneus 215/75, rodas de 17,5 polegadas e suspensão dianteira reforçada. Outra novidade do modelo é a opção de entre eixos alongado, de 4.350 mm. Agora, o cliente pode escolher entre este ou o convencional, de 3.750 mm. Freio a ar O Massimo é o único Daily a contar com

freios de acionamento pneumático, de acordo com a Iveco. O sistema tem o mesmo conceito dos caminhões médios e pesados, com eixo traseiro com freios a tambor e sistema S-CAM para operações de serviço e câmara spring brake para estacionamento. A regulagem das sapatas é automática e o compressor de ar fornecido pela Knorr Bremse LK-15. Na dianteira, o freio é a disco, hidráulico, servo-assistido. Fora estas modificações, o Daily Massimo mudou pouco. A Iveco manteve o motor F1C da FTP Powertrain Technologies de 155cv de potência a 3.500 rpm, e torque máximo de 400 Nm na faixa de 1.700 rpm a 2.600 rpm, common rail, distribuição por corrente quatrocilindros, 16 válvulas, homologado para B5 (5% de biodiesel). A transmissão também é a mesma, Eaton FSO-4405B, de cinco marchas com overdrive. GPS O Massimo será oferecido com um sistema de GPS exclusivo, como op-

cional, porém estará disponível apenas no ato da compra. O sistema não será oferecido como acessório, nas concessionárias. O diferencial do equipamento é a possibilidade de carregar até 30 paradas em uma única saída. Após carregar os destinos, o computador se encarrega

de traçar a rota mais econômico para atender a todos os locais de entrega. O novo utilitário da Iveco tem preço a partir de R$ 94.000, na versão chassi-cabine e chega a R$ 122.000 nas versões cabine dupla. Até o fim de julho deste ano, a montadora oferece o ar-condicionado gratuitamente aos clientes.


06

TÉCNICA

CADERNO PESADOS | JUNHO DE 2010

Pós-tratamento em Motores Ciclo Diesel (II)

Humberto Manavella (11) 3884-0183 www.hmautotron.eng.br

A presente matéria, elaborada com informações retiradas de uma futura publicação, tem por objetivo apresentar um dos sistemas de pós-tratamento diesel com maior probabilidade de ser aplicado no Brasil a partir de 2012, com a aplicação do Proconve P-7 (para pesados), norma equivalente à Euro 5. Atualmente rege a norma Proconve P-5 (equivalente à Euro 3) que é atendida com o aprimoramento do processo de injeção (diesel eletrônico) e EGR; isto é, praticamente, sem necessidade de pós-tratamento. A figura 1 mostra a configuração do sistema de pós-tratamento utilizado pela Cummins em Estados Unidos. Resulta similar ao de outros fabricantes como a Mercedes. Esta configuração atende à norma EURO 5 e às similares de Estados Unidos e Japão. A funcionalidade dos componentes do sistema é a seguinte: 1. O catalisador oxidante [1] trata as emissões de CO e HC que resultam em CO2 e H2O. 2. O filtro de particulado (DPF) retém o material particulado. Quando o acúmulo deste

ultrapassa certo limite, o filtro deve ser regenerado através da combustão das partículas. Isto se consegue com a pós-injeção de combustível (injeção de pequena quantidade de combustível após a injeção principal) que, ao queimar no catalisador oxidante [1] eleva a temperatura dos gases. Assim, estes atingem o patamar dos 500 graus, o que permite a entrada em combustão espontânea do particulado, regenerando o filtro. 3. O catalisador SCR (catalisador seletivo redutor) trata da redução das emissões de NOx. Para seu funcionamento o SCR utiliza amônia (amoníaco) que, ao reagir com o NOx resulta em N2 (nitrogênio) e H2O (água). O amoníaco (gás tóxico) necessário à reação, é obtido a partir de uma solução de 32% de uréia (substância não tóxica), dosada antes do SCR. Com a alta temperatura dos gases de escape (acima de 170 graus) a uréia é transformada em amoníaco no reator de hidrólise. 4. O catalisador oxidante [2] cumpre a função de eliminar qualquer resto de amoníaco não utilizado no SCR, transformando-o em N2 (nitrogênio) e

H2O (água). Importante A aplicação destes sistemas de pós-tratamento implicará na implantação obrigatória de uma rede de distribuição da solução de uréia (identificada no Brasil com a sigla ARLA 32) e isto, a nível nacional. Combustível Como apresentado nesta matéria, os sistema de pós-tratamento têm por objetivo a diminuição das emissões de CO, HC, NOx e material particulado. No entanto, resta ainda, um outro componente poluente no óleo diesel: o enxofre. Este, além de ser o componente básico do ácido sulfúrico na atmosfera (chuva ácida), prejudica de forma irreversível, o funcionamento e efetividade dos elementos de pós-tratamento como o catalisador de NOx e o filtro de particulado. Ainda existindo a tecnologia necessária à sua eliminação na forma de catalisador de enxofre, o caminho escolhido pelos fabricantes é o da diminuição do teor de enxofre no combustível.

A experimentação durante os processos de desenvolvimento dos sistemas de pós-tratamento mostrou que o nível máximo de enxofre permitido é 50 ppm. No entanto, na Europa, Estados Unidos e Japão, onde já são aplicadas normas equivalentes à EURO 5, se trabalha com níveis da ordem de 10 ppm. No Brasil, os níveis utilizados atualmente são: Diesel Metropolitano: S500 (500 ppm); a partir de 2009, está sendo distribuído S50 (50 ppm), inicialmente, para as garagens de ônibus urbanos de São Paulo e Rio de Janeiro. Diesel Interior: S1800 (1800 ppm). Cabe salientar que com a entrada em vigência do Proconve P-7 em 2012 (para pesados; similar à norma EURO 5) e Proconve L-6 em 2013 (para leves ciclo Diesel e ciclo Otto), os sistemas de pós-tratamento como os apresentados, serão uma necessidade para motores de ciclo Diesel; portanto, o nível máximo de enxofre no combustível distribuído no país deveria ser 10 ppm segundo resolução CONAMA 403/2008 que institui o Proconve P-7.




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